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Universidade Smogon

Summary:

"Bem vindos a Universidade Smogon! Uma instituição onde Pokémon de diversos lugares do mundo vão para aprender a serem combatentes." Com essa premissa, esse instituto vai formando Pokemon para as batalhas contando com seu corpo docente composto por diversos Pokémon lendários. O sistema de estratos adotados pela universidade consiste em dividir os alunos em estratos, quanto melhor potencial e desempenho, mais elevado será seu estrato.
Iremos ver o cotidiano desses alunos, especialmente os de estrato UU onde se encontram os estudantes que outrora foram da classe de elite.

Fic baseada no competitivo da sétima geração que venho postando na Nyan Fanfiction e Spirit Fanfiction.

Notes:

Fic baseada no competitivo da sétima geração que venho postando na Nyan Fanfiction e Spirit Fanfiction.

É um universo alternativo onde Pokémon frequentam faculdade. É basicamente uma paródia a Smogon. E não terá humanos nessa história. Não precisa levar essa fic tão a sério.

Pokemon e seus personagens pertence a Nintendo.
Essa fic tem como base a comunidade Smogon University (smogon.com), todos os direitos reservados aos respectivos criadores.
Fanfic feita sem fins lucrativos.

Boa leitura!

(See the end of the work for more notes.)

Chapter 1: Capítulo 1 – Bem-vindo ao Instituto Smogon

Chapter Text

Mais um dia começa no vasto Campus Frontier, onde é situado o renomado Instituto Smogon, uma instituição que é referência na formação de Pokémon combatentes. Essa complexa estrutura foi desenvolvida para aprendizagem de diversos tipos de combates. E com um corpo docente formado pelos mais poderosos Pokémon lendários, os jovens Pokémon acadêmicos terão todo o referencial teórico e prático para desenvolverem o melhor de suas habilidades.

Dependendo do seu potencial nas batalhas e seu desempenho em aulas teóricas e em combates, os alunos são divididos em classes que também são conhecidas como estratos. O estrato mais alto é denominado OU, onde se situa os estudantes de elite com melhores desempenhos em combate e conhecimento. Em seguida, em ordem decrescente em potencial dos seus integrantes temos UU, RU, NU, PU e ZU. Periodicamente, os estudantes são realocados entre os estratos devido as seus desempenhos avaliados. O sistema de estratos, adotado pela instituição, é importante para reconhecer os talentos que vão florescendo ao longo dos semestres, para estimular o desempenho dos estudantes, pois quanto mais alto o estrato, mais benefícios eles terão a disposição. E principalmente, o medo de está num estrato baixo, fato que pode comprometer sua carreira no futuro faz com que os estudantes se dedicam ao máximo para ao menos, se manterem em estratos superiores.

Em mais uma manhã de sol, o bosque do Campus é frequentado por centenas de Pokemon que caminham em direção aos prédios da Universidade para mais um dia de aula. Um desses Pokémon, cujo gênero não é definido, vai caminhando com uma mochila pendurada em um braço... ou ponta... pelo extenso Campus em direção a sua sala de aula. Na entrada da Universidade, ele vai passando por um pátio onde se situam várias cantinas. Se dirigiu a uma cujo atendente é um Butterfree, que está de prontidão ao seu cliente.

— Bom dia Starmie! Vai o de sempre hoje?

“Sim, uma vitamina de Fruta Mago, por favor” o estudante fazia seu pedido por telepatia.

Em poucos minutos Starmie recebia sua bebida e pagava ao Butterfee. O comprido canudo foi levado até seu lado de trás, por onde ficava, de fato, sua “boca”. E com isso tomava sua bebida pensativo.

Terminada a bebida na qual seria o seu desjejum, a estrela do mar finalmente vai se dirigir para sua sala de aula. Andou pelo extenso pátio central que dava para diversos corredores que davam acesso às salas administrativas, andou em frente à biblioteca central e passou pelo corredor onde dava acesso aos ginásios, onde ocorrem as aulas práticas e os testes de combates. E mais adiante estavam os blocos, onde ficavam as salas de aula.

Starmie passou pela porta da sala onde ficava os Pokemon de OU. Parou por um momento e seu núcleo ficou voltado para a entrada por alguns instantes. Até alguns meses atrás, frequentava essa sala. Prosseguiu até chegar a sua sala que é a do estrato UU.

Entrou na sala que é espaçosa e as carteiras são dispostas em escadas sendo as mais ao fundo se situam em locais mais elevados e as mais próximas em locais mais baixos. No centro da sala, um extenso espaço para o professor, com quadro branco, um laptop, um data-show e uma extensa mesa. A sala do estrato UU ainda tinha bastante comodidade. Ainda mais que a cada semestre que passa, seus integrantes estão cada vez mais poderosos e competitivos, sendo que até os integrantes de OU não devem subestimá-los.

Starmie se dirigiu até seu lugar, gosta de ficar nas carteiras intermediárias. No fundo há muita bagunça e fica mais difícil prestar atenção, e na frente chama muita atenção. Aos poucos, outros Pokémon vão entrando na sala. Enquanto preparava seu material com sua telepatia, um sorridente Gengar, vai sentando ao seu lado, dando um tapinha de leve em suas costas.

— Bom dia estrelinha! Pronto pra mais um dia?

“Oi Gengar!” ele respondeu para o seu velho colega. Se conhecem desde que ingressaram na universidade. Os dois permaneciam em OU desde os primórdios do curso. Viram sua turma mudarem diversas vezes, mas ambos permaneciam no estrato mais alto, sendo conhecidos como a dupla inabalável, até que no começo do sétimo semestre Starmie foi rebaixado para UU. Um mês depois, foi a vez do Gengar ser rebaixado. Este parece não se importar muito com isso e vai levando a vida em sua costumeira alegria, mas para Pokemon aquático, foi meio duro se acostumar com a ideia...

Em OU, desde o sexto semestre, o Starmie sentia a pressão em suas pontas de suas costas. Ele sempre foi um aluno dedicado e certinho, mas a cada semestre apareciam estudantes mais promissores e eficientes, que aos poucos vão tirando o seu espaço até seu rebaixamento em UU. E o pior que em seu estrato atual, ao invés da expectativa de voltar para OU, agora sente a pressão de não ser rebaixado novamente devido aos seus integrantes também estarem sendo cada vez mais poderosos ao longo do tempo. Por conta disso, seu humor não é dos melhores e se tornou menos sociável. Mas ele vai se esforçando como pode.

O sinal toca e logo o professor entra em sala. Ele é um Lugia que vai segurando seu material com as asas.

— Bom dia Turma!

— Bom dia professor – os alunos responderam em uníssono.

— Hoje continuaremos as noções de estatísticas aplicadas em movimento. Espero que tenham suas calculadoras com vocês.

O professor prosseguia com a aula usando o data-show, fazendo as anotações no quadro branco quando necessário. Em uma sala com mais de cinqüenta alunos, observa-se comportamentos variados. Enquanto Starmie prestava nota atentamente nas explicações do professor, Gengar tinha sua atenção voltada em uma Chandelure que estava a frente dele. Ela é uma das alunas mais mau-humoradas e pessimistas da sala, mas seu jeito meio gótico pode ser encantador para muitos Pokémon.

Um pouco mais acima, o Sylveon e o Primarina cochichavam bem baixinho suas fofocas do dia, assim como a Azumarill e a Klefki. Os primeiros realmente são machos, são de linhas evolutivas que possuem baixa probabilidade de gerar fêmeas, mas por alguma razão, gostam de agir como se fossem femininos, e apesar de alguns da sala não tolerarem isso, eles se sentem bem assim do jeito que são.

Na segunda fila, um Tentacruel vai pegando as notas de Amoonguss. Mamoswine fica comendo o mais discreto possível, mas não o suficiente para não chamar atenção de Sharpedo, que é capaz de fazer com que a atenção do professor se volte para o mamute caso ele não dê um pouco para ele.

Agora nas carteiras superiores é que a muvuca era maior. Sceptile, Arcanaine, Crawdant e Ambipon estavam bastante empenhados na conversa sobre assuntos que não sejam sobre estatística aplicada em movimento.

— Tenho certeza que a Serperior é a que tem o rabo mais atraente! – Ria alegremente o Sceptile.

— Não acredito que o time de Hoenn perdeu para o de Kalos de sete a um! – Crawdant batia a garra na carteira.

Ambipon mostrava no celular que causaram diversos risos aos seus companheiros.

— Esse pessoal da comunidade fazem cada meme louco que só vendo! hihihiihihihi – O macaco azul ria sem se controlar.

Logo os quatro estavam rindo, mas tinha colegas a frente deles que não estavam achando tanta graça, especialmente um Infernape que tinha o pavio curto.

— Bora parar com essa palhaçada ai? Tem gente que quer assistir a aula! – o Pokemon fogo lutador se virou para o grupo.

— Não enche chimps! – retrucou o Arcanaine.

— Tá tá, a gente para! - prometeu o Sceptile.

— Acho bom mesmo!

Só deu cinco minutos e trinta segundo para que o grupo já começava zoar de novo, dessa vez com o celular tocando o hit do momento, Ambipon tentando se mexer conforme o ritmo e os outros três rindo da performance do colega.

De repente Infernape pulou para cima da carteira de Crawdant, encarando com fúria o quarteto da zoeira.

— QUEREM PARAR COM ESSA MERDA AGORA? OU QUEREM QUE EU QUEBRE A FUÇA DE VOCÊS AGORA!

Mas um forte jato de água atinge os cinco, deixando eles caídos por cima das carteiras.

— Peço a vocês que quem não quer assistir aula podem se retirar da sala !– disse o professor que disparara uma Bomba Hidráulica nos baderneiros.

— São esses quatros que não paravam de zoar professor – acusava o Infernape.

— Mas não precisava partir para briga agora, para isso temos as aula práticas – professor Lugia respondia – agora espero não ter mais nenhuma interrupção.

Muitos alunos riam baixinho por conta do incidente.

— há há há há há! UU é mesmo divertido – Gengar falava para Starmie.

“Aff Gengar, se aquiete, senão vai sobrar para você” resmungava a estrela.

— Cruzes, parecem que são da LC! – murmurava uma Serperior.

— Bom senhor Infernape, já que o quer tanto prestar atenção na aula, pode me dizer qual é relação das probabilidades entre movimentos iguais desferidos consecutivamente?

O macaco coçou a cabeça pensando, conteúdos relacionados a cálculos nunca foi seu forte.

— Professor, desculpa, mas não entendi essa.

— É relação professor, senhor quis dizer se as probabilidades estão em relação séria ou só na amizade, é isso que o senhor quer dizer? – Sceptile respondia em tom de brincadeira.

Ambipon, Arcanaine e Crawdant riam sem pudores, mas eles e Sceptile são recebidos por um Aeroblast, que os arremessa contra a parede.

— E pensar que ainda só deixam você, Sceptile, frenquentar a turma UU por causa de sua mega pedra. Senão você estaria em NU. Sabe que poucos têm oportunidades assim, deveria levar as coisas um pouco mais a sério – Lugia dava o seu sermão.

Os quatro aos poucos se recuperavam e passaram o resto da aula calados.

— Agora não tem ninguém que pode responder minha pergunta, qual é relação das probabilidades entre movimentos iguais desferidos consecutivamente?

Uma garra vermelha foi erguida e a atenção da sala foi voltada para uma bela Scizor que se sentava na primeira fila.

— Em relação a movimentos consecutivos, a relação é que as probabilidades se multiplicam, ou seja, como são representada em frações, elas se tornam cada vez menores.

— Muito bem Scizor, como esperado da melhor aluna da turma.

“Como sempre ela manda bem” Starmie afirma com certa admiração. Ele a conhecia desde segundo semestre, até que eles eram bem próximos e a estrela do mar tinha um certo fascínio pela Pokémon inseto. Quando foi rebaixado para UU, ele se afastou dela, mas há um mês, ela foi rebaixada também, mas ainda pode freqüentar a turma de OU com sua mega pedra. E em UU conseguiu ser a melhor da sala, algo que Starmie está muito longe de ser.

A aula prosseguia tranquilamente, mas em um auto-falante, se ouvia uma mensagem.

“Houve uma atualização nos estratos, todos os alunos vão até o pátio central para conferir se houve ou não mudanças em sua colocação”

Essa mensagem trouxe expectativas para todos, havias possibilidades de ascensão ou queda de estrato. A sala toda está apreensiva.

—Turma dispensada! – declarou o professor Lugia.

Seria o momento da verdade para alguns deles.

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Glossário

Golpes:

Bomba Hidráulica - Hydro Pump

Aeroblast resolvi não traduzir...

Chapter 2: Capítulo 2 – Tier Shift

Notes:

Bem, no capítulo anterior introduziu a rotina da sala UU! Agora vamos continuar vendo a rotina na Universidade Smogon. Mas pode ter um pouco de drama nele.

Boa leitura!

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

A mensagem de mudança nas colocações dos estratos foi transmitida para todos os alunos da universidade. Logo, todos eles se dirigiram ao pátio central, onde cartazes afixados em flanelógrafos mostravam a colocação dos alunos de cada estrato.

Estava um tumultuo próximo aos cartazes. Starmie esperou um pouco para ver sua colocação. Ouviam-se alguns se lamentado pelo recém rebaixamento e um grito de alegria de um dos colegas. Quando diminuiu a multidão, Starmie foi ver seu resultado.

“Só quatro colocações, mas é melhor que nada...” suspirou a estrela.

— Pelo menos você subiu, e eu que cai uma! Mas o problema agora é que há um Magneton entre nós! – Gengar se referiu pelo fato de Magneton está em uma posição que está entre as deles – e finalmente saiu dos quarentas.

“Sim, mas trigésimo nono ainda é longe de ser o ideal para essa turma” Starmie parecia desanimado.

— Mas você sabe que não tá fácil para ninguém! Afinal tem muita gente que era de OU competindo conosco – Gengar tentava animar o colega.

Mas perto deles já se ouvia dos colegas se lamentavam pela queda para RU. Lucario, um deles, estava ajoelhado, chorando e dando murros no chão – que houve para acontecer isso...

— Mas nem com mega pedra dá mais para se manter em UU? – uma Hourdoom também estava cabisbaixa.

— E agora? Isso não está nada bem... – Entei também estava em choque com a notícia de que também seria rebaixado.

— É realmente o negócio está complicado, bons “mons” que acabaram indo para o RU... – Gengar não pôde esconder sua apreensão.

“Até o Ferrotress e a Mieshao também...” Starmie ficou perplexa “e o pior é que não teve nenhuma ascensão de estratos inferiores para o nosso!”

— E o Ambipon que subiu dia desses e já caiu de volta para NU! Ele nem esquentou a carteira! – comentava o fantasma.

“Ah, mas esse ai parecia que não levava as coisas a sério, já era questão de tempo ele ser rebaixado”

— É mais mesmo assim vou sentir falta desse cara. Ele dava alegria para nossa sala – lamentava o Gengar – Mas com isso nossa turma vai dar uma diminuída.

Mas ainda tinha um que, apesar de ter de sair de UU também, estava comemorando. Era Amoonguss que acabara de ascender para OU.

— Não acredito! Louvado seja Arceus! Consegui... finalmente vou voltar a OU – o cogumelo estava com alegria evidente em seu rosto e logo, Tentacruel colocou um tentáculo em seu ombro, felicitando o amigo:

— Muito bom cara, você merece!

— Mandou bem companheiro fungo! – Breloom abraçou o colega – boa sorte em sua nova classe!

Ouvindo isso Azumarill e Seperior também estavam rindo de alegria: - Parabéns pela ascensão! – gritava a coelha.

— Humf, vocês duas só estão felizes porque sem o “Amoon”, vocês poderão tocar o terror em nossos combates. Era ele que mantinha as duas na linha! – Recrutava Gengar.

— Ah Gengar, não se pode nem felicitar um colega? – resmungava a Azumarill. Mas realmente ela via como uma oportunidade de crescer na turma já que Amoonguss era um empecilho a ela durante os combates. “Quem sabe pode ser uma oportunidade para eu ir para OU também.” Ela ria baixinho com esse pensamento.

— Pois Amoonguss, vê se chuta os traseiros dos Tapus em OU viu? – falava o Gengar.

— Pode deixar! – respondeu o cogumelo.

Em quanto isso, Scepitile, Arcanaine e Crawdant, consolam o Ambipom pela sua queda.

— Não fica assim não cara! Saiba que foi divertido estarmos juntos! – Scepitile colocava uma mão no ombro do macaco.

— Mas realmente esse UU é puxado mesmo! – afirmou o Ambipom.

— Mas olha aqui Scepitile, sua posição! – Crawdant indicava a posição de Scepitile com a garra – escapou fedendo lagartixa verde, agora você é o ultimo da turma.

— Está com a corda no pescoço! – acrescentou Arcanaine.

— Ah, mas a posição de vocês também não é grande coisa – recrutou o Scepitile – mas parece que nossa turma deu uma boa diminuída.

Enquanto isso, Primarina viu alguns conterrâneos dele de outros estratos.

— Alola! Incineroar! Decidueye! – cumprimentava a foca.

— Alola! – respondia os dois.

— Como vai o meu gatão favorito? – o Pokémon aquático envolveu seu braço no pescoço do felino do tipo fogo.

— Vai tudo nos conformes... – Incineroar estava encabulado, mas devolveu o ato colocando sua garra na cintura do amigo.

— Você é o terceiro em NU, não é? – falou animado o Primarina.

— Pois é! Agora quem sabe com minha nova habilidade de intimidação eu possa finalmente ir para estratos superiores.

— Só acho que com o seu poder, você tem condições de ir para OU! – afirma a foca.

— Não brinca! Você acha mesmo?

— Só estou esperando o dia de você pelo menos dar uma chegadinha em UU!

— Falando nisso, como você está? Ninguém está te incomodando, está?

— Sempre tem alguns que não gostam do meu jeito de agir! Sabe com é, mas não é nada demais.

— Mas não deixem que ninguém te faça mal! Se tiver alguém que esteja te maltratando, pode falar comigo que eu meto umas bifas no infeliz! – Incineroar coloca suas garras nos ombros de Primarina e os segura firme, olhado nos olhos do Pokémon aquático fada.

— Mas não se incomode com isso, sei me cuidar! – disse a foca com confiança.

— Mas sabe que estou sempre a sua disposição! – o tigre declara com determinação, aproximando-se do rosto da foca.

— Eu sei disso! – Primarina ficou corado. Ambos queriam está a sós nesse momento, mas sabem tem a hora certa para desfrutar um do outro...

— Hurf... – Incineroar limpou a garganta, tentando manter sua compostura – mas em relação a sua colocação na turma, ouvi dizer que sua turma é barra pesada.

— Nem me fala! É uma competição enorme entre os Pokémon aquáticos! E com a promoção de Amoonguss, acho que as coisas vão ficar mais acirradas pra nós. A Azumarill já ta se achando a rainha do babado. Mas tem vários outros como o Sharpedo, o Suricune, o Volcanion, só dizendo alguns.

— Tô vendo que sua turma é braba! – afirma o tigre.

— E tem também a estrelinha! Dizem que essa ficou quase seis semestres consecutivos em OU. Ela pode não está em seus melhores momentos hoje. Mas algo me diz para não subestimá-la.

— Pelo visto UU vai ser bem perigoso para mim! – Incineroar ri nervoso.

— Mas e você corujinha? Como vão as coisas em RU! – Primarina se voltou para a Decidueye.

— Vai indo! Mas não sei por quanto tempo... – a coruja falava timidamente, com o rosto meio coberto com as folhagens que formam um capuz em sua cabeça.

A foca macho abria o capuz da coruja fêmea expondo o seu rosto: - minha querida, confie mais em você. Tem habilidade de melhorar em seu estrato. Tem um jeito de batalhar maravilhoso, é só ter mais segurança de si!

— Obrigada pela força... se ao menos os sistemas de batalha daqui fossem mais compatíveis com meu estilo de combate... - suspirava a Pokémon de grama.

— E deveria arrumar um macho para alegrar sua vida! Ou fêmea, ou assexuado! Sei que é chato segurar vela de mim e Incineroar.

— He he... creio que não tenho interesse nisso por enquanto – a coruja falava encabulada.

— Alola pessoal! – chegava uma Marowak, estudante de UU. Ela tem pele escura e é do tipo fogo e fantasma, típica de sua terra formal.

— Alola, Marowak! – respondia o tigre.

— Alola, Decidueye! – falava alegremente a Marowak se aproximando da Decidueye, que ficou envergonhada e tentava fechar seu capuz.

Vendo a reação da amiga, Primarina propôs:

— Que tal nós quatro almoçar juntos hoje?

— Por mim está ok! – Incineroar percebeu a intenção de seu companheiro, realmente queria que Decidueye arrumasse alguém.

Relutante, a coruja aceitou o convite. Marowak também. E logo, os quatros se dirigiam para o refeitório.

Próximo daí, uma Scizor se aproximava de Starmie e Gengar.

— Oi Starmie! Quanto tempo!

“Oi... er... Scizor!” respondia a estrela encabulada.

— E você ainda permanece em primeiro! – afirmava Gengar!

— Pois é, mas vamos conversar melhor. Faz tempo que não nos falamos Starmie. Vamos almoçar juntos hoje? – propunha a inseto.

“Se não for um incomodo para você...” Starmie ficou meio encabulada “Gengar, quer ir com a gente também?”

“Seria uma boa oportunidade para você e a Scizor ficar a sós” cochichou o Gergar.

“GENGAR!” o núcleo de Starmie emitiu um forte brilho de cor mangenta, indicando que ficou envergonhada.

— O que houve Starmie? – Scizor estranhou a reação da estrela.

“NADA... não é nada!” – o Pokémon aquático estava sem jeito.

— Bem já que insiste, vou também! – o fantasma acabou aceitando para não constranger ainda mais o amigo.

Os três foram até a cantina do Buterfree. Enquanto comiam, Gengar explicava como sua habilidade mudou de levitar para corpo amaldiçoado.

— Pois é, isso aconteceu com minha família inteira. Agora com essa maldição que pegamos, todos os Gengar não podem mais levitarem. Sabia que não deveríamos nos meter com Giratina.

— E desde então você também ficou vulnerável aos ataques terrestres? – questionou a Scizor.

— Isso mesmo! Ah, mas esse Landorus aparece mais do que arroz de festa nos times de OU. Vai desferir terremotos assim lá no Day Care. Nessas horas que sinto sua falta estrelinha. Bem que podia dar uns gelinhos nele.

“Ah meu caro amigo, pelo visto, para eu volta para OU, só um milagre de Arceus para alguém descobrir minha mega pedra!” Starmie fala com certo deboche.

— Mas nós sabemos muito bem que mega pedra não é garantia de estrato alto! – avisava a Pokémon inseto metálica - A Hourdoom que acaba de ser rebaixada tinha a dela, o Scepitile, que também tem a dele, tá com um pé em RU.

“E pelo que eu saiba, a Granchomp, apesar de possuí a mega pedra, ela não a usa, e mesmo assim está firme e forte em OU” lembrou Starmie.

— Ou pode acontecer de você ter uma mega pedra tão poderosa que acabe por seu uso na ser proibido na universidade, como acontece com a minha! – complementa o Gengar – agora, mudando de assunto, Amoonguss mandou avisar que convida todos de UU para uma festa no Bar Florestal na Floresta dos Carvalhos. Será no sábado à noite. Vai ser tipo uma comemoração para sua subida.

“Passo essa! As festas que Pokémon vegetais organizam geralmente são regadas a álcool” Starmie tenta recusar o convite.

— E o que é que tem isso? – Indagou o fantasma.

“Você não sabe que dependendo do tipo do indivíduo o álcool terá mais ou menos influência? Fantasmas, metálicos, vegetais, noturnos e venenosos geralmente resistem mais ao álcool. Mas lutadores, fadas, ígneos, aquáticos e psíquicos são mais vulneráveis a bebida. Eu sou aquático e psíquico, não posso ingerir nem um ml que já posso sair de mim” explica a estrela.

— Se for do jeito que você diz, quero ver a Azumarill ou o Infernape bêbados. Não quero perder a festa por nada nesse mundo – riu Gengar.

— Mas não precisa beber para sair para se divertir Starmie – falava a Scizor – eu mesma, apesar de eu ter resistência a álcool, não vou beber, pois vou dirigir, e pelo visto vou dar carona a vocês. Mas você precisa se descontrair, você anda muito tenso ultimamente.

— Sem falar que o Primarina e a Altaria irão cantar na festa. Vamos lá, Starmie? – insistia o Gengar.

“Tudo bem, vamos sim!” meio sem jeito, Starmie aceita o convite dos amigos.

— Ótimo! Bom já está quase na hora da gente voltar para a sala. Vou ao banheiro, por isso vou na frente! Fui! – o fantasma saia na frente.

Enquanto isso, Starmie e Scizor caminhavam sem pressa em direção aos blocos.

“A próxima aula é manipulação genética com o professor Deoxys. Mas você não faz essa disciplina conosco, não é?” a estrela falava sobre suas próximas aulas.

— Pois é, na turma de OU teremos aula de condições climáticas com o professor Groundon. Logo para o maior carrasco de Smogon – Scizor falava com certo temor.

“Sei como ele é rígido” afirma a estrela.

—Ei Starmie, faz tempo que não lutamos juntos em um mesmo time, bem que podíamos juntar forças para lutarmos em OU mesmo, como nos velhos tempos. É permitido alunos de UU estarem em times de OU.

“Não sei se isso vai dar certo, eu posso só ser um peso para você.” Starmie fica surpreso com o convite da amiga.

— Você não é um peso Starmie, você é minha proteção contra Pokémon de fogo, e ainda é de grande ajuda com sua técnica Giro Rápido. Isso sem falar que presença em times de estrato superior conta pontos para ascender de estrato. E além dis...

— Scizor! Tava te procurando garota! – um Greninja se aproximava dos dois e interrompia a conversa deles.

— Oi Greninja, como vai? – cumprimentava a inseto.

— Estamos precisando de um Pokémon metálico como você em nosso time. Acho que com sua mega pedra, vai dar certo! – propunha o sapo.

— Pode ser, depois me passa a composição do time?

— Pode deixar!

Então chegaram na porta de OU. Scizor se despediu de Starmie e entrou na sala. Starmie já ia caminhando até a sua, mas foi parado por Greninja.

“Com licença Greninja, tenho que ir para minha sala!” a estrela tentava educadamente se desvincular do Pokémon nortuno.

— Espera, só quero ter uma palavra com você... – o sapo insistia no diálogo.

Mas a estrela sentia que não era bom continuar com ele e instintivamente tentou sai daí, mas o Greninja a puxou e a colocou contra a parede. E colocou uma de suas mãos contra a parede ao lado de Starmie para impedir que ele fuja.

— Eu disse que só queria conversar um pouquinho com você! – agora o sapo dizia em um tom mais ameaçador – tô vendo que ainda está esmolando um lugarzinho em um time de OU.

“Estou nada! Ela é que estava me oferecendo!” a estrela recrutava.

— Mas essa inseto é estúpida! Podendo ficar só na turma de elite, mas ainda continua a freqüentar essa turma de perdedores! – debochava o sapo – não sei por que permitem que Pokémon de estratos inferiores em times de OU. Só servem para detonar a qualidade dos times.

“Se não quer gente de estrato inferior é só não entrar nos times deles. Se eu fico ou não em um time de OU não é da sua conta!” Starmie tentava manter a postura, mas a luz de seu núcleo estava trêmula e de cor salmão, indicando que estava nervoso.

— Oh estrela, deixe só te dizer uma coisa, SEU TEMPO ACABOU! Você já era! Então fique com seus amiguinhos perdedores em UU e deixe apenas os capacitados lutarem em OU. Espero que você consiga entender isso estrela decadente.

Nisso, Gengar saia do banheiro e ia até a sala quando viu o Greninja falando algo para o Starmie. Vendo o fantasma se aproximando, o Pokémon noturno decidiu encerrar a conversa.

— Espero que estejamos entendidos! – nisso o sapo finalmente vai para sua sala.

O fantasma se aproxima de Starmie e repara que ele estava meio abalado.

— Que houve estrela? – indagava Gengar.

“Não é nada de mais, ele só queria me falar umas coisas” Starmie tentava amenizar o ocorrido.

— Que esse língua no cangote disse para você? – o fantasma insistia – seja o que for não leve muito a sério. Mas se o que ele disse realmente te deixou chateado, tente se abrir com alguém. Lembre-se que apenas eu que posso implicar com você!

“Agradeço a preocupação. Mas realmente não me disse nada que me abalasse. Agora vamos logo que o professor Deoxys odeia atrasos!” a estrela encerrava o assunto.

Eles entraram na sala.

Entretanto, durante a aula, Starmie não estava conseguindo se concentrar. As palavras de Greninja ainda ecoavam em sua mente. Greninja já fazia esse tipo de abordagem desde o semestre passado. E apesar do Pokémon psíquico tentar relevar essas declarações, no fundo elas o deixava cada vez mais depressivo.

— Starmie, Starmie... está entendendo a minha pergunta? – não percebeu que o professor Deoxys estava lhe fazendo sua pergunta.

“Ah... professor, me desculpa... onde tava com o núcleo, pode repetir minha pergunta por favor?”

Ouvia-se risos baixos na sala. Mas Gengar, que era um dos que ria quando alguém cometia uma gafe, permanecia calado e ficava olhado para o seu colega. Realmente estava preocupado com Starmie. “A perereca realmente deve ter falado algum insulto para ele!”

— Starmie, pode por gentileza levar essa pasta para secretária, por favor? – o professor mudou de assunto.

“Sim, eu vou!” a estrela foi até o professor para pegar a pasta e sai da sala.

Mas escutou uma voz telepática assim que saiu da sala.

“Starmie, está tudo bem com você?”

“Professor?” a estrela ouvia a voz de Deoxys.

“Sei que você não é de ficar divagando durante as aulas, é um estudante disciplinado e dedicado. Algum problema com você?”

“Professor, me desculpe, foi só uma conversa que me deixou de mal humor. O senhor não precisa se incomodar por isso.”

“Bem, sempre foi destaque nas turmas. Sei que seu rendimento está caindo ultimamente, mas não deixe que isso o abale. Você sabe que fora da faculdade, a vida vai sempre ter seus altos e baixos. Bom, aproveite a saída para poder relaxar um pouco e volte se estiver melhor” o professor o aconselhava.

“Obrigado professor.”

“E evite andar com gente que não te faz bem. Ande com aqueles que lhe quer bem, como a Scizor, ou o Gengar, se bem que com este você não se dava bem com ele até há uns semestres atrás.”

“Pode deixar professor!” então Starmie foi até a secretária entregar o documento.

Ao sair de lá, foi abordado por uma Octillery e recebeu um panfleto dela.

— Espero que se conscientize com a nossa causa! – disse ela.

Starmie vê que o panfleto é uma Xerox com impressão bem ruim. Ele só viu o título que era “ABAIXO O SISTEMA OPRESSOR DE ESTRATOS”. Deve ser de alunos de estratos baixos que optaram por ficar fazendo protestos e baderna ao invés de estudar. Jogou o papel fora e foi para o banheiro dos assexuados. Ficou pensando nas palavras do professor Deoxys. De todos os professores, ele é com quem tem mais amizade. Pode ser um professor rígido a princípio, mas procura entender seus alunos.

Depois de alguns minutos, ele saiu do banheiro e voltou para a sala.

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No meio da tarde, as aulas terminam. Enquanto os alunos iam para suas casas, os professores se reuniram na sala dos professores e discutiam as mudanças de estratos.

— Com a ascensão de Amoonguss para OU, devemos prestar atenção nos alunos Breloom, Azumarill e Seperior. Dependendo do resultado deles, pode ser que sejam fortes demais para o estrato e sejam, pelo menos, realocados para monitoria – relatava o professor Lugia.

— Agora a Scizor, ela continua ser uma força inabalável em UU! Tem certeza que ela não poderia ficar definitivamente apenas em OU? – questionava o professor Oh-ho.

— Eu falei com ela sobre isso na segunda, mas ela se recusa a sair de UU! – relata o professor Yveltal – por enquanto, vamos deixá-la em UU, para ajudar a equilibrar as forças da turma, já que com a saída de Amoonguss, ela será necessária para medir forças com os já citados Pokémon.

— Agora, entre os alunos que recentemente foram rebaixados de UU para RU e os que foram de RU para NU, parece que alguns deles podem ser poderosos de mais para o estrato no qual serão realocados – afirma a professora Lunala.

— Mas já premiando alunos rebaixados com monitoria já não fere os princípios da universidade? – questiona Oh-oh.

— Mas deixá-los do jeito que estão contra alunos que não podem lidar com eles também seria injusto com os integrantes de estratos baixos – rebateu Lunala.

Enquanto os professores discutiam sobre o destino dos alunos rebaixados, Deoxys tomava seu café pensativo.

— O que você está pensando Deoxys? – perguntou o professor Mewtwo.

— Vejo que um de meus alunos está meio abatido – ele respondia – Ei Mewtwo, às vezes fico pensando se esse sistema de estratos está sendo estressante demais para os alunos.

— Bem, é um sistema que a universidade adota por várias décadas! Não sei se realmente é justo, mas é bem aceito no mercado de trabalho. Você deve está preocupado com Starmie não é? Aquele que esteve em OU por seis semestres, não é?

— Pois é! Ele é um Pokémon dedicado, esperto e inteligente. Fico chateado como, apesar de seus esforços, não esteja conseguindo ter uma atuação como teve antigamente.

— Bem, sei que um aluno como ele inspira até os professores. Mas é como disse, o sistema daqui pode não ser justo, mas a vida fora da universidade também não é. Os alunos já devem desde já a lidar com as adversidades da vida. Nosso dever é lhes mostrar os caminhos, mas é com eles é a escolha de qual rumo prosseguir – declarava Mewtwo.

— Você tem razão Mewtwo. Mas não posso negar que há muitas coisas a se contestar no sistema! – conclui Deoxys.

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Era tarde de sexta feira e os alunos iam agora curtir sua folga de fim de semana para relaxarem de sua rotina estressante da faculdade.

Os alunos de UU terão aulas de combate na segunda feira. Mas no sábado à noite, poderão ter momentos leves e de descontração na festa no Bar Florestal.

Ou talvez não... principalmente para um certo Pokémon aquático e psíquico...

Notes:

Bem, espero que tenham gostado! No próximo capítulo será abordada a festa! Preparem-se que terá mais confusão esperando por nosso protagonista...

Aguardo os comentários!

Agradeço a leitura!

Chapter 3: Capítulo 3 - Se for beber, não dirija!

Notes:

Com mais de sete mil palavras, confusões esperam por nossos heróis na festa que ocorre no Bar Florestal.

Boa Leitura!

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

Eram quase seis horas da tarde. Em uma orla marítima, havia um condomínio submerso onde habitavam diversos Pokémon aquáticos. Starmie vivia sozinho em uma pequena suíte desse condomínio. Ele estava se preparando para a festa de hoje à noite. Assim que ficou pronto, ele nadou até sair da água e girou seu corpo o mais rápido que pôde para se secar. Depois atravessou a praia até uma calçada, onde havia um carro vermelho o esperado.

— Starmie, entre! – gritou a Scizor que estava ao volante.

"Boa noite a todos!" a estrela cumprimentava os outros passageiros e se senta no banco de trás, ao lado de Gengar.

— Oi cara de cristal! Pronto pra noitada? –O fantasma falava alegremente.

— Boa noite Starmie! – respondia a Heracross que estava no banco da frente ao lado de Scizor. As duas são amigas de infância.

No caminho da Floresta dos Carvalhos, os Pokémon conversavam animadamente sobre o que está por vir nessa festa.

— Não sei como é que o Primarina ainda aceitou ir para nossa festa! Ele queria muito trazer o Incineroar consigo, mas todos combinaram que apenas o pessoal de nossa sala é que está convidado! – comenta a Heracross.

— Nada contra o gato, mas se abrimos a porteira, todo mundo vai querer levar um namorado ou amigo de outros estratos – completa Gengar – até o Mantaine queria que uma irmazinha de ZU fosse pra festa também.

— Mantaine tem uma irmã em ZU? – questiona Heracross.

— Tem sim, são de mães diferentes, pois ela não é da mesma espécie que ele, mas eu não me lembro de qual espécie ela é – responde o fantasma.

— Mas ainda temos o povo da monitoria, tanto de UU quanto de RU que vão vir para festa, já temos gente mais dos que suficiente – continuou Scizor.

A monitoria de cada estrato, também conhecida pelos estudantes de boderline, é composta por estudantes que foram avaliados como poderosos demais para o seu estrato. Com isso, eles podem frequentar aulas com alunos de estratos imediatamente superiores e só podem participar de batalhas de estratos acima de sua origem. Além de realizar alguns trabalhos em seu estrato de origem como ajudar no ensino dos colegas e serem juízes em simulações de combates.

— Então Zoroark vai vir? Hi hi rss quero ver no que isso vai dar! – ria Gengar – e será que a namorada de Venomoth vai o deixar vir sem ela? Do jeito que é ciumenta... mas também, o cara namora uma inseto de OU!

— Sabe, pra mim não tem problema nenhum convidar o povo de estratos inferiores. O problema é convidar o pessoal de OU! Se fosse até a um ano atrás tudo bem, mas desde o semestre passado é que tem um povo que não quer se misturar com Pokémon de estrato inferior – lamenta a Heracross – na época de vocês a classe OU era bem mais acessível.

— Pois é, bons tempos! - Gengar se lembra com nostalgia seus tempos que esteve em OU – agora teve uma do ano passado que me lembro como se fosse ontem. Hi hi! Não se lembra Scizor, daquela vez que Starmie e Infernape disputaram em quem bebia mais?

“Gengar!” a estrela começa a se lembrar daquele momento constrangedor.

— Foi um caos! – continuava o fantasma – o macaco quebrando tudo que vê pela frente. Você causando tempestades e conturbação no tempo. Arceus, esse dia foi louco!

As outras duas começavam a rirem também enquanto Starmie estava morrendo de vergonha. “Por coisas assim é porque não bebo mais!”

— Todos cometem loucuras de vez em quando! – ria a Scizor – mas o meu quarto semestre, o quinto de Gengar e Starmie, é que foi maravilhoso!

— Especialmente quando era a melhor de OU!

— Pois é Gengar, os tempos mudam. O que podemos fazer agora é manter a cabeça erguida e continuar a fazer nosso melhor! – comentava a inseto – por isso é bom termos esses momentos de descontração entre amigos para esquecermos um pouco do stress do dia a dia, não é Starmie?

“Pois é...” responde timidamente a estrela.

Em pouco tempo, chegaram a Floresta dos Carvalhos, que é próxima ao Campus. Eles iam percorrendo o bosque formado por gigantes carvalhos em direção a uma clareira iluminada por lamparinas. É nessa clareira é onde se encontra o famoso Bar Florestal, um estabelecimento ao ar livre formado por diversos quiosques de madeira, onde são servidos diversos tipos de bebidas e petiscos. Toca-se música ao vivo e permite que frequentadores mostrem seus talentos musicais, disponibilizado lhes equipamentos de som e instrumentos musicais. É um lugar agradável e bem badalado entre jovens Pokémon. Amoonguss fez um grande esforço para arrecadar recursos com seus colegas para reservar esse espaço para a turma de UU para essa noite. E apesar de cada um ter de arcar com sua despesa de consumo, todos poderão desfrutar das demais comodidades do bar à vontade.

Os quatro logo arrumaram uma mesa para se sentarem. Outros convidados também foram se acomodando. Em uma das mesas, estavam os três cães lendários, Suricune, Raikou e Entei, sendo que este estava sendo consolado pelo outros dois.

— Não fica assim não cara! – disse o elétrico – nós sabemos que faz o seu melhor. Talvez no novo estrato se torne uma força dominante!

— Sem falar que pode conseguir uma monitoria, assim nós três nos mantermos unido – completava o aquático – um Pokemon poderoso como você não terá problemas em conseguir isso.

— Valeu amigos, e me desculpem por causar essa decepção em nossa irmandade - Entei ainda estava cabisbaixo.

— Não precisa ficar triste desse jeito! Olha, vamos acabar com esse baixo astral e tomarmos uma rodada? – Propunha Raikou.

— Que seja, mas só com bebidas de baixo teor alcoólico, por favor. Não quero arranjar problemas aqui! – pedia o Pokemon de fogo.

— Que assim seja! Também quero chegar em casa acordado! Hu hu hu! – ria Suricune.

Dos que foram rebaixados recentemente, além de Entei, apenas Ambipon, Ferrotress e Mieshao compareceram a festa. Ambipon estava na mesa junto com Sceptile, Arcanaine e Crawdaunt. O primeiro já era seu amigo na classe NU e os outros dois se tornaram seu amigos recentemente.

— Você pode ter sido rebaixado, mas ainda podemos nos encontrar em NU! - falava alegremente o Pokemon de grama com um drink na mão.

— Você sempre estará em nossos corações! – ria o Crawdaunt.

— Vocês falam como se eu tivesse morrido! – resmungou o macaco.

— Pelo menos agora vai ter vida! Agora você viu que as aulas daqui são pesadas! – completou o Arcanaine.

— Mais vamos aproveitar que a turma está reunida em vamos nos divertir pra valer! – Propunha Sceptile erguendo sua bebida para um brinde. Logo, os quatro brindam alegremente.

— E mais tarde vamos botar um bom som que vai abalar as estruturas! – completou o canino.

Morelulls e Shiinotics são encarregados de fazerem o atendimento do bar. Logo traziam as bebidas para os cães lendários que, em seguida já estavam brindando.

Os boderlines já estavam chegando. Staraptor e Diggersby são Pokémon que foram considerados poderosos demais para UU e, assim como outros que estão na situação deles, trabalham como monitores de classe e auxiliam na arbitragem dos combates. Eles são bastante respeitados pela turma e esses dois são bastante carismáticos, e vão cumprimentando os outros convidados.

— Agradeço a presença de vocês! – Amoonguss se aproxima e os cumprimenta animadamente.

— Pois é cogumelão! Mas agora se prepara que agora vai conhecer o inferno! –o coelho falou em um tom debochado.

— Ah meu caro, já vou ter que ficar nervoso antes de entrar? – riu nervoso o cogumelo – mas e você, cérebro de passarinho, vai fazer ninho na monitoria mesmo?

— Não tenho culpa que não me deixam eu ir nem para OU e falam que sou forte demais pra ficar em UU – falava o Staraptor.

— Mas é só se dedicar um pouco mais, uai! – respondeu Amoonguss – mas o pessoal da monitoria veio tudo mesmo?

— Tô vendo o Scolipede ali – apontou o coelho.

— Pois vamos lá falar com ele?

— Bora!

Enquanto isso, Starmie, Scizor, Gengar e Heracross estavam fazendo seus pedidos a um Shiinotic garçom.

“Quero uma batida de fruta Mago, e por favor, sem álcool! “ enfatizava Starmie.

— Quero o de Figy mas sem álcool também, pois irei levar todos de volta e, apesar de ter resistência ao álcool, não vou me arriscar! – pedia a Scizor.

— Pois quero um de Mago, mas pode colocar trinta por cento de álcool! – disse Gengar com sua empolgação.

— Eu vou querer um de Figy com cinco por cento! – Heracross concluía o pedido.

Assim que o garçom saiu, Gengar pegou seu celular e pediu para seus companheiros se juntarem para tirar fotos.

— Um registro pra prosperidade! – disse com um enorme sorriso – agora vamos nós dois Starmie.

O fantasma envolveu a estrela com o braço e tirou uma selfie com os dois. Scizor e Heracross fizeram o mesmo. Starmie nunca gostou desse hábito que todos têm de ficar tirando fotos em toda ocasião que fuja um pouco da rotina.

— Ei Starmie, posso tirar uma contigo agora? – pedia Scizor.

Mas apesar de tudo, se sentiu lisonjeado por tirar uma foto com a sua amiga.

“Er... Pode sim” estava meio envergonhado. A inseto colocava uma das garras em sua estrela traseira e com a outra, tirava a foto com seu celular.

— Ei, vou dar um oi pra Chandelure, volto já – Gengar viu a Pokémon fogo e fantasma e correu em sua direção.

Logo Scolipede se aproximou dos outros três e estava acompanhado pelo Venomoth.

— Heracross, Scizor, como vão? – falou o centopéia.

— Conosco vai tudo bem - respondeu a Heracross.

— As lindas estão curtindo a festa? – Venomoth falou de um modo mais galanteador.

— Por enquanto sim, e espero que continue assim até o final! – afirmou Scizor.

Os dois insetos ainda continuavam puxando papo com as duas. Starmie sentiu um certo desconforto. Está óbvio que estão paquerando elas. Ele já estava pressentindo que iria sobrar aí. Ia fazer menção de sair daí, mas uma garra vermelha agarrou uma ponta dele.

— Ei Starmie, não é verdade que você nos prometeu que iria nos ajudar na formação dos times das avaliações práticas que estão por vir?

“Eu prometi?!” A estrela estava sem entender o que a Pokémon metálica queria dizer.

— Daquela formação! Não é mesmo Heracross? – Scizor lança um olhar cúmplice para sua amiga.

— Er... Isso mesmo Scizor! – a lutadora entendeu o esquema da outra – então, se não se importam, precisamos conversar sobre isso. Depois a gente se fala.

Os dois insetos perceberam que as fêmeas não queriam papo com eles e resolveram não insistir mais.

— Só podia ser um Caxias como o Starmie pra falar de faculdade a essa hora. Pois bem, até mais tarde! – Venomoth se despedia deles e se retirou com o Scolipede.

Momentos depois, ambas as insetos respiraram aliviadas.

— Ainda bem que se foram! – suspirou Heracross – Arceus me livre de cair na lábia de Venomoth!

— E correr o risco de virar cinzas pela namorada dele! – completou Scizor.

“Então eles estavam incomodando vocês?” Starmie também estava aliviado, mas pelo fato de que Scizor não iria sair do seu lado.

— Não exatamente, Venomoth é lindo, mas ordinário e tem uma namorada que pode nos queimar vivos. Mas Scolipede... devo admitir que é insetão que qualquer uma ia querer em casa não é, Scizor?

— Hum... Não acho ele essas coisas... – aparentemente, a inseto metálica não se importava com ele.

Mas com essa conversa, Starmie estava percebendo o quanto era egoísta. Por que está importando tanto com aqueles que se aproximam de Scizor? Especialmente com machos. Por que teme que ela arranje alguém... e que com isso o deixe sozinho... Às vezes, sentia ciúmes até da Heracross. São pensamentos que o incomoda de vez enquanto.

Enquanto isso, Altaria já estava cantando com sua bela voz no palco central:

 

One by one we light the candles of this show

One by one, enter the theatre of the primal birth

Silently watch the planetary curtain go down

Laugh and rejoice, as the powerful play greets you tonight

 

Enquanto a música ecoava no bar, Venomoth estava em uma mesa, agora ao lado de Ferrotress. Ele estava fazendo uma mensagem de vídeo para sua namorada, a Volcarona.

— É como você está vendo, meu amor! Hoje só estou fazendo companhia ao meu amigo Ferrotress, que está inconsolável devido ao rebaixamento.

“Sei...” respondeu a Pokemon de fogo pelo telefone. “Espero que não me apronte uma!”

— Que isso querida, já disse que só tenho olhos para você! Não precisa se preocupar. Te amo minha querida.

“Tá certo, mas juízo! Mais tarde eu te ligo de novo” Nisso a chamada foi encerrada.

— Ufa... – respirou o inseto aliviado – que encrenca que estou me metendo...

— Tem certeza que isso não é uma roubada? – questionou Ferrotress.

Nisso um outro Venomoth se aproxima dos outros dois.

— E ai Zoroark! Deu certo o que te pedi?

Um dos Venomoth se transformava para sua verdadeira forma – é cada uma que me pede! E essa tonta ainda caiu direitinho, realmente achou que era você!

— Não fala assim de minha namorada! – reclamou o verdadeiro – só quis que você fizesse isso para eu ter um pouco de liberdade. Sabe como essa fêmea pode ser um grude.

— Não sei por que ainda está com ela, seu cafajeste. Mas trato é trato, vou te interpretar direitinho para que ela não perceba que é corna e você me ajuda nas próximas avaliações práticas, ok?

— E quem disse que ela é corna? – retrucava a mariposa – só vou me divertir um pouquinho e tomar novos ares, nada de mais. Heracross e Scizor não parecem estar interessadas, mas acho que Beedrill e Durant podem me dar o que preciso para essa noite! – Nisso ele lança um olhar para vespa que os observava de longe.

— Isso é pra ver como você não presta! – Falou Zoroark

Depois de algumas músicas, todos estavam aplaudindo a atuação de Altaria. Ela saiu do palco para dar a vez de Primarina cantar, mas parece que nem todos estavam gostando da substituição.

— Esse baitora, não! Coloque uma fêmea de verdade para cantar! – gritava Haxorus.

A foca se preparava no palco ignorando os insultos. Logo começava a cantar.

 

Fly me to the moon

And let me play among the stars

Let me see what spring is like

On Jupiter and Mars

In other words hold my hand

In other words darling kiss me

 

A maioria estava maravilhada com a bela voz da foca. Starmie escutava a música com atenção. Primarina tinha uma voz fina e angelical, apesar de ainda não ser feminina. A estrela pensava no por quê que tinha gente que não gostava da maneira que ele cantava. Nisso começou a divagar em por que ainda tem gente que se importa tanto com esse negócio de gênero, principalmente entre os ditos binários. Para Starmie, que é um ser não binário, muitas vezes fica confuso com sua identidade sexual, apesar de sua espécie ser considerada sem gênero e sempre lhe foi ensinado que não se deve ser envolver com os binários. Mas até entre estes, há aqueles que não estão felizes com o gênero que nasceram.

Seus pensamentos foram interrompidos com o retorno de Gengar, que estava um pouco cabisbaixo.

“Chandelure te deu fora de novo?!” deduziu a estrela.

— Ela ainda não percebeu no quanto ela me quer... – Gengar tenta não se dar por vencido – mas voltei por causa das bebidas que estão chegando.

Nisso eles finalmente são servidos com seus pedidos e continuavam a escutar o desempenho de Primarina.

Mas Haxorus, agora com o apoio de Darmanitan, continuava a insultar o Primarina.

— Cara, não sabe cantar como um macho? – gritava o dragão.

Mas nisso uma rajada de luz em forma de lua caia sobre o Haxorus, nocauteando o dragão.

— Mais uma reclamação homofóbica ai? – indagava o Pokemon fada.

Darmanitan ficou um pouco assustado. Apesar de tudo, Primarina é um Pokemon poderoso. Ele resolveu se aquietar por enquanto.

Primarina resolveu cantar mais uma canção. Por algum motivo se lembrava de Incineroar enquanto cantava essa canção.

 

Seu amor me pegou

Cê bateu tão forte com o teu amor

Nocauteou, me tonteou

Veio à tona, fui à lona, foi K.O.

 

Terminada a canção, a foca cedeu o lugar para Marowak. Ela não ia cantar. Ao invés disso, ela ligou um radio com uma música gravada. Era uma música típica de Alola. Nisso ela começou a dançar utilizando seu bastão de osso com fogo aceso.

Todos estavam extasiados pela performance da Pokémon fogo-fantasma. Ela dava seus passos com precisão. E toda vez que arremessa seu bastão no ar, fazendo piruetas, a plateia ia à loucura.

— Fiuuuu! – Gengar dava um assovio – essa se garante!

Primarina gravava a performance da amiga em seu celular – você está sendo um arraso!

Depois de alguns minutos, Marowak encerrava sua atuação, e reverenciou a plateia, que estavam aplaudindo intensamente.

— Marowak você foi um arraso! – felicitava Primarina – não falei que todos iam adorar sua dança?

— Puff, puff... até que foi divertido! – Marowak não escondia seu cansaço – mas o que está mexendo no seu celular.

— Estou mandando um vídeo de sua atuação para a Decidueye, claro. Ela vai amar te ver dançando dessa forma.

— Primarina, não faça isso! – Marowak ficou envergonhada.

— Tarde demais querida, já enviei!

— Você não tem jeito... – a Pokemon de fogo estava constrangida.

Logo um grupo de Pokemon estavam preparando os instrumentos para fazer um show de rock para seus colegas. Secptile ajeitava a guitarra, Crawdant pegava as baquetas com suas garras e se posicionava na bateria, Ambipom já dava umas notas em seu baixo e Arcanaine já exercitava sua voz próximo ao microfone.

Logo a música começava com a balada dos instrumentos e com... latidos.

 

Howf, Howf, Howf, Howf,

I've been caught stealing

Once when I was 5...

I enjoy stealing

It's just as simple as that

Well, it's just a simple fact

When I want something

I don't want to pay for it

 

Logo, todos estavam eufóricos com a voz grossa de Arcanaine, alguns estavam dançando conforme o ritmo. Inclusive um Venomouth com uma Beedrill que acabou chamando atenção da Heracross que estava na mesa.

— Essa daí não tem juízo! – comentava a lutadora.

— Realmente ela não tem noção do perigo! – completava a Scizor – se a Volcarona ver isso ai, não tem mega-pedra que a salve.

Terminada a música, a platéia aplaudia e pedia mais.

— Então borá pra mais uma! – Arcanaine anunciava pelo microfone. Logo, já começaram com a segunda música, com o cachorro no microfone e os outros três em coro:

 

I wanna rock, (ROCK)

I wanna rock, (ROCK)

I waaaant to rock, (ROCK)

I wanna rock (ROCK)

 

— EI VOCÊ DIZ ISSO, MAS CUIDADO! LEVAR UM GOLPE DO TIPO PEDRA PODE TE FERRAR LEGAL! – Gengar não perdia a piada.

Os quatros estavam absortos na apresentação dos colegas, mas quando Starmie se virou na mesa, acabou se assustando quando se depara com o Infernape que estava de cócoras em cima da mesa de onde os quatro estavam. O Pokemon de fogo estava encarando a estrela.

“Ai que susto! Você e essa sua mania de subir nas mesas...”

— Ei estrela, tô meio entediado com essa festa! Meu amigo Lucario não quis vir, pois ainda tá de fossa com o rebaixamento!

“E daí?”

— Que tal dá uma emoção nessa festa! Vamos fazer como no ano passado pra ver quem aguenta mais birita ou...

“MAS NEM PENSAR!!!” Starmie foi bem enfático. “Você não se lembra do que ocorreu na última vez que fizemos isso?”

— Olha, para falar a verdade, nem me lembro do que realmente aconteceu – o macaco coçava a cabeça.

“Isso que é ruim! Pokémon de tipagem como as nossas não deveriam beber! Sem falar que estamos no meio de uma floresta! Qualquer descuido pode resultar em um incêndio, que em um lugar como esse, pode ser catastrófico” argumentava a estrela.

— O que podemos fazer então? – indagava o Pokémon fogo-lutador.

“Talvez, uma competição de quem fica mais tempo sem beber.”

— Tu não ta falando sério rs rs! – o macaco debochou da proposta.

“Pois é, acho que você não é capaz disso!” a estrela devolveu o deboche.

Infernape resmungou por conta da resposta do Pokémon aquático. Desde que se conheceram na universidade, o lutador nutria uma certa competitividade com Starmie. Ele achava irritante, mas ao mesmo tempo, admirável de como a estrela o supera em vários aspectos, tanto em combates como fora deles. A modéstia dela também é algo que chama atenção do macaco. Ele considera Starmie como seu rival.

— Tá bom! Não vamos beber! Mas com uma condição! Vamos tocar umas lá no palco!

“Nó... nó... nóis?! Lá na frente?!” Starmie se espantou.

— Sim, vamos mostrar pra aquele cachorro e sua turma de zoeiros quem faz rock de verdade! Até que você sabe dá uns acodes na guitarra, não é?

“Não sou bom com essas coisas! Não tenho disposição para ir pro palco” a estrela estava amedrontada.

— Tá com medo? Ou é isso ou eu vou encher a cara! – impôs o Infernape.

— Esse macaco é teimoso mesmo! Mas vamos lá Starmie! Pra falar a verdade, também quero ir ao palco! – propunha Gengar – vamos só algumas que esse chimpanzé para de te encher o saco!

— Acho que também podemos ir, não é Heracross! – Scizor também se voluntaria para a banda.

— Acho que vou chamar a Chandelure também! Ela é boa com os teclados! – declarou Gengar.

— Vamos Starmie! Estamos só entre amigos! Não precisamos fazer nenhuma apresentação profissional – Scizor tenta animar o Pokemon aquático.

“Acho que não tem jeito... mas só um pouco!” a estrela finalmente cede.

— Então tá combinado! Eles estão terminando! Borá nos ajeitar! – então Infernape pega no braço de Starmie e acaba meio que o “arrastando” para o palco.

Em pouco tempo, os cinco estavam se preparando para tocar. Scizor irá ficar na bateria, Heracross no baixo, Starmie estará encarregado da guitarra rítmica, enquanto Infernape ficará com a guitarra solo. E Gengar ficará nos vocais. Além deles também estava o Magneton que ficava encarregado da assistência técnica.

— Bem, a Chandelure disse que se formos bem, TALVEZ ela venha pra tocar conosco – disse um fantasma meio sem graça.

Starmie estava se tremendo de nervosismo. Mas sentiu uma garra pousando suavemente em uma de suas pontas.

— Não precisa se assustar! Não temos nada a perder! Todo mundo sabe que ninguém aqui é profissional! – Scizor tentava acalmar sua colega.

“Scizor, também está nervosa?” a estrela reparou que a garra dela também estava trêmula.

— Só um pouco! Hi hi hi Não posso negar que estou meio ansiosa! Mas faço qualquer coisa pra esse macaco se acalmar – a inseto riu nervosa – mas vamos aproveitar essa oportunidade para nos divertir juntos, não é?

Com as palavras de sua amiga, a estrela tomou coragem. “Pois é, o que pode dar de errado?”

— Mas se tocarmos essa música, nós nem vamos precisar de tecladista! Vamos dar o nosso melhor! – incentivava a Heracross.

Logo, eles estavam no palco. Gengar já estava anunciando a apresentação deles.

— Espero que não se importem de terem suas defesas especiais reduzidas, pois daqui em diante, só vai ter SOM METÁLICO!

A platéia urrava em euforia.

Scizor batia as baquetas indicando que vão começar a tocar. Mas a música não começava.

— Starmie, é você que começa! – cochichou Infernape.

A estrela ainda estava um pouco nervosa. O público os encarava intensamente. Tinha que começar a tocar para não comprometer seus colegas. Tomou coragem e começou a soar as primeiras notas.

Logo, seus companheiros começavam a acompanhá-lo. Ao longo da canção, Starmie vai ganhando mais confiança e, aos poucos vai aumentando a intensidade dos acordes. A platéia começava a gritar animada. E Gengar começa a cantar com empolgação.

 

Say your prayers, little one

Don't forget, my son,

To include everyone

 

Tuck you in, warm within

Keep you free from sin

Till the sandman he comes

 

Pouco a pouco, os cincos estavam se empolgando com a atuação deles. Especialmente Infernape, que levava a platéia a loucura com os seus solos. Mas ele estava muito bem acompanhado pela atuação de Starmie na guitarra, sendo que este, também se arriscava no back vocal.

Enquanto isso, muitos dos espectadores ficaram maravilhados com o show.

— Nossa isso que é metal de verdade! – afirmou um energético Metagross que se encantou com o som pesado do quinteto.

— Ei Chandelure! Até que eles estão arrasando não é? – Uma Hydreigon também estava curtindo muito a música.

— É, até que não está tão ruim... – respondeu a Pokémon fantasma, que tentava não mostrar empolgação – mas acho que está faltando... tipo... um “quê” mais sombrio.

— Bem ninguém aqui é mais sombria que você! Por que não foi lá quando o Gengar te chamou?

— Eu, ir lá em cima com aquele bobo alegre? – debochou a lustre.

— E por que não? Será que esse fantasma mexe com você? Hi hi hi... – disse a dragoa em um tom mais provocativo.

— Esse cara só me dá asco! Mas acho que vou lá só pra ensinar a esses principiantes o que é melodia de verdade! – nisso a fantasma foi flutuando até o palco.

— Arrasa ai amiga!

Finalizada a música, os cincos são aplaudidos pelos seus colegas. Não imaginariam que sua atuação seria tão bem aceita. Estavam cansados, mas ficaram bem eufóricos.

— A gente detonou! – Infernape deu um soco no ar de alegria.

— Foi de arrasar! Bora mais uma? – propôs Gengar.

“Mas qual?” indagou Starmie.

— Bem, que tal esta? – disse uma Pokemon fogo-fantasma que chegou trazendo um papel com letras e notas de uma canção.

— Chandelure! Sabia que viria! – Gengar não esconde seu contentamento.

— Bem pelo visto terei que ajudar esses amadores a botar música de verdade para agradar as forças das trevas... dê uma olhada nessa melodia...

Os outros olhavam para letra. “Essa música parece meio sombria...” opinou Starmie.

— Tá assustadinha! Que tocar o quê? Música de desenho infantil?

“Não... não é isso... só achei que pode ser que tenha gente que a ache pesada... mas, não vejo problema algum com ela...” disse timidamente a estrela.

Enquanto isso Magneton preparava um teclado para a lustre. Nisso o Infernape se gabava pela atuação.

— Mostrei pra esse povo que sou bem melhor na guitarra que Sceptile.

— Mas não acho que supere o Starmie na guitarra – recrutou Gengar.

“Não é bem assim, realmente Infernape atuou muito bem...” disse a estrela que estava lisonjeada pelos elogios.

“Bem, o índice de acerto de Infernape foi de 89% e de Starmie foi de 95%. Levando em conta que Starmie tocou por mais tempo que o Infernape, posso concluir que a atuação desse foi a melhor” declarava Magneton com sua voz metálica.

— Você nem entende de música, bisolhudo! Minhas notas foram muito mais difíceis de executar! - reclamava o lutador.

— Tá bom gente! Os dois foram ótimos! Agora vamos pro palco pra tocar a próxima! – disse Heracross interrompendo a discussão.

— Já vou avisando, se me fizerem passar vergonha, eu queimo a alma de vocês e as mando pro inferno! – declara a Chandelure.

Agora são seis que vão ao palco. Chandelure começa a tocar nos teclados e logo é acompanhada pelo Gengar.

 

The trail of blood dropping from your skin

Left me standing by your doorstep, endless misery

The scars of every word come in between

Underneath the surface, the silent melody

 

Logo a música se intensifica com os outros acompanhando com os instrumentos. Agora é a vez de Chandelure cantar.

 

Try to fill the void, the incomplete

The first of thousand movements, echoes of a sin

The living proof of “Pokekind” once redeemed

The past condemned us all to eternal suffering

 

Logo os dois fantasmas estavam fazendo um belo dueto. Starmie via, admirado, a atuação de seus companheiros e percebia como os dois atuam bem juntos. A estrela até acha que eles dariam um bom par. Mas sabe o quanto Chandelure é pessimista e teimosa e Gengar, às vezes, pode ser um mala sem-alça e tem um senso de humor que pode ser incomodo demais para a Pokemon fantasma. Mas será que aquele ditado de “os opostos se atrai” se aplicaria neles?

Mais uma vez, a platéia ficava extasiada. Muitos começam a pedir em coro por mais uma.

“Arceus do céu, esse povo não se cansa da gente?!” Starmie já começava a sentir cansaço e usava seus poderes telepáticos para despejar água de uma garrafa em si mesmo.

— Vamos só mais uma! Quero tocar essa! – pedia Infernape, mostrando um papel com letras de mais uma música.

Gengar viu a canção! – ei Chandelure, essa música lembra muito você! Rs rs rs...

— Engraçadinho! Mas essa é a última.

Enquanto se preparavam, um Shiinotic trazia bebidas para os Pokemon do palco.

— Uma batida de Mago zero álcool para Starmie e uma batida 30% para senhor Gengar! – anunciava o garçom.

Cada um dava um gole em suas respectivas bebidas.

“Por que você pede o mesmo sabor que o meu? Tá querendo que me confunda com as bebidas?”

— Ah estrela, não tenho culpa se nós dois gostamos de coisas doces!

— EI VOCÊS DOIS! PAREM DE CONVERSINHA AI E VAMOS LOGO! O POVO JÁ TA ESPERANDO POR NÓS! – gritava o macaco do palco.

— Vamos fazer o seguinte, coloquemos as bebidas nessa mesa! Você é o único que usa um canudo comprido desse jeito pra beber. É só deixá-lo no seu copo que não tem erro! – afirmou o fantasma.

Nisso os dois foram, para junto de seus companheiros, tocarem a última deles desta noite.

 

The sky is red, I don't understand,

past midnight I still see the land.

People are sayin' the woman is damned,

she makes you burn with a wave of her hand.

 

The city's a blaze, the town's on fire.

The woman's flames are reaching higher.

We were fools, we called her liar.

All I hear… is "Buuuuuuuuuuuuuuuuuuuuurn!"

 

A música segue bem animada. Scizor bate nos pratos, tambores e pedais com notas fortes e intensas. Os espectadores vão à loucura com os solos de Starmie, Infernape e Chandelure.

Enquanto isso Zoroark, em sua aparência verdadeira, vai andando pelo pátio. Encontra, sentada em um banquete e se apoiando em um balcão, uma Mieshao que estava meio aborrecida.

— Oi! Me parece desanimada, não ta gostando da festa?

— Arri égua! Esse povo só gosta de rock! Espero que o povo de RU tenha um gosto musical melhor! – reclama a suricate.

— Tá achando o som meio pesado...

— Pois é! Massa mesmo era quando o Primarina estava cantando! Ele sim tem umas músicas mais românticas e achei linda aquela que ele cantou em português! Mó paia que tem gente mangando dele! Ele é o que é e pronto!

— Bom, mas tenha um pouco de paciência, parece que a próxima é a Krookodile, e ela vai cantar música sertaneja.

— É mesmo?! Espero que ela se garanta! – Mieshao ficou mais animada.

— Ei! Zoroark! VEM CÁ AGORA QUE A FERA ESTÁ LIGANDO! – vinha chamando um Forretress ofegante.

— Oh saco... tudo bem, já tô indo! – respondeu a raposa negra.

— O que vocês estão aprontando? – indaga Mieshao com olhar de desconfiança.

— Você não precisa saber agora! Depois a gente se fala! – se despede Zoroark.

Enfim a música acaba e os seis são bastante ovacionados. Mas enquanto cinco deles reverenciam a platéia, Scizor suspira ofegante atrás da bateria.

— Vamos parar agora, por favor! Estou com calor e isso não é nada bom!

Heracross se preocupa com as condições da amiga – é gente, vamos parar por aqui! Já tocamos demais e o pessoal gostou muito da nossa atuação.

“Scizor, bata suas asas pra ver se melhora! E beba um pouco disso!” com sua telepatia, Starmie traz um copo de água para Scizor. “E vamos parar mesmo! Meus pés ambulacrários já estão doloridos.”

— Muito obrigada Starmie! – a inseto bate suas asas e o vento gerado ajuda a refrescar seu corpo!

Os outros concordam que já está na hora de parar. Nisso vem chegando uma Krookodile carregando um violão.

— Até que enfim terminou essas músicas de doido. Agora vai ser o “norso” sertanejo! – disse a réptil radiante.

— Nós finalmente mostramos cultura para o pessoal e ai você vem nos trazer daquelas músicas bregas.

— Brega é tu, abajur emo ambulante.

Mas, enquanto eles retiram os instrumentos do palco, algo cai com força, fazendo um buraco no palanque de madeira.

Os Pokémon ficaram assustados com o que viram. Logo viram um Breloom, meio arrebentado, saindo do buraco.

— Não deveria desafiado ela desse jeito... agora ela esta fora de controle... – disse o Pokémon vegetal ofegante.

— Que houve? Quem fez isso? – a Heracross estava preocupada, ajudando seu colega a se levantar.

Os outros logo viram o que estava acontecendo no pátio. Azumarill estava, descontroladamente, destruindo objetos e distribuindo golpes indiscriminadamente. Os outros Pokémon estavam desesperados com a repentina loucura da Pokémon aquática.

— Arceus! O que houve com ela? – questionou a Scizor surpreendida.

— Resolvemos só fazer uma rodada de coquetel de Berries, mas parece que ela ficou bastante afetada... – respondeu o Breloom.

— Mas é lógico que ela iria ficar assim, não sabe que bebida afeta muito Pokémon aquático-fada? – esbravejou Heracross – que concentração alcoólica era aquele coquetel?

— Então bora guardar os instrumentos! Se quebrar eles vai ser uma nota pra gente pagar! – declarou Gengar.

— Se argo acontecer com meu violão, num vô perdoar ninguém! – ameaça Krookodile.

Rapidamente os Pokémon guardavam os instrumentos. Quando terminaram, eles são surpreendidos pelo acesso da Azumarill ao palco. Os nove Pokémon, Starmie, Heracross, Scizor, Gengar, Chandelure, Infernape, Magneton, Krookodile e Breloom a observavam com apreensão.

— Eeee aaaiiiií pessoal... hic... agora chegou a melhor da festa... vaamos todos dançaar... – a coelha esta calambeando.

— Ela está fora de si! E agora? – disse Heracross enquanto carrega Breloom nos ombros.

De repente, ela se move desferindo o golpe Cachoeira. Enquanto os outros desviam, Magneton se coloca diante dela e recebe o golpe. Os dois batem contra a parede da estrutura causando um tremor.

Com o impacto, em uma mesa próxima, um canudo comprido de um copo pende e acaba caindo em um outro...

— Magneton! Use Onda Trovão para detê-la! – sugeria Scizor.

O imã ia acatar a sugestão, mas Azumarill logo usou o Super Poder que acaba deixando o Pokémon elétrico debilitado.

— Ei minha filha, você não pode ficar assim arrumando confusão! – Infernape logo se coloca perante a ela com o intuito de partir pra cima dela.

“INFERNAPE! TÁ LOUCO! SAI DAÍ QUE VOCÊ NÃO É PÁREO PRA ELA” Starmie tenta avisar.

Mas em um piscar de olho, um Jato Aquático é desferido que arremessa o Pokémon de fogo para fora do palco e ele cai bem próximo a mesa de onde estavam os cães lendários.

— Cara, você está bem? – Indaga Suicune preocupado.

Mas eles não esperavam que um copo de bebida fosse derrubado e seu conteúdo se despejou na boca de Infernape. Os cães tentavam acudi-lo, mas ele se levanta de repente. A chama de sua cabeça se eleva e ele dá um urro agudo enquanto bate em seu próprio peito.

— Voxê vai ver só... – o macaco tava calambeante e logo saltou em direção ao palco.

Os cães ficaram estarrecidos com a cena.

— O que tinha naquele copo Raikou? – pergunta o Entei.

— He He! Queria uma bebidinha um pouquinho mais forte... – respondeu Raikou sem graça.

Próximo ao palco, Infernape chamava Azumarill para luta:

—VEENHA AAAQUI SUA BOLA AZUL...

— Vaai se arrepender disso... – ela pula do palco em direção ao macaco.

— Num pode fogo, mas porrada pode... – logo o macaco vai desferindo o Combate Próximo, enquanto que Azumarill vai de Brincadeira Dura. Os dois vão trocando socos e tapas!

— ORA! ORA! ORA! ORA! ORA! ORA! ORA! ORA! ORA! ORA! ORA! ORA! ORA! ORA!

— INÚTIL! INÚTIL! INÚTIL! INÚTIL! INÚTIL! INÚTIL! INÚTIL! INÚTIL! INÚTIL! INÚTIL!

Os outros estavam assombrados pela luta que estava ocorrendo. Gengar estava até achando graça da briga dos dois – o que é uma festa sem uma confusão?

“Depois do trabalho que nós tivemos de vir aqui e tocar música só pra agradar esse macaco pra ver se ele não arruma confusão...” lamenta Starmie.

— EI PODEM PARAR COM ESSA CONFUSÃO AGORA! – ordena o Amoonguns furioso.

— Deixe que eu te ajudo a parar esses dois alegrinhos! – se ofereceu Tentacruel.

No palco, Gengar pegava as bebidas da mesa e dava o copo com o canudo para Starmie.

— Relaxa Starmie! Amooguns e os outros logo vão dar conta da situação – o fantasma bebe o conteúdo do copo – mas que bebidinha mais fraca, nem sinto o gosto do álcool! Mas e ai estrela, sua bebida ta prestando?

Mas um copo cai dos braços de Starmie e quebra no chão.

“He He He! Hi hi He He ha ha ha ha ha!”

— Oh estrela, tu tá bem? Não me diga que bebeu da alcoólica? – indaga o fantasma preocupado.

“Eu tô bem! Tô bem...”

Calambeante, a estrela vai levitando em direção ao local da confusão.

— O que houve com Starmie! – Scizor tava preocupada.

— Acho que ela acabou, sem querer, ingerindo álcool! – Responde Gengar.

— VOCÊ DEU BEBIDA PRA ELE?! – a inseto fica raivosa.

— FOI SEM QUERER!

— Ai! Ele vai ficar super chateado com a gente quando voltar a si! Vamos detê-lo agora! – ordena a Pokémon metálica.

Tentacruel já estava segurando os arruaceiros com seus tentáculos – Amoongus, agora é só por eles pra dormir que... - mas Starmie, com seus poderes psíquicos, lança os três para mais alguns metros de distância. “QUE PARAR COM ESSAAA BAGUÇA VOOCÊIIIIS!”

— AH não, mais um?! Desgraça pouca é bobagem! – resmunga Amoonguss.

Os dois que estavam brigando, se livraram dos tentáculos e resolveram partir para cima da estrela. Mas com sua telepatia, a estrela os arremessa mais uma vez!

“Me respeitem seus mentecárpitos! Eu fiquei em OU por mais de três anos nessa budega! Vocês devem me levar a sério”.

Gengar e Scizor correm em direção a Starmie.

— E agora, o que faremos?

— Gengar, não dá pra hipnotizá-lo, ou algo do tipo?

— Do jeito que está chapado, não acredito que a hipnose funcione! Além disso, é perigoso demais pra mim me aproximar dele com esse poder psíquico se emanando – o fantasma tava assustado.

— STARMIE! TÁ ME OUVINDO? SOU EU, A SCIZOR, SE CONTROLE POR FAVOR! – grita a inseto na tentativa de trazer seu amigo de volta a si.

— Ei estrela! Quem mandou você interromper minha briga! – o macaco tava com a voz amolecida – quer levar também?

O punho do macaco logo emanava faíscas de eletricidade. Ele estava prestes a desferir um Soco de Trovão.

— Se machucar Starmie vai se ver comigo! – ameaça Scizor.

Mas ele ignora o aviso e corre em direção ao Pokémon aquático. Mas o golpe é desviado e a estrela começa a voar sem rumo por toda área do bar.

“QUERO VER ME PEGAR, BAFO DE BANANA!” provoca o aquático.

Logo Infernape inicia uma perseguição à estrela.

Enquanto isso, Zoroark, com aparência de Venomoth, estava em uma vídeo-ligação com Volcarona.

— Está maior confusão aqui! Tem alguns mons chapados que tão fazendo a quebradeira aqui!

“Então você pode tá em perigo! Vou já te buscar ai!” disse a Pokémon do outro lado da linha apreensiva.

— Não precisa se incomodar! Eu já estou saindo daqui e... ARG! – de repente Starmie se esbarra em Zoroark que é derrubado, e o celular cai no chão.

“Venomoth! Venomoth! Você está bem?!”

— Estou bem querida! Eles acabaram de se esbarrar em mim...

“Ei, quem é você?” disse a inseto desconfiada.

Zoroark acabou percebendo tardiamente que, devido ao impacto, a ilusão foi desfeita.

“Onde está o Venomoth?!” Volcarona estava zangada. “Me passe já pra ele!”

Desesperado, Zoroark, acompanhado de Forretress vão procurar Venomoth. Mas logo viram que ele estava aos amassos com Beedrill.

— Há não, ele tá com a Beedrill! E agora? – o inseto-metálico começou a se desesperar.

“ELE TÁ COM QUEM?” esbravejou a inseto.

— SEU IDIOTA! POR QUE DISSE ISSO TÃO ALTO?! – Esbraveja Zoroak.

“Já estou indo pegar esse safado!” nisso a chama é desfeita.

— E agora? – Ferrotress se apavora.

— Temos que avisar ao Venomoth! – Zoroark também estava com coração na garganta.

Infernape tenta em vão atingir Starmie que levita para fora de seu alcance. Azumarill também se junta à perseguição.

Tentacruel tenta se recuperar com o golpe que recebera a pouco – Saco, Starmie será mais difícil de deter!

Os dois persegudores sobem em uma árvore com o intuito de alcançar a estrela. Chegam ao topo e saltam em direção a ela. Mas Starmie desfere um ataque psíquico que os derruba e os dois acabam caídos inconscientes no chão.

“Tem maaais alguém que quer fazer zuada?”

— Starmie! Se acalme por favor, esses dois já não vão causar mais problemas! – Scizor se aproxima com cuidado e suplica com uma voz gentil.

Com isso Starmie começa a se acalmar e desce para o chão “Scizor... fiz certo... não foi?”

— Tá tudo bem Starmie! Vamos pra casa juntas, por favor? – Scizor estende a garra e lança um olhar convidativo para o aquático.

Hesitante, a estrela se aproxima da inseto. Mas um clarão toma conta do ambiente repetinamente.

— Ei Venomoth, não quero te interromper, mas é importante... – Zoroark estava ofegante.

— Mas vocês não têm educação, não tá vendo que precisamos de sossego! – a mariposa se aborrece.

— A casa caiu! A Volcarona já sabe do esquema! – declara Forretress com pavor!

— Com é que é! – Venomoth estava incrédulo. Nisso, Ferrotress começa a se enterrar na terra.

— Aonde vai Ferrotress?

— Vou me esconder logo! Eu que não vou encarar uma Pokémon do tipo fogo por conta de suas armações! – Nisso, o metálico se esconde no solo.

— Ei Venomoth! Você não disse que não estava mais com ela? Você me enganou seu safado! – Beedrill se sentiu enganada.

— Querida depois eu te explico, mas agora... – mas o inseto foi interrompido por um grito.

— VENOOOMOOOTH!

Vinha voando pelos céus uma Volcarona que emanava fogo pela suas asas. Observava-se que ela estava furiosa e vinha no encalço de seu namorado.

— CADE VOCÊ SEU INSETO SAFADO! VOU ACABAR COM SUA RAÇA, COM A VAGABUNDA QUE TAVA COM VOCÊ E COM TODOS QUE TRAMARAM PRA CIMA DE MIM!

Todos os outros Pokémon ficaram aterrorizados com a presença da inseto. Todos temiam pelo bar que pode ser tomado pelas chamas e por suas próprias integridades.

Gengar acabou comentando com Heracross que havia, a pouco se aproximado dele:

— Ei, não tem a música que tocamos há pouco? Parece que ela vai acontecer agora!

— Só você mesmo pra fazer piada de uma situação como essa hahhahah... Heracross riu nervoso.

Mas Scizor acabou se congelando de pavor por conta da presença intimidadora da Pokemon inseto. Lágrimas saíram de seus olhos e um temor mortal tomou conta de seu ser...

 

 

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Músicas usadas no capítulo:

 

Cantada por Altaria:

Edema Ruh - Nightwish

 

Cantadas por Primarina:

Fly me to the Moon - Versão de Brenda Lee, encerramento do jogo Bayonetta.

KO - Pablo Vittar

 

Cantadas por Arcanane:

Been Caught Stealing - Jane's Addiction

I Wanna Rock - Twisted Sister

 

Cantadas por Gengar:

Enter Sandman - Metallica

Bursting Open - Semblant

Burn - Deep Purple

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Glossário

"rajada de luz em forma de lua" - Moonblast (não arrumei tradução ainda)

Som Metálico - Metal Sound

Cachoeira - Waterfall

Onda Trovão - Thunder Wave

Super Poder - Superpower

Jato Aquático - Aqua Jet

Combate Próximo - Close Combat

Brincadeira Dura - Play Rough

Soco de Trovão - Thunder Punch

Esporo - Spore

Notes:

Mais uma vez, agradeço a leitura! O clímax da festa vai ocorrer no capítulo 4. Como nossos amigos Pokémon vão sair dessa?

Até mais!

Chapter 4: Capítulo 4 - O Inferno sobre a terra

Notes:

Nossos amigos estavam se divertindo com as apresentações musicais no palco. Mas bastou que alguns ficarem de porre para a confusão se instaurar. E para piorar, surge Volcarona, que não está nada contente por causa da traição de seu namorado Venomoth!

Boa Leitura!

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

— VENOOOOOMOOOTH!

Foi berrando esse nome que a Volcarona surgiu furiosa perante aos Pokémon que estavam na festa. A maioria estava assusta pois um dos mais poderosos Pokémon do tipo inseto de toda Smogon estava lá, com suas asas incandescentes e determinada a acertar contas com Venomoth e com qualquer outro que ache que colaborou com ele sem pensar nas consequências.

Tentacruel, que se recuperara do ataque de Starmie, resolveu falar com a mariposa na tentativa de resolver as coisas de forma pacífica:

— Olha querida, sei que está muito nervosa pelo que aconteceu, mas sei que não era para você nem estaraqui! Ainda mais querendo arrumar confusão e arriscar a integridade daqueles que apenas querem tranquilidade. Então eu lhe peço que vá com o seu namorado e resolvam seus desentendimentos em outro lugar de forma civilizada. Pode ser?

Mas só foi ele terminar de falar que já foi atingido pela Dança do Fogo de Volcarona. Ele acabou sendo debilitado.

— Nem me venham com conversa mole pra encobrir esses cretinos! – declarou a furiosa inseto.

— TENTACRUEL! Minha nossa! Sabia que estava enfraquecido, mas não imaginava que ele seria nocauteando de cara! –Amoonguss se desespera – quantas Danças Sinuosas ela fez a caminho daqui?

Beedrill também se desespera, pois sabe que pode ser alvo dela. Então, rapidamente ela usa seu Ataque Furadeira para se esconder do solo – DROGA! DROGA! DROGA! Não deveria ter caído na lábia desse infeliz! Esperta foi a Durant que ficou com o belo e solteiro Scolipede!

— Se Venomoth e a infeliz que deu em cima dele não aparecerem logo, vou incendiar esse lugar inteiro! – ameaça a Volcarona.

Scizor não conseguia controlar seu medo. Ela tem temor por Pokémon do tipo fogo, especialmente daqueles que se mostram furiosos, não só pela sua extrema vulnerabilidade a eles como por conta de traumas do passado. Ela queria fugir daí, mas seu corpo não obedecia.

Starmie ainda não estava bem das ideias devido ao álcool que estava em seu organismo. Mas percebeu que há uma grande ameaça por perto e, principalmente, que sua amiga ao lado estava sentindo muito medo. Instintivamente, ele estendeu um de seus “braços” à Scizor. Percebendo a atitude do amigo, a inseto-metálico o segura com sua garra e é levada pelo mesmo para um lugar mais seguro.

Os outros Pokémon estão sem ter o que fazer, temendo pelo pior.

— Peço que se acalmem agora mesmo! Não é nada que nós da classe UU não possamos fazer! – uma suave voz feminina tentava acalmar os colegas. Era de Latias, uma das alunas mais poderosas de UU e representante da turma.

— O que vamos fazer Latias? Nós aquáticos vamos enfrenta-la? –questionou Suricune.

— Não! Ela pode estar com Giga Dreno que pode ser ameaça para vocês! Os aquáticos serão encarregados de acabar com qualquer foco de incêndio que encontrar! Temos que minimizar os danos.

Enquanto isso uma chuva chegava ao local. Chegavam Politoeds e Pelippers que trazia chuva ao local.

— Parece que o pessoal do estabelecimento também tem seus meios de prevenção! –falou a Latias admirada.

— Mas quem vai atacar então? – questiona Amoonguss.

— O Aerodactyl está aí?

— Me chamou Latias?

— Está com sua Mega-pedra? Não acredito que tenha alguém mais apto paraenfrenta-la do que você.

— Pode deixar comigo! – disse o Pokémon voador.

— Crobat! Ajude ele por favor!

Uma Crobat surge ao lado de Aerodactyl – entendido Latias – e logo, os dois voadores levantam vôo em direção a Volcarona.

— O Volcanion não veio? Ele seria de grande ajuda agora – questionou Latias.

— Ele não veio por causa de Magearna, ele não queria deixá-la só! – respondeu Mamoswine.

— E o Starmie também seria útil a essa hora! Ele é um dos Pokémon aquático mais ágeis de UU – comentou Amoonguss –se não estivesse bêbado...

— Mas pelo que percebi, ele está com a Scizor – respondeu Latias – acho que é até melhor ficar com ela que aí eles se protegem.

“Pois é Scizor, você é a mais poderosa de nós, mas em uma situação como essa, você não tem o que fazer. Espero que Starmie consiga temanter segura!” pondera Latias preocupada.

Em um lugar mais afastado, Zoroark estava escondido com o Venomoth.

— Não dá pra você assumir minha aparência só pra ganhar tempo? – pedia Venomoth.

— Nem vem! – recusou Zoroark – não quero ver a Volcarona mais furiosa do que já tá! E você ai se descadeirando aí. O que está pretendendo?

— Não me faça perder a concentração! Talvez isso seja o nosso trunfo para detê-la.

— Mas vê se arruma um outro bucha de canhão aí que, desta vez não vou te ajudar! – declara o noturno.

— Se não revelar minha localização, já ajuda muito – respondeu o inseto.

— Mas não demore porque senão ela vai transformar esse lugar em cinzas! – Zoroark tentar a apressar o inseto.

Aerodactyl e Crobat voaram em direção a Volcarona.

— É melhor você sair daqui agora antes que as coisas fiquem feias pra você! – declarou o Pokémon de Pedra.

— Tenho minhas contas para acertar, se interferirem vão sofrer as consequências também! – ameaça a inseto.

— Não diga que não avisei... – a Mega-pedra na tornozeleira brilhou e o corpo de Aerodactyl começa a se transformar, atingindo sua Mega-evolução.

Ele espalhou Rochas Flutuantes pelo ar para dificultar o movimento da sua adversária. A Volcarona voava desviando das rochas em direção ao Mega Aerodactyl. Mas Crobat vinha por trás dela para lhe acertar um golpe pelas costas.

Volcarona logo percebeu o ataque sorrateiro, ela se virou e desferiu a Dança do Fogo, que atingiu o morcego, antes que pudesse desferir o Pássaro Valente. O ataque de fogo foi demais para Crobat, que caiu com várias queimaduras.

— Ela está rápida demais... – suspira a voadora antes de perder a consciência.

— Sua miserável! Isso não vai ficar assim! – Nisso o Aerodactyl vai desferindo o Deslizamento de Pedra em direção a inseto. Mas ela habilmente desvia das rochas. Se aproxima do Pokémon de Pedra e crava suas mandíbulas nele. E então começa a sugar a energia dele através do Giga Dreno.

— Não vai me deter assim... Não sou tão vulnerável assim a esse ataque e... ARG... – mas as técnicas de Volcarona estão bem mais fortes, com isso, a energia de Aerodactyl foi rapidamente sugada e ele ficou sem forças para manter o vôo e logo também caiu desmaiado.

Os outros começam a ficar realmente desesperados pois o Aerodactyl, um dos melhores Pokémon para combater Volcarona foi derrotado com facilidade. Se não fizerem nada a respeito, logo o Bar Florestal estará condenado.

Enquanto isso, em pleno vôo, Volcarona observar Scizor fugindo assustada com Starmie.

“Por que ela está fugindo assim? Deve ser ela que deu em cima do meu Venomoth! “

Enquanto isso, no palco, Krookodile também preparou armadilhas com Rochas Flutuantes.

— Aqui ela num passa!

— Magneton! Você está bem? – Metagross ia se aproximando para acudir o colega metálico.

— Cuidado com as rochas aí! – avisa a réptil.

— Não se preocupe comigo, eu tenho resistência a essas armadilhas. Mas tenho que encontrar um lugar seguro pra mim e pro Magneton. E até já contatei o Magnezone para nos buscar o quanto antes.

Então, Metagross carrega o Pokémon ímã sobre si mesmo.

— Tá brabo pros metals também, né? Tome cuidado! – aconselha Krookodile.

Starmie se movia o mais rápido que pôde para se afastar da confusão com a Scizor. A inseto estava se sentindo impotente, se não fosse pelo Pokémon aquático, não teria sequer saído do lugar.

— Mais uma vez tive que depender de você Starmie!

Ele ia se adentrar no bosque próximo ao bar. Mas subitamente, Volcarona se colocou no caminho deles.

— Scizor... Por que está tão apressada?

— Er... oi Volcarona! – a metálica tenta ser educada, apesar de estar apavorada.

— Você não está fugindo não é? Não foi você que fez com que o Venomoth me traísse, não é mesmo? – a Pokémon de fogo aumenta seu tom de voz.

— Não... mas é claro que não... – Scizor já estava em pânico.

— NÃO MINTA PRA MIM! – gritava a inseto maior, suas asas brilharam como chamas da coroa do sol– sei que foi você que persuadiu meu namorado não é?

“MAIS RESPEITO COM A SCIZOR!” Starmie intervinha na conversa “Tá surda? Não ouviu que ela disse que não tava com ele?”

— Se você se meter estrela, vai sobrar pra você também! – ameaça Volcarona.

Mas Starmie não se intimidava com a inseto-fogo, talvez por conta de ainda estar sob o efeito do álcool. Mas também sentia a necessidade de proteger a Scizor.

“Eu estive com ela o tempo todo! Esse Venomoth só falou com ela uma vez e ela já o mandou catar coquinho. Então pare de implicar com ela e vai atrás do seu namorado para perguntar a ele com quem estava!” declarava a estrela.

— Se ela não estava com ele, então por que ela estava fugindo feito uma covarde?

Há alguns metros de distância, Heracross e Gengar estavam escondidos e acabaram vendo que a Volcarona estava perseguindo a Scizor.

— Oh não, Scizor! Por que a Volcarona foi atrás justo dela? – Heracross se mostrava bastante preocupada pela amiga.

— E o Starmie ainda está a encarando de frente... – disse o Gengar.

A discussão de Volcarona e Starmie estava ficando mais acalorada.

“Escute aqui sua corna! Nós não temos culpa de que o vagabundo do seu namorado estava te enganado e pedindo para que outros fingissem que eram ele. Se for pra ter alguém assim é melhor que você acabe só com a raça dele, mas deixe a Scizor em paz!” a voz telepática de Starmie estava bem intensa.

— Olha com quem fala, criatura imprudente! Por sua ousadia, pode tá certo que acabo com os dois! – Volcarona estava tomada pela raiva.

— Mas que é isso? Starmie batendo boca desse jeito com a Volcarona?! – Gengar estava admirado – só podia ser efeito do álcool pra ele estar com tanta coragem!

Heracross ia correndo em direção dos três, mas é impedida por Gengar.

— Oh oh... você tá maluca? Quer virar chamuscado também? – repreende o fantasma.

— Mas minha amiga está em perigo. Ela tem um trauma enorme em relação aos ígneos! Eu tenho ataques do tipo pedra, eu posso detê-la! – Heracross queria, de alguma forma ajudar a Scizor.

— Mas você vai ser torrada por ela antes que pudesse fazer alguma coisa! Não vê que ela deve tá buffada com um monte de Danças Sinuosas? Se for lá só vai piorar as coisas.

— Mas...

— Vamos confiar em Starmie! Ele pode não ser exatamente o Pokémon mais poderoso daqui. Mas tenho certeza que ele vai fazer de tudo para proteger a Scizor! – argumenta Gengar.

— Você vai aprender a não se engraçar com o macho dos outros, vagabundinha! – Volcarona parte para o ataque, desferindo seus ataques de fogo.

“Já disse pra não faltar com respeito com a Scizor!” Starmie tenta revidar com seus ataques psíquicos, dissipando as chamas para longe da inseto-metálica.

“Scizor, se afaste daqui!” pedia a estrela.

— Mas ela também é perigosa para você... – a Pokémon vermelha estava trêmula – ela deve ter ataque do tipo inseto também!

“Eu lido com ela, se esconde logo...” Starmie é atingido por um ataque de fogo.

— STARMIE!!!

— Você quer morrer primeiro? Pois bem, depois lido com a vermelhinha – Volcarona vai voltar sua fúria para Starmie.

Normalmente, um ataque de fogo não faria muito dano em Starmie, mas ele percebeu que o ataque foi bem mais forte do que de costume, apesar de estar chovendo no local. A estrela não pensou duas vezes e disparou uma Bomba Hidráulica em Volcarona. Mas aparentemente o ataque aquático não fez muito dano a ela, e isso que esse ataque é aprimorado na chuva.

Mas o Pokémon aquático não desistia, disparou mais dois ataques semelhantes na inseto-fogo. Essa insistência só a deixava mais furiosa.

— Criatura pertinente! Você vai cair agora!

Volcarona começou a vibrar suas asas para desferir o Zumbido do Inseto. Instintivamente, Starmie derrubou uma mesa e a usou como escudo. Logo uma forte onda sonora ressoava pela área, quebrando copos e até danificando mesas e cadeiras. Mesmo se protegendo, Starmie ficou zonzo por conta da onda sonora, e acabou tombando no chão, aparentemente debilitado.

— Sta... Starmie... –Scizor ficou desesperada por seu amigo.

— Agora somos só nós duas... – declarou Volcarona.

A mariposa emite um outro Zumbido do Inseto. O som deixa Scizor atordoada.

— Não vale a pena acabar com você logo! Vou fazer você sofrer um pouco!

Ela usa o Zumbido outra vez e Scizor fica de joelhos com asgarras na cabeça, gemendo de dor. Mas dois Politoeds e um Pelipper se aproximam da batalha. O pelicano dispara um Furacão que atinge Volcarona.

— Ninguém se meta em minha luta! – E ela logo usa o Giga Dreno na ave, que cai sem energia.

Mas dessa vez ela é atingida por uma veloz rajada de água que fez muito dano nela.

— Desista minha querida! – era o Sharpedo em sua Mega-evolução – também melhorei minha velocidade, agora não pode me deter... ARG! – Volcarona crava suas mandíbulas no tubarão, e recupera a energia do dano levado.

— Arceus! Nem os aquático são páreo pra ela! – comenta um dos Politoeds.

— Vocês também são úteis para recuperar minhas forças perdidas! – enquanto falava isso ela já sugava a energia de um deles, enquanto outro fugia em pânico.

— Não subestime os Pokémon Aquáticos querida! – dessa vez era Crawdaunt que ia se aproximando –sou eu o que faz encrencas por aqui, e eu não estou nada contente com o que você fez com o Starmie!

— Mais um...

— Não ache que vai sair inteira depois de ter detonado com a estrelinha. Minha habilidade é adaptabilidade, meus golpes aquáticos são mais poderosos e ainda temos a chuva. Você cai agora! – declara a lagosta com a garra apontada para mariposa.

— Ai vai minha Martelada do Caranguejo!

Mas antes do golpe a atingir, Volcarona rapidamente vibra suas asas. O Zumbido do Inseto deixa Crawdaunt extremamente atordoado.

— Sua anta, por que não usou golpes de prioridades? – reclamava Sceptile que estava escondido próximo daí.

Mas Arcanaine chega de repente para tirar Sceptile do local – sai daí, quer virar torresmo?

Volcarona joga Crawdaunt inconsciente no chão – chega de intromissões, agora vamos acabar com que começamos, Scizor! – Ela emane chamas em direção a inseto-metálico.

Scizor já estava em pânico e tudo que podia fazer era cobrir o rosto com as garras. Mas, de uma forma,as labaredas desapareceram.

Era Chandelure, que com sua habilidade Fogo Aceso, absorveu as chamas de Volcarona.

— Até que não é tão ruim criar um inferno aqui, mas ameaçar esse lugar e meu colegas é uma atitude punk demais até pro meu gosto! – declara a fantasma.

O Pokémon lustre então emanou uma rajada de fogo azul que atingiu a mariposa.

— O que acha de sentir do seu próprio remédio? – debochava Chandelure.

As duas continuavam o combate. Volcarona usava o Zumbido, mas a fantasma é bem resistente a esse ataque. De vez em quando, a inseto tentava usar o fogo, mas é inútil contra sua oponente.

Mas enquanto Volcarona não é detida, mais focos de incêndio surgiam pelo bar. Krookodile observa uma brasa se formando na parte superior do palco.

— VALAME ARCEUS!! ESSE LUGAR VAI SER TOMADO PELO FOGO JÁ JÁ! –a terrestre fica desesperada.

Mas um jato de água apaga o fogo a tempo.

— Não podemos vacilar! Não podemos deixar que esse lugar maravilhoso seja tomado pelas chamas! – era Primarina que estava dedicadamente neutralizando os focos de incêndio.

— Priiiii... lovado seja Arceus! –suspirou de alívio a Krookodile.

E mais chuva chegava ao local. Marowak estava perto realizando uma dança.

— Não sabia que tu era capaz de fazer a Dança da Chuva, Marowak! – admirou-se a Pokémon terrestre.

— Até que esse movimento é útil em momentos como esse – respondeu a Pokémon mascarada.

Enquanto isso, Chandelure começa a ficar cansada. Apesar de ter bastante resistência a movimentos do tipo inseto, os poderes de Volcarona estão tão intenso que está sendo prejudicial até para fantasma.

— Afff... estou chegando no meu limite, quando é que ela vai parar? –murmurou a fantasma ofegante.

Volcarona resolve lançar mão, mais uma vez, do Giga Dreno. Ela crava sua mandíbula em Chandelure, que fica aterrorizada pelo tanto de energia que lhe é sugada, apesar da resistência a esse ataque.

Ela fica enfraquecida e sua visão fica turva. Volcarona já ia terminar o serviço mas é lançada a alguns metros de distância por uma grande leva de água.

— Então ainda não pereceu, estrela irritante! – Volcarona observa Starmie flutuando a alguns metros do chão. Seu núcleo estava de um intenso brilho da cor de vermelho-sangue, indicando que estava furioso e que iria detonar com quem quer que seja.

“Pela última vez, nos deixe em paz!” avisava a estrela.

A mariposa deferia seus ataques no Pokémon assexuado, mas ele estava conseguindo desvia-los. E também revida com ataques psíquicos.

— Como pode está desviando assim? Movimentos que aumentam a evasiva são ilegais na Universidade – Volcarona estava surpresa de como Starmie estava desviando seus ataques.

Nem o próprio Starmie sabia como estava fazendo isso. Nesse momento, o Pokémon aquático está apenas sendo movido pelo instinto de vencer Volcarona e afastar o perigo que ela representa à Scizor.

Esse luta estava surpreendendo quem a assistia. Latias era um deles:

“Na universidade, nós aprendemos todo tipo de estratégia, combinação de movimentos e as relações de força e fraqueza de cada tipo. Mas em batalhas reais, há mais coisas em jogo que não são ensinadas na universidade, como o sentimento e a determinação dos combatentes.”

Se por um lado, Volcarona estava cega pela raiva, no outro, Starmie queria proteger a Scizor, que está observando a luta apreensiva. A Pokémon vermelha se sentia imponente. Que tipo de ótima combatente que ela é se não pode fazer nada por seu amigo que luta bravamente com a Volcarona?

— Maldito temor! – lamentava ela chorando – como posso deixar Starmie nessa situação!

A inseto-fogo já estava perdendo a paciência. Ela avançou como um jato em direção à estrela, mas foi atingida por mais uma Bomba Hidráulica. Zangada, ela emitiu um ataque de fogo bem forte que tirou seu adversário do vôo. Quando viu que Starmie está a sua mercê, ela exibiu suas mandíbulas, rindo maleficamente.

— Vou te sugar até ficar totalmente desidratada!

Quando deu por si, Starmie percebia que Volcarona avançava rapidamente com suas mandíbulas prontas para o Giga Dreno. Não ia dar tempo de desviar. Mas sente que é subitamente empurrado e sai do alcance de Volcarona.

— STARMII... ARG... – era Scizor que o empurrou. Devido a esse ato, Volcarona crava suas mandíbulas na carapaça vermelhade seu ombro. O calor das mandíbulas foi o suficiente para lhe causar queimaduras.

— ARRGGGG!!! – Scizor gritava de dor e cai no chão com a garra no ferimento. Por um instante, ela superou seu medo de fogo...ou ao menos, teve um outro maior...

“SCIIIIZOOR!!” a voz de Starmie ecoou por todo o bar. E até mesmo nas proximidades...

Ela foi ouvida por Decidueye, que ainda estava chegando com o Incineroar.

— Incineroar, você ouviu isso? – questionou a coruja.

— Parece tipo uma voz fina de telepatia... - respondeu o tigre.

— Isso mesmo, e parecia que chamava por “sizuur” ou algo do tipo!

“Se não me engano, essa aguda voz telepática é de Starmie. Algo deve ter acontecido com a colega Scizor” dizia uma voz robótica que pertencia a Magnezone.

— Mais um Pokémon de OU querendo invadir a festa do pessoal de UU... – comentou Incineroar.

“Estou aqui apenas pelo meu irmão mais novo Magneton. Soube que ele está com problemas” o elétrico estava bem preocupado apesar de não aparentar.

— Nós estamos aqui pois também estamos preocupados com Primarina e Marowak – respondeu Decidueye – estamos chegando ao bar, vamos nos apressar!

“Scizor... Scizor... O QUE VOCÊ FEZ VOLCARONA?!” o desespero toma conta de Starmie.

— SCIZOR! – Heracross vinha correndo com olhos aguados para acudir a amiga.

— Starmie... Heracross... Não se preocupem comigo... Foi só um Giga Dreno e... ARRG!!

— E uma queimadura também! Dessa vez extrapolou amiga!–chorava Heracross que estava com a Scizor em seus braços.

— Agora que a vadia resolve fazer alguma coisa! – debocha a mariposa.

A luz do núcleo de Starmie ficou tão intensa que iluminou boa parte do estabelecimento.

“AGORA NÃO PENSE QUE VAI SAIR VIVA DAQUI VOLCARONA!”

Os poderes psíquicos de Starmie ficaram tão fortes que fez com que Volcarona caísse no chão.

— Você me paga, maldita estrela!

Eles iam continuar com a luta, mas Venomoth se colocou diante de Volcarona. Ele segurava um pequeno graveto.

— Por favor meu amor, me desculpe!

— Venomoth!?

— Olha, eu sei que errei, dei um deslize. Sabe como é, estava sentindo tanta sua falta que fiquei muito carente e tive que lidar com isso com a ajuda de outra fêmea.

— Oh desculpa esfarrapada... –cochichou Heracross.

— Ah e não foi com a Scizor. E não lhe interessa saber com quem foi...

— Ei, foi com a Bee... – Heracross ia revelar quem era a outra mas foi impedida com a garra de Scizor em sua boca.

— Sei que errei, mas eu humildemente peço perdão. Então vamos pra casa para nós conversar melhor?

— Quer que eu pare e esqueça da humilhação que passei por hoje? O que faço com minha raiva então? Tarde demais para desculpas! Agora todos vão sentir minha ira! Irei colocar esse lugar abaixo! – Volcarona estava irredutível, nada mais vai amenizar sua fúria.

— Então esse é sua resposta? – perguntou Venomoth em um tom calmo – Você não me deixa escolha... Passar o Bastão!

Uma aura surge em Venomoth, então ele dá o graveto para Starmie segurar com a ponta de seu braço. A aura que estava no Pokémon venenoso passa para a estrela.

— Eu tinha feito algumas Danças Sinuosas e passei os buffs que obtive pra você Starmie! – explicava Venomoth – agora pode lutar em pé de igualdade com Volcarona! Boa sorte aí! Fui! – após isso, ele saiu voando para longe.

Agora Starmie sentia o poder pelo seu corpo. Volcarona voava rápido para tentar morde-lo de novo. Mas dessa vez, a velocidade de Starmie superava a de Volcarona. Ela continuava tentando atacar a estrela, mas este se mantém fora do alcance.

“Agora você vai ver as consequências dessa sua fúria desmedida!” declara Starmie friamente.

Uma poderosa Bomba Hidráulica é desferida. A mariposa é atingida por uma enorme coluna de água.

“Será que a Scizor é importante pra estrela como o Venomoth é pra mim? ”Só no interior de uma grande porção de água é que a mariposa começa a refletir suas ações. E logo cai toda encharcada no chão, com as asas escurecidas e esfriadas, sem mais indício de fogo.

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Momentos antes, no solo...

Beedrill estava cavando para se esconder de Volcarona, mas de repente, bate em algo duro.

— AAAAAIIIII!!! – alguém gritou de dor.

— Tem alguém aí?

— Sou eu, Ferrotress! Também se escondendo?

— Er... Sim... – a vespa estava envergonhada por estar fugindo feito covarde.

— Não precisa ficar com vergonha, é possível que Volcarona esteja muito forte e rápida pra você. Se Venomoth te enganou não tem porque você ter de sofrer as consequências.

Os barulhos acima do solo eram intensos. Prolongaram por vários minutos até que perceberem que ficou silencioso em cima.

— Acho que agora é seguro subirmos, vamos? – perguntou Ferrotress.

— Vamos!

Ambos subiram, estavam sujos de terra. Mas ficaram horrorizados com a devastação que estava o bar. Com boa parte dos móveis quebrados ou queimados. E alguns Pokémon inconscientes.

Diggersby, Staraptor e outros carregavam os feridos para Latias, que com ajuda da Blissey e da Alomomola, cuidava deles para agilizar sua recuperação.

Amoonguss tentava, mesmo que um pouco, arrumar a bagunça que estava no estabelecimento. Um Oranguru se aproximou dele, era o dono do bar Florestal.

— Senhor Amoonguss, suponho. Quero que me dê seu dados como endereço, telefone, email e CPF.

— Entendido! – o fungo já imagina que lá vem chumbo grosso.

— Até segunda-feira vou lhe repassar a conta dos prejuízos. Reúna com seus colegas para determinar de como vão pagar, isso é tudo! – depois o Oranguru se retirou.

— Só queria uma festa para nós nos divertir... – Amoonguss começa a chorar.

— Não se preocupe! Vai dar certo! – Mamoswine tenta consola-lo.

Assim que derrotou Volcarona, o núcleo de Starmie começa a piscar. Ele esgotou suas forças. Ele ia cair, mas é amparado por Scizor, que se levanta só para acudir o amigo.

Ela abraçou a estrela, cujo núcleo repousava no tórax dela. Gengar se aproxima para ver a situação.

— Vixe! Starmie tava brabo mesmo!

Ele estava se aproximando dos dois, mas se lembrou, da pior forma possível, que a boca de Starmie ficava na face de trás...

BREEERGGG!

— PORRA STARMIE!! VOMITOU EM MIM! – Gengar grita furioso.

— Ainda está sob efeito da bebida! Heracross, me arranje um pano para que possamos limpa-lo.

Enquanto elas cuidavam de Starmie, Gengar então viu que Chandelure estava caída e resolveu ir ajudá-la.

— Chandelure, você está bem?

— NÃO SE APROXIME DE MIM COM ESSE CHEIRO DE VÔMITO! – gritou a lustre com nojo.

— Ok! – então, cabisbaixo, Gengar teve que arrumar um lugar para se limpar.

Decidueye, Incineroar e Magnezone chegaram ao bar e viu o estado desolado que ele estava.

— Oh não! Parece as coisas estavam horríveis aqui! PRIMARINA, CADÊ VOCÊ? – Incineroar chama desesperadamente pelo seu namorado.

— MEU GATÃO, TÔ AQUI! – grita a foca de longe. Incineroar e Decidueye vão em direção a ele. Primarina estava meio cansado, mas aparentemente estava bem.

— Eu estava ajudando a controlar o incêndio mais a Marowak. Cruzes, essa louca fez um estrago em tanto!

— Você não foi enfrenta-la, foi? – questionou o tigre com as patas no ombro de Primarina.

— Fui não! Os Pokémon aquáticos foram aconselhados a não lutarem. Mas nem todos seguiram a orientação da representante. Mas o importante é que saímos vivos dessa.

— Está... tudo bem... Com você, Marowak? – Decidueye pergunta timidamente.

— Tudo bem... – respondeu Marowak.

— Sua dança... estava espetacular... – a coruja fica vermelha.

— Mesmo? Obrigada! – se não fosse pela máscara, daria pra ver que estava vermelha também.

“Ton! Ton! Como você está?” Magnezone se dirige ao seu irmão, que é carregado por Metagross.

— Não se preocupe! Ele está desmaiado, mas o dano não foi grave –o Pokémon psíquico tentava acalma-lo e colocou o Magneton no chão.

“Irmão Zone...” Magneton acorda.

“Que bom que não é nada sério!” Magnezone fica aliviado “não sei como lhe agradecer Metagross!”

— Só fiz o que tinha de ser feito! – respondeu o psíquico sem graça – mas agora temos que cuidar de seu irmão.

“Sim, então vamos depressa!”

Venomoth se aproxima de sua namorada que ainda estava desacordada. E sussurra para ela.

— Meu amor, estou aqui! Me desculpe pelo que passou!

— Ainda... Não te perdoei... Quem era a outra? – Volcarona recobra a consciência.

— Não teve outra! Sim, o Zoroark se disfarçou de mim. Pois como sou um cara requisitado, mas comprometido, fiz com que o Zoroark fizesse uma ilusão com minha imagem para ele ficar com outras fêmeas. Aquela vídeo-ligação era um teste, mas pelo visto não saiu como esperado...

— Então quem estava de garanhão era o Zoroark? Ai que vergonha, fiz um estrago desses por nada! – Volcarona vira o rosto para o chão, de tão envergonhada.

— Tudo bem querida! Esquece o que aconteceu aqui! Vamos pra casa. Que lá, quando tiver só nós dois, vou cuidar direitinho de ti! – Venomoth diz a última sentença de modo sedutor.

— Ah Venomoth! Esse seu jeito me deixa perdida! – suspirou Volcarona.

Venomoth usa o golpe Psíquico para colocar, acima dele, o corpo maior de Volcarona. Então vai voando devagar, carregando ela pra fora do bar.

— Vai ser trouxa assim na casa do Carvalho! – Heracross estava ouvindo a conversa dois e ficou indignada pela reação de Volcarona – depois de tudo isso ela ainda aceita as desculpas desse inseto! Oh infeliz pra ter conversa mole!

Então ela volta para perto de Scizor, que está sentada rente um árvore com Starmie adormecido em seu colo.

— Scizor, coma essa fruta Rawst! É boa para sua queimadura! – oferecia Heracross.

Depois que comeu a fruta, Scizor começou a observar Starmie. A luz de seu núcleo estava fraco, mas seu brilho, refletindo as luzes da noite, deixava Scizor maravilhada com sua beleza. Sem perceber, ela estava acariciando o anel dourado da estrela.

“Lindo...”

— Ei Scizor!

— Ah? - Scizor estava tão absorta que quase não escuta Heracross.

— Por que não quis que a Volcarona soubesse da Beedrill?

— Bom, no começo eu estava com medo demais para dizer isso a ela. Posteriormente, eu não queria que ela fosse atacar mais ninguém. O que passei agora a pouco não desejaria nem pro meu pior inimigo!

— Entendo... você, além de ótima estudante, é uma Pokémon bem legal! – comenta a lutadora admirada.

— Olha Heracross! – Scizor mostra sua garra trêmula – do jeito que estou não vou poder mais dirigir hoje.

— E como eu e o Gengar bebemos, parece que vamos passar a noite aqui. Você tem que ligar pro teu velho!

— Heracross você sabe que tenho medo de fogo...

— Deve ser por isso que quis tocar na banda, você não queira contrariar o Infernape! – concluiu Heracross.

— Mas no fim nem adiantou. Queria ajudar Starmie naquela hora mas eu já estava com medo do Infernape bêbado. Depois veio a Volcarona. Sabia que até a última música que tocamos eu detesto. Aquela do “burn, burn, burn”.

— Sei!

— Você sabe Heracross. Há quinze anos, minha mãe morreu em missão por causa de um Pokémon de fogo. Cinco anos depois, testemunhei uma briga entre dois Pokémon de fogo. Meu pai se arriscou muito para me proteger. Quase o perco também. Ele saiu vivo mas ficou com uma cicatriz no rosto.

Depois de fazer uma ligação para sua casa. Scizor guarda seu telefone e alinha Starmie no seu colo, o abraçando com suas garras.

“Muito obrigada por hoje Starmie! Só estar perto de você que meu medo passa” Ela o acaricia mais uma vez, e discretamente encosta sua boca em sua ponta superior.

— Scizor! Vou dormir! Agora, vê se não aproveita dele dormindo! Espere para quando ele estiver acordado! – alerta Heracross.

— QUE? Eu... Me aproveitar dele? Da onde tirou isso? – Scizor fica desconcertada.

— Acha que não te conheço? Mas acho que cedo ou tarde vocês tem que conversar sobre isso! Mas agora, boa noite!

— Boa noite Heracross! – Scizor está assustada pela percepção de Heracross “imagina se ela fosse do tipo psíquico!”

Com a estrela em seu colo, Scizor repousa suas garras no amigo e finalmente cai no sono.

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Glossário

Dança do Fogo - Fiery Dance

Dança Sinuosa - Quiver Dance

Ataque Furadeira - Drill Run

Rochas Flutuantes - Stealth Rock

Deslisamento de Pedra - Rock Slide

Pássaro Valente - Brave Bird

Giga Dreno - Giga Drain

Zumbido do Inseto - Bug Buzz

Furacão - Hurricane

Martelada do Caranguejo - Crabhammer

Passar o Bastão - Baton Pass

Notes:

Bom, com isso a confusão finalmente se resolve. Agora como serão suas consequências?

Obrigada pela leitura!

Chapter 5: Capítulo 5 - O pior dia da semana

Notes:

Olá gente!

Nesse capítulo veremos como vai começar a semana em Smogon! Vou avisando que vai ter umas partes dramáticas nesse capítulo.

Boa leitura!

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

Starmie estava tendo uns sonhos estranhos. Sonhou com seu passado, na época que era um Staryu que ainda se preparava para o vestibular. Lembrava-se de uns conselhos que ouvia de um Starmie idoso, que era progenitor de seu progenitor:

“Então pretende entrar na Smogon, não é? Vai ser na mesma universidade de sua progenitora. Sei que vai aprender várias táticas e técnicas de batalhas. Mas lembre-se de que em uma batalha de verdade, vale mais o que está aqui dentro!” disse apontando para o núcleo da jovem Staryu.

Por conta da rotina de estudos de Staryu, ele raramente visitava esse Starmie. Quando passou no vestibular e evoluiu, recebeu de presente dele um violão. O que causou irritação em sua progenitora. Mas para o velho Starmie, seria uma maneira de dizer para que o recém aprovado neto fizesse amigos na universidade, e não ficasse só se dedicando aos estudos. Meses depois desse evento, ele faleceu. Starmie tem um certo arrependimento de não ter passado mais tempo com ele.

Mas também teve um outro sonho estranho. Estava em um velório e estava chovendo muito. Havia um caixão com flores e uma faixa escrito “a uma grande combatente, esposa e mãe”. Próximo ao caixão estava um Pinser e dois Scyther ainda filhotes, um macho e uma fêmea. Starmie reconhecia esse Pinser de algum lugar, ele estava com a expressão bem triste. Enquanto as crianças choravam intensamente, chamando pela mãe deles que não voltará mais.

Mas percebe que a fêmea se aproximava dele. Essa Scyther era um pouco mais alta que Starmie.

— Ei, será que se estivesse chovendo naquela hora que o Pokémon de fogo atacou a mamãe, como está agora, será que ela ainda estaria viva? –pergunta ela, com lágrimas nos olhos - ouvir dizer que a chuva deixa os ataques de fogo mais fracos.

— Creio que sim! – respondeu a estrela, melancólica.

— Por que não choveu naquela hora? Por que um aquático não ajudou a mamãe? – a Scyther estava soluçando e, de repente, avançou para envolver Starmie com suas lâminas.

A princípio, a estrela ficou assustada pelo repentino abraço. Mas percebeu que as lâminas não o machucavam. A criança continuava a soluçar alto. E o aquático a envolveu com seus braços, em um gesto para consolá-la. Mas depois de um tempo, Starmie percebeu que essa jovem Scyther se transformou na Scizor, sua amiga de faculdade...

“Scizor!?”

Acordou de repente. Percebeu que já era de manhã e estava no banco de trás do carro da Scizor. Não havia mais ninguém além deles dois no veículo.

— Até que enfim acordou! Já estava pensando em te levar para o centro Pokémon! – dizia a inseto que estava ao volante.

“Ai... meu núcleo... cadê a Heracross e o Gengar?” perguntou o aquático, se queixando da dor no núcleo.

— Eles já estão em suas respectivas casas! E agora estamos próximos a sua – respondeu Scizor – tivemos que passar a noite no bar, pois eu não estava em condições de dirigir.

Starmie reparou que há um curativo no ombro direito de Scizor.

“Scizor! O que houve com você”

— Isso, é daquele ataque da Volcarona! Não está lembrado não?

“Que!? A Volcarona te atacou? Tenho alguns flashs de eu estar enfrentando ela, mas não me lembro direito! Não me diga que andei bebendo?” Starmie ficou apreensivo.

— Realmente quando te vi você já estava bêbado! Mas foi Volcarona que foi arrumar briga com a gente! Ela estava com raiva, pois soube da traição de Venomoth!

“Mas então se feriu por minha culpa?” Só o fato da Scizor ter ficado em perigo já deixava a estrela transtornada.

— Starmie, não pense assim! Se não fosse por você seria bem pior, não só para mim como para todos que estavam no bar! Acredite em mim! – a inseto se virou e segurou um dos braços de Starmie, fazendo com que seu olhar se volte para o núcleo dele.

“Tem certeza de que o que aconteceu de ruim não foi culpa minha?”

— Você foi de grande ajuda para nós, isso posso garantir! – Scizor disse suavemente, encarando a estrela – mas agora, você está se sentindo bem? Tem algo que possa fazer por você?

“Meu núcleo está dolorido, mas tenho remédios apropriados para isso em casa.”

— O pior é que hoje eu prometi que ia ajudar a Heracross nos estudos. Ela está desesperada por causa das provas. Mas talvez eu adie só um pouco pra ver se sua situação precise de mais cuidados – propõe Scizor.

“Não há necessidade!” Starmie não queria incomodar a amiga ainda mais “Não precisa adiar seus compromissos por mim! Só preciso de descanso!”

— Tem certeza?

“Tenho!”

— Tudo bem! Descanse bem, mas qualquer coisa me ligue, está bem?

“Tá!”

Starmie desceu do carro. Mas antes de embora, Scizor o chama, com a porta do motorista ainda aberta.

— Ei Starmie, vem cá!

“O que houve Scizor?”

— Se aproxime mais, por favor!

A estrela chegou perto da inseto, que com suas garras segurou os braços do amigo. Fixou o olhar no núcleo dele.

— Muito obrigada! Muito obrigada mesmo por ontem! – disse com a voz suave – mesmo que não se lembre, você salvou minha vida.

O núcleo de Starmie ficou com um forte brilho de cor magenta “Até amanhã Scizor!”

— Até amanhã Starmie! – ela solta o amigo e finalmente fecha a porta do carro e vai embora enquanto a estrela volta para o seu apartamento.

Ele vai até o mar onde fica o prédio submerso, ele passa pela porta e vai para um tubo vertical cheio de água. Vai subindo até a um tubo menor e horizontal que estava ligado ao principal. Aperta um botão que faz a água se esvaziar do tubo horizontal. Depois no fim desse tubo, abre a porta do seu apartamento.

Sua residência permanece seca como se fosse um apartamento comum. Pode até receber visitas de Pokémon não aquáticos. Na janela, ao invés de ter visão do céu, tem a visão do mar, que olhando para cima dá até para ver onde começa a superfície. Esse apartamento foi alugado por sua progenitora, pois fica próximo a universidade. Muitos Pokémon aquáticos que estudam em Smogon estão morando nesse prédio. Inclusive alguns colegas de classe como Crawdaunt, Emporeon, Sharpedo e Alomomola.

A estrela passou a manhã descansando da ressaca. À tarde, se sentiu melhor e passou o resto do dia revisando as matérias. À noite, navegou na Internet nos fóruns e comunidades de tokusatsu para espairecer. Antes de dormir, observou o violão que recebera do “vô/vó” e finalmente caiu no sono.

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Dia seguinte, Starmie já estava indo em direção à cantina. Beedrill estava lá se lamentado para o Butterfree.

— Bem feito! –ri a borboleta – isso que dá acreditar no Venomoth! E ainda tem sorte da Volcarona não ter ido ao teu encalço!

— Ai... como vou encarar a Scizor? Eu fiquei escondida enquanto ela passava por maus bocados! –a vespa estava bastante envergonhada.

— Então pode começar se desculpando com o Starmie que está atrás de você! – disse Butterfree indicando a estrela.

— Ai Starmie... – Beedrill estava desconcertada – Não sei o que dizer! Sinto muito pelo que você e a Scizor passaram.

“Não me lembro direito do que aconteceu! Só sei que a Scizor passou por bastante perigo e ficou muito assustada. Não quero saber da sua vida, mas tente encarar seus problemas sem envolver aqueles que não têm nada com isso!” Falava severamente a estrela.

— Mas mesmo assim peço desculpas, não vou mais cair na conversa fiada de qualquer um, tá bom? – A abelha ainda se desculpa.

“Tudo bem!” disse a estrela resignada. Ficar com raiva dela não vai adiantar nada.

— Agora Beedrill, vá zumbir no ouvido de outro que tenho que trabalhar! – disse Butterfree mandando a Beedrill embora. A Pokémon venenosa logo se retirou.

— Essa garota não toma juízo! –suspirou a borboleta – tem mega-pedra, deveria aproveitar e manter seu lugar em UU, e não ficar arrumando treta por aí! Mas agora, Starmie, qual seu pedido?

“Hoje quero a vitamina de fruta Pecha, pode ser?”

— É pra já! – respondeu o atendente e já foi preparar a vitamina.

Gengar chegou e sentou no banquete ao lado de Starmie – Bom dia estrelinha!

“Bom dia!” respondeu o Pokémon psíquico friamente.

— Xiiiii... que mal humor é esse? – questionou o fantasma.

“No fim acabei embriagado de novo não é? Aposto que você armou isso!” a estrela se mostra aborrecida.

— Lá vem! Por que tá desconfiando de mim? Por acaso já aprontei com você?

“Várias vezes!” se tivesse olhos, estaria lançando um olhar intimidador em Gengar.

— Isso foi só até o quarto semestre! Você sabe, eu te via como rival, mas eu te admirava. As brincadeiras que fazia com você eram só para chamar sua atenção. Mas quando passamos a ser amigos eu já parei com isso – Gengar demonstra que ficou meio chateado com a acusação – faz mais de um ano que não apronto nada contra você.

“Eu sei! Mas o problema é aquele canudo. Você disse que ele ficaria na da bebida não alcoólica” afirmou a estrela.

— Mas nem trisquei nesse canudo! Você me entregou o copo e eu o deixei do jeito que estava. Pode ser que um outro deve ter colocado o canudo em outro copo, ou com o impacto das lutas, ele deve ter pendido e caído no meu! - Explicava Gengar – meu erro é de que não experimentei as bebidas pra ver qual era a alcoólica. Confiamos muito no canudo comprido.

A explicação de Gengar era plausível, pois viu que ele não mexeu no canudo. “Ok! Foi mal eu te acusar! Mas o que eu fiz afinal?”

— Bem, você parou a briga de Infernape e Azumarill, se bem que quase nocauteou o Tentacruel! Você enfrentou a Volcarona, que estava ameaçando a Scizor por achar que ela é que estava com o Venomoth!

“Mas ela nem estava com ele!” a estrela estava indignada.

— Pois é, mas ela estava muito cega pela raiva que estava. E você estava até batendo boca com ela, chamando-a de corna! Você acabou vencendo ela por causa da ajuda de Chandelure e Venomoth.

“E o machucado de Scizor?” Starmie perguntou apreensivo.

— Bem, Volcarona acabou fazendo um Giga Dreno nela! Mas é uma técnica na qual a Scizor é bem resistente! – Gengar achou melhor não falar que ela levou o golpe para salvar Starmie, pois não quer que ele fique mais preocupado do que já está.

— Mas tem uma coisa horrível que você fez!

“Ah não! O que eu fiz?” perguntou a estrela apreensiva.

— Vomitou em mim!

“Pensei que fosse coisa pior!” Starmie ficou aliviado.

— Agora comigo você não pede desculpas, né? – disse o Gengar ressentido – Mas deixei isso pro final! Olhe para essa foto!

Gengar mostra uma foto do celular para Starmie. Era a Scizor que dormia com a estrela em seu colo.

O Pokémon aquático não podia está mais envergonhado. Com seus poderes psíquicos, tirou o celular de Gengar e o deixou flutuando fora de alcance do fantasma.

— QUE HISTÓRIA É ESSA ESTRELA! MEU CELULAR! – Gengar pulava para alcançá-lo. Sem sua levitação, suas tentativas fracassavam.

— Qual é estrela? Não foi nada de mais, ela só cuidou de você!

“Gengar, vou destruir esse celular! O que tem na cabeça tirar uma foto assim?”

— Não! Não faça isso! Não deveria ter tirado essa foto! – Gengar se desespera – mas por favor, não quebre meu celular! Minha vida está nele! Me dê que eu apago a foto.

Starmie abaixa o aparelho. Gengar ia pegá-lo, mas a estrela o afastar de sua mão novamente “Só o libero da telecinese se eu ver essa foto apagada!”

O celular desce novamente e Gengar apaga a foto com o aparelho ainda flutuando. Starmie ainda deu uma rápida olhada na galeria pra ver se tinha outras fotos semelhantes.

— Fuçando em minha privacidade!

“Não reclame! Você também invadiu a minha quando tirou essa foto. Não a upou em outro lugar não, né?”

— Claro que não!

“Pronto, tá aí seu celular! E não é bom ter essas imagens nsfw no seu aparelho!” disse devolvendo o aparelho.

— Você também gostou do que viu? Se quiser passo lhe algumas!

“Me poupe disso! Vamos pra aula!” disse a estrela pegando sua vitamina.

Estavam indo a sala de aula, mas viu uma multidão em volta do prédio da coordenação.

— O que é isso? – Gengar estava abismado.

O prédio estava pichado com uma tinta preta. Nele foi escrito diversos dizeres com “sistema de estratos é o sistema da repressão! Abaixo a discriminação dos estudantes! Não se submeta a classificação imposta!”

“Que horror! Quem faria tamanho vandalismo?”

— Pois é! E ainda tretando com o sistema da Smogon! – complementa Gengar.

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Enquanto isso, na sala OU, Scizor arrumava suas coisas.

— Bom dia Scizor! –Amoonguss a cumprimentava.

— Amoonguss você por aqui?

— Fui promovido pra essa sala, se esqueceu?

— É mesmo!

Mas Volcarona entra na sala – Scizor?

A inseto já fica paralisada de medo – Vol... carona?

— Scizor, estou aqui para lhe pedir perdão pelo que aconteceu no bar. Realmente estou bastante envergonhada! – a Pokémon de fogo estava bem mais calma e humilde – Não deveria ter feito aquilo com você. E tudo por causa de um mal entendido.

— Então... você se entendeu com o Venomoth? – A inseto ainda estava trêmula.

— Ele me explicou tudinho! Nós fizemos as pazes. Está tudo certo. E Amoonguss, eu falei com o dono do bar ontem, ele já te mandou a conta? – questionou Volcarona.

— Ele mandou hoje de manhã! Agora como vou dar essa facada para turma? – o cogumelo estava apreensivo.

— Venomoth e eu falamos com ele ontem. Para não ser processada pelo que fiz na festa, vou assumir sessenta por cento dessa dívida! Vai demorar um pouco pra pagar, e vou ter juros, mas eu devo acatar as consequências dos meus atos desmedidos.

— Obrigado Volcarona! Isso ajuda e muito! – Amoonguss ficou aliviado.

Scizor ver o quão é problemática a relação de Volcarona e Venomoth. Uma é ciumenta e inconsequente e o outro é infiel e dissimulado. Por conta disso, ela não só botou o terror para quem não tem nada a ver com isso, como também vai ter uma grande dívida para pagar. Uma Pokémon bela e poderosa como Volcarona merecia alguém muito melhor. Mas não vai ser a Scizor que vai dizer isso para ela...

— Então Volcarona, você invadiu uma festa do pessoal do UU só para arrumar confusão? Sabia que isso pode desgraçar a boa reputação de nossa turma? – era Aegislash, que estava repreendendo a Volcarona.

— Sinto muitíssimo representante! – disse a inseto humildemente.

— Enquanto você Amoonguss, não vejo necessidade de realizar uma festa assim só para comemorar seu acesso à OU! Viu que só teve stress e prejuízo. Lembre-se que pode ser que sua estadia em nossa turma não dure muito! –disse severamente a espada que depois se voltou à Scizor – quero só ter uma palavrinha em particular – e as duas Pokémon metálicas se afastaram dos outros dois.

— Chaaata! – cochichou Amoonguss assim que Aegislash se afastou.

— Não diga isso! Ela é a estudante mais poderosa de Smogon! – afirma Volcarona – ela é monitora de OU, e também presidente do Conselho Estudantil da Smogon! Sem falar que ela é rica.

— Então ela é um peixe graúdo... – comentou o cogumelo.

No canto da sala as duas conversavam sobre os acontecimentos da festa.

— Então você passou por maus bocados? – questionava Aegislash com sua mão no ombro esquerdo de Scizor.

— Pois é, quando contei isso para o meu pai ontem, ele quase morre do coração. Quase não consigo estudar com a Heracross ontem.

— Você pode processar a Volcarona se quiser! Posso até te dar apoio jurídico! – oferece a espada.

— É muita gentileza sua, mas eu não pretendo fazer isso. Não quero ter a Volcarona como inimiga! – respondeu a inseto.

— Realmente você é muito gentil! – Aegislash fala com admiração – mas sabe que pode sempre contar comigo. Não vou permitir que os estudantes de Smogon se sintam ameaçados uns pelos outros. Especialmente uma colega forte e íntegra como você Scizor.

— Muito obrigada pela consideração Aegislash!

— E pelo visto, aquela sua amiga estrela foi de grande ajuda pra você não foi?

— Sim, se não fosse por Starmie, nem sei o que seria de mim... – afirmou Scizor.

— Certo, depois nós conversamos mais! O professor já está na sala!

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Na sala UU, Starmie e Gengar estavam entrando. Perto deles, o Mantaine estava em uma conversa no celular e logo termina a chamada apreensivo.

— Ei Mantaine! Viu a pichação na fachada do prédio da coordenação? – Gengar perguntou.

— Pichação? Lá na coordenação? Vixe? Quem fez isso? –o Pokémon aquático ficou um pouco nervoso. O que não passou despercebido por Starmie.

“Ei Mantaine, se souber de alguma coisa, avise para a ouvidoria. Não podemos permitir esse tipo de vandalismo aqui na universidade!” alerta Starmie.

— Sim! Você tem razão Starmie!Mas infelizmente não sei de nada! – respondeu Mantaine.

Starmie não acha que o Mantaine tenha feito uma coisa dessas, mas desconfia que ele saiba de algo. A estrela acha melhor que os funcionários da universidade se encarreguem do caso.

Os outros vão entrando. Vendo que a maior parte dos estudantes chegaram, Tentacruel vai até próximo da lousa e chama a atenção da turma para uma conversa séria!

— Bom dia pessoal! Tenho alguns recados de Amoonguss em relação aos prejuízos causados no Bar Florestal.

— Vamos ter que pagar pelos prejuízos? – disse o Emporeon, bastante aborrecido com a notícia.

— Escute Emporeon, sei que pode parecer muito, mas dividindo com todos vai sair bem mais em conta! – Tentacruel tenta explicar com mais calma.

— Ei! E a Volcarona não vai pagar nada? Foi ela que fez maior parte dessa zona!– interrompeu o Sharpedo.

— Deixe-me explicar – continuou o aquático venenoso – A dívida ficaria por dois milhões de PG. A Volcarona já vai se comprometer com sessenta por cento da dívida, sobrando pro Amoonguss oitocentos mil. Pode parecer muito, mas se cada um desse uma parte, não sai nem por quinze mil cada!

— Mas aí é injusto todos pagarem! – Emporeon ainda não está contente com a proposta – deveria cobrar principalmente daqueles que estavam bagunçando enquanto estavam embriagados como Azumarill, Infernape e Starmie.

— Pera aí! – interrompeu Gengar – o Starmie fez foi controlar outros dois, e se não fosse por ele, a Volcarona teria feito bem mais estragos.

— É, mais tem uma coisa! – Zoroark tomava a palavra – foi Starmie que se esbarrou em mim e desfez a minha ilusão. Por causa disso é que a Volcarona veio putassa para festa.

“Arceus! Então foi por minha culpa que a Volcarona chegou furiosa pro bar?” agora que Starmie sentia o peso da culpa maior. Está tão envergonhado que queria enfiar seu núcleo no chão.

— Ei peraí! A Volcarona só ficou furiosa desse jeito por conta das artimanhas de você e Venomoth! – acusou Heracross – Vocês fazem esses esquemas repugnantes e ainda botam a culpa nos outros.

— Ei! Cobrem mais da Azumarill! Foi ela que começou com tudo! – disse Breloom.

— É assim? Deveriam cobrar mais de você Breloom! Foi você que me convidou para beber! – rebate Azumarill.

— Ah! E podem cobrar mais do macaco! Ele num tinha que continuar com essa confusão e ficar bebu também! – comentou Krookodile.

— Como é que é sua bocuda? Quer levar uns sopapos nos seus dentes? –Infernape começa a perder a paciência.

— Sem brigas, por favor! – pedia Crobat.

— Gente! Vamos pagar logo essa merda! – propunha Crawdaunt.

— Quem é você pra pedir uma coisa dessas? Você é um dos que mais apronta nessa turma! – debochava Haxorus.

— Nem vem com isso, pois dessa vez sou inocente nessa história! – a lagosta responde batendo no próprio peito.

— Bem, eu é que não vou pagar isso! Depois do trabalho que tive para apagar os focos de incêndio! – Emporeon estava irredutível.

Logo a sala entra em uma discussão generalizada. Mas Gengar repara que Starmie, alheio a esse grande bate boca, estava com os braços fechados e com o núcleo escondido na carteira. E estava murmurando “minha culpa! Minha culpa!”

“Calma estrela! Ele disse isso só pra se livrar da culpa! Você não fez por querer! São eles que não deveriam estar enganado os outros!” o fantasma tenta consolar a estrela.

— Peço silêncio, por favor! – Latias toma a palavra – gente, não deveríamos estar brigando desse jeito. Sei que teve gente que errou, e espero que estes botem a mão na consciência para que não repita mais esses atos. Mas, aqui na Smogon, aprendemos a importância do trabalho em equipe. Todos sabem que ninguém vence dependendo só de suas habilidades e sim por também estar em um time sólido. E nossa turma também é um grande time. Uns vai e outros vêm, mas a essência do trabalho em equipe vai tá sempre na turma, nos amigos que todos nós somos. Não devemos abandonar o Amoonguns em momentos como esse, já que ele é um dos que mais preza por todos nós e organizou esse festa pois queria compartilhar sua alegria e manter os laços conosco. Então nada mais justo que todos nós o ajudarmos, que como Tentacruel disse, não vai ser muito oneroso se todos nós colaborarmos. Se qualquer um de nós estivermos em necessidade, é bom saber que podemos contar com nossa turma.

Muitos dos estudantes bateram palmas para o discurso da Latias. Até o professor Yveltal, que chegou a pouco, ficou comovido. “Realmente ela é uma ótima líder!” Ele pensou.

Então a turma finalmente concorda em contribuir para pagar a dívida do bar e a aula de Yveltal prosseguiu normalmente.

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O complexo Showdown é formado por um centro de treinamento e cinco ginásios. É nessa estrutura onde os alunos têm as aulas práticas e as simulações de combates. É em um desses ginásios que os estudantes de UU estão fazendo rápidos combates para aplicar os conhecimentos adquiridos em sala de aula. O professor encarregado dessa aula é o Solgaleo, que é auxiliado por Diggersby, Staraptor e Conkeldurr, sendo que este, arbitrava um combate que ocorre neste instante.

— Vixe! Starmie está na linha de frente no time adversário, e agora? – era uma Hippowdon, tinha pelagem negra, indicando que é uma fêmea.

— Você já fez o suficiente colocando essas Rochas Flutuantes! – declarou Kommo-o – Pior que não temos mais um fantasma apto para batalhar em nosso time para impedir o Giro Rápido de Starmie. Quem de nós pode resistir melhor aos ataques dele?

— Kommo-o querido! Eu e a Muk temos um plano! – Se adianta Primarina

— Starmie, não se esqueça de tirar essas pedras daí, senão nosso time vai estar encrencado! – gritava Seperior.

Starmie analisa seu alvo. “é lógico que vão tirar a Hippowdon da linha de frente, a questão é, quem vai ficar no lugar dela?”

O padrão das simulações da Smogon, consiste em um combate com dois times de seis integrantes cada. As batalhas ocorrem de um contra um e os combatentes têm a opção de ou realizar um movimento, (atacar ou dar suporte), ou dar lugar a um companheiro que leve mais vantagem contra o adversário. À medida que um combatente é incapacitado de lutar, outro toma o seu lugar. Se todos os integrantes de um time forem derrotados ou se o time todo resolver desistir da partida, a outra equipe é considerada vencedora.

Como Starmie previa, Hippowdon saiu da linha de frente. Primarina entrou no seu lugar, mas ele foi surpreendido por lâminas transparentes formadas por poderes psíquicos e lhe causaram diversos arranhões.

— Arf... Minha nossa! Arf... Como um ataque desse pode ser tão danoso pra mim? – A foca estava ofegante.

“Você sabe que o movimento Choque Psíquico, apesar de ser um ataque especial, afeta a defesa física do oponente” declara a estrela.

Agora o Pokémon psíquico deve decidir se remove as rochas ou derruba de vez o Primarina. Sabe que é importante tirar as rochas, mas se não acabar com o Pokémon fada logo, ele pode não só derrotar Starmie com seu grande poder, mas também, ser um empecilho para o resto do time. Um Choque Psíquico basta para derrubá-lo.

Mas ele é substituído pela Muk. Ela é originária de Alola. Seu aspecto é de uma criatura gosmenta de várias cores. Ela é do tipo noturno, e com isso o ataque de Starmie não surtiu efeito.

— Foi mal estrelinha, mas não devo deixar meu conterrâneo na mão! – Muk fala com uma voz doce.

Starmie sabe que não tem chances contra ela. Ele resolveu fugir daí para que outro companheiro possa se encarregar dela. Mas em um movimento rápido, Muk crava a estrela com suas garras formadas por cristais químicos brancos e a joga contra o chão. Ela usou o movimento Perseguição, que causou um enorme arranhão nas costas de Starmie.

— Afff! Ele foi pego por uma pursuiter! – comenta Seperior aborrecida – essa estrela não sabe que Pokémon como a Muk podem se especializar em perseguir e eliminar todos aqueles que são fracos ao tipo noturno? Agora não tem quem tire essas Rochas Flutuantes...

— Starmie não tem mais condições de batalhar! – declara Conkeldurr.

Um tempo depois, o time de Starmie acabou perdendo a partida. A estrela estava no banco, cansado, quando ouve cochichos de Seperior e Emporeon.

— Não acredito que perdemos essa por conta da falta de atenção dele! – reclama a serpente.

— É! Pelo visto só sabe lutar se estiver de porre mesmo... complementou o pinguim.

Quando se aproximaram de Starmie resolveram subitamente mudar de assunto.

— Parece que tomou da Muk desse vez, não é estrela? Sei como isso é irritante! – Gengar se senta ao lado dele.

“E ainda por cima os outros estão sussurrado que só sei batalhar se ficar embriagado!” murmura a estrela com desânimo.

— Hi hi hi! Taí uma boa ideia! – gargalha Gengar – tome um goró antes de cada partida que aí você vai para OU rapidinho.

“Vou ser é expulso da Smogon, isso sim, se eu realmente fizer isso!” Starmie não gosta da piada.

Mas de repente, a estrela sente seu núcleo dolorido, sua visão fica turva. A luz da gema fica piscando “Gengar...não me sinto bem...”

— EI ALOMOMOLA! – o fantasma chama pela Pokémon peixe que ia passando próxima a eles.

— Que houve Gengar? – pergunta Alomomola.

— Starmie está passando mal!

Alomomola dá uma rápida examinada na estrela, inclusive em suas costas feridas.

— Acho que isso é envenenamento, a Muk tem o toque venenoso, não é? Deve ser essa a causa.

— Então ele deve ir pra enfermaria não é?

— Sim, vou levá-lo. Mas eu pensei que com a sua habilidade Cura Natural ele seria capaz de se recuperar desse veneno sozinho! – a peixe estranha o fato de Starmie não está conseguindo lidar com o veneno.

“Minha habilidade... não é... Cura Natural... e sim... Análise...” responde a estrela com dificuldade.

— Certo, entendi! Agora fique quietinho que já vamos cuidar de você está bom? –disse gentilmente Alomomola, que com suas nadadeiras agarra Starmie e o leva em seu lombo até a enfermaria.

Rapidamente eles chegam a enfermaria, uma estrutura bem equipada e com o corpo médico formado por vários Pokémon especializados em cuidar de enfermos como Audinos e Blisseys. Eles vão para uma ala com várias camas, onde algumas estão ocupadas por outros pacientes. Alomomola coloca Starmie em um desses leitos.

Logo um dos Audinos atende a estrela. Como ajuda da peixe, ele aplica alguns medicamentos nele.

— Pronto, já apliquei no Starmie um antídoto e uma hiper porção. Agora ele só precisa de uma hora de descanso que estará novo em folha – recomendou o enfermeiro.

“Obrigado doutor!”

— Então com sua licença! Tenha um bom descanso!

Deitado no leito, a estrela já sente melhoras com o efeito dos remédios! “Ei, é verdade que você faz estágio aqui na enfermaria Alomomola?”

— Isso mesmo! – ela respondeu – quando eu me tornar uma profissional, não quero me limitar a derrubar os oponentes e sim também manter meus companheiros bem. Além do mais sempre vão precisar de gente que saiba pelo menos dos primeiros socorros não é?

“Pois é!” responde a estrela.

— O bom de se formar aqui é que há um leque de possibilidades no mercado de trabalho. Se bem que o grosso dos formados vão mesmo para as agências.

As agências são empresas que contratam combatentes certificados e são contatadas para realizar as mais diversas missões, que podem ser de exploração, resgate, segurança e até resolução de conflitos através de combates. Essas missões geralmente são fornecidas aos times de seis combatentes. Para ser contratado por essas agências, por lei, o Pokémon deve ser formado em uma instituição certificada para formar combatentes, e atualmente, a Universidade Smogon é referência nessa área.

Durante quarenta e cinco minutos, Starmie descansava. Estava até cochilando. Mas o barulho de uma porta sendo aberta no chute lhe rendeu um bom susto.

“O que houve?”

Entrava na enfermaria um Bisharp que estava bastante apreensivo. Mas o que deixou o Pokémon psíquico abalado era quem estava nos braços dele.

“Scizor?”

— Ei, alguém dê uma olhada nela, o corpo dela está pelando de tão quente! – falava o Pokémon lâmina com certo desespero.

— Se acalme meu jovem? Coloque ela no leito! – falou o médico Audino.

Starmie, preocupado com a amiga, tomou coragem para perguntar para Bisharp, que estava bastante transtornado. “o que houve com a Scizor?”

— Ela abusou da Mega-evolução! – respondeu Bisharp – o corpo dela começou a esquentar demais e agora ela está passando mal.

De repente o celular de Bisharp toca.

— Alô? Sim, já a levei para a enfermaria! O quê? Não deveria ter saído assim como? Não viu que ela estava passando mal? Tá entendendo não, merda! E daí que a gente perde essa batalha! Ela não vale porra nenhuma! Vai pra o Ditto que te pariu Clefable! Volto quando eu quiser! – e encerra a ligação!

Starmie vê o quanto ele estava nervoso. “eles devem ser bons amigos, ou então ele...” a estrela percebe que não é hora de se preocupar com essas coisas. O importante agora é a saúde de Scizor.

Alomomola usa sua Brisa Gelada para refrescar o corpo de Scizor. A inseto estava febril e ofegante.

— Starmie, precisamos hidratá-la! Traga uma garrafa de água que está na geladeira e um canudo também – pedia a peixe.

Então os dois colocavam o canudo na boca de Scizor – beba bem devagar querida! – Alomomola sabia que a situação de Scizor requer atenção redobrada.

— Starmie... puf... você está aí? –a Pokémon inseto-metálico está ofegando.

“Scizor, estou aqui! Não se preocupe, vai ficar boa logo!” respondeu a estrela.

Depois dos procedimentos, Alomomola coloca um pano úmido na testa de Scizor – acho que com isso ela está fora de perigo, assim que seu corpo esfriar, ela vai se sentir melhor!

Bisharp ficou observando de braços cruzados e encostado na parede – e aí, ela vai ficar bem?

— Só é necessário um pouco de repouso! – respondeu Alomomola.

Depois o olhar dele se volta para Starmie – você é muito amigo dela não é?

“Bem... somos bom amigos, e só...” a estrela responde com um certo medo do semblante intimidador de Bisharp.

— Você vai ficar muito tempo aí? – ele pergunta novamente.

“Bem, tenho uns dez minutos pra ficar aqui!”

— Tenho que ir pra sala agora! Qualquer coisa podem me avisar, viu, tanto Starmie, quanto Alomomola. Deixo meu número com vocês! – assim que fornece seu contato, ele se retira da enfermaria.

Então Starmie fica próximo ao leito de Scizor. Ela ainda estava com respiração ruidosa, mas seu corpo esfria e ela apresenta sinais de melhora. Discretamente, lhe acaricia uma de suas garras, enquanto vaga pelos pensamentos.

“Não sabia que a Mega-evolução poderia ser tão prejudicial para ela. Precisa colocar seu corpo no limite desse jeito?” o Pokémon psíquico realmente estava preocupado com o bem estar dela. “será que precisa realmente de mega-evoluir só para se manter em OU? No caso por que não deixa de frequentar essa classe.”

Mas esse pensamento fez a estrela ficar novamente em alerta com o seu egoísmo. “Não! Sei que não quero que sofra nas batalhas, mas não posso pedir para que você deixe a OU depois de tanto esforço para chegar lá. Pode até ser que frequentar duas turmas é que seja cansativo para ela. O ideal para ela é que fosse frequentar somente a OU e diminuir o uso dessa pedra nesse estrato.”

Olhando para a Scizor debilitada na cama, Starmie então se lembra daquela festa de sábado. E ainda das palavras de Zoroark que diziam que ele, Starmie, é, de alguma forma, responsável pela presença de Volcarona. Foi por culpa dele que a mariposa acabou pondo em risco a vida de Scizor. Isso deixou a estrela triste, pois acabou determinando em sua mente que sua presença seria nociva para a inseto.

“Scizor, talvez seja melhor que eu me afaste de você por uns tempos!” a estrela decidiu isso em pensamento “Só lhe causo transtornos, não sou de ajuda como parceiro de equipe e por minha culpa, você foi ferida por Volcarona! Quero que se concentre mais em OU, pois é nesse estrato é que vai ter mais oportunidades, e se ficar só lá, talvez você consiga se estabelecer por lá mesmo sem mega-evoluir. E também você tem bons amigos por lá não é mesmo? Então realmente não vai mais precisar desse inútil.”

Viu que seu tempo de descanso acabou, resolveu ir embora da enfermaria.

— Já vai? – pergunta Alomomola.

“Já passou uma hora não é? Já me sinto bem!”

— Mas se quiser pode ficar mais um pouco!

Mas Starmie já não estava mais prestando atenção em Alomomola. Queria sair daí o mais rápido possível antes que ela visse a luz trêmula de seu núcleo. Estava chorando.

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Glossário

Choque Psíquico - Psyshock

Perseguição - Pursuit

Brisa Gelada - Icy Wind

Notes:

Gostaram do capítulo?

Só a nível de curiosidade, uma das habilidades de Starmie é "Natural Cure", que recupera os status negativos se o Pokémon é retirado de campo. Mas na quinta geração, ganhou uma habilidade oculta, a "Analytic", que acrescenta em trinta por cento o ataque se esse for desferido por último. Ela é ativada também se o oponente fizer troca, penalizando o Pokémon que entrar. É a habilidade da Starmie dessa fic.

Obrigada pela leitura!

Até mais!

Chapter 6: Capítulo 6 – Quem disse que não preciso de você?

Notes:

No último capítulo, vimos que Starmie não estava tendo um bom dia. Mas quando viu que Scizor estava febril por conta dos efeitos da mega-evolução, a estrela se lembra do quanto se sente culpado pelos problemas que a Scizor passou e com isso decidiu se afastar dela. Será que isso foi a melhor solução?

Boa leitura!

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

“Devo controlar esses sentimentos!” é esse pensamento que Starmie estava tendo em mente. Estava no banheiro dos assexuados tentando se acalmar. Ainda sentia uma dor intensa quando se lembrava de Scizor. Como posso se sentir assim por causa de alguém. Sentia dor ao saber que sua presença só causava problemas a ela, mas também sentia dor por ter que se afastar dela. De qualquer modo, esses sentimentos só o atormentavam cada vez mais.

Demorou vários minutos para que a vontade de chorar passasse. Tinha sorte desse banheiro não ser muito frequentado, especialmente quando não estavam em intervalos. Então aos poucos a estrela acalma seus prantos, a luz de seu núcleo vai, aos poucos, ficando estável. Talvez desse tempo de assistir, ao menos, a última aula. Qualquer coisa serviria para distraí-lo, mesmo que seja um monótono falatório de um professor.

Mas quando ia se dirigindo a sua sala, Greninja estava em seu caminho. Desgraça pouca é bobagem.

— Que bonito! A boa estrelinha de UU gazeando a aula! – debochou o sapo.

Starmie tenta não dar atenção.

— Aposto que foi continuar com a bebedeira, não é?

A estrela tenta correr, mas o sapo insistia – sabia que é falta de educação não dar atenção aos outros? Por acaso anda chapado mesmo?

Mas com isso, o Pokémon psíquico ficou paralisado. Será que mais uma vez terá que passar por uma sessão de insultos do Greninja? A estrela estava incapaz de responder ao sapo. Mas para sua sorte, Infernape se aproximava dos dois.

— Até que enfim melhorou estrela! Bora logo pra sala que o professor Mewtwo vai dar avisos sobre as avaliações da semana que vem já já! – disse o macaco segurando o braço de Starmie.

— A classe do UU não tem aula não pra vocês estarem zanzando por ai desse jeito? – perguntou o noturno aborrecido.

— Estava tirando a água do joelho, por quê? Algum problema? – responde Infernape – Eu pergunto o mesmo em relação ao OU!

— Tenho coisas para resolver no conselho estudantil! Agora me dão licença que não vou perder meu tempo com mons da laia de vocês! – com isso Greninja se retira.

Infernape e Starmie voltam juntos para a sala. O Pokémon de fogo quebra o silêncio que estava entre eles.

— Starmie... er... foi mal pelo que aconteceu no sábado... – o macaco estava meio encabulado.

“Infernape pedindo desculpas? Vai nevar em Hoenn!” pensava a estrela.

— Você sabe... eu tinha prometido que não ia beber, mas bebi... e com isso, mais uma vez nos metemos em confusão...

“Ok chimps! Não é como se fosse culpa sua pelos estragos que causei!” admitia Starmie “Também lhe peço desculpas por ter detonado com você no sábado!”

— Não se preocupe com isso! Cedo ou tarde, vou fazer você pagar por isso! – disse o macaco confiante.

“Como se fosse fácil pra você fazer isso!” debochou a estrela.

— Tá ousadinha assim? Pelo visto já está melhor! – concluiu Infernape – mas, se quiser que eu dê uma surra em uma certa perereca saltitante, pode falar que vou lá mesmo fazer isso!

“Arceus, não tente arrumar mais confusão pro meu lado!” Starmie o repreendia pela proposta, mas no fundo, se sentiu um pouco melhor com essa declaração.

Ambos estudantes entraram na sala.

— Ainda bem que Infernape e Starmie chegaram a tempo! Eu não vou repetir esses avisos! Todos vocês prestem bastante atenção, pois não quero ouvir choros posteriormente! – declara Mewtwo.

Infernape e Starmie vão aos seus lugares. Quando percebeu que tem a atenção dos estudantes, Mewtwo prosseguiu:

— Bem, como vocês devem saber pelo calendário, próxima semana essa turma passará pelas avaliações periódicas. Vocês serão avaliados em três etapas: A primeira etapa, que será realizada na próxima segunda, consiste em uma prova individual escrita, que irá abordar tudo que aprenderam nesse semestre. Essa prova consiste em cem questões objetivas, terão quatro horas para fazê-la. Deoxys e eu seremos os responsáveis pela aplicação. E quem tirar uma nota abaixo de sessenta por cento, será rebaixado.

Um murmúrio assolou a sala.

— Tô ferrado! – Sceptile estava trêmulo.

— Arceus... o que será de mim? – Heracross também estava se tremendo.

— Pelo visto já tem gente chorando! – afirmou Mewtwo – isso é ainda o começo! No dia seguinte teremos a segunda etapa, que é a avaliação prática em grupo. Já nessa atividade, já tenham seus times de seis integrantes formados. É permitido convidar alunos de estratos inferiores para completar o time, mas o aluno desta classe que não estiver em um time, ou tiver em um time incompleto, vai ser rebaixado. E aqueles que estão na monitoria de RU, se não cumprirem as condições que citei a pouco, vão perder a monitoria.

— Ai ai ai! Essa vai ser hardcore! – murmurou Zoroak.

— Quem vai ministrar essa prova? E como ela vai ser? – perguntou Tentacruel.

— Essa prova será ministrada pela professora Xerneas! Mas os detalhes dela só saberão no dia! – responde o professor.

Mais cochichos ecoam pela sala.

— Ai ai ai! Da professora Xerneas pode-se esperar de tudo! De tudo mesmo! –comentou Gengar.

— Sssssssssshhhhhhhhhhh! – Mewtwo chama atenção para continuar a explicação – por fim, a terceira etapa ocorrerá nos dois dias subsequentes, que consistirá em simulações de batalha. O modo de batalha será o padrão da universidade. A tabela de combates que indicará a quantidade de batalhas e os adversários só será revelada no dia. Nessa avaliação seus desempenhos em combate serão classificados no sistema da ladder. Isso quer dizer que serão avaliados dado a relevância de cada um em um time combatente. Aqueles que não atingirem a relevância mínima de 3,4%, também terão rebaixamento automático para estratos inferiores. Solgaleo será encarregado dessa etapa, auxiliado pelos monitores de UU.

Apesar desse tipo de pressão ser rotineira na Smogon, muitos alunos ainda estão temerosos por causa da avaliação.

“Acho que nessa avaliação prática eu me ferro de vez!” Starmie estava pessimista. Na prova escrita a estrela sempre se garante, mas seu desempenho em combates não é tão bom como nos semestres anteriores. E isso abala sua autoconfiança.

— Então pessoal, seus times devem ser informados até as cinco horas da tarde de quinta feira para que possamos fazer os preparativos da segunda e terceira etapa da avaliação. Vou deixar o resto aula para que vocês já comecem a se organizarem. Isso é tudo! – concluiu Mewtwo.

O professor deu o resto da aula para os estudantes começarem a formar equipes. Por terem entrado por último, Starmie e Infernape estavam sentados próximos durante a aula.

— Pode esperar Starmie! – o Pokémon de fogo já começa a desafiar o aquático - Nessa avaliação vou com tudo pra cima de você e...

— Taí, encontrei os dois duma vez! – interrompeu Krookodile – quero voceis no mermo time que eu!

“Assim na lata?” Starmie estava surpreso.

— Por que nós no mesmo time? – questionava Infernape – eu quero enfrentar Starmie nessa avaliação.

—Pois vai ficar querendo chimpanzé! Você e a estrela fizeram a maior zona na festa e por curpa de voceis eu não pude me apresentar, então pra compensar, quero que me ajudem nessas provas. Infernape, você pode ser idiota, mas é forte pra peste. E a estrelinha é boa em explicar as coisas, quero que ela me ajude nos estudos das outras duas provas. E ai, tão dentro ou não tão? – a terrestre fazia sua proposta.

“Acho que não tem problema...” Starmie estava um pouco assustada pelo jeito sopetão da Krookodile chamá-los, mas não podia perder oportunidade de estar em um time.

— Já ta arredando estrela, ficou com medo de me enfrentar? – provocou o macaco.

— Que se enfrentarem o quê? Agora vão trabalhar juntos. Se brigarem eu faço vocês se beijarem.

Os dois se entreolharam surpresos e instintivamente deram um salto para trás. Não é algo que gostariam de fazer um com outro.

— Fazer o que né dentuça! – Infernape cedeu à proposta.

— Brigada aos dois! – a crocodilo ficou satisfeita – agora farta os zoutros! Ai amanhã vocêis arruma umas sugestões ai. Tudo bem?

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Enquanto isso, no prédio administrativo havia uma sala reservada para o conselho estudantil. Greninja entrava nela e encontrou seus outros seis companheiros do conselho, que tem a Aegislash como presidente. A Pokémon espada é uma monitora de OU e é considerada um dos alunos mais poderosos da universidade, tanto que não pode participar em avaliações junto com seus colegas de classe. Um outro aluno que está na mesma condição que ela é o vice-presidente Blaziken. E além de Greninja os outros integrantes são Landorus, Ferrothorn, Heatran e Clefable. São esses sete Pokémon os integrantes do conselho estudantil.

— Desculpe ai o atraso! – justificava Greninja – peguei dois Pokémon de UU pelos corredores em pleno horário de aula.

— Isso é uma falta de disciplina mesmo! – comentou Ferrothorn indignado – o que estavam fazendo fora da sala?

— E eu sei lá! Mas ouvi dizer que esses dois que encontrei estavam fazendo maior baderna no Bar Florestal no sábado! – respondeu o sapo.

— Naquela festa que o Amoonguss organizou? – comenta Heatran – já estou até com pena dele. Vocês viram no simulado de hoje como o coitado estava desesperado ao me enfrentar? Aposto que depois das provas ele já vaze de volta para UU.

— Seria bom se Bisharp também fosse rebaixado! – resmunga Clefable – esse Pokémon desobedece às ordens e sai em pleno combate sem permissão. É muita desconsideração por parte dele!

— Certo pessoal! Mas o assunto de hoje é sério! Alguém de vocês faz idéia de quem fez o ato de vandalismo no prédio da coordenação, que fica ao lado daqui? Isso só pode ser obra de alunos – Aegislash aborda o tema principal da reunião.

— Não me surpreende em nada se forem integrantes da classe ZU! – deduz Blaziken.

— Que absurdo! São justamente os alunos que mais precisam se dedicar ao estudo para ver se saem da situação lamentável em que estão. Mas não! Não sei por qual motivo, mas é a sala mais que depreda e escandaliza pela faculdade! – Ferrothorn ainda mostrava sua indignação.

— Sinceramente não sei Ferrothorn! – suspirou Aegislash – o que eles têm na cabeça de vandalizar a faculdade e ainda com dizeres que criticam o consagrado sistema de estrato que a faculdade adota há décadas.

— Se não gostam desse sistema, que arrumem outro canto para estudar! – comenta Landorus.

— Seria divertido se a coordenação nos desse carta branca para nós de OU darmos uma lição neles, não é? – fala Clefable.

— Estou pensando em realizar uma investigação informal! – afirma Aegislash – tenho informantes de outros estratos! E Rotom, que freqüenta diversas salas graças a sua capacidade de mudar de forma, pode nos dar informações de quem são os culpados! Os encontrando, podemos pedir para coordenação para que nós os usássemos como exemplos.

— Que idéia é essa Aegislash! Acho que isso é fora das atribuições do conselho! Tudo bem que devemos atender as demandas dos estudantes e aconselhá-los para uma boa convivência aqui na universidade! Mas acho que investigação do caso e castigo deve ficar a cargo dos professores! – expõe Landorus.

— Landorus! Como alunos de elite, também devemos zelar pela boa conduta dos nossos colegas. Lógico que não farei nada que não for permitido pela coordenação. Mas se conselho deve ajudar na disciplina dos alunos, então eu ficarei honrada em cumprir esse dever! – reponde a espada.

— Aegislash está certa! Devemos zelar pela disciplina na universidade! – apóia Ferrothorn.

— Isso parece ser divertido de nós ajudarmos na punição dos desordeiros! – Clefable se empolga.

— Isso não está certo! – Landorus bate na mesa – você vem com esse papo de manter a disciplina, mas pra mim isso não cola! Pra mim você não passa de uma Pokémon rica e mimada que quer ser a justiceira da universidade.

— Oh, vejo que está contestando a minha liderança! – fala Aegislash calmamente – por acaso não gosta de mim na presidência? Gostaria de disputar o cargo?

— Saiba que não tenho medo de você! Tenho ataques efetivos contra você e que não são afetados pelo seu Escudo do Rei! – o terrestre fala em um tom mais ameaçador.

— Caro Landorus, todos tem sua fraqueza! E claro que não subestimaria o Pokémon que, depois dos monitores, é o melhor em OU! Mas até alguém como você tem suas fraquezas! – Aegislash pega um controle e aperta os botões. Com isso regula o ar condicionado para diminuir sua temperatura – acho que você não gosta muito do frio, não é mesmo.

— Que história é essa Aegislash? Por que está diminuindo a temperatura do ar? – questionou Landorus que começou a se tremer – vocês sabem que o frio não me faz bem!

— Então esfrie a cabeça se não quer ter o corpo todo esfriado! – Greninja estava logo atrás preparando um Raio de Gelo.

— Como pode ver Landorus! Nem sempre podemos contar com nossas habilidades individuais! Nós batalhamos em grupo para que um cubra a fraqueza do outro – Aegislash explica serenamente – e nós do conselho estudantil somos um elo entre estudantes e a universidade, então vamos trabalhar duro para tanto eles como a universidade reconheçam o nosso valor e que nossa influência continua plena.

— Não poderia ter explanado melhor presidente! – elogiou Ferrothorn.

— Tem mais alguma dúvida Landorus? – perguntou Aegislash.

O Pokémon terrestre não poderia estar mais frustrado. Essa espada não é apenas poderosa, mas também esperta e manipuladora – que seja presidente, mas devemos ter cuidado para não termos um efeito contrário, ou seja, ter alunos se revoltando contra o Conselho Estudantil.

— Não precisa se preocupar com isso! Nossas ações sempre serão feitas com bastante cautela! – afirmou a Pokémon fantasma-metálica – agora, partindo para o próximo assunto, alguém tem interesse de assistir as avaliações práticas de RU?

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Scizor finalmente acorda e se sente melhor. Ela é liberada pelo médico já quase no fim da última aula. Mas ela estranha que Starmie não esteja mais na enfermaria.

— Ei Alomomola, Starmie já saiu? – perguntou a inseto.

— Ele saiu tem um tempinho! – respondeu a aquática – acho que voltou para assistir as últimas aulas. E Bisharp me perguntou agora se você está bem! Ele me disse que está com suas coisas na sala de OU.

Ela então se levanta e vai para em direção para os blocos. Já era fim de tarde. Ela acaba avistando Starmie, que já estava andando para ir embora.

— EI STARMIE! – chamou Scizor.

“Er... Scizor?” a estrela ficou nervosa.

— Você estava na enfermaria também?

“Foi só um envenenamento, mas estou melhor!”

— É verdade que Mewtwo falou sobre as provas da semana que vem?

“Sim, mas você não precisa se preocupar com isso. Como você estuda também em OU, você só é obrigada a fazer as avaliações desta sala, que ocorrerão só daqui a duas semanas, não é?”

— Pois é, fui informada que minha participação nas provas em UU é opcional. Mas tem algo que posso fazer para te ajudar com essas provas?

“Obrigado, mas no momento não!” a estrela recusa, não podia ficar incomodando ela com suas dificuldades. E ainda tinha prometido a si mesmo que iria tentar se afastar dela “agora, com sua licença, eu preciso me apressar para chegar cedo em casa hoje!” e Starmie continua a se dirigir para o ponto de ônibus.

— Certo Starmie! Mas qualquer coisa só me pedir! E até amanhã! – se despedia a inseto.

“Por que ela é tão gentil assim...” pensa Starmie. E rapidamente manda uma mensagem de texto para Bisharp o informando que Scizor estava melhor.

Próximo a cantina, Tentacruel finalmente informa a Amoonguss que a turma vai ajudar com a dívida. Isso deixa o fungo tão emocionado que ele começa a chorar e acaba abraçando o Pokémon água-viva.

— Buuuuuuaaaaaa! Me sinto tão mau com isso! O pessoal de UU são todos uns anjos! Snif... snif...

Mas depois de ficar abraçado ao colega por um tempo, ele percebe que o corpo de Tentacruel amolece em seus braços.

— Tentacruel? O que houve?! – Amoonguss fica em pânico.

— Zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz – ele estava dormindo.

— Ai ai! Tentacruel, você foi afetado por meu Efeito Esporo! Acorda ai cara! – disse sacudindo a água-viva

— Er... Amoonguss? Que houve?

— Foi mau cara! Fiz você dormir... droga! – o fungo já tinha lágrimas nos olhos de novo.

— Calma Amoon! – Tentacruel queria que o amigo se acalmasse – isso não foi nada! E além disso, todos te consideram muito bem! Mas isso é bom para você nunca se esquecer da gente.

— Tá brincando? Já sinto falta de vocês! – fungava Amoonguss – senti algo pesado na sala de OU, o clima nessa sala é bem mais denso! Não sei se vou aguentar a pressão.

— Vai dar certo Amoonguss! Você tem grande perícia nos combates! – incentiva Tentacruel! – logo você se adapta.

— Espero que você tenha razão... mas não gosto do clima da turma de OU desse semestre! – completa o fungo.

Os dois iam conversando até o ponto. Mas de longe, Tentacruel ia vendo seu ônibus passando.

— Ai meu ônibus! – se alarma a água-viva – se não pegar esse agora, o próximo só passa daqui a quarenta minutos!

— Corre que dá tempo cara! E até amanhã! – despedia o fungo.

— Até! – Tentacruel se move a toda velocidade e percebeu que Starmie estava subindo no tranporte - STARMIIIIE!!!! FALA PRO MOTORISTA ESPERAR UM POUCO!

Escutando o pedido do colega, a estrela fala para o motorista aguardar um pouco. Quando Tentacruel consegue subir ofegante, o ônibus finalmente parte.

— Valeu estrela... puff... puff... ainda bem que não ficarei plantado no ponto! – o Pokémon venenoso agradecia.

“Isso não foi nada!”

Os dois permaneciam de pé lado a lado no transporte. Tentacruel puxa conversa.

— Cara! Hoje foi um dia bem turbulento! Mas graças à Latias, nós poderemos cobrir aquela dívida.

“Ei Tentacruel, me desculpe por ter te agredido no bar! Eu estava fora de mim...” Starmie estava envergonhado, estava diante de mais uma vítima do seu descontrole.

— Esquece isso estrela! Mas pelo menos conseguiu deter os outros dois! – falou Tentacruel descontraído.

“Mas se não tivesse esbarrado no Zoroak, a dívida que a classe tem poderia ser bem menor!” lembrava a estrela.

— Olha! Era Zoroak e Venomoth que estavam aprontando com a Volcarona. Se ela não descobrisse naquela hora do esbarrão, pode ser que ela descubra depois! Você sabe que mentira tem perna curta! – Tentacruel tenta amenizar a culpa da estrela – mas você parece meio abatido! Realmente hoje foi duro pra você também não é?

“Realmente já tive dias melhores!” respondia Starmie.

Em quinze minutos, os dois chegam ao prédio submerso onde residem. Enquanto mergulham para a entrada, Tentacruel ficava observando seu colega preocupado. Ele percebe que tem algo que perturba o Pokémon psíquico, já que ele estava lacônico durante a conversa.

— Ei Starmie, o que pretende fazer hoje à noite?

“Vou estudar pras provas, lógico!”

— Ei... sabe... moramos no mesmo prédio desde que começamos a estudar na Smogon. E... bom... se somos vizinhos, saiba que podemos contar um com outro! – Tentacruel fica bem encabulado de repente – então, se quiser conversar com alguém... você pode me procurar em meu apartamento.

“Er... ta bom...” A estrela ficou surpreendida pelo oferecimento da água-viva “Então até amanhã Tentacruel!”

— Até amanhã Starmie! – o Pokémon venenoso logo entra envergonhado no tubo que leva ao apartamento dele “Arceus, se soubesse o quanto me preocupo por você Starmie!”

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Dia seguinte, Starmie chega cedo à sala de aula para se reunir com Krookodile e Infernape para acertar detalhes do time. Gengar também estava junto, pois Starmie está propondo a entrada dele do time.

“Então Krookodile? O que me diz?” a estrela espera a resposta dela. Enquanto isso Gengar olhava a Pokémon terrestre com um olhar de imploração.

— Hum... sei não... você deve ser bom com fadas e lutadores, mas i os norturnos? – Krookodile ainda está pensativa.

— Krookozinha, não se preocupe com isso que tenho planos para eles, especialmente para Hydreigon, que é uma das mais temíveis da sala! – se gaba o fantasma confiante.

— Tá bem Gengar! – a terrestre aceitou a proposta – mas ainda faltam dois. E “Krookozinha” é a senhora tua mãe!

Mas longe deles, Scepitile estava ouvindo a conversa deles. Tanto Crawdaunt como Arcanaine arrumaram seus times. A situação deles é delicada, mas para o Pokémon vegetal, a sua situação em UU é crítica. Mesmo com a mega pedra, ele é o último da turma, e seus colegas não estão pretendendo preencher a vaga de usuário de mega-evolução do time com um Pokémon que não está muito bem nos combates. Mas ele não podia desistir em estar em um time. Nesse momento ele deve mostrar para os seus colegas do que é capaz.

— Olá meus caros colegas! – cumprimentava o Pokémon vegetal – soube que precisa de mais gente no time, não é? Ainda nem tem alguém que é capaz de mega-evoluir, não é mesmo?

— Não Sceptile, não quero você no time! – Krookodile nega a entrada de Scepitile antes dele terminar a proposta.

— Mas logo de cara! – o réptil ficou ressentido – Qual é? Com a mega, sou um dos Pokémon mais rápidos da classe.

— E um dos mais idiotas também! – completou a terrestre.

— Starmie, me ajuda! – disse colocando o braço por traz da estrela – diga pra ela que, como um Pokémon aquático, morre de medo de levar ataques elétricos. Mas com minha habilidade, posso te proteger desses ataques e ainda aprimorar minha força.

— Meu filho! Eu também sou imune a eletricidade! Nisso a estrela não tem que se preocupar! – respondeu Krookodile.

— Ah, querida, eu ainda tenho bastante resistências preciosas como a ataques terrestres e, principalmente, a água e a vegetal, sendo que isso é legal pro Infernape, pra Starmie e pra você também Krookodile.

A crocodilo pensou por uns instantes. Talvez não seja uma idéia tão ruim tê-lo no time – qual é seu Poder Oculto?

— É o fogo!

— É! Acho que com estratégias certas pode ser que dê certo ter tu no time!

— Então vai aceitar a lagartixa verde mesmo? – questionou Infernape incrédulo.

— Pois é, me decidi! Scepitile tá no time.

— Obrigado Krookozinha! – agradeceu o vegetal.

— Me chame de “Krookozinha” de novo que te dou uma dentada! – rosnou Krookodile.

Scizor chegou à sala há um tempo, mas Starmie estava tão ocupado conversando com os integrantes da equipe dele que sua presença nem foi percebida. Eles só pararam com a reunião quando o professor entrou na sala. “Talvez ele só estivesse ocupado demais com os preparativos da avaliação!”

No intervalo, a inseto tenta acompanhar a estrela.

— Oi Starmie! Nem nos falamos direito essa semana! – e ai? Como vão os estudos.

“Muito puxado! No intervalo, vou ficar com os companheiros do meu time. Vamos fazer tipo um grupo de estudo!” responde a estrela.

— Muito bom! Vai querer alguma ajuda?

“Obrigado, mas não precisa se incomodar!” Starmie recusa o oferecimento. Pelo menos até o fim das avaliações, terá desculpas para não andar com Scizor. Ele queria se afastar dela, mas também não quer ser rude com ela “Então, com licença!”

Quando o aquático sai da sala, a inseto fica pensativa. De repente, sente uma incomoda sensação de que Starmie está distante dela, semelhante ao começo do semestre. O que leva o Pokémon aquático a evitá-la?

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Era manhã de quarta feira, Scizor e Heracross estavam caminhando juntas pelo Campus Frontier. Estavam conversando sobre as avaliações.

— Scizor, então é verdade que a Latias vai querer que eu vá pro time dela? – perguntou a lutadora esperançosa.

— Sim! Ela disse que a classe UU não pode perder uma Pokémon tão poderosa como você!” – respondeu a metálica – é só fazer as coisas direitinho. Eu vou te ajudar nos estudos. Isso sem falar que já sinto falta de ti quando estou em OU, imagine se não vamos poder mais estudar juntas em UU. Ficarei triste demais.

— Oiiim! Você não deixa de ser carente não é Scizor? – Heracross estava com um sorriso radiante.

As duas passam por uma banca que ficava por trás das lanchonetes. Um livro de capa dura chamou a atenção de Scizor.

— Então é esse o almanaque dos tokusatsus que passaram na TV na década passada? Parece um bom item para quem gosta do assunto – a inseto metálica analisava a publicação.

— Não sabia que gosta dessas coisas! – comenta Heracross

— Eu não ligo muito para esses seriados. Mas Starmie os adora. Esse almanaque seria um ótimo presente para ele no seu aniversário amanhã! – respondeu a inseto.

— Huuuuummmmmm! – a lutadora sorriu de forma mais maliciosa.

— Que isso Heracross! Ele é um bom amigo pra mim desde que entrei na Smogon! Só gostaria de dar algo legal para ele. E quem sabe, quebrar esse gelo que está entre nós... – a última sentença disse de forma melancólica.

— E por que não compra?

— Não tenho dinheiro suficiente! Aquela cota para pagar a despesa do Bar Florestal me deixou quase tão dura como a concha de um Cloyster!

— Pois é! E o pior é que nem posso te emprestar! Acho que a sala inteira deve estar na pindaíba depois dessa. Mas então, é verdade que vocês não estão se falando?

— A gente só fala o básico um com outro, mas depois de domingo, nós ainda não tivemos uma conversa de verdade. Sinto que ele está me evitando! – Scizor disse preocupada.

— Hummm! Acho que já sei o porquê! – Heracross se lembra de um evento que ocorrera na segunda de manhã – quando a classe estava discutindo sobre o pagamento da dívida do Bar Florestal, me lembrei que Zoroak falou que foi Starmie que esbarrou nele e com isso, a farsa dele com o Venomoth foi desfeita. Talvez Starmie se sente culpado por achar que tem uma parcela de responsabilidade daquela confusão com Volcarona, que fez com que você passasse por maus bocados.

— Então Starmie acha que tem culpa no caso da Volcarona? A gente nem sabe se é realmente verdade que Zoroark disse! – falou a metálica indignada.

— Sim, mais mesmo assim, talvez ele tenha vergonha de falar com você, depois de tudo que você passou!

— Mas ele salvou minha vida! Eu vi que ele se arriscou muito para me proteger! Mesmo que ele tenha se esbarrado no Zoroak, isso não muda o fato que só estou inteira graças a ele.

— Então o que vai fazer? Vai falar com ele? – questiona Heracross.

— Mas é claro! – afirmou Scizor.

Então as duas se dirigiam aos blocos, mas no flanelógrafo, um cartaz chama atenção das duas.

— Olha, parece que tem um totem por essas bandas que vai aceitar desafios por essa semana! – comenta Heracross.

— O prêmio é um Z-Crystal... Hummm! Parece posso resolver o caso do presente do Starmie também! – uma ideia surge na mente de Scizor.

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Os alunos da classe UU foram liberados da última aula para assistirem alguns combates da avaliação de batalha dos alunos de RU. O objetivo é ver as habilidades deles para, quem sabe, chamar alguns deles para avaliação de UU. Não são obrigados a aceitarem o convite, mas geralmente aceitam, pois participações em batalhas de estrato superiores podem contar pontos para uma possível promoção.

Starmie estava assistindo a uma dessas batalhas. Ele percebe que tem muitos Pokémon fortes e habilidosos nessa sala também. Eles também são rivais na disputa de vaga na UU. Ele vai fazendo anotações sobre os combatentes que lhe chama atenção.

“Essa Araquanid é bem resistente e faz um bom uso da sua habilidade Bolha de Água. O Chesnaught também está passando nos adversários como rolo compressor. Sem falar da presença imponente de Steelix com a mega-pedra. Se não tivéssemos o Scepitile, com certeza o Steelix seria uma boa adição no time.”

Quando as batalhas terminaram. Starmie ia se encontrar com Krookodile para repassar as anotações. Mas viu que Scizor o esperava no lado de fora do ginásio.

— Starmie! Eu preciso muito falar com você! – ela estava séria.

“É rápido? É que a Krookodile está me esperando!” justificava Starmie.

— Leve o tempo que precisar! – a para surpresa da estrela, a Pokémon terrestre veio logo em seguida – a Scizor realmente tem coisa importante pra falar pra ti. Não precisa se preocupar, resorva o que tiver que resorver com ela. Então vou deixá-los a sóis!

Quando se viu que estavam sozinhos, a inseto pegou no braço de Starmie – vamos para a praça?

Então se dirigiram a uma praça que fica próxima a entrada do Campus. É um dos locais mais agradáveis de se ficar. Há diversas árvores e vários canteiros com diversas flores. Scizor gosta do lugar, pois acha bastante agradável o aroma floral. Tem alguns bancos e pequenos postes com lâmpadas que já estão se acedendo, pois já era fim de tarde. Também há duas estátuas com uns cinquenta centímetros de altura cada uma e são suspensas em dois pedestais, uma de um Lugia e outra de um Oh-oh, que representam os fundadores do instituto.

— Ei Starmie, seja sincero comigo! Há algum problema?

“Como assim?” O Pokémon aquático não sabia como responder a pergunta.

— Bem, a gente não se tem falado muito! E sei lá! Estou achando que você está me evitando!

“É mesmo?” Starmie ficou apreensivo, a Scizor reparou que pretendia se afastar dela? “e que ando muito ocupado com as avaliações e...”

— Por favor! Fale a verdade! Foi por causa da Volcarona, não foi?

“Como assim?”

— Soube que disseram na sala que havia sido você que tinha empurrado o Zoroark!

A estrela ficou em pânico. Scizor já sabe que foi culpa dele. Foi por sua causa que Volcarona veio para o bar, causou prejuízos que a turma toda tem que pagar e ameaçou a Scizor.

“Sinto muito Scizor! Realmente fui eu! Como você pode ver, não sou salvador de ninguém! Fui eu que pus sua vida em risco!” a luz do núcleo de Starmie começa a ficar trêmula.

— Starmie se acalma por favor! – ela vê seu amigo nervoso e começa a ficar tensa também – isso não muda em nada o fato de você ter me salvado!

“Mas... Scizor...” a estrela não estava conseguindo disfarçar seu nervosismo e tristeza. Seu núcleo trêmulo deixa evidente para Scizor que está chorando.

— Starmie, eu fiquei com muito medo da Volcarona, eu não nego! Mas tive também muito medo de que você se ferisse por minha causa! Você deve ter sentido o mesmo, não foi? – a inseto se abaixa e coloca um dos joelhos no chão. Sua garra pousa delicadamente no braço da estrela e ela olha bem no seu núcleo.

Mas uma lembrança veio à mente de Starmie. A Scizor havia sido mordida por Volcarona. Ela tinha o empurrado para protegê-lo. Foi daí que ela sofreu a queimadura.

“E ainda por cima! Você acabou se arriscando para me proteger também, não foi? Por isso que eu não queria te ver! Só causo problemas para você! Seria bom melhor se afastasse de mim, pois sei que não precisa de mim!”

— QUEM DISSE ISSO? QUEM DISSE QUE NÃO PRECISO DE VOCÊ? – de repente, Scizor ficou tão exaltada que assustou a estrela.

“Scizor?”

— Ai, me desculpe... não queria gritar assim com você... – ela ficou bem sem-graça por ter falado isso alto desse jeito – mas eu realmente estava com medo de você se machucar. Mas então você também teve medo de que me machucasse também, não foi?

“Se tive medo? Tive muito!” Starmie resolveu se abrir “na verdade, na segunda a tarde, quando te vi sofrendo por conta do calor excessivo, também fiquei temeroso em relação ao seu bem-estar. Eu estava pensando se sua rotina já estava sendo muito puxada por conta de frequentar duas classes. Não quero que de jeito nenhum abra mão de OU, mas... sabendo que sua mega lhe causa... isso me deixa preocupado.”

Scizor resolve envolver a estrela com suas garras e puxá-lo para mais perto de si. Starmie ficou bem encabulado por conta do repentino abraço. A luz do seu núcleo agora está com um brilho forte de mangeta, que ilumina a carapaça vermelha da inseto.

— Sabe, por mim só ficaria em UU mesmo. Não só por você, mas pelos nossos amigos nos quais tornam nossos dias aqui mais alegres. OU não é como antigamente. O que eu vejo lá é mais panelinha e pressão, tanto pelos professores, quanto pelos monitores e até mesmo pelos colegas. Mas lá eu posso usar a mega-evolução. Por mais que não goste de seus efeitos colaterais, essa mega-pedra é uma lembrança de minha mãe. Eu quero ser uma excelente combatente que domine a mega-evolução em honra dela, que foi uma grande combatente. Então por isso eu ainda suporto essa classe. Mas não se preocupe, você sabe que mesmo frequentando as duas classes, faço possível que minha carga horária seja semelhante à média dos estudantes.

Starmie escutava a explicação da amiga. Mesmo se sentindo culpado pelo que lhe ocorrera, ela ainda faz o possível para convencê-lo do contrário. Está começando a relaxar para aproveitar que estão abraçados.

— Agora vê se não fique querendo se afastar de mim. Não quero perder um grande amigo como você por conta dessas besteiras!

A estrela fica contente quando ouve que Scizor o considera como um grande amigo. Na verdade, o Pokémon aquático queria que essa amizade fosse apenas um pouco mais além. Porém, dadas as circunstâncias, isso seria inadmissível. Mas não pode está mais feliz do quer ter, ao menos a amizade da Pokémon metálica.

— Mas tem uma coisa que eu preciso te dar bronca. Você deveria tomar cuidado com o que bebe – ela disse enquanto afastava a estrela do seu afago para novamente encarar seu núcleo.

“Sim, eu tomei a bebida de Gengar por engano!” explica a estrela.

— Então, você já sabe! Você deve sempre prestar atenção em qualquer coisa que ponha na boca. Com isso você evita enrascadas! Está combinado assim? – pergunta Scizor sorridente.

“Combinado!” Starmie assume esse compromisso. E já se sente mais aliviado.

— Certo! Agora, eu tenho um problema! Amanhã é seu aniversário, não é? Queria te comprar um presente, mas eu estou sem dinheiro...

“Scizor! Não precisa se preocipar com isso!” interrompia Starmie.

— Não, espere! Mas aí eu tenho uma solução pra isso! Pode parecer meio estranho pra você. É que no Lago do Dragonair,tem um totem que está aceitando desafios. Se vencê-lo ganhará um Z-Crystal. É uma batalha em dupla. Estou pedindo se você pode me ajudar com essa. Sei que é meio absurdo pedir ajuda para conseguir seu próprio presente, mas acho que uma batalha como essa pode ajudá-lo no treinamento e na sua auto-confiança. O que me diz?

A estrela ficou pasma com a proposta. “você quer batalhar ao meu lado, para obter a Z-Crystal pra mim?!”

— Pode parecer meio rude te pedir isso. Mas acredito que o prêmio lhe seja útil para as avaliações. O que me diz?

Starmie ainda está sem palavras por conta da proposta. Scizor irá lhe ajudar em uma batalha contra um poderoso totem só pra lhe arranjar um presente. O certo seria recusar essa loucura, mas não quer fazer pouco caso da boa vontade da amiga.

“Então... vamos!” aceita a estrela.

—Ótimo! Amanhã às seis horas te busco na praia. Agora vamos sair daqui, está ficando escuro. E o povo pode pensar besteira sobre nós!

“Certo!” ainda ficou envergonhado com a última sentença. Mas Starmie se sente mais leve, pois não só se entendeu com Scizor, mas também terá uma aventura ao lado dela. Qual presente seria melhor do que esse?

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Glossário

Escudo do Rei - King's Shield

Raio de Gelo - Ice Beam

Poder Oculto - Hidden Power

Notes:

Então, como foi o capítulo! Enfim, as provas chegando, e estamos vendo a formação de um dos times! Mas Starmie e Scizor pretendem a enfrentar um totem para obter o Z-Crystal! como se sairão nessa batalha?

Agradeço a leitura

Chapter 7: Capítulo 7 - Aniversarium Z

Notes:

No capítulo anterior, vimos que a turma UU estão prestes a terem uma semana de avaliações, eles então devem começar a intensificar os estudos e formar suas equipes. Por outro lado, Scizor finalmente convence Starmie que ele não precisa ficar se culpando pelo que ocorrera da festa e com isso os dois conseguem se entender e combinam de desafiarem o totem em busca da Z-Crystal para Starmie.

Boa leitura!

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

Eram quase seis horas da manhã e Starmie já estava na praia esperando pela Scizor. Não demorou muito para que um conhecido carro vermelho chegasse e parasse próximo à estrela.

— Bom dia Starmie! Pode entrar! – a inseto abre a porta do carro convidando o amigo a entrar no veículo.

O carro foi andando pela cidade e logo ele passou próximo ao Bar Florestal. Depois virou uma curva para pegar uma estrada. O tempo começou a ficar nublado. A estrada estava com poucos carros. Scizor dirigia tranquilamente para o destino. Para passar o tempo, começa a puxar conversa com Starmie:

— Ei Starmie, como sua família vai comemorar seu aniversário?

“Comemorar? Minha progenitora tem seu trabalho na agência. Ela não tem nem como vir me visitar nesses dias.”

— Então não vai ter festa em sua casa? – Scizor ficou surpreendida.

“Pois é! Você sabe que minha progenitora é bastante ocupada no serviço dela. Você sabe, ela é um dos doze conselheiros da Agência Índigo. Ela não pode se dar ao luxo de deixar seu posto apenas para me visitar em meu aniversário.”

Scizor ficou possessa. Sabe que a progenitora de Starmie tem um cargo importante aonde trabalha. Mas ao mesmo tempo, fica apreensiva pela vida solitária que a estrela leva. Desde que se conheceram, repara que Starmie passa uma boa parte de seu tempo sozinho. Sabe que o Pokémon aquático e seu progenitor se reencontram muito raramente. Mas outra coisa que a intriga é que Starmie nunca falou de seu outro progenitor. Afinal, para um Starmie gerar descendente de sua espécie, necessita se unir, ou a outro Starmie, ou a um Pokémon macho do grupo reprodutivo Água 3, ou a um Ditto...

“Scizor! Você está saindo da mão!” avisa a estrela.

Seus pensamentos fizeram que Scizor se desconcentrasse ao volante. Rapidamente ela voltou pra faixa certa – Ai, me desculpe! Que falta de atenção minha!

“Ainda bem que mal tem carro a essa hora! Mas mesmo assim, cuidado!”

Em quinze minutos, chegaram ao seu destino. O lago ficava no lado esquerdo da estrada. Havia uma barraca de madeira próxima a ele, onde está instalado um posto. Há balcão onde se encontra uma Ribombee como recepcionista.

— Bom dia! Posso ajudá-los?

— Estamos aqui para desafiar o totem! – fala Scizor.

— Ok! Então, preencham o formulário, por favor! – disse a atendente – Resumindo as regras, é uma batalha em dupla, na qual enfrentarão o totem e sua parceira ao mesmo tempo. Não é permitido o uso de mega-evolução. Se ambos desafiantes não tiverem condições de lutarem ou se ao menos um deles declarar desistência, vamos considerar sua derrota. Se derrotarem o totem, ai é considerado vitória de vocês. Combinado?

“Sim moça!” respondeu Starmie.

— Certo! Nesse momento o totem está enfrentando outros desafiantes! Aguardem que avisaremos quando for a vez de vocês.

Eles sentaram em um banco ao lado.

“Falei com a Krookodile que talvez eu não fosse para universidade na parte da manhã. Mas estranhamente ela me disse que está tudo bem. E quando questionei sobre o sexto membro, ela disse para eu não me preocupar com isso.”

— Pode ser que ela já tenha uma solução para isso! – fala Scizor, mas com um sorriso meio nervoso.

“Espero que sim! O prazo pra formação dos times é até hoje à tarde!”

 - Mas agora temos que bolar uma estratégia contra o totem. Você sabe que as batalhas contra eles são bem diferente daquelas que temos na universidade, não é?

“Sei sim! Inclusive, fiquei vendo vídeos de batalhas assim ontem à noite. O nosso adversário é um Araquanid. Ontem vi uma batalha de uma colega de RU da espécie dele, mas creio que o totem deve ser bem mais forte. Trouxe seu estojo de TM’s como eu pedi?”

— Trouxe sim!

“Tenho uma estratégia anotada no caderno! Não sei se é a ideal para vencê-lo, mas é o melhor que pude elaborar!” Starmie mostra uma página de seu caderno com anotações.

— Me deixe ver isso aqui! – Scizor pede para ver as anotações. Com isso eles vão discutindo seus planos para batalha.

De repente, começa a chover no local. Em poucos minutos, aparecem alguns Comfey carregando macas com dois Pokémon feridos. Eram um Electivire e uma Floatzel, que foram vencidos pelo totem.

Starmie ficou nervoso. Pela tipagem dos Pokémon derrotados, parece que a batalha será mais difícil do que pensa. “Um elétrico e atacante físico, que levaria vantagem nessa luta, foi derrotado. O totem realmente deve ser bem poderoso.”

— Scizor e Starmie, sua batalha vai começar em breve! Dirijam se ao lago! – anuncia a Ribombee.

Os dois dirigiam ao lago que será palco da batalha. A chuva caia forte. A luta ocorrerá em sua parte mais rasa. Scizor sente a água cobrindo os seus pés – espero que limitem a luta nessa parte rasa! Eu não posso flutuar na água!

Uma criatura emergia do centro do lago. Era o totem, um Araquanid macho que tem o corpo maior do que a média de sua espécie. Sua cabeça é envolta por uma espessa esfera de água. Ele cumprimentava os desafiantes:

— Olá caros combatentes! Prontos para batalha?

— Pode apostar! – afirma Scizor.

— Boa sorte aos desafiantes! Que comece o desafio! – anunciava um Comfey que atuará como juiz da partida.

Tanto o totem quanto os desafiantes ainda não partiram para o ataque. Observavam um ao outro com cautela. Starmie começa com Parede Reflexiva para mitigar os ataques de Araquanid, enquanto Scizor faz a Dança da Espada para elevar seu ataque. O totem utiliza o Anel de Água para manter sua vitalidade ao longo da batalha. E logo chama pela sua parceira para o combate.

— Alomomola! Venha para a arena!

Uma Alomomola se aproximava, ela também é um pouco maior do que aquela que eles têm como colega – uma Scizor e uma Starmie? Parece que isso vai ser interessante! – a aquática parecia bem empolgada.

Starmie, que era o mais rápido dos combatentes, resolveu se aproximar do totem, e então lhe desferiu Toxina, que vai minando com sua vitalidade aos poucos. A aranha ia utilizar suas patas dianteiras para estocar a estrela, mas Scizor usa suas asas para se mover mais rápido e se põe diante de seu parceiro para desferir no Araquanid o golpe voador Ás dos Ares. O golpe o acerta em cheio, mas ele acaba atingindo o Espetar na metálica. Ela a princípio não sente muita dor, mas, estranhamente, uma parte de sua força acaba se esvaindo.

— Você pode até resistir bem ao Espetar, mas tenha em mente que levar esse golpe diminui sua ofensiva! – avisa Araquanid.

Mas Scizor não se dá por vencida. Ela tinha feito a Dança da Espada e seu ataque ainda está elevado. Mas logo é atingida por um jato de água bem quente, algo que desagrada bastante a inseto. Era o Escaldar de Alomomola.

— Se ela conseguir me queimar, estaremos em maus lençóis! Starmie, acho melhor envenená-la também! – sugere Scizor.

Rapidamente, a estrela intoxica a peixe também. Alomomola resolve usar o Raio da Cura no totem para recuperá-lo do dano do ataque anterior. Scizor sobrevoa pela água para atacá-lo de novo. Ela aproxima do adversário pela lateral e acaba o mordendo no tronco. Mas quando ela ia se afastar dele, Araquanid se vira, ergue sua pata dianteira e reúne uma porção de água em sua ponta para depois golpear a Scizor com uma poderosa Liquidificação, que atinge em cheio o seu tórax, que acaba a deixando sem ar.

— Pokémon de sua espécie são conhecidos por ótimos atributos físicos, tanto ofensivo quanto defensivo. Se eu reduzir seu ataque e sua defesa, logo você não terá como me vencer. O que fará agora? – questiona o totem.

— Aff... puff... – Scizor estava ofegante – pelo visto, vocês são daqueles que vencem os adversários pelo cansaço! Mas nós não pretendemos desperdiçar nossas forças do jeito que vocês querem... CHOMP! – a inseto estava mastigando uma fruta Sitrus.

— Cadê minha fruta? – Araquanid deu falta da fruta que estava carregando – você é esperta mesmo! Deve ter usado Mordida de Inseto para consumir a fruta que eu estava carregando.

A batalha prossegue. Starmie finalmente resolve partir para ofensiva. Como está chovendo, ele pode usar o golpe Trovão, que infringe mais dano. Ele atinge Alomomola, mas ainda não é suficiente para derrubá-la. Ela então usa suas nadadeiras em formato de mão para dar um leve tapa na estrela. Ele logo percebe que a peixe fez isso para inocular Toxina nele – agora sente do próprio remédio querido!

Enquanto isso, Scizor tenta mais uma vez acertar um Ás dos Ares no Araquanid. Mas o Pokémon aranha mais uma vez a atinge com Espetar, reduzindo ainda mais o ataque da inseto. E logo, ela também é acertada com um jato bem quente de água. Mas dessa vez, ela sente ardência em seus ombros e braços.

— ARG! Ela me queimou! – dessa vez Alomomola consegue queimar Scizor com o Escaldar.

“Sabia que isso não seria fácil! Mas esse combate não deve se prolongar por muito tempo!” avisa Starmie.

Scizor usa o movimento Pousar para recuperar suas energias. Alomomola usa Raio da Cura para recuperar o seu parceiro.

— Nós também não devemos demorar muito, o veneno já começa a nos prejudicar! – disse o totem.

— Então vamos nos concentrar em derrubar esses dois! – combina Alomomola.

“Scizor, não vamos desistir ainda! Concentre-se em elevar seu ataque por enquanto! E você sabe que não posso atacar o Araquanid com Trovão ainda.”

— Sei disso Starmie. Vamos dar o nosso melhor! – a inseto dá ao seu amigo um sorriso confiante. Os dois Pokémon se entreolham, em uma mensagem muda em que confia um no outro. Scizor realiza quantas Danças das Espadas que puder no intervalo.

Então Alomomola usa o movimento Mão Amiga para fortalecer os golpes do companheiro. O aranha resolve atacar Starmie com o Espetar, no objetivo de eliminá-lo logo. Ele consegue atingir a estrela que acaba sendo lançada a alguns metros de distância e acaba caindo próxima a beira do lago.

— STARMIE!!! – Scizor fica preocupada pelo amigo, que acaba de levar um ataque super efetivo. Ela logo o ampara em suas garras e vê que há um buraco por entre seus braços – Você já está tão ferido, ainda pode continuar?

“Ai! Se não fosse pela Parede Reflexiva eu já estaria derrotado... mas devido a Toxina... creio que em pouco tempo não poderei mais batalhar...” a estrela já se encontra bem enfraquecida, e já estava com dificuldades de se manter acordada. Mas seu espírito ainda não desistiu da batalha “não temos escolha se não usarmos... aquele plano...”

— Não sei Starmie! Isso é meio arriscado! – a inseto está apreensiva.

“Vamos tentar... afinal, é meu presente que está em jogo, não é?”

Scizor concorda em continuar. Ela acredita no seu amigo que a salvou há poucos dias atrás. Agora é a vez dela de protegê-lo. Ela então o carrega pelo lago.

Decidido, Starmie usa o movimento Descansar. Ele consegue recuperar sua vitalidade e se livra de seu envenenamento, mas acaba caindo no sono estando nos braços de Scizor. A inseto coloca a estrela no leito do lago delicadamente e se posiciona na frente dela.

— O Starmie usou o Descansar. Mas isso pode ser um grave erro. Um movimento como esse é ideal para Pokémon mais defensivos. Você é capaz de proteger seu companheiro enquanto ele dorme? – alerta Araquanid.

Novamente, Alomomola usou o Mão Amiga para auxiliar o totem, que em seguida, ele deferia a Liquidificação em Scizor. A inseto sente suas defesas serem abaladas, mas ela desfere mais uma dança da espada para aumentar seu ataque. Mas o Araquanid já sente os efeitos do envenenamento o prejudicando severamente. Ele já se apresenta ofegante. Percebendo isso, Alomomola resolve curá-lo, ao invés de auxiliá-lo no ataque.

Scizor resolve levantar vôo e, em uma rápida rasante, ela desfere um Ás dos Ares na aranha. Até a bolha de sua cabeça acaba sendo cortada, espalhando água pelo ar, junto com filetes de líquido amarelado, que corresponde a sangue de Pokémon inseto. O Araquanid foi bastante ferido mais ainda não se dá por vencido. Ele viu que Scizor voou para longe dele e deixou Starmie abandonado, inconsciente.

— Que irresponsável! Deixou seu companheiro a deriva! – o totem ia atacar para finalizar com o Pokémon psíquico. Mas de repente, sentiu uma forte corrente elétrica em seu corpo. Ele percebeu tarde de mais que isso era uma armadilha de Starmie.

— ARRRRG! – Araquanid não aguentou a força do ataque.

— O QUE É ISSO! Starmie não deveria ter acordado agora! – Alomomola ficou surpreendida.

“Bem, eu tinha uma fruta Chesto comigo!” a estrela demonstra que estava bem acordada “e não ataquei antes para eu poder me beneficiar da minha habilidade Análise, que aumenta o poder do meu ataque se eu analisar meus adversários antes.”

— E ai! Agora é você contra nós dois! – afirma Scizor – o que vai ser?

A Pokémon aquática via seu companheiro já abatido e percebia que ele não pode mais batalhar! – eu desejo encerrar essa batalha!

— Com isso, eu declaro os desafiantes Scizor e Starmie os vencedores do combate! – anunciou o juiz Comfey.

Os dois se entreolharam novamente. Estavam bem exaustos, mas ficaram bastante contentes pelo resultado.

— Bom, precisamos tratar o totem nesse momento. Então vocês dois podem ir para aquele trailer ali, que funciona como enfermaria, para descansarem. Daqui a duas horas, vocês podem ir à recepção para receberem a avaliação dele e o prêmio de vocês! – falou Alomomola que indicou o lugar onde eles devem repousar.

Eles foram para o trailer, nele tinha camas e uma banheira onde Pokémon aquáticos poderiam repousar. Starmie entrou nessa banheira “que batalha intensa! Pensei que não fossemos conseguir!”

— Mas tudo deu certo por causa de seus planos! – declarou Scizor, que foi se espreguiçar na cama – realmente você não perde a mão no quesito de elaborar estratégias.

“Mas isso só foi possível graças a sua força! E por acreditar em mim...” a estrela está encabulada com seu núcleo com a luz magenta.

Logo vieram três Comfey para tratar os desafiantes. Depois de aplicar medicamentos neles, veio uma Chansey que, através de seu movimento Canção, fez com que os dois caíssem de sono. Então puderam descansar bem durante essas duas horas.

Acordaram recuperados. Até os braços danificados de Starmie foram regenerados. Eles foram para o balcão de recepção, onde o Araquanid os aguardava. Ele estava com a cabeça enfaixada devido às consequências da batalha.

— Desculpe-nos por feri-lo desse jeito! – disse Scizor humildemente.

— Tudo bem! Isso faz parte do meu ofício! – disse o inseto aquático – agora vamos falar sobre o desempenho de vocês na batalha. E bom, devo dizer que fiquei bem abismado com a estratégia de vocês. A Scizor se mostrou ser bastante valente e, pelo visto, não se deixou abalar diante das dificuldades que obteve durante a batalha, como as queimaduras e seus atributos diminuídos. Você corria atrás do prejuízo e se manteve firme até o fim. Mas apesar de tudo, não ficava atacando do nada, você realmente manteve a calma para escolher os movimentos certos para te levar a vitória.

— Obrigada senhor! – Scizor ficou lisonjeada – muitas vezes meus familiares e amigos falam que sou meio teimosa!

— Provavelmente eles tenham razão! – Araquanid prosseguiu - enquanto a Starmie, a princípio você me parecia retraída. Mas percebi que suas atitudes eram mais por conta da sua prudência mesmo. Você optou por táticas mais defensivas como levantar Paredes para melhorar suas defesas, que alias, mitigou meu golpe para que você não seja abatido na batalha. Também usou técnicas de dano indireto. Mas o que me surpreendeu foi você usar o Descanso com a fruta Chesto para arquitetar um falso sono para me pegar de surpresa. Realmente você é um jovem bem engenhoso que sabe utilizar bem os movimentos a sua disposição. Agora, me responda uma coisa. Por que resolveu desferir o ataque Trovão em mim só quando tivesse certeza que eu iria ser nocauteado?

“Bem, eu tinha receio da possibilidade do senhor ter movimentos de retaliação como Capa Espelho. Se eu desferir o Trovão e o senhor for capaz de refletir meu ataque com essa técnica, eu receberia a força do ataque de volta, no que poderia ocasionar nossa derrota.”

— Muito perspicaz Starmie! – disse Araquanid satisfeito – realmente eu estou com esse movimento a minha disposição e realmente estava esperando você me atacar com o Trovão. Os dois foram ótimos! Não poderia esperar menos de alunos da Smogon! Bem, tenho a Waterium Z e a Buginium Z, qual dos dois cristais vocês escolhem.

— A Waterium Z! – respondeu Scizor – afinal de contas, esse cristal é para o presente de aniversário para o meu amigo Starmie.

— Oh! Meus parabéns Starmie! – felicitou Araquanid.

“Obrigado senhor!”

O totem entrega o cristal para Scizor, que por sua vez, o entrega nas pontas dos “braços” da estrela, que estavam estendidos para receber o presente. Então, ela abraça o amigo o felicitando, deixando a estrela bem envergonhada.

— Feliz aniversário Starmie!

— Certo, as declarações de vocês já estão prontas, entreguem na secretaria da universidade para justificar a falta de vocês, por estarem realizando o desafio! – explica Araquand, entregando aos estudantes um documento para cada um - e minha sobrinha também estuda na Smogon. Ela é da minha espécie.

“A Araquanid da turma de RU?” questiona Starmie.

— Ela mesma! Mandem a ela um oi pra mim se vocês a encontrarem!

— Certo senhor Araquanid! Muito obrigada por tudo!

— Por nada! Foi um prazer batalhar com vocês! E cá entre nós, me parece que vocês se dão muito bem não é?

Ambos ficaram encabulados – somos bons amigos desde que nos conhecemos na faculdade... não é Starmie?

“Isso mesmo...”

— Pelo visto, vocês realmente têm fortes laços de amizade! Isso pode ser essencial para fazerem as coisas em conjunto. Pois então, espero que nos encontremos de novo.

— Igualmente! – Scizor se despede do totem.

No caminho de volta, o celular de Scizor toca. Era uma chamada da Heracross.

— Ei Heracross, converse com Starmie no Pokezap. Eu estou no volante!

Scizor passa seu aparelho para Starmie. Como a estrela usa apenas telepatia para falar, ela não é capaz de transmitir sua voz em aparelhos eletrônicos. Então ela usa exclusivamente mensagens de texto para se comunicar através de celular.

Sca: Oi Heracross! Sou eu Starmie! Como a Scizor disse, ela está dirigindo!

Ali: Oi Starmie! E então, como foi seu desafio ao totem?

Sca: Deu tudo certo!”

Starmie tira uma foto da Waterium Z.

“Ali: Que bom que conseguiram! Mas vocês estão voltando para universidade, não é?

Sca: Sim creio que chegaremos um pouco antes da hora do almoço.

Ali: Certo! Tenho um pedido para os dois! Assim que chegarem à universidade, venham rapidamente para a sala UU, por favor!

Sca: Ir para nossa sala? Aconteceu algo?

Ali: É um assunto importante! Direi quando chegarem aqui, mas venham vocês dois, por favor!”

Sca: Certo, logo estaremos ai!

Ali: Obrigada! Então até daqui a pouquinho!” assim Heracross encerrou a conversa.

— E ai o que ela queria? – perguntou Scizor.

“Ela está pedindo para que nós fossemos direto para nossa sala! Ela disse que tem um assunto importante para tratar!”

— Estranho! O que pode ser tão urgente?

“Também quero saber!”

Eles chegaram à universidade. Scizor estacionou o carro e os dois Pokémon se dirigiram diretamente para a sala. Mas quando se aproximaram da porta, viram que a sala estava com as luzes apagadas.

— Isso é muito esquisito! – a inseto estava apreensiva – Starmie, eu vou verificar primeiro! Fique logo atrás de mim.

Scizor abre a porta e coloca parte de seu corpo dentro da sala. Ela tenta encontrar o interruptor com sua garra. Mas ela escuta baixos murmúrios e risos. Logo ela se deu conta do que se tratava.

— Ok Starmie! Acho que está seguro você entrar! – afirma a Pokémon metálica. Logo, ela abre a porta para a estrela. Assim que ele entrou na sala, Scizor acendeu a luz. Lanças confetes são estourados!

PAAAAFFFT!

— SUUURPREEEESAAAAA!!!

“O que é isso?” Starmie ficou atônito ao ver seus colegas reunidos próximos à mesa, com alguns comes e bebes pelas carteiras.

— Bem! Isso é uma festa surpresa para você! – disse Gengar – não iríamos deixar seu aniversário passar batido! Meus Parabéns!

O Pokémon Psíquico ficou sem palavras. Não acreditava que seus colegas ainda o consideravam o bastante para organizarem uma festa para ele. Ficou bem surpreso e emocionado.

— Pois é! Gengar me disse du seu aniversário, e aí a representante acabou ouvindo e disse pra nós fazer uma festinha pra tu! – falava Krookodile.

— Hi hi! – Latias ri com doçura – queríamos que você soubesse que é um companheiro querido para nossa turma e que você se alegrasse um pouco mais. E muito de nós pensamos desse jeito. O Tentacruel, por exemplo, foi tão dedicado a levantar fundos para essa festa e organizar as coisas.

O Pokémon venenoso estava próximo e ouviu envergonhado a Latias falando sobre as ações dele – Meus parabéns Starmie... e aí... deu certo o seu desafio, não foi?

“Deu certo sim! Aqui está meu Z-Crystal!” Starmie mostra seu Waterium Z.

— Isso pode ser bem útil pras avaliações, não é? – perguntou Krookodile.

“Mas e aí Krookodile, quem seria o sexto membro de nossa equipe?” a estrela fica apreensiva por se lembrar desse importante detalhe.

— Bem Starmie! Eu tinha perguntado à Krookodile se ela me queria no time! Ela aceita não é? – Scizor lança um olhar cúmplice para a Pokémon terrestre.

“Vo... Você?! No nosso time” a estrela estava surpresa.

— E por que não? Afinal de contas, ela é a mior da turma, num é? – confirma Krookodile.

“Mas... mas... você não precisava fazer as avaliações conosco! Se fizer, terá que fazer avaliações práticas duas vezes, já que nas de OU você é obrigada fazer!” Starmie não esconde sua preocupação “isso não será exaustivo demais para você?”

— Posso realizar as provas com vocês justamente para me preparar melhor. Se eu quiser ser uma grande combatente, não posso deixar as oportunidades de desafio para trás. E também não é justo eu me manter em primeira aqui sem de fato enfrentar os integrantes dessa turma! – justifica Scizor.

“Mas e se seu corpo não aguentar?” insistia a estrela.

— Nem posso usar a mega evolução nas avaliações de UU. Vamos lá estrela, vai ser como nos semestres passados. Não quer lutar ao meu lado? É isso? – apesar de saber da preocupação da estrela com seu bem estar, Scizor não pode deixar de se aborrecer por Starmie ainda ter receios de aceitá-la no time.

— Oh estrela! Deixe de frescura! A Scizor tá no time, e num tem mais conversa! Se num quer que ela se dê mal nas batalhas, trate de fazer sua parte com afinco e trucide todos que possam ser ameaça a ela! Pode ser? – a terrestre dá seu ultimato.

— Oh então a Scizor realmente vai fazer as provas práticas conosco? Por um lado fico triste pelo fato do primeiro colocado não ser mais garantido para mim. Mas por outro eu me alegro por ter oportunidade de realmente ver sua força em relação a nossa turma! – Latias não esconde sua empolgação.

— Minha filha, com Scizor ou não, dessa vez eu serei a melhor da turma! – declara Hydreigon confiante – se bem que com ela, as coisas ficam mais interessantes! “agora não posso mais abrir mão do Lança-Chamas!”

— Viu só? Agora que devemos tomar cuidado com essas aí! Latias, a Rainha dos Céus, e Hydreigon, a Rainha das Trevas. Com essas poderosonas aí, devemos ter toda a força necessária! – explana Krookodile.

Starmie resolveu não insistir mais. Krookodile tinha razão. Com alunos de níveis elevados, os integrantes do time também devem ter esse alto padrão. Concorda também que depende dele a segurança, não só da Scizor, mas a de todos os integrantes da equipe. Será que com a Z-Crystal ele será capaz de atender as expectativas do time?

“Scizor! Apesar da minha preocupação, na verdade, fico contente em lutar ao seu lado mais uma vez! Foi legal a nossa luta contra o totem!” declara o psíquico.

— Também achei divertida nossa batalha de hoje de manhã! – disse a metálica.

“Mas por favor, tente não se exceder demais! Tá bom?”

— Tudo bem! Vou tomar cuidado, certo? – afirma Scizor para que a estrela não se preocupasse mais.

— Ok gente! Mudando de assunto, fizemos uma miltankinha para comprar um presente pro Starmie! – Gengar trazia um embrulho retangular – acho que a estrela vai gostar disso daqui.

Com sua telepatia, Starmie abre seu presente. Era um almanaque sobre tokusatsu.

“Por Arceus! Isso é... esse livro é pra mim?” a estrela fica emocionada e seu núcleo brilha radiante.

Scizor também fica boquiaberta pelo presente revelado.

— Ei Scizor! Já pensou que Aipon que você pagaria se tivesse comprado aquele almanaque? Dando presente repetido à estrelinha? – Heracross ria baixinho.

Starmie começa a folhear o almanaque. Metagross, que também é aficionado pelos heróis fantasiados, se aproxima para ver o conteúdo do livro também.

— Cara! Isso me lembra os meus tempos de Beldum! É cada ilustração linda!

“E fala das informações técnicas de cada série! E olha só! Mostra até de os mega-robôs por dentro!” fala a estrela empolgada.

“Ei, o livro também fala sobre o Dura Raider Black, não é?” Magneton estava com seus três olhos brilhando “Meu irmão também ama essas séries!”

Os três Pokémon assexuados continuavam a se debruçarem nas páginas desse almanaque, que trás bastantes sensações nostálgicas a eles.

— Vão ser nerds assim lá na esquina! – comenta Gengar rindo.

— Deixe pra ficar vendo esse negócio pra depois, estrela. Você tem uma festa pra comemorar! – Infernape chama atenção.

“Ok Infernape! Você também ajudou não é? Muito obrigado!” disse Starmie.

— Não me leve a mal estrelinha! Só contribuí para garantir meu rango! – disse o macaco coçando a cabeça.

— Ele está tão indiferente que fez questão de dizer que não é pra trazer qualquer porcaria para a confraternização e também de participar da cota do almanaque – revelou Sceptile.

— Vá tomar banho de gelo lagartixa verde! – bufou o Pokémon de fogo – mas, de qualquer forma, parabéns estrela! – disse fingindo desdém.

Scizor estava com fome e estava pegando alguns salgados. Mas percebeu que não tinha participado da cota, e ficou receosa em comer o que pegou.

— Oh vermelhinha! Não faça cerimônia não! Sei que não participou na cota, mas levou Starmie até o quinto dos cafundós para ajudá-lo a ganhar sua Z-Crystal! – disse Gengar.

— Pior que estou com tanta fome que realmente não dá pra recusar! Aquela batalha esgotou minhas energias! – a inseto estava envergonhada – mas e aquela garrafa de café?

— Bem, dizem o mel serve para atrair insetos! O mesmo é o café para atrair professores! – responde o fantasma.

Os professores Mewtwo e Deoxys entraram na sala para dar cumprimentos a Starmie.

— Não disse?

— Oi professores! Fiquem à vontade! Temos xícaras ao lado da garrafa de café! – Latias os recepciona.

Mas Deoxys ignora as xícaras e pega um grande copo de vidro e o enche de café.

 - Mas você não tem jeito Deoxys! – comenta Mewtwo.

O Pokémon DNA então vai até o aniversariante para lhe dar os cumprimentos:

— Meus parabéns Starmie!

“Obrigado professor!” disse a estrela lisonjeada.

— Quantos anos?

“Vinte e um.”

— Você realmente está se tornando um adulto!

“Sei lá! Não sei como me portar como um adulto ainda!” Disse o Pokémon aquático timidamente.

— Essa questão de maturidade é de cada um. Isso é muito relativo. A meu ver, você se porta com mais maturidade em relação à boa parte dessa classe, pelo menos no quesito de responsabilidade.

“Eu responsável? Acho que o senhor já deve está sabendo o que houve no Bar Florestal no fim de semana passado. Não me senti tão responsável, como o senhor diz!”

— Pois é Starmie! Maturidade também é aprender lidar com suas falhas! É lógico que é sempre melhor evitá-las. Mas se acontecerem, você deve assumi-las e com elas, aprender para que isso não se repita – aconselha o professor – e também, sempre é bom manter um pouquinho de inocência, não é? Acho que esse livro que ganhou remete muito a isso – ele disse dando um riso baixo, deixando a estrela, que se agarra ao livro, um pouco constrangida.

— Bem tenho uma lembrança para você também! – ele deu uma pequena caixa para seu aluno – são duas canetas, elas são fáceis de manipular com a telepatia.

“Não precisava disso professor! Muito obrigado!”

— Bem, você merece! – Deoxys dá um tapinha na estrela de trás com seus finos apêndices – só lhe desejo sorte em sua vida daqui em diante.

Passaram vários minutos nessa confraternização. Os Pokémon estavam comendo e conversando animadamente. Mas em alguns minutos as aulas da tarde iam começar.

— Oh professor Deoxys! A próxima aula é a sua não é? Por que não aproveitamos para prorrogar um pouco mais a festa? – propõem Gengar.

— Até que não seria má ideia Gengar! – surpreendentemente o professor se interessa pela proposta – pois eu ia só dar uma revisãozinha para prova mesmo...

— QUE? O senhor vai passar revisão? – o fantasma estava ansioso por essa revisão. Muitas vezes ela pode ter algum bizu da prova escrita.

— Pois é! Eu ia dar a revisão! Mas se preferem prorrogar a festa, por mim tudo bem! – respondeu o professor.

— GALERA! BORA ARRUMAR ESSA ZONA AI QUE O PROFESSOR JÁ VAI DAR AULA PRA DAR REVISÃO PRA NÓS! – Gengar comanda para encerrar a festa.

“Realmente você não presta Deoxys!” Mewtwo comenta para o seu colega por telepatia.

Rapidamente os estudantes arrumam a sala para uma crucial aula de revisão.

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 Depois das aulas e, posteriormente, de reuniões com os companheiros de equipe. Starmie finalmente volta para casa. Já era noite quando ele chega ao prédio submerso onde mora. Ele estava bem exausto pelo dia de hoje, mas estava bem contente pela conquista e pelos momentos que passou com seus amigos e com a Scizor. Ficou com um pouco de remorso por ter a repreendido por conta de sua entrada no time. Mas sua preocupação em relação à saúde dela ainda continuava o atormentando.

Mas na recepção, ele foi informado que tinha uma encomenda em seu nome. Recebeu um pacote embrulhado em um envelope a prova d’ água. A estrela foi ao seu apartamento para ver o que se tratava. O remetente desse pacote era ninguém menos do que sua progenitora. Chegando lá, desembrulhou o envelope e dentro do pacote, tinha um porta-joia e um bilhete escrito por ela:

“De: (Garnet) Starmie

Para: (Quartz) Starmie

Minha querida criança,

Realmente peço que me perdoe por não te ver nesse dia importante. Minhas tarefas de monitorar os times são deveras delicadas e exigem muita atenção minha.

Espero que esse presente lhe seja útil para o seu crescimento em seu curso. Mantenha a sua dedicação que você sempre demonstra para recuperar seu lugar na turma de elite. Espero que obtenha ótimos resultados daqui em diante.

Lembre-se que te concebi para que seja Pokémon digno para cumprir seus deveres na sociedade. Portanto se cuide e trabalhe duro pelos seus objetivos!

PS: ainda bem que me contou ontem que ia tentar conquistar a Waterium Z. Deu para mudar o meu pedido a tempo.”

Starmie olhava para o porta-joia aberto, que continha o Z-Crystal Psychium Z.

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Glossário

Parede Reflexiva - Reflect

Dança da Espada - Sword Dance

Anél de Água - Aqua Ring

Toxina - Toxic

Espetar - Lunge

Ás dos Ares - Areal Ace

Escaldar - Scald

Trovão - Thunder

Liquidificação - Liquidation

Mordida de Inseto - Bug Bite

Raio da Cura - Heal Pulse

Pousar - Roost

Mão Amiga - Helping Hand

Descançar - Rest

Canção - Sing

Capa Espelho - Mirror Coat

Lança-Chamas - Flamethrower

Notes:

Pelo visto a estrela teve muito o que comemorar nesse dia. Mas no próximo capítulo as avaliações começam. Será que a estrela e seus companheiros irão manter sua confiança?

Agora um fato que não relatei no capítulo. Se um Starmie se relacionar com uma fêmea do grupo reprodutivo (Egg Group) Water 3, ele irá gerar descendente, mas ele será da espécie da fêmea. Os grupos reprodutivos nessa fic, no geral, funciona do mesmo modo do que nos jogos, pelo menos com os binários. E Pokémon de Egg Groups diferentes podem até se "divertirem" juntos, mas não vão gerar descendentes.

Qualquer duvida veja essa página da serebii: https://serebii.net/pokedex-sm/egg/water3.shtml

Agradeço a Leitura!

Chapter 8: Capítulo 8 - Avaliação Antiquada

Notes:

Starmie teve boas surpresas e presentes em seu aniversário. Mas agora as avaliações se iniciam. E suas habilidades e as de seus amigos serão testadas.

Boa leitura!

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

A semana termina e os Pokémon da classe UU dedicaram todo tempo disponível, ou estudando, ou definindo estratégias com seus companheiros de equipe. No sábado, apesar de não ter aulas na Universidade Smogon, o instituto é aberto aos alunos que queiram se reunir para finalidades diversas. Starmie e seus companheiros de equipe estavam reunidos para estudarem em volta de uma enorme mesa, que se situava em uma praça com várias árvores que fazem sombra. Vários Pokémon estavam no local, estudando e tirando dúvidas entre si. Estavam Heracross, Metagross, Magneton, Latias, Tentacruel e Polygon-Z, que é um dos monitores que orientava o estudo dos colegas.

— Ai, ai! Estudando em pleno sábado é dureza! – resmunga Sceptile.

— Meu filho! Em época de provas, não existe fim de semana! E olhe sua situação! Você precisa estudar até nos seus sonhos para poder passar na prova individual! – fala Krookodile.

— Ei, tão sabendo que o Breloom e a Azumarill não irão fazer prova conosco? – aponta Gengar.

— Sim! Eles foram convocados para fazer as avaliações em OU. Dependendo do resultado deles, podem conseguir monitoria e até mesmo uma vaga em OU! – complementa Latias.

— Caras de sorte! Além de poderem se promovidos para OU, terão mais uma semana para estudar! – há um tom de inveja em Sceptile.

— Ei, eu ainda não entendo direito esse negócio de Spiner! – Heracross expõe uma dúvida.

— Pois tem um bem ali! – Gengar aponta para Starmie.

— Bom Spiner é uma função de time que consiste em remover os hazards através do movimento Giro Rápido – explica Scizor – é uma sub-função enquadrada na função de Harzards Control, que é basicamente, o de limpar o campo de espinhos, teias e pedras pontiagudas.

— O Dispersar não faz a mesma coisa? – questionou Heracross.

— Sim, mas vai remover os hazards que os aliados tiverem colocado também. E é suscetível ao Insultar! Escolher a melhor opção depende da composição do time! – Scizor esclarece.

— Starmie, não estou entendendo essa fórmula de Cálculo de Dano! – Gengar pede para a estrela tirar dúvida com o cálculo.

— Ai... matemática é difícil mesmo! – resmunga Infernape.

“Gente, isso nem é tão complicado assim! Não tem equação do segundo grau nem nada. É só substitui as variáveis com os dados que já possui!” Starmie tenta decifrar a fórmula para os seus colegas. “É que nem decolar as relações de tipos, uma vez que se aprende isso, não se esquece mais!”

— Para você é fácil, já que se garante nos cálculos! – declara Infernape.

Eles prosseguiam com os estudos e planejamentos de batalha até ao anoitecer.

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Era domingo de manhã. Em um dos apartamentos do prédio submerso, Empoleon estava acordando, quando, de repente, se depara com um enorme redemoinho d’água em sua janela.

— Arceus do céu! Tá tendo um maremoto?! – o pinguim fica assustado e se tranca no seu quarto com medo. Sente pequenos tremores no cômodo, mas logo escuta o barulho do redemoinho enfraquecer. Ele resolve se aproximar da janela novamente, e vê as correntes aquáticas diminuindo, e reparou que estavam em volta de um Pokémon aquático em forma de estrela.

— Só podia ser essa criatura fazendo baderna uma hora dessas! – resmungou Empoleon. Logo, ele desceu até para o exterior do apartamento para tirar satisfações com o responsável pelo redemoinho.

— O Starmie! Que história é essa de ficar fazendo esses... UUUUUAAAAAHHHHHHHH! – mas antes que perceba, ele foi erguido por uma estranha força psíquica. Ele sentia que estava sendo levado e rebatido por paredes invisíveis – OUCH! ARGGG! UARRARAIIII! - Em segundos, sentiu como se tivesse sido lançado em uma tela de vidro que acabou se despedaçando. E enfim, o pinguim caiu no chão.

“EMPOLEON! EMPOLEON! VOCÊ ESTÁ BEM? Arceus! Eu sinto muito!” Starmie ficou desesperado pelo colega que acaba de ser envolvido naquela estranha técnica.

Empoleon estava atordoado e seu corpo estava dolorido. Mas já estava se recuperando rapidamente e retomou ao seu objetivo de repreender a estrela – o que diabos estava fazendo?

“Eu estava treinado meus Z-moves com os cristais que recebi recentemente! O golpe que levou a pouco é o Estilharço Psíquico!” a estrela se justifica sem graça.

— Cuidado com esses movimentos ai, pois a força desses ataques pode danificar construções, como o prédio em que moramos, ou machucar outros Pokémon que passarem por perto. E ainda bem que resisto a ataques psíquicos.

“Tudo bem! Terei mais cuidado!” declara Starmie humildemente.

— Mas dominar os Z-moves não é o suficiente para você superar os outros aquáticos de nossa classe.

“Eu sei disso!”

— E outra coisa! Lembre-se que daqui a pouco, vamos nos reunir no apartamento de Tentacruel para revisar o conteúdo da prova.

“Certo! Nos vemos mais tarde!”

A tarde, os Pokémon residentes do prédio aquático se reuniram no apartamento de Tentacruel para estudar. Estavam, além do próprio morador, Starmie, Empoleon, Alomomola, Crawdant e Sharpedo. Os seis estavam em volta a uma mesa cheia de livros e folhas para anotação. Um pouco mais distante, alinhada no chão próxima ao sofá, estava Cloyster, integrante da classe RU e também moradora do prédio, que havia vindo para reunião com o intuito de se divertir com os colegas, mas eles estavam tão concentrados que mal lhe dava atenção.

— Ei! Não quer revisar as matérias com a gente? – perguntava Alomomola.

— Querida! Já tive minhas provas tudinho na semana passada! Não quero saber de estudar por pelo menos alguns dias! – respondeu a ostra.

— Então não era nem para estar aqui! – recrutou Tentacruel.

— Ai querido! É que hoje estou tão entediada! A Milotic foi visitar a família dela! Não quero passar a tarde sozinha... mas pelo visto, vocês estão dedicados demais! Nem para relaxarem pra ver se um de vocês cai e libere uma vaguinha pra mim em UU! – disse a Cloyster em um tom de brincadeira.

— Acho que deve se preocupar com seu estrato primeiro! Tem Pokémon aquático mais bem colocado que você e ainda tu caíste muito nessa sua última avaliação – falava o venenoso em um tom sério.

— Ai ai... – supirou a Pokémon de gelo – já que ninguém vai me da bola hoje, o jeito é ficar escutando música no meu canto! – ela lançou para fora de sua concha um celular ligado a um fone. Ela fechou a sua concha deixando o aparelho fora, enquanto o fio do fone se adentrava pelas frestas da concha. Então ela ficou quieta escutando suas músicas.

Passaram várias horas, o grupo continuava nos estudos só parando para lanches rápidos. Quando perceberam, já era tarde na noite.

— Que horas são? – Questionou Empoleon.

“São nove e quarenta da noite!”

— Então é melhor pararmos por hoje! – propõe Alomomola – não vai adiantar todo o tempo que estudamos se não tivermos uma boa noite de sono na véspera da prova!

— Pois é! Já estava ficando com sono! Então bora dormir! Até amanhã pessoal! – Sharpedo se despedia.

— Nada de ficar acordado até tarde! – Alomomola olha para o Crawdant.

— Não se preocupe querida! Do jeito que estou sonolento, vou pegar no sono assim que entrar na banheira! – respondeu a lagosta.

“Então boa noite pessoal!” Starmie e os outros se despedem e se dirigem aos seus respectivos apartamentos.

Assim que seus colegas saíram, Tentacruel viu que a Cloyster ainda estava no chão, com a concha fechada. Ele viu uma garrafa de cerveja ao lado dela.

— Afff... andou bebendo? – suspirou o água-viva – pode ir pra casa! Amanhã tenho prova e quero dormir cedo! – ele começou a bater de leve na concha com os seus tentáculos com o intuito de acordá-la. Demorou um bom tempo para que ela finalmente abrisse a sua concha.

— Que qui é Tentacrueeeel?  – a voz de Cloyster estava mole e sonolenta.

— Todo mundo já foi embora! Vá pra casa que quero dormir! Tenho prova amanhã! – ele dá leves empurrões na concha para apressar sua amiga.

— Ahhhhh Tentacruel! Isso é jeito de tratar sua ex? – resmungou a ostra.

— Olha, só quero que vá pra casa minha cara! E uma Pokémon aquática como você não deveria está bebendo numa noite como essa! Lembre-se que também tem aula amanhã!

— Cara chato! Aposto que queria ficar só você e a estrelinha! Mas como os outros vieram você teve que recebê-los também – recrutou Cloyster.

— Querida... Realmente tá com um porre bem forte pra dizer um absurdo desses... – Tentacruel ficou constrangido.

— Te conheço água-viva! Agora quando vai dizer algo pra ela... – insistia Cloyster.

— Pra casa! – Tentacruel foi enérgico, apontando para a porta com o tentáculo!

— Tá... tá... você é cruel mesmo Tentacruel... – ela saiu do apartamento do seu ex – até amanhã e boa sorte com a prova...

— Oh criatura pra dá trabalho... – suspirou o Pokémon venenoso fechando a porta atrás de si. Ele arruma a mesa onde até pouco tempo seus colegas estavam e finalmente se prepara para dormir. Mas as palavras de Cloyster não iriam sair de sua mente por essa noite.

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Chegou o primeiro dia das avaliações, De manhã cedo, os Pokémon aquáticos saíram cedo de seus apartamentos e foram direto para o ponto de ônibus que fica próximo da praia. Logo o ônibus chega para levá-los até a universidade. Quando o ônibus chegou no campus, eles foram em direção à cantina para realizarem o desjejum. Logo, Gengar, Heracross e Krookodile chegaram e se aproximaram de Starmie.

— Ai... ai... hoje começa... – declara Gengar.

— Rezei pra todos os santos pra que nóis tudo tirarmos nota boa nessa prova! – afirma Krookodile.

— Realmente estou com medo! – Heracross estava trêmula.

“Relaxe Heracross! Vai dar tudo certo! Essa é a etapa mais fácil da avaliação!” Starmie tenta acalmar a inseto.

— Pra cabeças de vento como eu, não acho essa etapa tão fácil assim! – suspira a lutadora.

— Ainda nervosa Heracross? – escuta-se uma voz feminina se aproximando.

— Scizor?! – Heracross estava radiantemente surpresa.

— É como Starmie disse! É só se acalmar que vai dar tudo certo!

— Não vai fazer a prova com a gente, não é? – questionou a besouro.

— Vou não! A avaliação escrita é a única que vou deixar para fazer apenas na OU! Mas eu desejo boa prova a vocês.

— Vamos nos apressar em chegar a nossa sala! – alerta Empoleon – corremos o risco de perdermos a prova se não chegarmos no horário marcado.

— Então estou indo! Boa sorte a todos! – Scizor se despedia.

“Até mais Scizor!” respondeu Starmie.

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Na sala dos professores, Deoxys e Mewtwo estavam se preparando para aplicar as avaliações.

— Em poucos minutos isso começa! – declara Mewtwo.

— Ai ai... que coisa chata! – resmunga Deoxys – é um saco aplicar uma avaliação dessas para os alunos. E o pior que esse método é bem falho. Isso é só repasse de informação.

— Pior que tenho que concordar com você Deoxys! Isso daqui é um método ultrapassado! – Mewtwo balança um pacote negro lacrado com as provas dentro – por mim não aplicaria esse tipo de avaliação! Mas a Universidade deve seguir normas como essa. Fazer o que, não é?

— Pior que vai ser uma pressão para os alunos, principalmente para os psíquicos! – responde o Deoxys.

— Você sabe que temos que ter cautela com eles! Mas Starmie e Latias estão acostumados a isso, eles entendem a responsabilidade que têm por serem capazes de usarem telepatia. Nós sabemos que eles são honestos, mas mesmo assim é perigoso deixar brechas.

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Os alunos entram na sala e se dirigem aos seus lugares. Infernape, quando chega à porta, ver um rosto conhecido na sala.

— Lucario mermão! Você por aqui? – ele vai em direção ao amigo.

— Oi Infernape! – responde o chacal. Os dois fazem um brofist para se cumprimentarem.

— Não me diga que voltou pra UU?

— Quase isso! Eu e Mienshao recebemos permissão de participar das avaliações com vocês. Dependendo do resultado, podemos nos tornar monitores e até mesmo retornar a UU – disse Lucario.

— Mas isso é maravilhoso! Sabia que um mon forte como você não merece ficar em RU! – declara Infernape animado – pois bem cara! Boa prova!

— Pra você também Infernape!

Enquanto isso, Sceptile e Crawdant estavam conversando com Arcanine, que estava visivelmente desesperado.

— E agora? Se eu tomar bomba na prova? – lamenta o canino.

— Não estudou durante o fim de semana? – questionou Sceptile.

— E eu lá vou estudar em fim de semana? – responde Arcanine.

— Pois é! Eu também praticamente fui obrigado a estudar no sábado pelos meus companheiros de equipe! Mas é aquela história, se não estudou e está nessa aflição é porque não sabe da matéria, na é?

— E se eu colocar umas “colinhas” por baixo do meu pêlo? – perguntou Arcanine.

—Se fosse você não faria isso! Os professores são muito espertos e possuem telepatia! – avisa Crawdant – sem falar que o monitor Polygon-Z irá ajudar na fiscalização, e ele é capaz de escanear por debaixo de seu pêlo. Se te pegarem, é rebaixamento na hora. E sem falar que seus companheiros de equipe vão te comer vivo se lhe causarem esse desfalque.

— Bicho depravado! – Arcanine se agarra em modo defensivo – mas e agora? O que eu faço?

— Ei, mas há um método que pode ser a prova da telepatia dos professores e da percepção de Polygon-Z! – propôs Sceptile – preste bem atenção...

Starmie e Gengar já se preparam suas coisas para a prova. Mas entra na sala um velho conhecido deles.

— Starmie! Gengar! Há quanto tempo?

— Alakazam! Você por aqui?! – cumprimentou o fantasma radiante.

“Olá Alakazam!” a estrela se surpreendeu pela presença de um colega de OU que estavam com eles desde que entraram na universidade.

— O que faz você vir em nossa humilde classe? – o fantasma questionava em seu costumeiro tom de brincadeira.

— Fui convidado para ajuda a fiscalizar a prova de vocês! – respondeu o psíquico – Starmie, pode parecer que os professores estão meio paranóicos com isso, mas estou aqui para ajudar os professores Mewtwo e Deoxys para analisar as ondas telepáticas dos alunos, você sabe que isso significa, não é?

“Pior que sei! É para evitar fraudes através da telepatia não é?” deduziu a estrela.

— Vixi, por causa do risco de “colas” por telepatia, a Smogon toma medidas bem duras como essa não é! Deve ser chato pra ti e pra Latias terem suas ondas cerebrais vasculhadas, não é? – comenta Gengar.

“Não só de nós, mas de toda classe em geral!” acrescenta Starmie “É algo que lidamos desde que ingressamos aqui, fazer o que...”

— Não se preocupe Starmie! Nosso objetivo é para que as provas ocorram sempre na mais perfeita lisura. Não queremos vasculhar seus pensamentos internos, já que isso é ilegal e só é permitido por lei em casos extremos. Digo isso, pois também passo por esse tipo de procedimento quando faço as avaliações – explica Alakazam - Os monitores Weavile, Diggersby e Polygon-Z também vão ajudar na fiscalização.

Então os professores Mewtwo e Deoxys entraram na sala juntamente com os três monitores.

— Aos seus lugares! – ordenou Mewtwo.

Enquanto os estudantes se acomodavam em seus assentos, Mewtwo coloca o pacote de provas sobre a mesa e quando obteve a atenção da sala, ele iniciou as explicações.

— Bom dia alunos de UU! Em instantes iremos iniciar a primeira etapa da avaliação periódica que é a prova individual escrita. Esse teste possui no total de cem questões objetivas, todas elas com cinco alternativas, sendo que apena uma é considerada a verdadeira. Vocês receberão a prova e o gabarito para preencher. As provas terão vários espaços para poderem rascunhar, mas no gabarito deve ser preenchido à caneta ou com um furo na resposta correta. Uma questão com duas respostas marcadas ou com rasuras será considerada nula. Só é permitido na mesa materiais como lápis, caneta, borracha e garrafas transparentes de água. Nós até trouxemos algumas para casos de necessidade, é só levantar a mão e solicitar para os monitores.

— E lembre-se que qualquer tentativa de fraude ocasionará na anulação da prova e, consequentemente no rebaixamento para o extrato inferior – completa Deoxys – terão quatro horas para completar a prova, nenhum segundo a mais. Quem quiser ir ao banheiro, levante a mão que será acompanhado por um dos monitores. Mas só poderá sair um aluno de cada vez. Alguma dúvida?

A sala permanecia calada, sinalizando que entenderam a explicação.

— Então vamos distribuir as provas! Mantenham-nas viradas para baixo até a nossa ordem! – disse Mewtwo.

Os professores entregam as provas para os monitores que as distribuem para os estudantes. Quando a distribuição foi concluída, Mewtwo olhou em seu relógio para cronometrar o tempo – pronto pessoal podem virar a prova e começar! – e assim inicia a primeira etapa da avaliação.

“Que Arceus nos proteja!” Heracross clamava para que o teste não seja tão difícil.

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Enquanto isso, na sala de OU, ocorria uma aula normal ministrada pela professora Kyogre. Scizor estava meio pensativa, pensando em seus amigos que estavam fazendo a prova.

“Heracross... Starmie... espero que tudo ocorra bem na avaliação de vocês!”

Mas sente uma leve cutucada de um lápis em sua cabeça.

— Pensando em seus colegas de UU? – era Tapu Fini, que percebendo que a inseto estava pensativa, lhe chamava a atenção.

— Eles estão fazendo a avaliação escrita hoje! – comentou Scizor sussurrando.

— Realmente se importa com seus colegas em UU! E ainda ao ponto de querer participar das avaliações práticas desse estrato também, não é?

— Bem, também tenho uma reputação a manter em UU! Sou a primeira colocada lá, devo fazer jus a minha posição! – respondeu a inseto.

— Não me interessa saber de suas reais intenções com aquela turma querida! Só se certifique de sair inteira disso! Lembre-se que você está no nosso time, e é um integrante essencial dele! Certo? – Tapu Fini dizia isso enquanto cutucava de leve na testa de Scizor com um lápis.

— Vocês duas de conversinha aí! Agora não é o momento de discutir sobre as estratégias das avaliações! – professora Kyogre chama a atenção das duas, que logo se silenciam para se concentrarem na aula.

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Um silêncio monumental tomava conta da classe UU. Apenas se escutava o som de canetas riscando em papel. Deoxys ficava sentado na mesa do professor enquanto que Mewtwo flutuava pela sala, fazendo sua intensa vigilância aos estudantes. Alakazam estava sentado ao fundo, no lugar mais alto da sala, prestando atenção aos seus colegas. Com a carteira com o encosto rente à parede esquerda, estava a Weavile. Do outro lado, estava Diggersby. Ambos vigilantes aos seus monitorados. E Polygon-Z estava próximo a mesa de Deoxys.

Os dois professores psíquicos estavam monitorando se não há ondas telepáticas dos estudantes psíquicos que estavam fazendo a prova. Também monitoravam a aura de Lucario que também é capaz de repassar informações por vias mentais. Latias e Starmie, apesar de serem acostumados a se submeterem a esse tipo de monitoramento, se sentem meio pressionados pelo risco de uma onda telepática escapar e ser mal interpretado pelos fiscais. A dragoa se mantém calma e tinha sua atenção para a prova em sua frente. A situação de Starmie é um pouco pior, já que até mesmo sua oralidade depende da sua telepatia. Ele sabe controlar os pensamentos internos com a telepatia externa, mas se deixar levar pelo nervosismo, um pensamento que deveria ser interno acaba sendo externado. Sabendo disso, a mente da estrela se voltou totalmente para as questões do teste e se desligou do mundo externo. Analisava sem pressa cada questão para concluir o seu teste com segurança.

Krookodile levantou a mão. Logo Weavile foi até a carteira dela.

— Banheiro? – perguntou a doninha.

— Sim, por favor! – responde a terrestre.

Logo, as duas foram para o banheiro feminino. As fêmeas devem ser acompanhadas pela Weavile, os machos pelo Diggersby e os assexuados pelo Polygon-Z. Nidoking levanta sua mão.

— Quando a Krookodile voltar, será sua vez! – disse Mewtwo. Só um aluno podia ir ao banheiro de cada vez. Com isso, a sala sempre se mantinha com ao menos cinco fiscais.

E assim vão passando tranquilos os minutos da avaliação. Mas ouvia-se umas cutucadas leves de canetas, unhas e garras em carteiras. Sceptilie, Crawdant e Arcanaine faziam essas cutucadas.

“Espero que o Acanaine entenda esses sinais!” Sceptile batia na carteira. Ele batia com a unha por cima da carteira e nos suportes de metal na quantidade para indicar o número da questão e utilizava a caneta para bater por baixo da mesa para indicar a opção correta dessa questão. Para indicar a resposta da questão 16, ele bateu uma vez por cima da carteira com a unha, seis vezes no metal e para dizer que a opção correta era a “c”, ele bateu três vezes por baixo da carteira com a caneta.

Apesar dos sons serem baixos, eles estavam começando a causar incômodos aos outros estudantes. Infernape não estava conseguindo se concentrar por conta do barulho e já estava perdendo a paciência. Ele sabia que não pode fazer escândalo durante a prova, então tentava se acalmar como pode. Mas ele não vai se manter calado por muito tempo. Pequenas chamas se formavam em sua cabeça demonstrando seu nervosismo.

— Algum problema Infernape? – a inquietação de Infernape chamou a atenção de Mewtwo.

— Professor, tem gente fazendo batucada nas carteiras e isso está me desconcentrando! – o macaco fez um esforço para responder de uma maneira mais educada possível.

— Batucas hein? – Mewtwo estava pensativo e logo seu olhar voltou para Sceptile, Crawdant e Arcanine – bem, às vezes alguém pode está tão nervoso que começa a fazer esses barulhos involuntariamente. Mas também tem chances de ser uma espécie de código para passar er... o que vocês conhecem por cola, ou pesca... ou seja, repasse de informações da prova. Estou errado senhor Sceptile?

O Pokemon vegetal suou frio. Se o Mewtwo não descobriu o esquema deles, pelo menos está desconfiando. Ele permaneceu calado e apenas balançou a cabeça, negando a suposição do professor.

— Lembrem-se quem for flagrado colando, seja de qual método for, terá sua prova anulada. Isso será prejudicial não só para quem cometeu a inflação, mas também para o resto do time.

Ao ouvir isso, Infernape teve que se segurar para não avançar no lagarto nesse momento. Depois de insistir em entrar no time, ele ainda faz idiotices que pode comprometê-los. Quando saírem da sala ele vai ouvir.

Por outro lado, Sceptile estava em choque. Não quer que seu amigo fosse rebaixado. Mas viu que seria arriscado demais continuar com esse esquema. Ele se virou para Crawdant, e notou que ele também estava nervoso. Então se lembrou dos seus companheiros de equipe. Depois de encher o saco deles para poder entrar nessa equipe, ele não podia desfalcá-los desse jeito. De repente, se imaginou que estava cercado por quatro enormes sombras que pertenciam a Infernape, Gengar, Krookodile e Starmie. Os três primeiros com olhos ardendo em chamas e o último com o núcleo com um mortal brilho de vermelho fogo. E se lembrou de Scizor, que apesar de não ser diretamente prejudicada nesse teste, sabe que instigar a fúria da aluna mais poderosa de UU, que tem mega-evolução e frequenta a OU também é uma péssima ideia.

Logo, ele se virou para Arcanine. Viu a cara de cachorrinho pidão que ele faz quando ele está com sérios problemas. Mas o Pokémon de grama balançou a cabeça negativamente, dizendo que não daria mais para repassar as respostas da prova. Vendo a resposta de Scepitile, Arcanine entendeu que se continuassem com isso, os três tomariam bomba e iriam se ferrar perante aos seus respectivos times. Então o cachorro entendeu que o jeito é apelar para o “chutômetro”.

Passaram se duas horas e meia do inicio da prova. Starmie, que estava bem concentrado na prova, não estava vendo o tempo passar e, de repente, sente sintomas de cansaço. Subitamente, uma garrafa de água aparece na carteira dele. Foi o Alakazam, que por telecinese, entregou a água para a estrela, já que percebeu o desgaste do colega. Com bastante cuidado, o aquático derrama uma parte do líquido em si mesmo. Ele percebe que realmente está na hora de uma pequena pausa. Então levantou seu braço indicando que quer ir ao banheiro. Polygon-Z ia fazer menção de se levantar para ir acompanhá-lo. Mas Mewtwo fez um gesto com a mão para que ele permaneça em seu lugar.

— Pode deixar que eu o acompanho! – declarou o professor enquanto flutua em direção a carteira de Starmie – vamos?

Relutante, a estrela se levantou. Ficou nervoso, pois justo o professor que irá acompanhá-lo. Ele entende que deve ser para que ele não use sua telepatia enquanto estiver fora da sala. Mewtwo deu algumas instruções para Deoxys e Polygon-Z e depois os dois Pokémon psíquicos saíram da sala.

Próximo aos banheiros, Starmie viu que Mew estava sentado em uma carteira. Parecia que ele estava mexendo com o celular, mas quando viu que era Mewtwo com quem a estrela estava, tratou logo de esconder o aparelho.

— Você não está jogando no celular durante a fiscalização, está? – perguntou o professor ríspido.

— Professor, só estava vendo as horas! – respondeu o pequeno Pokémon místico, de cara lavada – por que o senhor está aqui?

— Nós sempre devemos está vigilante para que a prova ocorra sem fraudes! Você, que estava entre os melhores dessa Universidade, deve saber que não devemos deixar passar nada e não ter falhas em nossa vigilância. Espero que não tenha nenhuma ocorrência na área dos sanitários, senão você estará seriamente comprometido! – avisa Mewtwo.

— Pode deixar professor! Realmente estou bem vigilante! – afirma o menor.

Mewtwo suspira. Mew, apesar de ser um estudante inteligente e poderoso, ele vem se tornado cada vez mais preguiçoso e desobediente nesses últimos meses. Realmente aquele episódio do teste que acontecera há um ano o afetou negativamente. O professor ficou próximo a porta enquanto Starmie fazia o que tinha que fazer no banheiro. Em um minuto, a estrela saia da cabine e fazia alguns alongamentos com seus braços, em um gesto para amenizar o cansaço. Logo ele foi para junto de Mewtwo para voltar para sala.

Mas no caminho, ouve-se um tumultuo se aproximando. Próximo aos blocos, alguns Pókemon estavam fazendo protesto. Eles estavam fazendo batucadas com pedaços de pau e baldes. Eles estavam com faixas na cabeça e pinturas no rosto e segurava cartazes com vários dizeres contra o sistema de estrato da Smogon. Starmie identificou que entre eles havia uma Octillery, um Basculin, uma Lumineon, um Seaking e uma horda de Wishwash que estavam se organizando para formar o que é conhecido como a “Forma Cardume”.

“Um protesto bem próximo a nossa sala!” Starmie fica preocupado.

Mewtwo pegou seu celular e já ia fazer uma ligação com o intuito de fazer um alerta a essa situação. Mas chegaram quatro membros do Conselho Estudantil: Aegislash, Clefable, Greninja e Ferrothorn. Eles estavam indo em direção aos protestantes.

— Não se preocupe professor! Nós do Conselho Estudantil obtivemos permissão para lidarmos com essa situação! – declara a espada.

Eles se dirigem ao tumultuo. Mas Greninja não deixa de lançar um olhar de deboche para a estrela quando passa por ela.

— Vamos voltar para sala Starmie! – fala Mewtwo – e sem comentário sobre isso até o termino da prova, entendido?

“Entendido professor!”

Enquanto isso, na sala, os estudantes estavam ouvindo o barulho dos protestos lá fora. Estavam apreensivos por quererem saber o que está acontecendo. Mewtwo e Starmie entraram e o professor logo tratou de acalmar os outros alunos:

— Não dêem atenção ao tumultuo lá fora e se concentrem na prova! Já foram tomadas as providências em relação a isso!

Assim que o professor acabou de falar, alguns berros e sons de golpes são ouvidos. Estava havendo uma batalha lá fora. Mas em poucos minutos, o barulho cessa e os estudantes voltam a se concentrarem nas provas.

Krookodile, que esta próxima a Starmie, tentou perguntar para ele o que houve lá fora. Mas a estrela gesticula dizendo que não pode falar sobre isso por enquanto.

Mas Mantine é que estava todo nervoso desde o início do tumultuo. Ele estava um pouco trêmulo e não conseguia mais se concentrar na prova devido a uma preocupação que lhe surgiu na mente.

— O que você aprontou dessa vez Lery? – murmura a raia.

Agora faltam trinta minutos do termino da prova, alguns alunos já saíram da sala, mas a maioria estava preenchendo o gabarito, enquanto alguns ainda estavam respondendo as questões. Gengar estava terminando de preencher o dele, mas quando estava fazendo as últimas questões, viu que cometeu um erro grave de preenchimento. O fantasma ficou apavorado quando viu que boa parte das respostas foram preenchidas erroneamente.

— Ditto que deu a luz...

Alakazam percebe o pânico de Gengar!

— O que houve?

— Deu ruim... preenchi meu gabarito errado! – disse o fantasma em desesperado, com as mão na cabeça.

— Você tem sorte de que cada aluno pode ter um gabarito extra agora!  - fala o psíquico. Então ele vai até a mesa de Deoxy solicitar outra via do cartão para Gengar. O professor vai até o fantasma, recolhe o cartão que foi preenchido erroneamente e dá um novo para o fantasma.

— Por favor, tenha mais cuidado dessa vez! Na próxima não haverá mais troca! – alerta Deoxys, enquanto que destrói o gabarito antigo e o joga em um cesto de lixo.

O fantasma respira aliviado. Havia se esquecido dessa nova regra. “Pelo menos será mais difícil alguém se ferrar por conta de uma bobagem como essa! Senti todas as minhas entradas se apertando nessa!”

 Os minutos passam e finalmente termina o tempo da prova.

— Acabou o tempo! Iremos recolher as provas! – declara Mewtwo.

A maioria já tinha terminado a prova. Alguns alunos, mesmo que terminassem a prova cedo, deveriam permanecer na sala para que não houvesse risco de usarem a telepatia de fora da sala para os colegas que ainda faziam o teste, como no caso de Latias, Starmie e Lucario. Mas alguns estudantes ainda estavam preenchendo desesperados os seus gabaritos como Gengar, Acarnine e Heracross.

— Pronto! Terminei! Espero que dessa vez dê certo! – suspira o fantasma que logo depois de falar, tem sua prova e gabarito recolhidos.

Starmie estava saindo da sala. Mas com apenas uns passos fora do recito, foi abordado por uma comissão de Pokémon curiosos para saberem sobre o tumultuo lá fora.

“Bem, tinha alunos fazendo protesto aqui fora! Eu Imagino que sejam estudantes de PU e ZU! Tinha muitos Pokémon aquáticos protestando.”

— Quais deles? – subtamente, Mantine questiona.

“Bem, tinha vários Wishwash, mas vi um Octillery, um Seaking... um Basculin, se não me engano... e uma Lumineon!” Esse último disse temeroso. Por alguns motivo, Starmie tem um certo temor por Lumineons. “Mas vieram alguns integrantes do Conselho Estudantil para detê-los!”

Mas ao ouvir a resposta. Mantine sai rapidamente do local. Estava com um olhar aflito – com licença!

— Vixe, então deve ser por isso que houve a batalha! - Comenta Heracross – eles devem ter conseguido permissão para lutar contra os protestantes.

— Se forem todos aquáticos como Starmie relatou, acho que o Ferrothorn sozinho daria conta deles! – declara Tentacruel.

“Sim, ele estava no meio! Juntamente com Aegislash, Greninja e Clefable.”

— Por isso que não se deve desafiar a disciplina da Smogon! – comenta Hydreigon – pois já não bastam as possíveis punições que a Universidade já impõe a esse tipo de conduta como também pode se ferrar bonito nas mãos do Conselho Estudantil, que são bem duros na hora de penalizar os baderneiros.

Mas Gengar surge aflito para perto de Starmie.

— Starmie, pode vir comigo rápido! – pedia enquanto puxava o braço da estrela, saindo da multidão.

“Gengar o que houve?”

— Se não fizer algo logo, vamos perder um membro do time!

“Perder alguém no time?! Como assim?!” a estrela começa a se preocupar.

Logo eles vão para a entrada da cantina, onde Infernape estava agarrando o pescoço de Sceptile, que estava se debatendo para se livrar do Pokémon ígneo. Krookodile estava tentando separá-los.

“Infernape! Que isso! Quer sufocar o Sceptile?” rapidamente, a estrela usa sua telecinese para imobilizar o macaco. O Pokémon vegetal, agora livre do estrangulamento, se desaba agachado no chão ofegante, sendo apartado pela Krookodile.

— QUE MERDA É ESSA ESTRELA! NÃO CONSIGO ME MOVER! ME LIVRE LOGO DISSO PRA EU ESGANAR ESSA LAGARTIXA VERDE QUE SÓ FAZ MERDA!

“O que Sceptile fez?”

— ELE ESTAVA CUTUCANDO NA MESA! ALÉM DE ESTÁ ME DESCONCENTRANDO, ELE ESTAVA PASSANDO CO... – Mas sua boca é subitamente tapada por Krookodile!

— Fale baixo idiota! Quer que o povo descubra isso? Vai acabar desfalcando o time! – alerta a terrestre.

— Mas também Sceptile! Que idéia é essa de ficar passando cola? Não sabe que pode dar rebaixamento! – o fantasma dá o seu sermão.

— O Arcanine não tinha estudado nada! Ele tinha me pedido ajuda e ai...

— Problema dele! – interrompe Krookodile – a gente te aceita no time depois de nos aperriar e ainda nos apronta uma dessa! Quer deixar a gente com um buraco, é isso?

— Foi mal... – Sceptile estava visivelmente arrependido.

— Foi mal não, foi péssimo! – respondeu a terrestre.

— Mas logo parei de passar cola, vi que o Mewtwo já tava desconfiando disso!

— Sceptile, você tem que entender que Mewtwo é monstro velho! Lembre que os professores um dia foram alunos e devem manjar dos “paranauês” das colas tudinho. Ainda mais que Mewtwo e Deoxys já foram estudantes daqui da Smogon mesmo! – comenta Gengar.

— Eu deveria te expulsar da equipe, mas não podemos mais fazer mudanças nos times. Então espero que não nos faça mais nenhuma lambança, senão da próxima eu deixo o Infernape te trucidar e ainda o ajudo nisso! – Krookodile dá seu ultimato.

— Estrela, me solte por favor! – o macaco aparentemente estava mais calmo.

“Se não fizer mais nenhuma besteira!” Starmie impunha a condição.

— Tá ta! Dessa vez passa Sceptile! – Infernape é liberado da telecinese – mas lembrem-se que não tô nada feliz de ter que cooperar com essa lagartixa. Ai dele fazer merda de novo! – ele então saiu de perto dos colegas.

Logo Sceptile também saiu, pelo lado oposto. Krookodile suspirou apreensiva.

— Que rolo! Mas agora com esses dois brigados vai ser osso as próximas etapas das avaliações!

Os outros dois também ficaram preocupados. Eles desejam que esse conflito não influencie negativamente a atuação da equipe.

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Os professores entraram exaustos na sala deles.

— Até que enfim isso acabou! – suspirou Deoxys.

— Acabou nada! Ainda temos que corrigir essas provas! – disse Mewtwo.

— Ai ai! O coisa chata! – resmunga Deoxys - Ainda bem que é gabarito! Com o modelo dá pra ir mais rápido com isso.

Mas entra mais um professor na sala. É um Pokémon do tipo fada que tem aparência de um cervo. É a professora Xerneas.

— Vocês estão um caco! Imagine os pobres dos alunos! – comenta a professora.

— Ficar fiscalizando um teste como esse não é nada fácil! – retruca Mewtwo – devemos estar atento a cada detalhe!

— Querido! Se eu fosse fiscalizar uma prova dessas, eu ficaria lendo meus livros e revistas, fazia meu casco e, no fim, daria nota máxima para todos os estudantes! Pois sinceramente, ninguém merece fazer um teste desses! Esse negócio de decoreba está ultrapassado! – declara Xerneas.

— É por isso que ninguém a deixa aplicar a avaliação escrita! – responde Mewtwo.

— Pois eu mesma não quero aplicar uma prova tediosa dessas! Vocês vão ver como os estudantes vão se divertir muito mais na minha avaliação! – fala a cervo.

— Lembre-se que o objetivo é testar a aprendizagem deles! – alerta o psíquico.

— Mas é lógico que isso vai testar muitas habilidades deles! Mal posso esperar! Hi hi! – a professora ria eufórica.

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No dia seguinte, os estudantes de UU chegam à universidade, na expectativa da segunda avaliação. A preocupação deles agora é que essa é a etapa mais imprevisível, já que agora o professor encarregado tem uma boa liberdade de como irá elaborar a avaliação.

Os seis integrantes do time, Starmie, Gengar, Krookodile, Infernape, Sceptile e Scizor se encontram no campus. Infernape e Scepitile ainda não falam um com outro. E isso deixa os demais apreensivos. Eles não querem que essas desavenças prevaleçam na hora da prova.

Mas algo chama a atenção deles. Havia alguns Machamp na praça montando um palco de madeira.

— Que estranho isso! – comenta Krookodile.

— Será que vai ter música ao vivo hoje? – Gengar está empolgado.

— Seja lá o que for, vamos ver isso direito depois da avaliação! – declara Scizor.

Eles entraram na sala de aula e se surpreenderam com um enorme cartaz na lousa, cheio de enfeites, desenho de corações e estrelas e estava escrito em purpurina “BEM VINDOS A SEGUNDA ETAPA!”.

Os outros estudantes vão entrando e vão se deparando com o belo cartaz. Quando todos estão na sala. Xerneas finalmente entra na sala, cumprimentando os alunos em sua costumeira alegria:

—BOM DIA, MEUS AMORES! COMO VÃO?

— Bom dia pofessora! – responderam os estudantes.

A professora observa Hydreigon meio acanhada e se aproxima dela.

— Tudo bem querida!

— Err... tudo! – a dragoa tem enorme respeito por Xerneas, mas tem um certo temor por ela, pelo fato dela ser do tipo fada.

— Fique tranquila, meu bem! Não vai ter confronto na minha avaliação! Não vai precisar enfrentar nenhum tipo fada! – tranquiliza a professora. Mas logo seu olhar se volta para Scizor.

— SCIZOR!!! QUERIDA! Saiba que fiquei muito contente quando soube que você fará essa avaliação com a gente! Muito bom ver alguém linda e inteligente como você conosco! Espero que goste do que preparei pra essa turma.

— Err... obrigada professora – a inseto ficou sem-graça.

— Bom turma! Acompanhem-me para o local de avaliação! – disse a cervo, pedindo aos alunos para saírem da sala.

Seguindo a professora, os alunos andaram pelo campus até a praça, onde estava sendo montado um palco.

— Esse será o palco de vocês meus queridos! Hoje vocês vão brilhar, pois a segunda etapa da avaliação consiste em cada equipe realizar uma perfomace digna de concursos de condecoração! - declara Xerneas radiante.

—QUEEEEEEEEE?! – os estudantes estavam incrédulos pelo que acabaram de ouvir.

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Glossário

Dispersar - Defog

Insultar - Taunt 

Estilharço Psíquico - Shattered Psyche

Notes:

Bom, assim concluímos mais um capítulo. Os Pokémon tiveram um momento estressante com esse teste. Mas fora da sala, outros conflitos vão acontecendo.

Mas a segunda etapa ministrada por Xerneas promete ser diferente de tudo o que os alunos fizeram até então.

Obrigada pela leitura e até a próxima!

Chapter 9: Capítulo 9 – O que a gente não faz por nota?

Notes:

Esse foi bem difícil de escrever!

Agora todo mundo se surpreende ao saber como será a segunda etapa da avaliação! Como a turma de UU vai se sair nessa?

Boa leitura!

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

Boa parte dos alunos ainda estava incrédula pela proposta de avaliação da professora Xerneas. Eles nunca imaginariam em realizar uma apresentação típica de concursos. Todos eles estavam cochichando entre si sobre isso. Apesar de alguns terem gostado da idéia, teve outros que não ficaram nada felizes com essa atividade.

— Professora, não sei se a senhora se lembra mas, estamos aqui para ser combatentes, e não performancistas! – indagou Haxorus.

— Sei muito bem disso querido! – respondeu a cervo – mas vocês sabem que mesmo os combatentes terão que lidar com situações diferentes, que não estejam em seu cotidiano. Para nos ajudar nessa avaliação, trouxe uma convidada especial. Ela é uma das professoras da Academia de Lillycove. Ela vai julgar o desempenho das equipes.

Logo, a atenção dos estudantes se voltou para uma fumaça rosada que surgia no palco. Logo uma explosão de gliter e pequenas faíscas surgiram no palco, e quando a fumaça abaixou, revelou-se que era uma Braixen, que deu uma pirueta e pousou ao lado de Xerneas.

— Olá, meu nome é Braixen da Academia de Performancistas de Lillycove. E hoje estarei com vocês para ser a jurada das apresentações! – disse ela de forma radiante.

Muitos estudantes ficaram possessos pela presença dela.

— Não acredito! A rainha das performances, a Braixen está aqui? Na Smogon? – Primarina estava encantado – me belisque pra ver se não tô sonhando.

— É uma honra tê-la aqui! – felicitava Muk.

— Meu Arceus! Uma performancista profissional com mais de quinze anos de carreira, aqui para nos avaliar! Taí o que é sentir a pressão! – Togekiss, maravilhado, comenta com Sylveon sobre a raposa. Mas o ouvido da Pokémon de fogo ficou de pé quando ouviu as palavras “quinze anos de carreira”.

— Pois é! – continua Sylveon, igualmente empolgado – e pelo visto, continua com a mesma aparência fofa de sempre. Também, ela se segura para não evolui para Delphox, por isso ela se mantém com essa aparência tão jovem, mesmo ela tendo a idade de trinta e...

Mas logo é interrompido por Braixen, que correu furiosa para os dois Pokémon fada que estavam comentando sobre a idade dela.

— Ei, sabia que é feio ficar comentando a idade de uma dama. Pois saibam que eu tenho dezoito anos! OUVIRAM? No meu coração e alma tenho DEZOITO ANOS! – disse ela ofegante, deixando os fadas boquiabertos pela sua repentina raiva.

— Bem, como estávamos dizendo! – a raposa retomou a compostura – minha amiga Xerneas me chamou para ser a jurada da apresentação de vocês. O que vão fazer é uma apresentação em times com o uso de seus movimentos. Na minha Kombi tem alguns figurinos e um rádio com entrada USB para utilização das trilhas. Lógico que levarei em consideração que vocês não são familiarizados com isso, mas mesmo assim quero ver o que vocês podem fazer com o que sabem e com o tempo que terão.

— Tempo que teremos? Como assim? – perguntou Serperior.

— Bom, cada equipe terá que se reunir e elaborar uma performance na qual terá que se apresentada a partir das quatro da tarde! – continua Xerneas - a ordem será determinada em um sorteio feito nessa hora. Até lá os times já devem ter sua apresentação já elaborada. Isso dá umas oito horas e meia de elaboração. E cada apresentação deve durar entre três a cinco minutos. Vocês têm sorte da Braixen arrumar um dia em sua lotada agenda para participar desse evento com vocês. Então, qualquer dúvida, pergunte para mim ou para ela que vamos dar umas orientações para as equipes. Mas mesmo que vocês não dominem a arte das performances, quero ver todos vocês caprichando nessa avaliação. Seus resultados nessa avaliação vão influenciar os resultados gerais. Ah! E também quero um relatório escrito sobre o andamento de cada equipe. O mínimo é uma página. O máximo é uma folha, e nada mais.

— Professora, a senhora vai me desculpar, mas não vejo em como uma atividade dessas vai avaliar nossas capacidades de combate! – contesta Haxorus.

— Pois eu penso o mesmo! – aderiu Darmanitan – pois como somos aspirantes a combatentes, acho que não deveríamos ficar perdendo tempo nessas apresentações. Meu time vai até a ouvidoria para registrar uma queixa contra essa avaliação.

— Nosso time vai? – questionou Metagross.

— Vamos sim! – declarou Haxorus – onde já se viu? Ficar fazendo essas apresentações cheias de enfeites e futilidades só para entretenimento. Nem os movimentos usados para executar essas palhaçadas são competitivamente viáveis.

— Pois tô contigo! – adicionou Darmanitan – Metagross, Seismitoad, Pidgeot e Zoroark, vamos todos nós para a ouvidoria.

— É melhor só você e o Haxorus irem! – disse a Seismitoad – se isso não der certo, iremos pelo menos adiantar alguma coisa para essa prova.

— Fazer isso é perda de tempo! Vamos pedir para que essa prova seja anulada! – fala Haxorus.

— Acho que só os dois bastam para registrar a queixa! – explana Metagross – se a solicitação não for aceita, teremos que ter algo pronto.

— Pensei que queria colaborar com o time! – Darmanitan estava indignado.

— E estou! – respondeu o metálico calmamente – mas sei que tem uma razão para nós termos uma avaliação assim. Eu só quero me precaver.

— Pois que seja! Vamos lá pessoal! – chateado Darmanitan, juntamente com Haxorus e Pidgeot vão à ouvidoria, deixando para trás Metagross, Seismitoad e Zoroark.

— Ai... lá se vai minha chance de voltar para UU! – suspira o noturno.

Vendo essa discussão que ocorreu em um dos times, a professora Xerneas se manifestou:

— Não é como se vocês fossem obrigados a realizar essa avaliação. Mas já vou logo avisando que reclamar na ouvidoria será perda de tempo.

Enquanto isso, Infernape ia caminhado, se afastando dos outros integrantes de sua equipe, mas sente que sua cauda é puxada pela Krookodile, que o arrasta de volta.

— Aonde o senhor pensa que vai?

— Vou reclamar na ouvidoria sobre essa prova. Por quê?

— Meu filho, não acabou de ouvir a professora? Ela disse que iremos perder tempo! Não me venha com essas frescuras e vamos fazer logo essa budega! – impôs Krookodile.

— Mas... fazer apresentação de performance?! – Infernape se indignou – isso não tem nada ver com as batalhas! E pode fazer uma prova como essa?

“Infernape, eu ouvir uma vez do professor Deoxys que as provas da segunda etapa são elaboradas pelo professor aplicador, mas antes, ela deve ser analisada pelos outros professores pra ver se atende os objetivos da universidade. E ainda depois, ela deve passar pelo crivo do coordenador Groudon, para só assim o professor poder aplicá-la aos alunos. Se a professora está propondo uma atividade como essa para nos avaliar, é porque ela já foi aprovada pelos outros professores e pelo coordenador. Por isso, não tem nada que nós possamos fazer em relação a isso!” Explica Starmie.

— Mas não entendo qual é a dos professores com isso! – Infernape ainda não entende os motivos da avaliação.

“Bem... acho que ela quer ver como nós reagimos a uma coisa fora do nosso habitual!” deduz a estrela “e talvez o uso do nosso tempo. Já que temos que elaborar uma apresentação de performance em apenas oito horas.”

— Quer dizer administrar o tempo, não é isso! – Krookodile acompanha o raciocínio de Starmie.

“É isso mesmo! E acho que o trabalho em equipe também... sem falar que aqueles que estão indo a ouvidoria já estão perdendo o tempo deles.”

— Pois então Starmie, você pode ficar com o relatório? Acho que você está entendendo o espírito da coisa – propôs Krookodile.

— O Starmie, como sempre, vai ficar com a parte chata! Rs rs... – comenta Gengar.

“Eu não me importo com o relatório!” declara o aquático. “Mas devo confessar que não sou muito familiarizado com esses concursos!”

— Mas num vai escapar da apresentação! Vamos já nus organizar no que faremos na nossa performance! – decidiu Krookodile.

— Então vamos nos juntar mais para decidirmos as coisas! – propôs Gengar.

Os seis se sentaram em círculo para o planejamento da apresentação.

— Creio que até podemos nos divertir nessa prova... – Scizor demonstra empolgação, apesar de ela está um pouco envergonhada – afinal, não é sempre que temos uma atividade como essa! Hi hi!

— Não me diga que curte esses concursos de condecoração! Hi hi – questionou Gengar,  que deixa escapar um riso baixo.

— Bom, eu venho acompanhado essas apresentações... como um passatempo... er, é porque são tão divertidas de se ver... – responde a inseto encabulada, estendendo seus braços e mexendo suas garras de um lado para outro.

— Que bão que você também gosta de um pouco de cultura! – fala a crocodilo radiante – também gosto dessas apresentações.

— Pois é! Gosto muito da Braixen, mas eu tenho a Lea Vanjie, uma Leavanny Drag, como minha performancista favorita. Você vê as montagens que ela faz com as folhas? – Scizor se empolgou no assunto.

— Bem, acho ela maravilhosa! – continua Krookodile – mas nós não vamos nos esquecer dos machos, não é? O Shion, aquele Ampharos! Ele é um anjo, Arceus do céu!

— Bem, pra mim não tem ninguém que bata a Cereza, a Tsareena e suas pernonas! – declara Sceptile, com rubror no rosto.

— Bem, a Cereza não é apenas bonitona, mas também é bem habilidosa nas apresentações dela! – acrescenta Gengar.

— Ei! Você e a lagartixa também assistem esses concursos? – Infernape pergunta ao Gengar.

— E por que não? Você sabe que tem algo que nós não deixamos de apreciar...

— Isso mesmo Gengar! Todos sabem que o melhor desses concursos são...

— AS BELDADES! – declaram Gengar e Sceptile ao mesmo tempo e fazem gesto de jóia um para outro.

“Pelo visto, somos apenas Infernape e eu que não acompanhamos os concursos!” afirma Starmie.

— E realmente, os concursos são bem mais complicados do que parecem com o que vemos na TV! – continua Krookodile – tem um monte de termos próprio deles, há uma classificação específica dos movimentos, combinações diferentes das dos combates. A professora sabe que num vai sair algo profissional, mas ela deve avaliar se ao menos sai alguma coisa das equipes.

— Mas ainda acho que há times que terão mais vantagem do que a gente! – aponta Scizor – Primarina e Muk, por exemplo, são do clube de arte. Eles têm familiaridade com esses concursos.

— Sem falar que tem um time que tem a Altaria e a Marowak! Vocês virão que elas fizeram naquela festa! Vão deixar todos os outros times no bolso! – acrescenta Gengar.

— Sim, então é por isso que nós precisamos, antes de tudo, sermos criativos na nossa apresentação! – incentiva Krookodile – já tenho até uma música que será ótima nessa apresentação!

— Vai ser sertanejo? – indaga Sceptile.

— Não! Muito milhor e mais dançante! É uma música de forró!

— Lá vem você com seus breguetes... – comenta Infernape com certo desdém.

— E nem vem chiar não chipanzé! – a terrestre fala energicamente – lembre-se que foi por sua culpa que não consegui me apresentar na festa! Agora varmu todos mostrar como um bom forró pode ser bem massa!

— Que seja! Pode sair uma coisa bem divertida nisso! – Gengar estava sorridente, imaginando no que isso vai dar.

— Isso pode ser nosso diferencial! – concorda Scizor.

“Vamos confiar nas suas orientações!” Starmie sinaliza que confia na réptil.

— Que seja... – Infernape finalmente se dá por vencido.

— E como serão as nossas apresentações? – Sceptile se mostra mais interessado na atividade.

— Bem, seria bom se formos em pares! – continua Krookodile pensativa – temos duas fêmeas, três machos e um não-binário. Er... Starmie, já que tu é “café-com-leite” você será como se fosse uma fêmea nessa apresentação, pode ser?

“Tudo bem!” concorda a estrela. À medida que o planejamento da apresentação vai prosseguindo, ele vai anotando tudo que considera relevante em um pequeno caderno, para ter subsídios para o relatório.

— E como serão feito os pares? – pergunta Scizor.

— Hum... deixe-me pensar... – a terrestre analisa os colegas – Bem, você Scizor, fica com o Sceptile. Starmie fica com o Infernape e Gengar fica comigo. Pode ser?

— Ok Krooko! – aceita Sceptile, mas ele engole seco por ter que ficar com a Pokémon mais poderosa da turma.

— E por que eu devo ficar com a estrela? – mais uma vez o Pokémon de fogo reclama da decisão de Krookodile. A réptil, então impaciente, pega no braço dele, se afasta dos demais e começa a cochichar para o Infernape:

— Olha aqui macaquinho, de maneira alguma te deixo com a Scizor, e você sabe muito bem o porquê. Quero te deixar com Starmie, pois ele é um dos poucos que consegue te controlar. Agora sua outra opção seria ficar comigo! Você topa a troca?

— Tá, tá! Fico com a estrela mesmo! – Infernape se convence a seguir as instruções de Krookodile.

— Certo! – a réptil volta sua atenção para o resto do time – o que mais vamos fazer? – mas ela viu que Scizor se afastou do grupo e estava se dirigindo à Kombi cor-de-rosa da Braixen. Ela já estava fuçando os vários baús, próximos ao veículo, revirando os diversos figurinos e enfeites.

— Ei Krookodile! Podemos falar sobre os figurinos agora? – pede a inseto, já experimentando uma tiara cheira de flores, toda sorridente.

— Essa daí realmente está empolgada com essa atividade... – observa a terrestre.

“Ela fica tão graciosa com essa tiara...” Starmie não deixa de se encantar do jeito radiante de Scizor.

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Os outros times também vão planejando suas apresentações. Não muito distante de Krookodile e os outros, Kommo-o, Primarina, Muk, Aerodactyl, Hippowdon e Cobalion estão freneticamente conversando sobre os seus preparativos.

— Gente! Eu realmente amei essa prova! Mal posso esperar para mostrar a nossa atuação! – fala Primarina empolgado.

— Sim! Mas isso não deixa de ser algo desafiador para nós! – alerta Muk – normalmente uma apresentação feita por profissionais pode levar até semanas para ser planejada e ensaiada, para então ser apresentada ao público. Por conta do curto espaço de tempo e de nossa inexperiência vai ficar muito abaixo de uma performance profissional.

— Mas acho que a professora vai levar isso em consideração, não é? – questiona Cobalion.

— É, mas vai ser difícil de prever o que a professora vai querer com isso! – afirma Kommo-o.

Há alguns metros de distância, uma música tocava alto através do celular. E observa-se que Crawdant, Arcanine e Beedrill estavam dançando no seu ritmo e fantasiados de forma espalhafatosa.

— E tem Pokémon que ainda acha que isto é brincadeira! – comenta Hippowdon, posteriormente ela cochicha para Cobalion – o Arcanine está em uma posição ruim na sala e ouvi dizer que ele não sabia de nada da prova escrita.

— Lá vem você com suas fofocas! – suspirou o espadachim.

— Eu? Com fofocas? Só ouvi os comentários! Fofoca mesmo é que Ferrothorn, que é membro do conselho estudantil, se ferrou bonito contra um dos protestantes de ontem. Olha que este protestante era um Pokémon aquático! – continuou a hipopótamo.

— Ai ai, quem precisa do Flying Press,que é o jornal da universidade, quando se tem a Hippowdon, que é a maior fofoqueira da Smogon! – comenta a Primarina.

— Vamos deixar esses fuxicos pra depois? – Muk chama atenção – realmente temos que trabalhar sério para que saia uma apresentação descente! Agora, vamos arrasar!

— Assim que se fala Muquinha! – aclama a foca animada.

Enquanto isso, próximos a algumas árvores, o time de Altaria já vai fazendo seus primeiros ensaios. Marowak estava segurando um tentáculo de Tentacruel, o ensinando a dançar. A água-viva macho vai movendo delicadamente seus tentáculos acompanhando os movimentos da colega.

— Viu como você leva jeito pra coisa? – a Pokémon fogo-fantasma o elogia – você está indo bem!

— Realmente essa avaliação é diferente do que fizemos até agora! – comenta o venenoso – sei que você e a Altaria podem se destacarem na apresentação, mas com certeza a professora vai querer avaliar a atuação de toda a equipe.

— Pois é, mas acho que com um pouco de prática, todos nós conseguiremos uma boa atuação. Seu movimento Giro Rápido pode ajudá-lo na dança. Vamos tentar?

— Vamos lá! – responde o venenoso, que segura uma das mãos de Marowak.

— Gire, mas com cuidado!

Tentacruel usa o giro rápido e executa um belo passo de dança, levando sua parceira e fazendo-a gira rapidamente ao redor dele.

— É assim mesmo! – disse a ígnea um pouco cambaleante – com um pouco mais de ensaio vamos aperfeiçoar isso e... AI, PELO GRANDE SENHOR DA LUZ!! - ela não termina a sentença, já que vinha na direção deles um Pokémon roxo que vinha rodopiando rapidamente na direção deles.

BAAAAAMMMM!!!

Ele acaba se esbarrando em Tentacruel, o derrubando a alguns metros de distância.

— TENTACRUEL! – gritou a Marowak – você está bem?

— Ai... isso sim que é um Giro Rápido... – disse o venenoso ainda zonzo – Starmie sempre foi um melhor spinner do que eu...

Starmie ainda continua girando verticalmente pela praça e os outros membros do time corriam desesperados atrás dele. Até que a estrela acaba batendo em uma árvore e cai estatelado no chão, com o núcleo virado para baixo.

— STARMIE!!! – gritavam os outros integrantes do time.

Sceptile estava na frente e acudiu primeiro o colega:

— Vixe! Tá bem cara?

“Ai... no céu passa Manchete?” a estrela estava meio confusa das ideias.

Logo os outros membros chegaram para ver a situação do colega.

— Se machucou Starmie? – Scizor estava visivelmente preocupada.

“Ai... ainda bem que não bati com o núcleo!” observa-se que não ocorreu nada de grave com o aquático.

— Que bom... – Krookodile suspirou aliviada – agora vê se faz as coisas mais delicadamente o chimpanzé!

— Tá achando que é minha culpa? – bufou Infernape – foi Starmie que girou rápido demais.

— É que você colocou muita força! Como Starmie está usando o Giro Rápido, não precisava por força nenhuma! – apontava a terrestre.

— Agora que a estrela ainda está viva, agora temos que decidir os movimentos! – sugere Gengar.

— Sim! Eu andei pesquisando algumas técnicas que seria bom de usar na apresentação! – Scizor mostra seu celular com as pesquisas que fez na rede sobre o assunto.

— Realmente, têm movimentos bem diferentes do que normalmente usamos em combates! – comenta Krookodile.

— Agora sei de duas coisas que dão muito ponto em concursos! – aponta Gengar – os Z-Moves e os movimentos de juramentos!

“Movimentos de juramento?”

— Sim! – continua Gengar – são de três tipos, água, fogo e vegetal. Se um movimento de juramento de um tipo for combinado com um de outro, isso vai gerar efeitos interessantes como aparição de arco-íris, ou aparição de mar de fogo, ou de um pântano. Mas são poucos Pokémon que são capazes de aprenderem esses movimentos.

— Olha! Parece que Infernape pode aprender o Juramento do Fogo e o Sceptile pode aprender o Juramento da Grama! – aponta Scizor, mostrando suas pesquisas no celular.

— Acho que seria massa se esses dois fizerem esses movimentos no final da apresentação! – afirma Krookodile.

— Então isso quer dizer que vou ter que cooperar com essa lagartixa! – o Pokémon lutador pergunta em um tom de indignação.

— Também não acho uma boa ideia! – aponta Sceptile – e se o chimpanzé quiser me queimar ao invés de combinar o ataque comigo!

Os outros membros lembraram que os dois iniciais ainda não estão se dando bem devido aos eventos de ontem.

— Olha aqui vocês dois! – Krookodile resolve ser firme – num tem mais nenhum filhote aqui. Essa será nossa chance de aumentar nossas notas e dus dois aprenderem de uma vez por todas a trabalharem em equipe. Então, esquecem o que houve ontem e deixem de pirraça. Vocês dois vão usar esses movimentos juntos sim e vão parar de birra!

— Aff... tá muito mandona hoje! – reclama Infernape.

— Às vezes tenho que ser assim já que tem mon que ainda age com infantilidade! Você acha que não é capaz de fazer isso? Não tem habilidade de usar um movimento diferente como esse? – ela tenta atiçar o espírito desafiador de Infernape.

— Tá duvidando das minhas capacidades? – resmunga Infernape – tudo bem! Vou executar essa bagaça pra mostrar o quanto vocês dependem de mim! Ai dessa lagartixa estragar as coisas de novo...

— Ai ai... parece que não tenho escolha... – o vegetal ficou temeroso, mas também concorda em executar o juramento.

 - Ah! E a estrela vai fazer o Z-move? – pergunta o macaco apontando para Starmie.

“Er... não sei se dá! Z-moves são muito perigosos. E se eu causar danos ou machucar alguém?” Starmie está temerosa em executar um Z-move no palco.

— Ei Starmie, você tem o Z-Cristal psíquico? – indaga Krookodile.

“Sim! Por quê?”

— Por que não usa o Z-move psíquico em mim? Sou imune ao ataques psíquicos! – propôs a réptil.

“Sei não! Não vai ter riscos se eu executar esse Z-move não?”

— Se você direcionar o tar do “Chateredi Pissiqui” neu, num vai ter problema nenhum!

“Vou tentar!”

— Certo! Então vamu logo que já já vai tá uma fila medonha nos tutores.

Próximo à biblioteca central, há um saguão onde funciona a tutoraria dos movimentos, um lugar onde os estudantes podem aprender e relembrar os movimentos o quanto quiserem quase que instantaneamente. Cinco Smeargles são os tutores encarregados, que possuem em seu catálogo diversos tipos de movimentos, inclusive os raros movimentos de juramento. Logo, Krookodile e os outros entraram na fila para montarem o movest necessário para a apresentação.

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As horas vão passando. As duas professoras vão observando o andamento dos planejamentos. Vez ou outra vão dando dicas aos alunos e a Braixen vai relatando as rotinas do trabalho dela àqueles que tiveram curiosidade sobre os performancistas. Meio dia, as duas se sentam juntas para conversar sobre a atividade enquanto almoçam.

— Sinceramente Xerneas, realmente eu não sei o que você quer com os alunos. Eles realmente não entendem muito dos concursos de condecoração – comenta a raposa.

— É minha querida! Por isso eu quero avaliar em como eles se portam em relação a uma atividade fora dos padrões dele. A princípio, os concursos são bem diferentes dos combates, mas há muitos fatores avaliados que serão importantes nos seus futuros trabalhos de integrantes de time de agência como a administração do tempo, ação com o inesperado e, acima de tudo, o trabalho em equipe! – explica a cervo.

— Seus critérios são show! – Braixen diz isso com um meigo sorriso – mas é uma pena que nem todos entendem seus critérios.

— Pois não é? É uma pena que nem todos entendem como as coisas podem ser interligadas. Mas é pra isso que estão na faculdade não é? Eles devem aprender logo como as coisas funcionam, senão terão momentos difíceis quando saírem daqui – Xerneas fala em um tom sério, mas logo abre um sorriso – mas vendo como a maioria deles está engajada no projeto, creio que felizmente que a maioria dos jovens tem mente aberta para novas aprendizagens.

Na cantina, Starmie fazia o pedido do almoço para toda a equipe. O atendente do estabelecimento, o Butterfree fica curioso em relação às atividades da segunda prova:

— O que seu time vai fazer nessa avaliação?

“Dançar forró!” responde a estrela, demonstrando cansaço.

— AH AH! Só pode está brincando! Hi hi – gargalhou a borboleta.

“Não sabe que a professora Xerneas sempre inventa algo diferente? A avaliação será apresentação de condecoração. E foi a Krookodile que determinou a temática de forró!” envergonhada, estrela tentava expor os motivos de sua situação. “O que eu não faço por uma nota...”

— Realmente essa avaliação de vocês deve ser a mais esquisita de suas vidas! Hi hi! Bem, tenham uma boa apresentação!

Enquanto Butterfree preparava os lanches, Metagross chegava à cantina. Ele estava com um semblante bem desanimado.

“Metagross! Está tudo bem contigo?” Starmie não deixou de reparar que algo está errado com ele.

— Afff... – o metálico respira fundo – Darmanitan e Haxorus ainda não voltaram para nós prepararmos a apresentação. Eles já obtiveram resposta da ouvidoria, essa avaliação é aprovada pelos professores. Mas ainda teimam em não participar dela! É como se fosse indigno para eles realizar esse tipo de performance.

“Isso é sério! Pode prejudicar os demais membros da equipe!” disse a estrela chocada.

— Pois é... mas vou ver o que podemos fazer durante a tarde! Mas nós já perdemos muito tempo nessa discussão... – Metagross volta seu olhar para o balcão – mas é desanimador saber que posso ser rebaixado só por causa da teimosia dos meus colegas!

“Não acho que isso seja suficiente para lhe causar um rebaixamento!” Starmie tenta incentivar o colega “Você é um dos Pokémon mais inteligentes da sala, tenho certeza que os professores irão considerar isso!”

— Espero que esteja certo Starmie!

“Meu pedido já chegou! Tenho que ir agora, pois o pessoal está esperando pelo almoço!”

— Certo, então vai logo! Você ainda tem a apresentação de seu time para se preocupar não é? Até mais parceiro!

“Até mais! Espero que as coisas dêem certo para você!” então a estrela, com o uso de seus poderes telecinéticos, leva a comida para os seus colegas.

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As horas vão passando e os estudantes vão ensaiando suas apresentações. A partir das três da tarde, Xerneas vai avisando aos avaliados quanto tempo falta para terminar com a preparação da performance.

— FALTA UMA HORA!!!!!!

E assim ela foi avisando quando faltavam quarenta e cinco minutos. Depois, trinta minutos. E agora faltam:

— QUINZE MINUTOS!!!

— STARMIIIIIIE!!! JÁ TERMINOU O RELATÓRIO? – grita Krookodile de dentro do banheiro, em frente ao espelho, enquanto prepara sua maquiagem.

“Ufa! Finalmente terminei isso!” do lado de fora, a estrela segura a folha com o relatório já passado a limpo.

— ENTÃO VENHA SE ARRUMAR LOGO! SÓ FALTA VOCÊ!

Saíram os machos do banheiro masculino, cada um estava usando um chapéu de palha e um lenço no pescoço. O lenço de Infernape é azul, o de Sceptile é verde-escuro e o de Gengar é lilás.

— Estou bonito Starmie? – pergunta Gengar.

— Pra mim os machos sempre estarão tudo feio! – debocha Sceptile.

— Starmie! Já disse que é pra tu se arrumar! – Krookodile puxa a estrela pelo braço para o banheiro feminino.

“Espera aí Krookodile! Sabe que não posso entrar no banheiro feminino!” disse a estrela resistindo ao puxão da crocodilo.

— Não sabe que até ao término da prova você será fêmea! Vamu entrar ai para te arrumarmos logo! – ambos entram no banheiro.

Dentro do recinto, Scizor já esperava pela estrela. Ela estava produzida, com leve maquiagem no rosto, usava uma tiara branca com flores artificiais igualmente brancas. E também usava uma larga saia de cetim branca que cobria boa parte de seu enorme abdômen. Ela está com alguns acessórios já preparados para Starmie, duas ombreiras cor-de-rosa de pano com elástico e tiras de cor rosa metálico, uma faixa de elástico da mesma cor com um crochê de botão de rosa o enfeitando, e uma faixa de elástico dourado.

— Starmie você vai ficar lindo com esses enfeites! – disse Scizor bastante empolgada.

Mas sabendo que é a Scizor que vai arrumá-lo deixou o aquático extremamente envergonhado. Seu núcleo estava piscando com um forte brilho de cor magenta. Ele queria fugir daí, mas seu corpo paralisou de tanta vergonha e ele sequer conseguia se mover. Foi necessário que Krokoodile o empurrasse para que ele ficasse próximo a Scizor.

Então a inseto começou seu trabalho, colocou as ombreiras em seus “braços” laterais, em seguida levantou um pouco a sua “ponta” inferior esquerda para colocar a faixa dourada, que simularia o anel dourado do braço inferior esquerdo que ele teve quando era um Staryu. E finalmente, na ponta superior, era inseriu a fita com a rosa.

Em seguida, Scizor pegou uma espécie de creme transparente com gliter misturado. Com o auxilio de um pincel, ela passa delicadamente sobre sua as partes douradas próximas ao núcleo. A inseto tinha um enorme cuidado nessa atividade, pois sabe que Starmie não gosta que toquem em seu núcleo.

— CINCO MINUTOS! – ouvia-se, de longe, o grito da professora fazendo a contagem regressiva.

Scizor concluiu seu serviço – pronto Starmie! Você tá lindo! Se olhe por favor! – disse ela radiante mostrando para estrela o seu reflexo.

Starmie ficou sem reação, nunca tinha se visto com tantos enfeites assim. Mas fica lisonjeado ao saber que a inseto gostou muito dessa aparência. O gel aplicado dá um certo realce ao brilho de seu núcleo.

Saíram do banheiro. As fêmeas foram na frente. Krookodile estava usando uma maquiagem carregada. Estava com uma fita de cetim vermelho envolta de sua cabeça, com um laço vermelho no topo. Seus lábios estavam com um batom vermelho bem forte, usava uma jaqueta de crochê bege com rendas vermelhas.

Os machos viram a aparência das fêmeas. Riram baixo, pois estavam bem diferentes do que se apresentam usualmente. Mas notam que Starmie ainda não saiu.

— Venha logo estrela! Tamu com pressa! – Krookodile puxava o aquático para fora, e finalmente, os outros viram como ele estava. Fizeram um esforço enorme para não rir. Mas os três acabaram soltando uma gagarlhada.

—PPPPFFFFFFFTTTTT.... HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!

Mas Starmie acabou ficando constrangido devido às risadas. Seu núcleo emitiu um brilho forte de cor magenta.

— Foi mal estrela mas... hahaha – Infernape tentava controlar o riso – não sei como, mas tá graciosa e hilário ao mesmo tempo... pfffft...

— Xiiiiiiiii... o núcleo dele tá rosa... hihihi... está envergonhado... – Gengar também tenta parar de rir – mas você está muito bonito!

— DOIS MINUTOS!!

— Bora logo cambada! – comandou Krookodile.

Mas Starmie ficou tão envergonhado que não estava conseguindo se mover. Teve que ser puxado por Krookodile e Gengar para ir para o palco. A estrela começa a refletir se foi mesmo uma boa ideia em convencer o Infernape a desistir de ir à ouvidoria, pois tudo que ele queria agora é que essa avaliação fosse cancelada.

Logo, grande parte da classe UU já se encontrada reunida próxima ao palco, todos devidamente caracterizados. Xerneas e Braixen já estavam no centro do palco com um pote com algumas fichas para realizarem os sorteios da ordem das apresentações.

— Vamos sortear uma equipe por vez! – avisava a cervo – assim cada equipe só vai saber na hora quando será sua vez.

Os estudantes estavam observando o figurino de seus colegas. Starmie estava constrangido de ser visto nessa aparência. Acabou ouvido um assovio:

— FIIIUUUUUUUU! – era Crawdant – até eu queria te convidar para sair agora estrela!

Era só que faltava, ter que ouvir “gracejos” dos machos. Mas quando ele e seus companheiros se viraram e viram a aparência do lagosta, ficaram bastante espantados e foram contagiados em cair em uma gargalhada. Crawdant estava usando um vestido rosa com listras pretas de torcedora. E segurava pom-pons rosas com suas garras.

— “HAHAHAHAHAHIHIHIHIHAHAHA!”

— QUE ISSO CRAWDANT! PFFFTTT...- o estômago de Sceptile  chegou a doer devido às risadas.

— Culpa da Beedrill por ter essas ideias! – falou o lagosta emburrado.

— Sério Crawdant! Tá lindo! – comentou o Gengar.

— Afff... ou é isso ou é Volta em U na cara! – suspirou o noturno.

— CRAWDANT!! – Breedrill gritava de longe – vamos logo que nós seremos os primeiros!

— JÁAAAAAA? – o lagosta ficou nervoso – ai gente, tenho que ir! – assim ele acompanhou a vespa até o palco.

— HEHEHEHE! – Gengar não parava de rir – viu Starmie? Todo mundo vai ter que passar por essa vergonha! Então vamos levar isso mais de boa, certo?

O fantasma dizia isso para a estrela ficar mais tranquila. Realmente todos vão passar por esse constrangimento. Starmie percebe que deve controlar seu nervosismo.

Tentacruel estava passando por eles, mas quando avistou Starmie todo produzido, ele ficou atônito por conta de tão maravilhado que ficou. Os acessórios combinaram muito bem com ele e o gel passado ao lado do núcleo serviu para realçar seu brilho. Sentiu como se uma lança atravessasse em seu coração devido à tamanha graciosidade da estrela.

— Realmente está encantador... – pensava o água-viva. Ele estava com pinturas brancas na face e uns chocalhos em seus tentáculos. Mal percebeu quando a estrela se aproximou dele.

“Fantasia interessante, Tentacruel!” elogiou Starmie.

— Er... a sua também... digo... com licença... – disse Tentacruel saindo rapidamente daí.

— Realmente, muita gente tem que lidar com a timidez ao apresentar ao palco fantasiado! – comenta Gengar.

“Sim, mas não vejo nada de constrangedor na aparência de Tentacruel!” repara o aquático.

 O água-viva corre, mas acaba se esbarrando em alguém.

— Me desculpe! Eu não estava prestando a atenção e... – mas fica surpreendido ao ver em quem se esbarrou – Cloyster?! O que faz aqui?

— Vim assistir as apresentações, ué! – Responde a ostra – e você ficou admirado com a estrela, não é? Diz-me a verdade? – ela pergunta com um olhar de assanhada.

— Você não deveria tá em aula? – questionou o venenoso constrangido.

— Fomos liberados para ver as apresentações! – informa Cloyster – não só nossa sala, mas como todas as outras também.

Logo, estudantes de todos os estratos vão chegando à praça. Os alunos de UU ficaram abismados a saberem que serão assistidos não só por seus colegas como também por toda a universidade. Isso deixou Starmie novamente assustado. Se lembrou de um certo anfíbio de OU. Ele tratou de não sair de perto dos companheiros para não ser abordado por ele. Mas quem se aproxima deles é a Azumarill, Breloom e Amoonguss.

— Escapei por pouco em realizar uma prova assim! – falou o lutador achando graça.

— Não diga isso Breloom! – repreendeu o venenoso – mas sei que esse teste não será fácil para vocês!

— Fiquei meio chateada por não poder participar! – afirma a aquática-fada – mas ver o Infernape pagar Aipom vai ser bem divertido! Hihi!

— Aipom é uma pinóia – resmungou o chipanzé – mas isso só quer dizer que você sofrerá mais ao enfrentar o pessoal de OU, oh bolinha azul!

— Gente, deixe nossos colegas se concentrarem! Vamos lá desejar boa sorte pro Tentacruel também! – chama Amoonguss.

De repente, através de um microfone montado no palco, Xerneas começa a se pronunciar.

— Vamos começar com as apresentações! Agradeço a presença de todos por vir prestigiar as performances de hoje, à professora Braixen que está prestando um grande auxílio para o evento de hoje e, especialmente à turma de UU que investiram esforços para preparar o espetáculo que iremos prestigiar nesse momento. Sem mais delongas, vamos iniciar as performaces com o time de Arcanine, Beedrill, Chesnaught, Crawdant, Klefki e Raikou.

A platéia urrou em empolgação. As apresentações estão prestes a se iniciarem.

 

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Glossário

Juramento do Fogo - Fire Pledge

Juramento da Grama - GRass Pledge

Volta em U - U-Turn

 

Notes:

A segunda etapa foi dividida em dois capítulos. Neste que acabaram de ler aborda a parte de preparação das equipes e a interação dos membros do time de Starmie. Krookodile tá botando quente no time (agora tô com mania de deixar as Pokémon terrestres serem as mãezonas do time). O próximo capítulo vai se focar nas apresentações.

 

E Lea Vanjie, citada por Scizor nesse capítulo, é uma personagem da página do Facebook Pokémon Drag Race.

Obrigada pela leitura!

Chapter 10: Capítulo 10 - Tempo de brilhar

Notes:

Olá leitores! Mais uma capítulo, que é a continuação da segunda etapa!

Agora as apresentações vão iniciar, como vão se sair a turma de UU?

Boa leitura!

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

Os estudantes de UU estão prestes a apresentarem suas performances no palco montado de improviso na praça da universidade. Os alunos de outros estratos foram convidados a assistirem a apresentação. Eles estão na expectativa do quão divertida e engraçada isso pode ser.

— Ai, por que tivemos que ser rebaixados? Essa avaliação seria tão divertida! – lamenta Ambipom, que estava entre o público – e nem para me convidarem.

— É pra deixar de ser tão zueiro! – comenta Mienshao.

— Nem vem com sermão que você também foi rebaixada! – bufou o mico.

— Mas pelo menos terei outra chance!

O primeiro grupo começa a se apresentar. Arcanine, Klefik e Raikou são os primeiros a entrarem ao palco. Os cães vão pisando forte no chão, enquanto a chaveiro remexe suas chaves e vão ditando o ritmo da música.

Uh huh, this is my shit

All the girls stomp your feet like this

A few times I've been around that track

So it's not just gonna happen like that

Because I ain't no hollaback girl

I ain't no hollaback girl

Depois entraram, vestidos como torcedoras e, cada um segurando um par de pompom rosa choque, Crawdant e Chesnaught, que vão dançado com passos fortes e meio desengonçados. O público gargalha e urra do modo de como eles se apresentam. Constantemente se escuta assovios e risadas, mas os dois faziam o possível para ignorar a platéia e continuarem executando suas performances. A lagosta usou a Dança da Espada seguido de Jato Aquático, enquanto o lutador executou uma esplendida combinação de Fortalecer e Escudo de Espinho, tudo isso estilosamente.

“Ai, se eu não subir parar UU depois disso...” pensava o ouriço.

Finalmente, Beedrill entrava no palco, usando o vestido da mesma cor do que os dos machos. Dois pompons estavam fincados em suas lanças de suas patas dianteiras. A vespa fazia várias piruetas com as técnicas Volta em U e Acrobacias. O público ficou extasiado com a apresentação dela. Atrás dela, os cães usavam Velocidade Extrema pelo placo e Klefik espalha luzes no palco com seu Brilho Mágico. Então, ela jogou os pompons para o alto para em seguida mega-evoluir. Os espectadores urraram ao ver a Mega-Beedrll. Ela fez mais uma Acrobacia para fazer graça, e ergueu suas patas para pegar os pompons que estavam caindo, mas conseguiu fincar apenas um deles, sendo que outro caiu no chão. Beedrill posava com estilo tentando relevar esse erro e com isso finaliza a performance.

O público aplaudiu a atuação deles. Ficaram encantados e admirados principalmente pelo desempenho hábil de Beedrill e pela coragem de Crawdant e Chesnaught de atuarem como torcedoras.

— Pelo menos esses dois devem ter a masculinidade bem resistente! – comenta Krookodile.

Braixen vai para junto do grupo expondo sua pré-avaliação.

— Temática interessante! Mas aviso que não foi uma boa escolha uma música com nomes feios. Afinal de conta, os concursos também são vistos por crianças!

A primeira equipe deixa o palco e em seguida, Xerneas anuncia a próxima apresentação:

— Agora com vocês, Chandelure, Empoleon, Hydreigon, Mamoswine, Manetric e Togekiss!

De repente, uma névoa se espalha pelo palco. Não dá para ver os integrantes da equipe. Uma música gótica começa a tocar enquanto algumas luzes azuis flutuam no palco, dando um ar de tenebroso à apresentação. As chamas “dançavam” pelo palco como se tivessem vida própria. Repentinamente, descargas elétricas são vistas por entre a névoa, mostrando a silhueta dos integrantes da equipe. Posteriormente, escuta-se barulho de blocos de gelo se despedaçando pelo chão. E finalmente, uma ventania dispersa a névoa aos poucos. Togekiss estava batendo suas asas para retirar a fumaça que escondia os outros membros e finalmente, todos, exceto Hydreigon, foram revelados. Então eles formam um círculo. Empoleon emite um Anel de Água dentro do círculo e eles começam a simular um ritual de invocação. Através do Coro, os estudantes acompanham a canção.

Hysterical, tragical

Victim of ritual

Cynical, critical

Victim of ritual

She's a killer, killer

She's a killer, killer

Finalmente, Hydreigon surge voando pelo palco, como se ela tivesse sido conjurada pelos outros. Ela urra bem forte, deixando os telespectadores impressionados. Ela emite um Pulso do Dragão para o alto para demonstrar seu poder. Os outros a acompanham com os seus poderes. Empoleon com seu Canhão Brilhante, Togekiss com seu Brilho Mágico, e Chandelure com Will o’ Wisp. A Manetric mega-evolui e emite um forte Trovão e Mamoswine executa o Dança da Chuva para dar um clima mais tempestuoso. Essa apresentação causou muito alvoroço com o público. Hydreigon realiza uma Volta em U para finalizar sua performance e pousa na frente de seus colegas, reverenciando os espectadores, que aplaudiam intensamente.

— Vixe! A apresentação da Hydreigon foi da hora! – Gengar estava impressionado.

— Por que não podemos usar músicas legais que nem essa de agora! – comenta Sceptile, com um pouco de inveja. Mas logo recebe um olhar mortal de Krookodile.

— Ei Starmie! Tá com o relatório? – pergunta o fantasma.

— Tá aqui comigo – a estrela ergue o papel – Por quê?

— Deixa eu dar uma olhada nele?

Gengar pega o relatório, dá uma rápida lida e tira uma foto dele.

— Toma estrela! – disse devolvendo a folha – temos que ser precavidos! Vai que a professora nos pergunte sobre o relatório.

Depois de Hydreigon e os outros receberem os comentários de Braixen, Xerneas anuncia o próximo grupo.

— Aerodactyl, Cobalion, Hippowdon, Kommo-o, Muk e Primarina! É a vez de vocês brilharem!

Uma música instrumental arábica começa a tocar. Nisso, Hippowdon entrava utilizando alguns adornos em seu imenso corpo e um véu lilás cobrindo sua boca, estando caracterizada como uma dançarina do ventre. Sem medo de ser feliz, ela vai rebolando e invoca uma pequena tempestade de areia com sua habilidade. Posteriormente, os outros cinco surgiam no palco. Primarina e Muk também estavam caracterizados, utilizando adornos com guizos e véus e acompanham a hipopótamo na dança. A noturna lançava Ondas Venenosas com cores fortes, como as do seu corpo, e a foca usava sua bela voz para formar bolhas de água que cresciam e posteriormente, estouravam de acordo com as notas do Pokémon fada, formando diversas gotículas. Os machos dançavam em volta deles. Cobalion executava danças da espada combinado com Espada Sagrada e ficava em volta de Muk. Kommo-o combina a Dança do Dragão com Escamas Ressoantes e ficava próximo de Primarina. E Aerodactyl, parceiro de Hippowdon, resolveu realizar sua Mega-evolução. Em sua forma mais poderosa, ele se dedicava a fazer acrobacias aéreas e deferiu alguns pedaços de rocha que ficavam flutuando em volta dele.

Para preparar o ponto alto da apresentação, Muk realizou uma Dança da Chuva para anular a Tempestade de Areia. Então um cristal brilhou do colar que Primarina estava usando. Ele vai executar um Z-Move. Ele começou a cantarolar e uma imensa bolha de água vai se formando acima do palco. A massa se movia lentamente e ficou acima da platéia. Com uma nota mais forte, semelhante a um grito, Primarina “comanda” para que a bolha estoure. E com isso uma leve e bela chuva brilhante caia sobre o público, deixando-o maravilhado do lindo espetáculo que acabara de fazer.

— Nossa! Não é todo dia que vemos uma Ópera Oceânica! – comenta Braixen.

Incineroar estava assistindo a apresentação com a Decidueye – esse Primarina não perde uma chance para se exibir! – comenta demonstrando um pouco de aborrecimento.

— Mas ele estava lindo na atuação, não tava? – questiona a coruja, que acaba causando um rubor na face do felino.

— Pois é... hurmf hurmf... – Incineroar limpa a garganta – isso não dá para negar.

A raposa expõe sua análise ao time de Primarina. Ela elogia muito a finalização da foca. Após os comentários de Braixen, o grupo deixa o palco. A foca vai direto ao Pokémon de fogo.

— E ai gatão! Gostou da minha atuação?

— Até que você estava lindo como uma dançarina com véu! – responde o gato sem graça – mas você todo se engraçando com o público... e fazendo par com o Kommo-o... sei não...

— Não preocupe bichano! – o aquático coloca a pata no ombro de Incineroar – pois hoje a noite irei fazer uma performance só pra você! – essa declaração deixou o felino extremamente sem jeito.

— Os próximos serão Gengar, Infernape, Krookodile, Sceptile, Scizor e Starmie. Compareçam ao palco imediatamente! – anunciou Xerneas.

— É nóis agora! – chama a crocodilo.

Mas Starmie ainda está relutante em subir ao palco. Os outros já iam se dirigir em direção ao palanque, mas a estrela ficava pra trás.

— Oh Starmie! Não fique embromando não! – fala Krookodile – é a nossa vez!

“Não sei se vou conseguir me apresentar desse jeito!” a estrela ainda estava tomada pela vergonha.

Mas Gengar teve uma ideia para incentivar a estrela. Passou umas instruções cochichando no ouvido dos outros quatros integrantes.

— Será que a formosa senhorita Krookodile vai me conceder essa dança nesse momento? – disse o fantasma galanteador, estendendo a mão para a terrestre.

— Aceito sim querido! – ela respondeu entrando na atuação.

— Scizor, você me concederia essa dança, minha dama escarlate! – convidava Scepitile, pegando delicadamente em sua garra.

— Agradicida pelo convite! Hihihi... – a inseto achou graça o jeito de como o vegetal a convida.

Infernape se coloca diante de Starmie. Ele fica sem reação diante do parceiro.

— Bora chimpz! Só farta os dois! – cochicha Krookodile.

— Er... humrf... – o ígneo limpa a garganta, arrumando a coragem de fazer o convite – quer vir dançar comigo... minha... minha... jóia rara...

— Putz! Joia rara? HihiHaha! – Gengar se segura para não rir tão alto.

A estrela ficou atônita pelo convite de Infernape, e de como ele ficou constrangido com isso:

“Eu? Jóia rara? Da onde tirou isso?”

— Bora logo bijuteria ambulante! – o chimpanzé perde a paciência e pega no braço de Starmie, o arrastando para o palco.

Os outros acabam rindo do jeito nada delicado de Infernape de incentivar a estrela.

Logo, eles ficaram apostos para realizar a apresentação. Sceptile foi o primeiro a entrar. Soprando uma folha na boca, ele simula uma gaita realizando o movimento Assovio da Folha. Scizor entra em seguida, realizando um Vento Traseiro. Os outros quatros vão entrando e o time começa a dançar e realizar seus movimentos conforme o ritmo da música.

Escrevi seu nome na areia

O sangue que corre em mim sai da tua veia

Veja só você é a única que não me dá valor

Então por que será que este valor é o que eu ainda quero ter.

Tenho tudo nas mãos, mas não tenho nada

Então melhor ter nada e lutar pelo que eu quiser.

Krookodile realiza uma Tempestade de Areia, que combinado com Vento Traseiro de Scizor, faz com que a areia fique fluindo pelo palco como tivesse vida própria. Gengar pega em sua mão e a rodopia, e a noturna vai girando para se afastar do fantasma. Vendo que está em uma distância segura, ela realiza um Giro Brutal, tomando cuidado para não atingir seus companheiros. O fantasma aproveita e desfere um Feitiço, emitindo uma fumaça negra que se espalha pelo palco.

Então Infernape e Starmie começam a atuarem também. O macaco gira a estrela pelo braço e ela usa seu Raio de Bolhas. As bolhas produzidas rodopiam na brisa de vento e areia. Mais um giro, a estrela realiza o Ataque Estrelar, surgindo assim várias estrelas douradas em volta dos companheiros, realizando um show visual que empolga a platéia.

“Nunca pensei que eu teria que usar esses ataques novamente!”

Infernape, não querendo ficar pra trás no espetáculo, ficou mais empolgado, então resolveu fazer uma pirueta utilizado Acrobacia, ainda segurando o braço de Starmie. O aquático ficou assustado pelo repentino ato e instintivamente, utilizou de seus poderes psíquicos para manter o equilíbrio enquanto rodopiava pelo ar com o chimpanzé. E então, quando pousaram no chão, Infernape girou seu corpo e puxou Starmie para girar em volta dele. Mas esse ato acabou gerando muita energia cinética e fez que a estrela girasse tão rápido que fez com que o ígneo soltasse o braço dele e Starmie começou a rodopiar sem controle pelo palco. A estrela ficou apavorada por conta de um risco real de um acidente. Mas Scizor, que estava no lado oposto do palco, conseguiu agarrar o braço de Starmie em uma reação rápida. Depois a puxou para perto de si e apóia o aquático pelas costas com seu outro braço.

— Boa pegada Scizor! – Krookodile fala baixinho, elogiando a astúcia da inseto.

Starmie fica sem reação devido ao ato. De repente ele estava encarando a face de Scizor, que também não tirava os olhos do núcleo da estrela. O show tinha que continuar, então ela resolve “devolver” a estrela para o lutador. Então ela delicadamente puxa o braço do companheiro e o aquático usa o Giro Rápido para retomar ao Infernape.

Agora a apresentação estava próximo ao fim. Scizor realiza a Ventania Cortante, deixando a tempestade mais rigorosa. Gengar usa o Brilho Mágico para trazer mais luz ao palco. Sceptile finalmente Mega-evolui e dispara a Tempestade de Folhas, formando uma espécie de tornado verde formado por folhas. Agora é o momento do Z-Move, Krookodile fica no centro do palco e Starmie, atrás dela, enquanto os outros se afastam deles. O Psychium-Z, que estava fixado em um dos braceletes da estrela, começa a brilhar, e então o Estilharço Psíquico é executado. Uma forte energia psíquica é emanada e formam-se paredes transparentes ao redor da réptil.

— Lembre-se Starmie! Concentre seu ataque em mim!

A força psíquica faz com que as paredes se aproximem dela. Normalmente ela iria ser puxada por essa força para que ela recebesse vários impactos contra elas, mas como a noturna não é afetada por ataques psíquicos, ela realiza um Giro Brutal que estraçalha essas paredes em pedaços. Os estilhaços brilham pelo palco, causando um belo efeito visual, e o público aplaude forte pela bela execução desse ato.

Para o gran finale, Infernape se coloca ao lado de Sceptile para realizarem os movimentos de Juramento de seus respectivos elementos. A técnica do vegetal emite varias folhas que rodopiam em volta deles. Então, com a técnica emitida pelo ígneo, labaredas consomem as folhas e vão formando uma chuva de fogo pelo palco.

A platéia grita de empolgação devido ao assustador, mas belo, efeito dessa técnica. Infernape se empolga e faz as labaredas girarem mais rápido.

— O chimps! Acho melhor irmos com calma! – avisa Sceptile.

Mas o lutador ignora o aviso do colega e com os braços, aumenta a velocidade da rotação do anel de fogo que se formava sobre eles e faíscas caiam sobre o palco. Scizor foi a primeira a ficar assustada com isso. Instintivamente ela correu em plena apresentação e resolveu se esconder há alguns metros do palanque. Ela ficou se tremendo de pavor e ficou agachada com as garras sobre a cabeça.

Aos poucos a empolgação do público se torna pavor. As faíscas caíram no palco e começavam a formar focos de incêndio. Foi só quando ouviu os gritos de pânico que Infernape se deu conta que estava exagerando na performance e resolveu, subitamente parar as labaredas, mas o placo logo estaria tomado pelas chamas.

Vendo isso Starmie rapidamente resolveu usar o Raio de Bolhas para apagar o princípio de incêndio. Essa técnica não é muito poderosa, mas foi o suficiente para controlar o incêndio. Krookodile o auxiliou com a Tempestade de Areia. O fogo foi apagado, mas o palco estava com vários pontos carbonizados e havia possibilidade dele se desabar.

— QUE ARRUMAÇÃO É ESSA DOS DOIS! – gritou a noturna – QUEREM PROVACAR UM ACIDENTE SÉRIO? É ISSO? PODERIAM TER MACHUCADO A SCIZOR! AGORA ELA DEVE TAR TODA ASSUSTADA!

— ESSE MACACO QUE EXAGEROU NA DOSE! – Sceptile estava se exaltando também.

— AGORA VAI DIZER QUE É MINHA CULPA! – o ígneo olhava com raiva para o vegetal – NÃO DEVERIA TER CONCORDADO EM FAZER ESSA PORRA!

“INFERNAPE! NEM VEM COM MAIS CONFUSÃO, POIS DESSA VEZ TU EXAGEROU MESMO!” até Starmie estava perdendo a paciência e estava aposto para conter o Pokémon de fogo quando for necessário.

Temendo que poderia ocorrer uma briga, Xerneas resolveu intervir:

— Ei ei ei! Que bate boca é essa?

— Nos desculpe professora! Acho que exageramos na parte final! – com mais calma, Krookodile justificava as ações do time para a professora – mas nós conseguimos controlar a situação para que não ocorresse nada de sério.

— Cadê a Scizor? – questionou a cervo.

Starmie se tocou que a inseto havia fugido e resolveu procurar por ela. Por sorte ela não estava muito longe daí. Mas ao vê-la agachada, toda trêmula e chorosa, a estrela ficou preocupada com ela.

“Scizor? Você está bem?”

— Oh Starmie... snif... – a metálica limpava as lagrimas. Ficou bastante envergonhada por ser vista chorando – desculpa por ter saído desse jeito! Não sei o que deu em mim... fiquei meio apavorada...

“Tudo bem!” a estrela tentava acalmá-la “você fez bem em fugir! Poderia ter sido perigoso para você! Mas nós conseguimos resolver essa situação! A professora quer conversar com a gente! Você pode ir para o palco?”

— Vou sim! – Scizor limpa os últimos resquícios de lagrimas – estou bem melhor! Obrigada Starmie!

Logo, eles voltaram para onde os demais integrantes do time e a professora estavam os esperando.

— Krookodile, me desculpe por ter fugido! – disse Scizor cabisbaixa.

— Você não tem que pedir desculpas, quem devem se desculpar a você são esses dois estrupícios ai! – a terrestre aponta para Sceptile e Infernape – e bem... eu também lhe peço desculpa por ter inventado deles ter de fazer essa combinação! Eu deveria saber que isso poderia dar em xabu!

— Scizor, me perdoe por isso! – Infernape pedia humildemente – realmente exagerei na dose.

— Scizor, foi mal! Me desculpe, viu? – Sceptile também estava arrependido.

— Ai ai! Vocês realmente devem levar a segurança em questão na hora de realizar as apresentações! – Xerneas dava seu sermão – ainda bem que resolveram rápido essa situação, mas vocês devem está cientes que perderão pontos por conta dessa imprudência.

Os Pokémon aceitaram, cabisbaixos, a sentença da professora.

— Bem agora cadê o relatório?

“Eu o deixei em uma mesa logo ai atrás!” Starmie foi atrás do relatório “Ué! Eu juro que o deixei aqui!”

Mas um pedaço de folha queimada vai flutuando diante da estrela. Ele reconheceu que era o relatório que fizera para apresentação.

“Não pode ser... o relatório...” a luz de seu núcleo começa a ficar trêmula.

— Que houve Starmie! – questiona a professora.

— Vixe! Esse papel queimado era o nosso relatório? – Sceptile ficou preocupado.

— Ai meu Arceus! Quando o núcleo de Starmie fica como se fosse uma lâmpada led prestes a pifar, quer dizer que ele está abrindo o berreiro! – aponta Gengar.

— Starmie se acalme, por favor! – pedia a professora suavemente.

“Mas agora nem relatório nós temos!” o aquático esperava pelo pior.

— Starmie, engole esse choro, por favor! – falava Krookodile energicamente. Ela então deu um cascudo na cabeça de Infernape e outro na de Sceptile – por causa da imprudência de vocês ficamos sem relatório.

— Auch!

— Aaarg! – os dois colocam as mãos sobre a suas cabeças.

— Pessoal! Por favor, se acalmem! – pedia a professora – isso não é o fim do mundo! Vamos ver o que posso fazer por vocês!

“Posso fazer outro relatório?” pedia Starmie.

— Não é necessário! Não vamos gastar uma outra folha de papel com isso!

“O que posso fazer então?”

— Bem! Você pode me dizer oralmente em último caso! Não precisa ficar nervoso por uma coisa insignificante dessas! Vocês devem está atentos que, se algo falhar, devemos estar prontos com um plano reserva. Vocês não têm nenhum backup do relatório, ou coisa parecida?

— Professora, foto do relatório serve? – Gengar mostra a foto do celular para Xerneas.

— Muito bom Gengar! Isso vai servir direitinho! Viu como pra tudo tem um jeito pessoal? Pode passar as fotos do relatório para o meu zap querido?

— Na hora professora! – o fantasma já envia os arquivos para a fada.

— Bom meus lindos! Que isso lhes sirva de lição! Agora se acalmem e apreciem as apresentações restantes.

— Mas e o placo professora? – questiona Krookodile.

— Querida, não disse que pra tudo na vida tem uma solução? – então Xerneas emana uma aura que envolve todo o palco. Ela usa seu poder para “revitalizar” a madeira do palanque e a restaura das queimaduras. O palco retorna para o seu estado original, intacto.

— Espero não ter que usar esses poderes de novo durante as apresentações!

O time finalmente sai do palco e vai para plateia.

“Bem que Deoxys comentou! Essa estrelinha anda tendo problemas com stress! Mas ela deve ser forte para lidar com esses problemas, que só se tornaram mais frequentes na vida adulta.” Pensava a professora.

Agora os seis estão no meio da platéia.

— Ai ai! – suspira Krookodile – temos sorte da professora Xerneas não gostar de reprovar ninguém, mas ela vai dar o mínimo do mínimo para gente passar!

Infernape e Sceptile resolveram se afastarem dos demais para não arrumar mais confusão. Eles querem refletir sobre suas ações e por a cabeça no lugar.

Scizor e Starmie resolveram se distraírem assistindo outras apresentações. Nesse momento, era o time de Latias que estava se apresentando. Estão impressionados de como a Heracross estava conseguindo, com facilidade erguer uma tábua de madeira com os outros integrantes do seu time em cima dela.

Enquanto isso Gengar comentava com Krookodile sobre a apresentação deles.

— Nossa apresentação teve muitos pontos altos! Creio que a professora não vai ser tão rigorosa com a gente! – falava o fantasma – mas aquele momento que a Scizor agarra o Starmie foi tão dá hora.

— Pois é! A tesourinha conseguiu agir com maestria nessa!

— Bem que esses dois poderiam ter feito um belo par!

— Eu até que pensei em por us dois juntos! – afirma Krookodile.

— E por que não colocou? – indaga o fantasma.

— Foi questão de matemática!

— Como assim!

— Bom Gengar, se eu butasse a Scizor com Starmie, então inevitavelmente teremos que ter um par formado por dois machos! – raciocinou a terrestre – eu não tenho nada contra isso, mas já tive muita dor de cabeça para preparar essa apresentação, não queria ter mais sarna pra coçar em tentar convencer dois de vocês a dançar juntos.

— Seria massa botar o Infernape e Scepitile pra dançar juntos! – brinca Gengar.

— Ai eles se matariam e ficaremos sem dois Pokémon para a terceira prova! – retrucou Krookodile.

— Agora, Darmanitan, Haxorus, Metagross, Pidigeot, Seismitoad e Zoroak. Esse é o momento de você! – anunciava Xerneas.

No palco, havia três cortinas de lençóis penduradas, uma verde, uma vermelha e outra amarela. Metagross, Seismitoad e Pidigeot se posicionam em frente deles. Logo, uma música de uma antiga série de tokusatsu começa a tocar.

“Por que não podemos usar uma música legal que nem essa?” Starmie sentiu um pouquinho de inveja devido à música escolhida.

Metagross e os outros se alternavam entre movimentos e poses. Por de traz dos lençóis, saiam alternadamente Haxorus, Darmanitan e Zoroak. Um saia de uma cortina, executava um movimento e ia para uma cortina diferente da que tava. Com isso, outro saia da mesma cortina que o primeiro entrava. Haxorus se focava no Garra das Sombras, Darmanitan executava o Lança-Chamas e Zoroak usava Impulso Negro.

Os espectadores estranharam que a apresentação ia se tornado repetitiva. Repara-se que eles não a prepararam devidamente. Mas algo que chamou atenção de alguns, inclusive a de Starmie é que Haxorus emitiu um Impulso Negro.

Metragross também reparou naquele ataque e ficou apreensivo – Zoroak, preste atenção! – cochicou o metálico.

Mas Haxorus, saindo da cortina, ia realizar mais uma Garra das sombras, mas ele pisou no lençol e acabou perdendo o equilíbrio e caiu no chão. A ilusão é desfeita, revelando que era o Zoroak que estava atuando como Haxorus.

A apresentação parou. A raposa colocou a mão na cabeça, apavorado devido ao esquema que falhara. Ele não estava só atuando como Haxorus, mas também como Darmanitan. Esses dois haviam resolvido que não participariam da avaliação como protesto. Então a solução dos membros remanescentes foi fazer com que Zoroak usasse sua ilusão para atuar como se fosse os dois.

A professora vai ao palco para ter uma séria conversa com o grupo.

— Gente... Não sei o que faço com vocês! – disse a cervo, em um tom de decepção – isso que acabam de fazer pode ser considerado crime de falsidade ideológica.

— Professora, já lhe digo logo que isso não foi ideia do Zoroak. Fui eu que propus para que ele usasse a ilusão. Os outros membros apenas concordaram! – assumia Metagross, para que a culpa não se recaísse sobre o noturno.

— Devo admitir que até que foi uma idéia engenhosa, mas devem reconhecer que não foi o certo a se fazer. Por que Darmanitan e Haxorus não se apresentaram?

— É porque são dois babacas com masculinidade frágil! – Seismitoad não poupou franqueza.

— Mas se vocês estavam tendo problemas com isso, era para ter me relatado. Eu ia conversar com eles, e na pior das hipóteses, deixaria que só os quatros apresentassem. Sei que é uma situação muito difícil para vocês, me dói o coração fazer isso, mas é possível que eu tenha que reprová-los! – Xerneas disse em um tom sério.

— Droga! Nada que faço dá certo! – Zoroak ficou frustrado e dá um soco no chão.

— Com licença! Acho que tive o suficiente! – Metagross estava bastante aborrecido e resolveu sair antes que perca a paciência.

Os espectadores ficaram pasmos pela confusão que se formou. O metálico passou bastante transtornado pela plateia. Ele não queria falar com ninguém. Quando passou por Magneton, o imã percebeu que ele não está bem e pensou em ir atrás dele para conversar. Mas logo, seu irmão Magnezone chegou ao seu encalço e fez um gesto para o elétrico mais novo parasse:

“Magneton, deixe ele comigo! Você ainda tem a apresentação com seu time, não é?”

“Tem razão! Mas não é justo o que aconteceu com o Metagross!” argumenta Magneton! “Não é justo que um Pokémon legal e inteligente como ele seja prejudicado desse jeito!” o elétrico mais novo estava indignado.

— Magneton! Nós seremos os próximos! – Celebi estava chamando por ele.

“Vou indo irmão! Mas dê apoio ao Meta! OK?”

Então Celebi e Magneton vão procurando pelos outros integrantes. Viram o Tentacruel próximo a Cloyster. Mas percebeu que ele estava com olhar distante e estava balbuciando frases inaudíveis.

— Vixe! Será que o Tentacruel está com nervosismo de subir ao palco também? – questiona a pequena Pokémon bulbo.

— Eu acho que não é por causa da apresentação! – deduz Cloyster – ele está com essa cara de pateta desde a apresentação de Starmie.

Marowak veio chamando seus parceiros:

— Vamos logo gente! – ela estala o dedo para tirar o Tentacruel de seu “transe” – borá logo que senão a professora tira ponto.

— Ah... Marowak! Me desculpe, estou indo! – o água-viva volta a si e se dirige ao palco com os demais.

Logo, a equipe está se apresentando ao palco. A música escolhida é um samba bem animado. Os integrantes faziam o possível para que a atuação deles fosse mais cativante e alegre possível. Tentacruel dominou bem o uso do Giro Rápido na dança. Magneton trazia luzes coloridas com o seu Ataque Triplo. Celebi complementava o som com o Sino da Saúde e Terrakion invocava Rochas Flutuntes ao seu redor. Mas o que impressionava os espectadores era o show da Marowak fazia dançando usando o seu bastão osso, combinando as Técnicas de Osso Boomerang e Osso das Sombras.

E a Altaria, sobrevoando sobre o palco, e em sua forma mega-evoluída, vai cantarolando com sua linda voz. Quem a escutava ficava maravilhado com sua canção.

Mandou me chamar, eu vou

Nos passos da emoção

No terreiro, na sala, no salão

Mandou me chamar, eu vou

Eu sou de qualquer lugar

Onde povo me levar

Scizor e Starmie estavam muitos atentos à apresentação, mas para surpresa da estrela, uma garra trêmula agarra ao seu braço. Ele olha de realce a inseto, que parecia ainda assustada com os eventos da apresentação deles. Ele acaricia bem discretamente a garra dela em um sinal de que ela tem o apoio dele.

E assim se prosseguiam as performances. Estava anoitecendo quando todos os times finalmente terminaram de apresentar. Braixen recolheu todos os figurinos usados pelos estudantes e os guardou na Kombi. Depois ela subiu ao palco para dar suas considerações finais.

— Bom pessoal! Foi muito divertido estar aqui com vocês! Agora uma coisa que eu gostaria de falar sobre as apresentações de vocês...

Os estudantes de UU estavam na expectativa de saberem da impressão que a pequena raposa teve deles.

— É que, em sua maioria, foram de ruim a péssimo!

Isso foi um tabefe no ego de muitos deles. Começaram a murmurarem em relação à avaliação franca demais da Braixen.

— Oh pessoal! Mas isso foi dentro do esperado, dada a inexperiência de vocês e o curto prazo de tempo! – justificou a professora performancista.

— Mas espero que tenham aprendido algo com essa atividade! – completou a professora Xerneas – vejam só, tiveram que, em um curto espaço de tempo, elaborar e planejar uma espécie de projeto em que vocês não estão habituados. E também devem ter percebido a importância do trabalho em equipe. Aqueles que tiveram suas mentes fechadas e não consideraram as opiniões dos outros, com certeza não terão requisitos para ter uma avaliação positiva. Mas quem se engajou na atividade e na colaboração em equipe, podem crer que a aprendizagem de hoje pode lhes dar benefícios no futuro. Seus trabalhos não chegam ao nível dos profissionais que levam até semanas para elaborar uma apresentação decente, mas vi que muitos de vocês foram criativos na execução dos golpes.

— Tem uns times que merecem destaque como o da Hydreygon trevosa, o dos que dançaram dança arábica e especialmente o time que fez uma linda apresentação baseada no samba, com destaque à Altaria e à Marowak! – Braixen comenta sobre as equipes – aquele que utilizou o forró também foi bem, se não fosse por aquele desastroso final...

Os seis ficaram meio constrangidos ao ouvirem isso da raposa.

— Então gente! Nós ficamos por aqui! Agora descansem bem e tenham boa sorte na terceira etapa! Até mais meus queridos! – Xerneas se despede da turma e encerra a segunda etapa.

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Um pouco distante daí, na barraca do Butterfree, Metagross estava meio cabisbaixo. Ele estava com um caneco com um líquido metálico, que seria sua refeição, mas ele não toca na bebida, pois os eventos que ocorrera há pouco lhe retiraram até seu apetite.

Percebendo que seu amigo estava tristonho, Magnezone decidiu se juntar a ele, e logo fazia seu pedido ao Butterfree:

“Me vê cinquenta Watts, por favor!”

A borboleta abre uma pequena porta com ferrolho e cadeado no balcão, reverando um plug por dentro do compartimento. Magnezone encaixa um dos seus imãs no plug e o atendente liga uma chave na parte de baixo do balcão. Assim o elétrico vai se “alimentando” da eletricidade. 

“Realmente foi chato o que ocorreu nessa avaliação não é?”

— Com isso, acho que não terei motivação para a terceira prova! – fala Metagross melancólico.

“Cara, não desista ainda! Você é um Pokémon poderoso e inteligente demais para cair para RU! Pelo que te conheço, você deve ter fechado a primeira prova! E se for bem à terceira etapa, talvez as notas compensem o seu fiasco da segunda etapa.”

— Acha que eu vou ter cabeça de atuar com Darmanitan e Haxorus depois do que ocorreu hoje? Eles abandonaram o time! É isso que me deixa com raiva, que estou sendo prejudicado por conta da teimosia desses dois!

“Sei, o problema de se estar em uma equipe é que muitas vezes podem ocorrer problemas que estão fora do nosso alcance.”

— O que faço agora?

“Apenas faça o seu melhor, como você sempre fez! Mesmo que você fosse rebaixado, não é o fim do mundo, não é mesmo? Sei que você vai sair dessa!”

— Ai... ai... vamos ver o que vai dar não é? Obrigado Zone!

“Que isso Meta! Somos amigos, não é?”

— Ei Magnezone, você já consumiu seus 50 Watts! – avisava Butterfree que via a energia consumida através de um pequeno painel!

“Mais uma rodada, por favor!” o elétrico coloca dinheiro no balcão!

E com isso, os dois vão conversando animadamente.

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Infernape ia saindo do campus pensando no ocorrido da tarde. Ele realmente percebe que passou dos limites, que poderia ter não só destruído o palco, mas ter posto seus companheiros em perigo. Se a estrela não tivesse agido rápido...

Ele ficou resmungando mal-humorado por ter dependido de Starmie. Mas também ficou com remorso ao saber que tinha deixado a Scizor com medo. Ela é um Pokémon forte e o chimpanzé tem muito respeito por ela. Ele não gosta de vê-la tão assustada.

Mas também percebeu, por um instante, uma forte energia emanada por Starmie. Infernape percebe que se algo de ruim tivesse acontecido com a Scizor, ele estaria diante de um monstro. Por um momento, ele teve medo do Starmie.

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No ponto de ônibus, Starmie e Scizor já esperavam seus respectivos transportes para ir para suas casas. Chegou o carro vermelho que a inseto costuma dirigir. A janela abriu e quem estava ao volante era um Pinser de meia idade, e que tinha uma cicatriz no rosto. Ele é o pai da Scizor.

— Bora para casa Scizor! Cadê os outros? – disse com uma voz rouca e um pouco ranzinza.

— Espere que eles já vêm!

 “Boa noite senhor Pinser!” cumprimentou Starmie.

— Boa noite Starmie! Como vai?

“Tudo bem!” o pai de Scizor aparenta ser intimidador para a estrela, mas ele pode ser gentil, quando quer.

Chegaram os outros que irão pegar a carona. Vinham a Heracross, o Scyther, irmão mais velho de Scizor, que é da classe PU e um jovem Pinser que é de OU e é primo da Scizor.

— Oi tio!

— O pai chegou!

— Boa noite senhor Pinser!

— Vamos logo que eu não tenho a noite toda! – disse o velho meio impaciente.

Os insetos subiram no carro. No ponto de ônibus, Tentacruel, juntamente com Sharpedo e Crawdant, chamavam por Starmie:

— Nosso ônibus está chegando!

— Até manhã Starmie! – Scizor se despedia – e vamos dar o nosso melhor na terceira etapa!

“Até amanhã! E descance bem!”

O carro foi embora e os aquáticos estavam prestes a subirem ao ônibus. Mas Sharpedo fez uma reverência próximo a porta:

— Damas na frente! Hihihi! – debochava olhando para Crawdant e Starmie.

— Vai tomar banho seu bocão! – retrucou o lagosta, enquanto subia ao ônibus.

Já dentro do transporte, Tentacruel estava segurando a barra de segurança e Starmie estava ao seu lado.

— Sua apresentação foi excelente! – ele disse timidamente.

“A sua também!” a estrela devolvia o elogio.

E assim seguiram para casa. Eles sabem que é a partir do dia seguinte é que terão testes mais duros, pois resta agora apenas a dificílima terceira etapa.

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Glossário (prepara que esse é grande)

 

Fortalecer - Bulk up

Escudo de Espinhos - Spiky shield

Acrobacias - Acrobatics

Velocidade Extrema - Extreme Speed

Brilho Mágico - Dazzling Gleam

Névoa - Haze

Coro - Round

Urro - Roar

Pulso do Dragão - Dragon Pulse

Canhão Brilhante - Flash Cannon

Will o’ Wisp - Sem tradução

Dança da Chuva - Rain Dance

Ondas Venenosas - Sludge Wave

Espada Sagrada - Sacred Sword

Dança do Dragão - Dragon Dance

Escamas Ressoantes - Clanging Scales

Ópera Oceânica - Oceanic Operetta

Assovio da Folha - Grass Whistle

Vento Traseiro - Tailwind

Tempestade de Areia - Sandstorm

Giro Brutal - Brutal Swing

Feitiço - Hex

Raio de Bolhas - Bubble Beam

Ataque Estrelar - Swift

Ventania Cortante - Razor Wind

Tempestade de Folhas - Leaf Storm

Garra das Sombras - Shadow Claw

Impuso Negro - Dark Pulse

Ataque Triplo - Tri-Attack

Sino da Saúde - Heal Bell

Osso Boomerang - Bonemerang

Osso das Sombras - Shadow Bone

 

Músicas usadas:

 

Hollabak Girl - Gwen Stefani (Beedrill)

Victim of Ritual - Tarja (Hydreigon)

Xote dos Milagres - Fala Mansa (Krookodile)

Nos Passos da Emoção - Maria Rita (Altaria) 

Notes:

E assim finalmente conclui a segunda etapa! Agora o bicho vai pegar na última etapa da prova!

Mas esse foi um capítulo meio difícil de escrever! Descrever as apresentações, ver que golpes eles podem usar. Escolher as trilhas, enfim. Me desculpem ai se encontrar algum erro nas descrições (que deve ter, apesar de mil revisões rs)

Mas o resultado foi satisfatório, espero que tenham gostado.

Obrigada pela leitura!

Chapter 11: Capítulo 11 - Quem é a Abelha Rainha?

Notes:

Oi pessoal!

Agora finalmente chegamos à terceira etapa, onde os alunos serão avaliados através de batalhas! Agora o time está diante da fase mais difícil da avaliação, como vão se sair nisso?

Boa leitura!

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

Estava anoitecendo, a maioria dos estudantes já estavam indo para casa. Mas uma pequena criatura alaranjada flutuava pelo campus. Ela foi até a sala do Conselho Estudantil. Nela, Aegislash e Heatran estavam esperando por ela. Essa criatura laranja é o Rotom, um Pokémon fantasma e elétrico que pode ter diversas formas dependendo do aparelho que ele for capaz de possuir.

Em uma mesa, há um dispositivo vermelho com uma tela e duas hastes plásticas que lembram “braços”. Rotom entra no aparelho, logo ele toma uma forma que não é designada para combates. Ao invés disso, ele pode reproduzir imagens, sons e vídeos, além de ter um vasto banco de dados sobre espécies, movimentos e estratégias competitivas. E ele também armazena dados e características combativas de outros estudantes. Uma verdadeira enciclopédia ambulante. Essa forma é conhecida como Rotom-Dex.

“Boa Noite Senhorita Aegislash! Boa noite Heatran! Bebebebeep!” cumprimentava o fantasma.

- Boa noite Rotom! – a espada devolvia os cumprimentos – teve alguma coisa de relevante na etapa de hoje?

“Tenho os vídeos e algumas fotos das apresentações! É algo totalmente atípico dos combates que estamos acostumados. Mas devo admitir que essas apresentações foram uma experiência única! A música escolhida pelo meu time foi bem divertida. Bep!” Em sua tela, passavam trechos de cada performance.

- Pelo visto não vamos ter nada de útil nessa avaliação! – Aegislash demonstra desinteresse – só podia ser coisa da professora Xerneas mesmo.

“Você acha as provas de Xerneas desnecessárias? Bep bep!”

- Digamos que eu não sou muito entusiasmada pelos métodos dela! – continuava a fantasma em um tom aborrecido – muito progressista pro meu gosto.

- Ei Rotom! Tem alguma coisa da Scizor? – pedia Heaten.

“Tem sim! Bep bep!” ele mostra algumas fotos da Scizor.

- Arceus! Ela estava linda nessa apresentação! – ele ficou trêmulo de tão extasiado ao ver as fotos da inseto que estava bem enfeitada -  Pode me passar algumas?

“Sei não! Bep! Acho que isso já é coisa de stalker!”

- Eu não precisaria ser um stalker se Aegislash me ajudasse com isso!

- Já lhe disse diversas vezes! Tenha paciência! A Scizor passou por experiências traumáticas com fogo faz apenas dez dias – a espada pede tempo para o ígneo.

“Isso sem falar que ela quase teve problemas com o fogo de novo durante a apresentação! Bep!”

- Mas isso não tem nada haver comigo! Não tem como você conversar com ela ou algo do tipo, Aegislash? – insistia Heatran.

- Por favor, Heatran! Vamos ser cautelosos em relação a isso! – aconselhava a fantasma – prometo que eu tentarei convencer a Scizor se aproximar de você! Mas, por Arceus, não faça nada imprudente! Senão, não só ela vai querer manter distância de ti como também isso pode trazer problemas na reputação no Conselho Estudantil. Vai ser complicado para todos nós se você fizer algo... mais drástico para conseguir o que quer.

- Entendo! – o ígneo finalmente se conforma – mas você vai colaborar, não é?

- Sim! – ela suspira aliviada por ter convencido o colega – Rotom, envie umas fotos da Scizor para ele.

“Mas não tem problema nisso? Bebebebep?”

- Contanto que ninguém saiba disso! – Aegislash finalmente encerra esse assunto – mas por agora, quero que se concentre em arrumar os dados dos estudantes de UU nas batalhas de amanhã.

- Mas você explora o coitado do Rotom! – comenta Heatran – ele já participou das batalhas em RU na semana passada. E ainda na semana que vem ele vai ter que fazer as três etapas da avaliação de OU tudinho!

- Pode parecer muito trabalhoso para o Rotom. Mas sei que com sua versatilidade em mudar suas formas para se situar em diversos extratos ele pode ser um parceiro extremamente valioso no Conselho Estudantil! Sei que ele é capaz! Coletando os dados direitinho, nós vamos incluí-lo como membro definitivo no conselho. Você sabe que é importante nós termos informações sobre os nossos colegas para facilitar nosso trabalhos de orientá-los devidamente em suas vidas acadêmicas. Concorda comigo Rotom?

“Concordo sim!” afirma o elétrico “Pode deixar Senhorita Aegislash! Vou coletar essas informações sem falta! Bebep!”

- E se concentre mais nos que vieram de Alola os quais ingressaram na Smogon nesse semestre! Ainda temos poucos dados deles!

“Afirmativo!”

- Certo! Isso é tudo por hoje! Vá descansar! Amanhã terá um dia agitado! - com isso a pequena reunião é encerrada.

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Finalmente chegou o dia que se inicia a terceira etapa da prova. Agora todos os times irão se dirigir ao enorme complexo Showdown, que é uma estrutura feita para as aulas e avaliações de combates com um centro de treinamento e cinco ginásios. O principal deles é um estádio aberto conhecido como Metasingle. É lá onde ocorrem as batalhas e eventos mais importantes da universidade. Possui uma vasta arquibancada e até uma ala VIP, onde convidados especiais podem assistir as batalhas de camarote.

Ao redor desse grande estádio, há quatro ginásios menores onde, de fato, ocorrem as aulas práticas e as atividades avaliativas. Os estudantes de UU se dirigiam ao maior deles, a ala Red 1. Esse ginásio também é aberto e sua cobertura de arquibancada é vermelha. A classe se dirigiu direto para os assentos das arquibancadas e se acomodaram para ouvir as considerações iniciais do professor. O piso da quadra onde irão ocorrer as batalhas é de concreto com pintura verde piscina. Há uma linha branca dividindo a quadra ao meio. E mais duas linhas pontilhadas que divida cada um dos campos, distinguido o lado dos combatentes ativos e dos de espera. No alto da arquibancada, há um painel eletrônico que vai mostrando o andamento das batalhas.

Assim que os estudantes se acomodaram, Solgaleo, o professor responsável de ministrar a terceira etapa, entra na quadra, acompanhado dos monitores Dragonite, Staraptor e Conkeldurr. Então ele segura um microfone e toma a palavra para cumprimentar os alunos:

- Bom dia estudantes de UU!

- Bom dia!

- Não ouvir direito! Falem mais alto!

- BOM DIA!

- O QUE HOUVE BANDO DE MOLENGAS! PARECEM QUE ESTÃO DOENTES!

- BOOOOMMM DIIIAAAA! (nota da autora: não dá pra aumentar a fonte)

- AGORA SIM! – Solgaleo tem o seu jeito bem energético de conduzir as atividades – como vocês já sabem, agora é hora de demonstrar toda a força e garra de vocês nessas ardentes batalhas que travarão em instantes. Seu conhecimento e treinamento serão testados na etapa mais importante da avaliação. Façam o seu melhor para obter uma boa pontuação na ladder.

As palavras do leão causam diversas reações nos estudantes. Infernape dá um urro de guerra e o fogo de sua cabeça se eleva – AGORA SIM QUE O NOSSO TESTE COMEÇA! – já há alguns que ainda estão apreensivos, pois a estádia no estrato em UU pode está em jogo.

- Vejo que tem Pokémon empolgado em começar as lutas! Isso é bom! – continuava Solgaleo – dessa vez, temos doze times cadastrados para fazer essa etapa. Então foram feitas quatro chaves com três times cada. Esses três times irão batalhar entre si e o que tiver melhor resultado irá se classificar para etapa de amanhã de eliminatória. Se tiver empate em número de vitórias, critérios como o número de membros ainda aptos e quantidade de dano recebido serão utilizados como critérios de desempate. Se o empate ainda persistir, iremos repetir as lutas, mas com apenas três membros das equipes. Então quero que vocês façam o possível para vencer seus adversários e proteger seus aliados. Agora o painel vai exibir as chaves da etapa classificatória.

Logo, as chaves são mostradas e os adversários de cada um são revelados. O time de Krookodile estão na chave A e seus adversários serão o time que tem a Beedrill como integrante e o time que é encabeçado pela Altaria.

- Vixe! Vamo pegar dois times difíceis logo de cara! – a crocodilo demonstra preocupação.

- Arcanine e Crawdant estão no time da Beedrill! – comenta Sceptile suspirando.

- E eles são seus parças, não é? Por que você não está no mesmo time que eles? –questiona Gengar.

- Bem, era pra nós três estarmos no mesmo time! – relata Sceptile – mas a Beedrill chamou eles para entrar no time dela. Queria entra também, mas ela disse que só há espaço para um Mega no time e disse que ela é bem mais apta na Mega-evolução do que eu.

- Bem, isso é verdade! – afirmou Infernape – AAAAIII! – mas acabou recebendo um cutucão de Krookodile.

- Então eles decidiram ir com a Beedrill, pois sabem que com ela, eles terão mais chances do que irem com você? – pergunta a terrestre.

- Isso mesmo! – afirma o vegetal.

- E você ainda foi besta em tentar passa cola pra eles! – cutucou Krookodile.

- É, realmente devo fazer o mesmo que eles fizeram ao aceitarem estarem no time da Beedrill, as batalhas a parte da amizade. Pois então eu vou dar o meu melhor nessa batalha! – afirma Sceptile.

- Tem certeza que vai levar essa luta a sério lagartixa? – Infernape ainda duvida do vegetal.

- Infernape, por favor, não comece! Olha, num quero brigar com ninguém, então vamos esquecer tudo o que ocorreu nas etapas anteriores e vamos todos nus unir para podermos nus dar bem nessa terceira etapa, pode ser! – Krookodile tentava ser mais apaziguadora.

- Sim pessoal! Vamos fazer o nosso melhor para conseguirmos ir para as eliminatórias! – incentiva Scizor, colocando a garra no ombro de Krookodile em um gesto de apoio.

Os outros balançam a cabeça afirmativamente. Agora no momento eles devem deixar os conflitos de lado e se focarem nos combates. Mas Starmie ainda estava trêmulo e se mantinha calado desde que entraram no ginásio. Percebendo isso, Scizor resolveu repousar uma garra no braço da estrela.

- Ainda nervoso? Não se preocupe! Confie em si mesmo e no nosso time que tudo vai dar certo! – incentivava a inseto.

“Obrigado Scizor!” as palavras dela lhe passam mais confiança.

- Mas temos que ter cuidado com eles! – alerta Gengar – me parece ser um time bem ofensivo, mas com esse Chesnaught do RU, nós não conhecemos muito do seu modo de batalhar.

“Ele tem um bom ataque!” relata Starmie, ele havia visto uma luta dele “mas ele também ajuda muito no suporte do time e tem um movimento dele, que é o Escudo de Espinho que o ajuda na sua proteção!”

- E sem falar que a Klefik é um pé-no-sa-co para enfrentá-la. Devemos fazer alguma coisa em relação às telas que ela, com certeza, vai colocar em campo – lembra Krookodile.

- Posso ajudar com o Dispersar! – sugere Scizor.

- Ótimo! Então vamus todos dar o nosso melhor!

- “VAMOS!” gritaram em uníssono.

Logo, Staraptor entra na quadra e anuncia a primeira batalha:

- Que entre na quadra, o time A1!

Gengar, Infernape, Krookodile, Scepitile, Scizor e Starmie entram em campo. Eles se posicionam atrás da linha pontilhada do seu lado da quadra. Os outros que permaneceram na plateia bateram palmas e assoviaram para incentivar o time.

- Agora, o time A2!

Agora, Arcanine, Beedrill, Chesnaught, Crawdant, Klefik e Raikou estão no campo. Eles se dirigem ao seu lado do campo. Mais aplausos são realizados pelos colegas.

- Aiai! Pegamos um time barra pesada logo de cara! – Crawdant estava apreensivo – logo o da Scizor!

- Se for só pela Scizor, não é tão ruim! – continua Arcanine – mas tem a Krookodile, o Infernape, os dois veteranos que ficaram em OU por seis semestres. Realmente o Sceptile arrumou um bom time para ficar.

- Seja qual for o time vamos fazer o possível para derrubá-los! – Chesnaught tenta animar o time.

- O Chesnaught tem razão! E lembrem-se que têm a mim como um dos pilares ofensivo do time! – Beedrill se vangloriava.

Os doze Pokémon estavam apostos aguardando o juiz autorizar o embate. Vendo que ambos os times estão preparados, ele anuncia o inicio da partida:

- Iniciem a luta.

Krookodile foi a primeira a entrar em campo. Do outro time, Klefik vai ser a primeira a combater. A fada logo percebe que está diante de uma noturna e que seus movimentos beneficiados com sua habilidade Travessura irão falhar. Krookodile aproveita para colocar as Rochas Flutuantes no campo enquanto dá uma cutucada na adversária.

- Minha querida! Pelo visto uma Pokémon anêmica como você é inútil até como suporte! He He He!

- Que disse sua bocuda?

- Klefik, não escuta os insultos! – aconselha Beedrill – volte pra cá!

Como a chave não pode preparar o campo apropriadamente, ela resolve sair do campo para dar lugar ao Crawdant.

- Anêmica é o rabo dela! Meu corpo tem bastante ferro! – a chave ainda estava irritada.

Vendo que contra a lagosta ela não teria chances, ela cede o lugar ao Sceptile. O vegetal resiste bem ao Jato Aquático.

- Oi Sceptile! – Crawdant ri de nervoso – você não seria duro com seu amigo, não é?

Mas uma Mega-pedra que estava fixada em um cachecol verde que estava amarrado no pescoço de Sceptile brilha e o vegetal muda para a sua Mega-forma.

- Você vai ver o quão serei duro agora! – ele desfere a Tempestade de Folha. O lagosta não teria chance de aguentar um golpe desses, mas Beedrill se coloca na frente dele.

- Bela técnica! – elogiou a vespa - Mas agora vamos ver quem tem a melhor Mega!

Nisso, fixada em uma pulseira, a Mega-pedra dela também brilha e Beedrill obtém a sua ágil e temida Mega-forma.

- Agora vamos ver quem é o mais rápido de nós, querido!

Mas quando ela avança para aplicar uma Punhalada Venenosa no vegetal. Scizor se interpõe entre eles para receber o golpe. Como é do tipo metal, o ataque venenoso não surte efeito.

- Você deve saber que velocidade não é tudo, meu bem! – debocha a metálica.

A abelha sabe que não pode lidar com a Scizor nesse momento, então ela realiza o Volta em U e sai do campo em uma pirueta para, automaticamente, dar o lugar ao Arcanine. Scizor acaba fazendo o mesmo. Starmie entra do seu lugar.

- É sua chance Starmie! – avisa a inseto.

A estrela se ver diante do cachorro. Ele parece ameaçador, mas sabe que pode lidar com ele. Ele começa a ponderar se já pode utilizar o seu Z-move!

“Se eu eliminar o Arcanine agora, a batalha vai ficar bem mais fácil pra Scizor depois. Mas eles sabem disso e vão querer que ele saia. Mas quem entrar vai ter que levar toda força do Z-move! Acho que pode dar certo! A maioria deles pode não resistir a esse golpe. E mesmo se alguém resistir, eu poderei finalizá-lo com outro ataque. Só não pode entrar o Crawdant!”

Então a estrela decide desferir o seu Z-move. Seu Z-Cristal, que está em uma pulseira dourada inserida em seu braço direito, começa a emitir uma energia azulada. A marca do Waterium-Z surge, e a estrela é envolvida por uma estranha energia.

Lógico que o cachorro não vai querer levar um golpe desses. Ele rapidamente deixa o campo e Crawdant entra em seu lugar para tentar deter a poderosa técnica.

E então uma enorme coluna d’água é formada em volta do Crawdant. Starmie consegue controlar todo esse volume de água e logo a lagosta é lançada para o alto girando por dentro dessa coluna, como estivesse em um redemoinho. Esse era o Voltex Hidráulico.

Os outros combatentes ficaram estarrecidos. A técnica é tão poderosa que duvidavam se o noturno iria sair inteiro disso. A habilidade de Starmie permite que á técnica fique ainda mais poderosa se lhe desse um tempo para analisar, ou se alguém toma o lugar daquele que iria receber o golpe desferido pela estrela. E o Crawdant ainda havia tomado danos das Pedras Flutuantes inseridas no campo deles pela Krookodile.

- CRAWDANT! AGUENTA AÍ CARA! – grita Arcanine desesperado.

O redemoinho girava a toda velocidade e o noturno é puxado pela correnteza, ele não conseguia se mover mesmo que tentasse com todas as suas forças devido à força centrípeta do redemoinho. Com isso, ele é lançado para o alto. A coluna começa a se desfazer e então a água se desaba no chão. Juntamente com o Crawdant que cai no piso.

Parecia que a lagosta não iria mais levantar. Starmie ficou surpreendida ao ver que isso causou um estrago até mesmo em um aquático. Mas logo, uma garra dele se mexe. Crawdant ainda estava consciente e se levanta, meio que cambaleante, para continuar a batalha.

- Cof... cof... Eita! Cof... Esse ataque foi foda! – ele elogiava a performance da estrela.

Apesar de ter sobrevivido a isso, ele já se mostra bastante debilitado. É uma oportunidade de Starmie finalizá-lo. Uma Bomba Hidráulica seria suficiente para derrubá-lo. Ele desfere o golpe aquático. Mas mesmo cambaleando, Crawdant consegue se desviar e vai pra cima da estrela com o movimento Perseguição. Ele consegue agarrar duas pontas da estrela com suas pinças e as pressiona para esmagá-las parcialmente.

A estrela sente a dor do ataque que recebeu, mas como não estava fugindo dele, não recebeu tanto dano. Errou uma vez, mas ainda tinha mais uma chance de derrubá-lo, ou qualquer um que entrasse em seu lugar. Mas Crawdant avança mais rápido com o golpe de prioridade Jato Aquático. Não é muito efetivo contra a estrela, mas foi o suficiente para abatê-la. Starmie cai no chão com seu núcleo piscando.

- Starmie não está mais em condições de batalha! – declara Staraptor.

No painel, havia as fotos dos doze participantes, a foto de Starmie ficou em preto em branco, indicando que foi eliminado da partida. A estrela é levada por Dragonite para o banco, e lá será tratado pela equipe médica.

- Já foi um! – disse Crawdant ofegante.

Scizor entra para continuar a batalha.

- Tome cuidado querida! Você sabe que com minha habilidade, meu Jato Aquático fica mais poderoso.

- Pois é, mas também tenho habilidade que aumenta a força de um ataque de prioridade! – avisa Scizor.

Crawdant avança para atingir a metálica com o Jato Aquático. Mas Scizor agarra a pinça dele com as suas. Eles estão disputando forças com suas garras, empurrando um ao outro com suas forças. Mas o lagosta, que já estava quase esgotado, acaba cedendo à pressão, deixando a garra de Scizor passar pela sua. Então a inseto desfere o Soco Pistola, que fica mais forte devido à sua habilidade Tenacidade, na face de Crawdant. Ela ainda estava com um Orbe da Vida, um objeto que, ao custo de um pouco de sua vitalidade, a força dos seus golpes aumentava. A lagosta desmaia e cai no chão.

- Crawdant está fora de combate!

Agora são cinco de cada lado. Klefik aproveita uma entrada segura e o fato do Spinner ter sido derrubado para usar seus movimentos de suporte e armadilhas. Ela coloca Bolas de Espinhos no chão. Mas Scizor usa o Dispersar para se livrar das telas e dos espinhos.

 - Assim não vale! - reclamou a fada.

Ela coloca mais bolas de espinhos. Scizor realiza uma Volta em U e ela sai do campo, Gengar entra em seu lugar.

Klefik emite uma Tela de Luz. Mas estranhamente, o fantasma se aproxima dela.

- Ola minha querida Klefikinha! Você não gostaria de usar um belo cachecol azulado? – ele amarra a peça nela – ficou lindo em você! E você não se importa de eu ficar com essa massinha luminosa aqui, não é? – disse o fantasma risonho.

- Gengar! Isso não é hora de presentinhos! Estamos em um embate! Deixa só eu levantar essa Parede Reflexiva ai e... ué... não consigo usar minha técnica! O que você fez comigo Gengar? – a chave estava irritada.

- Hahahahaha! – ele ria enquanto desferia Bola de Sombra na chave.

- Você usou o Truque seu desgraçado! Passou seu Cachecol da Escolha para mim! Agora estou travada em um só golpe.

Com isso a capacidade de suporte ao time de Klefik fica comprometida. Ela resolve sair de campo e dá seu lugar a Arcanine. O fantasma faz o mesmo e Infernape entra em seu lugar.

O canino usa sua habilidade Intimidação para reduzir o poder de ataque do macaco – agora vou botar pra quebrar!

Arcanine vê que é uma boa oportunidade para usar uma Carga Selvagem contra o Infernape.  Mas o lutador sai do campo para dar lugar à Krookodile. O ataque elétrico do canino não surte efeito na terrestre. Ela também realiza sua intimidação, mas o cachorro tenta resistir à expressão assustadora da crocodilo rosnado:

- Grrrrrrr! Grrrr!

- GRRRRRRAAAARR – Krookodile rosna mais alto, exibindo seus dentes.

- Caim! Caim! Caim! Hunf! – Arcanine cede ao pavor do semblante da terrestre.

Ela recoloca as Pedras Flutuantes, já que Scizor havia retirado elas anteriormente através do Dispersar. Arcanine sai do campo e entra o Chesnaught.

A terrestre sabe que não tem chance contra o ouriço. Ela saiu do campo e Gengar entra em seu lugar. O lutador desfere o Soco Dreno, mas o fantasma se mantém ileso, pois é imune aos golpes do tipo lutador.

- Hihihehe! Vacilou cara! Agora prepare para a Bomba de Lodo!

O fantasma lança o ataque venenoso no vegetal. Mas Chesnaught fecha seus poderosos braços sobre a cabeça, se defendendo. O ataque atinge em cheio a sua resistente carapaça. Mas aparentemente não surtiu nenhum efeito no lutador Ele ficou ileso ao ataque graças à sua habilidade À Prova de Bala.

- Quem é que vacilou mesmo? – retruca Chesnaught.

- Como pode um ataque venenoso desses não surtir efeito em você? – Gengar ficou incrédulo por conta da resistência do lutador. E então acabou sendo surpreendido por um poderoso tremor de terra. O vegetal emite um Terremoto para finalizar o Gengar. O fantasma perde o equilíbrio e acaba recebendo toda a potência do tremor, que acaba o debilitando.

- Gengar está incapaz de batalhar! – anuncia Staraptor.

- Nós derrubamos os dois veteranos! – falou Chesnaught triunfante.

Os quatro remanescentes estão preocupados. Estão em clara desvantagem.

- Não vamus nus abalar com isso gente! – Krookodile tenta acalmar os ânimos – nós ainda podemos virar esse jogo.

Infernape entra em campo, estava bem empolgado para batalhar. Ele sente os espinhos, que foram colocados por Klefik, machucarem um pouco seus pés. Sabendo que o ígneo vai partir de frente, Chesnaught usa seu Escudo de Espinho. Ele também está com um Capacete Rochoso, para infligir mais danos àqueles que o atacarem com golpes de contato. Mas surpreendentemente, o macaco desfere um Lança-chamas no Ouriço. O vegetal consegue evitar o ataque de fogo, mas não conseguiu infligir dano ao ígneo devido o Lança-chamas não faz contado entre o usuário e a vítima. E o seu escudo acabou sendo parcialmente destruído.

- Milagre de Arceus! Infernape foi prudente nessa rodada! – Krookodile estava admirada.

- Tsc! Esse chimpanzé está com um moveset misto! – resmunga o vegetal, saindo do campo.

Arcanine surge diante de Infernape, e com sua habilidade Intimidação, ele consegue mitigar o ataque do macaco, mas o lutador esperava essa possível troca. Ele então parte para cima do cachorro com seu combate próximo. Arcanine já havia perdido parte de sua saúde por conta das Pedras Flutuantes. Ele recebe uma sucessão de socos e pontapés em sua face e corpo. O canino ainda conseguia se manter de pé, então ele avança no primata com sua Velocidade Extrema, aproveitando que o Combate Próximo reduz os atributos defensivos do usuário.

Infernape cai no chão. Ele mal consegue ver a forte investida do cachorro. Mas ele rapidamente se levanta.

- Quer mais, não quer? – ele então dá mais alguns golpes no Arcanine. Ele finaliza com um gancho no queixo do cachorro. Arcanine é lançado para alguns metros para fora da quadra.

- CAAAAAUUUUUUMMM! AAAAUUUUM... auuuum...

- Arcanine está fora de combate!

- Puff... arf... agora não tamo mais em desvantagem... puff... – Infernape está ofegante.

Agora Raikou entra no campo – agora você não tem muito que fazer Infernape.

Sceptile vê uma boa oportunidade de entrada. “Ele vai usar um ataque elétrico! Pois é ai que eu entro! Tomo o ataque elétrico e, com minha habilidade Para-Raio, meu ataque especial se eleva! Ai vou swepar geral.”

- Bora Chimps! É minha deixa! – o vegetal pede para entrar em seu lugar.

“O peixe mordeu a isca!” há um leve sorriso malicioso no rosto de Raikou.

Mas assim que Sceptile entra em campo, ele sente uma estranha energia o atingindo. Essa energia gerou bastante frio – que porra é essa? – o vegetal é muito vulnerável ao frio em sua Mega-evolução. A sensação gélida foi tão intensa que o réptil não aguentou. Sua visão ficou turva, sua Mega-evolução se desfez e finalmente caiu desmaiado no chão.

- Sceptile está fora de combate!

- LARGATIXAAA! O QUE HOUVE COM VOCÊ, MERDA! – Infernape sacudia o Sceptile – O QUE VOCÊ FEZ RAIKOU?

- Isso é só um Poder Oculto de Gelo! – respondeu o elétrico na maior calma.

- Infernape, se acalme e largue o pobre ai! – mandava Krookodile – deixe que eu cuido desse gatinho.

- Acho que você ainda não percebeu querida! Mas até os terrestres estão em apuros diante de mim! – lembra Raikou.

Ele emite novamente o Poder Oculto de Gelo. A terrestre sente a energia gélida penetrando seu corpo. Mas ela consegue aguentar bem esse ataque e encara o elétrico.

- Si tu acha que um ataquezinho de sessenta de Poder Base pode derrubar eu, tu tá muito enganado! Vai pru chão disgraça! – ela bate com o pé no chão e o piso começa e tremer, Raikou não consegue se manter em pé no tremor e cai estatelado no chão.

- Raikou está fora de combate! – Staraptor anuncia mais um derrotado.

Apenas metade dos combatentes está de pé. E eles já estão cansados e debilitados devido às armadilhas que seus respectivos campos possuem. Esse combate não vai demorar muito para terminar. Com pressa em finalizar a batalha, Beedrill entra no campo diante da já cansada Krookodile.

- Você já não ta mais tão em boa forma não é querida? Mas agora você vai me ajudar em um negócio! Hehehehe! – ri a vespa maliciosamente.

Mas a terrestre logo é puxada por Scizor, que entra no campo no lugar dela e é atingida por uma agulha em seu corpo, que lhe causou uma aguda dor.

- Como se nós fossemos deixar que você finalize alguém com a Picada Abatedora! – Scizor encara a venenosa.

- Você é uma estraga prazeres Scizor – disse a vespa em um tom aborrecido – não é como se eu precisasse em aumentar o meu ataque. Ela então atinge um Volta em U na metálica.

- Você não pode abusar tanto do Volta em U! Você age como se não tivesse Pedras te machucando a cada entrada! – lembra Scizor.

- O mesmo digo a você! Ainda mais que está um Orbe da Vida - retruca Beedrill, que sai do campo e dar o lugar a Chesnaught.

Scizor também sai do campo através do Volta em U e Infernape entra em seu lugar. O campo ainda está com algumas bolas de espinhos. O ígneo pisa em uma delas e sente o incomodo em seu pé.

- Ai... cassete desses espinhos...

O chimpanzé estava visivelmente cansado. Percebendo isso, Chesnaugth percebe que deve finalizá-lo com um terremoto. Mas Infernape é mais ágil e acerta um preciso Lança Chamas no vegetal. O ouriço não aguenta a força das labaredas e acaba desmaiando.

- Só mais duas!

Beedrill entra mais uma vez em campo. Ela acaba se arranhado mais uma vez nas Pedras Flutuantes que estão no campo.

“Não posso mais sair do campo! Agora é tudo ou nada!”

O Pokémon de fogo não pensa duas vezes e vai partir para cima da inseto para desferi-lhe um Chute de Fogo. Mas ele não contava que ela girava suas pontudas patas dianteiras com se fossem furadeiras, que acabavam emitindo um agudo barulho de broca. Beedrill voa tão rápido que a visão de Infernape não consegue acompanhá-la, e ela o acerta um ataque furadeira em seu estômago. Ele acaba sendo arremessado para fora do campo. Ele coloca a mão em seu abdômen, sentindo grande dor antes de acabar desmaiando.

- Não vou perder essa! – declara Beedrill com a pata apontada para Scizor – depois de tudo que passei para conseguir estar onde estou. Não vou ser mais uma fracassada nesse mundo. Vou provar que posso superar até mesmo os mons de OU! Até mesmo você Scizor!

Ela mesma não entende por que estava desabafando desse jeito no meio de uma luta. O que lhe passava em sua mente nesse momento são lembranças de sacrifícios que teve que fazer para conseguir sua Mega-pedra. Ela trabalhou muito em bicos e subempregos para juntar dinheiro suficiente para obtê-la.

“Tive que trancar a faculdade por um ano para poder trabalhar e juntar dinheiro para obter isso aqui!” ela olha para Mega-Pedra fincada em uma pulseira em seu pulso “já tive que trabalhar em lanchonetes, em caixa de supermercados, vendendo miçanga e até como babá para juntar cada trocado que obtive, a fim de finalmente conseguir mega evoluir. Se não fosse por isso, eu ainda estaria empacada em ZU... ou até desistido dos estudos, como fez o Buterfree...”

Determinada a vencer, ela vai a toda velocidade para desferir uma Ataque Furadeira em Scizor. Ela estava certa que venceria ela e esse combate se conseguisse atingi-la. Mas a metálica resolveu esperar o momento certo em que a vespa se aproxima dela. Com a furadeira quase encostada em seu corpo, Scizor consegue conectar um Soco Pistola no tórax de Beedrill, praticamente a empurrando para o chão. Quando sentiu o impacto do ataque, a vespa via que sua vitória tão próxima se tornar distante. Sua Mega se desfez e ficou desfalecida ao chão.

- Beedrill está fora de combate!

Quase todos os membros do time A2 foram derrotados. Mas Scizor sente o cansaço tomar conta de seu corpo. O Orbe da Vida havia lhe sugado já bastante energia e é questão de tempo para que suas forças se esgotassem.

Klefik, a última que restou, vê isso como uma esperança de vitória – Minha ofensiva pode não ser muito forte, mas você obteve bastante dano residual e abusou muito do Orbe da Vida. Só tenho um ataque, mas vai ser suficiente para te derrubar! E depois disso, vou me aproveitar do Cachecol da Escolha que obtive para derrotar a Krookodile também! Vou vingar a Beedrill!

E não deu outra, a fada se aproximou de Scizor e pousou em seu ombro. Ela começou a sugar sua energia através do Beijo Sugador. A inseto acaba se agachando, colocando um de seus joelhos ao chão e ficando de cabeça baixa.

- Eu a venci?

Permaneciam alguns segundos de silêncio. Mas para surpresa de todos, Scizor se levanta e parecia mais revigorada.

- Sinto muito querida! Mas quando eu uso o Orbe da Vida, geralmente utilizo o Pousar justamente para mitigar seus efeitos negativos.

Isso deixou Klefik desolada. A capacidade da Scizor se recuperar dos danos mina as suas chances de vitória. A chave tenta desesperadamente sugar a força vital dela, mas a inseto alternava em lhe desferir os Socos Pistolas e recuperar sua saúde. Três golpes foram o suficiente para derrubar a fada.

- Klefik está fora de combate! Vitória do time A1! – anunciava Staraptor.

No painel, as fotos de todos os membros do time A2 ficaram em preto e branco, e em seguida, aparece o anúncio da vitória do time da Scizor.

Demonstrando espírito esportivo, a inseto vai até a chave e a pega delicadamente no colo, para levá-la à enfermaria.

- Dessa vez não deu pra te vencer... – disse a pequena Pokémon debilitada.

- Mas você lutou bem! Foi uma ótima batalha! – respondeu Scizor, enquanto caminhava.

“Ela é tão legal!” Klefik ficou com o rosto levemente corado.

Logo Krookodile a acompanhava. Elas entraram na enfermaria e Scizor entrega a Klefik para um dos médicos Audino, que irá tratá-la devidamente. Elas então foram para um pequeno quarto, onde os quatro que foram derrotados estavam descansando e tomando medicamento.

- Como vocês estão? – perguntou Krookodile ao entrar.

- Tudo bem! A minha barriga estava prestes a ser perfurada! Fora isso, sem nenhum problema! – Infernape ainda sentia dores no estômago.

- Mas felizmente todo mundo ainda está em condições de batalhar ainda hoje! Nossa próxima partida é daqui a duas horas não é? – pergunta Gengar.

- Bem, ainda temos sorte da nossa próxima batalha ser a última do nosso grupo. Daqui a duas horas, o time de Beedrill vai lutar contra a da Altaria, só depois de mais duas horas que o time da Altaria irar batalhar conosco. Então podemos descansar bem, pois lutaremos só depois do almoço! – explica Krookodile.

- Ótimo! Podemos descansar bastante! – se alivia Sceptile.

- E não precisam se preocupar com a próxima luta do nosso grupo. Krookodile e eu vamos assistir essa luta. Vocês tratem de descansarem direitinho! – recomenda Scizor.

- Isso mermo! – concorda a terrestre – mas vamos aproveitar essas duas horas para relaxarmos também Scizor! Essa luta me deixou o caco.

Mas enquanto os outros aproveitavam o tempo para descansar, Starmie ainda estava pensativo em seu leito, preocupado com sua atuação na batalha. Ele não conseguiu durar muito tempo no campo. Falhou na hora de usar seu Z-move como um trunfo. Ele deve pensar em uma estratégia para que o seu desempenho em combate melhore.

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Enquanto isso as lutas prosseguiam. Heracross estava diante do Venomoth.

“Vou botar essa gracinha para dormir! Depois, com apenas uma ou duas Danças Sinuosas, eu vou dar conta desse time inteiro!” o venenoso já preparava sua estratégia.

Mas antes que ele pudesse usar o Pó do Sono, uma Lâmina de Pedra o atinge, lhe atingindo o tórax de raspão. Foi o suficiente para debilitá-lo. Heracross estava usando o Cachecol da Escolha para deixá-la mais rápida.

-Venomoth está fora de combate! – declara Dragonite.

- Isso foi pela Scizor! – disse a lutadora.

Mais tarde, Hydreigon atingia um Impulso Negro, e deixou Metagross debilitado.

- Metagross está debilitado! Vitória do time C2! – declara Solgaleo.

- Essa batalha foi fácil demais! Esperava mais do time do Metagross! – Hydreigon ficou meio decepcionada com a atuação do time adversário.

- Mas também, o pessoal desse time não estava se entendendo! – comenta Togekiss – não viu a confusão que eles fizeram na apresentação de ontem? Hoje estavam completamente desmotivados e perdidos!

- Eu percebi isso! Pior para eles! Pois eu não tenho pena de ninguém! – afirma a dragoa.

- Eu tenho pena! – diz Togekiss exibindo suas asas.

- Pense numa piada boa! Quase ri! – disse ela sarcástica.

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A luta do time A2 contra o time A3 estava acontecendo. Krookodile e Scizor estavam surpresas pela atuação estarrecedora de Altaria. Ela conseguiu derrubar maior parte do time adversário.

- Deixaram-na fazer várias Danças do Dragão! – comenta Scizor – daí não tem quem segure ela!

- Essa voz angelical num engana ninguém! Essa Altaria é poderosa pra caramba! Não podemos deixá-la fazer o que quer – completa Krookodile – e ainda temos o Magneton, que vai fazer de tudo para te prender e te derrubar com o Magnetismo dele, pois você é a que tem mais chances de abater a Altaria.

- Esse time vai ser complicado! E para nos classificarmos para as eliminatórias, não temos outra escolha a não ser derrotarmos eles!

- Vitória do time A3! – Declara Conkeldurr.

Ainda no campo, Beedrill estava deitada com sua pata sobre os olhos. Ela estava chorando. Seu time já está desqualificado na fase de grupos.

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Scizor e Krookodilo foram à enfermaria para comentar sobre a batalha. Infernape e Sceptile estavam cochilando. Gengar estava mexendo no celular. Mas a cama de Starmie estava vazia.

- Ei Gengar! Cadê o Starmie? – questionou Scizor.

- Ele disse que ia pra biblioteca pesquisar um negócio! – responde o fantasma, ainda distraído com o seu celular.

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Na biblioteca, Starmie estava estudando um livro sobre Z-Crystal. Estava tentando elaborar uma nova estratégia com o Z-move.

“Então Z-moves podem ser executados com movimentos de efeito. E isso pode dar um incremento em atributos! Interessante!”

Com mais algumas pesquisas, Starmie consegue elaborar uma nova tática que é diferente de tudo que realizou antes. Ele espera que isso funcione.

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Glossário

Soco Dreno - Drain Punch

Bomba de Lodo - Sludge Bomb

Chute de Fogo - Blaze Kick

Carga Selvagem - wild Charge

Punhalada Venenosa - Poison Jab

Voltex Hidráulico - Hydro Voltex

Soco Pistola - Bullet Punch

Bolas Espinhosas - Spikes

Tela de Luz - Light Screen

Bola de Sombra - Shadow Ball

Truque - Trick

Velocidade Extrema - Extreme Speed

Picada Abatedora - Fell Stinger

Beijo sugador - Drain Kiss

Lâmina de Pedra - Stone Edge

Pó do Sono - Sleep Prowder

Dança do Dragão - Dragão Dance

Notes:

E ai, o que acharam do capítulo?

Foi meio complicado descrever uma batalha assim! Mas foi divertido, tomara que não encontre erros nas minhas descrições! (bem provável que tenha)
Será que Starmie vai conseguir uma melhor estratégia! Próximo capítulo será a luta contra o time da Altaria.

Obrigada pela leitura!

Chapter 12: Capítulo 12 - Triunfo e Decepção

Notes:

Olá pessoal! A terceira etapa finalmente se inicia! O nossos amigos tiveram a primeira batalha. Mas Starmie não ficou satisfeito com seu desempenho. Será que ele vai conseguir elaborar uma estratégia mais eficiente?

Agradeço aos cometários que recebo dessa fic! Especialmente os do Neko e do Sambr! Espero que estejam se divertindo com a história!

Sem mais delongas, boa leitura!

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

Starmie não ficou nada satisfeito com sua atuação na primeira luta. Além do Z-move ter sido usado no momento errado, ele não conseguiu fazer nada de relevante no time. E isso o deixava preocupado. Ele sabe que quanto mais vitórias um time tiver, mais bem avaliados serão os seus membros. Mas se um integrante não fizer nada de relevante durantes as lutas, ele também pode acabar com uma pontuação baixa na ladder.

A pressão é maior do que sentia durante avaliações que passara nos semestres anteriores. Sua atuação está muito aquém a de tempos atrás, e isso o deixa com medo de ser deixado pra trás por seus colegas. Tem temor de ser um peso morto para o seu time. O nervosismo tomou conta de si durante aquela batalha. Por isso ele até acabou errando uma Bomba Hidráulica em um momento crucial.

Em um desespero de trazer uma estratégia que surpreenda seus adversários, ele foi estudar sobre os Z-moves na biblioteca em um momento em que deveria estar descansando para o próximo embate. Depois de folhear um livro sobre os Z-Cristais, Starmie percebeu que havia um movimento que poderia resolver seu problema com a mira e, com a combinação de um Z-Cristal, um atributo seu poderá ser elevado.

A estrela então se dirigiu a tutoraria para aprender esse movimento. Feito isso, ela volta para o estádio. Mas no caminho acaba se encontrando com Scizor e Krookodile, que estavam preocupadas procurando por ele.

- Por onde andava, ó criatura de Arceus? – a réptil dava o seu sermão.

- Starmie! Você deveria está descansando! – a inseto respira aliviada ao encontrar o colega.

“Desculpe-me por preocupá-las!” disse Starmie “só estava aprendendo um movimento para a próxima batalha!”

- O Que você está aprontando? – questiona Krookodile?

“Bem... elaborei uma nova estratégia! Mas para eu testá-la na próxima luta, eu terei que abrir mão do Giro Rápido!”

- Tu tá doido? E quem vai remover as armadilhas? – discorda a terrestre.

“Mas nem pude usar esse movimento na batalha anterior!”

- Mas você viu que o time da Beedrill não tinha nenhum removedor de hazard! Um fator que ajudou na nossa vitória foi justamente o dano residual que eles receberam no decorrer da batalha! Se nós inventar de ir sem ter como remover as imundiças dos adversários, nós vamos nus ferrar bonito! Tanto a Marowak quanto o Terrakion podem usar Rochas Flutuantes e o Tentacruel pode usar os Espinhos Tóxicos!

- Ei! E se pra resolver esse impasse eu for com Dispersar de novo? – propôs Scizor.

- E tu não ia usar o Pousar? – questiona a Krookodile.

- Eu vou usar a Maçã ao invés do Orbe da Vida. Já que vou usar muito Volta em U nessa batalha, não vou me arriscar em ficar perdendo saúde toda hora.

“Queria muito tentar essa nova estratégia... mas se você acha que isso pode ser perigoso demais... eu vou entender...” disse Starmie timidamente.

A noturna suspira. Sabe que a estrela quer contribuir para o time. Mas ela teme que a ansiedade dela possa ser prejudicial para o time.

- Tudo bem... afinal, você é o veterano daqui, não é?

“Obrigado Krookodile!” o aquático ficou agradecido pelo voto de confiança da Krookodile.

- Que seja! Agora volte pra enfermaria e vai descansar um pouco? – pedia a terrestre conformada – aqueles ferimentos dos braços já sararam?

“É que minha regeneração é relativamente rápida! Basta o núcleo se manter intacto!”

- Qui seja! Vai sossegar o facho que eu e a Scizor vamos atrás de comida pru cêis! Me arranja o dinheiro do teu almoço!

 

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As horas se passaram e finalmente chegou a hora da segunda luta do dia. O time A1 e o time A3 já estão próximos a quadra se preparando para o embate. É nessa luta que será decidido qual deles irão para as eliminatórias do dia seguinte.

A atenção do time deve se redobrada. Altaria com sua Mega-evolução é um dos Pokémon mais poderosos de UU. Scizor é um dos principais checks dela, mas ela deve se preocupar com Magneton, que é o maior counter da inseto, já que ele conta com o Poder Oculto do Fogo, resiste a maioria dos golpes dela, e possui a habilidade Magnetismo, que a impede de fugir. Encarar o ímã é derrota na certa. E o time ainda conta com a Marowak como Pokémon de fogo, e outros habilidosos que já estiveram em OU em momentos anteriores como Tentacruel, Terrakion e Celebi.

Dragonite é o juiz da luta. Ele anuncia os times e eles vão para o seus respectivos lados da quadra. Vendo que eles já estão apostos, o dragão autoriza o inicio do combate:

- Iniciem a luta!

Krookodile entra primeiro. No outro lado, Marowak entra relutante no campo. Não foi bom para ígnea ter entrado no campo nesse momento, pois a terrestre tem clara vantagem ofensiva e sua habilidade Intimidação reduz a ofensiva da fantasma.

“E agora?” Krookodile pondera sobre seu primeiro passo “É uma boa colocar as Rochas! Mas se ela colocar as rochas também? Ofensivamente ela não pode fazer muita coisa. Mas ela pode dá o pé e dar lugar pra Altaria... Tisc! Não vou fugir sem fazer nada!”

 Ela então avança na adversária e a agarra pelo braço. Marowak ficou assustada por causa da crocodilo que já está atacando. A ígnea achava que ela também colocaria as pedras no campo. Mas a noturna, através do movimento Derrubar, deu um forte golpe em seu ombro e o osso que a fantasma usa como arma caiu no chão. Com expressão de agonia, Marowak segurava seu braço, sentindo fortes dores e não pode mais continuar lutando.

- Marowak está fora de combate! – declara Dragonite.

- Vixe! Ter uma vantagem dessas logo no inicio é bão demais! – Krookodile está confiante por já ter eliminado a Pokémon de fogo.

- Não vá abaixando a guarda minha cara! – Terrakion logo entrava no campo.

“Mas é lógico que essa batalha não será tão fácil!” a terrestre continuou em duvida do seu próximo ato. Terrakion pode tanto colocar as Pedras Flutuantes quanto finalizá-la com um golpe lutador. Ela resolveu sair do campo para dar lugar a Scizor.

A inseto entra em campo, mas é recebida com uma sucessão de golpes que o lutador realizava com seus chifres e patas dianteiras. Era o Combate Próximo, que acabou causando um bom dano nela. Scizor estava ofegante, mas ela poderia tentar um Soco Pistola para acabar com ele, mas ela se lembrou de um certo ímã. Então resolveu realizar uma Volta em U para sair do campo. Realmente, o Magneton acabou entrando no lugar de Terrakion.

“Muito prudente Scizor!” pensava Altaria, que observa a batalha.

Infernape entra no lugar dela.

- Fez bem em voltar! – Krookodile comenta com Scizor com voz baixa – acho que você só poderá combater plenamente se derrubarmos o Magneton. Até lá é bom você ter cautela!

Vendo que está diante do ímã, Infernape decide que irá derrotá-lo logo com um Lança-Chamas. Mas Magneton consegue reagir mais rápido graças ao cachecol azulado que está usando e lança anéis elétricos no lutador, assim ele rapidamente sai do campo e dá seu lugar ao Tentacruel. Ele executou a Troca Elétrica. O Lança-Chamas atinge o água-viva, mas mal lhe causa dano. Já o movimento elétrico causou bastante dano no chimpanzé.

- Seu covarde! Puf... puff... mas se vocês acham que aquáticos estão seguros contra mim, estão muito enganados!

Infernape avançou para desferir um Soco do Trovão. Mas Tentacruel previa que o ígneo iria tentar finalizá-lo, então ele rapidamente saiu e Magneton voltou ao campo, recebendo o movimento elétrico do macaco, que lhe causou pouco dano.

“Você é muito previsível Infernape!” provoca o ímã.

- Ora seu maldito! – o macaco ia avançar no elétrico, mas escuta um assovio de Krookodile e sai do campo para dar o lugar à mesma. A terrestre leva o ataque Troca Elétrica, mas se mantém ilesa.

- Temus que manter a calma! – disse a noturna em voz alta.

Imaginando que Magneton poderia sair do campo, Krookodile avança para desferir Derrubada para atingir aquele que irá entrar em seu lugar e lhe retirar o item. Mas foi a Altaria que entrou no campo e a terrestre não consegue derrubar sua Mega Pedra, que está fixada em um colar em seu pescoço.

- Boa tentativa Krookodile! – fala a ave. Sua joia começa a brilhar e surgem penas brancas pelo seu corpo, especialmente em sua cauda, pescoço e topo da cabeça. Essas penas são espessas e possuem aparência semelhante ao algodão e servem como uma resistente armadura. Essa é sua Mega-Evolução, que lhe confere a tipagem de dragão e fada.

Krookodile percebe que pode não ser páreo para ela, mas seria muito perigoso para um companheiro lhe tomar o lugar. Então ela aproveita para colocar as Rochas Flutuantes no campo dela. A dragoa realiza uma Dança do Dragão.

Imaginando que a noturna poderia sair, ela lança mão do Pousar para recuperar sua saúde. Mas Krookodile, aproveitando que Altaria deixou de ser voadora, defere um poderoso Terremoto, o que lhe causou um bom dado. A dragoa ficou admirada pela determinação da adversária em não abandonar o campo para proteger seus parceiros.

- Arg... Você é bem corajosa e esperta! Não me resta alternativa senão te finalizar logo! – ao dizer isso, a ave avança na réptil e lhe investe um poderoso Retorno, que é um movimento normal, mas com a sua habilidade Pixilate, esse golpe se torna do tipo fada, no qual a Krookodile não consegue resistir. Sentindo o impacto do ataque, ela tomba ao chão.

- Krookodile está fora de combate!

- Krookodile! – Scizor a envolve em seus braços.

- Scizor... cuidado com o Magneton... – avisa a noturna antes de desmaiar.

A terrestre é levada pelos paramédicos. Scizor encara Altaria.

“Eu deveria acabar com ela agora!”

Mas sabe que não pode fazer isso agora. Ela usa o Volta em U para sair do campo e evitar ser pega pelo Magneton, que já estava no lugar de Altaria. No lugar da inseto entra o Sceptile.

- Então sou eu que resolverei os problemas com robozinhos! Pois fique sabendo que a Krookodile não é a única que tá com Terremoto! – ele diz enquanto mega-evolui e emite um forte tremor de terra para atingir o elétrico. Mas Magneton consegue fugir a tempo, e Celebi que recebe o movimento, que lhe causa dano mínimo.

- Essa daí é osso duro! – suspira o vegetal.

O melhor golpe contra ela é o Pulso do Dragão, mas esse golpe não é o suficiente para derrubá-la. A Pokémon mística usa o Mente Calma para aumentar seus atributos especiais. Sceptile insiste no Pulso do Dragão, mas dessa vez, Celebi lança mão do Poder Oculto, que para a infelicidade do vegetal, é do tipo gelo...

- Sceptile foi derrotado! – anuncia o juiz!

Scizor entra no seu lugar.

“Pior que ela resiste aos meus movimentos!” deduz Celebi “Melhor não arriscar!” Ela sai do campo. Magneton ainda tenta pegar a Scizor no campo, mas ela novamente consegue fugir com a volta em U.

“É só questão de tempo Scizor!” declara o ímã. Infernape entra no lugar dela.

Mas a inseto sabe que Magneton tem razão. O time adversário está fazendo pressão com as trocas predicadas, e já conseguiram derrubar dois integrantes que teriam mais chances contra o elétrico.

Desesperado em acabar logo com o metálico, Infernape tenta avançar com o Combate Próximo, mas ele não consegue chegar perto dele já que é atingindo pelos anéis da Troca Elétrica. Dessa vez não resiste à eletricidade e cai desmaiado.

- Infernape está fora de combate!

Starmie, que até agora não fez nada na luta, sente o desespero tomar conta de si. Seus colegas estão caindo de um a um. Ele queria entrar e resolver logo esse embate, mas precisa de um momento seguro para realizar sua estratégia. Mas percebe que os adversários não darão essa brecha. Será que a estratégia que elaborou não servira de nada nessa batalha?

Altaria entra em campo, assim como o Gengar. O fantasma não pensa duas vezes e tenta finalizar a fada com o movimento Ondas Venenosas. Mas Magneton entra novamente em campo, recebendo o movimento venenoso, que não o afeta pelo fato de ser metálico.

- Sacanagem! Eles estão nos colocando contra a parede! – resmunga Gengar – pior que estou travado no Ondas Venenosas devido ao Cachecol da Escolha.

Magneton usa o Canhão Brilhante contra o fantasma, o que lhe causa um bom dano. Mas Starmie percebe que houve um erro por parte do imã. Ele também está travado em um movimento, e é um que a estrela pode resistir.  Sem pensar, o aquático toma o lugar do fantasma e recebe o feixe de luz brilhante, que por ser de um movimento de metal, não lhe causa muito dano.

“Magneton! Você poderia ter acabado com a luta se tivesse usado o Relâmpago!” avisa a estrela.

O elétrico percebe que cometeu um erro que pode lhe custar à vitória. Ele sabe que trocar agora pode ser prejudicial para seus companheiros devido à habilidade de Starmie. Então ele continuava com o Canhão Brilhante. A estrela resiste bem ao golpe. Seu Psychium Z brilha de sua pulseira.

- Epa lá! Vai usar o Z-move Psíquico? Mas Magneton é resistente aos golpes psíquicos! – fala Gengar sem entender a ação da estrela.

De repente, todos no campo sentem uma força puxando-os para baixo.

“Meu corpo parece mais pesado... Arg!” Magneton tomba no chão.

- O que é isso? – Scizor mal consegue se manter em pé.

- É como se a gravidade tivesse sido alterada! – repara Gengar.

De fato, Starmie usou o movimento Gravidade, que por conta do aumento desta, ficara mais difícil do adversário se desviar dos movimentos. E combinado com o Psychuim Z, aumenta o seu ataque especial.

Magneton tenta nocautear a estrela com mais um Canhão Brilhante, porém ainda não é o suficiente para derrubá-la. Logo, uma grande massa de água é disparada contra ele. O elétrico mal consegue se mover pelo chão devido à alteração na gravidade.

“PERIGO! PERIGO!” o desespero toma conta de Magneton.

O volume d’água atinge o ímã, o arrastando para fora do campo. Ele acaba batendo na parede da arquibancada. As faíscas que surgiram seu corpo indicam que ele pode está sofrendo de curto circuito.

- Magneton está fora de combate.

- É ISSO AI VÉIO! – gritava Gengar eufórico – ELIMINAMOS O NOSSO MAIOR EMPECILHO!

Mas ainda é cedo para comemorações. Ainda restavam quatro integrantes do time adversário.

No outro lado do campo, a derrota de Magneton causou apreensão nos remanescentes de sua equipe.

- Minha nossa! Como Starmie veio com uma estratégia dessas? – Terrakion estava incrédulo – como conseguiu derrubar o Magneton com um só golpe?

- Acho que foi por causa do Z-Cristal! – deduz Tentacruel – ele deve ter aumentado seu ataque especial. E com a gravidade aumentada, vai ser praticamente impossível ele errar um golpe.

- Nós ficamos tão focados na Scizor e nos outros que acabamos não prestando atenção em Starmie! – aponta Altaria – não deveríamos ter o subestimado!

- Ele foi OU por seis semestres! – comenta Celebi – realmente deveríamos ter levado em conta que ele é um veterano dessa universidade.

- Celebi! Você é quem tem mais chances contra ele! Pode tentar detê-lo? – pede Altaria.

- Vou ver o que posso fazer! – logo, a pequena Pokémon vegetal entra em campo.

Starmie encara a adversária que está diante de si. Ela tem defesas sólidas. Em normais circunstâncias a estrela não conseguiria derrotá-la mesmo se utilizasse ataques de gelo. Mas com o buff que tem e com o dano que Celebi recebera de Sceptile, é possível vencê-la, ainda mais que agora pode usar um movimento de gelo mais poderoso...

Uma rigorosa tempestade de neve surge repentinamente no campo e a vegetal é pega pelo rigoroso frio que rapidamente a derruba no chão, com partes de seu corpo coberto de gelo e neve.

- Celebi está fora de combate!

- Não acredito! – Gengar ainda está surpreso – quem em sã consciência vai usar Nevasca em um combate como esse.

- Então por causa da Gravidade, Starmie pode usar movimentos mais poderosos, mas de baixa acuidade. Só que a Gravidade corrige essa falha! – comenta Scizor.

- A Celebi caiu! Agora não temos mais como ganhar! – Terrakion se desespera.

- Sei que essa batalha está praticamente perdida, mas nós devemos fazer o nosso melhor e perdermos com dignidade! – fala Tentacruel em um tom calmo.

- Mas parece que não tem nada que possamos fazer contra o Starmie! – Altaria já se conforma com a derrota – se ao menos tivéssemos alguém com golpe de prioridade... e mesmo se derrubássemos a estrela, ainda temos a Scizor e o Gengar de pé!

- Ainda posso ao menos mitigar a força de Starmie! – Tentacruel fala com certa esperança – eu vou ser o próximo.

O água-viva entra e olha para o aquático que secretamente admira. Os dois meio que cumpre papéis semelhantes de remover as armadilhas. Starmie sempre foi o que possui mais agilidade e poder ofensivo, e Tentacruel consegue se defender melhor e possui mais estratégias de suporte. Atualmente o venenoso possui melhor classificação na turma do que o psíquico, mas ele sabe que no mano a mano não é páreo contra a estrela.

Starmie queria acabar logo com a luta, porém ficou com um pouco de receio de atacar o seu colega que é seu vizinho e que, ultimamente, tem se demonstrado bastante amigável com a estrela. Mas sabe que esse não é o momento de hesitação, e logo ele dispara um Ataque Psíquico contra o água-viva. Ele esparrama seu corpo no piso, mas surge uma neblina em volta da estrela que, estranhamente, tira uma parte de sua força.

- Você... você foi... incrível... Starmie – surpreendentemente, Tentacruel ainda tenta, com dificuldade, se reerguer – sei que... não podemos mais... te vencer... mas... fiz o que pude...

Mal ele termina a sentença que acaba perdendo a consciência e tombando ao chão.

- Tentacruel está fora de combate.

A plateia está empolgada com a atuação de Starmie. Logo, todos os espectadores estão gritando para a estrela:

- SWEEP! SWEEP! SWEEP! SWEEP! SWEEP! SWEEP! SWEEP! SWEEP! SWEEP!

Terrakion ficou meio irritado com os urros do público. Mas queria terminar a luta com dignidade. Queria ao menos derrotar o Starmie.

Mesmo perdendo seu implemento no ataque especial, a estrela acredita que pode derrotar o lutador com um só golpe. Prontamente ele dispara uma Bomba Hidráulica contra o adversário. Terrakion recebe todo o impacto do golpe, mas para surpresa da estrela, ele ainda se mantém de pé.

“Como isso é possível!” disse a estrela incrédula.

Mas o observando melhor, Starmie percebe que ele está com uma fina malha vermelha.

- Ouviu falar da Vestimenta de Assalto? Ela reduz o dano de ataques especiais! – ao falar isso, o lutador dispara Rocha Afiada.

Várias rochas afiadas surgem pelo campo. Starmie tenta desviar delas, mas a gravidade dificulta a evasão do usuário também. Algumas lâminas o acertam em cheio. Só que uma delas atingiu seu núcleo.

- OH! TERRAKION ATINGE UM GOLPE CRÍTICO EM STARMIE! – gritou o professor Solgaleo.

Starmie acaba caindo no chão. Mas sente uma forte dor no núcleo. Ele coloca seu braço sobre a gema e sente que há uma rachadura. Gengar e Scizor vão ver o estado do companheiro. Ambos arregalaram os olhos ao ver uma lasca da gema de Starmie no chão. Eles sabem que o dano é sério.

O grito desesperado de Starmie ecoa telepaticamente pelo estádio. Todos recebiam em suas mentes a voz cheia de agonia da estrela. Ela se contorcia de dor, com o braço no ferimento. Seu núcleo pisca de forma irregular. Uma movimentação surge em volta dela. Tudo que pode ouvir agora são os gritos desesperados de Gengar e Scizor.

- Starmie! Aguenta firme cara...

- STARMIE! NÃO!!! POR FAVOR! RESISTA! POR ARCEUS! RESISTA...

XXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Starmie acorda em um quarto de enfermaria. Ele tenta se levantar, mas sente uma repentina tontura e uma dor aguda em seu núcleo. Ele leva o braço e toca levemente a fonte da dor e percebe que há um curativo na parte superior esquerdo de seu núcleo. Ele acaba ouvindo várias vozes do outro lado da porta, e logo, um médico Audino entra no recinto.

- Que bom que você acordou!  - disse o doutor – dessa vez você estaporou meu jovem! Mas felizmente a rachadura não foi muito profunda. Logo estará novo em folha.

“Doutor! Que horas são?”

- São quase seis horas! Seus amigos ficaram preocupados por você ter ficado apagado a tarde inteira. Mas tivemos que te sedar, pois você estava se debatendo em dor! Mas agora o pior já passou. Você precisa de muito repouso. Agora vou informar aos seus colegas que você acordou!

Assim que o doutor saiu, a estrela ficou ponderando sobre as palavras do médico. “como assim terei que ficar de repouso?”

Em uma sala de espera do centro médico, o Audino vai dar as notícias para um grupo de Pokémon que aguardavam informações sobre os que estavam internados. Scizor, Gengar, Krookodile, Infernape, Scepitile e Tentacruel estavam esperando por notícias de Starmie. Altaria, Magnezone e Metagross estavam aguardando as de Magneton.

- Não se preocupem, o Starmie acaba de acordar. Magneton ainda permanece inconsciente, mas seus sinais vitais já se estabilizaram e não encontramos nada de grave durante os exames. É questão de tempo que ele acorde.

- Ai graças a Arceus! – Scizor coloca a mão no peito e respira aliviada. Gesto acompanhado pelos outros.

- Não disse que isso não é tão grave? – disse o Gengar – não precisou dessa preocupação toda.

- Mas mesmo assim, eu já estava uma pilha! – comentou a inseto.

- Oxe se não estava! – respondeu o fantasma – você fez um escândalo que quase nos custou à vitória.

(Flashback – algumas horas antes)

- STARMIIE! RESISTA POR FAVOR!!! – Scizor ficou desesperada quando uma equipe médica veio para próximo da estrela, que berrava com a dor que sentia.

Ela ia para junto da estrela, mas Gengar entra na sua frente.

- Aonde vai vermelhinha! Nossa luta ainda não terminou!

- NÃO TÁ VENDO QUE O STARMIE TÁ PASSANDO MAL?! TENHO QUE VER COMO ELE TÁ! – Scizor estava exaltada.

- Scizor, deixe que os médicos cuidem dele! – disse o fantasma com calma – você sabe que a Smogon tem uma equipe médica bem qualificada. Então vamos logo terminar essa luta.

- Não tem como você terminar? – pedia Scizor.

- Scizor! Os dois que restaram são fracos ao seu Soco Pistóla! Só dois golpes e já era! Não vamos por a perder todo o esforço que Starmie realizou até agora. Imagine o quão ele ficará chateado se souber que perdemos essa batalha por besteira. Vai achar que foi culpa dele, que foi por nós termos nos preocupado com ele. Vamos terminar isso aí que depois vamos ver como ele está! Tá bom assim?

- Tem razão Gengar! – Scizor se acalma.

Logo ela volta para o campo e fica diante de Terrakion. Ela dispara o Soco Pistola e o derrota rapidamente. Fez o mesmo com a Altaria.

- Altaria foi derrotada! Vitória do time A1!

Mas Scizor e Gengar não esperaram nem o anúncio do juiz. Correram direto para o centro médico.

(Fim do Flashback)

 - Então podemos ver o Starmie? – pedia Scizor.

- Entrem no máximo três de vocês! – respondeu o médico.

- Eu vou! – disse a metálica.

- Também vou! – Gengar levanta mão.

- Quem vai entrar também? – questionou Krookodile.

Passaram alguns segundos em silêncio. Então timidamente Tentacruel levantou seu tentáculo:

- Posso entra também?

Os outros concordaram. Os três entraram no quarto.

- Metido! – Infernape se refere ao Tentacruel.

- Que é que tem? – aponta Sceptile – eles vivem próximos no mesmo prédio.

- Queria visitar Starmie? – pergunta Krookodile sorrindo.

- Eu não! – responde o lutador encabulado, querendo encerrar o assunto.

No quarto, Starmie estava relaxando no leito quando vê que três visitantes entraram.

“Pessoal!”

- Que susto que você nos deu! – comenta Scizor.

“Como terminou a batalha?”

- Nós vencemos! Estamos nas semifinais! – diz Gengar gesticulando um “V” de vitória.

- Como você está? – pergunta Tentacruel.

“Sinto pontadas em meu núcleo e me sinto meio zonzo! Mas fora isso, nada demais!”

O médico entra no quarto:

- Oi Starmie! Pelo visto está mais animado! – ele comenta enquanto folheava alguns papéis de sua mão, vendo o prontuário do paciente, enquanto explica a situação dele – bom, você teve uma rachadura no núcleo, mas felizmente foi um ferimento superficial, portanto, você não terá nenhuma sequela. Mas você sabe que danos no núcleo podem ser potencialmente perigosos para Pokémon de sua espécie já que ele funciona como centro nervoso de seu corpo, além de sua recuperação se bem mais lenta do que em outras partes de seu corpo. Portanto, para uma devida recuperação e evitar agravamento de seu estado clínico, você precisará de repouso absoluto por pelo menos mais dois dias subsequentes.

“Doutor, se eu vou precisar de repouso... quer dizer que... não vou poder participar das semifinais?”

- Exatamente! Você deverá se afastar de suas atividades na universidade por pelo menos dois dias, já considerando amanhã e sexta-feira!

Todos foram abalados pela notícia. Starmie já não poderá participar das próximas batalhas. Isso deixou a estrela abalada. Seu núcleo ficou com uma cor entre alaranjada e salmão com o brilho reduzido. Não conseguia reagir diante dessa notícia que caiu como uma bomba para ele.

Os outros perceberam o quanto a estrela ficou depressiva com isso. Scizor tentou consolá-la.

- Tudo bem Starmie... você já participou de duas lutas... saiu vitorioso em ambas! E ainda foi de grande ajuda nessa última! Acho que com isso você já tem pontuação suficiente para ser aprovado nessa avaliação.

- Isso mesmo estrela! – continua Gengar – você sabe que a maior parte da sala já foi desclassificada, mas isso não quer dizer que serão necessariamente reprovados. Na verdade, alguns podem conseguir classificação melhor do que aqueles que conseguiram passar. Você só está na mesma situação deles.

- Ainda mais que todos aqui sabem que esse tipo de acidente é normal!  - completa Tentacruel – só é necessário que você siga as orientações do doutor e descanse bem.

- Seus amigos têm razão! – fala o médico – esse tipo de situação faz parte da rotina da universidade, todos os funcionários conhecem muito bem os imprevistos que podem acontecer com os alunos. Portanto não precisa se abalar com isso. O ideal seria quatro dias de descanso, mas como já estamos próximos do fim de semana, te darei um atestado que garante seu afastamento pelos próximos dois dias. Com isso você não terá muitos prejuízos com seu curso.

“Mas... com isso... vou desfalcar o time!” a estrela ainda estava abalada. “Não é apenas o meu resultado que será prejudicado, mas de todos vocês. Desculpem-me por essa decepção!”

- Mas pelo que eu saiba, quando ocorrem casos assim, podemos escolher um substituto de outro time. De um que já esteja eliminado! – aponta Gengar.

- Não será tão problemático para gente Starmie. As regras permitem substituição em casos de acidente com um dos integrantes – disse Scizor – agora nós já vamos providenciar isso!

- Ei... será que posso lutar no lugar de Starmie? – pergunta Tentacruel.

Scizor e Gengar se entreolham. Eles voltam seus olhares para a estrela, em busca de uma aprovação.

“Você... faria isso Tentacruel?”

- Se isso faz você se sentir melhor... ou se você pode confiar em mim para lutar em seu lugar...

Permaneceram alguns segundos de silêncio. Starmie pensava bem na proposta do venenoso. Tentacruel pode cumprir a função de Spiner que nem ele. Sem falar que é bem competente e pode ajudar o time com seus movimentos de suporte.

“Certo! Confio em você! Faça seu melhor Tentacruel!”

- Muito obrigado Starmie! – o venenoso fica lisonjeado por a estrela acreditar nele.

- Certo pessoal! Ainda pretendo fazer alguns exames no paciente! – o Audino indica que o momento da visita acabou – então, peço licença de vocês!

Então os três saíram do quarto.

“Doutor! Posso falar com o Gengar só por um minuto!” pedia Starmie.

- Que? Comigo?

- Seja rápido! – apressava o médico.

Fora do recinto, Scizor e Tentacruel falam para os outros do estado de Starmie e da alteração do time.

- Minha nossa! Então Starmie não vai poder continuar com as batalhas!? – questionou Krookodile.

- Pois é! A situação dele é delicada! – responde Scizor suspirando – ele ficou bem triste com isso!

- Como ele pode nos deixar assim! – Infernape não gosta da notícia.

- Não foi culpa dele! – aponta a metálica, visivelmente aborrecida – como nós saberíamos que poderia acontecer um acidente desses?

- Mas ele não deveria ter usado a tar da Gravidade! – declara Krookodile.

- Não creio que foi por causa disso! Aliás, se não fosse do Starmie usar a Gravidade com o Z-move, nós teríamos perdido! – Scizor fala sobre a estratégia que foi usada pela estrela – pelo que vi a estratégia deu super certo.

Gengar sai do quarto e se junta na conversa do grupo.

- Pois mesmo assim, temos agora essa substituição forçada! – continua a terrestre – Sei que Tentacruel é um bom combatente, mas agora nós vamos ficar muito vulneráveis aos terrestres. Três de nossa equipe são fracos contra terra.

- Ai, ai! É um cuidado que temos que ter agora! – o fantasma fica apreensivo – cada time dos finalistas tem um Pokémon terrestre.

- Mas deixa que eu lido com os terrestres! – diz Sceptile confiante.

- É... acho que com a Hippowdon você não terá problemas... mas no time da Hydreigon tem o Mamoswine, que por acaso ele é de gelo também, que até tem um golpe de prioridade desse tipo. Ai você viu não é? – explana Krookodile – e nu da Latias tem o Nidoking, que além de não ser fraco aos vegetais por conta do seu tipo venenoso, ele tem um vasto arsenal de movimentos, é um dos Pokémon mais imprevisível da sala. Pode vir com ataque físico ou especial. Não ficaria surpresa se ele viesse com raio de gelo.

- O negócio é sério! - continua Gengar – e Starmie seria um dos melhores para detê-los.

- Pois é! Mas acho que não terei ofensiva suficiente para derrubá-los! – fala Tentacruel cabisbaixo.

- Mas nós vamos tentar elaborar estratégias que compensem isso! – Scizor tenta animar o grupo – além do mais, o Tentacruel é capaz de usar Espinhos Tóxicos. Isso pode ser bem útil.

Então o grupo se reuniu na sala de espera mesmo para revisar suas estratégias, as adaptando à mudança de integrante.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Eram nove da noite, todos foram embora com exceção de Scizor, Gengar e Tentacruel, que aguardavam a alta de Starmie. Magneton já havia acordado também e estava prestes a sair do centro médico juntamente com seu irmão Magnezone.

Finalmente Starmie foi liberado pelo médico. Ele saia do quarto andando lentamente.

- Pode ir pra casa Starmie!

“Sim estou liberado!”

“Ei Starmie, também pegou atestado?” Magneton fala com ele.

“Pois é! Dois dias!” o psíquico dizia em um tom de desânimo.

“Eu também ficarei alguns dias de molho!” continuava o elétrico “Aquela Bomba Hidráulica foi bem poderosa!”

“Eu... sinto muito!” Starmie se desculpava.

“Tudo bem! Na verdade eu mereci isso! Realmente cometi um erro feio ao usar o Canhão Brilhante ao invés do Relâmpago. Estava considerando em apenas derrubar o Gengar, mas eu deveria ter considerado você e a Scizor também. Tinha a chance de matar a luta!”

- Pois é esse negócio de avaliação nos deixa tão nervoso que podemos cometer erros bestas! – Gengar compreende a aflição de Magneton – se soubessem o que houve comigo na prova escrita...

“Mas que isso lhe sirva de lição, Ton!” aconselha Magnezone “em uma batalha, sempre analise bem a situação e as possibilidades antes de tomar uma ação!”

“Ok irmão! Desculpe-me pelo inconveniente! Te dei trabalho! E ainda você não ficou direito com o Metagross.”

- Como assim? – Gengar ficou curioso.

“Meu irmão queria ficar ao lado de Metagross, já que ele pode está bem chateado com seu desempenho na avaliação prática! Magnezone sempre faz o possível para deixá-lo alegre. Ele considera muito o Meta!” o elétrico mais novo olha pro irmão de forma debochada.

“Você já deve está bem para estar tão engraçadinho desse jeito! Acho que vou falar com o médico para anular seu atestado!” o mais velho encara sério seu irmãozinho “mas é melhor nós voltamos para nossas residências, já está ficando bem tarde!”

Eles se despedem e sai do centro médico.

“Será que o ônibus passa a essa hora?”

- Nem pensar de ônibus! – Scizor fala energicamente – estou com o carro. Vou te levar para casa com segurança!

Então se dirigiram até o estacionamento. Lá Gengar se despede dos outros três:

- Eu vou de ônibus mesmo para que vocês chegarem logo em casa. Scizor e Tentacruel, nos vemos amanhã. E Starmie, se cuide e descanse bem. Prometo que vou devolver “aquilo” segunda!

Os três entram no carro. Durante todo o caminho se mantinham em silêncio. Os aquáticos ficaram no banco de trás. Em poucos minutos chegaram à praia. Starmie e Tentacruel descem do carro.

- Obrigado pela carona Scizor!

- Tudo bem Tentacruel! Nos vemos amanhã! – responde a inseto – e Starmie, lhe desejo melhoras, e até mais! – após se despedir ela liga novamente o veículo e volta para sua casa.

Mas enquanto dirige, ela acaba pensando sobre uma estranha sensação que anda tendo em relação ao Tentacruel nos últimos dias. Por algum motivo, ela sente um incomodo quando o ver próximo de Starmie.

Os aquáticos entraram por uma entrada na praia mesmo, que era uma guarita que dá acesso a um caminho para Pokémon não aquáticos. Pegaram um elevador e chegaram a um corredor que dá acesso ao apartamento de Starmie. Mas quando chegam próximos à porta, a estrela acaba sentindo uma forte tontura e acaba colocando a ponta na parede, se apoiando para não cair.

- Starmie! Você está passando mal? – Tentacruel ficou preocupado pelo repentino mal-estar do amigo. E se aproxima dele para ajudá-lo a se levantar.

“Não se incomode comigo... quando machuco o núcleo é normal que eu sinta um pouco de tontura!”

- Mas tá precisando de algum remédio, ou algo do tipo? Quer que eu fique um pouco com você? Ou quer chamar a Alomomola pra ver o que ela pode fazer?

“Já disse que não é nada demais!” o psíquico já se mostra um pouco aborrecido. Ele estava a um tempo segurando sua frustração em estar nessa situação. Ele não queria expor esses sentimentos negativos para os seus colegas, mas ele não estava aguentando mais. Ele só queria se afastar de todos o mais rápido possível. Não estava gostando de ser tratado como se fosse um coitadinho.

- Tudo bem... não quero incomodá-lo... mas estou preocupado... – ele tenta erguer um tentáculo para oferecê-lo para a estrela, mas sente uma energia psíquica que o empurra por alguns centímetros.

“Que insistência! Qual teu problema?” Starmie acaba se alterando “ajudei meu time a ir à semifinal, mas por uma ironia do destino eu não vou poder mais lutar! Agora minha colocação pode cair por eu está desfalcado! É isso, é isso que está me incomodando! Agora, tudo que eu quero é que ME DEIXE EM PAZ!”

O venenoso ficou assustado. Não esperava que Starmie estivesse tão exaltado. Não encontrou palavras para tentar acalmá-lo.

“Espero que aproveite bem a sua segunda chance!” disse a estrela batendo forte na porta.

Assim que entrou no apartamento, ele foi para a banheira. Ligou a mangueira para enchê-la de água. Depois entrou nela. Ele estava bastante transtornado. Seu núcleo pisca rapidamente e gemia com finalidade de colocar para fora os seus prantos. Estava chorando de frustração, estava em um misto de tristeza e raiva. Se maldizia, pois nada do que faz dá certo. Se perguntava se realmente é tão incompetente a ponto de só mais atrapalhar do que acrescentar nas atividades que participa. Seu núcleo estava emitindo ondas magnéticas irregulares. Qualquer Pokémon que fosse capaz de perceber essas ondas saberia o quão é desesperador o estado do psíquico. A água da banheira se mexia com as ondas psíquicas emitidas pela estrela. Ondas que até causaram queda de alguns objetos que estavam na residência dela.

E assim passou a noite inteira chorando.

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Glossário

Espinhos Tóxicos - Toxic Spikes

Derrubar - Knock Off

Troca Elétrica - Volt Switch

Retorno - Return

Mente Calma - Calm Mind

Relâmpago - Thunderbolt

Gravidade - Gravity

Blizzard - Nevasca

Ataque Psíquico - Psychic

Rocha Afiada - Stone Edge

Notes:

Esse capítulo terminou de forma meio dramática...
E pra quem não sabe, Sweep quer dizer "varrer", que no competitivo quer dizer que um Pokémon está derrotando todos os adversários que entram contra o mesmo.

Obrigada pela leitura!

Chapter 13: Capítulo 13 - Você está ao nosso lado!

Notes:

Gente! Qualquer coisa me perdoe por demorar tanto a postar esse capítulo. Você sabem como é a vida offline, não é?

O time A1 conseguiu se classificar para as semifinais, mas pagaram um alto preço por isso. E Starmie não está conseguindo lidar muito bem com essa situação!

Boa Leitura!

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

Na manhã do dia seguinte, Tentacruel já se preparava para ir para universidade. Hoje é o último dia de avaliações. Mas antes de sair do prédio, ele para em frente à porta do apartamento de Starmie. Queria verificar se estava tudo bem com ele. O venenoso havia lhe enviado algumas mensagens antes, mas não obteve nenhuma resposta. A estrela estava mais transtornada do que ele pensava. Nunca tinha visto o Starmie tão exaltado. E isso deixava o água-viva preocupado.

— Ele deve está dormindo! – lhe dizia uma voz feminina.

Tentacruel não percebeu que Alomomola havia se aproximado dele.

— Alomomola, nem tinha percebido que era você!

— Não parece que ele tenha saído de casa! Até falei com a portaria e me disseram que o Starmie não saiu do prédio. Mas você está preocupado com a estrela não é?

— Bem! É que Starmie estava muito nervoso ontem! Realmente aquele acidente que o tirou das semifinais o abalou profundamente – respondia o água-viva.

— Entendo! Mas é algo que infelizmente não podemos evitar! Eu também peguei atestado! Mas meu time já havia sido eliminado, então isso não é tão problemático para mim – explana a peixe. Tentacruel repara que há vários curativos pelo corpo dela.

— O que houve com você Alomomola?

— Levar Tempestade de Folhas buffado da Serperior não é nada agradável! Queria saber como a habilidade dela funciona!

— Imagino como é... melhoras para você! – disse Tentacruel.

— Mas você teve sorte de conseguir mais uma chance devido ao infortúnio do Starmie. Você deve aproveitá-la. Então se concentre na avaliação, pois já que vou ficar aqui mesmo, eu vou ficar de olho nele.

— Tem certeza disso Alomomola? Você também precisa descansar não é?

— Tudo bem! Não é como se nós tivéssemos incapacitados! Então vai lá tranquilo para a universidade e boa prova! – a aquática se compromete em vigiar Starmie.

— Certo Alomomola! Muito obrigado! – agradece Tentacruel, que finalmente vai embora um pouco mais tranquilo.

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No estádio Red 1, os Pokémon vão chegando para, ou participarem da prova, ou para assistir aos seus colegas. Alguns Pokémon de outros estratos vieram para assistirem também. Os integrantes dos quatros times finalistas vão se preparando para as batalhas finais, cada um a sua maneira.

Em um banco na arquibancada, Kommo-o estava sentado de pernas cruzadas e olhos fechado, concentradíssimo na meditação. Hippowdon aparece empolgada ao lado dele.

— Ai Arceus! Metagross pode ter azar na luta, mas parece que ele vai ter sorte no amor. Vocês viram o clima que está rolando entre ele o Magnezone da turma de OU.

— Eim? Hippowdon!? – o dragão perde a concentração, e quase perde a paciência – minha cara, devemos nos preparar para os combates!

— O Kommo-o tem razão querida! – Primarina vem chegando – isso não é hora para fuxicos! Só depois da prova é que você estará livre para me passar os detalhes! Hihi!

— Vamos ver se vamos ter forças para encarar as lutas de hoje! – chega Muk, que estava com uma expressão meio sonolenta.

— Nem me fale! A última luta de ontem me deixou só o trapo! – comenta a foca – enfrentar time stall é o “ó”!

Enquanto isso, Nidoking estava com sua namorada, a Nidoqueen. Ela estava desejando boa sorte a ele, mas os dois acabaram se abraçando e estavam trocando beijos. Sharpedo viu essa cena e pigarreou para chamar a atenção deles:

— AAARRRRRAAAÃÃHHHH!

— Sharpedo! O que você quer? – disse o terrestre meio constrangido.

— Rapaiiizzzz! Deixe os amassos para depois do teste!

— Você tá é com inveja que sua namorada não veio para te ver nas finais!

— Mas isso é culpa da vagem verde que deu Tempestade de Folha nela sem dó nem piedade! – afirmou Sharpedo meio aborrecido.

— O que é que tem eu? – Serperior veio se aproximando e escutou a conversa – se eu não fizesse isso ela iria nos stallear até não poder mais. Queria que nosso time se desgastasse numa luta longa? Que nem como ocorreu com time de Kommo-o, que enfrentou time composto pela Blissey, Aggron e Suicune? Essa luta durou até ao anoitecer.

— O Kommo-o e os outros suaram para vencer essa! – comenta Nidoking – e talvez eles estejam bem cansados hoje!

Heracross havia se encontrado com a Scizor no caminho para o estádio. A lutadora percebe que sua amiga não estava muito empolgada como no dia anterior.

— Isso não é cara de alguém que está nas finais! – comenta a besouro.

Na verdade, por algum motivo, boa parte da sua empolgação de participar das lutas havia se esvaziado por conta de Starmie não poder mais batalhar. Ainda estava preocupada com o amigo. Mas mesmo assim estava disposta a ajudar ao time devido ao compromisso firmado com eles.

— Só queria que Starmie estivesse aqui... – disse Scizor murmurando – ele se esforçou tanto para que nós estivéssemos nas finais!

— Sei que ele quer que vocês façam o seu melhor! – fala Heracross com o intuito de animá-la – mas saiba que eu não vou pegar leve se nós formos nos enfrentar!

— Também não aceitarei isso! – disse a metálica abrindo um sorriso, aceitando o desafio da amiga – pois eu também irei com todas as minhas forças se eu tiver que lutar contra ti!

— Assim que se fala querida! Vamos fazer nosso melhor! – disse a lutadora fechando o punho convidando a Scizor a selar o “desafio” com um “sisfist”. A metálica toca levemente no punho dela com sua garra.

— Boas lutas, Heracross! – Scizor lhe desejava boa sorte. E as duas se separam, se dirigindo para os seus respectivos times.

Próximos à porta do vestuário, Krookodile, Infernape, Scepitile e Gengar esperavam por ela.

— Olá pessoal! – cumprimenta a inseto.

— Só farta o Tentacruel! – declarou a terrestre.

Mas logo o água-viva se junta a eles.

— Bom dia! Espero que não tenha chegado tarde!

— Ainda não tá atrasado! – falou Krookodile – mas agora borá logo nus aprontar – disse apontando para o vestuário.

— Ei Tentacruel! Como está o Starmie? – pergunta Scizor.

— Pior que eu não consegui falar com ele hoje! – disse Tentacruel sério – ele não respondeu a mensagem que mandei para ele e seu apartamento estava fechado. Ele deve está dormindo ainda.

— Espero que esteja tudo bem com ele! – Scizor ficou apreensiva. Temia que pudesse ter havido alguma piora em sua saúde.

— Alomomola se dispôs a ficar de olho nele – o venenoso tenta tranquilizar a colega – qualquer coisa de errado ela vai tomar as providências e nos avisar. Pois então vamos dar o nosso melhor nas lutas de hoje! É o melhor que podemos fazer por ele agora!

— Tem razão Tentacruel! Devemos nos focar nos combates!

A voz intensa de Solgaleo é ouvida de um auto-falante:

“TODOS OS COMBATENTES APTOS PARA A BATALHA DE HOJE SE DIRIJAM PARA A QUADRA!”

Logo, os vinte e quatro Pokémon finalistas vão ao local indicado. Solgaleo os esperava no centro da quadra segurando um microfone com a pata.

— Bom dia a todos que estão presentes hoje! Primeiramente quero dar os parabéns aos que conseguiram se qualificar na etapa final da terceira avaliação. Todos vocês lutaram bravamente, e agora nós da Smogon, esperamos que vocês nos mostrem suas melhores habilidades nesses embates de hoje. Podem se orgulharem, pois vocês todos já são vencedores a meu ver. Agora vamos ver quem são os vencedores dos vencedores. E também quero agradecer a todos que vieram prestigiar as batalhas de hoje. Podem estar certos que irão aprender muito com os combates de hoje. Sem mais delongas, vamos ver como ficou a chave dos combates!

Em uma tela, apareceu a chave mostrando os adversários de cada um. O time A1, time da Scizor, vai lutar com o time C2, time encabeçado por Hydreigon. O time D3, que é o de Kommo-o, vai enfrentar o time B2, que é formado por Latias, Sharpedo, Heracross e outros.

— Então vamos encarar o time da Hydreigon agora! – comenta Krookodile.

— Bora dar o nosso máximo galera! – Gengar tenta animar a equipe.

Ambos os times entram em campo, seus respectivos integrantes vão encarando seus adversários analisando as possibilidades desse embate. Conkeldurr será o juiz dessa vez, vendo que todos estão apostos, ele autoriza o combate:

— Iniciem a luta!

Krookodile, como sempre, é a primeira que entra em campo. Mas ela não contava que já vai encarar a Hydreigon.

— Você é boa na vanguarda caipirinha! Mas dessa vez eu vou acabar com você antes que possa fazer qualquer coisa! – a dragoa vai disparando o seu poderosíssimo movimento Meteoros do Dragão. Ela invoca diversas bolas de energia que lembram meteoros, que caem em direção da noturna. Krookodile fecha os braços instintivamente. Os meteoros vão causando pequenas explosões com o impacto dos golpes.

— KROOKODILE! – grita Scizor apreensiva.

O golpe levantou bastante poeira ao redor da terrestre. Todos acharam que era não iria resistir aos meteoros. Mas Hydreigon percebe que rochas pontiagudas flutuam no seu lado do campo. A poeira abaixa, e logo, Krookodile é vista se levantando com dificuldades.

— Querida... cooof... cofff... tu acha que vô cair assim de primeira é?

— Desgraçada! – disse a dragoa aborrecida – mas agora você cai! – ela logo emite uma segunda leva de meteoros.

Mas a técnica Meteoros do Dragão consome muita energia do usuário, reduzindo-lhe seu ataque especial. O segundo golpe vai sair com a metade do poder da primeira leva. Sabendo disso e, pelo fato de ser resistente aos movimentos do tipo dragão, Scizor logo entra em campo para evitar que a companheira fosse derrotada.

— Tisc! Deveria saber que a Scizor iria entrar! – Hydreigon resmunga baixinho. Como a dragoa estava usando um Cachecol da Escolha, item que aumenta a velocidade do usuário, mas o deixa travado em um só golpe, ela resolve sair de campo e dar lugar a Chandelure. Scizor previa que a dragoa iria recuar, por isso ela resolveu sair do campo através da Volta em U e Gengar entrou em seu lugar.

— Oi Chandi! – o venenoso cumprimenta a Fantasma-fogo.

— Tsc! É você? – resmunga Chandelure aborrecida.

A ígnea estava usando uma Vestimenta de Assalto, que a deixa mais resistente aos ataques especiais. Se o Gengar vier lhe atacar com uma Bola de Sombra, ela aguentaria o golpe e o retaliaria com outra Bola de Sombra.

Mas o fantasma colocou sua língua de fora, colocando a mostra um Z-Crystal. Era o Psychium Z. O objeto brilha da língua do fantasma e ele vai emitindo umas estranhas ondas hipnóticas em Chandelure. Ele estava realizando a Z-Hipnose. A ígnea não consegue resistir a essas ondas e acabou caindo no sono.

— Hipnose Gengar? – Scizor se surpreendeu com essa técnica.

— É Z-Ripnorre! – responde o fantasma triunfante, ainda que com dificuldades na dicção por estar segurando o cristal com a língua – e grachas ao Pchichium Z que Starmie me empresthou, eu não xó conchegui achertar o gorpe sem risco de errar corro também eu obtirre um implementho em minha velorridade!

(Flashback – no dia anterior)

Quando o médico pediu para que os visitantes se retirassem do quarto onde Starmie estava em observação, a estrela havia pedido para falar um pouco a sóis com Gengar.

— Fala estrela!

“Ei Gengar! Você ainda tem costume de usar a Hipnose?”

— Estou evitando em usar esse movimento! – responde o fantasma – tá meio arriscado em ficar errando.

“Estive pesquisando os efeitos do Z-Crystal em movimentos! Eu descobri que, com a combinação do Psychium Z, reduz as chances de erro da Hipnose e ainda eleva a velocidade do usuário.”

— Isso parece interessante! – pondera Gengar – botar alguém pra dormi sempre é bom em combates. E além do mais, eu não ficarei travado em um golpe para aumentar minha velocidade, diferente do que ocorre quando eu uso o cachecol. Ficar travado em um ataque venenoso contra um metálico é o ó do borogodó!

“Se quiser eu te empresto o meu Psychium Z!” oferece Starmie.

— Sério?! Valeu Starmie!

“Mas só use se você tiver certeza de que isso pode dar certo!” avisa o aquático “e isso foi presente da minha mãe! Se você não me devolvê-lo na segunda-feira... eu nem sei o que farei com você!”

— Certo estrela! Prometo que vou cuidar bem dele!

(Fim do flashback)

— E você ainda o coloca na boca! – reclama Scizor – é assim que você usa as coisas dos outros?

— É que não deu para arranjar uma pulreira ou colar aproprirrados! – disse o fantasma – depois eu o larro bem larradinho! E ainda que na língua é mais da horra. É como xe eu foxe um vilão de anime de ninrra! Hehe!

— Que diabos que o Gengar fez para botar a Chandelure pra dormir? – reclama Hydreigon – e combinando com Z-Crystal... coisa boa é que não vai sair!

— Chandelure tá ferrada! – comenta Togekiss.

— Tá nada, pois você vai entrar no lugar dela! – ordena a dragoa.

— Eu? – questiona o voador.

— Sim! Se deixarmos que o Gengar derrote a Chandelure agora, ele vai poder colocar outro integrante do nosso time pra dormir! Você sabe sobre a cláusula do sono, não é? Que, segundo essa regra da Smogon, um combatente só pode colocar um segundo adversário para dormir se aquele que já estiver dormindo acordar ou for derrotado! – explica Hydreigon Então entre logo no campo e dê um jeito de paralisar o Gengar!

Nisso, ela puxa a Chandelure pelo “braço” enquanto Togekiss entra em campo. O voador leva de cara uma Bola de Sombra. A dragoa coloca a ígnea delicadamente no piso.

— Não se preocupe querida! Vamos derrotar todos eles sem que você tenha que acordar!

— Enthou rogo o fadirra! – disse o fantasma malicioso.

— Vou acabar com sua festa! – declara Togekiss. Mas antes que pudesse emitir sua Onda Trovão, uma enorme onda de uma substância negra se ergue contra ele. Eram as Ondas Venenosas, que acabam cobrindo o Pokémon fada e o derruba no chão. Ele fica debilitado por estar impregnado com substâncias tóxicas.

— Togekiss está fora de combate! – anuncia Conkeldurr.

— YEESSSSSSH! – comemora Gengar.

— Não fique feliz assim não seu bobo alegre! – Hydreigon entra para vingar o companheiro – agora você vai sentir a fúria das trevas!

— Opah! Thava the esperrando! – Gengar fala de modo desafiador.

— E FALE DIREITO SEU MALDITO! – a dragoa estava irritada – com Impulso Negro, não vai lhe restar nada além da escuridão!

— Se voxê rai athacar com thevas, eu rou thi athacar com a luichi!

— QUÊ?

Em um gesto, Gengar dispara uma rajada brilhante em direção Hydreigon. Era o Brilho Mágico, um movimento do tipo fada no qual a dragoa era extremamente vulnerável.

— VAI TOMAR NO... – não dá tempo de ela terminar a sentença, pois a rajada de luz acaba deixando-a atordoada e a derruba ao chão.

— Hydreigon está fora de combate!

— ORRAIIIIIII! – comemora Gengar. Ele tira o Psychium Z da boca ergue a mão que segura o objeto.

— ESSA FOI PELO STARMIE! – declara o fantasma em voz alta – essa estratégia foi dele! Mesmo que ele não esteja aqui presente hoje, é como se ele estivesse ainda lutando conosco!

Mas logo, o fantasma fica em guarda novamente, já que o próximo a entrar é o Mamoswine.

— Então esse Z-move aumentou sua velocidade, eu suponho! – ponderou o terrestre – pois você conseguiu ser mais rápido do que a Hydreigon, que estava usando o Cachecol da Escolha.

— Bela suposição! – respondeu o fantasma – vocês deveriam dar uma estudadinha nesses Z-moves.

— Mas você só conseguiu utilizar essa estratégia porque foi o Starmie que estudou esses efeitos, não é? – continuou Mamoswine – a estrela era um dos adversários que eu mais temia em enfrentar. Mas como ele não está aqui, vocês tem poucas chances contra mim!

— Vamos ver se você aguenta essa! – Gengar dispara uma Bola da Sombra. Mas o javali ainda se mantém de pé.

— Faça meu favor fantasma! – Mamoswine logo levanta suas patas e as bate fortemente no chão, causando um forte tremor de terra, que atinge em cheio o Gengar. Ele não resiste ao Terremoto.

— Gengar está fora de combate!

Então Scizor entra diante de Mamoswine. Ela o observa intensamente por alguns segundos e logo dispara um Soco Pistola com finalidade de derrubar o Pokémon de gelo. Mas com ajuda de Empoleon, Mamoswine consegue trocar de lugar com Chandelure. A fantasma leva pouco dano do golpe de Scizor.

— Covardes! Colocam alguém dormindo no campo de batalha! – disse a inseto indignada.

— Isso não é exatamente um sacrifico! – fala Mamoswine – você é capaz de derrotá-la? Mesmo ela estando dormindo?

Agora Scizor estava diante de Chandelure. Mas sua adversária é um Pokémon de fogo. Se ela acordar, poderá derrotar a metálica facilmente com um golpe de fogo. Scizor poderia desferir o Derrubar, que é um golpe noturno que poderia desbancar a Chandelure. Mas Scizor sente seu corpo paralisar devido aos resquícios de trauma que a assolam. No fundo, a inseto ainda não superou completamente aos eventos daquela noite no Bar Florestal. Mesmo que a Chandelure fosse uma dos que a ajudaram, Scizor ainda não tinha coragem de enfrentar um Pokémon de fogo. Logo ela lançou um olhar de desespero para o resto do time. Krokoodile percebeu o temor da companheira.

— Tentacruel, troque de lugar com a Scizor!

Prontamente o água-viva entra no campo.

— Gente me desculpe! – Scizor falava baixo para os outros membros do time.

— Scizor! Num se force a enfrentar um ígneo! – disse Krookodile calmamente. Lembre-se que tamo num time! Sei que você passou num perrengue por causa da Volcarona.

No campo, vendo que Chandelure não acordou, Tentacruel resolve disparar o Escaldar. Mas logo Empoleon entra na frente dela e toma no seu lugar o jato de água quente.

— Agora você não poderá fazer mais nada contra mim Tentacruel! – declarava o Pinguim.

— Digo o mesmo para você! – o água-viva não se abala com as palavras do colega e lança Espinhos Tóxicos no seu campo.

— Não entendeu que você não pode fazer nada contra mim? – Empoleon usa o Dispersar, que retira tanto os Espinhos Venenosos como as Rochas Flutuantes do seu campo.

— Saco! Isso pode ficar demorado! – resmunga Tentacruel, que novamente joga espinhos tóxicos no campo de Empoleon.

— Humf! Cara insistente! – Empoleon lança Rochas Flutuantes no campo de Tentacruel.

Mas o venenoso vai logo usando seu Giro Rápido para remover as rochas do seu lado do campo. E ele acaba encostando-se ao pinguim, que prontamente defende com suas resistentes asas.

— Pois é! E dizem que o Giro Rápido está obsoleto! – comenta Tentacruel – mas posso colocar minhas armadilhas e remover as suas sem que precise remover as minhas!

— Pois então devo acabar logo com você! – Empoleon finca suas asas no chão, causando um tremor de terra. Tentacruel é surpreendido pelo Terremoto do adversário.

— Cara, não esperava por essa! – disse o água-viva meio cambaleante.

— O que esperar de um time que tem metade dos seus membros fracos a golpes terrestres! – disse Empoleon triunfante.

Tentacruel vê que é o momento para sair de campo. Sceptile entra no seu lugar. Mas o vegetal não imaginava que o pinguim estava preparando um poderoso movimento. Um cristal brilhou de uma tornozeleira que envolvia o seu pé direito. Logo, Empoleon disparava um poderoso Voltex Hidráulico.

— Nós também treinamos o Z-moves! – declarava o aquático.

Uma coluna de água envolveu Scepitile. O vegetal tinha dificuldades de se mover e respirar enquanto o voltex durava. Mesmo sendo um vegetal, acabou levando muito dano no golpe.

— Maldito... cof cof... mas vai ver só... – o réptil tenta recuperar o fôlego e ativa sua mega-evolução.

— Mas agora que ele se transformou, vai ficar bastante resistente a água! Eu deveria ter posto um movimento de gelo! – murmura Empoleon. Ele não ver outra saída senão sair do campo. Manectric entra no lugar dele. Ela pisa nos espinhos venenosos de Tentacruel e acaba se envenenando.

— Vou recuperar minha saúde perdida! – as folhas do braço de Sceptile se estendem e envolvem o pescoço de Manectric, que tem suas forças sugadas devido ao Giga Dreno.

— Qualé largatixa verde! Vai ver só! – no colar da elétrica estava acoplada uma mega-pedra, que emana uma energia responsável pela maga-evolução de Manectric. Seus pêlos amarelos da cabeça e costas crescem de forma exponencial adquirindo formato de um raio. Ela usa sua grande velocidade para avançar em Sceptile. Ela iria usar um poder oculto de Gelo para derrubar o réptil. Mas o piso mais uma vez treme e a elétrica é pega no Terremoto.

— Manectric é derrotada!

— Pelo amor de Arceus! – desabafa Sceptile – chega dessa história de Poder Oculto do Gelo.

— Mas você ainda não se livrou do frio! – Mamoswine entra em campo. Mas ele não consegue evitar o envenenamento pelos espinhos.

— Sceptile, deixe esse comigo! – Tentacruel entra e leva o dano do Estilhaço de Gelo.

— Muita coragem água-viva! – Mamoswine parecia meio aborrecido por não ter derrotado Sceptile. O javali resolve sair do campo e Empoleon entra em seu lugar.

— Mamoswine deve estar usando item de escolha não é? – deduziu Tentacruel, que dispara um jato de água quente contra o pinguim, tendo sucesso em queimá-lo.

— Você de novo vizinho? – Empoleon encara Tentacruel.

— E agora que você está queimado, não vou mais temer nem mesmo seus terremotos! – fala o venenoso.

— Você pode não ser muito forte, mais realmente é irritante te enfrentar! – Empoleon resolve aproveitar para colocar Lâmina de Rocha no campo adversário. Tentacruel sai do campo. O pinguim se surpreende ao ver que é Infernape que está o encarando.

— Cara de pau a sua por entrar na frente de um aquático!

— Você não iria lançar um ataque aquático no Tentacruel não é? – falou o macaco – mas agora que to aqui, tu tá ferrado parceiro!

Logo o lutador avança com seu combate próximo, mas Empoleon rapidamente sai do campo e Mamoswine empurra Chandelure no lugar dele. Infernape atinge a fantasma com vários golpes, mas nenhum deles surtiu efeito na adversária.

— Vocês são covardes mesmo! – declara Infernape.

Mas contra a Chandelure, Infernape não tem muitas opções de ataque. Mas o ígneo deduz que ela deve ter se machucado muito com as Lâminas que estavam no campo deles. Pode ser que um Soco do Trovão bastasse para derrotá-la.

— Foi mal Chandelure, não gosto de bater em alguém que ta dormindo, mas tamo em batalha não é mesmo?

Mas assim que ele atinge o punho nela, ele ver que seus brilhantes olhos amarelos se abriram. Uma força psíquica imobilizou seu corpo, e então ele é arremessado para a arquibancada através da telecinese, caindo entre os bancos.

— AAAAAAAAARRRRRRRGGGGGG...

— Infernape está fora de combate!

— O que foi que eu perdi? – questionou a fantasma, que logo voltou seu olhar para o painel – saco, metade do time já foi derrotado!

— I tu é a próxima! – Krookodile entra em campo.

— Humf! Vou ao menos te levar também! – Chandelure estava prestes a lançar uma bola de energia em Krookodile, mas a terrestre foi mais ágil e abate a lustre com Derrubar.

— Continue dormindo ai minha filha!

— Chandelure está fora de combate!

Mas Mamoswine se coloca diante da noturna. Ele repara que Krookodile mal se aguenta em pé.

— Você não ta muito bem, não é! Realmente o Meteóro do Dragão fez um bom estrago em você.

— Poisé! Mas pelo menos vou fazer minha parte! – Krookodile recoloca as lâminas de Rocha. Mamoswine a finaliza com um terremoto.

— Krookodile está fora de combate!

— Pode entrar Sceptile! – avisa Tentacruel.

— Mas ele tem ataque de prioridade de gelo! – lembra o vegetal.

— Ele deve está com a Bandana da Escolha! – cochicha o aquático – ele deve está travado em um só golpe e não é com o cachecol, pois a Krookodile ainda conseguiu colocar as rochas antes de ser derrotada! Pode ir tranquilo que ele está travado no Terremoto.

— Se é o que você diz! – Sceptile concorda em entrar no campo.

Mas Mamoswine demonstrou aflição ao ver que o vegetal está em campo. Com isso, Sceptile percebe que a dedução de Tentacruel está correta, então ele dispara uma Tempestade de Folhas. O Pokémon de Gelo sai do campo e Empoleon teve que entrar no lugar dele, recebendo todo poder do movimento de grama.

— E não é que o água-viva tá certo? Puff.. puff... – disse Sceptile animado, ainda que meio ofegante por ter posto muito esforço no golpe.

— Ele deve ter tentado atingir o Tentacruel! – repara Scizor.

Empoleon tenta derrubar o vegetal o atacando sucessivamente com Bomba Hidráulica e Terremoto. Mas Sceptile utiliza primeiramente o Giga Dreno para manter suas energias e quando percebeu que Empoleon estava bastante exausto, ele resolveu finalizá-lo com um terremoto.

— Empoleon está fora de combate!

Agora só restou o Mamoswine. Ele furiosamente queria acabar com o Sceptile com o Estilhaço de Gelo.

— Sceptile, você já fez o bastante! Deixe o resto comigo! – pedia Scizor.

Prontamente ele cede o lugar para a inseto, que recebe sem problemas o movimento de gelo. O javali não desiste e lhe atinge outro Estilhaço. Mas Scizor desfere sucessivos Socos Pistolas no Pokémon de Gelo, o levando ao chão.

— Mamoswine está fora de combate! Vitória para o time A1! – anuncia Conkeldurr.

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Era tarde da manhã quando Starmie finalmente saiu da banheira. Ele havia passado a noite inteira chorando de frustração e já era quase de manhã quando finalmente pegou no sono. A estrela estava sonolenta, seu núcleo estava dando umas piscadas e seu brilho estava um pouco enfraquecido. Ainda sentia pontadas nele.

A estrela revirou a estante, o armário e a geladeira e viu que estava sem medicação e comida. Por sorte, próximo a praia donde seu prédio se localiza, havia uma farmácia e também uma loja de conveniência. Pegou sua carteira e foi às compras.

Depois de passar na farmácia, lá estava o aquático na loja empurrando um carrinho com alguns copos de macarrão instantâneo. A estrela não compra comida tão frequentemente, pois diversas vezes, realiza suas refeições na Universidade. Já estava próximo ao caixa, viu uma prateleira com latas de cerveja.

Em uma reação quase automática, Starmie acabou colocando um fardo dessas bebidas. A estrela não sabe muito bem o porquê de está fazendo isso. Sabe que bebida o deixa sem controle. Mas às vezes, quando se sente meio deprimido ou estressado, ele sente vontade de se embebedar na tentativa de se aliviar da tensão. Geralmente ele controla essa vontade, mas nesse momento, parecia que a estrela não iria escutar sua razão.

Mas quando estava passando os produtos no caixa, ouviu-se de sopetão o grito de Alomomola:

— STARMIE! QUE HISTÓRIA É ESSA DE ESTAR COMPRANDO BEBIDA?!

A peixe se dirigiu a um Mr Mime que era o caixa que estava atendendo Starmie:

— O senhor não tem vergonha de vender bebida alcoólica para um Pokémon aquático e psíquico. Que ainda está com um ferimento no núcleo?

— Senhorita, nosso trabalho é só fornecer o produto que o cliente escolher. Se esse Starmie quer comprar essas bebidas, nós não podemos impedi-lo de adquiri-las. Além disso, já passamos esse fardo no caixa! – disse o atendente.

— Pois pode estornar esse fardo! – continuou Alomomola – ainda por cima nem pede o documento dele, não é? Tem a audácia de vender bebida alcoólica para um menor de idade! Pois pode ter certeza que os órgãos fiscalizadores vão adorar em saber que nesse estabelecimento é vendido cervejas para menores de idade.

Starmie ia mostra seu documento que prova que é maior de idade. Mas com sua nadadeira, Alomomola o impede de mostrar a documentação.

Sem escolha, o caixa pede ao gerente o estorno das bebidas. E então os dois saem do estabelecimento. Mas Starmie ficou meio emburrado com a atitude de Alomomola.

“Você sabe que sou de maior! Você sabe que eu completei vinte e um anos na semana passada! Você esteve na comemoração!”

— Não se faça de sonso! Que história é essa de comprar cerveja no estado que se encontra! Quer piorar sua situação? – perguntou severamente a Alomomola.

“Não é da sua conta!” responde a estrela.

— Pelo visto, está agindo como se ainda fosse de menor! – suspira a aquática – o que está fazendo aqui.

“Comprando meu almoço!” responde a estrela mostrando os copos de miojo.

— Isso é seu almoço?! – disse a peixe incrédula – deveria ter estornado a compra toda! Não sabe que devemos nos nutrir bem para manter o nosso desempenho nos combates? Uma boa nutrição é essencial para deixar nossos atributos otimizados. Venha comigo e vamos comer algo descente no meu apartamento.

“Alomomola, não tem necessidade disso... eeeiiii!” Starmie acabou sendo carregado pela nadadeira dorsal dela até o edifício submarino.

No apartamento de Alomomola, a aquática repara que o psíquico está meio cambaleante.

— Ei Starmie! Desde quando você não come?

“Não comi desde o almoço de ontem!”

— Como você ainda conseguia se manter em pé? – abismada, ela pega uma fruta Oran da geladeira – coma isso aqui enquanto eu faço o almoço!

A estrela vai comendo a fruta bem devagar enquanto Alomomola vai colocando o arroz no fogo. Depois, ela usa sua nadadeira peitoral para segurar uma faca e vai picando legumes para fazer um curry. A refeição ficou pronta em meia hora.

— Pronto, pode comer! – ela faz dois pratos com arroz e curry.

Starmie teve que se virar de costas para comer na mesa. Pegou a colher com uma ponta e coloca a comida na boca que se localiza na estrela de traz.

“Você deve achar muito esquisito o modo como eu como!” apesar de não está olhando para Alomomola, a estrela está deduzindo que ela pode está estranhando o jeito que ele come.

— Não se encabule com isso, por favor! – disse a peixe – é a maneira de como sua espécie se alimenta, não é? Você não deve ter vergonha disso!

Starmie não sabe se ele estava com tanta fome ou se Alomomola realmente sabia cozinhar muito bem. Podem ser ambas as coisas. Mas a comida que ela fez estava deliciosa.

— Ei Starmie! O Tentacruel realmente estava muito preocupado com você! – ela resolve puxar assunto.

A estrela ficou subitamente constrangida ao ouvir o nome dele. “O que ele te disse?”

— Bem, ele disse que você anda muito estressado e ficou muito abatido quando teve que abandonar a avaliação.

“E mais alguma coisa?”

— Isso é só o que sei! Aconteceu algo mais?

Passaram-se alguns minutos de silêncio.

“Fui grosseiro com ele!” disse a estrela constrangida.

— Como assim?

“Ele estava me oferecendo ajuda! Mas eu acabei gritando com ele. Eu só queria ficar sozinho, mas... e ainda usei telecinese nele... Sou idiota mesmo!”

— Realmente deve está tendo dificuldades de lidar com seu estresse! – Alomomola fala de modo gentil - mas sabe, todos nós passamos por situações difíceis de vez enquanto. Mas acho que em momentos como esse é que devemos contar um com outro. Pois afinal, muitos de nós estamos longe de nossas famílias, então seria bom se nós, que somos vizinhos pudéssemos contar um com outro!

“Devo pedir desculpas a ele!”

O celular de Alomomola toca. Ela atende a ligação.

— Alô? Sharpedo querido!... E ai, como foi sua batalha?... Ganhou?... Que bom!... Quem são os adversários da final?... O time A1?!... Esse time é bem forte viu?... Tem a Scizor!... Mas sei que vocês podem vencê-los!... Só não subestime seus adversários querido!... Eu estou bem!... Estou almoçando com o Starmie!... - ela abaixa o tom de voz – longa história, depois te conto! - eleva a voz de novo – Tá, então boa sorte nas finais!... Tchau meu Baby Shark!... Beijos! – e encerra a ligação.

“Ei, o time do Sharpedo é finalista contra o time A1?” questiona a estrela.

— Sim! A final é entre os times A1 e B2! – explica a peixe – o A1 é o seu time não é?

“É sim!”

— Mas acho que o time B2 é que pode ter mais chances de vitória! – Alomomola mostra uma certa empolgação – afinal, ele tem a representante Latias, que é uma das estudantes mais inteligentes da Smogon. E o Sharpedo pode se tornar um perigoso swepper com sua habilidade e sua mega! E ainda tem o Rotom! Ele está na mesma situação da Scizor, pois ele também faz parte de suas disciplinas em OU e não precisaria fazer as avaliações em UU. Mas ele está no time da Latias e ele está usando logo a forma Heat, que é elétrico e fogo, pior combinação possível para a Scizor! E ele é imune a ataques terrestres.

Starmie ficou meio preocupado pelo o que Scizor pode passar. Rotom está a pouco tempo em UU, mas logo se firmou entre os melhores da sala.

— A Heracross e o Nidoking também são bons combatentes! – continua Alomomola – mas acho que a pior de todos é a Serperior! Essa desgraçada me machucou feio. Acho a habilidade Contrário dela muito roubada! Onde já se viu? Alguém aumentar seu poder ao desferir uma Tempestade de Folha, um movimento que requer bastante esforço. Se as dragoas de UU pudessem fazer o mesmo, só Arceus com placa de fada na causa!

Starmie sabe que seus companheiros estão se esforçado nessa avaliação. Ainda se sente muito frustrado por não participar das lutas. Mas percebeu que poderia fazer, pelo menos, algo para eles. Mas antes disso, tinha que se acerta com Alomomola.

“Alomomola! Obrigado pelo almoço! E me desculpe se eu fui rude de alguma maneira com você! E também lhe agradeço por evitar que eu faça... uma bobagem! O que posso fazer para te agradecer?”

— Se você simplesmente descansar no seu canto, se cuidar e não me aprontar mais nada, pra mim já está de bom tamanho! – responde a aquática suspirando. Ela também já se sente meio cansada e gostaria de repousar.

“Posso ao menos lavar a louça do almoço?” oferece a estrela.

— OK! Obrigada! – aceita a peixe.

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No refeitório, todos os integrantes do time já haviam almoçado e discutem as estratégias do time.

— Quero ver a Latias escapar da nossa estratégia! – disse Krookodile em cumplicidade com a Scizor.

— Tem certeza que devo usar Terremoto? – pergunta Infernape.

— Seria bom! – responde Scizor – você havia ficado sem muitas opções contra a Chandelure. Talvez isso lhe seja útil nessa batalha.

Mas o celular de Scizor emite um sinal sonoro. Ela pega no aparelho e se surpreende pela mensagem que recebeu.

“Boa Sorte nas finais!”

Era uma mensagem de Starmie, ela não evitou em abrir um autêntico sorriso.

— Ei recebi uma mensagem de Starmie! – disse Gengar eufórico.

Krookodile, Infernape e Sceptile também receberam a mensagem de boa sorte em seus respectivos aparelhos.

Mas quando Tentacruel foi olhar para o seu celular, ele recebeu a seguinte mensagem:

“Desculpe-me! E Boa Sorte!”

Com isso eles se sentem ainda mais motivados para a batalha final.

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Glossário

Meteoros do Dragão (parece fusão de golpe de Saint Seiya) - Draco Meteor

Hipnose - Hypnosis

Estilhaço de Gelo - Ice Shard

Bola de Energia - Energy Ball

Notes:

Eu queria que esse arco das provas acabassem já nesse capítulo! Mas pelo visto, ainda teremos mais um capítulo... Mas eu juro que o próximo vai ser a luta final, que já a tenho bem esquematizada, talvez eu consiga postar esse capítulo bem mais ligeiro. Agradeço àqueles que estão acompanhando essa fic!

Obrigada pela leitura! (e pela paciência)
Até mais!

Chapter 14: Capítulo 14 - Uma batalha Emocionante, uma Proposta Inesperada

Notes:

Finalmente vou concluir o primeiro grande arco de Universidade Smogon.

Sem mais delongas, tenham uma boa leitura!

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

Após ajudar Alolomola com a louça do almoço, Starmie volta para o seu apartamento e resolve, através do celular, mandar mensagens de boa sorte aos membros de seu time. Para Tentacruel, também lhe mandou um singelo pedido de desculpas. Mas irá falar com o venenoso mais apropriadamente mais tarde, quando ele chegar.

A estrela já estava indo se deitar para descansar um pouco, mas acaba recebendo um chamado no seu aplicativo de mensagens.

“Zapdos?”

Ele pega o aparelho e começa a respondê-lo:

“Quartz: Olá? Zapdos?

Spark: Oi Starmie, há quanto tempo a gente não se fala! Como vai?

Quartz: Vou bem! Na medida do possível!

Spark: Não veio pra faculdade hoje?

Quartz: É que sofri um acidente ontem! Mas nada de grave!

Spark: Vixiiii! Um acidente?!

Quartz: Sim, peguei dois dias de atestado!

Spark: Tu tá de atestado!? Entendo! Mas você vai estar bem na terça, não vai?

Quartz: Creio que sim! Por quê?

Spark: Bem, vou precisar de sua ajuda! Mas como você está de repouso, mais tarde eu passo na sua casa para te explicar melhor! Pode ser assim?

Quartz: Você vem aqui? Pois está bom!

Spark: Valeu Starmie! Sabia que eu posso contar com você! Então até mais!

Quartz: Até!”

Starmie estranhou esse repentino pedido de Zapdos. O que será que ele quer?

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No estádio Red 1, os dois times finalistas se preparam para a derradeira batalha. Nidoking do time B2 estava sentado com seu estojo de TM’s. Havia vários CD’s espalhados no chão. Ele estava decidindo seu moveset.

— Vamos ver... nessa batalha, Raio de Gelo e Lança-chamas serão obrigatórios. E é lógico que preciso de um movimento terrestre contra eles. Relâmpago nem pensar! Entre eles há dois que são imunes a eletricidade! Talvez um movimento de suporte...

— Parece uma fêmea escolhendo um acessório para sair! – debochou Sharpedo.

— Cara, não tá vendo que tô me planejando para a batalha?

— Está querendo engolir todo mundo com esses movimentos?

— Você sabe, cobertura é só com o papai aqui! – se gaba Nidoking.

— Humf! Pois eu vou sweepar esse povo todinho só pra você não precisar dessa cobertura! Hehe! – o tubarão se gaba mais ainda.

Mas Latias não gosta de ver como esses dois estão se competindo entre si.

— Ai ai... lá vem eles querendo se mostrar melhor do que o outro! – disse suspirando.

— Não liga pra eles! – fala Heracross – eles não têm jeito! Isso é coisa de macho mesmo.

— E cadê a Serperior!

— Gente, me desculpe o atraso! – Serperior acaba de entrar apressada no vestuário – é que fui abordada pela Diance, que estava querendo tratar de um assunto urgente comigo.

— E o que era? – perguntou Latias.

— Vou dizer os detalhes depois! Nesse momento devemos nos focar na nossa luta final, não é mesmo?

Em um canto mais afastado do vestuário, Rotom se comunica com Aegislash através de mensagens de texto no celular:

Brastmp: Não creio que essa luta vá trazer dados novos, já que todos os integrantes do time A1 possuem táticas já bem conhecidas na Smogon. Mas consegui bastante informação na nossa luta na semifinal, especialmente daqueles três Pokémon de Alola!

Queen: Certo! Mas não deixe de prestar atenção na luta mesmo assim! E ainda é possível que eles possam trazer algo novo!

Brastmp: Pode deixar representante! Vamos ver o que eles têm a oferecer! Agora vou desligar, eles estão me chamando!

Queen: Ok! Tenha uma boa batalha!”

Rotom se junta aos demais, e assim, vão concluindo os preparativos, quando ouviu-se a voz do professor no equipamento de som:

“OS TIMES A1 E B2 SE DIRIJAM IMEDIATAMENTE À ARENA PRINCIPAL DO ESTÁDIO SHOWDOWN!”

A batalha final ocorrerá no Metasingle, onde as lutas mais importantes da Universidade ocorrem. A quadra é bem mais ampla que a do Red 1 e possui gramado. A arquibancada vai se enchendo de Pokémon de todas as classes para assistir essa disputa. Logo, os doze finalistas entram em campo.

— Bora pessoal! Agora vamu botar essa budega pra tremer! – Krookodile anima o time.

— BOOORAAA!! – grita os outros.

— Vamos dar o nosso melhor! – anuncia Latias.

— É ISSO MESMO! – acompanham os outros integrantes do time B2.

Nessa batalha, o próprio professor Solgaleo será o juiz. Ambas as equipes vão se encarando na expectativa do combate que está prestes a se iniciar. O leão finalmente autoriza a batalha:

— Iniciem a luta!

Sharpedo e Tentacruel são os primeiros a entrarem em campo.

— Então dessa vez a jacaré não foi a primeira? – comenta o tubarão – não importa, agora vou me preparar para limpar o chão com a cara de vocês!

O Sharpedo ergue uma barreira que o protege de qualquer ataque. É o movimento Proteção. Tentacruel aproveita que ele não vai atacar no primeiro turno para infestar o campo adversário com Espinhos Venenosos.

— Seus esforços serão inúteis! – em sua barbatana, estava uma faixa na qual estava fixada uma Mega-Pedra. O objeto começou a brilhar e cicatrizes surgiam em sua pele. Suas presas ficaram mais afiadas e seu corpo se alongou. É sua Mega-evolução. E ele havia aumentado sua velocidade devida a sua habilidade que tinha antes de mudar de forma, a Impulso.

Então, ele avançou no água-viva e lhe deferiu o Triturar, fincado os dentes na parte superior azulada de seu corpo. Mesmo ferido, Tentacruel ainda se mantinha calmo. Ele resolveu usar o Icium-Z, um cristal que estava acoplado em uma faixa de um de seus tentáculos. O objeto emanou seu poder e criou-se uma espessa névoa em volta dos dois, cobrindo a visão de Sharpedo. E a velocidade do tubarão ainda foi reduzida devido aos efeitos desse estranho nevoeiro.

— DESGRAÇADO! CADÊ TU?

Mas um jato de água quente o atinge e lhe causa queimaduras.

— AAAARRRGGGG!!! ISSO É FALTA DE RESPEITO!

Tentacruel havia desferido o Z-Névoa, que retira as mudanças nos atributos de todos no campo e restaura a vitalidade do usuário.

A neblina vai se dispersando, mas na frente do tubarão já não estava mais o Tentacruel, e sim o Sceptile, que já estava mega-evoluindo.

— Droga, desse jeito não dá para encarar o Sceptile!

Ele queria sair do campo, mas ele viu que nenhum dos companheiros de equipe queria mudar de lugar com ele.

— Já era meu amigo! – fala Nidoking – você foi queimado e ainda não pode mais elevar sua velocidade.

E os outros acenaram a cabeça concordando com o Nidoking.

Sharpedo ficou desesperado. E Sceptile estava preparando uma Tempestade de Folhas para o tubarão. Logo o poderoso golpe vegetal atinge o aquático em cheio e ele é arremessado para a grade que separa a arquibancada do campo.

— ISSO É FALTA DE REEEESPEEEEEEEEEEIIIIITOOOO! – PAAAFT! Ele bate na grade de segurança.

— Sharpedo está fora de combate! – declara Solgaleo.

Enquanto isso, Cloyster estava assistindo a luta com sua colega Milotic.

— Hum... então ele usou a Icium-Z dessa maneira?

— Ei não foi aquele Z Crystal que vocês ganharam juntos contra aquela totem há algumas semanas atrás? – perguntou Milotic.

— Foi sim! Por quê?

— Você acabou deixando com ele! Será que quer voltar a ficar com o Tentacruel? – sugeriu Milotic em um tom meloso.

— Arceus me livre! – negou a Pokémon de Gelo – só amizade com ele já ta bom demais! Só deixei o cristal com ele porque ele precisa mais disso do que eu.

— Tá bom senhorita da concha quebrada! Não está mais aqui quem falou!

A batalha prossegue. Nidoking entra em campo. Como ele é do tipo venenoso, ele foi capaz de remover os espinhos que Tentacruel havia colocado.

— Pô meu! Tá tirando os espinhos venenosos que coloquei com tanto carinho! – brinca o aquático.

Nidoking é conhecido por ter a disposição uma grande variedade de movimentos e ótima capacidade de predição das estratégias dos adversários. Sua habilidade Força Absoluta incrementa o poder de muitos desses movimentos. Realmente um adversário perigoso de se enfrentar.

— Ei Sceptile! Saia daí e... – Scizor ia pedir para que o vegetal trocasse de lugar por ela. Mas ele a interrompeu com um aceno de mão, dizendo que vai se manter no campo.

“Agora eu te pego Scizor!” Nidoking desfere o Lança-chamas no adversário, mas é surpreendido por um tremor de terra. Sceptile não apenas se manteve no campo, como também recebeu o golpe de fogo e desferiu um Terremoto no venenoso.

— Ouch... não pode ser! – Nidoking sentiu o dano do movimento terrestre – você teve a cara de pau de se manter em campo?

— Tu tava achando que iria pegar a Scizor, não é? – Sceptile bate no peito – pois saiba que graças à tipagem de dragão que ganho na mega-evolução que eu posso tankar os ataques de fogo. Aqui é cabra macho meu compadre!

— Se fosse um ataque de gelo, tu estaria chorando feito filhotinho! – retrucou Nidoking.

Sceptile desfere outro terremoto na tentativa de abater o Nidoking. Mas o venenoso sai do campo e entra no lugar o Rotom. Ele estava na sua forma Heat, na qual assume a aparência de um fogão e possui a tipagem elétrica e ígnea. O terremoto não o afeta devido a sua habilidade Levitação, o que provoca frustração no vegetal.

“Olá! Beep! Então você diz que é capaz de aguentar os ataques de fogo? Pois quero ver como você lida com isso!” o elétrico abre a porta do “forno” em seu estômago e sai uma forte onda de calor.

Rapidamente Sceptile sai do campo e Tentacruel prontamente entra em seu lugar para aparar esse Super Calor.

— Você num disse que pode suportar qualquer ataque de fogo? – perguntou Krookodile ao ofegante Sceptile.

— Eu disse que posso aguentar um ataque de fogo! – se defendeu o vegetal – mas não creio que posso aguentar um segundo, ainda mais um fodendo Super Calor.

Já no campo, Tentacruel se preparava para um próximo passo:

“O Super Aquecimento reduz seu poder temporariamente, e ele pode está com o cachecol! Essa é a chance de atacá-lo!”

“A Aegislash tinha razão! Agora a pouco o Tentacruel trouxe uma estratégia inusitada que resultou na eliminação de Sharpedo!” ponderou Rotom. Depois ele se voltou para o aquático “Bom Tentacruel, foi bom te ver lutando, mas agora devo deixar o palco! Beep! Boa sorte com a representante! Vai precisar! Bep bep”

O fogão sai para dar entrada para a Latias. O Escaldar a atinge, mas quase não lhe aflige dano.

— Essa é minha chance! – Krookodile ver uma oportunidade para entrar na luta – Tentacruel, borá trocar.

Prontamente o aquático lhe cede a vez. Mas Latias simplesmente faz um leve movimento com as mãos e asas.

— Agora tu tá lascada! – a noturna avança sobre a dragoa com Perseguição no intuito de eliminara se ela tentasse fugir. Mas logo percebeu que Latias não se movia. Aparentemente ela estava se concentrado no Mente Calma.

— Tu é corajosa! Mas mesmo assim cê não vai sair ilesa! – Krookodile avança sobre a Latias, mas quando a alcança, vê que ela simplesmente se desfaz em um amontoado de penas que se espalham no campo e desaparecem. A terrestre fica sem entender nada.

— Cadê tu criatura?

— Aqui! – Latias surge atrás de Krookodile, preparando um poderoso Meteoro do Dragão. Assim ela disparou uma saraivada de meteoros na adversária. Essa sucessão de golpes levantou poeira no campo e deixou os expectadores extasiados.

— O que houve ai? – Scizor fica sem entender o que está acontecendo e se preocupa com a companheira.

Quando a fumaça diminuiu, Krookodile estava no meio do campo, desacordada.

— Krookodile está fora de combate!

Então Scizor entra no campo para vingar a companheira.

— Não sei que você fez Latias, mas isso não vai ficar assim! – a inseto avança sobre a dragoa com a Perseguição, mas quando acha que vai atingi-la, o estranho fenômeno das penas esvoaçantes ocorre novamente. Scizor acaba entendendo a estratégia de Latias.

— Está usando Substituição! É através disso que você consegue superar a nossa estratégia de te deter com perseguição, não é?

— É de se esperar que você descubra isso cedo ou tarde! – disse a psíquica calmamente.

Mas Scizor sabe que a Substituição desgasta o usuário. Latias poderia ser abatida com um Soco Pistola. Ela vai enfrentar a dragoa, mas entre elas, se coloca Heracross, que é atingida no abdômen, mas segura com força a garra de Scizor com as mãos.

— Finalmente iremos nos enfrentar! – a lutadora está empolgada.

Scizor tenta golpeá-la com outra garra, mas ela solta a garra da adversária e desvia do golpe com o movimento Detectar.

— Heracross... você está com a Orbe Flamejante? – a metálica repara em um objeto alaranjado fixado no braço dela através de uma pulseira. Ela sabe da habilidade de Heracross, que faz com que o ataque da lutadora se eleve caso esteja com algum mau status. E a Orbe Flamejante deixa a Heracross queimada.

— Eu disse que iria te enfrentar com todas as minhas forças! – declarou a besouro.

As duas insetos se entreolharam por alguns segundos. Em seguida, elas avançaram uma na outra e começaram a trocarem golpes. Scizor com Soco Pistola e Heracross com Combate Próximo. Ambas vão conectando socos uma na outra e ecoando gemidos de dor e esforço. Esse combate vai levando a platéia a loucura e logo todos vão urrando de empolgação.

— VAI SCIZOOOOOOR!!!!!

— DAR LHE NELA HERACROSS!!!!

— Vixe, essas duas estão tendo um combate tão intenso! – comenta Infernape admirado com o embate delas – uma luta digna de machos... apesar delas serem fêmeas!

— E elas são amicíssimas! - completa Gengar – imagine se elas estivessem brigando de verdade!

— Isso que é uma bela luta entre mulheres, não é Latias? – fala Serperior se voltando para a companheira.

— VAI HERACROSS, CONTAMOS COM VOCÊ! – Latias torcia emocionada – GENTE!!! AS DUAS ESTÃO MARAVILHOSAS!!

E a porradaria entre as insetos durou uns dois minutos. Heracross acabou atingindo um soco em cheio no tórax da inseto vermelha que a lançou a alguns metros de distância e a deixou sem ar. Então a azulada resolveu avançar para lhe dar o golpe de misericórdia. Mas quando chegou perto, ela só sentiu um forte golpe no seu tórax. A garra de Scizor estava pressionando o corpo de Heracross com sua garra. A lutadora vai perdendo a visão e a consciência. Mas ela ainda faz o possível para esboçar um sorriso para amiga antes de cair no chão.

— Heracross está fora de combate!

Scizor também fica de joelhos no chão. Apesar de ter saído vitoriosa contra Heracross, ela recebeu muitos golpes e mal tem forças para se manter em pé. Rotom já está diante dela.

— Que droga... – disse a inseto ofegante.

Mas seu braço é puxada pelo Infernape que simplesmente a lança para o campo de espera. O ígneo acaba levando um Troca Elétrica e Rotom sai do campo para dar lugar ao Nidoking.

— Infernape, mais cuidado com a Scizor! Ela já está só o pó da rabiola e você ainda a joga com essa sua “delicadeza”! – Gengar chama a atenção do Infernape.

— Cara, eu a salvei de uma derrota iminente e levei eletricidade por ela! – reclamou o chimpanzé - Agora Scizor, dê um jeito de descansar um pouco aí para nós terminamos logo com essa bagaça!

— Certo Infernape... Valeu... – agradeceu a inseto, meio cambaleante.

— Prepare-se Infernape! Pois a terra vai tremer! – Nidoking já se prepara para desferir um Força da Terra contra o Pokémon de Fogo, mas o solo começou a tremer no seu lado. Infernape foi mais ágil e executou um Terremoto contra o Nidoking. O venenoso tombou contra o chão.

— Nidoking está fora de combate!

— Realmente a terra temeu! – disse Infernape passando o dedo sob o nariz.

Agora é Serperior que entra em campo.

— Não poderia ter uma entrada pior do que a tua, cobrinha!

— Tem certeza macaquinho? Não é bom me subestimar! – disse a vegetal encarando o ígneo.

Ela se aproximou do adversário e o encarou olho a olho. Ela lançou um Olhar Penetrante. Infernape sentiu uma intimidação tão forte que seu corpo ficou completamente paralisado.

— ARG... Desgraça... que você fez? – Infernape tenta em vão mover seu corpo.

— Você não vai fazer nada não? – enquanto debochava, Serperior disparava uma poderosa Tempestade de Folhas contra o lutador.

— Essas... folhas não me fazem nada... vai ver só... – Infernape começa a se desesperar. Fica irritado ao saber que está tendo dificuldades contra um Pokémon vegetal.

Serperior lança um Tempestade de Folhas ainda mais poderoso. Dessa vez nem a resistência a ataques vegetais não é o bastante para evitar a derrota de Infernape.

— Infernape está fora de combate!

— A Serperior é realmente perigosa com a sua habilidade Contrário! – fala Tentacruel.

— Sou muito resistente a movimentos de grama! – Sceptile se oferece para entrar no campo – vou dar um jeito nela!

Ele acumula energia em sua boca e dispara um Pulso do Dragão. Mas Serperior acaba fazendo o mesmo e dispara o mesmo movimento contra o Sceptile. Logo as duas rajadas de energia se chocam e eles vão disputando forças com esses disparos. Mas a serpente estava com seu ataque especial elevado, então ela consegue colocar mais energia na sua rajada e o choque dos dois golpes acabam se colidindo em Sceptile. A onda de energia se dissipou no campo e acaba afligindo dano na serpente também. Mas ela consegue se recuperar do impacto e se levanta para ver o lagarto desacordado no campo.

— Sceptile está fora de combate!

— Hehehehe! – a cobra ri maliciosamente – quem será o próximo.

O time A1 se surpreende com a força da vegetal, mas Gengar se mantém calmo e vai para o campo.

— Vou já acabar com sua festa cobrinha!

“Agora o Gengar pode ser complicado!” ponderou Serperior “Tentacruel já realizou o Z-move. Então é bem provável que ele esteja com o Cachecol da Escolha!”

Ela resolveu sair do campo. Rotom entrou em seu lugar. Mas o elétrico foi recebido por uma enorme onda de veneno. Ele consegue se manter em pé depois disso, mas essa substância acabou o envenenando.

“Agora as coisas vão esquentar! Bep”

Sem perder tempo, Gengar desfere outra Onda Venenosa. O fogão ainda não cai com esse segundo golpe. Então ele abre o forno e emite um poderoso Super Calor, emitindo uma forte onda de calor contra o fantasma.

Gengar sente que o ar está quente. Quente até demais. O gramado no campo começa a se incendiar por conta dos efeitos do golpe que acabou sendo crítico para o Gengar. O fantasma não resiste e tomba no chão.

— Golpe Crítico! Gengar está fora de combate! – anunciou Solgaleo ofegante e encharcado de suor.

Logo, surgiram no campo alguns esguichos que dispararam água com finalidade de se evitar um incêndio.

Mas Rotom, que estava sob os efeitos do veneno, também acabou tombando inconsciente no campo.

— Rotom está fora de combate!

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Enquanto isso, em uma calçada próxima a uma praia, caminhavam um Zapdos e uma Diance que estavam a procura de um determinado endereço.

— Teria sido mais fácil se eu tivesse vindo voando do que ter usado transporte público! – suspirou Zapdos.

— Tem certeza que é uma boa ideia pedir ajuda a ele? – questionou Diance – ouvir falar que ele não batalha em OU faz um bom tempo.

— Fique tranquila! Conheço ele desde que entrei na Smogon. Apesar da sua força não ser muito reconhecida nos últimos meses, sei que é um Pokémon bastante confiável, e será bem útil ao nosso time.

— Se é o que você diz... mas olha! Será que não é aquela guarita que estávamos procurando? – aponta a fada.

— Deve ser essa mesma! Então vamos logo que o prazo está acabando! – apressa o voador.

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Depois que as chamas foram apagadas, foi autorizada a continuação do combate.

— Que estrago... – Scizor ficou aterrorizada – se não fosse por isso o Gengar teria determinado esse combate!

— Mas ao menos ele derrotou o Rotom! – Tentacruel tenta acalmá-la colocando um tentáculo em seu ombro – temos boas chances de vitória.

Serperior entra em campo.

— Tome cuidado com ela! – aconselha Scizor – ela derrotou o Infernape e o Sceptile!

— Fique tranquila! E relaxe mais um pouco! – o aquático também entra em campo.

Eles estão apostos uma ao outro. Mas a ágil serpente se aproxima do água-viva e o encara profundamente, lançado seu Olhar Penetrante. Tentacruel sente que seu corpo não o responde.

— Droga... arg... – ele é atingindo por uma violenta Tempestade de Folhas que o derruba a alguns metros de distância pelo campo. Estirado e imóvel no chão, ele vê a vegetal se aproximando lentamente dele.

— Eu preciso restaurar minha saúde para que eu possa ter alguma chance contra a Scizor! – a cobra aproxima seu rosto ao o de Tentacruel, mostrando lhe os dentes e a língua bifurcada – se importa em me dá um pouco da sua?

Ela crava seu dentes na carapaça azul de Tentacruel e começa a lhe sugar a energia através do Giga Dreno. À medida que ela lhe suga os seus fluídos, o aquático sente suas forças cada vez mais se esvaziarem.

— Pelo menos... você também está se condenando... – ele fala antes de perder a consciência.

— Tentacruel está fora de combate!

— O que você está dizendo? Agora que nós ven... ARG... cof... cof... – Serperior começa a não se sentir bem – o que é isso?!... Tô passando mal... cof cof... não me diga... cof... maldito... sua habilidade é Resíduo Líquido, não é?

— Parece que o tiro saiu pela culatra querida! – Scizor entra no campo – Tentacruel pode envenenar aqueles que tentam lhe retirar energia.

Bastou um Soco Pistola para que a serpente finalmente caia.

— Serperior está fora de combate!

Só restaram Latias e Scizor no campo. E ambas aparentam está bastante cansadas.

Elas se encaram por alguns segundos. Logo, Scizor decidiu recuperar suas energias com Pousar e Latias realiza uma Substituição.

 - Elas poderiam ter decidido a luta nesse momento, mas resolveram ser prudentes e estão na defensiva! – repara Solgaleo que assistia a batalha com muita atenção – esse é o momento para decidir quem é a mais forte de UU.

Elas se preocuparam em se prepararem para o último embate. Scizor priorizava em recuperar sua saúde e elevar seu ataque. Latias realizava Mente Calma para elevar seu ataque especial.

Então, Scizor resolveu partir para ofensiva. Seu Soco Pistola dispersou o chamariz de penas da Latias. A dragoa sobrevoava sobre a metálica e um Z-Crystal brilhava de sua pulseira.

— Scizor! Agora vou usar tudo que tenho contra você!

O Dragonium-Z reagiu e um brilho azulado surgiu em volta de Latias. Forma-se uma energia acima dela e vai tomando forma de um enorme dragão. Era o Z-move Devastação Draconiana. O público fica extasiado pela chamativa técnica. A dragoa finalmente comanda o dragão para ir em direção a Scizor.

— É agora ou nunca!

A metálica tenta se desviar do dragão, mas Latias consegue controlá-lo para que ele se direcione para sua adversária. Vendo que não tem mais como fugir, Scizor se coloca na defensiva com as garras cobrindo o rosto. Então ela recebe todo o impacto da Devastação Draconiana. O chão treme, pedaços de terra e grama se esvoaçam pelo campo e forma diversas correntes de ar. Os espectadores ficam maravilhados e um pouco aterrorizados com esse poder. Uma nuvem de poeira se levanta atrapalhado a visão da luta.

Logo o poder se dissipa e Latias olha atentamente para o campo verificando se realmente conseguiu derrubar a Scizor. Demora alguns segundos para a poeira abaixar. Mas é surpreendida com uma garra que acerta forte em seu queixo. Quando a poeira finalmente se dispersa totalmente, é observado que a dragoa está no chão, desmaiada, enquanto que a Scizor ainda permanecia de pé, mesmo ofegante.

— LATIAS ESTÁ FORA DE COMBATE! VITÓRIA DO TIME A1!

No painel, é anunciado que o time A1 foi o grande vencedor da etapa de batalhas. A platéia urra de empolgação e bate palmas para as duas Pokémon que lutaram bravamente durante o combate.

Mas Scizor não estava se aguentando em pé e acaba se deitando próximo da Latias. Ela repara que a dragoa estava rindo baixinho.

— Que houve Latias?

— Hi hi hi hi... faltou bem pouquinho pra te vencer!

— Se tivesse usado o Z-Move de um tipo que eu não tenha resistência, talvez você teria vencido!

— É mas... estava reservando isso para todos os outros seus companheiros... eu estava contando que, ou Nidoking, ou Rotom te derrotasse!

— Mas realmente foi uma batalha bem disputada!

— Sim! Parabéns pela vitória Scizor... aaaaaiiiii...

— Latias?

— Acho que ficarei só nos líquidos por alguns dias... meu dente...aiii... – havia um filete de sangue escorrendo da boca de Latias.

— É melhor ficar quieta!

Os paramédicos chegaram para prestar assistência às duas.

Na arquibancada, havia vários comentários sobre a batalha.

— Vixe, a Scizor realmente impôs sua força nesse estrato! – disse uma Garchomp que estava ao lado de uma Tapu Fini.

— Sim, mas espero que ela tenha energia para que tenha uma boa atuação na prova prática de OU na semana que vem! – declarou a fada guardiã – afinal, ela é uma peça importante para o nosso time.

Em acentos mais acima, estavam Heatran e Landorus que também assistiram à batalha.

— Scizor realmente é maravilhosa quando está lutando! – Fala Heatran extasiado – mesmo exausta ela ainda se mantém tão combativa!

— Bem, realmente a inseto é uma força incontestável em UU! – analisa o terrestre – vamos ver do que ela é capaz nos testes de OU. Mal posso esperar para ver como ela vai se sair!

— Eu também mal posso esperar! Espero que tenhamos sorte em enfrentá-la!

— Só espero que você não venha com seus sortilégios com ela! – avisa Landorus olhando feio para o metálico.

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Em um prédio submarino, dois Pokémon, a Diance e o Zapdos, andavam pelo corredor, admirados com a construção. Eles estavam procurando por um certo apartamento.

— Para ver como a engenharia está bem evoluída! – comentava a ave admirada – um prédio submarino assim para que até mesmo os não aquáticos pudessem circular por ele.

— Tenho medo dessa estrutura desabar! – comenta a fada um pouco receosa – não acredito que um lugar como esse é seguro para nós.

— Relaxa! – Zapdos finalmente encontra o apartamento em questão, ele aperta a campainha e logo, um dispositivo é acionado e ouve-se um barulho de água se esvaziando de um recipiente – esse lugar é bem construído, deve ter um monte de certificações ou coisa do tipo. Mas é a primeira vez que venho aqui. Esse lugar é realmente fascinante!

Quando o tubo de passagem termina de se esvaziar, eles finalmente o atravessam e chegam à porta do apartamento de Starmie. A estrela a abre e convida os dois Pokémon a entrarem.

“Podem entrar! Fiquem a vontade!”

O apartamento é pequeno. Mas a grande janela com vista para o mar chama a atenção dos visitantes.

— Que massa! Ver o mar assim da janela! – Zapdos estava admirado – é uma bela visão!

— Arceus! Isso não tem o risco de se quebrar não? – Diance estava temerosa.

— Se você usar o Tempestade de Diamantes com sua mega evolução pode apostar que esse vidro se quebra! – brinca Zapdos.

“É um vidro ultra resistente! Se bem que talvez isso que o Zapdos falou possa, de fato, romper com a vidraçaria!” explica Starmie “Então, em que posso ajudá-los?”  

— Desculpe-nos pelo incomodo, mas é um assunto urgente! – explana a ave – você realmente vai está bem pros combates a partir de terça, não vai?

“Sim! Meu atestado vai até amanhã. Mas ainda tenho o fim de semana para descansar. Por que está me perguntando isso?”

— Bem... queremos te convidar para entrar em nosso time em OU! Você topa?

“O que? Está me propondo para participar de batalhas em OU? É sério isso?” a estrela ficou incrédula com a proposta.

— Por favor, responda logo! O prazo está acabando para nós inscrevermos o nosso time! – apressa Diance.

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Glossário

Proteção - Protect

Triturar - Crunch

Super Calor - Overheat

Substituição - Substitute

Detectar - Detect

Força da Terra - Earth Power

Olhar Penetrante - Glare

Devastação Draconiana - Devastating Drake

Notes:

Finalmente concluí o arco das provas! Ho ho ho! XD

Agora, antes de irmos para o arco das avaliações de OU, vamos ter um pequeno arco de dois capítulos, que vai focar em personagens diferentes. Esse arco era para ser depois do arco de OU, mas decidi escrevê-lo antes para que não ficasse muito massante iniciar já com uma outra saga de combate! Espero que gostem!

Obrigada pela leitura!

Chapter 15: Capítulo 15 - República Alola

Notes:

Oi gente!
Como foi dito antes, esse capítulo e o próximo serão um arco com personagens diferentes daqueles que estavamos acompanhando. Devo confessar que esse capítulo saiu bem divertido para mim. Não sei se será o mesmo para vocês, leitores, mas espero que gostem.
E pelo visto, realmente essa pequena saga só terá dois capítulos mesmo. Finalmente algo que não saiu mais longo do que o esperado! ^^
Boa leitura!

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

Manhã cedo do dia seguinte...

Em algum lugar à poucos quilômetros do Campus Frontier, não muito longe do Bar Florestal, e ainda próximo ao Bosque dos Carvalhos, havia um antigo casarão de dois andares que há muito tempo não morava mais ninguém, ao menos até o começo desse semestre. Esse lugar pertence ao velho Oranguru que é o dono do Bar Florestal. Desde cerca de um mês e meio, essa casa foi reservada para se tornar uma república para abrigar um grupo de estudantes que ingressaram recentemente na Universidade Smogon. Eles vieram de um lugar distante, mais especificamente, de um arquipélago conhecido como Alola.

A casa tinha a fachada meio desgastada, com o reboco desprendendo. Possui telhas que foram recentemente trocadas. Ela possui um vasto quintal e um pequeno jardim onde são plantadas principalmente hortaliças. E ainda tinha uma grande piscina no seu lado esquerdo. Um pouco mais atrás, havia uma garagem onde tinha uma velha Kombi laranja e verde lima estacionada. O quintal é rodeado por um alto muro de concreto com plantas trepadeiras o enfeitando. A propriedade é parcialmente cercada pelo Bosque Florestal e havia uma avenida em sua frente, onde havia um ponto de ônibus à alguns quarteirões adiante.

Mas dentro da casa, observa-se que ela é bem ampla. Possui vários cômodos onde os seus inquilinos se acomodam. No térreo há uma vasta sala de estar, um grande refeitório, uma cozinha e lavanderia. No andar de cima ficava os dormitórios. As paredes foram recentemente pintadas, mas ainda possui algumas infiltrações, e suas estruturas de madeira dão umas rangidas de vez enquanto. Esse lugar foi um hotel há muitos anos atrás, mas o negócio não deu certo e ela ficou fechada por anos. O Oranguru apenas tinha se dedicado ao Bar Florestal desde então, mas atualmente, ele resolveu alugá-la para um grupo de estudantes que são seus conterrâneos, a um preço bem abaixo da média. Um preço que só cobre as despesas de manutenção mesmo, a fim de ser acessível aos estudantes e aos seus familiares. Desde então essa casa é conhecida como a República Alola.

Eram cinco e meia da manhã quando já se ouvia diversos alarmes de celular tocando, anunciando que era hora de acordar. Em um dos quartos dormiam Decidueye, Marowak, Primarina e Muk. Geralmente, machos, fêmeas e não-binários deveriam dormir em quartos separados. Fizeram uma exceção ao Primarina devido à sua orientação sexual e à sua vontade de ser mais feminino. Por isso, eli dorme com Decidueye, que é sua amiga de infância, e Marowak e Muk, que já lhe são próximas e frequentam juntos o clube de arte da Smogon. Seria incomodo tanto para a foca quanto para os outros machos dormirem no mesmo quarto. O ideal seria com o seu namorado Incineroar, mas sabem que se ficarem juntos no mesmo quarto, tanto eles como o restante dos estudantes teriam dificuldades para dormir. Cogitou-se em ficar com os não-binários, mas um deles, o Dhelmise, chega tarde da noite do seu trabalho e odeia ser incomodado. Na verdade, o aquático tem certo temor pelo Pokémon âncora, eli tem a impressão que o vegetal-fantasma lhe lança um olhar querendo dizer “se entrar no meu caminho eu te parto em dois!”

Por isso ele é bastante agradecido às suas companheiras por deixarem-no ficar com elas. A Decidueye conhece bem a sua situação, enquanto Marowak e Muk logo se solidarizaram com a foca. Nesse momento, apesar do seu celular ter tocado pela segunda vez, a foca ainda continuava em um sono pesado. Foi Decidueye que se levantou primeiro e desligou o alarme.

— Pobrezinha! Deve ter sido muito cansativo ontem!

— A Muk também está dormindo feito uma pedra! – sussurra Marowak – a batalha de ontem deve ter sido muito exaustiva para eles.

— Então vamos começar arrumar o desjejum! – a coruja fala baixinho – daqui a pouco vamos acordá-los.

Elas desceram até a sala de estar. Incireroar, Tapu Koko e Passimian já estavam saindo para padaria.

— Primarina ainda não acordou? – perguntou o tigre.

— Deixe-o dormir mais um pouco! Ele deve estar exausto! – respondeu a coruja – vamos acordá-lo antes do café!

— A Fine já tá na cozinha fazendo os sucos! – disse Tapu Koko.

— Pois nós vamos ajudá-la! – se prontificou Marowak.

Depois de alguns minutos, os Pokémon voltam da padaria com pacotes de pães e caixas de leite. O café e os sucos já estão prontos. Aos poucos, os outros estudantes vão acordando e vão preparando sua refeição. E se reunem no refeitório.

— Meu Super Hambuger de Frutas está pronto! – disse o Tapu Koko empolgado com seu sanduíche de frutas de vários andares. Logo ele está degustando do seu lanche, mastigando rápido e derrubando migalhas.

— Tenha modos Koko! – repreende Tapu Fini – parece um esganado!

— Isso que é fome! Só podia ser de um dos mons mais poderosos dessa república! – Incineroar se diverte com o jeito excêntrico do elétrico enquanto bebe um enorme caneco de leite quente.

Tapu Lele e Magearna chegam ao refeitório.

— Cadê o Bulu? – pergunta Tapu Fini.

— Dormindo para variar! – responde a Pokémon psíquica das madeixas rosa.

— BOM DIA FLOR DO DIA! – Primarina anuncia que já acordou!

— Bom dia querido! – respondeu Incineroar – que bom que acordou animado!

— Ai... ontem fiquei só o bagaço! – responde a foca – e olha que nosso time só foi até às semifinais.

— Bom dia! – Kommo-o se junta a eles na mesa.

— Como vai essa força? – cumprimenta Passimian.

— Meio exausto, mas pronto para mais um dia! – responde o Dragão.

— Hoje o resultado das provas de UU sai, não é? – perguntou Muk, que acabou de se sentar à mesa.

— É sim! – disse Kommo-o.

— Ai, ai! – suspira Marowak – não sei se fui bem na prova escrita e minha atuação nos combates deixou a desejar.

— Pensa positivo Marowak! – Primarina tenta animá-la – você foi um arraso na segunda prova! Acho que isso vai ser bom para sua pontuação final!

— Espero!

Enquanto muitos deles já estavam no refeitório, se alimentando e conversando animadamente, em um dos quartos, havia ainda um grupo de Pokémon que ainda estavam dormindo. Esse quarto ficava no térreo e é um dos menores da casa, é nele que ficavam os três Pokémon não-binários. Só havia uma cama no dormitório e era ocupada pelo Minior. Os outros dois, Dhelmise e Silvally, dormiam em vários acolchoados cobertos per lençóis. Eles faziam isso para que o quarto tivesse um pouco mais de espaço para se movimentarem e guardarem seus pertences.

Dhelmise já estava parcialmente acordado, mas ainda tentava encontrar coragem para se levantar. Só estava a alga verde escura estirada no colchão com a bússola que ele usa como se fosse um “olho”. Escutou a voz estridente de Primarina dando “bom dia” e a zuada que eles estavam fazendo durante o café da manhã. E para piorar, estava sentindo patas se debatendo contra si. Era o Silvally, que já se remexia pelo colchão. Pelo visto o seu sossego já acabou e vai ter que encarar mais um dia com os seus barulhentos colegas.

“O bicho para se remexer, não sabe dormir quieto?” resmunga o vegetal “eu deveria dormir na piscina!”

Mas ele sente um objeto pesado repentinamente cair sobre si. Era o Minior que caiu da cama.

“QUE MERDA!” a voz telepática de Dhelmise foi alta o bastante para acordar o Silvally.

— Bom dia! Uuaaaaarrrrr! – disse a quimera bocejando e esticando as patas – vejo que caiu um meteoro sobre você, hi hi!

“Já comecei bem hoje!” ironizou a alga.

— Oooaaarrr! Bom dia... – Minior finalmente acorda – essa cama está estranha... toda molinha e úmida e... ah! Dhelmise!? Desculpe-me, cai sobre ti outra vez?!

“É a terceira vez nessa semana!” ele dizia enquanto o Pokémon de pedra saia de cima dele. Logo a alga começa a se contrair. E com suas ramificações, ele vai juntando os acolchoados e dobrando os lençóis. Os outros dois ajudavam na arrumação.

— Gente borá levantar? – ouve a voz da Muk, que batia a porta do quarto.

Enquanto os outros dois vão à frente, Dhelmise começa a se arrumar colocando os equipamentos em seu corpo. Ele insere a âncora, o timão e as correntes e fica com sua aparência na qual sempre se apresenta no dia a dia. Só então ele vai à cozinha. Lá ele pega algumas frutas e as leva para o refeitório. Então ele as absorve com suas emaranhadas algas. É assim que ele realiza seu desjejum.

À medida que iam terminando com o café, cada um dos estudantes vai limpando sua sujeira e lavando os utensílios que sujou. Mas Tapu Fini repara que o Tapu Bulu ainda não havia descido ainda.

 - Ai ai! Até a Komala já está terminado de tomar o café e esse preguiçoso ainda não se levantou!? – disse ela aborrecida.

“Tapu Fini, deixe que eu vou acordar o Tapu Bulu!” se ofereceu Magearna.

— Por favor, Magearna!

A Pokémon fada-metálica sobe para o andar de cima e vai ao quarto dos Tapus. Como os quatro Tapus são irmãos, eles dormem todos no mesmo cômodo. Chegando à porta, escutam-se os roncos altos de Tapu Bulu.

“Tapu Bulu, sua presença é solicitada pela sua irmã no andar de baixo, já que precisamos que todos nós estejamos preparados e alimentados para que nós chegássemos à universidade no horário certo!”

No quarto, Tapu Bulu ainda continuava a dormir. Magearna abriu a porta devagar e continuou com seu discurso com sua voz feminina robótica.

“Tapu Bulu, solicito que se levante imediatamente daí! Eu vou cantar uma canção. Se você não se levantar até o termino dessa canção, eu terei que tomar providências mais enérgicas!”

O Pokémon vegetal se rolou um pouco na cama, mas ainda continuava no seu sono.

— Só maaaiss cinco minutooos...

“Vejo que não ouve uma ação da sua parte! Então eu iniciarei minha música!”

“Se você está contente bata palma!”

BOOOMM! BOOOMM! Ela dispara dois Canhões Brilhantes contra a parede.

“Se você está contente bata pal...”

— Tá bom! Tá bom! Já estou me levantando! – Tapu Bulu sai logo da cama antes que sobrasse para ele.

Rapidamente ele chega ao refeitório e toma o seu café.

— Vamos logo que só falta você! – apressa Tapu Fini.

Chegava a hora de partir para a faculdade. Dhelmise foi à garagem para tirar a Wanderleia. Esse é o nome que deram para a velha Kombi que eles usam para o transporte para a universidade. O Pokémon alga é o único dos estudantes da república que possui habilitação, por isso ele é o encarregado da direção. Demorou um bom tempo para que a Kombi finalmente ligasse. Logo ele manobrou o veículo para frente do portão e aguardou os passageiros.

Os Pokémon vão subindo na Kombi. São dezenas deles para uma pequena Kombi, seria óbvio que ficaria bem apertado dentro. Os estudantes vão se espremendo no pequeno espaço. E para piorar, não há ar condicionado no veículo. Situação que é mitigada pela habilidade de uma das passageiras, a Pokémon de gelo Alola-Ninetales, que com sua Previsão de Neve, ela consegue refrescar o ambiente do transporte.

Dhelmise usa suas ramificações para segurar no volante e manusear o freio, a embreagem e o acelerador. Com isso ele vai conduzindo seus colegas para a Smogon, que fica uns quinze minutos de carro. Até mesmo ele se sente apertado nesse ambiente. No momento, sentia-se pressionado por um enorme Mudsdale. Se escuta a zuada dos passageiros e Passimian solta uma de suas piadinhas:

— Isso que é bonito! Todo mundo unido desse jeito! Se alguém soltar um pum, todos irão sentir o cheiro juntos!

— O infeliz que fizer isso vai ser escorraçado para fora do carro, isso sim! – dizia um Vikavolt, que resolveu se segurar no teto para não passar por tanto sufoco.

— Eu é que não vou ficar sentindo o vodu dos outros! – disse Tapu Koko que abriu uma janela do lado oposto ao do motorista e colocou a cabeça para fora e respira fundo – aaahhhh! Assim é melhor!

— TAPU KOKO! COLOQUE SUA CABEÇA PRA DENTRO! – disse Tapu Fini furiosa – QUER SOFRER UM ACIDENTE?

Dhelmise estava meio aborrecido com essa bagunça e picuinhas que ele tem que escutar todos os dias. E nesse momento, está tendo um engarrafamento na avenida que leva à universidade. O trânsito está duas vezes mais lento do que o normal.

“E essa agora!”

— Ei Dhelmise! Por que você está tão devagar? – pergunta Tapu Koko impaciente.

“Você que está com o cabeção pra fora deveria saber que estamos em um baita congestionamento!” fala o vegetal irritado.

O ambiente ficou mais quente.

— Ninetales, o que houve com o frio? – questionou um Sandslash, que possui as tipagens gelo e metal, e que por isso já não estava aguentando o calor.

— Minha habilidade tem limites! – respondeu a raposa ofegante – eu até estou com uma Rocha Gelada para prolongá-la. Mas com esse trânsito ferrado fica difícil mantê-la por mais tempo!

— Gente, tenha paciência! Já já estamos chegando! – Marowak tentava acalmar os ânimos dos colegas.

Uns minutos se passam. Tapu Lele acaba encontrando um velho pedaço de pano ao seu lado.

— O que é isso? – ela analisa a peça – parece um fantoche de Pikachu.

— Peraí Lele... – Primarina olha para o fantoche e reconhece o que se trata, e acaba ficando apavorado – isso... isso não é do Mimikyu?

— AAAAHHHH... É MESMO! – Tapu Lele solta um grito agudo – CADÊ ELE?

Todos sabem que quem olhar para a verdadeira forma de Mimikyu pode ter convulsões e até correr risco de morte. Logo todos começaram a gritar e tumultuarem no interior da Kombi.

“Pessoal o que está acontecen... AAARG!” Dhelmise é atingido pelo traseiro de Mudsdale. Ele é pressionado na vidraça da Kombi, que acaba se quebrando. O veículo dá uma derrapada em direção a um caminhão ao lado esquerdo. A alga coloca suas ramificações para fora da janela e pressiona o caminhão com suas forças para empurrar a Kombi na direção contrária, evitando assim uma batida.

— SEU BARBEIRO! SABE DIRIGIR NÃO, MERDA!? – gritava o motorista do caminhão. Um punho de um Slaking é visto da janela.

Com toda sua força, Dhelmise empurra Mudsdale de cima de si e retoma o controle da direção.

“QUE PORRA É ESSA QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?!”

— Mimikyu está sem seu disfarce! – disse o cavalo desesperado.

— BANDO DE IMBECÍS! – Incineroar tenta colocar as coisas em ordem – SE AQUIETEM E FECHEM OS OLHOS! MENOS VOCÊ DHELMISE! – ele aponta para alga – MANTENHA O OLHO NA DIREÇÃO!

“Acha que sou idiota em tirar o olho da direção?” retruca Dhelmise.

Todos silenciaram.

“Genteeee... se acalmem... estou de baixo do banco! Me escondi justamente para que ninguém me olhasse para minha forma original!” enfim, se ouve a voz sussurrante de Mimikyu.

Passimian fez menção de se abaixar para olhar sob os acentos para confirmar que ele estava lá. Mas foi puxando por Incineroar, furioso pela bobagem que seu colega ia fazer.

— Sua anta! Ainda ia olhar por baixo do banco!?

Uma garra de sombra surgiu próxima de Tapu Lele, que recolheu o fantoche e se recolheu para debaixo do acento.

Logo, todos se acalmaram. Demorou mais alguns minutos para que a Kombi transitasse pela avenida congestionada. A todo momento escutava-se reclamações sobre o calor e as broncas de Tapu Fini com Tapu Koko, que ainda mantinha a cabeça no lado de fora. Eles finalmente estavam chegando na Universidade. Já era visualizado o Campus Frontie, mas de repente, o veículo para de funcionar.

“Pô Wanderleia, estamos tão perto!” Dhelmise tenta religá-la “Não nos deixe na mão, por favor!”

— Eiê Dhelmise! Esse trambolho parou de funcionar de novo! – disse Tapu Koko, que para o azar da alga, não sofreu um acidente por permanecer com cabeça fora do veículo.

“Não chama de trambolho a pobre da Wanderleia! Ela já faz muito em trazer esse povalhéu pra cá!” rebate o fantasma, que logo anuncia aos restantes dos passageiros “é o seguinte, estamos apenas a uns cinco minutos da entrada do Campus. Quem puder já ir voando ou se mover mais rápido, pode sair que acho que compensa mais do que continuar aqui!”

Reclamando, boa parte dos Pokémon desceram do veículo. Estavam suados e ofegantes por estarem em um espaço minúsculo e abafado.

— Que desastre! – Os pelos de Ninetales, especialmente os da cauda estavam bem amarrotados – e triste aparecer na Universidade desse jeito!

Mas alguns ficaram. Incineroar, Tapu Bulu, Passimian e Mudsdale se encarregaram de empurrarem a Kombi, enquanto Dhelmise ficava tentado dar a partida.

— Pelo visto vamos empurrar essa lata velha até o estacionamento! – reclamou Tapu Bulu.

“Essa ‘lata velha’ faz muito mais do que você! Pode ter certeza!” afirma a alga ao volante.

Finalmente se escuta o barulho do motor, a Kombi voltou a funcionar. Dhelmise permanece se movendo.

— DHELMISE! ESPERE POR NÓS PÔ! – berra Incineroar, que ia ser deixado para trás com os outros.

“Corram e entrem logo, se eu parar, a Wanderleia morre de novo!”

E eles entram no veículo em movimento de forma tumultuada. E finalmente chegam à universidade para estacioná-lo.

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Chegou a hora do almoço. Nessa hora é que Dhelmise se encontra sozinho e finalmente tem um pouco de paz. Ele não costuma interagir muito com os outros. Nem com os companheiros de pensão e nem com os outros universitários. Ele estava repousando debaixo de uma árvore, comendo o seu almoço. Estava pensado sobre sua situação. Na rotina tumultuada na república, nas disciplinas e atividades puxadas na Smogon e no seu serviço que é depois do fim das aulas. Isso é estressante demais para a alga. E ele pondera se aguentará isso por quatro anos.

Mas então um Dragalge veio em sua direção. Ele lhe cumprimentou e se acomodou ao seu lado:

— Boa Tarde Dhelmise! Como vai?

Se fosse qualquer outro, o fantasma daria um jeito de sair daí, mas ele não sente incomodo nenhum em ficar com o cavalo marinho, que é a única amizade que fez na Smogon.

“Alola Dragalge!”

— Você parece bem abatido!

“Você sabe, houve congestionamento, houve confusão por causa do Mimikyu que perdeu sua fantasia, quebrou-se um dos vidros, quase batemos em um caminhão e chegamos aqui com a Kombi sendo empurrada. Mas você sabe, tudo na normalidade!”

— Realmente, sua vida anda bem agitada! – o Pokémon dragão venenoso dá uma leve risada – não te vi mais no RU.

“Estou em NU agora!”

— Foi rebaixado?

“Pois é! As aulas estavam muito pesadas para mim em RU! Pode ser que eu me dê melhor em NU mesmo!”

— É cara, mas cuidado! Você sabe que de NU para baixo, pode ser mais difícil conseguir estágios e empregos descentes no futuro. Fora que terá mais restrições do que tinha em estratos superiores.

“Realmente estou percebendo isso! Na sala mesmo, é ventilador ao invés de ar condicionado!”

— Mas realmente você precisa trabalhar depois das aulas? – questiona Dragalge.

“Pior que sim! Minha família não tem condições de me mandar dinheiro. E como tenho que ajudar nas despesas da república, tenho me manter nesse trampo. Mas é assim mesmo, desde dos dezessete é que me viro sozinho mesmo!”

— Mas pelo menos amanhã será sábado. Terá uma folga, não é?

“Sim... ou não! Amanhã terei que levar os de OU pra cá para que possam se reunirem com seus respectivos times!”

— Ei... mas é só trazê-los pra cá, não é? – pondera o dragão – e que tal nos encontrar aqui e depois irmos até meu apartamento para nós estudarmos junto?

“O que? Eu vir à sua residência para estudar?” Dhelmise se surpreendeu com a proposta.

— Eu acho que, por conta de sua vida puxada, você pode está precisando de um reforço. E aí, o que me diz?

“Se isso não for incomodo para você!”

— Que isso! Topa ou não?

“Tudo bem, vou para seu apartamento amanhã!” – o vegetal aceita convite.

— Ótimo! – disse Dragalge empolgado – mas eu não vou pegar leve, hein?

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(Flashback – um mês atrás)

Era noite. Um Dragalge andava sozinho pelas ruas, carregando sua mochila, enquanto voltava para casa. Ele não imaginaria que ir de pé da universidade até sua moradia seria tão demorado. Estava arrependido de não ter pegado o ônibus só para economizar o dinheiro da passagem.

— Ai, ai... essas ruas são tão desertas assim? – o venenoso estava um pouco amedrontado.

O tempo ia passando, já dava para ver o mar. Seu apartamento se localiza em um prédio submerso que fica em uma praia. Mas pelo visto, a caminhada ainda vai demorar.

Mas o cavalo marinho começa a ter uma sensação que está sendo seguido. Ele escuta algumas risadas. Ele tenta não prestar atenção nelas e começa a cavalgar mais depressa. Queria que esses ruídos não tivessem nada a ver com ele. Porém essas risadas vão se intensificando. E então, o Pokémon venenoso sente seu corpo paralisar. É como se uma força invisível o segurasse.

— Olha o que temos aqui! Hihi! – um Hypno se aproximava dele – um jovenzinho desses andando por aí sozinho.

Mais dois Hypnos surgem atrás deles. Dragalge tinha seus movimentos restringidos por causa da telecinese deles.

— É o seguinte! – um segundo se aproximava e segurou o queixo do Pokémon dragão – pode passar suas coisinhas aí! E depois... que tal nos divertirmos um pouco hehe...

— Quê?! Por favor, peguem o que quiserem, mas me deixem ir, por favor! – Dragalge se desespera.

— Te deixar ir?! Hahahahaha – um terceiro botou a língua pra fora, e fez menção de lamber o cavalo marinho - que bom que você é do tipo venenoso, pois se fizer uma gracinha, vai sofrer consequências severas... hahahahah!

Dragalge ficou apavorado. Esses três Hypno não estavam para brincadeiras. Se sentia impotente por não ter como se livrar dessa situação. Tudo que lhe restava era chorar e ter fé de que isso seja rápido. Mas de repente, uma luz forte surge diante deles. Os Hypno ficaram meio atordoados e acabaram por desativarem involuntariamente a telecinese que prendia o dragão. Dagalge aproveitou para fugir deles.

— ONDE PENSA QUE VAI! – gritou um deles que ia persegui-lo. As luzes que desorientaram os Pokémon psíquicos eram faróis de uma Kombi. Dela desceu um estranho Pokémon de um formato bizarro. É como se fosse um conjunto de âncora e timão emaranhados em uma alga.

“O que está havendo aí?” questiona o misterioso Pokémon com sua voz telepática.

— Que tipo de criatura bizarra é você? – zombou um dos Hypno.

— Nunca vi um Pokémon como esse! – afirma o outro.

“Que tamanha covardia, três psíquicos importunando um Pokémon venenoso! Aconselho vocês a vazarem daqui, senão sofreram consequências drásticas!”

— Aposto que é venenoso também! Vamos dar um jeito nesse infeliz!

“Foram avisados!” Um cristal negro, segurado pelas algas, emite uma luz roxa. O Pokémon alga invoca uma sombra que surge por debaixo dos três Hypnos.

“Pesadelo Sem-fim!”

Surgiram expansões dessa sombra em forma de mãos que agarravam e apertavam os Hypnos, que gritavam em puro terror. Seus rostos se contorciam de dor e saíam lágrimas de seus olhos. Até Dagalge ficou assustado com essa terrível técnica, mas agradecia aos céus por esse estranho Pokémon estar dando uma lição aos seus agressores.

A tortura durou alguns minutos. A sombra apenas se dissipou quando os Hypnos desmaiaram. E então, o Pokémon alga se aproximou do cavalo marinho.

“Ei, chame a polícia!”

Dragalge pegou seu celular e fez o que o outro pediu. Em alguns minutos, chega uma viatura. Dela sai dois policiais, um Magnezone e um Houndoom usando quepes e distintivos. Eles algemam os meliantes e os colocam na viatura. Após recolherem o depoimento dos dois denunciantes, eles entram no carro, levando os três Hypno sob custódia.

Vendo que cumpriu com o seu dever, o estranho Pokémon resolveu ir embora. Mas, apesar de abalado com os acontecimentos, Dagalge finalmente reconhece o Pokémon que o salvou.

— Peraí! Eu acho que eu te conheço... Nós... nós estudamos na classe RU, não é?... Você é um dos calouros, o Dhelmise, que ingressou recentemente na Smogon? – ele reconhece o Pokémon alga.

“Sim!” confirma o outro timidamente “É que te vi com problemas e não tive como evitar em intervir...”

— Muito obrigado! Se não fosse por você... sabe se lá o que teria acontecido comigo! – o dragão ainda se tremia.

“O que está fazendo aí uma hora dessas?”

— Moro aqui por perto, mas resolvi vim da faculdade pra cá de pé, acredita? De ônibus parecia ser tão rapidinho! E você?

“Eu trabalho em um posto de abastecimento a um quarteirão daqui! Quer que te dê carona para casa?” oferece o fantasma.

— Estou muito assustado para andar, se não for muito incomodo eu aceito sim! – o venenoso entra na Kombi – mais uma vez muito obrigado.

Desde daquela noite, esses dois passaram a se ver frequentemente. E gradualmente, vão se tornando amigos próximos.

(Fim do flashback)

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Na manhã do dia seguinte, Dhelmise já estava dirigindo a Kombi, bem mais vaga, para conduzir seus colegas à Universidade. Estavam apenas os Pokémon da classe OU que tinham que se reunirem com seus respectivos colegas de equipe a fim de decidirem as estratégias e estudarem para as avaliações de OU. Chegaram sem maiores problemas. Desceram do veículo os Tapus, a Toxapex, a Magearna, a Ninetales, o Mimikyu e o Kommo-o, sendo que este último já participara das avaliações de UU, mas foi convidado para um time de estrato superior.

Scizor e Garchomp já esperavam pela Tapu Fini. A aquática foi em direção a elas e saíram, aparentemente para se encontrarem com os outros três integrantes. Tapu Koko, Magearna e Toxapex foram se encontrar com um Zygarde, de aparência e comportamento bem mais maduro do que qualquer outro estudante da Smogon.

— Alola tio! – cumprimentou Tapu Koko.

“Não me chame de tio, pelo amor de Arceus!” reprendia o Pokémon que se assemelha a uma enorme serpente

— Por que não? – perguntou o elétrico ingenuamente.

“Primeiro, você não é meu sobrinho! Segundo, não sou um macho, sou um ser não-binário! E principalmente, terceiro, não tenho idade para ser ‘tio’ de ninguém aqui. Então, nada de tio, nem tia e nem tie. Só me chame de Zygarde, tá bom?”

— Tudo bem tie! Hihihi! – brincou Toxapex.

“Aff... eu mereço... esses jovens de hoje em dia...”

— Será que o pessoal do nosso time chegou? – pergunta Ninetales ao Tapu Bulu.

— É bom que eles não venham! Uaaaaarrr... – boceja o vegetal – vir aqui em pleno sábado é um porre...

— É lógico que eles vão vir! – afirma a raposa – eles disseram que estarão próximos à biblioteca! Vamos lá!

— Saco... ver esse povo me dá sono!

Quando todos já se foram, Dhelmise esperou próximo à Wanderleia, como combinado. A manhã não havia começado bem pois, foi envolvido em uma discussão sobre como seria o conserto da vidraçaria do carro. Chegaram a cogitarem que Dhelmise teria que arcar com as despesas. Mas o fantasma argumentou energicamente que se não fosse pela reação dele, o acidente teria sido muito mais grave e teria até mesmo feridos. Mas ele não queria pensar muito sobre isso. Queria aproveitar que passará o dia com Dragalge e que não deixará que nada estragasse seu humor. Não demorou muito para que dragão chegasse ao estacionamento.

“Alola, Dagalge!”

— Olá! E aí, vamos logo?

“Bora!”

Os dois resolveram ir de ônibus. Logo chegaram em uma praia. Dragalge guiou o fantasma até o mar.

“Sua casa fica submersa?” perguntou Dhelmise surpreso.

— Sim! – responde o venenoso enquanto eles mergulhavam. Logo avistaram um prédio submerso – moro logo aí!

Eles nadaram e chegam à recepção submarina. Logo eles vão para os elevadores, que no caso, são tubos que os levam até ao apartamento.

“Que lugar surpreendente!” disse o vegetal admirado. “O aluguel aqui deve ser uma facada!”

— Realmente é um preço bem acima da média! – comenta Dragalge – mas é uma residência otimizada para Pokémon marinhos.

O apartamento é pequeno, mas para Dhelmise, até que é espaçoso para quem vive sozinho. Logo eles colocam os materiais na mesa e iniciam os estudos.

O ambiente é bem silencioso. Só se escutava as explicações de Dragalge, que é bem paciente e claro para o seu colega. Dhelmise se esforça para prestar atenção nos estudos. Mas acaba se distraindo algumas vezes com a visão do mar na janela do apartamento.

— Sei que o mar está bonito, mas você entendeu o que te falei? – o venenoso lhe chama a atenção.

“Você está falando sobre os efeitos dos terrenos, não é?” o fantasma retoma sua atenção para os estudos.

— Sim! E você sabe quais a propriedades do terreno psíquico?

“Eles elevam o poder dos movimentos do tipo psíquico em cinquenta por cento.”

— E?

“ E... impede que movimentos de prioridade funcionem, é isso?”

— Muito bem! Está prestando atenção! – elogia Dragalge – mas para isso, os Pokémon devem estar no chão para se obter as propriedades desse terreno.

“É, deve se ter cuidado com essas pegadinhas!” comenta Dhelmise.

O tempo passou rapidamente enquanto os dois se concentravam nos estudos. Paravam ocasionalmente para lanches rápidos. Mas o ambiente calmo do apartamento de Dragalge deixava Dhelmise mais tranquilo e centrado no conteúdo. A alga começa a pensar que o dragão deve viver bem mais confortável tendo um lugar só para ele.

— Ei Dhelmise, como é viver em uma república? – pergunta o cavalo marinho curioso.

“Vixe! Não queira nem saber!” responde o vegetal meio aborrecido “Todos os dias é aquela muvuca quando o pessoal acorda. Tem gente que não sabe falar baixo. Tem folgados que não respeita o espaço dos outros. Eu mesmo compartilho um minúsculo quarto com mais dois Pokémon, cada um mais espaçoso que o outro! Só faltam dormirem em cima de mim!”

— Hahahahah... oh coisa! Deve ser hilário ter uma vida assim!

“Acha hilário? Isso por que você não vê a quantidade de sujeira que se forma diariamente. Por mais que alguns trabalhem para a casa ficar em um nível aceitável, tem alguns que não estão nem aí para a organização e pensam que vivem em um chiqueiro.”

— Oh coisa! – Dragalge presta atenção nos relatos de Dhelmise.

“Tem uns que quando se juntam... é falação para até não poder mais! É blábláblá! É tititi! Tem um Primarina que parece uma vitrola, e gosta de cantarolar por aí. Como a garganta de uma criatura dessa consegue se manter intacta.”

— Eita nós! Deve ser divertido viver em um lugar como esse!

“Divertido?!” Dhelmise se surpreende pela reação do amigo.

— Bem, eu vivo sozinho aqui! É pequeno mas é bem confortável para mim. Mas eu realmente sinto falta de companhia para conversar, dividir os momentos, essas coisas. Lógico que tem os vizinhos. Há outros marinhos vivendo aqui. Às vezes a gente se fala e tal, mas no fim, é cada um no seu canto.

“E viver sozinho não é melhor para se concentrar nos estudos?” Pergunta Dhelmise.

— Acho que não! Eu mesmo fiquei mais concentrado no conteúdo quando estava te ensinando. Sabia ensinar para outro meio que ajuda no aprendizado das matérias?

“Bem, isso eu não sei direito! Nunca tive paciência para ensinar os outros!”

— Percebe-se! Huhuhu!

“Você deve achar que sou um ignorante mesmo. Mas deve ser por que eu nunca tive convívio com os outros. Eu nasci em um vilarejo na ilha mais isolada de Alola. Só convivia com os meus progenitores que são agricultores. Eles nunca foram muito abastados, mas queriam que eu tivesse uma vida melhor do as deles. Por isso, eles me apoiaram a minha ida a uma cidade maior, de uma outra ilha, para que eu concluísse meu ensino médio. Nisso eu fiz uns bicos, fiz cursos pré-vestibular, tirei minha habilitação, desafiei alguns totens. E agora, nos meus vinte anos, consegui ingressar na Smogon.”

— Vixe! Vejo que você dá duro mesmo há algum tempo! – Dragalge ficou admirado pela história do seu amigo – Por que veio tão longe de casa para fazer um curso na Smogon?

“Bem, eu quero se um combatente! De uns tempos pra cá, há alguns arruaceiros que ameaçam a paz do vilarejo onde moram os meus progenitores. Mas lá não há combatentes habilitados. Pretendo me tornar um para poder protegê-los. E além disso, há relato de atividades estranhas. Dizem que são seres de outra dimensão. Isso é investigado pela Fundação Aether, um centro de pesquisas lá do arquipélago de Alola. Talvez se eu me formasse na Smogon eu poderia ingressar nessa fundação e proteger o vilarejo contra essas criaturas também.”

— Pois é! Mas além de estudar, você ainda tem aquele emprego, não é?

“Como lhe disse antes, minha família não pode mandar me dinheiro. Então eu preciso trabalhar para cobrir minhas despesas!”

— Eita! E eu reclamando da minha solidão! – Dragalge ficou um pouco envergonhado.

“Não gosta de ficar sozinho?” Pergunta Dhelmise.

— O problema é quando chega a noite! Não tenho ninguém para conversar ou pelo menos, me fazer companhia. Mas eu não devo reclamar, minha família dá um duro danado para me manter aqui. Tudo que preciso fazer é atender as expectativas deles! – explica Dragalge – mas pelo visto, aquele pessoal da república vai ser como se fosse sua família. Acho que com o tempo você se acostuma a eles.

“Vai ser meio difícil...” desabafa Dhelmise.

Toca um alarme de um celular.

“Tá na hora de buscar o povo!”

— Já? – o venenoso olha as horas – quatro e meia!? O tempo passa rápido!

“É isso mesmo! E depois ainda tenho o trampo!”

— Seu trabalho é de segunda a sábado?

“Pra você ver que a minha vida não é fácil!” afirma a alga.

— Mas pelo menos amanhã tem folga de tudo não é?

“Graças a Arceus! Se o povo deixar, posso até acordar mais tarde!”

— Ei, quer estudar mais um pouco amanhã?

“Quer estudar mais? Não quer aproveitar o domingo?”

— Nessa solidão? Não tenho nada de útil para fazer!

“Pois tá! Pode ser a tarde?”

— Sim, mas tem uma coisa! Vai se na sua república!

“QUE? Quer estudar lá?” essa proposta pegou Dhelmise de surpresa

— Sim, por que? Vou incomodar lá? Não se pode trazer visitas para a república?

Essa pergunta deixou Dhelmise em um dilema. Não queria negar ao seu amigo esse pedido. Dragalge deve ter ficado curioso em saber como é uma república de estudante de fato. Mas ele tinha temor de que se o dragão visse o ambiente caótico do lugar, seria capaz dele ficar incomodado e, na pior das hipóteses, ele querer se afastar do fantasma.

“Sinceramente... não sei se é uma boa ideia!” ele disse receoso.

— Não se preocupe! – o venenoso percebe a aflição do amigo – prometo que não vou ser um incômodo para ninguém e nem vou me envolver onde não é da minha conta. Vai ser só uma visitinha para fins acadêmicos, pode ser? Confie em mim.

Dhelmise ficou constrangido ao ver que o cavalo marinho lhe pedia um voto de confiança. Bem, talvez ele vendo como é a vida na república o faz perceber que sua vida em um apartamento é um paraíso.

“Certo! Então nos vemos amanhã, não é?” ele disse já saindo do apartamento.

— Isso mesmo! – confirma Dragalge – te acompanho até o ponto de ônibus.

Assim eles foram até a praia. Quando o ônibus para a universidade chegou, eles se despediram. Já no transporte, Dhelmise se preocupa sobre lidar com a situação de trazer alguém de fora para a república.

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Glossário

Pesadelo Sem-Fim - Never-Ending Nightmare

Notes:

Assim se encerra a primeira parte do arco República Alola. Esse arco é mais como uma homenagem à sétima geração, que pesar dos pesares, é uma geração que curtir muito. Essa saga seria para ser depois da Saga OU. Mas resolvi escrevê-la antes para que não ficasse muito massante duas sagas de batalhas. E deu para encaixá-la direitinho entre as sagas, tanto temporalmente, quanto contextualmente. Além de eu poder introduzir alguns personagens que terão importância na saga OU (Não, Dhelmise não estará entre eles, mas a alguinha terá importância em uma saga posterior).

Então é isso gente! Espero que tenham gostado!
Obrigada pela leitura!

Chapter 16: Capítulo 16 - Ohana

Notes:

Olá pessoal, vimos no último capítulo a rotina da Republica Alola, um lugar onde Pokémon que vieram de uma região distante estão hospedados para poderem estudar na Smogon. A rotina nessa republica é bem puxada, especialmente para um Pokémon alga, que agora vai trazer um colega para visitar essa agitada casa!
Essa é a segunda e última parte desse arco! No próximo capítulo vamos iniciar o arco das avaliações em OU!

Boa leitura!

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

No fim da tarde, Dhelmise chega à universidade para buscar seus colegas. Ele espera próximo à Kombi estaciobada e logo vê os Pokémon chegando conforme o horário combinado.

“Ei, cadê o Mimikyu?” – o fantasma repara que falta um deles.

— Ele disse que pretende voltar tarde hoje! – responde Kommo-o – ele foi com alguns amigos que arrumou para fazer um ensaio musical, pelo que me parece... mas ele disse que você não precisa se preocupar pois ele vai se virar para voltar para casa de noite.

“Pois ele tem que se virar mesmo, pois eu ainda irei trabalhar daqui a pouco!” disse a alga aborrecida.

Dhelmise leva os outros Pokémon para república. Logo em seguida, ele guarda a Kombi e vai pegar o ônibus que leva ao seu serviço.

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Já era meia-noite e meia quando o fantasma saiu do trabalho. Ele pegou o último ônibus da noite e logo chegou ao ponto próximo a república. Ele desce do veículo, mas quando começa a caminhar em direção ao seu destino, é surpreendido pela repentina presença de Decidueye, e acaba se assustando.

“Ai! Nem percebi que você estava aí! Você é muito boa em esconder sua presença!”

— Me desculpe Dhelmise! – disse a coruja timidamente – estou aqui esperando o Mimikyu.

“Entendo!” responde a alga. Ele resolve se sentar no banco de madeira e ferro do ponto, que é parcialmente coberto por uma estrutura de acrílico.

— Você não vai para casa? – questiona Decidueye.

“Vou esperar um pouco também!”

— Mas você está voltando do trabalho! Não tem que descansar não?

“Amanhã vou poder acordar tarde mesmo!”

— Espero que não esteja fazendo isso só porque sou uma fêmea! – a coruja se sente subestimada.

“Pois independentemente do gênero, é perigoso ficar sozinho à noite!” explana Dhemise “Eu já presenciei um macho sendo atacado por meliantes durante a noite. Ele estava andando sozinho pelas ruas. Ele teria se ferrado bonito se eu não estivesse por perto!”

— Você ajudou alguém que estava sendo atacado? – pergunta Decidueye demonstrando curiosidade.

“Er sim... parece que não contei para ninguém ainda. Foi a cerca de um mês atrás. Quando eu estava indo para o trabalho com a Wanderleia, vi o Dragalge sendo atacado por três Hypnos. Eu usei o Z-move neles e os despachamos para o xilindró!”

— É o mesmo Dragalge que você visitou hoje à tarde, não é?

“É sim!”

— Mas me parece que você está começando a ficar muito amigo dele! – repara a coruja.

“Mais ou menos...” a alga foi meio evasiva ao responder essa pergunta. Realmente ele gosta de passar o tempo com o venenoso. Será que é assim que ocorre em uma autêntica amizade? “Não sei dizer, eu realmente nunca tive um amigo de verdade... mas já que estamos tocando no assunto, vou logo avisando que ele vem para a república amanhã à tarde. Nós vamos apenas estudar... então... espero que isso não incomode o pessoal.”

— Ele vem pra cá amanhã?! – foi uma surpresa para a coruja saber que Dhelmise vai trazer alguém para estudar com ele – vou ver o que posso fazer para que o pessoal não os incomode.

“Valeu! Ai, estudar na Smogon é bem mais difícil do que esperava, não é?”

— Sim... e eu também acabei de ser rebaixada para NU! – suspira a coruja.

“Pelo visto, a Smogon é hostil com os fantasmas vegetais!”

— Hehe... reparei! – Decidueye ri de modo debochado, embora meio chateada – mas a Marowak também foi rebaixada. Caiu de UU para RU.

“A Marowak?! Mas ela é uma combatente bem habilidosa, não é?”

— É porque ela não foi bem com a prova teórica! Ela realmente tem boa aptidão para os combates, mas ela se embanana ao lidar com a teoria. Aparentemente ela parece que não está abalada com isso. Mas sei que ela deve ter ficado chateada.

“Eita... e olhe que ela já esteve em OU, não é? Assim como você!”

— Sim, mas as coisas são bem duras na Smogon! – suspira a coruja – às vezes eu tenho a impressão que posso ser incompatível com o sistema da universidade...

Mas a conversa foi interrompida com a chegada de um carro preto que estava tocando um rock pesado em seu som. Ele parou em frente ao ponto e Mimikyu descia dele. Dentro dele havia Pokémon cujas espécies que nem Decidueye e nem Dhelmise conseguiram reconhecer.

“Valeu pela carona meu compadre!” agradecia Mimikyu.

— Por nada meu chapa! – falava um Pokémon preto e branco que estava ao volante. Ele tinha uma aparência meio intimidadora e lembrava levemente um Linoone – até a próxima.

O carro vai embora, e os três fantasmas retornam à mansão.

“Que tipo de Pokémon mal-encarado que você anda se encontrando?” comenta Dhelmise abismado.

“São só uns companheiros que gostam de um bom som!” responde Pokémon fada.

“Nunca os vi na universidade!”

“Eles ainda estão fazendo pré-vestibular! Acho que entrarão na Smogon no próximo semestre!”

— Pelo visto o Mimikyu também está arrumando amigos de fora também! – comenta Decidueye.

Eles chegam à residência. Dhelmise se sente cansado é quer dormir. Mas ele vê na sala que Silvally ainda estava acordado e jogava cartas com seus três amigos Lycanroc, que são Pokémon lobos com a tipagem de rocha. Cada um tinha uma forma diferente. A fêmea com pelo pálido e olhos azuis é a forma Diurna. O macho vermelho com olhos da mesma cor é a forma Nortuna e o macho laranja de olhos verdes é a forma Crepuscular.

Os quatros estão tão entretidos no jogo que não há chances do Silvally ir dormir tão cedo. Para evitar tumultos, a alga resolve ir para piscina do lado de fora. Quando se aproxima da beirada, ele desemaranha o timão, as correntes e a âncora de si e fica só com a bússola em seu corpo. Ele entra devagar na água. Mas logo percebe que não está sozinho na piscina. Com os braços apoiados no azulejo da beirada, Primarina estava com seu a metade de baixo do seu corpo na água. Ele olhava pensativo para o céu.

“Primarina! Não sabia que estava aqui!” a alga estava constrangida.

— Não se preocupe! Já estou de saída! – a foca estava fazendo menção de sair da piscina.

“Não precisa se incomodar! Pode deixar que eu saia!”

— Não precisa fazer isso! Por acaso eu te incomodo? – questionou Primarina um pouco hesitante.

“De maneira nenhuma!” apesar disso não ser totalmente verdade, a alga não quer arrumar um mal estar com a foca.

— Certo! Então só vou ficar mais um pouquinho, tá bom?

“Tá!

— Ah, e Toxapex, Bruxish e Araquanid também estão aqui! Elas estão dormindo no fundo da piscina! – avisa Primarina.

Realmente é difícil ter privacidade nessa república. Dhelmise se conforma e esparrama seu corpo pela superfície da piscina. Em uma visão de cima, observa-se que ele é uma alga com várias ramificações que se enraivam pela água com uma bússola no centro.

“Ei Primarina! Amanhã vai vir um colega meu da faculdade para estudar aqui, tá bom?” avisa Dhelmise.

— Hum... tu fazendo amigo?! – há um pouco de surpresa e deboche na reação da foca.

“Ele só está me ajudando nos estudos!” disse a alga constrangida.

— Não se preocupe, vamos dar um jeito para ninguém os atrapalhar! Afinal, o pessoal de OU também vai estudar amanhã e vão querer o mínimo de incomodo possível! – afirma a foca.

“Certo! Prometo que não vou incomodá-los!”

— Mas o ranzinza do Dhelmise trazendo um amigo dele pra cá! Minha nossa, nunca pensei que você conseguiria se enturmar com os outros. Deveria decretar feriado nacional em Alola! hihihi – a foca comenta bem baixinho.

Dhelmise percebe que não deveria ter contado isso a Primarina.Ele viu a foca murmurando e rindo baixinho. E possível que ele esteja pensando coisas maliciosas em relação a isso. A alga voltou seu olhar para o céu estrelado quando ouviu uma doce canção, ainda que meio baixa. Era Primarina que estava cantando. A foca gostava de cantar bem alto para garantir que todos a escute, mas dessa vez, seu canto era leve, bem relaxante e gostoso de ouvir. Mas também se percebe um tom melancólico na canção.

Pelo que a alga percebe, a música é cantada em uma antiga língua de Alola. Se escutava muito o termo Ohana, que tinha o significado de família.

Ele ficou cantando por alguns minutos, não ligando que fosse assistido pela alga. O sono finalmente chega ao Dhelmise. Ele já estava cochilando quando a foca cessa a canção.

— Ei Dhelmise! Sabia que Ohana significa família?

“Qualquer um de Alola sabe o que é isso!” ele responde sonolento.

— Pois esse termo não se refere apenas à família de sangue! Se seres que compartilham o mesmo teto e se preocupa um com o outro, tem suas desavenças, mas mesmo assim estão juntos em momentos alegres e tristes. Se for tudo isso, mesmo sem laços genéticos, também é considerado Ohana. Estive pensando se nós também seriamos Ohana!

Por que Primarina estaria pensando em uma coisa dessas há essa hora? Seria até irônico para a alga considerar esse bando de lunáticos que vivem sob o mesmo teto que ele uma espécie de família. Sem falar que tem pouco tempo para, de fato conviver com eles.

— Queria ficar mais um pouco, mas já tá na hora de dormir! – fala o Pokémon fada bocejando e saindo da piscina – não dá para eu dormir aqui, pois eu preciso de ar para respirar!

Primarina se sacode para tirar a umidade do pelo. E ele volta para mansão. E Dhelmise adormece na piscina.

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Na manhã seguinte, maior parte dos residentes ainda estava dormindo. Mas Tapu Fini e Magearna já estavam preparando o café enquanto Tapu Koko e Incineroar traziam os pães. Enquanto eles preparavam o café, eles conversam sobre os fatos da semana.

“Tapu Koko, não sei não! Em minha opinião eu acho muito cedo para nós acertarmos a proposta daquela senhorita!” diz Magearna pensativa.

— Talvez! Mas isso mostra que até os veteranos perceberam o quão a gente é forte! – responde o elétrico empolgado.

— Que proposta é essa aí? – Tapu Fini queria saber mais sobre o assunto de Tapu Koko e Magearna.

“É que a senhorita Aegislash, a presidente do Conselho Estudantil, propôs que Tapu Koko e eu entrássemos nesta organização estudantil.” Disse a metálica.

— Os estudantes mais fortes da Smogon fazem parte desse Conselho! – disse o Koko sorridente – isso prova que nós estamos entre os melhores estudantes!

— Então ela já ofereceu vaga no conselho a vocês! – Tapu Fini fez uma expressão de desconfiada – acho melhor vocês não aceitarem!

— Por quê? – questionou o elétrico contrariado.

— Por algum motivo, eu não gosto dessa Aegislash! Eu tenho um mau pressentimento em relação a essa espada! E, além disso, apesar de vocês ainda serem calouros, vocês já são grandes destaques na classe OU. Realmente estão entre os melhores de toda universidade! Não acham que isso pode atrair inveja dos veteranos?

“Pensando por esse lado! Seria uma maneira dos veteranos da Smogon nos manipular!” deduz Magearna “Eu sei que a senhorita Aegislash é de uma família bem tradicional de Kalos. Essa família tem bastante influência não só no continente de origem, mas inclusive aqui mesmo nessa cidade.”

— Será que ela é má? – Tapu Koko demonstra dúvida.

— Não dá para dizer isso na lata! – responde a Fini – mas lembre-se que muitas vezes Pokémon que agem gentilmente e amável podem, na verdade esconderem uma personalidade maléfica! Não sei se é o caso dessa espada, mas... seria bom que você não se aproxime dela e nem entre no caminho dela!

— Se é o que a mana pede... – se conforma Tapu Koko. Ele confia na intuição de sua irmã mais velha, que é muito precisa.

— Lembre-se Koko, entramos na Smogon para sermos bons combatentes para nos tornarmos guardiões de Alola. Devemos no focar em sermos fortes para o bem do povo de Alola! – concluí a aquática.

Tapu Koko acenou com a cabeça concordando com os argumentos de sua irmã, e o assunto se deu por encerrado por enquanto. Mas Tapu Fini ainda se preocupava com a proposta da Aegislash. Ela sabe que Magearna é uma Pokémon bem inteligente, mas o Tapu Koko, apesar de ter capacidades excepcionais, ele ainda é muito ingênuo, já que ainda é praticamente uma criança com seus dezessete anos.

Toxapex e Araquanid entram na cozinha.

— Menino, imagine você acordar de dentro da piscina e ver uma enorme mancha verde na superfície! – comenta Araquanid – eu fechei meus olhos imaginando que era um sonho. Abri-os novamente e vi essa “mancha” saindo da piscina e fiquei meio assustada!

— Era só o Dhelmise que dormiu na piscina nesta noite! – disse Toxapex calma.

— Mas por que ele tinha que ficar na piscina? Ele não tem o quarto dele? – questionou a aranha.

— Deixe de frescura mulher! Ele não faz nada não! – tranquiliza a venenosa – nem sei se ele tem desejos sexuais ou coisa do tipo.

— Se ele tem desejos sexuais ou não eu não sei! Mas ele está ficando bem amiguinho de alguém da Smogon! – entra Primarina no refeitório – e ele só foi dormir na piscina, pois o Silvally ficou até madrugada adentro brincando de Uno com os Lycanroc.

— Ele me parece meio ranzinza, mas eu tenho certeza que ele é um bom Pokémon! – comenta Toxapex – vocês sabem que ele trabalha até tarde da noite e por isso...

Mas a fala da estrela-do-mar é interrompida por um forte barulho de uma pedra rolando pelos cômodos.

Eles foram para a sala e viram o Minior rolando por ela até bater na parede. O impacto fez com que sua crosta de pedra se quebrasse, revelando seu núcleo negro com várias lascas coloridas pelo corpo.

“E DA PRÓXIMA VEZ QUE VOCÊ CAIR EM CIMA DE MIM, TE ARREMESSO ATÉ A RUA, SEU PEDAÇO DE ROCHA AMBULANTE!” ouvia-se do quarto dos não binários.

— Retiro o que eu disso sobre o Dhelmise ser um bom Pokémon! – Toxapex estava aterrorizada.

— Dessa vez o Dhelmise extrapolou um pouquinho! – dizia Minior, enquanto colocava rapidamente sua crosta.

— Mas também Minior, você tem uma cama bem espaçosa só para você e ainda cai em cima dos outros! – repreende a Tapu Fini – uma hora o Dhel iria perder a paciência!

— E nem sabia que você era shiny! – repara Tapu Koko.

Depois do tumultuo, os outros desciam para realizarem o desjejum. Eram dez horas quando o Dhelmise finalmente saiu do quarto, juntamente com o Silvally. Eles tomam o café e se surpreenderam quando viram que Tapu Bulu já estava de pé. Ele estava carregando dois baldes de cal e uma pá de cimento.

— Trabalhando na reforma hoje? Hihi – disse Silvally debochando.

— Estou rebocando a parede do meu quarto! – respondeu o guardião aborrecido.

“Nossa! O que ocorreu no seu quarto para que você precise rebocá-lo?” pergunta Magearna que passava por eles.

— Foi você que estragou a parede com seus Canhões Brilhantes! - aponta Tabu Bulu.

“Bem, então é verdade que você vai trazer um convidado hoje à tarde Dhelmise?” a robô tratou logo de mudar de assunto.

“Sim! Mas é só para estudarmos juntos, não vamos incomodar ninguém!” responde rispidamente a alga.

“Certo! Mas podem estudar no refeitório conosco! Os outros vão ficar no quintal para não atrapalharem.

— O Vikavolt vai montar o vídeo game para nós jogarmos lá! – fala Silvally empolgado.

Logo chega a hora do almoço. Depois de realizarem a refeição e arrumarem a cozinha e o refeitório, os Pokémon se preparam para as atividades vespertinas. Os Tapus arrumavam a grande mesa e traziam os livros e cadernos. Incineroar e Passimian carregavam a TV e a raque até o quintal. Marowak desenrolava o comprido fio da extensão, o passou pela janela e o ligou em uma tomada mais próxima. Não queria acidentes com Pokémon pisando no fio enquanto passa pela porta. E por fim, Vikavolt instala seu estimado vídeo game.

— Certo tudo ok! – disse o inseto satisfeito – acho que é um bom momento nós estrearmos o FIFA do ano passado que acabei de adquirir.

— Do ano passado? Mas já saiu o do esse ano! – aponta Passimian.

— Sim meu caro amigo, mas acontece que o desse ano ainda está custando o olho da cara! Só agora que eu comprei o do ano passado, pois o preço já estava acessível. Talvez no ano que vem eu compre o desse ano! – responde Vikavolt.

— É tudo a mesma coisa mesmo! – afirma Incineroar – vamos fazer um campeonato aí!

— Ai de quem estragar os controles! Que aí a Descarga vai cantar! - avisa o inseto.

Enquanto isso, Dhelmise aguardava ansiosamente pelo seu colega. Dragalge chega às duas horas como combinado.

“Alola Dragalge!”

— Oi! Boa tarde Dhelmise!

Os dois vão em direção a casa, eles passam pelo quintal e o fantasma apresenta o seu colega:

“Bem pessoal, esse é o Dragalge!”

— Boa tarde pessoal! – cumprimenta o cavalo marinho educadamente

— Alola Dragalge! – responde os Pokémon.

“Bem, vamos entrar!”

Eles vão para o refeitório. Lá, os Tapus, a Toxapex, a Magearna e o Mimikyu já estão revisando o conteúdo.

— Alola, Dragalge! – cumprimentava Tapu Fini calmamente – fique à vontade.

Um pouco distante dos outros, Dhelmise e Dragalge se acomodam e iniciam os estudos. Eles conversam com a voz baixa para não incomodarem os outros, que também faziam o mínimo de barulho possível. Tapu Fini e Margearna são as que falavam mais, mas é porque elas estavam orientando e tirando as dúvidas dos seus companheiros. E falavam em um tom leve e calmo.

Mas de vez enquanto ouviam-se berros de “gol” lá de fora.

“Tava demorando para o pessoal avacalhar...” pensava Dhelmise.

Os gritos estavam se tornado frequentes. A alga estava perdendo a concentração, e Dragalge repara que seu colega estava ficando nervoso. Dhelmise estava prestes a perder a paciência. Mas Tapu Fini se levanta e vai para o quintal. Ela volta pouco tempo depois e retoma com os estudos.

Mas depois de uns vinte minutos, começaram a fazer algazarra novamente.

A fada aquática respirou fundo e foi para o quintal novamente. Do refeitório dava para se ouvir o sermão dela.

— E da próxima vez, eu mando é a Magearna vir aí!

O silêncio volta a prevalecer. Tapu Fini se volta para Dragalge.

— Desculpe-nos pelo barulho! Isso não vai mais acontecer.

O dragão venenoso ficou admirado pela atitude da guardiã. É como se fosse uma mãe para eles.

E assim as horas passaram com os Pokémon estudando dedicadamente.

Eram cinco e meia quando os Tapus e os outros de OU resolveram encerrar a revisão.

— Aaah... acho que estou tinindo para a prova de amanhã! – disse Tapu Lele se espreguiçando.

— Seria bom se vocês descansarem também! – Tapu Fini dizia ao Dhelmise e Dragalge – já está quase anoitecendo.

“Quer comer alguma coisa Dragalge?” pergunta Magearna

— É muita gentileza de vocês, mas não precisam se incomodar comigo! – disse o cavalo marinho envergonhado.

“Pelo menos algumas frutas! Você não comeu nada desde chegou aqui!” Dhelmise foi até a geladeira pegar frutas “Você prefere a Aguav ou a Figy?”

— Eu gosto de Aguav! – respondeu o venenoso sem graça.

“Então toma essa!” a alga joga uma fruta Aguav para Dragalge e pega uma Figy para si.

Eles vão até o quintal e vem que o pessoal ainda estava jogando. Eles haviam feito um torneiro no jogo de futebol e estavam disputando a partida final o Vikavolt e o Passimian. O inseto acabou vencendo e se proclama campeão do campeonato.

— Hehehe! Ninguém é páreo para mim!

Os outros Pokémon vieram para o quintal também.

— E esse monte de coelho branco nesse jogo? - comenta Tapu Koko.

— É que os times estão contratando muito Cinderace ultimamente! - Responde Incineroar.

— E acho que no jogo desse ano pode ter mais! – continua Passimian – o time mais rico do mundo contratou um shiny recentemente. Esses coelhos se garantem na bola!

— Pois então já que o Vikavolt se consagrou campeão, seria bom ele disputasse agora uma partida com a Magearna, já que ela parou de estudar! – sugeriu Incineroar.

— É mesmo, ela é a melhor nos games! – concordou a Muk.

“Vamos lá Vikavolt?” a robô queria desafiar o inseto.

— Seria um prazer te detonar querida, mas primeiro que tal deixar o convidado do Dhel jogar um pouquinho? – propôs o inseto.

— Não precisam se incomodar, eu... já estou de saída! – Dragalge estava encabulado.

—  Vai arregar besourinho? – debochou Passimian.

— Gente, vamos ser educado e deixar o visitante jogar né? Eles passaram a tarde toda estudando e têm o direito de descontrair um pouco! – insistia Vikavolt.

— Isso é bem estranho de um viciado como você! – comenta Araquanid.

— Vamos colocar um jogo de luta para partidas mais rápidas – o besouro muda o jogo – e Dhelmise, jogue você também!

“Mas eu nunca joguei essas coisas!” declarava o fantasma.

— Ora, mas o Dragalge é seu convidado! – argumentava Incineroar – então trate de ser um bom anfitrião e apanhe dele no jogo!

Sem escolha, Dhelmise e Dragalge pegam nos controles.

— Faz tempo que não jogo! – disse o venenoso.

Então, eles escolheram os personagens e iniciaram a partida. Mas a alga é facilmente derrotada pelo seu colega.

“Não disse que não sei jogar essas coisas!”

— Cara, não teve infância não?

“Não sei! Quando era filhote, eu ajudava meus pais! Mas eu brinquei muito no mar! Não dependia de tecnologia para me divertir!”

— Vamos tentar de novo!

Iniciaram uma nova partida. Dessa vez Dhelmise usou uma técnica muito usada por novatos em jogos de luta, apertou aleatoriamente os botões do controle. Dessa vez, Dragalge teve dificuldades para vencê-lo, mas ainda sim se saiu triunfante.

— Pelo menos está aprendendo a apelar!

Eles dão a vez para outros jogadores, passaram a só assistir as partidas dos outros. Achavam graça das reações exageradas daqueles que disputava e da torcida que tanto animava quanto azarava os jogadores.

— Acabe com ele!

— Mete a bicuda nele!

— Sabe jogar não macho?!

— Solte esse poder ai minha filha!

— Vou te finalizar agora!

Tapu Fini e Tapu Lele trazem algumas frutas cortadas e bolachas para dividir com a galera. Foi um alvoroço para pegar a comida.

— Deixem de ser esfomeados!  - Fini dá a bronca – Dragalge, pegue logo o seu pois esse povo é esganado!

O dragão pega algumas bolachas. Dhelmise repara que ele está constantemente rindo baixinho. Ele estava achando graça da situação.

Mimikyu traz um violão para o quintal.

— Oh, Mimikyu querido, bora dá uma animadinha nessa reunião? – propôs Primarina.

O fantasma fada começa a tocar o instrumento e a foca o acompanha nos vocais:

Esta família é muito unida

E também muito ouriçada

Brigam por qualquer razão

Mas acabam pedindo perdão.

Dragalge ficou encantado com a bela voz de Primarina. É uma voz que não dá para definir como masculina ou feminina, mas mesmo assim é bela para qualquer um que a ouve. Dhelmise também se surpreende em como a foca se adapta a qualquer ritmo musical.

— Ei, essa Primarina é um macho ou ...

“Bem, digamos que ele tem um coração de uma fêmea!” Dhelmise tenta definir a Primarina para o Dragalge, que estava meio confuso em relação ao gênero da foca. Ambos se entreolharam e combinaram silenciosamente que isso não é algo que eles devem se meter.

Finalmente escureceu e os Pokémon ainda se divertiam no quintal em frente à velha casa, sendo jogando, escutando as músicas de Primarina ou simplesmente conversando e comendo. Dhelmise geralmente não gosta muito de interagir e ficar no meio de tantos Pokémon, mas vendo o seu amigo venenoso se divertindo e sorrindo enquanto ele conversava com os alolianos deixa o fantasma mais relaxado na multidão. No fundo, estava temendo que Dragalge se sentisse aborrecido em estar em um ambiente tão tumultuado como esse, mas parece que aconteceu o contrário, e isso, de certa forma, agrada a alga.

Lembrou-se da conversa que teve com Primarina na noite anterior, sobre o significado de Ohana, que segundo aqueles que inventaram o significado desse termo, está em uma família é está ao lado de gente que sem importam entre eles. Talvez Dhelmise ainda não se importe com eles o bastante para considerá-los como parte da “família”, mas observa que eles realmente são quase tão unidos como se fossem uma. E além disso, terá quatro anos para conviver com eles. Será que durante esse tempo poderá se acostumar a tê-los como familiares?

Eram oito horas da noite, depois de ser humilhantemente derrotado diversas vezes por Margearna no jogo de luta, Vikavolt finalmente determina que é hora de parar e desliga o aparelho. Incineroar, Passimian e Marowak ajudam a levar os móveis de volta para casa.

— Vixe! Está na hora de ir para casa! – afirmou Dragalge.

“Sim! Mas... tudo bem se você for sozinho?” Dhelmise se preocupa se algo semelhante àquele dia poderia acontecer com o cavalo marinho.

— Não se preocupe que não sou nem doido de andar sozinho pelas ruas depois daquilo! – tranquilizava Dragalge.

— Ei Dhel, leve ele na Wanderleia! – sugeriu Tapu Fini.

“Pode mesmo?” pergunta a alga com receio “e o combustível?”

— Só um pouco a mais não tem problema! – falava a aquática – e qualquer coisa, você trabalha em um posto de abastecimento, pode tentar pedir um desconto não é?

“Vamos ver o que posso fazer! Mas realmente ir na Kombi é mais seguro!” a alga vai até a garagem pegar o veículo.

— Então pessoal... até mais! – se despedia Dragalge.

— Nos vemos amanhã na classe RU! – disse Araquanid, outros estudantes desse estrato também acenavam para ele.

A Kombi parou em frente ao portão e o dragão subiu nela.

Em alguns minutos, chegaram à praia em que ficava o prédio de Dragalge.

“Bem chegamos! Boa noite Dragalge, e nada de ficar zanzando por ai!” aconselhava o fantasma.

— Tudo bem mãezinha! – brincou o venenoso – então nos vemos amanhã...

Mas o cavalo marinho ainda não desceu do transporte. Ele parecia hesitante e olhada na janela para ver se ninguém passava por perto.

“Que houve Dragalge?”

Na escuridão não dava para ver o seu rosto enrubescido, mas para surpresa de Dhelmise, Dragalge encosta sua boca tubular na superfície de sua alga.

— Até... até amanhã... Dhel! – só então ele sai rapidamente da Kombi e vai apressadamente até a guarita que dá à sua residência.

Dhelmise ficou alguns minutos sem se mover, em frente ao volante, com o veículo parado. Não acreditou no que acabara de ocorrer. E também não estava entendendo os sentimentos que surgiam em seu coração. Só sabe que jamais vai esquecer esse dia.

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Glossário

Descarga - Discharge

Música usada

A Grande Família - Dudu Nobre

Notes:

E ai, o que acharam desse capítulo! Como foi dito, iremos retomar com a programação normal no próximo capítulo. Espero que tenham gostado dessa pequena homenagem à sétima geração! Mas prestem atenção nos Tapus e na Magearna que eles serão páreo duro no próximo arco!

No mais, obrigada pela leitura e até mais! XD

Chapter 17: Capítulo 17 - Aliados e Adversários

Notes:

Olá! Finalmente voltamos a rotina da Smogon. Agora a etapa de avaliações de UU finalmente termina. Mas Starmie acaba recebendo uma proposta inesperada de um antigo colega.

Boa Leitura!

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

Ainda na tarde de sexta-feira...

— Por favor responda logo! O prazo para inscrevermos o nosso time está acabando! – Diancie esperava uma resposta de Starmie.

Mas a estrela ainda estava processando o que lhe acabaram de propor. Nunca pensou que seria convidada assim para integrar uma equipe de OU. Estava tão atônita que não sabia o que dizer. Por que eles vieram até a sua casa só para chamá-lo para o time?

— Sim Starmie, vai aceitar ou não? – Zapdos aguardava resposta impaciente.

“Pessoal, não sei nem o que dizer!” disse a estrela “Acho que não tenho tempo para pensar, não é?”

— Se for para recusar é melhor dizer logo! – falou o pássaro elétrico – se você recusar, nós ligaremos para a Serperior. E então ela pergunta para o Tentacruel se ele quer entrar no time.

“Pera! Espere por favor!” a estrela percebe que pode deixar uma boa oportunidade escapar, afinal de contas, do jeito que as coisas andam, não se sabe quando será convocado para um time de OU novamente.

— Então você aceita? – questionou Diancie.

“Er... Aceito sim!” a estrela teve que se decidir rápido.

— Que bom Starmie! – Zapdos suspira aliviado – então só quero que assine esse papel! – ele mostra uma ficha de inscrição para a estrela.

Starmie assina o documento, firmando sua entrada no time.

— Muito obrigado Starmie! – agradeceu o pássaro.

— Então você está de atestado até amanhã? – pergunta a fada.

“É isso mesmo!” afirma o aquático “mas na terça-feira estarei em plena condições!”

— Bem... não queria pedir demais para você, mas poderia dar uma passadinha na Universidade no sábado de manhã? – pedia Zapdos – não vamos fazer nada demais, apenas planejar as nossas estratégias.

“Acho que sim! Só estarei afastado até amanhã! E desde que não precise de fazer muito esforço, eu posso me reunir com vocês!” combina Starmie.

— Sabia que podíamos contar com você! – dizia o pássaro radiante. Ele agarra uma ponta da estrela com sua asa, no intuito de agradecê-lo – Nós já estamos indo! Precisamos concluir nossa inscrição!

— Até mais Starmie! – se despedia Diancie.

“Até!”

— Nos vemos no sábado! – lembra Zapdos.

Assim os dois Pokémon deixaram o apartamento de Starmie.

Mas a estrela ainda está surpresa pela repentina proposta. Pode ser uma nova chance de melhorar sua colocação perante seu curso. Porém alguns temores surgiram em sua mente. Ele sabe que os integrantes de OU estão mais poderosos do que nunca. Especialmente os estudantes que ingressaram na Smogon nos últimos dois semestres. Temia que sua atuação durante a avaliação seja pífia como foi nas batalhas em UU.

O aquático se joga no sofá. Será que foi uma boa ideia ter aceitado em entrar na equipe do Zapdos.

“Tem ele, a Diancie, a Serperior de UU também... e nem perguntei dos dois membros restantes!”

O celular emite sinal de notificação. Starmie abre o aplicativo de mensagens e vê que é chamada do Gengar.

Sam: Ei estrela! NÓS VENCEMOS!

Quartz: Que bom! Fala para o pessoal que eu lhe dou os parabéns!

Sam: A sua estratégia de Z-Hipnose deu certo! Consegui até derrotar a Hydreigon com isso!

Quartz: Ótimo, mas não é algo que se pode usar a todo momento!

Sam: Eu sei! Eu só usei isso na semi mesmo! Só que mais tarde vou passar aí para te devolver o Psychium-Z, ok?

Quartz: Eu disse que você poderia deixar para segunda!

Sam: Sim, mas aí eu te devolvo logo para deixar nós dois mais tranquilos, tudo bem?

Quartz: Você é quem sabe!

Sam: Então até daqui a pouco!

Quartz: Até!

“O que será que o Gengar pretende vindo para minha casa? Mas acho que ele vai ficar surpreso ao saber que fui chamado para um time OU!”

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Em uma sala do prédio administrativo, alguns Pokémon estavam reunidos ao redor de uma mesa que estava lotada de papéis com várias anotações e de exemplares do jornal universitário Flying Press. Estavam um Pelipper e um Hawlucha, ambos da turma OU, uma Swellow, uma Noivern e um Flygon, integrantes da turma RU, e um Dragonite que é um monitor de UU. Eles são os principais responsáveis pelo jornal, tendo o Dragonite como o editor chefe. Eles conversavam sobre as batalhas da terceira avaliação.

— É inegável que a Scizor foi o grande destaque dessa avaliação! – comenta Swellow – ela foi decisiva em todas as lutas em que participou.

— Se observarmos direito, ela estava atuando como uma later sweeper! – apontava Pelipper – ela finaliza os combatentes quando o time adversário está enfraquecido.

— Sim! Mas sabiam que, dentre todos os alunos que participaram das batalhas, ela foi a única que não foi derrotada uma única vez durante toda avaliação? – dizia Flygon.

— Essa chica é bem popular! – Hawlucha falava animado – bem que poderíamos ter uma entrevista com ela. Acho que os leitores vão gustar mucho de informações sobre ela.

— E sabiam que há um ano atrás ela era a aluna mais forte de toda a Smogon? – continuava o Dragonite.

— Se ela é tão boa assim, ela nem deveria está em UU! – apontava Noivern.

— Chegaram muitos Pokémon fortes nesses últimos dois semestres! – explica Pelipper – o Landorus foi se firmando como um Pokémon bastante poderoso. E ela não lida bem com sua mega evolução.

— Pois é gente, mas nós precisamos de uma entrevista com ela! – declarava Dragonite – eu mesmo fiquei embarbascado quando tive que arbitrar uma de suas lutas. Temos que fazer uma reportagem sobre a Scizor enquanto ela está sendo o assunto do momento!

Um Exploud entra na sala.

— Conseguiu alguma entrevista com a Scizor? – pergunta Dragonite.

— Ela ainda está na enfermaria! – responde o Pokémon normal – está descansando e não quer ser incomodada.

— Mas precisamos falar com ela! – disse o dragão apreensivo – bem... Exploud, você, a Swellow e a Noivern venham comigo para a enfermaria. O restante de vocês vai pesquisar sobre a Scizor. Vamos ter essa reportagem pra segunda sem falta!

Com as tarefas distribuídas, os integrantes do jornal vão cada um fazer a sua parte.

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Deitada em uma cama da enfermaria, Scizor estava acordando de seu sono. Não sabia quanto tempo estava aí. Ela ouvia as vozes de Heracross e Krookodile conversando entre si. Mas decidiu que ainda não iria abrir os olhos para elas não perceberem que estava acordada. Com isso, ela continuava a refletir sobre as avaliações e sobre sua vida na universidade.

Com essa vitória, é quase certo que se manterá como a aluna mais forte de UU. Mas será que ela deve ficar feliz com isso? Ela não consegue ver muito significado nessa posição. O principal motivo de ter entrado no time era para, de certo modo, ajudar o Starmie, ou ao menos, lutar ao lado dele. Mas depois daquele acidente que tirou a estrela da competição, a Scizor só continuou com as lutas por causa do compromisso firmado com os colegas.

E pensar que no começo do curso, era uma insegura aluna da classe UU. Ela queria sim ser uma poderosa combatente como a sua mãe, mas ao perceber que as coisas não eram tão fáceis, ela resolveu não criar muitas expectativas na universidade. Mas aí ela conheceu uma certa estrela de OU.

Diziam que era o mais competente aquático da Smogon. Essa informação fez com que a inseto se aproximasse dele, já que está ao lado de aquáticos é crucial para uma Pokémon extremamente vulnerável a fogo. Todos diziam que ele era frio e antissocial e que não se importava com nada além dos estudos. Mas aos poucos, Scizor percebia que ele era sim, alguém bastante solicito e amigável. Ainda que também era bem tímido e que na época, andava triste porque havia perdido seu avô. Com o tempo, ela vai se aproximando mais da estrela, que sempre a ajudava no que podia. E com isso, Scizor vai se aprimorando nos combates ao longo dos semestres. Ela conseguiu monitoria em UU, depois ingressou de vez em OU. E no seu quarto semestre ela se firmou como a Pokémon mais poderosa da Smogon.

Mas ela sabe que com essa fama ela passará a ser visada pelos outros alunos. Se por um lado tem orgulho de sua força, por outro, ela teme aqueles que possam querer a derrubar, tem medo que usem ataques de fogo contra ela. Não só pela fraqueza, mas também ela tem más lembranças envolvendo esse elemento. Ela tenta se manter firme com sua personalidade carismática e determinada. Ela tem suas fraquezas, mas evita demonstrá-las para que ninguém tente se aproveitar dela. Ela deve se impor como um Pokémon forte. Só que isso cansa às vezes.

As vozes de Heracross e Krookodilo parecem mais próximas. Elas já estão falando da Scizor.

— Não vai acordar não minha filha? – a lutadora chacoalha de leve a Scizor com o intuito de acordá-la.

— Aiiiiiim Heracross... – a metálica fala com uma voz preguiçosa.

— Boa tarde querida! Ou milhor... já tá quase de noite! – cumprimentava Krookodile.

— Como está Scizor?

— Estou bem! Só meio cansada... e meu corpo está um pouco dolorido. Afinal, fui surrada pela minha melhor amiga!

— E se eu disser que também tomei uma sova da minha melhor amiga também? – completou Heracross.

As duas insetos riram alto na enfermaria.

— Com isso são 75 vitórias pra mim contra 67 suas! – diz Scizor triunfante, enquanto se sentava na beira da cama.

— E vocês batalham entre si frequentemente? – a terrestre se admira com essa contagem.

— Desde crianças a gente treina uma com a outra! – revela Heracross.

Ouviu-se batidas na porta. Krookodile foi ver quem é. Instantes depois ela fala:

— Scizor, o pessoal do jornal quer falar com tu!

— Diga para eles que eu estou no estado terminal! – disse a metálica se deitando novamente e cobrindo o rosto com o travesseiro.

— Scizor, é melhor falar com eles logo! – sugeriu Heracross – você sabe como são intransigentes, não vão lagar o pé de alguém até conseguirem o que quer.

— E é bom você falar com eles logo que sinão vão ficar inventando coisa a seu respeito – completou Krookodile.

— Está bom... saco... – cede Scizor.

A crocodilo abre a porta e entram o Dragonite, a Swellow, o Exploud e a Noivern.

— Oi Scizor! Parabéns pela vitória! – cumprimentava Dragonite – poderia conceder uma entrevista para a Flying Press por gentileza?

Scizor sentou na beira da cama para conversar com os repórteres. Eles perguntaram sobre as estratégias de batalha. Sua relação com os demais membros do time. Scizor enfatizava que a vitória se deve ao bom trabalho de todos os integrantes do time. Mas havia algumas perguntas que ela achou meio cabulosas.

— Scizor, sua participação na avaliação de UU era facultativa, já que teria que participar na de OU. Por que optou por fazê-la?

— Bem... isso é uma justiça para os meus colegas de UU. Queria testar minha força em relação aos meus colegas, só isso! – a inseto ocultava suas verdadeiras motivações.

— O que sentiu em relação ao fato de seu time ter feito uma substituição no segundo dia de avaliação?

— Foi um momento difícil para nós! Starmie estava se saindo muito bem na segunda luta. Mas aquilo nos pegou desprevenidos. Porém o Tentacruel conseguiu se adaptar ao time. E graças à atuação de todos é que nós conseguimos vencer as lutas.

Enquanto Dragonite conduzia a entrevista, Exploud gravava a conversa com o celular. Depois Swellow pediu permissão para tirar fotos da Scizor. Depois de vinte minutos, a entrevista é encerrada.

— Obrigado pelos relatos! – agradecia Dragonite aparentando sua garra – segunda teremos uma reportagem sobre as avaliações de UU. Até mais! – assim o pessoal da Flying Press saiu da enfermaria.

— Aff... finalmente vazaram! – suspirou a Scizor se atirando na cama.

— Ei Scizor... estou pensando em fazer uma pequena confraternização com o pessoal du time pra comemorar a norsa vitória! – propunha Krookodile.

— Ai! sei não... me sinto tão cansada... – Scizor não estava com clima de participar de festas.

— E queria que Starmie participasse!

A inseto instantaneamente se sentou na beirada da cama, atenta à Pokémon noturna.

— Mas como vão fazer, já que o Starmie está de atestado? – pergunta Heracross.

— Eu tava pensando em só comprar umas pizzas e levar lá pru apartamento dele mermo! – explana Krookodile – vai só nós da equipe e depois de comermos, cada um vai pro seu canto. Pois eu acho que deveríamos comemorar a nossa vitória, mas não é justo deixar o Starmie de fora! Ele ajudou nas primeiras lutas e também na segunda fase, não é?

— Sim, acho que ele merece uma comemoração, depois de tudo que ele passou! – concorda Scizor.

— E sem falar que o Tentacruel já vai ficar perto de casa mesmo.

Então elas ligaram para os outros membros para combinar os detalhes da festa. Scizor ligou para o seu pai para avisá-lo da confraternização e pediu para que levasse a Heracross para a casa dela. Eles irão para o apartamento de Starmie no carro da Krookodile.

Logo, os seis se reuniram no estacionamento e a terrestre desativa o alarme de um velho carro quadriculado de cor negra.

— É só se espremerem aí que cabe todo mundo! – dizia a réptil – e a Scizor vai na frente! A sweeper du time merece mais regalia.

Infernape, Gengar, Sceptile e Tentacruel se ajeitavam no banco de trás. Krookodile liga o som e músicas sertanejas são tocadas ao longo do caminho.

— Que Arceus tenha piedade de nós! – suspira Sceptile.

Eles passaram na pizzaria para encomendar a comida. Em alguns minutos, estavam carregando três pizzas e duas garrafas de refrigerante. Scizor carregava as pizzas no colo, tendo que suportar o calor. Mas é justo já que seus companheiros estavam no aperto no banco de trás.

— Recebi mensagem do Starmie! – falou Gengar – ele disse que está na praia.

— Ótimo! Uma comemoração na praia é mais interessante! – afirma Tentacruel.

Chegaram ao beira-mar e desceram do carro. Os machos suspiraram aliviados:

— Finalmente saímos da sessão de tortura! – aclamava Gengar.

Foram para a praia a procura de Starmie. Andaram um pouco pelas areias, até uma melodia de um violão chamar a atenção deles.

Estava sentado há alguns metros do mar tocando seu violão. A música é simples, mas é bem confortante para quem ouve. Eles ficaram alguns minutos parados e calados, apenas escutando a canção de Starmie.

A estrela parou de tocar, mas quando se virou, ficou constrangido ao saber que tinha uma plateia o assistindo. Seu núcleo brilhava em magenta devido a vergonha.

“Gengar... por que não me disse que iria vir mais gente?”

— E eu iria lá saber que você estaria aqui tocando? – rebate o fantasma.

— É que... estava tão boa sua música que não queríamos interromper... – afirma Tentacruel timidamente.

— E estamos aqui para confraternizar a nossa vitória na avaliação de batalha! – continuou Scizor – e não queríamos deixar você de fora!

— E tu se garante no violão estrela! – diz Krookodile animada – seria bom tu aprender a tocar umas músicas sertanejas pra gente!

— Não leve o Starmie por esse caminho! – Gengar falava seriamente.

Todos riram. A estrela ficou meio encabulada por seus colegas virem para comemorar junto com ela. Mas isso, de certo modo, a deixa feliz.

Então eles se sentaram e começaram a comer e jogar a conversa fora. Krookodile falava sobre seus tempos de pré-vestibular e de seu lugar de origem:

— Como podem ver, sou do interior da cidade de Lentimas, lá em Unova! Depois di um tempo fazendo pré-vestibular em Mistralton, finalmente entrei na Smogon. I agora tô morando na casa dos meus tios enquanto faço o curso.

— Isso explica seu sotaque peculiar! – comenta Sceptile – você é do interiorzão mesmo.

— Sou sim! Quero ser combatente para ajudar a cuidar das propriedades de minha família! – continuava Krookodile – estudei com a Volcarona até!

— Você conhece a Volcarona desde o ensino médio? – Gengar ficou curioso.

— Não! Só nu pré-vestibular mermo! Ela terminou o ensino médio bem antes de mim, mas na época que a conheci, ela era uma Larvesta desse tamanho! – ela fazia um gesto com as mãos para demonstrar o quanto a inseto era pequena – ela é de uma espécie que demora a evoluir! Por isso, mesmo que tenha terminado o ensino médio, ela não poderia entrar na Smogon em sua forma básica. Enquanto não evoluía, ela se dedicava em trabalhar e fazer cursos até que finalmente evoluísse. Pra ter uma ideia, ingressamos na Smogon na mesma época, eu com vinte e ela com vinte e cinto. Hoje eu estou com vinte e um e ela com vinte e seis!

— Caramba! Não sabia que a Volcarona era tão velha! – Sceptile estava abismado.

— Será por isso que ela tem esse desespero todo com o Venomoth? – deduzia Gengar.

— E para um inseto, já é uma idade bem avançada! – completava Krookodile – É bem decisivo já manter um macho para si.

— O que isso tem haver? – pergunta Infernape – vinte e seis anos não é tão velho assim.

— Sabe Infernape, nós insetos temos expectativa de vida um pouco menor do que a dos demais Pokémon – explica Scizor – algo em torno de quinze por cento abaixo da média de vida em geral. Sabia que por causa disso, podemos nos aposentar mais cedo? Meu pai, por exemplo, já é aposentado.

— Pelo menos os insetos tem alguma vantagem por conta disso! – comenta Sceptile.

— Meu pai disse que não vê vantagem nenhuma disso! Para compensar, a previdência cobra uma contribuição maior para os insetos, segundo ele! – relata a metálica.

Starmie ficava calado quando a conversa chegou na Volcarona. Quem se importa dela está desesperada por conta de sua idade relativamente avançada e de sua necessidade de se manter um companheiro. A estrela ainda não havia a perdoado pelo que ela fizera com a Scizor. Lembranças daquela noite ainda atormentavam sua mente. Para encerrar esse assunto, a estrela resolveu falar sobre do convite que recebera:

“Pessoal, hoje à tarde veio o Zapdos com a Diancie... eles me convidaram para entrar no time deles!”

Os outros voltaram a atenção para o Pokémon psíquico. Essa informação pegou todos de surpresa.

— Tu tá brincando Starme?! – fala Gengar – e você aceitou?

“Claro que sim!”

Ficaram mais alguns segundos de silêncio, mas a maioria dos Pokémon começou a felicitá-lo.

— Olha aí as coisas dando certo pra ti! – dizia Krookodile.

— Oh estrela desgraçada para ter sorte! – bufava Infernape.

— Se deu bem estrelinha! – alegrava Sceptile.

Mas Scizor e Tentacruel não conseguem esconderem suas expressões de preocupação.

— Starmie... não posso deixar de estar feliz por você ter essa chance! – declara o água-viva – mas não tem problema de você participar das avaliações de OU?

“Não se preocupe! Na terça eu já vou estar em plenas condições!” afirma Starmie determinado.

Scizor ficou apreensiva. Ela deveria estar contente por seu amigo ter uma chance em participar nas avaliações de OU. Mas ao mesmo tempo, se preocupava pelo fato dele ainda estar se recuperando daquele acidente. Tinha receio de que participar novamente de batalhas depois de um curto período de recuperação pode lhe ser bastante prejudicial.

— Starmie... acho que não foi uma boa ideia você ter aceitado! – ela expressa sua opinião.

Todos ficaram surpresos pela declaração de Scizor. Eles sabem que é ela que fica motivando a estrela, mas dessa vez, parece que a inseto estava jogando um balde de água fria sobre as expectativas de Starmie.

“Por que isso?” questionou a estrela.

— Você sofreu um acidente feio querido! Você deve repousar o máximo que puder! Aposto que pediram para ir para universidade no sábado, não é? Você deveria estar descansando! – disse a inseto de forma um pouco enérgica.

“O médico disse que estarei de atestado só até amanhã!” argumentou Starmie.

— Sim, mas não ouviu que ele disse que o ideal seria você descansasse os quatro dias? - replicou Scizor.

“Mas vai ser só uma reunião! Não vou realizar nenhuma atividade pesada!”

— Mas participar de duas avaliações em períodos tão curtos não deve ser bom para sua saúde! – insistia Scizor.

“E tu minha filha! Você mesma participou da avaliação de UU sem necessidade, e agora vai ter que participar na de OU!” rebate a estrela, com a voz telepática aborrecida “Por que raios acabou participando de uma avaliação na qual não precisava prestar?”

O modo como Starmie fez a pergunta deixou Scizor brava. Depois de tudo que ela fez para ajudá-lo, essa estrela tem coragem de dizer que sua participação foi desnecessária.

— Não te interessa os motivos que entrei nesse time! - ela eleva o tom de voz - mas eu estarei em plenas condições em participar na OU, diferente de você!

“Tá insinuando que não sei me cuidar? É isso? Ou que sou fraco demais para esse estrato?” a estrela se mostra chateada.

Os outros cinco Pokémon só presenciavam estarrecidos a discussão que foi iniciada a partir de uma notícia que deveria ter sido boa para Starmie.

— Er gente! Bora se acalmar aí! De boas? – Gengar tenta apaziguar os ânimos.

Scizor suspira e se senta. Termina o pedaço de pizza que estava comendo. Depois realiza uma ligação em seu celular.

— Gente, foi bom está com vocês, mas eu já estou indo! Meu pai já vem me buscar! – a inseto se levanta.

— Já vai Scizor? – questiona Krookodile – ainda tá cedo! Se senta e se acalme um pouco.

— Valeu Krookodile, mas eu já estou meio tensa e cansada! Sinto muito por eu ter causado essa confusão! A gente se ver amanhã! – Scizor já se dirige em direção à calçada.

Starmie ficou estarrecido por causa da discussão que praticamente acabou com a festa. Queria compartilhar a boa notícia com seus amigos, mas ficou chocado com a reação negativa de Scizor. Será que ela acha que ele não tem mais condições de combater com os alunos de OU.

— Ai Starmie! Tenha calma! – Gengar lhe dá um tapa nas costas – a Scizor não quis dizer isso por mal. Ela ficou bem preocupada quando você se machucou.

“Mas precisava esfregar no meu núcleo que não sou capaz de realizar as avaliações de OU?” havia um tom de mágoa em sua voz telepática e a luz de seu núcleo começava a tremer.

— Bem estrela! Se você for realmente ir batalhar em OU, é provável que a Scizor acabe sendo sua adversária! – deduz Infernape – talvez em uma batalha você possa mostrar a ela se você é capaz ou não.

Ainda tem esse detalhe. É possível que tenha que enfrentar a Scizor. E ela pode utilizar sua mega evolução. Ele teme que não possa ser páreo para ela. A mesma situação seria diante de boa parte dos estudantes de OU.

— Pois bem, melhore logo esse humor! Já que teve a sorte de ser chamado para OU, trate de aproveitá-la bem! – falou o lutador.

— Então gente! Terminem de comer aí e bora arrumar as coisas! – pedia Krookodile.

Rapidamente limparam toda a sujeira da praia e colocaram o lixo em um saco plástico. Krookodile levou Gengar, Infernape e Sceptile para suas respectivas casas de carona. Só restaram Starmie e Tentacruel em frente a guarita. A estrela estava carregando o violão em sua capa. E o água-viva colocava os resíduos no latão de lixo.

 “Tentacruel... me desculpe por ontem à noite!” pedia a estrela de forma humilde.

— Tudo bem! – dizia o venenoso calmamente – você não tava muito bem naquela hora!

“Você deve ter percebido que só faço mancada atrás de mancada! Ontem foi com você, e agora com a Scizor!”

— Não se martirize com isso Starmie! – Tentacruel coloca um tentáculo em um braço de Starmie, no intuito de consolá-lo – a Scizor ficou muito desesperada quando te viu ferido e passou várias horas apreensiva enquanto você estava desacordado. Apenas acho que ela não quer que você se coloque em risco.

“Então, ela estava preocupada comigo?” a estrela questiona se fato da Scizor ter ficado tão exaltada naquele momento é por que, de certo modo, ela se importa com a estrela.

“Ei Tentacruel! Você acha eu não devo participar das avaliações de OU?”

— Sendo sincero, eu também fiquei preocupado com essa notícia. Porém, quem deve saber se pode ou não batalhar é você mesmo Starmie. Você é quem sabe dos limites de seu corpo!

“Entendo! E obrigado por batalhar no meu lugar!”

— Por nada! Se bem que não creio que fui muito útil para a equipe! – disse o água-viva com um riso sem graça.

“A Krookodile disse que você foi decisivo em vários momentos!”

Os dois entraram e foram até a porta do apartamento de Starmie.

“Então, boa noite Tentacruel!”

— Er... boa noite... repouse direitinho viu? E qualquer coisa, é só falar comigo!

“Obrigado!” Então Starmie entra em seu apartamento. Faz há algum tempo que a estrela percebe que o venenoso está sendo bem gentil com ela, apesar das mancadas que faz com ele. O psíquico sente uma estranha sensação em relação ao Tentacruel. Algo em seu coração diz que é bom que se aproxime mais dele.

Tentacruel se dirige ao seu. Mas quando chega em frente a porta, o venenoso acaba tendo uma leve impressão que está sendo espionado.

“Deve se obra da minha mente! Eu também preciso de descanso!” ele entra no seu apartamento, que fica em um andar abaixo.

Mas, escondidas em um corredor, estavam Cloyster e Alomomola, rindo baixinho. Elas estavam certas que pode rolar algo entre os dois Pokémon aquáticos.

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No dia seguinte, nem todos os alunos da classe UU compareceram às aulas de sexta feira. Muitos faltaram para repousar daqueles dias puxados das avaliações. E os professores não costumam passar conteúdo ou treinos importantes no dia posterior aos dos testes. Mas meio-dia, os resultados das avaliações são expostos no flanelógrafo do pátio central. Os estudantes presentes rapidamente vão conferir suas notas.

Scizor encontra Krookodile próxima aos cartazes. A terrestre olhava os resultados.

— Oi Krookodile! Desculpe-me por estragar a comemoração de ontem! – disse Scizor sem graça.

— É minha filha! Você foi dura com a estrela! – reprendia a terrestre.

— Mas você viu que ele tinha se ferido durante as batalhas. Agora ele inventa de participar nas de OU!

— Se bem que é uma boa oportunidade para ele. E além disso, é problema dele si algo de ruim acontecer. Starmie não é mais criança, ele sabe dos riscos que corre.

— Eu sei disso Krookodile! – suspira Scizor – mas às vezes acho que ele extrapola.

Heracross chega e observa as notas da prova escrita. Ela coloca as mãos na cabeça se lamentando:

— Ah não! Estou rebaixada! Tirei apena cinquenta e oito porcento!

— Esse sistema é meio injusto! – Scizor coloca sua garra nas costas de Heracross na tentativa de consolá-la – e olha que a prova escrita tem menos peso na nota final!

— Oh provinha pra ter casca de banana! – Krookodile ver sua nota e suspira aliviada por ter tirado nota suficiente – Tô vendo aqui que a Latias e o Metagross fecharam a prova.

— E em seguida, Starmie foi ótimo também, acertando noventa e oito por cento! – repara Scizor!

Elas observam os resultados da segunda e terceira etapas. E depois vão para o quadro dos resultados finais.

— Menino! Num tô achando o meu nome! – Krookodile estava apreensiva.

— Está aqui! – aponta Scizor – você está em quarto lugar!

— Tu tá brincando! – a terrestre está surpresa – subi tudo isso?!

— Pois é! Você arrasou! – Scizor a felicita segurando as mãos de Krookodile com suas garras.

— Se bem que só tô nessa posição pur que a Azumarill e o Breloom foram promovidos! – deduz a terrestre.

Infernape e Gengar aparece para ver as notas.

— É isso ai porra! Sexto lugar! Sou praticamente o macho mais poderoso de UU! – o chimpanzé se vangloria de seu resultado – agora minha meta é ser o melhor em geral.

— É, mas na tua frente temos a Scizor, as dragoas Latias e Hydreigon, a Krookodile e o Rotom – informa Gengar – esse fantasma multiuso entrou nessa classe dia desses e já pegou uma posição boa. E olha que ele também fica tendo aulas em OU e RU também.

— O que diabos ele fica fazendo para cursar em tantas classes? – indaga Scizor.

— Mesmo sem a prova escrita, a Scizor está em primeiro! – diz Heracross maravilhada.

— Estão usando a nota da minha prova passada! – comenta Scizor – isso pode mudar dependendo do meu resultado da prova escrita de segunda-feira.

— Mas aí você teria que tirar uma nota bem baixa na prova escrita em OU para perder o seu primeiro colocado! – calcula Gengar – mas aí tu aproveita e fica com só com a gente até o fim do semestre! Hi Hi hi!

— Olha pechoal, vendo as nothas?

Eles deparam com Latias, que não está falando apropriadamente pois está com as bochechas inchadas e usava um lenço em volta do rosto.

— Latias o que veio fazer aqui? – questiona Scizor.

— Vendho os resuthados!

— Minha filha! Vai pra casa! Tu num tá nem falando direito! – sugeria Krookodile.

— Já esthou indho mesmo! Parabéns viu Chizor! Arg... – ela sente uma pontada no seu maxilar.

— Era pra ter pedido para alguém ver por você! – aconselha Gengar – eu mesmo estou pegando os do Starmie para que ele não fure seu repouso! – ele vai gravando imagens dos resultados no celular – e ele subiu quatro posições!

— Se essa estrela aparecer por aqui, eu mesma o escorraço da universidade! – Scizor cruza os braços e fica emburrada – que criatura mais teimosa!

— Que braveza é essa Scizor! – Heracross chama a atenção – até parece que andou brigando com o Starmie!

— E brigou mesmo! – disseram Gengar e Krokodile ao mesmo tempo.

— É que essa estrela inventou de participar das provas de OU! – disse a metálica ressabiada – e eu disse a ele que não é uma boa ideia por causa do acidente que sofreu anteontem!

— Mas também minha filha, você deve saber que essa estrela luta para voltar para OU! Você mesma vive me dizendo isso! – Heracross fica surpresa com a atitude da amiga.

— Eu sei, mas... – Scizor suspira - esses psíquicos são tudo metidos a inteligentes mas são teimosos feito um Mudbray! – ela lança seu olhar para Latias, que rapidamente se afasta dos demais com um sorriso sem graça de bochecha inchada.

E assim os alunos vão vendo os seus resultados. Mas alguns não ficaram felizes com as notas que obtiveram. Alguns acabaram rebaixados para RU como Arcanine, Sceptile, Seismitoad, Marowak, Darmanitan e Metagross.

No fim da tarde, o Pokémon metálico-psíquico vai para a tenda do Butterfree e fica em frente ao balcão. Ele estava melancólico e refletia sobre o que vai fazer daqui para frente.

“Sabia que isso iria acontecer... mas isso é tão frustrante!”

Ele fica bebericando o conteúdo do copo por um tempo. Chega a Heracross e se senta ao seu lado.

— Tá afogando as mágoas também? – pergunta a inseto.

— Mais ou menos isso! – responde o metálico sem graça.

— Butterfree! Vê aí uma de Figy, por favor! E coloque só um pouquinho de cana! – solicitava a Heracross.

— Olha o álcool minha filha! – reprendia o dono da barraca.

— Eu disse só um pouquinho!

Logo, a borboleta serve a bebida para o besouro.

— Não acredito que acabamos caindo para o RU! – suspira a inseto.

— Eu nunca cai para esse estrato antes! – lamentou Metagross.

— Nem eu! Agora teremos que ouvir aquelas piadas de que trabalhamos no Restaurante Universitário! He he he! – ela rir sem graça.

— Mas o que houve para uma combatente forte como você ter sido rebaixada? – pergunta o metálico.

— Levei bomba na prova! Se bem que você tinha acertado tudo nela, mas mesmo assim acabou indo mal na nota final.

— A segunda etapa foi um desastre para o meu time! E na terceira, nem tivemos motivação para batalhar devidamente.

— Se desse para usar nossas mega pedras talvez estaríamos bem em OU! – deduz Heracross.

— Acho que você poderia usá-la em OU, não? – indaga Metagross.

— O problema é que isso tem monte de efeitos colaterais. Consigo uma força descomunal com a mega evolução, mas depois eu fico com os meus músculos todos doloridos. E é dor forte de cãibra mesmo. Leva horas para passar. E também tenho medo de perder o controle da força que obtenho e acabe machucando seriamente alguém.

— Eu entendo! Sei muito bem o problema de ter uma força incontrolável! – suspira o metálico – eu poderia ter matado o Talonflame naquele dia.

— Ei, sei que esse pássaro está desde o final do semestre passado internado por conta de um acidente! – relembra a inseto – então foi você que...

— Não é segredo pra ninguém! Me lembro bem da minha garra suja de sangue... – ele olha para uma de suas garras – Talonflame tinha uma carreira promissora como combatente. Mas destruí isso dele... eu entendo muito bem o porquê de não deixarem eu usar mais essa pedra.

— Deve ter sido difícil para você!

— Foi nas avaliações finais! Eu dei um Soco de Trovão nele, e como meus ataques de contato são mais poderosos na mega evolução, o Talonflame acabou quebrando diversos osso, e ficou em estado grave no hospital. E ouvi de médicos que o atenderam que talvez ele nunca mais batalhe como antes.

— Mas isso não foi culpa sua! – Heracross tentava amenizar o peso que o metálico sentia na consciência.

— Não adianta me dizer isso! Vou carregar esse fardo pro resto da vida!

“Sabia que ia te encontrar aqui!” falou uma voz metalizada.

— Magnezone?!

“Metagross!” o elétrico colocava um dos imãs nas costas do amigo.

— Er... se me dão licença! – Heracross sente que ia sobrar aí.

“Metagross, soube dos resultados de hoje. Mas não se aflija com isso! Você é um Pokémon poderoso e inteligente, creio que vai superar essa!”

— Não sei se conseguirei me reerguer depois disso! – o psíquico estava com um olhar cabisbaixo.

“Acho que consegue sim!” Magnezone continua tentando animá-lo “Nós sabemos que pode! A vida tem dessas coisas, temos dificuldades, altos e baixos! Se fosse tudo fácil, seria até bem tediosa.”

— Lá vai você com essas filosofias! – Metagross abre um leve sorriso.

“Nós temos que nos animar e seguir em frente. Eu tenho o meu sonho de me tornar policial, e você de entrar na Agência de Inteligência. Então se quiser me dar ordens um dia, então nós devemos nos esforçar para alcançarmos os nossos objetivos!”

— Valeu Magnezone! Conversar contigo me deixa um pouco melhor.

“Ei, não quer ir, amanhã à tardinha, no meu apartamento? Podemos assistir a alguns filmes ou jogar vídeo game!” convida o elétrico.

— Você não tem que estudar para o concurso da polícia? E tem a prova de OU também!

“Sábado à tarde é minha folga sagrada! Estudo a semana toda e estou sempre revisando a matéria!”

— Então se não for incomodo para você, eu vou! – aceita Metagross.

“Ótimo! Então eu tenho que ir agora! Até amanhã então!” se despedia o elétrico.

— Até mais! – Metagross ficou pensativo depois que Magnezone foi embora. Foi só de estar com o elétrico que ele sente uma parte do peso sair do seu corpo. E olha que sua habilidade não é Metal Leve.

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Era sábado de manhã. Scizor chega cedo na Smogon. Ela vai em direção à praça e logo encontra uma Garchomp de óculos sentada em um dos bancos, lendo um livro.

— Bom dia Scizor! – cumprimentou a dragoa, fechando o livro e colocando seus óculos em um case.

— Oi Garchomp! – fala a inseto – somos as primeiras.

— Já já a Tapu Fini chega! Ela tá naquela “Wanderleia” hi hi! Vamos até a entrada recebê-la!

As duas foram para entrada. Em alguns minutos chega uma velha Kombi. E Tapu Fini desembarca dela com vários Pokémon.

— Oi Fini! – disseram as duas.

— Bom dia, Garchomp, Scizor! Que bom que você ao menos parece que está bem! – falou a guardiã olhando para a inseto.

— As de UU já passou! Agora vou me dedicar só com as avaliações de OU! – afirmava Scizor.

Assim as três vão ao ponto de encontro da equipe.

Pouco tempo depois, Starmie desce do ônibus e entra na universidade. Ele ainda usa um curativo no núcleo. Mas devido ao uso de remédios, já não sentia as incomodas dores.

Ele vai até a praça central. A estrela acaba visualizando a Scizor de longe. Ela estava com Garchomp, Tapu Fini e uma Tangrowth. Passou por elas sem que fosse percebido. Não queria ser atormentado por aquela discussão que teve com a Scizor no dia anterior.

Um pouco mais a frente, ao redor de uma mesa de madeira que ficava debaixo de uma árvore, estavam Zapdos, Diancie e Serperior que o aguardavam.

— Oi Starmie! – cumprimenta o pássaro – fique à vontade, os outros já estão vindo.

A estrela se acomoda em um lugar do longo banco de madeira. Mas logo ver que Serperior estava diante dele no lado oposto da mesa. A serpente o encarava e isso trazia um certo incômodo ao Starmie.

— Er... oi Serperior... também foi chamada? – a estrela tentava ser cordial.

— Realmente esse time está desesperado... chamar dois alunos de UU... - murmura a vegetal.

Diancie segurava um celular que tocava uma música pop de ritmo bem grudento:

Ain't nobody bringing us

Down down down down down down

They could try but we're gonna wear the crown

You could go another round

Round round round round round round

Wish you luck

but you're not bringing us down

— Quero essa música quando formos fazer uma apresentação de condecoração! – dizia a fada empolgada.

— Sem chance, minha filha! Quem vai dar a segunda etapa é o professor Yveltal. E ele disse que já podemos no preparar por combates já na segunda etapa! – Zapdos baixa a bola de Diance.

Escuta-se o barulho de moto de longe. Logo, Bisharp para diante deles montado em sua motocicleta.

— Olá Bisharp! – cumprimenta o pássaro.

— Bom dia, chegou todo mundo? – o noturno descia do veículo e tirou a mochila que fica em um compartimento abaixo do banco.

— Só falta uma integrante.

Mas depois Starmie viu dois Pokémon mariposas passando por eles pela praça e sentiu um certo desconforto ao perceber quem eram. Venomoth e Volcarona estavam voando juntos. Pareciam um lindo casal de dar inveja a qualquer um que os visse. Mas essa imagem deixou a estrela com nojo.

— Estou indo minha linda! Tenha um bom dia! – disse o macho dando um beijo no rosto da fêmea.

— Até mais meu amor! – ela se despedia dele. Ela também deve se reunir com sua equipe. Mas assim que Venomoth se afastou dela. A Pokémon ígnea voou em direção próxima a estrela. Starmie ficou em alerta. O que aquela inseto quer com ele?

— Olá Volcarona! – Zapdos a recebia – só faltava você!

“Volca... Volcarona!?” o aquático ficou paralisado, seu núcleo brilhava intensamente “Zapdos, não me diga que ela... ela está...”

— Oi Starmie! Pelo visto estamos no mesmo time! He he! – a inseto ficou rindo meio sem graça.

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Música

POP/STARS - K/DA (Madison Beer, (G)I-Dle, Jaira Burns)

Notes:

Pronto!

Ave maria! Uma confraternização ser azedada com uma discussão dessas não dá não é? E também vimos que nem todos tiveram um resultado favorável nessa prova. Mas pelo menos a estrela soube logo quem eram os outros integrantes do seu time...

Espero que tenham gostado do capítulo e obrigada pela leitura!

Chapter 18: Capítulo 18 - Dúvidas e Derteminação

Notes:

Olá gente! Starmie é chamado para compor um time de OU, mas isso trouxe preocupação para alguns de seus amigos, inclusive com a Scizor, que acabou se desentendendo com a estrela.
Mesmo abalado com a reação da amiga, Starmie comparece a reunião de OU, mas se surpreende com uma do integrantes de seu time... como a estrela vai lidar com isso?

Boa leitura!

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

Starmie ainda tentava processar as informações em sua mente. Em OU havia dezenas de alunos, além dos monitores de UU. E ainda é permitido que se convide estudantes de estrato inferiores para compor a equipe. Por isso que está presente hoje juntamente com a Serperior, ambos estudantes de UU, que vão batalhar ao lado de mais quatro integrantes de OU. Ele já sabia de Diancie e Zapdos, aqueles que lhe fizeram o convite. Tinha também o Bisharp. Este não tinha uma boa fama na universidade, porém a estrela não tinha nada contra o noturno. O problema é a sexta integrante! De todos que poderiam ser chamado, veio justamente ela. Há quinze dias, a estrela travava uma batalha mortal cotra a inseto, pois ela estava ameaçando a Scizor. Agora ela estava diante de si, o cumprimentando com uma certa educação, como se nada daquilo tivesse acontecido.

“Volcarona? Por que está aqui?” ele apontava nervoso para a mariposa.

Vendo que estava se criando uma atmosfera de tensão, Zapdos resolveu intervir:

— Oi Volcarona! Que bom que você chegou! E eu sei que você e Starmie tiveram uns desentendimentos há umas semanas atrás! Mas creio que vocês devem ter superado isso! Starmie será um bom suporte para ti, usando o Giro Rápido para tirar as armadilhas e atuando nas coberturas contra suas fraquezas. Assim como você será capaz de ajudar a estrela contra suas desvantagens!

— Só uns desentendimentos?! Eles estavam prestes a se matarem naquela noite! – murmurava baixinho a Serperior.

— Então nós teremos um bom trabalho juntos, não é mesmo Starmie? – o pássaro queria verificar com o aquático se teria problemas com isso.

— Starmie, sei que errei feio naquele dia! Fui muito grosseira com Scizor e com você! – Volcarona encarava o aquático, tentando demonstrar arrependimento – eu já me desculpei com a Scizor, e agora eu estou pagando pelos meus atos. Não sei se você pode me perdoar, mas tudo que quero é que nós possamos trabalhar em paz durante as avaliações da próxima semana! Tudo bem?

A estrela refletiu por uns momentos. Tudo que ela queria é sair daí e voltar para casa. Porém isso está fora de cogitação, já que assinou um documento que firma seu compromisso com o time e que desistir agora fará com que a estrela arque com duras consequências da universidade. E além de deixar o time desfalcado, ele sabe que vai ser visto como um furão e passará a ser evitado por outros estudantes. E ainda por cima, acabou se desentendendo justo com sua amiga Scizor por causa desse convite. Ela se arrepende por não ter perguntado ontem sobre os outros integrantes da equipe. Agora, não lhe resta escolha, a não ser acatar o pedido de desculpas da mariposa e aceitá-la, mesmo a contra gosto, como sua companheira de equipe.

“Tudo bem Volcarona! Vou cooperar com todos da equipe!” declara Starmie, afirmando seu acordo com os colegas e engolindo seu desgosto pela inseto.

— Obrigada Starmie! – ela agradecia aliviada.

“Espero que o Venomoth não coloque mais um chapéu de Tauros nessa velhota até o termino das avaliações!” era o que a estrela desejava em sua mente.

Assim, os seis Pokémon se sentaram na mesa e começavam a definir suas estratégias. Conversavam sobre os melhores moveset, as possibilidades dos adversários e as táticas de combate. Zapdos deixou claro que a principal função de Starmie é ser o Spiner do time, já que ele vai remover com o Giro Rápido as Rochas Flutuantes do campo, que são especialmente prejudiciais para Volcarona devida à tipagem fogo e inseto dela. Passou uma hora nessa discussão até que resolveram parar um pouco para merendar e descansar um pouco.

Starmie pegou uma barra de cereal e ficou se apoiando na mesa enquanto o comia. Serperior estava a sua frente tomando um energético, segurando a lata com a boca. Ela colocou a lata na mesa e começou a comentar:

— Não dá pra levar fé nesse time! O que o Zapdos estava pensando?

A estrela tenta fingir que a serpente não estava falando para ela, mas Serperior continua, dessa vez olhando para Starmie:

— Tem o Bisharp, que tem a fama de delinquente desde antes de entrar na Smogon! E ele chama alunos de UU, sendo que um deles andou tendo uma briga feia com uma aluna de OU, que por acaso também está no time! E tudo foi formado às pressas, na última hora! O que esse pássaro tem na cabeça?

Starmie sabe que Zapdos é um estudante bem habilidoso nos combates, porém, também é conhecido por ser meio desorganizado e não ter muito tato com os outros, apesar de tentar parecer legal para os seus colegas. O elétrico muitas vezes cria transtornos devido a sua aparente falta de noção.

Mas uma revista de produtos de beleza é jogada na frente deles.

— Olha aqui Serperior, esses cremes são muito bons para escamas, sem falar que suas folhas ficarão mais verdes e vistosas!

A vegetal dá uma analisada rápida na revista.

— Você está juntando dinheiro para pagar a sua dívida no bar florestal, é isso? – Serperior é direta em sua conclusão.

— Bem, estaria mentindo seu dissesse que a arrecadação da venda desses produtos não me ajudaria a cobrir aquela dívida! He he! – Volcarona dá uma leve risada – só que esses produtos realmente são de qualidades e todos que compraram estão muito satisfeitos com eles! Se quiser, posso até te indicar para que possa vendê-los também e ter uma rendinha extra!

— Obrigada pela consideração! Vou ver se tem algo que me interesse! – Serperior folheia a revista.

— Ei Starmie, também há cremes que são especialmente para Pokémon marinhos! – a mariposa volta sua atenção para a estrela.

O aquático queria falar um “e eu com isso?” para a Volcarona.

— Tem um creme hidratante que deixa sua epiderme lisinha e lustrosa! Sabia que Pokémon insetos adoram uma epiderme ou carapaça bem lustrosa?

“Desculpa Volcarona, mas hoje eu não pretendo comprar nada!” a estrela já acha uma petulância da mariposa tentar lhe vender produtos. Não queria ser mal educado, mas ainda não estava com disposição de ajudá-la em sua empreitada. E o que ela queria insinuar com a afrimação de que insetos gostam de epiderme lustrosa?

— Tudo bem, né? Mas tente ser menos ríspido, tudo bem? – a mariposa não gostou dessa resposta tão dura, mas resolveu relevar por enquanto. Sabe que Starmie ainda está bravo por conta daquele fatídico dia.

— Bom gente, acabou a feirinha matutina! Vamos continuar com a nossas táticas! – Zapdos chama a atenção dos outros e continua a reunião.

A reunião continuou por mais meia hora. Uma coisa que Starmie reparou é que o Bisharp falava bem pouco e quase não interagia com os colegas. É como se estivesse desinteressado com essa reunião. Mas já não tinha muito o que discutir. Portanto, eles resolveram encerrar o planejamento da batalha e a partir daí, irão se focar no conteúdo da prova de segunda.

— Starmie, nós vamos estudar para a avaliação escrita agora! Se quiser já pode ir! – Zapdos libera a estrela da reunião.

“Não tem nada que eu posso fazer para ajudá-los?” pergunta o aquático.

— Você já fez muito em vir aqui! Agora pode ir para casa descansar, viu? – o pássaro fala gentilmente – queremos você cem por cento bem na terça feira!

“Tudo bem Zapdos! E obrigado pelo convite!” a estrela agradecia o pássaro pela oportunidade que recebeu. Apesar de tudo, ela se sentiu lisonjeada por ser lembrada pelo seu colega que ingressou na mesma época dela.

— Que isso estrela! Justamente por ser um veterano que nem eu é que sei o quanto você é confiável. Você não ficou praticamente três anos em OU atoa, não é? Sei que você terá um ótimo desempenho conosco! – declarou o elétrico.

“Valeu Zapdos! Então, até segunda!”

— Até! E um bom fim de semana para você!

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O fim de semana passou e chegou segunda feira. Essa será mais uma semana conturbada. Era isso que a estrela pensava enquanto tomava sua vitamina na tenda de Butterfree. Durante o fim de semana, ele obteve diversas informações através de conversas com Gengar no celular. Soube de suas notas nas avaliações. Apesar de não está satisfeito com seu trigésimo quinto lugar em sua colocação na classe, ao menos ficou aliviado por subir de posição, ao menos um pouco.

Soube que muitos estudantes acabaram sendo rebaixados. E isso trouxe um certo desespero para Starmie. Entre eles, está seu companheiro de equipe Sceptile, assim como a Heracross, que é um Pokémon bem forte. Mas o que mais o surpreendeu foi a reprovação de Metagross. Ele é um Pokémon conhecido por sua inteligência e força. E pensar que ele acabou sendo rebaixado por conta de uma confusão na segunda etapa. Isso mostra que o rebaixamento pode ocorrer com qualquer um, inclusive com si mesmo.

Seu celular soa o alarme de notificação. Era um email com a cópia digital do jornal Flying Press. A edição fala sobre a vitória do time A1 nas batalhas avaliativas. Eles dão muito destaque para Scizor, que foi decisiva nas batalhas.

“Pelo menos ela deve está curtindo um pouco fama!” Starmie lia superficialmente as reportagens do jornal. “É hoje que ela faz a prova escrita! E nem dei boa sorte para ela!” a estrela percebe que não falou com Scizor desde aquela discussão. Mas ele não está tendo nem coragem de falar com ela, seja por celular ou presencialmente. E ainda está lhe escondendo o fato de que agora Volcarona é sua companheira de equipe. Como Scizor vai reagir se soubesse disso? A distância entre a estrela e a inseto aumentou novamente, e isso incomodava Starmie.

Logo chegam, Beedrill, Crawdant, Acarnine e Sceptile para a cantina. Eles fazem seus pedidos. O clima é de despedida dos amigos, já que os dois últimos vão para RU daqui para frente.

— Ainda não acredito que o Crawdant ainda conseguiu se manter em UU! – comenta Arcanine.

— Pois é, escapei fedendo! Tirei sessenta e dois por cento da prova! Mas quer dizer que nem você conseguiu tirar a nota mínima hein, Sceptile?

— Essa prova tava mais difícil do que pensei! - responde o lagarto.

— Isso quer dizer que suas colas foram mesmo que nada! – lamentou o cachorro.

— Mas devo agradecer a estrela por ter me ajudado a estudar no domingo retrasado! – Crawdant dá um leve tapa nas costas de Starmie – e também por ter sido derrotado por mim na avaliação de combate! Minha estadia em UU só foi possível graças à Starmie!

“Não tem de que Crawdant!” mas o psíquico não gostou de lembrar da sua derrota na primeira luta.

— Starmie, você vai sentir minha falta? – pergunta Sceptile.

“Um pouco!”

— Pelo menos gosta um pouco de mim! – fala o vegetal de forma debochada – foi divertido está na sua equipe! Valeu!

— E você vespinha? Não vai zumbir hoje não? – Butterfree repara que Beedrill não falou nada até agora.

— Não enche Butterfree! – resmunga a vespa – hoje na Flying Press só dá a Scizor! – ela também lia sua cópia digital do jornal.

— Mas é pra ver que a Scizor é o inseto mais poderoso da Smogon! – comenta Sceptile.

— Não acho isso! Acho que o posto vai para a Volcarona – rebate Arcanine – a Scizor treme pelas bases diante dela!

— Se bem que a vantagem da Volcarona seria no “xis um” mesmo! – diz Crawdant – acho que no geral, a Scizor ainda tem mais competência do que a mariposa! E ainda tem a mega a sua disposição.

Eles ficaram nessa conversa por algum tempo, até que os três machos resolvem ir embora. Beedrill e Starmie permaneciam no bar.

— Às vezes ter uma aula vaga é tão tediosa! – a vespa tenta puxar conversa com Starmie.

“Pois é! Isso é porque vários professores estão fiscalizando a classe OU nesse momento! Lá até os monitores, de UU e de OU, estão fazendo prova. Por isso a aula vaga de agora! Mas daqui a pouco o Dialga vai para a nossa sala.”

— Ei, eu realmente considero a Scizor como minha rival! – declara Beedrill – ela é tão forte, mas também tão simpática e gentil. E também, eu tenho uma dívida com ela!

“Que dívida?” a estrela ficou curiosa.

— Ela não quis me entregar para Volcarona! Depois de tudo que a mariposa fez para ela, ainda sim ela não me enredou. Você e a Scizor viram que eu estava com o Venomoth, mas ainda sim, não disseram nada. Então eu agradeço de coração que nenhum de vocês me entregaram.

“Pois é Beedrill! Agora o que posso sugerir é que você não se meta mais com eles!” aconselha o aquático.

— Não se preocupe, eu aprendi a lição! E parabéns por ser chamado para um time de OU! – a vespa resolve sair – desculpe-me por te atrapalhar, eu já estou indo, até mais.

Alguns minutos depois, a estrela se levanta e resolve passar um tempo na biblioteca.

Mas no caminho, ele acaba se encontrando com Serperior.

— Ei Starmie! Podemos conversar um pouco?

“Pois não?”

Eles foram para um lugar mais reservado, em um pequeno corredor próximo à biblioteca.

— Pois bem estrela! Preciso saber se podemos realmente contar com você nas avaliações de amanhã!

“Eu já estou bem de saúde, não tem nada que me impede de bata...”

— Não é de sua saúde que estou falando! – interrompe a vegetal - Estou em dúvida em relação a você e a Volcarona. Testemunhei a briga que vocês tiveram e preciso saber se não haverá nenhuma picuinha por parte de vocês!

“Em relação a isso não precisa se preocupar! Não vou deixar que problemas pessoais afete minha atuação!”

— É fácil dizer isso! Mas você viu na semana passada que o time do Metagross se desentendeu todinho durante a segunda prova. E isso custou a vaga de UU para maior parte deles. Só Haxorus e Pidgeot quem conseguiram escapar.

“Entendo sua preocupação. Tudo bem que não tenho muito apreço pela Volcarona, mas eu não quero conflito com ela!” argumenta a estrela “e até mesmo a própria está disposta a cooperar.”

— Espero que esteja certo! – a serpente encara Starmie – aposto que o Zapdos nem falou dela quando te fez o convite.

“Realmente ele não me contou nada! Acho que se ele tivesse falado naquela hora, eu poderia ter recusado!” admite a estrela.

— E nós íamos chamar o Tentacruel! Se bem que acho que isso seria difícil. Ele ainda estava inconsciente. Sem falar que eu estava com raiva dessa água viva! Meu time perdeu por conta da sua habilidade idiota! – fala Serperior aborrecida.

“Então acho que não vocês têm escolha, a não ser eu ficar no time mesmo!” afirmou Starmie.

— Realmente, agora é você que deixou o Tentacruel para trás não é? – a serpente encarava a estrela voltando seu olhar firma para o seu núcleo.

“O que você quer dizer com isso?” a estrela se sente um pouco desconfortável pela aproximação da vegetal.

— Sim, você pegou uma vaga que seria dele! Se bem que que ele fez o mesmo na prova de UU, então, meio que vocês estão quites!

“Mas o Tentacruel se ofereceu para ficar no meu lugar justamente para o meu time não ficar desfalcado! Ele não iria se aproveitar disso só para se promover, iria?”

— E ele foi bem esperto aproveitando essa chance! Vocês ingressaram na Smogon praticamente na mesma época, não é? Você não é tão ingênuo em a ponto de não acreditar que o água viva viu uma oportunidade em seu acidente, seria? Ele não só teve sua segunda chance como também acabou se tornando um dos vencedores da terceira etapa!

“Olhando para esse lado, é possível!” Starmie fica em choque com essa conclusão.

— Mas agora você obteve uma oportunidade que poderia ser do Tentacruel! – afirma Serperior – você sabe que temos que trabalhar em equipe e tal, mas quanto mais a gente aprende sobre o mundo adulto, mais percebemos que, apesar de precisarmos uns dos outros, no fim o que vale mesmo é que um Pokémon só pode contar consigo mesmo!

A estrela fica apreensiva. Parece ser meio chato em pensar que Tentacruel se aproveitou do seu acidente só para obter uma segunda chance para batalhar. Justo ele que, de alguma forma tenta se aproximar dele para serem amigos mais próximos. Mas por outro lado, não é como se ele tivesse feito algo de errado. As vezes oportunidades surgem e devem ser aproveitadas, por mais antiético que isso possa parecer.

— Bom, acho melhor irmos para nossa sala! Já já o professor Dialga estará na sala! – assim a Serperior encerrada a conversa e eles foram para a sala.

“É fácil pressionar um aquático, né minha filha?” pensou Starmie enquanto olhava para a serpente “quero ver você dizer essas coisas para a Volcarona, que é uma Pokémon inseto e fogo!”

A aula iniciou com a apresentação de alguns alunos de RU que acabaram sendo promovidos devido ao bom desempenho na avaliação de UU. Entre eles, estava Chesnaught, que foi logo para a cadeira designada no fundo da sala, mas antes de se sentar ele cumprimentou o Crawdant com um leve soco em sua pinça.

— Valeu cara! Agora vamos estudar juntos!

— Bem vindo Chesnaugth!

 A aula de Dialga prosseguia normalmente. Mas na metade dela, o professor Yveltal entra e pede permissão ao regente para interrompê-lo:

— Com licença Dialga, posso dar alguns recados para a turma?

— Fique à vontade Yveltal!

— Bom dia classe! Só estou aqui para dar uns informes! Alguns estudantes dessa classe irão prestar a avaliação de OU, não é? Pois amanhã deveram comparecer próximo à entrada da reserva da Floresta dos Carvalhos às sete da manhã! Por favor, tentem chegar com ao menos uns quinze minutos de antecedência, pois atrasos não serão tolerados. Venham bem descansados e alimentados, fui claro?

—“Sim professor!” – responderam os estudantes.

— Então até amanhã pessoal! Agora Gengar...

— Eu? – o fantasma se levanta.

— Preciso de você em minha sala agora!

Gengar o obedece prontamente.

— O que esse fantasma aprontou? – cochicha Hippowdon.

Gengar acompanha o professor até a sua sala. Próxima a porta, ele se depara com a Cloyster.

— Oi conchinha!

— Fala fantasma!

— O que você andou aprontando? – Gengar indaga com deboche.

— Pergunto o mesmo a você! – rebate a ostra.

— Não me levem a mau! Os chamei aqui porque preciso que me façam um favor! – declara o professor.

— Que favor é esse? – o fantasma fica atiçado de curiosidade.

— Entrem em minha sala que explicarei os detalhes! – ele abre a porta e os três Pokémon entram.

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Chega a hora do intervalo, e Starmie caminhava até a cantina, mas sente que é seguido por alguém. Ele olha para trás e não vê ninguém. Mas foi só se virar para frente que se ver diante de ninguém menos do que o Greninja.

— Ora ora, se não é a estrelinha fracassada! – zomba o sapo.

“O que você quer?” Starmie tenta sair daí, mas sente seu braço sendo puxado.

— Eu que pergunto! O que você quer? Soube que foi chamado para um time de OU! É verdade?

“Isso não é da sua conta!”

— Só quero que responda se foi chamado ou não! – pergunta o noturno raivoso, puxando mais forte o braço de Starmie.

“Arg isso machuca!”

— Quem foi doido que te escolheu? Hã? – ele encarava a estrela e aperta seu braço com mais força – não sabe que seu tempo acabou?

Starmie não sabia o que falar. Por que esse sapo tinha que o infernizar justo agora?

— Se fosse você eu falava para o Zapdos, esse cérebro de passarinho, que você vai desistir da prova! Onde já se viu? Um fracote participando na prova de OU! E ainda por cima, uma aberração como vo...

“PODE PARAR COM ISSO GRENINJA!” uma poderosa voz telepática ecoa na mente dos dois aquáticos.

Um enorme Pokémon se aproxima deles. Parece ser uma serpente verde e negra, com olhos compostos esverdeados.

— Senhor Zygarde! – o noturno ficou pálido.

“Greninja, não vou permitir que você fique insultando o nosso colega!” falou o Pokémon dragão terrestre firmemente.

— Você nem pense em se meter no meu caminho Zygarde, senão...

“Senão o que Greninja?” a serpente interrompe o sapo “suas ameaças já não surte efeito em mim!”

— Sua cobra velha metida, isso não vai ficar assim! O que quer comigo, hein?

“Só quero que para de importunar o Starmie! Ele nunca fez nada a você! Por que você está sempre implicando com ele?”

— Isso não é da sua conta! O que o senhor pretende fazer?

“Olha Greninja, já que ambos de nós somos estudantes, então estamos em igualdade de condições agora!” o dragão o encara “não vou deixar você agir como bem entender! Pode está certo que se continuar com seus malefícios, vou tomar todas as providências cabíveis para que receba a devida punição! Então o melhor que tem a fazer sair daqui agora!”

Bastante contrariado, Greninja sai resmungando – pode deixar Starmie, vou fazer da sua vida um inferno durante as avaliações!

Logo depois, Zygarde se volta para o Starmie.

“Você está bem?”

“Só um pouco assustado, obrigado!” agradece a estrela que ainda estava com a luz de seu núcleo meio trêmula.

“Não há de quê! Nós, os não-binários, temos que nos unir em situações como essa! Não acha?”

“Pelo visto sim!” o aquático vai se acalmando aos poucos.

“Olha Starmie!” o Pokémon mais velho se inclina para encarar o aquático, olhando em seu núcleo “não deixe que as coisas horríveis que o Greninja lhe disse te abale! Sei que você está bem qualificado para fazer as avaliações conosco.”

“Não sei o que dizer Zygarde! Não é só o Greninja que acha que sou incapaz para o OU!” Starmie se lembra das palavras da Scizor naquele dia. Ela também dizia que não deveria participar das avaliações de OU.

“Seja quem foi que lhe disse isso, você não deve lhe dar ouvidos!” motivava o dragão “afinal, pelo que eu saiba, você esteve em OU por seis semestres, não foi? Por isso, não tem nada que te impede em batalhar com a gente!”

“Entendido!” a estrela ficou um pouco mais confiante “Mais uma vez obrigado!”

“Então nos encontramos amanhã Starmie!” finalizou Zygarde “se por acaso nós formos batalhar, vamos ter uma luta digna!

“Certo senhor Zygarde...”

“Senhor não! Só me chame de Zygarde!” exigiu a serpente.

“Certo Zygarde! Até amanhã!”

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No dia seguinte, eram seis e meia da manhã quando Scizor já estava dirigindo o carro de sua família a caminho da universidade. Ela saiu de casa bem cedo pois tinha que pegar algo na casa de um dos companheiros de equipe. Ela estava pensativa em relação aos ocorridos dos últimos dias. A prova escrita foi meio complicada, mas a inseto estava ciente de que acertou ao menos oitenta por cento das questões. O que a preocupava mesmo era em relação à participação de Starmie em OU.

E possível que realmente tenha sido dura com a estrela, mas a sua busca pelo retorno ao estrato OU vale a pena pelo risco que corre? Afinal, o aquático deve estar exausto fisicamente e mentalmente da avaliação anterior. E sem falar do ferimento do núcleo que adquiriu que poderia ter trazido sequelas sérias para o não-binário. Eles não se falaram mais desde aquela noite. É bem evidente que a estrela tenha ficado bem chateada com ela. Mas o que intriga a Scizor, foi o que ela acabou vendo no sábado passado. Starmie estava junto com a Volcarona, reunidos com Zapdos e Diancie, que já é sabido que são os que convidaram a estrela para o time. A mariposa também está naquele time? Volcarona tinha se desculpado com a Scizor, mas a metálica se lembra bem da luta entre Starmie e Volcarona naquela noite no Bar Florestal. E se a mariposa quisesse de certa forma, se vingar da estrela? Starmie aceitou em entrar no time mesmo sabendo que iria lutar ao lado de Volcarona? E por que Starmie não disse nada para ela?

Scizor finalmente chega na Smogon e estaciona o carro. Ela respira fundo. Por que está se importando demais com a vida de Starmie. Ela anda muito preocupada com ele nesses dias. Apesar de ainda sentir raiva dele por conta de sua teimosia, ela também queria que a estrela se abrisse mais com ela. Mas agora ela deve tentar esquecer esse assunto por enquanto. Por hora, ela deve se concentrar nas avaliações. Então segura um pingente com a sua mega pedra acoplada.

— Me dê forças mamãe...

A inseto abre a porta do passageiro e pega um objeto que é um pouco maior que um travesseiro e estava enrolado com um cobertor. Ela pega o embrulho e vai em direção do local combinado.

Mas ela é vista por Hippowdon que estava passando perto do estacionamento. A terrestre ficou boquiaberta ao ver a Scizor carregando um embrulho de cobertor nos braços. Era um objeto que tinha o tamanho parecido com de um bebê...

— Minha nossa! Scizor...

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A Floresta dos Carvalhos é uma reserva que pertence a Universidade Smogon, na qual faz parte o Campus Frontier. Essa reserva está conectada com o Bar Florestal. Sua entrada fica no extremo oeste do Campus. Logo, os estudantes vão se reunindo próximo ao portão que dá acesso à floresta. Nessa floresta são realizadas diversas atividades da Smogon como treinamentos e avaliações. O professor Yveltal os aguardava, pousado próximo ao portão.

Cada um vai se reunindo ao seu respectivo time. Zapdos e Diancie acenaram para Starmie que estava chegando no local.

— Bom dia Starmie! – cumprimenta o pássaro – os outros já estão vindo.

“Bom dia! Er... como foi a prova de ontem?”

— Foi sofrida! – suspira o pássaro – como até os monitores de OU estavam fazendo a prova, a fiscalização foi feita por vários professores como a Lunala, o Solgaleo, o Mewtwo, o Deoxys e o Lugia.

— Só psíquico! – completava a fada – tudo para evitar as colas telepáticas!

Scizor se reunia com Garchomp, Tangrowth, Tapu Fini e Thundurus.

— Oi Scizor! – cumprimentava a dragoa – você trouxe aquilo?

— Sim! – ela mostra discretamente o conteúdo do embrulho – agora estamos todos aqui!

Em um ponto mais distante, Greninja observava Starmie discretamente.

— Essa estrela teve a audácia de aparecer por aqui?! Não tem problema! Talvez eu me divirta com ele durante essa avaliação. He he!

— Lá vem você com essa noia com essa estrela! – comenta Heatran.

— Que noia o que! Só não suporto que alguém insignificante como ele esteja fazendo essa avaliação conosco! – o sapo cruza os braços.

— Se ele é tão insignificante então nem deveria ligar para ele! – replica o ígneo.

— E tu que fica fissurado na Scizor! – responde Greninja – pensa que não sei que você stalkeia ela?

— Olha lá! Isso é diferente! – Heatran ficou meio defensivo – eu apenas quero que a Scizor seja minha! Ela é maravilhosa, e um dia ela vai entender o quanto eu a quero.

— Que seja, seu monte de larva! – debocha o sapo – desde que você não a derreta! Hi hi!

— Olá! O que os dois estão conversando? – uma coelha marrom, com voz melosa se aproxima deles.

— Não é da sua conta Lopunny! – bravejou Heatran.

— Que grosseria – ela inchou as bochechas, demonstrando aborrecimento – se tiverem falando sobre uma estratégia me falem pô! Estamos no mesmo time ou não? Ainda mais eu que terei que megaevoluir durante as batalhas.

— O que estávamos conversando não tem nada haver com a nossa estratégia! – afirmou o sapo – não é só porque você está no nosso time é que tenha que se meter em nossos assuntos pessoais. Então não precisa ficar fuxicando o que não é da sua conta.

— Que seja! Mas o Landorus pediu para nos reunirmos logo! – disse a coelha piscando o olho – não demorem com esses assuntos pessoais, tá?

Assim que ela se afastou, Heatran bufou:

— Oh menina chata!

— Tá com a gente só porque é namorada do Blaziken! – resmunga Greninja.

Logo eles se juntaram aos outros companheiros de time. Clefable e Ferrothorn também os aguardavam.

Todos os alunos vieram. Também chegaram os monitores Aegislash e Blaziken, e o professor Mewtwo. Eles ficaram ao lado de Yveltal, que resolveu iniciar os preparativos.

— Bom dia pessoal!

—“Bom dia professor Yveltal!”

— Hoje estamos aqui para realizarmos a segunda etapa da prova de OU! Essa avaliação vai ser realizada na Floresta dos Carvalhos. Vamos simular uma situação real que combatentes terão que encarar quando forem contratados por uma agência. Cada time terá um membro designado para ser o cliente, que deverá ser protegido pelos demais integrantes. O cliente usará uma faixa como essa! – o professor mostra uma faixa branca com o escrito “CLIENTE” em letras vermelhas – o objetivo é que os times deverão derrotar os clientes dos times adversários, enquanto protegem os seus próprios. O time que tiver seu cliente derrotado será considerado desqualificado e terá que deixar a floresta. Nada impede que o cliente participe das batalhas, mas deve levar em conta que sua derrota implica a do time inteiro. Resumindo, protejam seus clientes e derrotem os do time adversário! A prova irá durar até meio dia! Alguma dúvida?

—  E se algum membro do time que não seja o cliente for derrotado? – pergunta Garchomp.

— Os remanescentes do time poderão prosseguir normalmente! – responde Yveltal – cada time terá um alarme – ele mostra um pequeno dispositivo com um botão – é só acionar o botão que o Mewtwo irá realizar o resgate de quem precisar de cuidados médicos! A derrota ocorre com a derrota do cliente, ou de todos os outros cincos que deveriam o proteger, o que vier primeiro.

Com isso, Aegislash e Blaziken distribuem as faixas, alarmes e kits de primeiros socorros às equipes.

— Quem poderá ser o cliente desse time? – pergunta Skarmory – acho melhor você, Chansey, não é?

— Poderia ser você Skarmory, ou Sableye! – pensava a Pokémon oval – se bem que com o Eviolite fica mais difícil de me derrubar!

— E outra coisa! – Yveltal chama a atenção dos alunos – não são vocês que escolherão o cliente! Cada time tem o seu cliente designado, o seu nome está escrito na faixa.

Todos os times recebem seus itens, Zapdos pega a faixa do seu time.

— Vixe! Então o cliente é determinado pelo professor? – questiona o pássaro.

— Acho que é para evitar que coloquem Pokémon defensivo como cliente! – deduz Serperior – já pensou no trabalho em derrubar alguém como a Chansey?

— E quem será o nosso cliente? – pergunta Diancie.

— Deixe-me ver! – o elétrico olha para a faixa – é você Starmie!

— Xiiiii... logo o mais fraquinho? – dizia Serperior.

“Agora o negócio tá sério!” Starmie pega a faixa e amarra na ponta de cima. Fica nervoso por sentir o peso da responsabilidade, pois qualquer erro da estrela pode ser desastroso para todo o time.

— Terão quinze minutos para definir suas estratégias! – anuncia o professor.

As equipes se reúnem entre si e define suas táticas. Mas havia um Charlizard que estava segurando seu celular. Ele estava filmando a si mesmo para fazer um vídeo que irá enviar em uma rede social.

— Bom dia meus caros seguidores! – fala o Pokémon de fogo com um enorme sorriso – hoje iremos no aventurar na Floresta dos Carvalhos para a segunda etapa da avaliação de OU! Vai ser emocionante, pois teremos que proteger um dos nossos companheiros e devemos caçar integrantes específicos do time adversário. Tenho certeza que será excitante para você me verem em ação!

— Eu quero agora que todos vocês recolham seus celulares ou qualquer aparelho eletrônico! – anuncia Yveltal – eles vão ficar sob minha guarda até o termino do teste!

Assim, Aegislash e Blaziken recolhem os aparelhos. Mas o lutador tem dificuldades em recolher o aparelho do Charlizard.

— Pô meu! Preciso do meu celular para manter meus cinco mil seguidores atualizados! – reclama o falso dragão.

— Mas as normas não permitem o uso de celular durante as avaliações! – avisa Blaziken – por favor, passe para mim seu celular.

— Charlizard, violações nas regras e desobediência pode acarretar em reprovação! – Yveltal se aproxima e lhe dá o alerta – então por gentileza, seu celular.

Meio inconformado, Charlizard resolve ceder o aparelho ao professor. Mas antes ele se despede dos seguidores:

— Até mais pessoal! Infelizmente não poderei gravar o teste! Mais tarde eu irei comentar os detalhes! Até mais pessoal! – então ele desliga o aparelho e o dá para o Yveltal.

Passou o tempo para definir as estratégias e o movest. Então o professor Yveltal chama a atenção dos estudantes:

— Está quase na hora de iniciarmos! Agora o Mewtwo vai teletransportar cada time a um determinado ponto da floresta. Mas lembrando que os estudantes estão proibidos de se teletransportarem e quem puder voar, poderá sobrevoar no máximo três metros acima da copa da floresta, entendido? Vai ser soado um alarme de fumaça e som, que irá indicar o início da avaliação. Um segundo disparo será feito no término do horário. Todos entenderam

Todos afirmaram que sim. E assim, cada um fica junto ao seu time. Mewtwo começa a conduzir os alunos no seu ponto designado. Um time de cada vez.

Mas o olhar de Starmie se volta para o time de Scizor. A inseto, ainda carregando o embrulho está aposta para a batalha, mas ela acaba se virando e se depara com a estrela. Ambos queriam ao menos desejar boa sorte ao outro, mas não conseguiam se expressarem para o outro. Mewtwo se aproxima de Scizor.

— Sua vez! – Mewtwo se aproxima de Scizor, o embrulho deixa o professor intrigado – o que você carrega aí?

Ela mostra o que há no lençol e Mewtwo acena positivamente com a cabeça – mas vocês terão problemas se ele continuar dormindo! – ele avisa, e logo, time de Scizor desaparece em instantes com o professor. Poucos segundos depois, Mewtwo reaparece.

— Agora é a vez de vocês! – avisa ao time de Zapdos.

Todos os integrantes do time se seguram entre si. Em instantes, eles estão em uma clareira, rodeados por altas árvores. Havia folhas secas e mato no chão. Já estão no interior da floresta.

Em alguns minutos, todos os alunos foram teletransportados para o local de prova. Yveltal saca uma pistola de alarme. Dentro da floresta, todos os times estão apostos, apenas aguardando o início da avaliação.

E então o professor atira para o alto, disparando uma rajada de fumaça que emitiu também um forte assobio. A segunda etapa se inicia agora!

Notes:

Agora inicia-se a etapa prática da avaliação de OU! Vamos ver como os avaliandos vão se sair nessa! Espero que preparem um trilha de Mystery Dugeon para os capítulos seguintes!

Obrigada pela leitura!

Chapter 19: Capítulo 19 - Conflito Inevitável

Notes:

Agora vamos iniciar de fato, o arco das avaliações de OU, espero que gostem da segunda etapa da avaliação que vai ser abordada em quatro capítulos.

Boa leitura!

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

No interior dos Bosque dos Carvalhos, os times permaneciam apostos. O teste havia se iniciado, e muitos deles se mobilizaram em busca de seus alvos. Um deles estava vagando por entre as árvores, abrindo o caminho por entre os arbustos e aos poucos vão desenhando a situação deles.

— Vamos ver o que tem no kit que deram para nós! – Zapdos confere a bolsa que recebeu antes de entrar na floresta – temos doze Éteres, seis Porções Máximas, seis Cura Tudo e uma Restauração Completa. Tudo isso que temos para as próximas quatro horas.

— Não deixaram nenhuma comida pra gente? – questiona Diancie – vamos passar essas horas tudinho passando fome?

— É por isso que o professor mandou a gente vir bem alimentado! – conclui o elétrico – mas estamos na floresta, quem sabe não achamos algumas frutas por aí!

— Mas mesmo assim temos que racionalizar os recursos que temos! – comenta Serperior – nunca se sabe o quanto teremos que lutar.

— Será que dá para apenas nós evitarmos os combates? – sugere Diancie.

— Não sabemos se teremos um bom resultado em apenas evitar as lutas – deduz Zapdos – e se os outros times tiverem a mesma ideia?

— Se for pra ninguém lutar ficaria fácil! – aponta Bisharp – é só todo mundo grudar com a bunda no chão e esperar até meio-dia.

— Pois é! O ideal é nós derrotarmos ao menos um time! – fala o pássaro – assim poderemos ficar na metade de cima da tabela, entende?

“Mas temos que ir com cuidado!” Starmie estava relutante “o ideal é procurar uma maneira de emboscar um time!”

— Fica fria estrela! – Zapdos dá um leve tapa em suas costas – tudo que tem a fazer é se manter em pé! Nós faremos o possível para te proteger.

— Vê se não se precipite durante esse teste! – avisa Serperior – se você for pego, será derrota para todos nós.

“Certo!” consente Starmie, um pouco aborrecido pelo sermão da vegetal. Pelo visto, não terá muitas oportunidades para lutar. Durante a reunião, foi decidido que Starmie teria que utilizar movimento defensivos como Proteção e Giro Rápido. O fato de ser o “protegido” não o agrada. Ainda mais que provavelmente o professor deve escolher o elo fraco da equipe para esse papel, sendo assim, mais uma pressão sob ele. Portanto terá que agir com bastante cautela nessa avaliação e confiar nos seus companheiros. Porém isso vai ser mais difícil do que ele imagina...

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Em um outro ponto do bosque, o time da Scizor vai se locomovendo em busca de outros times. A inseto ainda carregava o tal lençol, um pouco aborrecida com essa tarefa.

— A que horas que tu vai acordar meu caro?

— Mas isso é bem empolgante, diz a verdade Scizor! – os olhos de Garchomp brilhavam radiantes – isso é como eram as expedições de antigamente. Atendendo as missões, entrando em diversas masmorras e tendo que proteger os clientes contra os inimigos.

— Acho que a Garchomp amou a prova! – comenta Tangrowth – você é doida por esse tipo de expedição.

— Eu acharia fascinante mesmo é fazer expedições em ruínas ou em sítios arqueológicos! Assim de explorar lugares antigos e, se tiver sorte, encontrar relíquias antigas.

— Pelo visto você gosta de achados históricos, não é? – pergunta Scizor.

— Adoro! Eu mesma pretendo trabalhar na área de arqueologia e realizar expedições de exploração! – confirma a dragoa.

— Sim gente, mas também devemos focar no controle de nossos recursos! – completa Thundurus, que é monitor de UU – espero que realmente encontremos algo para comer!

— Por isso é necessário atenção nesse teste! – aponta Tapu Fini – o importante é que não deixaremos nada acontecer ao Thundurus.

— Exatamente! – falou o Pokémon elétrico voador, que está em sua forma terrena e usava a faixa cliente em sua cabeça – vou fazer o meu melhor para que nada me aflija durante esse teste. E além disso temos essa lista de todos os times com seus respectivos integrantes – ele mostra uma folha de caderno com anotações.

— Boa Thundurus! – elogia Tangrowth

— Ajudaria se esse dorminhoco acordasse! – suspira Scizor.

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Enquanto isso, meio escondidos em meio as folhagens, estavam Ninetales e Tapu Bulu, que estão rodeados pelos seus quatro companheiros, a Chansey, o Skarmory, o Sableye e o Glisor. A raposa branca usava a faixa de “cliente”. Ela estava sentada quieta, mas se aborreceu ao ver seu colega de Alola cochilando no chão.

— Levanta daí preguiçoso! – ela dá leves tapas com a pata na cabeça dele – não vê que estamos no meio de um teste?

— Ai Nine querida! – boceja o vegetal – não precisa raiar não que esses caras aí nos protegem.

— A gente vai proteger só a Ninetales! – Skarmory corrige o Tapu Bulu – se não colaborar nós vamos te deixar na mingua, viu Bulu?

— Não se preocupe meu amor! – falava docemente a Chansey – nesse time temos alguns dos melhores Pokémon defensivos da Smogon! Faremos o possível para que não te ocorra nada!

— Se aparecer um aqui pode tá certo que nós vamos abatê-lo com nosso poder do Stall! – diz Sableye confidente.

— Pois só de olhar para cara de vocês me dá sono! – fala Tapu Bulu aos seus companheiros – acho melhor aguardar o povo aqui mesmo, se chegar alguém aqui, é só a Nine ativar sua habilidade e o Manto Aurora, aí podem me acordar que eu ajudo com o resto! – falando isso ele se deita na grama com os cascos apoiando a cabeça.

— Ah, Meu Senhor da Luz! – suspira a Pokémon de gelo – eu mereço...

— Não se preocupe linda! – diz o Glisor piscando o olho radiante – se alguém tretar com a gente, nós vamos derrubá-los nem que seja na base do cansaço!

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Enquanto isso na sala UU, Lunala estava prestes a iniciar a sua aula. Mas ela se depara com boa parte dos estudantes cochichando freneticamente com um suposto fato recém revelado.

— Minha filha! Tem certeza que é isso mesmo?

— Como a Scizor nunca contou pra gente?

— E o ovo nem apareceu? E nem ficou choca?

— E quem é o pai?

— Ei! Pessoal, vamos começar? – a professora tenta chamar atenção dos Pokémon, mas ninguém lhe dar atenção devido a gravidade do assunto.

— PESSOAL POR FAVOR! – ela grita para que finalmente fosse notada – quero saber que muvuca é essa que estão discutindo!

— Professora... – com uma cara de espantada, Latias tentava encontrar palavras para explicar para Lunala – é a Scizor... ela...

— O que tem ela? – a Pokémon fantasma ficou curiosa.

— Ela está com um filho! – respondeu Togekiss.

— Não brinca! – disse a professora surpresa colocando a sua mão no peito – desde quando?

— Eu a vi com uma criança no colo! – falou Hippowdon.

— Ai meu Arceus! Como ela está? Qual é a idade do bebê? É um Scyther ou ainda tem uma forma larval? – a professora acabou se envolvendo no assunto e se esqueceu da aula.

— Oh professora! Num acha que isso tá muito estranho? – questiona Krookodile – a Scizor não deixou sinal nenhum que anda tendo fio não!

— Mas eu vi com os meus próprios olhos que ela carregava uma criança no colo! – insiste Hippowdon – estava com um manto e tudo.

— Isso deve ser mais uma invenção tua! – rebate a noturna – aposto que nem perguntar pra ela em relação a isso tu perguntou! Tu gosta é de espalhar fofoca antes mesmo de verificar se o negócio é verdadeiro ou não, né Hippowdon?

— Realmente essa história está muito estranha! – Tentacruel concorda com a noturna – espero que esse boato não tenha se espalhado por outras salas.

Mas subitamente, a porta sai voando até o lado oposto da sala devido a um soco desferido por Heracross.

— QUE HISTÓRIA É ESSA QUE A SCIZOR ESTÁ COM UM FILHO!? – a lutadora estava ofegante e visivelmente nervosa.

— É que eu vi com uma criança e... - Hippowdon tentava explicar.

— QUE BRINCADEIRA É ESSA QUE A SIZOR ESTÁ COM FILHOTE E EU NEM SABER? SE ISSO FOSSE VERDADE EU SERIA A PRIMEIRA A SABER! E NEM VI ELA NAMORANDO COM NINGUÉM! E COMO O PAI DELA NÃO TEVE UM PIRIPAQUE COM ISSO? ELA NÃO ESCONDERIA ISSO DE MIM E...

— Se acalme minha filha! Calma! – Lunala se coloca diante da inseto e coloca sua mão no seu ombro! Deve ter um bom motivo para a Scizor fazer isso e...

— Num sejam ingênuos não, meu povo! – Krookodile interrompe a fala da professora - Acho que isso não passa de um engano! Se a Scizor realmente tivesse com menino, ela não estaria se metendo em frequentar duas classes, e ainda, participando duas vezes em avaliações. Se ela fosse mãe, acho que ficaria em apenas um estrato e ficaria o menor tempo possível em aulas para poder cuidar do filho!

— Ei, não seria melhor perguntar ao irmão dela, o Scyther da turma PU! – sugere Blissey.

— Pois vou tirar essa história a limpo agora! Foi só eu sair dessa sala que a Scizor me arruma uma dessa! – Heracross sai apressada da sala em busca de respostas para essa confusão!

— E espero que ela esteja ciente que a Smogon vai lhe cobrar pela porta quebrada! – comenta Lunala.

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Enquanto isso, na Floresta dos Carvalhos, os embates começam a ocorrer. Vez ou outra se escuta de algum ponto, sons de rajadas, passos rápidos, pisadas de graveto, e até mesmo correntes de ar que move fortemente as folhas das árvores e os gritos de dor e esforço.

Um Pokémon acaba sendo abatido e cai no chão. Era um Latios, que acaba de ser atingindo por um Pulsar Negro e perde a consciência com a queda. Logo um Pinser, que está em sua forma mega, com um par de asas batendo em suas costas, se aproxima do dragão, juntamente com um Pokémon felino de pelagem amarela e face negra, um Zeraora. Ambos resgatam o dragão e se escondem por entre a vegetação.

Eles se encontram com os outros integrantes do time, a Weavile, que é a protegida, o Mimikyu e o Feraligart. Eles vão ver a condição de Latios.

— Esse aí não tem jeito! – Pinser ver que o dragão já não pode mais lutar – melhor pedir o resgate.

Weavile pega o alarme e o aciona. Em poucos segundos, Mewtwo chega ao local com o teleporte. Ele vê o aluno abatido e toca nele para levá-lo consigo de volta à entrada através da telecinese. Rapidamente eles desaparecem e o time fica apenas com cinco integrantes.

— Agora estaremos em desvantagem! – suspira a noturna – temos que nos esconder por um tempo.

— Mas seria uma boa oportunidade de pegarmos o time de Landorus! – fala Zeraora – já pensou se derrotarmos um time desses?

— É tentador, mas temos que ter uma boa estratégia e muita sorte para vencê-los! – aponta Weavile – é melhor fugirmos por enquanto e...

Mas sua fala é interrompida por vultos que se movem rapidamente ao redor deles. Alguns ataques de gelo são disparados contra o grupo.

— São eles! – Zeraora fica eriçado – pelo visto, não querem deixar nós escarparmos. Pois então se é luta que querem, eles terão! – ele começa a se movimentar rapidamente por entre as árvores.

— Zeraora! Espere rapaz! – Pinser chama o elétrico, pedindo para que não se precipite.

— Deixem aquela perereca pra mim! – o felino corre de galho em galho em busca do Greninja, ele vai perseguindo um vulto a toda velocidade, acreditando que irá alcançar o sapo. Quando percebe que ele está perto o bastante, ele concentra eletricidade em suas mãos para usar o Punhos de Plasma contra o adversário. Mas um outro Pokémon se colocou diante dele e recebeu o impacto do golpe. Porém o que foi atingindo estava intacto devido a sua tipagem terrestre. Era Landuros que estava diante dele.

— Então chegou o bonzão da Smogon! – provoca o felino – mas ainda tenho algo pra você!

Agora ele gera uma energia em sua garra. Estava para desferir um Poder Oculto de Gelo. Mas uma luz arredondada o atinge e o derruba chão. Clefable também estava aposta, disparando um movimento do tipo fada. Landorus não perde tempo e desce para finalizar o elétrico com um poderoso terremoto.

Os outros integrantes do time de Zeraora se aproximam e ficaram apavorados quando virão o companheiro caído.

— Se não quiser que mais ninguém se machuque, é melhor que você se entregue Weavile! – avisa Landorus.

A doninha range os dentes. Landuros estava bem diante dela, Weavile poderia usar um Estilhaço de gelo para tirá-lo do combate, porém sabe que eles podem está tramando para pegá-la de surpresa.

— Weavile! Se esconda! – rapidamente Pinser se coloca diante da noturna juntamente com Mimikyu. Landuros desfere um Deslizamento de Pedras que atinge ambos os Pokémon. Mimikyu tem apenas a fantasia danificada, mas Pinser é bastante vulnerável às pedras e acaba sendo soterrado em pedregulhos. Mas o fantasma fada não deixa barato e usa Fogo Fátuo para mitigar o poder do terrestre.

— Arg... muito esperto de sua parte! – o guardião da terra sente uma queimação no corpo – mas vai precisar muito mais do que isso pra me deter!

“Agora você nos paga!” sussurra o fantasma realizando a Dança da Espada.

— Esse fantasminha é tão fofo! Posso brincar com ele? – Lopunny se junta a luta, ela usa um colar no qual está afixado sua mega pedra, que reage e logo o corpo da coelha se modifica, com as orelhas ficando mais compridas e sua pelagem fica preta em algumas partes de seu corpo, especialmente nas pernas.

“Acha que uma Pokémon normal tem chances contra mim? Vou te queimar também e...” Mimikyu é interrompido por um bofetão da coelha. Ele não pôde reagir ao Fingimento.

“Como ela pôde me atingir!” apesar de afligido, o fantasma tenta partir para cima da coelha com sua Brincadeira Dura, mas Lopunny é mais ágil e usa suas poderosas pernas para saltar e, em seguida, pisotear com os dois pés juntos o Pokémon fada com seu golpe Retorno. Isso foi demais para o fantasma, que não conseguiu se reerguer depois disso.

— Hi hi hi! Que bom que posso atingir os fantasmas enquanto estou mega evoluída! – Lopunny ri maliciosamente com sua vitória sobre o Mimikyu.

Enquanto isso, Weavile e Feraligart estão tendo seus problemas para lidar. Eles ficaram com vinhas emaranhadas em seus corpos devido a Sementes Mortais que Ferrothorn inoculou neles

— Que droga! Por mais que nós o ataquemos, mal infligimos dano nele! – rosna o jacaré azulado. Ele está agoniado já que as ramificações vão lhe sugando suas forças pouco a pouco.

— Posso ficar o dia inteiro aqui!  – caçoa o vegetal metálico que restaura sua vitalidade com a energia que suga dos adversários - só não sei se vocês podem!

— Seu maldito! Posso não ser de OU, mas vocês não devem me subestimar! – Feraligart avança ferozmente em Ferrothorn e o soca com um Soco de Gelo. Com sua força, consegue fazer um dano considerável no Pokémon vegetal, mas Ferrothorn contra ataca usando um Chicote Poderoso que nocauteia o réptil.

— Feraligart! – Weavile se desespera. E como se não bastasse, Heatran se aproxima dela também.

— Só resta você querida! – o ígneo sorri maliciosamente – prefere um golpe de fogo ou metálico?

— Espere Heatran! – Ferrothorn ergue uma de suas vinhas – não vamos ser tão rigorosos com uma fêmea, não é? Só basta ela entregar pacificamente sua faixa e chamar pelo professor para informar que seu time foi aniquilado.

Weavile se esforça para não chorar naquele momento. Ela se sentia frustrada por se sentir tão imponente diante dos dois metálicos. Ela não teve escolha senão fazer como sugere Ferrothorn e entrega sua faixa para ele.

— Boa garota! – disse o vegetal – melhor sorte na próxima vez!

O time de Weavile é resgatado por Mewtwo. Momentos depois, Landuros se trata com um dos medicamentos que recebera na entrada.

— Ela era apenas uma monitora de UU! – comenta Greninja, que estava encostado em uma árvore, de braços cruzados – mas até que foi gozado ver seu desespero.

— Seria mais divertido se Ferrothorn tivesse me deixado finalizar com ela! – resmunga Heatran.

— Foi melhor para ela! – responde o vegetal – do jeito que a pobrezinha é frágil, seria bem capaz dela não ser capaz de participar das provas de amanhã se ela for atingida pelo seu Tempestade de Larva!

— Pelo visto, você é um cavalheiro Ferrothorn! – comenta Clefable sorridente – diferente do Heatran...

— Mas o importante é que tivemos nossa primeira vitória! – comenta Landorus triunfante – foi um bom trabalho em equipe! Vamos descansar um pouco e partir para próxima!

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Enquanto isso, Zapdos sobrevoava cautelosamente por entre as copas das árvores, observando as redondezas em busca de alguma ação de times adversários. Os outros cinco integrantes se locomoviam pelo solo.

— Devemos estar atentos a qualquer mudança no clima! – informa Diancie – temos quatros Pokémon capazes de ativar climas instantaneamente!

“Quem são eles?” pergunta Starmie.

— Vejamos... – a fada faz um esforço para relembrá-los – tem o Pelipper capaz de trazer a chuva, o Tyranitar invoca a tempestade de areia, se Charlizad usar a Mega evolução Y, ele pode intensificar a luz solar, e aquela caloura de Alola, aquela Ninetales branquinha, é capaz de trazer neve.

— Seria bom saber quais times eles se situam! – aponta Serperior.

— Acho que o Zapdos tem uma relação de todos os times de OU! – lembra Diancie – ZAPDOS! VEM CÁ POR UM INSTANTE!

— Minha filha! Não grite desse jeito! – o elétrico desce e repreende sua companheira – quer revelar de lambuja a nossa localização aos adversários?

— Foi mal, mas você tem a relação dos times de OU? – pergunta a fada.

— É lógico que tenho! – se gaba o pássaro – está logo aqui comigo e... lembrei que está no meu celular que está sob a posse do professor! He he! – repentinamente ele ficou sem graça.

— Foi esperar demais que o Zapdos nos trouxesse alguma informação útil! – suspira Serperior.

— Tenham fé, eu meio que decorei a lista! – o elétrico tenta anemizar as coisas – pode ser que eu me lembre aos poucos!

— E não podemos esquecer que tem esses Tapus que são capazes de fazer mudanças no campo! – aponta Volcarona – eles não só são perigosos por si só como também ajudam a fortalecerem o time todo.

“E verdade! Se não me engano, a Tapu Fini é capaz de ativar uma névoa que aumenta o poder de movimentos do tipo fada e evita maus agouros para quem estiver envolvido nela!” a estrela recorda de uma das integrantes do time de Scizor.

— Ela é o time da Scizor, não é Starmie? -  aponta Volcarona.

Porém o aquático demora um bom tempo para confirmar a sentença da mariposa.

— Ela é ou não é? – Volcarona fica impaciente pelo silêncio de Starmie.

“Sim, ela é!” responde a estrela, que por algum motivo, estava se aborrecendo com a voz estridente da inseto “eu vi a Garchomp e a Tangrowth com ela também.

— Viu como não custa nada responder o que foi lhe perguntado? – ironizou Volcarona – não vou atrás dessa vermelhinha dessa vez se é isso que te preocupa!

Ela tinha que lembrar daquele acontecimento do Bar Florestal. A estrela desconfia se a mariposa fez isso de propósito. “Não pense que te perdoei por conta disso!”

Essa telepatia foi “ouvida” claramente por todos os integrantes do time.

— Gente, não é o momento de ficar remoendo isso! – Zapdos tenta apaziguar os ânimos.

— Starmie, já pedi desculpas para Scizor e ela aceitou! – argumenta Volcarona.

“Acha que um simples pedido de desculpas pode reparar o que fez para ela naquele dia? Não percebeu que você estava pondo a vida dela em risco? Isso tudo por conta de um macho imbecil?”

— Meça suas palavras ao falar do meu namorado! – esbraveja a inseto. Pequenas faíscas surgem em suas asas.

— Era isso que eu temia, que esses dois comecem a brigar! – Serperior balança a cabeça negativamente.

— Agora eu sinto a falta de alguma pipoca ou fruta para eu ir comendo enquanto eu assisto a essa treta! – sussurrou Bisharp.

— Não vai ter treta nenhuma agora! – Zapdos se coloca entre Starmie e Volcarona e tenta se impor – vocês podem deixar suas picuinhas para depois das avaliações! Mas agora devem pelo menos dar trégua e nos concentrar no teste!

— Sabia que essa estrela teimosa e cachaceira não iria contribuir com esse time! – acusa Volcarona – não deveria ter concordado em estar no mesmo time do que essa criatura!

“E se eu soubesse que essa corna estaria neste time eu nem teria aceito o convite do Zapdos!” acusa a estrela. No fundo Starmie sabe que o pássaro tem uma parcela de culpa nesta situação.

— O QUE VOCÊ ACABOU DE FALAR SEU TRASTE SEM FACE?! – esbraveja Volcarona.

— Estamos ferrados! – Serperior está pessimista com a situação.

“Isso que você ouviu! Realmente você acredita naquele Venomoth de conversa mole depois que ele fez na frente de vários colegas?” a estrela queria logo esfregar algumas verdades na cara da mariposa.

— COM QUEM?! – Volcarona exige uma resposta.

“Foi com...” mas a estrela fica estática, ela se lembra que Scizor não queria que a fúria de Volcarona se voltasse contra outro Pokémon. “Quer saber! Descubra por conta própria! Vou dizer só pra você ir atrás da pobre coitada que foi enrolada por aquele inseto safado? Se você não fosse tão ingênua, saberia que é ele que deve ser punido!”

— Você só diz essas coisas pois tem inveja da gente! – responde a mariposa com sarcasmo – Você não pode ser feliz com um inseto como eu sou com o Venomoth.

“Arceus me livre de uma relação assim!”

— OLHA O BARRACO ACONTECENDO! – ouvia-se uma voz grave.

“Vamos dar um jeito neles enquanto estão nessa picuinha!” dizia uma voz aguda meio robotizada.

— Parabéns a vocês dois! – ironiza Serperior – foi porque vocês resolveram brigar é que acabaram chamando a atenção dos outros times.

Uma forte rajada de gelo é disparada próxima ao time. Todos se desviaram para não receberem o poderoso ataque. Arbustos e pequenas árvores são destroçados e congelados a um raio de vários metros. E um Pokémon dragão surge caminhando por essa trilha de gelo. Sua cor predominante é negra, mas possuía grande parte de seu braço esquerdo coberto de gelo. Era o Kyurem-Black.

— Conseguiu pegar pelo menos um aí? – o dono da voz grave é o Conkeldurr, que veio atrás do dragão.

— Vixe! O Kyurem nessa forma é páreo duro! – Zapdos fica um pouco nervoso.

Porém, em uma rápida ação, Bisharp desfere uma Cabeçada de Ferro no Dragão de Gelo que deixa o mesmo atordoado – não dá pra enfrentá-los agora! Bora fugir cambada!

 Eles não iriam deixá-los escapar tão facilmente. Conkeldurr preparava um Soco Rápido para abater o Bisharp. Mas antes que o metálico percebesse o ataque, Starmie se coloca entre eles e usa Proteção para bloquear o ataque do lutador.

— Hehe... muita coragem sua estrelinha! – fala o lutador surpreso – será que agora você aguenta uma Derrubada na fuça?

— ESTRELA IMBECÍL! – Bisharp fica bravo com a atitude do companheiro e repentinamente o agarra e o lança há vários metros de distância – VOCÊ NÃO DEVE SER EXPOR AO INIMIGO!

Starmie cai no meio de um emaranhado de arbustos. Sente seu corpo sendo arranhado por galhos e espinhos. “Isso que é delicadeza com seus companheiros!” Mas quando finalmente se levanta, se depara com a Volcarona o encarando furiosamente. Agora o aquático ficou temeroso, não havia como prever a reação da mariposa.

— Abaixe-se! – ordena a inseto rispidamente.

“Er Volcarona... acho que não deveríamos...”

— EU DISSE SE ABAIXA! – Ela usa sua asa quente para derrubar a estrela. Em seguida ela executa uma Dança do Fogo. As labaredas que ela criou atingiram em cheio o Polygon-Z que estava à espreita para pegar Starmie de surpresa.

— Se você for derrotado será fim de jogo para o nosso time! – disse a mariposa firmemente.

“Ai! Não pode deixar suas asas ainda mais quentes do que estão?” ironizou a estrela, que sentia uma de suas pontas arder por queimadura.

— BORA CAIR FORA PESSOAL! – Zapdos ordena a retirada.

Os outros acatam a decisão de fugir momentaneamente. Diancie coloca algumas Rochas Flutuantes para atrasar os adversários. Mas devido ao tumultuo, Volcarona e Starmie acabam se separando do demais. A estrela vai girando sua parte de trás e vai habilmente pulando de árvore em árvore. Mas sente uma lâmina arranhar seu corpo. Ele para e observa que há várias armadilhas espalhadas pelas árvores.

Volcarona vem voando logo atrás. Mas um grito de Starmie alerta a mariposa do perigo:

“VOLCARONA! NÃO SE APROXIME! ESTÁ CHEIO DE ROCHAS FLUTUANTES!”

A inseto pousa em um dos galhos e olha para o que está adiante de si – o negócio está feio aí...

“Deixe que dou um jeito nisso!” A estrela gira o seu corpo e vai removendo boa parte das armadilhas. Em alguns segundos, ela cessa o giro e flutua diante da parceira.

“Acho que dá para passar agora!”

— Obrigada! – a inseto estava sem jeito.

“Acho que pelo menos nessa situação, serei necessário para você!”

— Nem comece a me provocar! – disse a mariposa seriamente.

“Eu que não quero brigar agora!” responde o psíquico, que ainda flutuava diante da inseto, que permanecia pousada no galho.

— Escute aqui estrela! – Volcarona respira fundo - Vamos combinar! Quero trégua até para o fim dessas avaliações! Vamos ser bons colegas de equipe! Tudo bem para você?

“Por mim tudo bem!” concorda a estrela.

— Ótimo! Mas depois dessas provas, quero que me conte exatamente o que ocorreu durante a festa, combinado?

“Olha! Não sei se vou poder fazer o que me pede! A não ser que você me prometa que não vá fazer nada de ruim com ninguém!” Starmie impõe sua condição.

— Mas quero por minhas mãos naquela vadia que...

“Você não deve machucar ninguém!” o aquático se mantém firme, encarando a mariposa “Se eu te contar a verdade, saberá do verdadeiro culpado! Do verdadeiro merecedor de uma punição!”

— Certo! – suspirou Volcarona - mas esse é o trato! Espero que não me esconda nada!

“Ok!” assim o acordo de paz temporária é firmado.

Eles escutam um familiar bater de asas.

— Louvado seja Arceus que eu os encontrei! – suspirou Zapdos. Logo, os outros integrantes também chegaram.

— Starmie e eu estamos de boa! – declara Volcarona – isso que ocorreu a pouco não vai mais se repetir!

— Acho bom mesmo! – fala pássaro – mas o bom disso que encontrei algumas frutas Sitrus e Luns pelo caminho! Vamos fazer uma pequena pausa para um lanche restaurador!

“E o time do Conkeldurrl?” pergunta Starmie.

— Nós despistamos deles! O Kyurem ainda não foi derrotado, mas deve está bem injuriado. Vamos nos reorganizar e pegá-los de surpresa!

Pequenas faíscas elétricas vão surgindo ao redor dos Pokémon, algo que foi rapidamente percebido por Starmie e Zapdos.

“Zapdos! Sinto ondas eletromagnéticas se formando aqui por perto!”

— Ferrou! É o campo elétrico de Koko! – declarou o pássaro – encará-lo logo de cara com outro time vai ser perigoso! Vamos dar o fora daqui!

Logo, os seis se afastam o mais rápido possível do campo elétrico.

Não muito longe daí Conkeldurr e os outros estavam diante de adversários formidáveis como Zygard, Tapu Koko e Magearna.

“Parece que houve uma batalha aqui!” comenta o dragão “se importam em nós participarmos também?”

Um dos parceiros de Conkeldurr, o Meditichan, ativa sua mega pedra de sua pulseira e se transforma na sua mega forma. Com sua grande força, ele usa o ataque Fingimento em Tapu Koko para atrasá-lo, mas Magearna ativa um canhão em seu braço e dispara um poderoso raio rosado. Era o devastador Canhão Floral, que acerta os dois Pokémon lutadores, os deixando fora de combate.

O Canhão Floral deixa a usuária meio desgastada. Porém Magearna consegui abater dois Pokémon com o disparo, e com sua habilidade Espírito do Coração, ela conseguiu recuperar o poder que perdera na execução do ataque.

“Estou pronta para um segundo disparo!”

Os membros remanescentes, Kyurem, Polygon-Z, Manaphy e Tornadus, ficaram desesperados diante do poder da metálica. Ainda assim, eles tentaram um contra-ataque, porém foram facilmente derrotados por Tapu Koko e Magearna.

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Em um outro ponto da floresta, uma estranha tempestade de areia envolvia um dos times concorrentes que era formado por Alakazam, Azumarill, Kommo-o, Staraptor, Tapu Lele e Victini.

— Cuidado! – avisa o Alakazam – em tempestade de areia, o Excadrill fica extremamente ágil e perigoso.

— Senhorita Lele, peço que fique atrás de mim! – pede Kommo-o.

— O coisa! – Tapu Lele incha as bochechas meio aborrecida – e não me venha com essas formalidades Kommo! E tome cuidado!

Mas um objeto semelhante a uma broca vem disparado em direção ao time. Kommo-o toma dianteira e tenta segurá-lo. Mas ele leva um bom dano do Ataque Furadeira, e a broca logo se revela ser uma pequena toupeira.

— Muita ousadia vir nos atacar assim Excadrill! – falou o dragão – agora você está a nossa mercê... e... – mas ele sente um sono repentino e seu corpo ficando mais pesado.

— É bom você dar uma relaxada! – Amoonguss vem se aproximando, espalhando seus Esporos.

— Não se esqueça que você está em um campo psíquico! – declara Alakazam, que está preste a lançar um Choque Psíquico – um Pokémon venenoso como você está em maus lençóis!

— E é por isso que eu estou aqui! – um Tyranitar se aproxima – Mawlie! Me ajude com esses psíquicos aí!

— Pode deixar! – vinha a mesma já na sua mega forma, exibindo duas mandíbulas que surgiam no topo de sua cabeça.

— SHAAAANAAAROOOOOOO! – uma larga coluna de água atinge o Tyranitar, o lançando para um troco que acabou se quebrando com o impacto do corpo do Pokémon de pedra.

— Essa luta está apenas começando! – responsável pelo golpe, Azumarill aponta para os outros adversários. E se inicia uma feroz batalha.

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Quase duas horas se passaram desde o início das avaliações. Yveltal ainda estava na frente da entrada do Bosque. Ao lado dele estava sentado um Pokémon robótico de forma insetóide que estava mexendo em um notebook. Era o Genesect, um funcionário da Smogon, que monitorava as ações dos estudantes através de sensores e câmeras que ele controlava com o seu dispositivo.

“No momento vinte e cinco por cento dos times foi eliminado da avaliação!” constatou o metálico com sua voz grave robótica.

Aegislash e Blaziken também permaneciam no local aguardando ordens do professor.

— Oh professor! Ainda não entendo como nós seremos avaliados nessa etapa! – perguntou o galo.

— Tenha calma Blaziken – disso o professor pacientemente – já estamos na metade do teste e vou precisar da ajuda de vocês! Assim de outros Pokémon que estarão aqui a qualquer momento!

— Quem estamos esperando? – pergunta Aegislash.

Logo, três Pokémon chegaram ao local. Gengar da turma UU, Cloyster da turma RU, e Gothitelle, uma funcionária do administrativo.

— Bom dia professor! – cumprimentava o fantasma, sorridente como sempre.

— Agradeço a presença de vocês três! – Yveltal os recepciona – os chamei aqui pois vou precisar da ajuda de vocês!

— Qual é a parada? – pergunta a ostra no seu jeito descontraído.

— É bom melhorar seu linguajar aí! – repreende Aegislash – você está falando com o professor.

— Aegislash, seja um pouco mais amigável com sua colega! – pedia Yveltal – o motivo de eu chamá-los é porque vamos formar um time, Aegislash, Blaziken, Gengar, Cloyster, Gothielle e eu. Seremos um time extra que irá participar da prova.

— Eita! Formar um time com o professor! – Gengar se surpreendeu com a missão que vai receber.

— Seremos um time maligno ou coisa do tipo? – pergunta Cloyster.

— Algo do tipo! – responde o noturno – um dos fatores avaliados nessa etapa seria como os combatentes irão lidar com um fator surpresa. Que nesse caso seria um time mais poderoso que se juntará tardiamente à batalha. Vou poder ver de perto a atuação dos estudantes, assim com Blaziken e Aegislash serão avaliados dessa forma. E Cloyster e Gengar vão ganhar duas horas de atividade externa, que são necessárias para fechar a carga horária necessária para a graduação.

— Por horas de atividade externa estamos topando qualquer coisa! – comenta Gengar.

— Ótimo! E como você sabe Gengar, você é o que vai mega evoluir no time! Está com sua Gengarite, não é?

— Estou sim! – ele segurava o aterfato.

— Muito bem! Genesect, eu conto com você para monitorar a floresta! Pois nós vamos nos juntar à batalha! – declarou Yveltal que por mais que não demonstrasse, estava muito empolgado com a situação.

 

 

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Glossário

 

Manto Aurora - Aurora Veil

Pulsar Negro - Dark Pulse

Punhos de Plasma - Plasma Fist

Fingimento - Fake Out

Sementes Mortais - Leech Seed

Soco de Gelo - Ice Punch

Tempestade de Magma - Magma Storm

Cabeçada de Ferro - Iron Head

Soco Rápido - Mach Punch

Canhão Floral - Fleur Cannon

Cachoeira - Waterfall

Notes:

E a peia rola solta no Bosque Florestal! E Yveltal promete esquentar as coisas! (ou esfriar...)

Obrigada pela leitura e pela paciência!

Chapter 20: Capítulo 20 – A solução para vencer o Senhor da Destruição

Notes:

Olá pessoal! Para compensar a demora, temos um capítulo com mais de oito mil palavras!

Tenham uma boa leitura!

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

As lutas prosseguiam no Bosque dos Carvalhos. Alguns times já haviam sido eliminados. Em um ponto da floresta, havia uma disputa acirrada entre os times de Alakazam e Tyranitar. O Noturno estava ofegante, com rachaduras espalhadas pelo corpo devido ao ataque de Azumarill. A coelha já estava preste a lhe dar o golpe de misericórdia, mas é parada por Mawlie, que estava na mega forma. A metálica segura a investida da outra com seus braços e usa suas “bocas” que saem da sua cabeça para agarrar a adversária.

— Não adianta Azumarill! Todos sabem quem é a melhor usuária do Poder Gigantesco! – afirma Mawlie.

Mas a aquática não se dá por vencida, ela gira o corpo para se livrar das presas da adversária – não me subestime querida, eu estou com força total! – e executa um intenso golpe de Cachoeira, arremessando a metálica para alguns metros de distância. Mas a coelha não repara que há uma fumaça esbranquiçada se formando próxima a ela, e quando se deu conta, estava aspirando um gás tóxico que a deixou meio zonza.

— Cof... que isso? Fumaça Clara?! – Azumarill começou a tossir.

— Você foi esperta de ainda não ter usado um Tambor de Barriga, senão estaria acabada! – Era Amoonguss responsável pelo golpe venenoso.

— Pra depois você tirar meu buff? Sem falar que não posso contar com o meu Jato Aquático! Saco de Campo Psíquico que restringe os movimentos de prioridades!

— Mas esse Campo Psíquico é da sua equipe! Você devia ter levado isso em consideração quando entrou no time! – recrutou o vegetal. Mas uma rajada psíquica atingiu em cheio o cogumelo, o nocauteando.

— Não reclame do meu Campo Psíquico que é perfeito para derrubar babacas como você! – falou Tapu Lele com ar de superioridade! Parece que é aquele cavalinho que devemos derrubar para vencermos esse time, não é? – seu olhar se volta para um Pokémon pônei azul com crina alaranjada, o Keldeo.

— Não precisa me dizer o que fazer! – meio irritada com sua companheira, Azumarill vai em direção ao Keldeo, que usava a faixa “cliente” em sua cabeça.

“Por tinham que chamar essa coelha gorda?” o cavalo já se sentia temeroso já que sua tipagem de água/lutador era bastante desvantajosa contra a coelha. Mas para sorte dele, Magnezone avançou desferindo o Troca Elétrica na Azumarill, derrotando-a de vez.

“Essa luta está sendo mais dura que pesávamos! Excadrill, proteja Keldeo a todo custo!” pedia o elétrico.

Mas o Pokémon imã detecta uma imensa massa de energia em forma de “V”. Ele se move desesperadamente para desviar dela, mas acaba sendo atingido pelo poderoso golpe de fogo e cai no chão com severas marcas de queimadura em seu corpo metálico.

— Yes, consegui derrubar um! – Comemora Victini, fazendo gesto de vitória.

— Não se exponha desse jeito! – repreende Alakazam – lembre-se que não pode ser derrotada, já que você é a cliente do nosso time!

Enquanto isso, pousado em um galho, um Pelipper observava discretamente o andamento da batalha. Em seguida, o Breloom sobe na árvore e se aproxima do pássaro.

— E aí, como tá essa luta? – pergunta o vegetal em voz baixa.

— Estava bem acirrada, mas o time de Alakazam está em vantagem! – respondeu o pelicano cochichando.

— A luta está terminando? – pergunta um Swampert da base da árvore.

— De acordo com o Pelipper, tudo indica que é o time do Alakazam que vai vencer! – Breloom desce para repassar as informações.

Diggersby, Salamance e Rotom, que estava em sua forma de máquina de lavar, se juntam a eles – assim que essa luta acabar vamos emboscá-los! – afirma o dragão de asas escarlates.

“Mas devemos ter cuidado com o Alakazam!” alertou Rotom “ele é um dos Pokémon mais inteligentes e espertos da Smogon”

— É por isso que vamos pegá-lo na surdina! – afirmou Swampert – Pelipper, capricha nessa chuva que já vou meter um Jato Aquático.

— Calma que o Terreno Psíquico ainda está ativo! – alerta o pelicano – tenha um pouco de paciência!

Mas o que eles não esperavam é que um granizo de gelo veio caindo em alta velocidade em direção a eles. Acabou atingindo as costas de Salamance, que desaba diante de seus companheiros.

— Salamance! – os outros cinco ficaram assustados.

Swampert examinou as costas do dragão – é um Estilhaço de Gelo! Cuidado! Parece que alguém teve a mesma ideia que nós!

Logo, uma enorme sombra em forma de pássaro passou rapidamente por eles. Os Pokémon olharam para cima e ficaram surpresos ao verem que era o professor Yveltal que estava sobrevoando sobre eles.

— Minha nossa! O que o professor está fazendo aqui? – Breloom ficou assustado.

Mais quatro Pokémon surgiram em volta deles. Eram Aegislash, Blaziken, Gothitelle e Gengar.

— Gengar? Não sabia que estava participando das provas de OU! – fala Swampert.

— O que os monitores estão fazendo aqui? – indaga Pelipper.

Gengar estava com a Gengarite acoplada em uma pulseira da mão direita. A joia brilha e o fantasma ganha uma aparência mais sinistra, com parte de suas mãos e pés “mergulhados” no chão. Ele dá uma risada maléfica quando se transforma no Mega-Gengar.

— Eita nós! Que história é essa? – Swanpert fica sem reação.

— Digamos que somos um fator extra dessa avaliação! – responde Aegislash.

— Fudeu! Entrou mais um time forte! – Diggersby entra em desespero.

— Se acalmem! – disse Swanpert firmemente – esse povo é fraco contra terra! – o aquático se prepara para um terremoto. Aegislash e Blaziken usam Escudo do Rei e Proteção respectivamente para se protegerem de possíveis golpes. Mas Gengar preferiu atacar com Bola de Energia, um movimento do tipo vegetal no qual Swanpert é bastante vulnerável. Logo, foi a vez do aquático cair.

— He he he he he! – ria Gengar descontroladamente – nessa forma sou invencível! INVENCÍVEL! HA HA HA!

— Esse cara fica meio descontrolado quando mega evolui! – repara Blaziken um pouco receoso – espero que não seja uma má ideia tê-lo no time!

— Mas ainda bem que a Bola de Energia dá uma boa cobertura contra os terrestres! – Aegislash estava mais preocupada com os resultados da batalha.

Se deparando com a queda do companheiro, os outros tentam fugir, mas uma sombra negra surge em seus pés e os impedem de sair do lugar.

— Não adianta fugirem! – declara Gothitelle – como Gengar e eu somos usuários de Fio de Sombra, ninguém vai poder escapar de nós!

Instantes depois, uma leva de tiros de gelo caia sobre o restante do time. Eles vinham de Cloyster, que era carregada nas costas de Yveltal e atacava de cima. A ostra usava a faixa de cliente.

Desse ataque, só Rotom restou consciente. O cliente de seu time era Breloom. Porém, antes de se render, queria ver se conseguia levar pelo menos alguém do time do professor. Então, sem hesitar, disparou um Relâmpago em direção a Yveltal e Cloyster.

Entretanto, o pássaro lendário não desejava que a ostra fosse atingida. Ele teve que pensar rápido e gritou pelo Blaziken:

— PEGUE A CLOYSTER!

— Como assim me pegar? – questiona a ostra meio assustada, quando de repente, Yveltal simplesmente se vira, e Cloyster, apavorada, se vê em queda livre.

— QUEEEE ISSOOOOO PROFESSOOOOOR!

Mas Blaziken habilmente salta por entre as árvores e segura a ostra em seus braços.

— Afff... – Cloyster tenta se recuperar do susto, ainda nos braços do lutador – o professor enlouqueceu?!

— Ele queria te proteger! – Blaziken aponta para o alto para mostrar que Yveltal foi atingido pelo ataque elétrico – mas até que você é mais leve do que pensei!

— É que eu usei o Quebra de Concha! – responde a aquática.

Ainda batendo as asas para se manter no ar, o pássaro respira fundo para recuperar seu folego, apesar de ter levado um ataque super efetivo - vão precisar mais do que isso para me deter! – ele começa a gerar uma massa de gases negros em volta de si. É como se formasse uma nuvem de tempestade, e ele direciona isso para o Rotom. É o seu terrível ataque Asa Mortal. Logo, uma massa de ar envolve o elétrico, e mais algumas árvores ao redor. O fluxo de ar então volta para o professor com a energia drenada de Rotom. Finalmente o último membro do time cai.

“Devo conter um pouco mais esse poder para não danificar a vegetação daqui!” pondera Yveltal “Xerneas pode recuperá-las, mas ficará uma fera comigo!”

Próximo daí, os outros dois times continuam no embate. Em um deles, apenas o cliente Keldeo e Excadrill estavam ilesos. Já o outro time, Alakazam, Tapu Lele, Kommo-o (que conseguiu acordar), Staraptor e Victini estavam apostos para atacar.

— É melhor desistir! – falava Tapu Lele – nós estamos em cinco, enquanto que seu time foi quase aniquilado, só restando esse pequinininho aí e...

— Tapu Lele, não diga isso! – alertava Victini.

Excadrill avança furiosamente em Tapu Lele e a nocauteia com cabeçada de ferro.

— Quem é que me chamou de escalador de guia de calçada aí? – a toupeira estava bem furiosa, pois não gostava ser implicado por sua baixa estatura.

— Deveria ter a avisado que o Excadrill não gosta quando falam do tamanho dele! - suspira Alakazam.

Mas instantes depois, o pequeno Pokémon terrestre é subitamente acertado por um Chute de Fogo desferido pelo Blaziken, que ainda estava segurando a Cloyster. O terrestre acaba perdendo a consciência.

— BLAZIKEN? CLOYSTER? O que fazem aqui? – pergunta Victini incrédula.

— Essa é a real avaliação de vocês! – Yveltal pousa suavemente próximo a eles – preparem!

Logo, os Pokémon percebem que seria demais enfrentar o professor. Tentaram fugir, mas fios de sombra os prendem.

— Fugir não é uma opção! Hihi – Gengar ri maliciosamente.

— Se não nos deixam fugir, só nos resta atacar! – decide Kommo-o, que avança para um Combate Próximo em direção à Cloyster, que já tinha saído dos braços de Blaziken. Porém, antes que o dragão se aproximasse dela, a ostra dispara cinco Lanças de Gelo que acertam precisamente o réptil, de modo que ele não pôde mais se levantar.

— Mas essa agora! Ressuscitaram essa bruaca do RU só para nos atormentar novamente! – Staraptor temia o inconsequente, mas devastador, modo de batalhar da Cloyster.

— Quem é que tá me chamando de bruaca aí! – a ostra não deixa barato e dispara Lanças de Gelo em Starptor também.

— Cloyster, não vou deixar assim! – declara Alakazam, apesar que ele já percebeu, que as chances de vitória contra eles são praticamente nulas. Mas antes que pensasse em algo, o psíquico é alvejado por uma lança de sombra que o atinge por trás.

— Devia... saber que vocês estariam participando... – disse Alakazam antes de desmaiar.

— Com uma defesa tão débil assim, apenas uma Sombra Furtiva já é suficiente para derrubá-lo! – desdenha Aegislash – é uma pena que, justo agora, o Campo Psíquico acabou de ser desfeito!

Com isso, Yveltal sugou a energia de Keldeo com a Asa Mortal e Gengar derrota Victini com Bola de Sombra, consolidando assim a aniquilação dos dois times que até momentos atrás, estavam se confrontando.

— Eita, quem poderia imaginar que seríamos tão fortes assim! Oh oh oh! – comemora Cloyster bem empolgada.

— Não se descuide querida! – o professor fala em tom de cautela. Não podemos subestimar os times restantes.

— Vou contar para Lopunny que você anda carregando a Cloyster por aí! – Gengar não perde a oportunidade de fazer uma zoeira, que foi direcionada a Blaziken.

— Me poupe seu gasoso, eu trocar minha coelhinha por essa baranga!

— Baranga é a galinha da sua mãe! – retruca a ostra.

— Dobre sua língua comprida ao falar de minha mãe! – contrariado, Blaziken estufa o peito, olhando furiosamente para a Pokémon de gelo.

— Gente, vamos nos ater no teste! – Yveltal chama a atenção do time – tem alguém que vai querer se medicar? Vamos ver se encontramos mais um time!

Mas eles não percebem que estão sendo observados por algumas estranhas criaturinhas esverdeadas e viscosas ao redor deles. São bem pequenas, medindo nem dez centímetros, com uma “cabeça” rudimentar e pequenos olhos. Elas rastejam rapidamente pela floresta. Depois de alguns minutos, elas chegam àquele que estava comandando-as. Era Zygarde, que absorve esses pequenos monstros, que na verdade são as células deles. Com isso ele absorve as informações coletadas por essas células.

“Vixe! Agora que as coisas vão se complicar!”

Os outros membros do time ficaram curiosos pela afirmação do Pokémon Dragão – o que houve? – perguntou o Hawlucha.

“Sabem quem apareceu para batalhar contra a gente?” expos Zygarde “o professor Yveltal! E ele está como os monitores Aegislash e Blaziken!”

— Eu já estava estranhado que aqueles dois não estavam sendo avaliados nessa segunda fase! – Afirmava um Gyarados fêmea de cor vermelha, uma dos dois estudantes shynnies da Smogon – mas justo o professor formar um time com eles, é no mínimo surpreendente!

“E além deles, a Cloyster e o Gengar também estão no time. Sendo que o último está usando a mega!” continuou Zygarde.

 - Mas a Gengarite não está proibida? – questionou Gyarados.

“O professor deve ter liberado o seu uso para essa prova!” afirma o dragão “Essa mega-evolução não é apenas forte por si só, como também a habilidade que Gengar obtém com ela, Fio de Sombra, é bastante perigosa, já que impede a fuga dos adversários.

— Esse então é basicamente um time invencível! – conclui Toxapex – parece que temos que evitá-lo a todo custo.

“Sim, mas não será nada fácil! Há também uma Gothitelle, que provavelmente tem a Fio de Sombra também.” Disse o dragão.

— Se for a Gothitelle do administrativo, ela tem sim essa habilidade! – avisa Hawlucha. Ele usava a faixa “cliente” em sua cabeça.

— Vamos enfrentar esse time? Vai ser interessante lutar contra esses Pokémon fortes! – Tapu Koko se mostra empolgado.

“Não vamos bater de frente com eles!” avisa Zygarde “Do jeito que estamos, podemos ter o mesmo destino daqueles três times!”

“O que vamos fazer então?” pergunta Magearna.

“Tive uma ideia! Já mandei algumas células atrás de alguns Pokémon” Zygarde fica alguns minutos estático, se concentrando em algo “Os encontrei, nós vamos até eles!”

— Ir até eles? Como assim? – os outros ficam confusos.

“Já explico no caminho! Vamos!”

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Zapdos estava fazendo rondas aéreas, voando de galho em galho para evitar de ser visto pelos adversários. Vendo que não há ninguém por perto, ele resolveu subir para acima das copas, mas ele acaba observando que Yveltal sobrevoava pela área, e carregava a Cloyster nas costas. Ele rapidamente desceu antes que seja visto pelo professor.

“Zapdos, o que houve?” Starmie vê o elétrico pousando meio desengonçado, mostrando sinais de nervosismo.

— O professor tá aqui... – o pássaro sussurrava – vamos dar o fora antes que nos encontre.

— O professor Yveltal vai enfrentar a gente também? – Volcarona estava surpreendida.

— Pelo visto sim! – responde Zapdos – e ele estava carregando a Cloyster.

— Ei Zapdos, não dá para usar uma Descarga e derrubar esses dois de uma vez? – pergunta Diancie.

— Tá doida?! A Cloyster vai me alvejar com Lança de Gelo antes que eu me aproxime o bastante para atacá-los! E além disso, é possível que o professor aguente o meu ataque e acabe revidando nos outros membros com movimentos super-efetivos.

— Então o professor chamou Pokémon de outros estratos para lutar ao lado dele – aponta Serperior. O time vai se movendo rapidamente pela floresta enquanto analisa a situação.

“Se for isso... ei Serperior, se lembra quando o professor passou em nossa sala ontem para nos passar informações da avaliação?” se recorda Starmie.

— Sim, o que isso tem haver?

“Logo depois disso não ouviu ele chamando pelo Gengar? E ele acompanhou o professor?”

— Pensando bem... foi meio incomum Yveltal chamar o Gengar no meio da aula! – a vegetal ficou pensativa - Ele pode ter sido chamado também!

— Se for isso, podemos supor que Gengar possa estar com ele também! – conclui Zapdos – será que ele está com a mega-evolução?

“Não sei, a Gengarite é proibida na Smogon” analisa Starmie “Mas o professor poderia ter liberado seu uso para essa prova. Então isso seria mais um motivo para não os enfrentar! Com mega-evolução, Gengar pode nos prender com Fio de Sombra, o que vai impossibilitar nossa fuga!”

— E outra coisa! – continua Serperior – não devemos nos esquecer dos monitores Aegislash e Blaziken que também devem estar no páreo. Eles devem estar com o Yveltal também.

“Sim! Mas seria, no mínimo, inusitado se o Gengar pudesse mega-evoluir nessa avaliação!” pondera Starmie “Ele não só fica bem poderoso, mas também ele pode fugir um pouco do controle. Me lembro no começo desse ano quando ele começou a usar a mega-pedra. Ele ficava mais cruel com seus adversários!” a estrela se lembra de uma vez que viu a expressão macabra do amigo enquanto ele estava transformado.

— Não é à toa que a Smogon o proíbe de usar a mega! – afirma Zapdos.

“É! E ele ainda fica todo arrependido quando volta ao normal!”

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Greninja andava um pouco à frente dos demais companheiros procurando por atividades dos adversários. Ele saltava quase que silenciosamente pelos galhos. Sua longa língua fica enrolada no pescoço como se fosse um cachecol. Com ela, o anfíbio podia detectar as substâncias do ar. Mas a língua também escondia seu sorriso malicioso. Ele estava pensando nos próximos adversários que iria caçar.

— Seria bom se encontrasse aquela estrelinha! – murmurou o nortuno.

Mas ele observou um enorme Pokémon verde e preto rastejando no chão da floresta.

— Pelo visto achei algo melhor.

Ele se aproximou sorrateiramente e estendeu a mão. Ele iria lançar um Raio de Gelo em Zygarde. Mas repentinamente ele sente um forte agarrão e é levado ao chão. Ele é segurado pelo pescoço e mãos que estavam rentes às costas. Ele virou seu rosto com muito esforço e viu que era o Hawlucha que o imobilizava.

— Arg... que porra é essa?! – o sapo tentava se soltar.

“Sabia que você não perderia uma chance de me emboscar!” disse o Zygarde.

— E nem tente uma gracinha que senão já era pra tu! – Tapu Koko se coloca diante do sapo aprisionado, apontando a asa para ele.

“Landorus, vem cá para nós conversar!” chama o dragão.

O terrestre e os outros companheiros de time já estavam próximos, porém ainda não se revelaram para o Zygarde.

— Aquele sapo imbecíl! Cair em uma armadilha dessas é inadmissível! – murmura Ferrothorn.

— E agora o que vamos fazer? – pergunta Clefable, que usava a faixa cliente na cabeça.

“Landorus! É importante! Eu quero conversar a respeito do time de Yveltal!” continuava Zygarde.

— O que tem a dizer? – ouvia-se a voz de Landorus.

“Não sei se você sabe, mas o professor Yveltal formou um time para lutar contra os alunos. Entre os seus integrantes, temos a Aegislash, o Blaziken, a Gothitelle, a Cloyster e o Gengar. Sendo que o último está usando a mega-evolução. E como todos nós sabemos, é uma transformação bem poderosa.” O dragão explicava a situação “Com uma formação dessas, um único time não seria páreo contra eles. Mas eu acho que se dois times juntassem as forças, talvez seja possível vencê-los. Então eu estou propondo que seu time se junte ao nosso para que possamos derrotar o Yveltal.”

O time de Landorus ouvia a proposta de Zygarde, mas não estavam muito confiantes com as palavras do dragão.

— Que história é essa de nosso time se juntar a eles? – questionou Heatran.

— Meu namorado está participando da prova! – Lopunny estava empolgada.

— Mas neste momento, ele é nosso adversário! – alerta Clefable.

— O que você acha disso Landorus? – pergunta Ferrothorn.

O terrestre voador pondera um pouco em relação à proposta de Zygarde. O que ele disso pode estar certo. Ele sentia pelo ar a presença poderosa de Yveltal e de outros Pokémon poderosos na floresta. E se lembrou que até mesmo a Cloyster, uma aluna de RU, pode ser problemática a eles. Não é difícil constatar que um único time quase não tem chances contra eles, mas talvez dois times seria o suficiente para derrubá-los. E além disso, apesar de terem emboscado o Greninja, eles apenas o imobilizaram para chamar sua atenção, ao invés de derrotá-lo de vez.

— Primeiro, quero que soltem o Greninja! – impôs Landorus.

— Landuros, vai aceitar a proposta dele? – sapo estava incrédulo.

— Solte o Greninja! – insiste o terrestre – e Greninja, não os ataque.

“Solte ele Hawlucha!” Zygarde percebe que é um teste de confiança. Logo, o lutador solta o sapo que salta para o lado dos seus companheiros.

— Ainda bem que mandou soltar! – o pássaro tinha uma expressão de nojo – eca... mi mano ficou melecada de saliva!

— Que história é essa, lutar lado a lado desse daí! – Greninja estava irritado com a decisão de Landuros – e se eles passarem a perna?

— Não vou deixar que isso aconteça! – o terrestre tenta se impor – vou aceitar que nossos times juntem as forças, mas nenhuma ação será tomada sem meu consentimento! Não aceito sacrificar da nossa força para favorecer vocês posteriormente.

Logo, os integrantes dos dois times de reúnem para decidir o rumo da parceria.

“Entendo que você iria exigir isso!” falou Zygarde “o que eu quero é uma estratégia que dê o mínimo de dano possível a ambos os times! Pedi ajuda a vocês porque sei que você Landorus, é o melhor da universidade tirando os monitores. Não só em poder como também é um excelente estrategista.”

— Entendo! – o terrestre tenta não demonstrar que ficou lisonjeado pelas palavras do dragão – mas também não posso te subestimar. Apesar de ter entrado um semestre após de mim, vejo que você é bastante experiente. É o esperado de um dos estudantes mais velhos da Smogon.

— E bota velho nisso! – completou Greninja com deboche. Mas Zygarde não deixou ser afetado pela provocação do noturno.

“Então, devemos elaborar nosso plano?” pedia o dragão.

Mas Greninja puxou Landuros e se afastaram dos demais para ter uma conversa reservada.

— Ainda não concordo com essa palhaçada. Que história é essa de juntarmos forças com eles? – Greninja não gostou de fazer parte dessa aliança.

— Nem vem com birra Greninja! Realmente essa seria a melhor opção para enfrentarmos o time do professor! – Landorus falava rispidamente.

— Então só vou fazer parte dessa ladainha por uma condição.

Zygarde já apresentava algumas ideias ao demais Pokémon, quando ouviu os berros de Landorus.

— TÁ MALUCO GRENINJA! ISSO EU NÃO VOU PERMITIR!

— Então pode me esquecer em participar dessa aliança ridícula! – o anfíbio cruza os braços irredutível.

— ISSO PODE SER PERIGOSO PARA VOCÊ!

— Ei Landorus, se isso for para segurança do Greninja, eu vou com ele para que não cometa alguma loucura – propõe Heatran.

— Ai saco... que seja! – cedeu Landorus – mas vocês sabem que a segurança de Clefable é prioridade dessa equipe, não vou ajudá-los caso se metam em encrenca!

Zygarde acaba escutando a discussão e solta um profundo suspiro – ai Greninja, sempre quer as coisas do seu jeito! Não tem jeito mesmo!

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Em uma área não muito longe, o time de Zapdos continuava se movimentando, agora mais vagarosamente para conservar as energias e evitar de fazer barulho.

— Espero que Yveltal não esteja nos seguindo! – Diance fala em um tom mais ameno.

Zapdos seguia voando, não muito alto para não ser notado – se eles tivessem nos seguindo já estaria nos atacando! Acho que não devemos nos preocupar com eles e... PUTA MERDA!!!! – ele sente algo arranhar suas costas. Havia algumas pedras flutuantes diante dele.

— Starmie, remova isso por favor! – ele pedia enquanto pousava.

“É pra já!” a estrela prontamente usava seu Giro Rápido para remover as armadilhas.

— Só umas pedrinhas dessas já me machuca desse jeito! – resmunga o pássaro elétrico.

— Ainda temos algumas Porções Máximas, vai querer um? – oferece Volcarona.

— Não precisa! Com meu Pousar posso me recuperar disso! Mas vamos ter cuidado com essas rochas! Especialmente você Volcarona! – Zapdos dizia enquanto repousava meio agachado no chão, como um pássaro em um ninho – mas o Sol tá meio forte, já estamos próximos de meio-dia?

— Não creio! Nem se passaram três horas do início da avaliação! – repara Serperior – mas pelo visto hoje está quente!

Mas alguns vultos são ouvidos pela floresta.

— Parece que não estamos sós aqui! – alerta Bisharp.

“Ei Zapdos, uma iluminação dessas não é normal!” nota Starmie “Será que isso não é efeito do Dia Ensolarado de alguém?

— Agora que me toquei! Deve ser a Secura de Charizard! – conclui Zapdos – ele deve estar na forma Y.

E os vultos continuam e agora mais frequentes. Os Pokémon se juntaram em um círculo que não deixava as costas de ninguém expostas. Estavam todos atentos para encontrar quem se movimentava tão rápido.

Eis que eles pararam e pousaram cada um em um galho. Eram Dragonite e Scolipede. O dragão havia usado o Dança do Dragão para o deixar mais rápido e o inseto tem a habilidade Impulso que faz com que sua velocidade se eleve com o tempo.

— Será que são capazes de nos acompanhar? – desafiou Scolipede.

— Vixe! Realmente é o time do Charizard! – lembrou Zapdos – pelo que me lembre, tem Pokémon que abusam da velocidade! Só que tem mais um! E tem a habilidade Clorofila. É o...

— Tá na hora do povo mimi! – se escuta uma voz grave e uma poeira fina se espalha pela área.

— CUIDADO! É PÓ DO SONO! – avisa Serperior, que se coloca diante dos outros por saber que não é afetada por esse tipo de movimento.

Os outros se desviam como podem das partículas, mas Bisharp acaba desabando no chão adormecido.

— Que droga! Só deu pra pegar um! – Venusaur se revela saindo dos arbustos.

— Agora lascou! – Zapdos engole seco.

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Enquanto isso, em uma outra área da floresta, Yveltal sobrevoava um pouco acima das copas, carregando a Cloyster em suas costas.

— Realmente passar o dia voando é divertido! – fala a ostra empolgada.

— Cloyster, preste atenção no movimento do campo – o professor lhe chama a atenção – você está indo bem até agora, mas não deve baixar sua guarda.

— Tudo bem! – ela resolveu ficar mais atenta em sua vigia – pera! Não é o Landorus que está logo aí? – a Pokémon de gelo enxerga Landorus em uma colina há dezenas de metros de distância.

— O Landorus aparecendo para gente! O que será que ele está tramando? – Yveltal estranha que o terrestre já se mostre para eles.

— Professor, bora lá que com apenas um Estilhaço de Gelo o derruba rapidinho! – pede a Cloyster.

— Não se precipite! Lembre-se que Landorus é um dos melhores da Smogon! Se ele perceber que é uma cliente ele não medirá esforços para te abater.

— É mesmo! Pode ter outros esperando para nos acertar, não é?

— Isso mesmo Cloyster! Eu vou fazer o que puder para te proteger! Mas espero que você também me proteja! É como fazem bons companheiros de equipe.

— Certo professor! – a ostra se acalma um pouco.

— Muito bem! – o professor abaixa o voo para falar com os demais integrantes.

— Pessoal, vamos seguir para o Noroeste! Iremos enfrentar o time do Landorus que está em uma colina próxima daqui!

— Hum... interessante! – um brilho surgiu no olho de Aegislash – vamos ver como o time favorito de OU vai se sair contra nós!

— Doida para enfrentar o Landorus não é? – Blaziken repara no estranho olhar da espada.

“É uma boa oportunidade de colocá-lo em seu devido lugar!” Aegislash entrelaça suas mãos de pano, tentando se focar na batalha que está por vir.

Em alguns minutos, o time de Yveltal se aproximaram do local de onde foi visto o Landorus, mas eles tiveram que parar por alguns instantes devido a presença de armadilhas como Pedras Flutuante e Bolas Espinhosas. Porém o professor tratou logo de removê-las com o Dispersar.

— Terão que se esforçarem mais para nos deter! – anuncia Yveltal – ele avista o Ferrothorn, que é um Pokémon defensivo e, geralmente, responsável pelas armadilhas.

— Professor, esse não tem chance contra mim! – Blaziken avança rapidamente para desferir um poderoso Chute de Fogo para derrotar o Ferrothorn logo de cara. Mas ele sente que acertou em algo mole, porém espinhento e sente uma dor aguda na perna. Ele percebeu que não acertou no Ferrothorn e sim nos membros espinhentos da Toxapex, que realizava o movimento o Escudo Tóxico, no qual não só defende o usuário como também envenena o adversário que tenta o atacar.

— Parabéns! Você acaba de ganhar três dias de atestado! Hi hi hi! – a venenosa exibe um sorriso sinistro.

— Toxapex?! Que eu saiba, você não faz parte do time do Ferrothorn! Por que o protegeu? – questiona Blaziken surpreso.

— Por que pergunta isso? Por acaso é contra as regras proteger um Pokémon que não seja do seu time? – ela perguntou de volta em tom de deboche.

A poucos metros, em um local mais elevado da colina, os times de Zygarde e Landorus estavam apostos.

“Parece que Toxapex e Ferrothorn já entraram em ação!” falou o dragão “Tapu Koko e Hawlucha, agora é a vez de vocês!”

Tapu Koko ativava sua habilidade de campo elétrico, que deixava o solo levemente eletrizado em um raio de vários metros. Hawlucha trazia consigo umas sementes especiais que, se consumidas em um campo elétrico, sua defesa é elevada. E com sua habilidade Sem Peso, ele consegue elevar sua velocidade caso algum item que traga consigo fosse consumido ou perdido.

— Agora estoy listo! – anuncia o pássaro lutador – quero ver se o Braziken pode competir comigo em velocidade!

Enquanto isso, Greninja e Landuros aguardavam em um arbusto.

— Sei que devemos cooperar com essa lesma verde, mas saiba que qualquer passo em falso eu a derrubo! – cochicha o sapo.

— Tudo bem! Eu realmente espero que ele não nos engane! Mas qualquer suspeita pode meter um Raio de Gelo nele! – Landuros fala no mesmo tom baixo.

“E mesmo se ele não trapacear, vamos dar um jeito de acabar com o time dele inteirinho assim que isso acabar!” trama o noturno.

— Tá Greninja! Porém seu papel agora é combater o professor junto com a Clefable! – fala Landorus

— E vamos ter que lidar com aquela ostrinha que está com ele?

— Bem, pelo que Zygarde falou, ela é a cliente! Se determos o Yveltal vamos pegar a Cloyster.

— Mas a Clefable é a nossa cliente, tem certeza disso? – perguntou Greninja.

— Ela é forte o suficiente para esse embate! Além de ter a habilidade certa contra os ataques da Cloyster.

— Hunf... que seja! – o sapo entendeu o esquema.

— Ótimo! Eu vou cuidar do restante do time.

Hawlucha avança contra o Blaziken utilizando seu movimento Acrobacia. Mas o galo agilmente alternava entre os desvios em alta velocidade e o uso de proteção. Mas o voador o pressionava, se movendo também agilmente com os movimentos voadores.

“Esse cara é insistente!” analisava o Pokémon de Fogo “mesmo sendo o cliente, ele não para de me atacar, mas essa atitude precipitada vai te custar caro!”

Do alto, Cloyster e Yveltal observam a luta dos lutadores.

— Cloyster! O Hawlucha é o cliente de um dos times! Se o abatermos, vamos eliminar todo o time dele!

— É pra já profer! – a aquática preparava disparar as Lanças de Gelo, mas um poderoso raio rosado é disparado em direção deles. Era o Canhão Floral de Magearna. O pássaro rapidamente voa para o lado para não ser atingido por esse poderoso ataque.

“O senhor não vai escapar!” declara a metálica.

E momentos depois, uma saraiva de Raios de Gelo e Forças Lunar são disparados contra eles. O professor usou toda sua força e concentração para não ser abatido por esses golpes. Ele voava por entre as copas para dificultar a mira dos adversários, pois sabe que se for atingido pela primeira vez, a derrota de seu time será iminente.

— Professor, o senhor é habilidoso no voo! – elogia a Cloyter – mas o negócio fica injusto pro nosso lado quando dois times nos ataca de uma vez! Isso pode na prova?

— Sim! Por que? – fala o professor inocentemente.

— Por que respondeu como se tivesse deixado de colocar essa regra de propósito? – questionou a ostra meio desconfiada.

— Vou explicar isso depois das avaliações! Mas por favor, me deixe me concentrar por enquanto!

Blaziken continuava desviando dos golpes de Hawlucha. Mas sentia sua perna dolorida. E a dor ia ficando cada vez mais forte e se espalhando pelo corpo. Estava ficando difícil manter o ritmo com essa dor, até que o galo não aguentou mais e seu corpo parou de responder.

— O veneno da Toxapex finalmente fez efeito! – no momento que o ígneo parou, o voador o acertou com movimentos acrobáticos e o deixou fora de combate. Mas assim que ele tocou no chão novamente, ele sente suas forças esvaziarem. Então, Gothitelle surge diante dele. Ela havia desferido o movimento Charme, que reduz muito o ataque do adversário.

— Então agora és la señorita!

— Hu hu! Espero que não me subestime por eu ser não ser uma aluna combatente! Afinal de contas, tenho minha maneira de me defender! – declara a Pokémon humanoide que parece usar um vestido negro com laços brancos.

— Não adianta diminuir meus poderes que vou usar a dança da espada para recuperar meu ataque!

Mas a psíquica lança uma espícula venenosa no corpo do lutador usando o ataque Tóxico.

— Más que bruja! – Hawlucha sente o veneno circular em seu corpo. Ele a ataca com o Acrobacias, mas isso não foi o suficiente para abatê-la. E ela usa o charme novamente para reduzir seu ataque.

Porém Landorus percebe o andamento da luta deles.

— Hawlucha! Não caia no truque dela! Saia daí com o Volta em U!

O pássaro prontamente obedece a ordem do terrestre e usa esse movimento para escapar da luta e dá o lugar ao felino, que acaba recebendo o Charme da psíquica.

Assim, o lutador correu em busca de um remédio para se curar do envenenamento.

— Então você é especializada em Stall, não é? – perguntou Landorus – espere que vou chamar alguém que pode lidar com isso! – nisso ele também usa o Volta em U e vai até em direção ao Greninja, ele cochicha algo no ouvido dele e acaba trocando de lugar com o sapo na luta contra o Gothitelle.

— Saco! Me interrompe no meio da minha luta! E arg... isso é veneno! – reclama o noturno.

— Hunf... mudar para um atacante especial não adiantará! – Gothitelle fala de forma desdenhosa – e além do mais... - ela olha de forma maléfica para os olhos de Greninja - você está muito longe de ser tão habilidoso e popular quanto o Landorus! – ela está dizendo essa frase por conta da Confidência, que desconcentra o adversário.

— Essas bravatas não funcionarão comigo! – declara o sapo apontando o dedo de modo desafiador à psíquica - Ainda mais vindas uma fraca que nem movimento de ataque tem! – ele fala isso usando o Insultar.

— Como... como ousa dizer isso! – de repente a psíquica se sentiu constrangida.

— Ora ora! É como Landorus falou, você não tem movimentos de ataque! Como não pode mais fazer movimentos de suporte, agora não passa de peso morto.

Gothitelle suspira. Ela percebe que não tem mais o que fazer nessa luta.

— Não vou prolongar mais seu sofrimento! – ele dispara seu Impulso Negro e vence a funcionária da Smogon.

— Agora é ir atras do Sino da Saúde de Clefable! – Greninja se apressa para se curar do envenenamento.

Enquanto isso Aegislash e Gengar resolvem subir a colina. No meio do caminho se deparam com Ferrothorn e Toxapex.

— Me perdoe senhorita Aegislash, mas eu não devo deixá-la passar! – fala o vegetal respeitosamente.

 - Não precisa dizer isso! Neste momento nós somos adversários! – fala a espada meio irritada – como membro do conselho estudantil você deve dar o seu melhor nesse embate!

“Minha nossa! Parece que esse daqui é gado da espadinha!” Toxapex deixa um baixo riso escapar.

Gyarados, Heatran e Lopunny se junta aos Pokémon defensores.

— Ai meu Arceus! – a coelha ficou em choque colocando a mão na boca – meu Blaziken já foi derrotado.

— Minha filha! Ele era um dos nossos adversários! – Toxapex chama-lhe a atenção “será possível que só tem gado nesse time?!”

— Pare de manha Lopunny! Temos que nos ater contra esses dois! – avisa Heatran.

— Se é assim! Posso lutar com a Aegislash? – pediu a coelha – minha habilidade permite que eu ataque os fantasmas, e como ela é metálica, meus golpes serão bem fortes nela!

— Não é boa ideia! – disse o ígneo – se ela usar o Escudo do Rei, não só terá seu ataque comprometido como também poderá se machucar caso erre seu Chute de Pulo Alto! Ao invés disso, tente pegar o Gengar.

— Então Lopunny, vamos ativar nossas Mega-evoluções! – falou Gyarados.

Então as duas Pokémon resolveram ativar suas respectivas pedras. Lopunny se transforma na coelha lutadora de orelhas compridas e pelagem nas pernas negras. Enquanto o corpo de Gyarados aumenta e se torna mais robusto e uma enorme nadadeira dorsal cresce em suas costas, se transformando na temida Pokémon aquática noturna Mega-Gyarados.

Elas avançam e a coelha usa o Fingimento contra Gengar, que o deixa atordoado. Gyarados avança para desferir o Triturar no fantasma. Mas Aegislash prontamente o defende com seu Escudo do Rei, que ainda diminui o ataque da aquática.

— Sua Maldita! – Gyarados tentava morder com toda força de sua mandíbula o escudo de Aegislash.

— Uma redução em seu ataque é sempre bem-vinda! – falava a espada.

—Hi hi hi! Agora que as coisas vão ficar mais divertidas! Se preparem! – nisso surge uma enorme onda de veneno em volta dele. E ele dispara contra as adversárias suas Ondas Venenosas.

— Gyarados! O que é isso? – a coelha arregala os olhos, desesperada por causa da enorme massa de veneno vindo em sua direção. Ela tenta fugir, mas o Fio de Sombra de Gengar não permite que ela corra para muito longe e acaba sendo envolvida pela grande massa de veneno, assim como Gyarados.

— AARRGGGGGG... – Lopunny não resiste aos efeitos do veneno e cai inconsciente.

—  LOPUNNY! – Gyarados consegue aguentar o movimento, mas sente que isto lhe causou um grande dano e a deixou envenenada.

— É! Vou continuar com isso! HÁ HÁ HÁ HÁ HÁ! – Gengar começa a rir descontroladamente!

— CALMA GENGAR! – até Aegislash ficou assustada pelo frenesi que acabou tomando conta do venenoso – LEMBRE-SE ISSO PODE AFETAR OS NOSSOS ALIADOS!

— Minha filha! Você é imune! O professor e a ostra maluca estão lá no alto! Pegue os outros que foram derrotados e se vire com eles! – Gengar não queria que o momento dele fosse interrompido. E ele se prepara para uma segunda onda.

— Meu Arceus... O cara perdeu o controle... – ofegante, a aquática ficou temerosa esperando que acabe tendo o mesmo destino da coelha. Mas Toxapex, Heatran e Ferrothorn se colocaram na frente dela usando suas imunidades ou resistências ao veneno.

— Ele parece ser um problema! – alerta Toxapex – fala para o Koko, Clefable, Hawlucha e Greninja terem cuidado.

Gyarados desfez sua transformação. Retornando para sua forma original será mais fácil de escapar do veneno. Mas a intoxicação a deixava mais debilitada, ela tenta se apressar para chegar a Zygarde.

O dragão viu sua companheira voando cambaleante e ela acabou caindo.

— Gyarados! Aguente firme!

— O Gengar... está fora de controle... espalhando veneno...

Ele tenta pegar um Restauração Total para reanimar a aquática mas ela acaba desmaiando.

— Não adianta Zygarde! Ela vai precisar de cuidados médicos! – Landuros falava para que o dragão se acalmasse.

Aegislash pega os inconscientes Blaziken e Gothitelle e os coloca em um galho, pois o veneno começa a se espalhar pera área. Ela aciona o sinal para que o Mewtwo os resgate. Em poucos segundos, o professor psíquico aparece em pé em um galho.

— Minha nossa! Que devastação! – comenta o professor – a Xerneas vai matar o Yveltal dessa vez!

— A Lopunny tá desmaiada naquela poça de veneno! E acho que a Gyarados deve ter sucumbido também! – informou Aegislash.

— Ok! E minha nossa... acabei de receber mais um sinal que um time inteiro foi derrotado! – informou Mewtwo. Logo ele usou sua telecinese para erguer Lopunny e Gyarados e tirá-las do veneno e do alto da colina respectivamente. E então se teletransportou junto com os vencidos, sumindo da vista de Aegislash.

 Gengar continuava lançando mais e mais Ondas de Veneno. As toxinas vão se espalhando e subindo a colina. É questão de tempo que chegue ao ponto mais alto e não tenha como os Pokémon escaparem.

“Magearna! Se junte a linha de frente com os outros e evite que o veneno chegue aqui!” pedia Zygarde “Greninja, Clefable, Hawlucha e Tapu Koko, subam nas árvores e não deixe de maneira alguma que o veneno os atinja!”

— Quem é você pra ficar dando ordens! – reclama Greninja.

— Greninja! Deixe de birra e faça que o Zygarde disse! – esbravejou Landorus.

Os quatros vão subindo em duas árvores. Clefable sobe com a ajuda do Greninja em uma e Hawlucha e Tapu Koko ficam em uma outra próxima.

“E agora?” Zygarde observa preocupado o veneno se espalhando.

— Acho que você pode ajudar os outros com o Gengar e Aegislash! – disse o terrestre – ainda temos o Yveltal e Cloyster para lidarmos. Deixe estes conosco.

“Tudo bem? Lembre-se que estamos lidando com uma Pokémon de Gelo!”

— Não se preocupe que tenho uma estratégia contra eles!

“Certo! Tome cuidado!” Zygarde vai em direção ao Gengar.

Landorus voa até na copa onde está Greninja e Clefable. Ele repassa com voz quase inaudível uma estratégia aos dois e voa em direção ao professor. Na outra copa, Tapu Koko e Hawlucha os observa e também elaboram um esquema.

Na parte de baixo, Gengar continua disparando alternadamente as Ondas Venenosas e Bolas de Sombra, que vai enfraquecendo a barreira defensiva. Aegislash dava suporte o defendendo dos golpes.

— Pessoal, deixe a espada comigo! – declarou Heatran – Vocês tentem derrubar o Gengar!

— Há há há há há! Bora todos tomarem banho de veneno! – o fantasma continuava rindo alucinado – não vou ter piedade de ninguém!

Durente o frenesi, Gengar se lembra de um terrível momento que teve há alguns meses. Ele estava diante de um poderoso Pokémon fantasma que possuía uma forma diabólica e intimidadora. E próximo a esse ser que ele considera repugnante, estava uma Haunter chorando desesperadamente. Ele ouvia a terrível voz do diabólico Pokémon ecoando em sua mente.

“Fracos como vocês não merecem piedade!”

Essa lembrança o deixa com raiva e com mais vontade de causar destruição. Porém Zygarde se coloca diante dele, que acaba levando dano do terrível veneno.

“Gengar! Se controle, você pode estar pondo em risco a vida de seus colegas! E ainda está causando dano ao meio ambiente!”

— Eu estou em meu pleno controle! He he he – o fantasma lança um olhar maligno – ninguém vai estragar minha diversão! E só para garantir... – uma aura negra envolve o corpo dele – agora estou sob efeito do Elo do Destino! Qualquer um que me derrubar também sofrerá consequências! Quero ver me atacarem agora! Há há há!

Zygarde não se deixa intimidar pelas palavras de Gengar e se prepara para realizar um ataque.

“Se é pra deter uma ameaça como você, eu ficarei feliz em me sacrificar!” e surgem do solo montes de terra em forma de flechas e as dispara contra Gengar “Receba minhas Mil Flechas!”

Gengar é alvejado pelos projéteis do ataque e acaba sendo nocauteado. Isso ativa seu Elo do Destino e Zygarde acaba desmaiando também.

— Quem diria que ele fosse capaz de se sacrificar para derrotar o Gengar! – Heatran, assim como os outros, se comoveram com a atitude do dragão! – agora só resta você Aegislash! – Ele dispara uma onda de larva em direção a espada.

— Devo tomar cuidado com sua Tempestade de Magma! – a metálica defende como pode, desviando do ataque ou usando seu Escudo do Rei. Mas percebe que é em questão de tempo até que seja derrotada.

Sobrevoando pela colina Yveltal percebe que uma grande área foi tomada pela poça venenosa roxa.

— Sinto muito Cloyster! O solo está todo enxarcado de veneno! Não poderei te colocar no chão! – lamenta o pássaro.

— Não esquenta professor! Mas agora olhe que veio até nós! – a ostra olha para o Landorus.

— É ousadia sua querer nos encarar! – declara o professor.

— Senhor sabe que eu sou o melhor de OU! Sempre dou meu jeito! – Ele voa um pouco mais alto e tenta abater os dois com Deslizamento de Pedras. Yveltal desvia do ataque, mas ele e Cloyster sentem que foram atingidos por algo afiado.

— Arg o que é isso! – gemeu a ostra com dor.

— Isso são Rochas Flutuantes! – Yveltal percebe que Landorus espalhou bastante armadilhas pelas copas.

— Foi uma excelente ideia Landorus! – o pássaro usa o Dispersar para remover as pedras – mas isso não vai funcionar novamente!

— Tem certeza? – ele vai inserindo mais pedras pelo caminho enquanto atrai a atenção de Yveltal. Seu objetivo não é derrota-lo por si mesmo, mas sim os levar até próximo de Greninja e Clefable para que possam atacá-los.

Nisso eles aguardam pacientemente na copa de uma árvore. Mas a fada percebe que Hawlucha e Tapu Koko sumiram.

— Uê! Cadê eles?

E Yveltal continua removendo as armadilhas de Landorus. Ele pensava que fazia um bom tempo que não se sentia tão pressionado.

— Ei Cloyster! Desde já lhe peço perdão pelo que pode lhe acontecer nessa avaliação!

— Professor! Não vem com esse papo! É só se aproximar mais um pouco que eu derrubo esse gatinho voador e...

Mas a ostra sente uma cutucada em sua concha.

— Qualé! O que você quer e... AI ARCEUS! – ela fica estarrecida ao ver a figura de Tapu Koko.

— Oiieê! – cumprimenta o elétrico.

— SAI DAQUI! – ela o ataca com o Estilhaço de Gelo. Porém ela vê uma fita vermelha rasgada.

— Oh merda! Uma Faixa de Foco!

— Boa tentativa conchinha! – faíscas de eletricidade envolve Tapu Koko.

— Cloyster, o que hou... AAAAAAAAHHHH – mas não deu tempo de Yveltal terminar a sentença já que ele e a ostra estão sendo eletrocutados com a Descarga de Tapu Koko.

Em queda, ele observa o professor e a cliente caírem no chão desacordados. Ele é pego pelo Hawlucha no meio do ar.

— Pegou a faixa? – perguntou o lutador.

O elétrico fada mostra a faixa.

— Então vamos a correr!

Heatran ainda estava enfrentado a Aegislash. Mas Ferrothorn, que estava ao lado dele, percebeu que Magearna e Toxapex já não estavam mais com eles. Elas saíram há algum tempo e assim que viram o professor caindo eletrizado, foram rapidamente ao encontro de Tapu Koko e Hawlucha. O elétrico carrega a Toxapex, enquanto o lutador leva a Magearna. E assim os quatro fogem com a faixa.

— Ei, não vou ter problemas por eu ter nocauteado o professor não, né? – perguntava Tapu Koko enquanto fugiam.

“Tudo bem! Dessa vez não terá problema não!” explica Magearna “Ele deve ter previsto que algo do tipo poderia acontecer com ele!”

Foi muito repentino para Landuros ver o pássaro sendo eletrocutado e derrubado. E ele ficou estarrecido quando viu Hawlucha e companhia fugirem floresta adentro. Percebeu que foi usado e enganado pelo time de Zygarde. Teve vontade de persegui-los, porém ele decidiu verificar as condições de seus companheiros e imaginou que esses quatros possam ter armado alguma cilada para caso de seu time os perseguir.

— PORRA! ESSES DESGRAÇADOS PEGARAM A CLIENTE E FUGIRAM COM A FAIXA! – gritou o Greninja frustrado.

— Deveria saber que algo do tipo iria acontecer! – lamentou Landorus – pelo menos não tentou nos atacar e levar a nossa faixa.

Aegislash escutou o barulho de algo grande caindo no chão. E viu, há alguns metros dela, o professor Yveltal e a Cloyster eletrizados e inconscientes.

— Vamos parar! Essa luta acabou! – declara a espada.

— Mas que patético Aegislash! Seu time perdeu e você não pôde fazer nada! – de longe, Landorus tira sarro de sua colega.

— Hunf... mas e vocês? Que acabaram sendo tapeados pelo time do Zygarde! Ha ha ha ha ha – a metálica gargalha descontroladamente – foram usados e depois feitos de trouxa! Ha ha ha ha há!

Nisso, Greninja vai embora.

— Fui!

Heatran vai logo atrás dele.

— Realmente está sem moral hoje Landorus! – debocha Aegislash.

— Você teve sorte de não ter sido frita pelo Heatran! – devolve o terrestre.

— O papo está bom, mas vou pedir para que o Mewtwo nos tire daqui! Aproveitem o resto do tempo na floresta! – diz a espada encerrando a conversa.

Landorus dá uma olhada em Zygarde, que ainda estava desmaiado.

— Desta vez você conseguiu parceiro...

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Mewtwo suspirava. Ele estava diante de um embate que ele terá que elucidar. Próximo a ele estava um Gastrodon, de abdômen azul, que estava desmaiado com a boca espumando. E havia dois times que estavam em um impasse. Um deles é formado por Bisharp, Diancie, Serperior, Starmie, Volcarona e Zapdos. O outro é formado por Garchomp, Scizor, Tangrowth, Tapu Fini e Thundurus. Eles olhavam uns aos outros com faces irritadas.

— A regra é clara! – declara o professor – quem deu o último golpe no cliente é quem terá direito de ficar com a faixa! Agora se me dão licença, têm mais Pokémon que precisam de cuidados médicos – assim ele desaparece levando todos os Pokémon desmaiados consigo.

— Então não tem jeito Garchomp! – declara Zapdos.

— Isso mesmo Zapdos! – responde a dragoa – se quiserem uma faixa agora, terá que lutar contra a gente!

 

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GLOSSÁRIO

Fumaça Clara - Clear Smog

Tambor de Barriga - Belly Drum

Campo Psíquico - Psychic Terrain

Escudo do Rei - King's Shield

Quebra de Concha - Shell Smash

Asa Mortal - Oblivion Wing

Lança de Gelo - Ice Spear

Sombra Furtiva - Shadow Sneak

Dia Ensolarado - Sunny Day

Pó do Sono - Sleep Powder

Escudo Tóxico - Baneful Bunker

Força Lunar - Moonblast

Charme - Charm

Confidência - Confide

Chute de Pulo Alto - High Jump Kick

Elo do Destino - Destiny Bond

Mil Flechas - Thousand Arrows

Notes:

Eita que esse capítulo foi bem trabalhoso de se fazer! Mas espero que gostem do resultado! Agora nosso time vai ter que encarar logo o time que está com a Scizor. E o que aconteceu com o time do Charizard? Vamos ver isso no próximo capítulo!

Obrigada pela leitura!

Chapter 21: Capítulo 21 – Perigosos Olhos Azuis

Notes:

Olá pessoal! Como vão?

No capítulo anterior, Yveltal juntou os monitores e Pokémon de outros estratos para formar seu próprio time para enfrentar os avaliandos. Mas Zygarde elaborou um plano para sobporjá-los. Enquanto isso, Starmie e seus companheiros terão que lidar com outros times na acirrada disputa por faixas!

Boa Leitura!

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

Era o primeiro intervalo das aulas, então Heracross aproveitou para falar com o Scyther, o irmão mais velho de Scizor que estuda na PU. Ela queria tirar a limpo esse boato de que a sua amiga teve um filho secretamente e não falou para ninguém. Quando ela encontrou o louva-deus, ele estava com o olhar aterrorizado vendo algo em seu celular:

— Heracross... você sabe alguma coisa sobre isso? Que minha irmã anda tendo um filho, ou algo do tipo?

— Era justamente isso que eu ia perguntar para você – respondeu a besouro.

— Isso não é possível! A Scizor não demonstrou qualquer sinal de que teve um ovo ou algo do tipo! Se nosso pai soubesse disso, teria acontecido uma das duas coisas: ou teria tido um piripaque ou, iria atrás do macho responsável por isso para matá-lo! – explica Scyther – você é a melhor amiga dela, ela não te disse nada não?

— Não me falou nada disso! – Heracross balança a cabeça negativamente – não é possível que ela não confiasse em mim suficiente para não ter falado disso! Só que essa história está muito mal contada! Tudo começou quando a Hippowdon falou que a viu descendo do carro segurando algo envolvido em um lençol branco.

— Agora que você me falou... hoje de manhã a Scizor saiu de casa mais cedo do que de costume! – se recorda Scyther – o pai disse que ela iria pegar algo da casa de um companheiro de equipe, ou algo do tipo. Ela foi de carro. O pai ficou resmungando que ela monopoliza o carro e que depois vai conversar com ela sobre o preço do combustível.

— Hum... ela foi pegar algo na casa de um colega... – deduz Heracross – então acho que a Hippowdon deve ter se equivocado! Aí essa hipopótamo fofoqueira! Qualquer coisa estranha e ela já solta boatos absurdos!

— Então o que será que pode ter sido?

— Deve ser algo de um colega de equipe! Então vamos aguardar a Scizor terminar a prova para tirar isso a limpo! – conclui Heracross – mas não vamos falar disso agora, senão a Hippowdon pode espalhar que outro Pokémon teve filho escondido ou que a Scizor está sequestrando crianças.

— Espero que isso não passe de um mal entendido! – suspira Scyther.

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Enquanto isso, momentos antes na Floresta dos Carvalhos:

O time de Zapdos estavam diante de dois Pokémon que estavam com suas velocidades elevadas, o Dragonite e o Scolipede, que são dois boderlines de UU. E ainda tinha o Venusaur, cuja velocidade estava elevada por causa da sua habilidade Clorofila. O Pokémon vegetal havia lançado o Pó do Sono que deixara o Bisharp adormecido. Agora os outros estavam apostos pensando no que irão fazer agora.

— Vai ser difícil lidar com esses Pokémon buffados! – comenta Zapdos.

— Vou colocar umas armadilhas aí! – sussurra Diancie.

— E aí Volcarona! Minha linda! Como vai? – Scolipede solta uns gracejos na mariposa.

— Nem vem com conversa mole comigo, oh grandão! Você sabe que pertenço ao Venomoth! – avisa Volcarona.

Mas a centopeia se aproxima sorrateiramente da mariposa, e aproxima seu rosto ao dela – mas ele nem tá aqui, sem falar que ele não é exatamente o namorado mais fiel!

Subitamente, um jato de água quente o atinge.

“Volcarona! Não escute ele!” avisa Starmie, que tinha disparado o Escaldar “Ele só que tirar sua concentração!”

— Grrr... Maldito! Vou te torrar todo por querer se colocar entre mim e Venomoth - Volcarona fez menção de disparar um ataque de fogo em Scolipede, mas o venenoso se afasta rapidamente dela.

— Não fique nervosinha não minha linda! – fala o venenoso risonho.

A mariposa não ia percebendo que o Dragonite estava se aproximando rapidamente com o Investida do Dragão. Porém, Starmie se coloca na frente com Proteção para que sua companheira não fosse abatida “Volcarona, não dê ouvidos ao Scolipede! Ele só que tirar sua atenção para que eles pudessem te derrotar!”

A inseto percebe que a estrela tem razão. O protegido não pode se arriscar por sua causa. Além disso, eles têm um trato para esclarecer de vez esse assunto depois das avaliações.

“E pelo visto ele também não é fiel, já que ele esteve com a Durant!” se recorda Starmie, evitando que este pensamento seja exposto pela telepatia “será que é tendência para um inseto venenoso macho ser um cara safado?”

Eis que um Pokémon reptiliano alaranjado surge repentinamente e pousa diante do time adversário.

— E aiiií Zapdos! – cumprimenta Charizard, que está com sua mega-evolução Y ativada – tá gostado da estratégia massa que bolei?

— Ai ai! Chegou a lagartixa tagarela! – suspirou o pássaro elétrico.

— Lagartixa não! Um dragão! – corrigiu o ígneo – agora se preparem para serem derrotados. Vai ser uma grande vitória para mim, um dos Pokémon mais populares e poderosos da Smogon!

— Tá mais para exibido! – murmura Serperior.

— Agora chega de papo e vamos botar para quebrar! – nisso Charizard dispara uma poderosa Onda de Calor.

Starmie se colocou na frente de Bisharp e usou Proteção para deter o ataque. Apesar de sua resistência fogo, um movimento desses no sol forte pode ser prejudicial. Os outros quatro se esconderam atrás de árvores para não serem atingidos, mas as mesmas foram danificadas pelo forte vento de calor.

— Perá aí! Tem um roxinho sem face que está usando uma faixa em uma ponta, ou algo do tipo! – repara o voador de fogo – será que ele é o cliente?

— É sim! É o Starmie! – responde o Venusaur.

— É mesmo? Eu nunca tinha visto esse! – falou Charizard.

“Como assim? Entramos na mesma época!” Starmie ficou surpreso porque o lagarto não o reconhecia. É certo que nos cinco primeiros semestres, a estrela esteve em OU, enquanto que o Charizard esteve em estratos inferiores. No atual semestre, era o ígneo que está em OU, enquanto a estrela está em UU. Porém, no semestre anterior, os dois chegaram a estudar juntos em OU. E mesmo assim esse lagarto metido não o reconhecia.

— Então se abatermos esse nós já vencemos? – Charizard tenta a Onda de Calor mais uma vez. A estrela desvia para um arbusto evitando o ataque. Mas avista o Bisharp que continua dormindo no chão. Por sorte, não foi atingido também.

Os outros estão tendo que lidar com outros adversários. Dragonite e Scolipede se movem tão rápidos que fica difícil acompanhá-los. E na tentativa de desviá-los, Zapdos não percebe que há Rochas Flutuantes espalhadas pelo local e arranha sua asa em uma delas.

— CACETE! ESSAS DESGRAÇAS DE NOVO! – o elétrico sente a dor – Volcarona! Tome cuidado!

— É o Mew que está espalhando essas Rochas! – Serperior avista o místico espalhado armadilhas pelo campo.

Entretanto, o dragão e o inseto também estão com problemas de se moverem pela área devido ao dano recebido por pedras flutuantes espalhadas pelo campo.

— É bom tomarem cuidado por onde passam! – Diancie avisa aos adversários – ou acham que nós não colocamos armadilhas também!

— Valeu Diancie! Isso deve nos dar um tempo! – disse Zapdos.

— Devo fazer minha Dança Sinuosa para ver se consigo acompanhá-los! – sugere Volcarona.

— Não! – Diancie a impede – já sei como enfrentá-los.

— O que vai fazer? – questiona a mariposa.

— Se esse povo gosta de ficar rapidinho, então serão presa fácil para essa técnica! – ela se concentra e um estranho campo quadriculado, formado por feixes de luz que se assemelham a uma rede, vai se expandido pela área.

— Charizard, sua anta! Starmie é um Pokémon aquático! – aponta Venusaur - Vamos acabar com ele com o Raio Solar!

— É mesmo, ó! Bora nós dois de uma vez pra garantir! – propõe o lagarto voador.

— Isso! Com essa claridade o ataque sai rápido!

Deu um desespero na estrela ao saber que dois Raios Solares serão disparados nele de uma vez. Ela usou Proteção para deter esses dois ataques. Conseguiu evitar estes, mas ficou temeroso de que pode não conseguir se defender de uma segunda leva.

— Vamos novamente! – anunciou Venusaur.

Mas um estranho campo os envolve e acaba os confundindo. Isso causa uma distorção que altera a velocidade dos Pokémon.

— O que houve? – Bisharp se levanta meio sonolento.

“Que bom que acordou!” diz Starmie aliviado “Parece que alguém ativou a Sala dos Truques!”

— Isso mesmo! Fui euzinha aqui! – fala Diancie triunfante – agora Dragonite e Scolipede estão lentinhos feito Slugma!

— Puta merda! Sua maldita! – esbraveja Scolipede enquanto movia quase se arrastando.

— Olha Charizard! Um ataque bem bonito para você! – cristais vão se juntando nas mãos de Diancie até que se formam em uma grande joia cor de rosa. E ela a dispara contra Charizard – esse é o meu poderoso Tempestade de Diamante!

O Tempestade de Diamante é um poderoso movimento do tipo pedra que, em instantes, derruba o Charizard no chão. Logo após, Volcarona disfere seu Dança do Fogo em Venusaur, aproveitando que o sol deixava seu ataque mais poderoso. Assim, o vegetal também acabou sendo facilmente vencido.

— Então foi por isso que você não me deixou realizar a Dança Sinuosa! – entendeu a mariposa – a Sala dos Truques deixa os rápidos mais lentos e vice-versa.

Mew percebe essa alteração. Então ele se volta para um Gastrodon de coloração verde e azul, que estava escondido entre os arbustos, e que usava a faixa do cliente:

— Ei Gastrodon, é melhor aproveitar que você está mais rápido e fugir daqui, vamos ver o quanto conseguiremos detê-los aqui!

A lesma rapidamente capta o conselho e parte em retirada. Serperior percebe que um deles começou a fugir e rastejou em direção do mesmo.

— Hi hi! Agora fica fácil de derrotar esse time! – a mega pedra em seu colar reage e cristais rosas surgem na parte inferior de seu corpo. Também surgem por trás de sua cabeça “enfeites” semelhastes a véus de seda. Ela se transforma na bela Mega-Diance.

Ela começa reunir cristais em suas mãos novamente. Mas dessa vez, eles formam uma espada de cristal – é uma variação do Tempestade de Diamantes que eu inventei! – Diz a fada. Com a arma em mãos, Diancie vai em direção ao Scolipede, e com um corte, ela abate a centopeia, o tirando do combate. Após isso, faz uma pose triunfante segurado a espada diagonalmente fazendo uma expressão determinada.

— Isso que é exibicionismo! – comenta Zapdos.

Paralelamente, Starmie e Bisharp estão com suas atenções voltadas ao Dragonite.

“Não sei se o Raio de Gelo é o suficiente!” analisa a estrela “Ele tem o Multi-Escamas que pode reduzir os danos causados a ele!”

— Mas isso só funciona uma vez! – aponta o noturno, que prontamente avança de encontro ao dragão, desferindo lhe uma Cabeçada de Ferro bem na testa dele, a deixando ensanguentada. Algumas escamas se soltaram do corpo do réptil devido ao impacto do golpe – pronto! Agora ele tá com menos escamas!

Com isso, Starmie dispara um Raio de Gelo em Dragonite, que não resiste ao poderoso ataque de gelo e é vencido. Mas uma Bola da Sombra vem vindo em direção à estrela. Porém Bisharp se coloca diante dela e recebe o golpe fantasma, no qual ele resiste, com seu corpo.

— Com isso acho que estamos quites! – afirma o noturno – basta eu ficar sendo protegido pelo cliente.

— Oh coisa! Quase pego a estrela! – diz o Mew frustrado. Volcarona desfere seu Zumbido do Inseto para derrotar o psíquico também.

— E com isso nosso time triunfa! – anuncia Diancie.

“Foi incrível como você nos tirou de uma situação difícil Diancie!” felicita Starime.

— Isso não foi nada! – a fada gostou do elogio.

— Sim, isso foi ação de uma estudante de alta performance! – fala Zapdos.

— hi hi hi! – ela ri sem graça.

— Nem parece que uma das piores alunas de OU! – aponta o pássaro.

— Ai! Por que você foi dizer isso! – agora Diance ficou constrangida.

— E não é verdade? Esse time tem você e Bisharp pendurados nas últimas colocações! – afirma Volcarona.

— Agora tiraram o momento para implicarem comigo! – a fada inchou as bochechas – mudando de assunto, pegaram a faixa do cliente?

— Ele escapuliu por aí! Mas Serperior foi atrás dele! – diz Zapdos descontraído – ela acaba com esse Gastrodon rapidinho!

— Ai meu Arceus! Por que fui aceitar um bucho desses – Gastrodon se lamentava enquanto fugia pela floresta – podia ter ficado quietinho em PU. Mas não, eu tinha que aceitar entrar em times de OU, me sentir o fodão enquanto batalhava ao lado dos estudantes de elite. E aí fui chamado para esse time. Mas agora estou aqui no meio do mato, com tudo quanto que é tipo de Pokémon querendo minha cabeça a prêmio. E vão mandar tudo quanto que é vegetal para tirar meu couro!

Serperior se surpreendia de como ele se movia rápido. Ela disparou seu Tempestade de Folhas contra a lesma, mas a mesma consegue escapar por pouco.

— Arg!! Agora essa serpente vai me fatiar com essas folhas! Snif! – ele começa a fungar e derramar lágrimas de tão assustado que estava.

— Essa Sala de Truques é um saco mesmo! – resmunga Serperior – espero que isso termine logo!

Ela espera pacientemente a distorção perder o seu efeito. Logo, Gastrodon percebe que voltou a se mover lentamente como uma lesma e entrou em desespero. Ele deu um berro de pavor. Serperior agora se move rapidamente e se prepara para disparar o ataque contra ele. Mas a lesma é pega por vinhas azuis e é puxado para um arbusto. Ele grita em desespero:

— AAAAAGGGRRRR!! NÃO FAÇA ISSO COMIGO!! AAAARRR...

Em instantes, ele é jogado de volta para o chão. Agora inconsciente, com espuma na boca e sem sua faixa.

— O que houve com ele! – Serperior estava perplexa.

Dos arbustos, surgiu um Pokémon com corpo coberto com vinhas azuis.

— Que pena! O pobrezinho não durou muito com meu Chicote Poderoso! – era a Tangrowth a responsável pelo ataque ao Gastrodon e agora segurava a sua faixa.

— Ei! Que ideia é essa, eu estava atrás desse aí! – reclama a serpente.

— Querida, sinto muito! Com os gritos dele, acabei o encontrado e aproveitei para pegar logo essa faixa! – declara Tangrowth.

Os outros Pokémon do time de Serperior se aproximam para verem o que está acontecendo.

— Serperior! Não pegou o cliente não? – questiona Zapdos.

— Essa sirigaita aí pegou o Gastrodon e roubou a faixa dele na maior cara de pau! – acusou a serpente.

— Oh querida! Nós derrotamos o time dele inteirinho! – fala Volcarona – essa faixa é nossa por direito!

— Tcs, tcs, tcs! As coisas não são assim não, minha filha! Pelo que eu saiba, o objetivo dessa avaliação é derrotar o cliente e pegar a faixa dele! – argumenta a vegetal, balançando o dedo indicador da “mão direita” formada por vinhas - derrotaram o resto do time, mas vacilaram com o cliente, isso é problema de vocês!

— Ah! então pelo visto não vai nos dar a faixa por bem, não é? – a mariposa já se dispõe para atacar e realiza uma Dança Sinuosa.

— Ei! Que muvuca é essa aí Tangrowth? – era voz de Garchomp, que vinha acompanhada por Tapu Fini, Thundurus e Scizor, que continuava carregando um lençol branco.

— Esse povo que não derrota e nem pega a faixa do cliente e agora reivindica por ela! – explica a vegetal azul – vi esse Gastrodon de bobeira, o ataquei, vi que ele tinha a faixa e eu a peguei, ué?

— Pois é gente! A Tangrowth fez o que a regra diz! – afirmou Garchomp – o professor foi bem claro em relação a isso.

— Mas é muito bonito! A gente dá duro para derrotar o time dessa lesma e vem essa “Maria Chicoteira” tirar nossa presa! – reclama Diancie – agora me diz se isso é justo?

Mewtwo surge com o teletransporte para recolher o time de Gastrodon que foi completamente derrotado. Mas antes que ele fosse embora, Tangrowth o chama para esclarecer o assunto:

— Professor! Eu acabei de derrotar o cliente de um time! Mas esses bonitos querem essa vitória para si alegando que derrotaram os outros cinco membros! Poderia elucidá-los com as regras dessa prova?

— Ai! Ai! – suspira o professor – pessoal, vocês podem não perceber, mas estão sendo monitorados em suas ações. A Tangrowth não fez nada de ilegal! A faixa pertence, por direito, ao time dela!

— Mas professor... – Zapdos ia argumentar.

— A regra é clara! – Mewtwo o interrompe - quem deu o último golpe no cliente é quem terá direito de ficar com a faixa! Agora se me dão licença, têm mais Pokémon que precisam de cuidados médicos! – assim ele desaparece levando todos os Pokémon desmaiados consigo.

— Então não tem jeito Garchomp! – declara Zapdos.

— Isso mesmo Zapdos! – desafiou a dragoa – se quiserem uma faixa agora, terá que lutar contra a gente!

— Vamos obter nossa terceira faixa! – declara Thundurus, que na sua forma terrena, ele flutua com seus pequenos pés à mostra. Ele usa a faixa na cabeça e segura uma outra que tinham obtido em um outro embate.

— É... vocês não perdem tempo! – Serperior repara que eles estão bem avançados na avaliação.

— É que nós enfrentamos o time da Chansey – responde Garchomp – eles estavam fazendo aquela formação de stall, porém bastou a Scizor aplicar um Soco Pistola na Ninetales e pronto, a faixa é nossa.

— Isso mesmo! Pra que derrotar esses enrolões enquanto nós podíamos nos ater apenas na Ninetales! – continua Thundurus – parecem que esse povo não entende o objetivo dessa prova. Não precisamos gastar as energias contra um time inteiro, basta apenas o cliente!

— Uh uh! E olha quem é o cliente desse time! – Tangrowth tem sua atenção voltada para Starmie – faz tempo que não te vejo em OU estrelinha! Vai ser divertido fazer você dar seus gritos telepáticos! Uh uh!

O psíquico ficou nervoso pela declaração da vegetal. A estrela concorda, mesmo seu time tendo derrotado o restante da equipe do Charizard, se foi a Tangrowth que derrotou o cliente, seria justo o time dela ficar com a faixa. Esta é a regra imposta ao “jogo” do Yveltal. Mas seus companheiros insistiram em contestar isso, e agora eles não terão escolha a não ser enfrentá-los, logo após de uma árdua batalha. E é neste time que está a Scizor. Agora ela é sua adversária.

Entretanto, Starmie repara que havia apenas cinco membros na equipe dela, e que a inseto estava quieta, carregando algo embrulhado em um lençol branco. O que será aquilo? O que aquele time pode estar tramando?

Porém não haverá mais tempo para perguntas. Uma suave neblina se forma no local. É a Tapu Fine com sua habilidade Onda de Névoa, que dentre outras propriedades, evita que certas condições, como envenenamento ou paralisia aflijam aqueles que estão no campo. E Thundurus realiza a Dança da Chuva, transformando o tempo ensolarado em chuvoso.

— Vocês querem moleza, mas dessa vez, se quiserem a Starmie, terão que passar por cima dos nossos cadáveres! – desafia Zapdos.

— Não precisa exagerar! – disse a Diancie receosa – é só nos derrotar e pronto. Mas nós vamos derrotar vocês primeiro! – ela tenta lançar uma peça de diamante em Thundurus, mas o elétrico também estava munido com o movimento Proteção.

— Muita ousadia sua querida! – Garchomp se coloca na frente do cliente, acompanhada da Scizor – experimenta tentar alguma coisa com ele e a gente te quebra, oh boneca.

— Diancie! Se afaste delas! - Avisa o pássaro – vou cuidar dessas duas.

— Agora vão ter que lidar com as forças da natureza! – anuncia Tapu Fini – ela invoca uma enorme onda lamacenta que vai em direção ao time adversário.

— Oh não! É a Água Barrenta! – alerta Serperior.

É um ataque com um bom alcance e água barrenta se espalha pela área. Volcarona conseguiu se desviar e realiza mais uma Dança Sinuosa na esperança de poder aguentar um ataque. Starmie usa proteção para defender a si mesmo e Diancie. Serperior, Zapdos e Bisharp acabam sendo atingidos e são arrastados a alguns metros de distância.

— Isso não foi o suficiente para derrubá-los! – analisa Tapu Fini – talvez com Mente Calma eu possa ter poder suficiente para varrê-los de vez!

— Aí ai! Se a Fini realizar o Mente Calma estaremos fritos! – Diance demonstra aflição.

“O pessoal deve concentrar o ataque nela e... arg” Starmie é puxado por uma vinha que se enrolou em uma de suas pontas.

— Vocês não sabem que o nosso objetivo é o cliente? – fala Tangrowth enquanto puxava Starmie para junto de si.

Scizor sentiu um arrepio ao ver essa cena. Seu time estava preste a vencer, porém temia pelo Starmie que pode ser severamente ferido pela sua companheira, que às vezes, é impiedosa com seus adversários. No fundo, é por situações como essa que Scizor não recebeu de bom grado a notícia de que a estrela participaria das avaliações de OU.

— Tangrowth! Não faça isso! – involuntariamente a metálica fez esse apelo.

— Isso o que? – a vegetal não entendia desse pedido. Mas ela sentiu sua vinha arder com o toque das asas de Volcarona. Com isso, a estrela se livra das vinhas e se afasta rapidamente dela.

“Volcarona! Você...” a estrela ficou sem reação ao ser salva pela mariposa.

— Como se nós deixássemos vocês pegaram o nosso cliente! – Volcarona sabe que os movimentos de fogo enfraquecem na chuva. Entretanto, como Tangrowth também é vulnerável a movimentos do tipo inseto, a mariposa então disparou o Zumbido de Inseto na vegetal.

— Uma a menos! – declarou Volcarona. Mas ela percebeu que algumas pedras estavam caindo em direção dela. Ela teve que reagir rápido para que não fosse atingida por nenhuma. Suspirou aliviada por ter desviado perfeitamente delas. Mas ela se surpreendeu ao ver que as vinhas de Tangrowth ainda se mexiam.

— Como pode ela ter aguentado meu Zumbido?

— He he he... arg... – Tangrowth tenta se reerguer com dificuldades – estou sempre pronta para adversários como você... – ela mostra uma veste vermelha por baixo de suas vinhas.

— Apague logo sua desgraça! – ela lhe desfere outro Zumbido, recuperando do susto que teve com o repentino golpe de pedra.

— Scizor! Porque disse aquilo para Tangrowth? – indaga Thundurus surpreso com a atitude da companheira.

— Ela não tava... er ... não tava... vendo que a Volcarona estava prestes a atacá-la! – Scizor estava meio desconcertada. Por causa dela, uma parceira caiu justo para a mariposa – eu estava tentando avisá-la. Vocês sabem o quanto ela é perigosa.

— Scizor, sei que você passou por maus momentos por causa da Volcarona! – Garchomp fala calmamente – mas nós somos um time, e vamos fazer o possível para que te proteger contra os ígneos! Até estamos usando chuva para enfraquecer os ataques de fogo. Enquanto nós tivermos juntos, não há nada que possamos temer!

— Obrigada Garchomp! – Scizor suspira aliviada. Aparentemente seu temor pela Volcarona lhe serviu como desculpa.

— Mas é surpreendente ver que Volcarona e Starmie estejam trabalhando bem juntos! – repara Thundurus – eles estavam brigando feio naquele dia.

— Certo! Mas ainda é mais surpreendente que esse dorminhoco até agora não FEZ NADA! – querendo sair desse assunto, subitamente ela se lembra do colega que vinha carregando o dia todo, e que até agora não acordou. Abruptamente ela sacode o lençol, o estendendo de uma vez e algo é lançado para cima.

Entretanto, essa “coisa” cai lentamente como se estivesse levitando. E se revela ser um pequeno Pokémon branco com algo que se assemelha a um chapéu amarelo com formato de estrela. É o Pokémon psíquico metálico Jirachi, que mesmo levitando, ainda continua dormindo.

— Jirachi! Oh Jirachi! Acorda! – Scizor o cutuca, meio irritada.

A criatura abre os olhos e boceja. Ele olha para os arredores e ver que está em uma floresta.

— UUUUaaaaahhh! Bom Dia Scizor, Garchomp, Thundurus! – ele os cumprimenta – er... aonde estamos?

— Na Reserva do Bosque dos Carvalhos! – responde a inseto tentando não perder a paciência.

— Que estamos fazendo aqui?

— Não sei se percebeu, mas... estamos no meio de uma prova, oh! – responde Scizor sorrindo ironicamente.

— Vixi! Que tipo de avaliação é essa? – pergunta o psíquico confuso.

— Oh! A gente te explica direitinho depois! – intervém Garchomp – mas no momento estamos combatendo contra esse time aí! – ela aponta para a equipe de Zapdos – então você deve participar da luta também, pois ainda mais que dormiu o tempo todo, pode perder pontos.

— Vixi, é mesmo, oh! – diz Jirachi relaxadamente – então, como o dia está belo hoje, nós vamos celebrar!

— Minha nossa! Agora que o sexto membro acordou! – repara Volcarona.

Uma névoa espessa se forma em volta deles. Dessa vez, a mariposa sente seus poderes diminuírem para o nível de antes da batalha.

— Saco! Quem está usando o Neblina!

— Não vou deixar você ser uma ameaça para o nosso time! – foi a Fini responsável pelo movimento.

Enquanto isso, Jirachi se exalta alegremente para realizar o movimento Celebração.

— Que idiota! Usando um movimento inútil desses! – debocha Bisharp.

— Er... Bisharp, mas ele está usando com a Normalium Z! – aponta Serperior.

Uma energia surge em volta do Jirachi.  E logo, ele sente suas forças e resistências se elevando.

— Combinado com uma pedra Z, o Celebrate eleva todos os atributos do usuário! – avisa a serpente.

— Agora quem quer brincar de cabeçada? – pergunta Jirachi alegremente. Ele levita rapidamente em direção a Volcarona e lhe dar uma Cabeçada de Ferro na testa da mesma. Apesar da sua resistência a golpes metálicos, ela ficou tonta e sem reação, e acabou se desabando no chão.

— Volcarona! Você está bem? – Zapdos voou para acudi-la. Ela ainda não perdeu a consciência, mas estava tão afligida que vai levar alguns minutos para se recuperar.

— Gente cuidado! Com a Graça Serena de Jirachi, temos grandes chances de sermos afligidos! – avisa o pássaro – Diancie, se afaste e dê cobertura para o Starmie!

— Jirachi, tente segurá-los enquanto a gente pega o Starmie! – fala Garchomp.

— Vou tentar elevar meu poder de ataque para ajudá-lo! – Tapu Fini realizava o Mente Calma para acumular forças para um contra-ataque.

O Pokémon psíquico agora foi em direção da Serperior, mas Bisharp se colocou na frente e usou o Soco Enganador, causando um bom dano no adversário. Mas Jirachi não se dá por vencido e ainda atinge o golpe no noturno.

— Hunf... você pode bancar o durão! Mas agora, do jeito que estou, ninguém mais pode comigo! – chamas se formam na mão de Jirachi, preparando o seu Soco de Fogo.

E então Zapdos se aproxima subitamente de Bisharp. Aproxima o bico próximo ao ouvido dele e lhe cochicha algo. O noturno ficou constrangido ao escutar aquilo. Mas quando deu um segundo Soco Enganador no adversário, sentiu que o golpe saiu mais forte e, enfim, derrotou o Jirachi.

— Ufa! Esse seria uma baita ameaça! – suspirou o elétrico.

— O que você fez comigo? – indagou Bisharp, entranhando pelo seu repentino ganho de força.

— Rapaz, não sabe da sua própria habilidade Desafio? Se um atributo seu diminui, seu ataque se eleva bastante! Eu usei o Confidência que diminui seu ataque especial, mas como você não precisa disso, então eu o reduzir para você elevar o seu ataque físico! – explica Zapdos – e por falar nisso...

Ele agora vai para Serperior. Sussurra algo no ouvido dela. A serpente ficou vermelha ao ouvir aquilo.

— Zapdos... seu miserável! – a vegetal ficou desconsertada.

— Tá bom querida, mas usa sua tempestade de Folhas na Fini agora! – sugere o pássaro.

Ela acata o elétrico. O movimento sai mais forte do que o normal e as folhas esvoaçantes atingem em cheio a Fini, que mesmo com a defesa especial elevada, não pode resistir e cai derrotada.

— Essa sua habilidade Contrário é mesmo uma mão na roda! – afirma Zapdos.

— Pois é! E agora, nada pode me deter! – diz a serpente sorrindo maliciosamente, pois agora estava com seu ataque especial bem elevado.

— Parece que vamos vencer! – Diancie fala empolgada para Starmie – já se foi a metade desse time!

“Não os subestime!” alerta a estrela “eles ainda não mostraram todo o seu poder!”

Scizor segura seu pingente e manifesta o poder da pedra presa ao item. Com isso ela vai mudando de forma. Ela fica mais alta, surgem carapaças negras em suas articulações, abdômen e testa, suas garras crescem e viram grandes pinças serrilhadas de cores vermelha e branca. E sai uma grande energia de suas asas, que se agitam para dissipar o calor gerado.

Mas a mudança que mais chama a atenção de Starmie é a de seus olhos. Os costumeiros olhos dourados se tornam azuis brilhantes, que seriam facilmente vistos do escuro. E seu olhar fica penetrante. É algo que encanta e assusta a estrela ao mesmo tempo. Essa é a forma megaevoluída de Scizor.

— Finalmente vai lutar a sério vermelhinha! Hi hi – Zapdos ri, mas é de nervosismo – pessoal, se esconde nas árvores aí!

“Aí! O Zapdos vai usar o Descarga!” Starmie tratou de usar Proteção.

Os outros se afastaram e se esconderam em árvores. Se fosse em uma batalha oficial, seria praticamente impossível de escapar desse movimento. Ele dispara uma poderosa descarga elétrica em direção a Scizor. Porém Thundurus se colocou diante dela e absorveu com seu corpo as descargas elétricas.

— Valeu pela eletricidade aí companheiro! – ironizou o mesmo.

— Saco! Nessa forma você é capaz de absorver eletricidade! – lamentou o pássaro.

— E aí vai um “presentinho para vocês”! – uma forte ventania é formada ao redor dele, que logo se transforma em um poderoso Furacão. Ele o direciona para Volcarona. Zapdos e Bisharp se colocam diante da inseto para que ela não seja afligida pelo golpe voador. Porém o poderoso redemoinho pega os três Pokémon e os carrega para longe dos colegas. Agora restam Serperior, Diancie e Starmie diante dos adversários.

— Valeu Thundurus! Deixe que agora eu acabo com o resto! – fala Scizor.

— Ah querida! Não vai fazer como quer não! – Serperior sabe que a inseto metálica é bastante poderosa nessa forma, e decidiu que o melhor a fazer é paralisá-la com o Olhar Penetrante. Mas por algum motivo, o golpe não funcionava. Enquanto a serpente se desespera por não conseguir imobilizar a Scizor, a mesma lhe desferia um Tesoura X, infligindo cortes no corpo de Serperior, que acaba desmaiando bastante ferida.

— Ai, não vê que estamos sob o Terreno de Névoa da Fini? – fala Scizor - só faltam dois!

Diancie segurou firme sua espada cristalina e partiu para o ataque.

“Diancie! Não se aproxime dela!” avisa Starmie.

Subitamente a fada sente um forte impacto de uma garra em seu tórax, com a joia localizada em seu peito se rachando. Ela não resiste à dor e acaba desmaiando, desfazendo sua transformação. E sua espada cai no chão, se espatifando em diversos pedaços.

— Agora só falta um!

Agora, seus perigosos olhos azuis estão direcionados a Starmie.

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GLOSSÁRIO

Investida do Dragão - Dragon Rush

Ondas de Calor - Heat Wave

Raio Solar - Solar Beam

Sala de Truques - Trick Room

Cabeçada de Ferro - Iron Head

Chicote Poderoso - Power Whip

Terreno de Névoa - Mist

Água Barrenta - Muddy Water

Celebração - Celebrate

Soco Enganador - Sucker Punch

Soco de Fogo - Fire Punch

Furacão - Hurricane

Tesoura X - X-Scissor

Terreno de Névoa - Mist Terrain

Notes:

Eita nós! Será que eles serão capazes de se enfrentarem? Mas o próximo capítulo será a conclusão dessa etapa!

Espero que tenham gostado da leitura! Até mais!

Chapter 22: Capítulo 22 - Ninja Sorrateiro

Notes:

Olá pessoal! Tudo bem?

Então, no capítulo passado, o time de Starmie conseguiu vencer seu adversários. Mas a faixa deles é pega por uma das integrantes do time de Scizor. Agora os dois times se confrontam. Mas a situação dificulta quando Scizor finalmente resolve usar sua Mega-evolução!

Boa Leitura!

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

A situação não poderia ser mais complicada para Starmie. Scizor mega-evoluiu e derrotou duas companheiras da estrela facilmente bem na frente dela. E os outros três companheiros foram carregados pelo Furacão de Thundurus e não se sabe se resistiram ou por onde eles estão. Só restava o aquático, que estava diante da inseto, e também de Garchomp e Thundurus, que estavam apostos para auxiliar a Scizor.

— Agora só falta você Starmie! – declarou Scizor – se fosse você desistiria logo!

Porém não queria que ela tivesse piedade dele. Não podia mostrar temor ou fraqueza. Queria que a Scizor percebesse que ele tem capacidade de tá participando da avaliação tanto quanto ela.

“Não quero sua piedade! Você vai ver do que eu sou capaz!” a estrela saltou rapidamente para a copa de uma árvore.

— Tcs! O que vai fazer então? Vai fugir agora é? – irritada, ela sobe rapidamente na mesma árvore. Mas assim que chegou ao galho de onde Starmie estava, a estrela já tinha saltado para o galho de uma outra árvore.

— Que é isso Starmie? Se você só foge, o que acha que pode fazer contra nós? – a metálica tenta alcança-lo, mas o psíquico já pula para o galho da próxima árvore.

“Saco, o que ele quer fazer? Está desesperado! Ele deve querer me provar que é capaz de estar em OU. Mas tudo que faz é fugir!” Scizor tenta entender as intenções da estrela enquanto o persegue pelos galhos das árvores “talvez ele queira me separar do restante da minha equipe! Pode ser que tenha alguém do time dele aposto para me pegar.”

A estrela é muito ágil, desse jeito seria quase impossível da Scizor alcançá-la. Ela até pensou em usar o Soco Pistola, mas além da estrela ter resistência ao golpe, isso poderia ativar a habilidade Análise de Starmie, que deixaria seu contra-ataque mais poderoso. Porém, ela se lembra de um movimento que é apropriado para Pokémon fujão.

— Sua participação acaba aqui! – Scizor usa a Perseguição para alcançar a estrela. Mas durante a trajetória desse ataque, ela sente um jato de água escaldante lhe atingindo. Tão quente que sua couraça chega a arder. Ainda assim, ela alcança Starmie, e com o impacto, acaba quebrando o galho de onde a estrela estava e ambos caem no chão.

Starmie ficou atordoado com a queda. Mas aparentemente não se feriu muito. Sentiu uma grande pressão sobre si. Foi quando que percebeu que o corpo de Scizor estava sobre o seu. O aquático nunca se sentiu tão tenso em sua vida, pois uma avalanche de sensações caiu sobre ele como desespero e vergonha, além de um pouco de dor. Se debateu como pode para sair daí. Tentou usar telecinese, mas como ela é uma Pokémon metálica e meio pesada, é mais difícil de movê-la com poderes paranormais. Logo, a inseto também voltou a si, e percebendo a situação em que se encontra, ao invés de sair de cima de Starmie, ela usou as patas traseiras para prender as pontas inferiores da estrela. E com suas pinças fechadas, ela pressiona outras duas pontas, sem agarrá-las. Assim, a estrela está imobilizada sob si.

“Scizor, saia de cima de mim!” pedia Starmie, se debatendo para se livrar da imobilização que a inseto lhe impunha.

— Não! Você não vai fugir de mim de novo! – ela lança um olhar malicioso em seu núcleo. Mas ela sente sua carapaça arder.

“Você foi queimada com o meu Escaldar!” avisa a estrela “um próximo ataque meu e te venço!”

— Isso não é verdade! Não tem como você me queimar no Terreno de Névoa da Fini e... arg.. – ela geme de dor – ah... foi por isso que você subiu nas árvores seu disgrama! – Scizor entendeu a estratégia de Starmie, pois como não estavam no solo, o Terreno da Névoa não teria efeito e ela não teria proteção contra queimaduras.

Com isso, a situação se complicou para a Scizor. Com a chuva, ataques aquáticos ficam mais fortes. Se Starmie a atacar mais uma vez, é derrota na certa. E o único golpe que poderia superar a velocidade da estrela, o Soco Pistola, não seria viável, pois só serviria para ativar a habilidade da mesma.

“Saia de cima mim agora!” exige Starmie.

— Se eu não quiser? – fala a inseto de forma provocante.

“Isso... isso é constrangedor...” o aquático fica desconcertado com essa situação. A dor de suas pontas sendo pressionadas é pouca comparado a vergonha que está sentido. A luz de seu núcleo pisca tremulamente com um brilho de cor magenta. Também escutava a respiração pesada de Scizor. Era tensão demais para Starmie.

“Se não sair logo eu disparo água quente de novo!”

— Quero ver você tentar! – Scizor continua provocando.

Agora essa inseto resolveu tirar sarro dele. É isso que a estrela concluiu perante as últimas insinuações dela.

“Scizor, você deve achar que sou um idiota em está aqui, não é mesmo? Que realmente alguém como eu não deveria estar mais em OU?”

Mas a metálica aproxima seu rosto ao núcleo da estrela e sussurra:

— Você não tem que provar nada a ninguém!

Eles ficam alguns segundos calados. Mas essa situação não pode durar mais.

“É o último aviso! Se não sair logo de cima de mim, eu vou disparar o Escaldar!” ameaça Starmie.

— Lembre-se que eu não sou a única do meu time que restou! – Scizor sai rapidamente de cima da estrela. Mas logo, Garchomp vinha correndo em direção à estrela e estava erguendo as garras para lhe desferir as Garras do Dragão. Porém, antes dela conseguir concretizar o ataque, uma rajada gelada a atinge, debilitando a dragoa.

— GARCHOMP! – gritou Scizor com os olhos arregalados.

“Pois é, só que seus companheiros remanescentes são fracos contra o Raio de Gelo!” disse Starmie, finalmente conseguindo se levantar.

— Realmente você tem um raciocínio rápido! – disse Scizor admirada. Ela entende que já não poderia mais vencer a estrela, mas pelo menos irá criar uma brecha para que o Thundurus consiga vencê-la.

Porém uma Onda de Calor flui logo acima da metálica, deixando-a assustada. Zapdos pousa próximo da estrela.

— Starmie! Suba em mim!

O psíquico prontamente atende esse pedido e o pássaro voa para acima das copas. Thundurus faz o mesmo para persegui-los.

Agora que Scizor ficou sozinha, ela aproveitou para desfazer a mega-evolução e descansar um pouco, utilizando o Pousar para recuperar a saúde. Mas ela escutou apreensiva barulhos vindos de arbustos próximos a ela. De lá saiu a Volcarona, que voava meio cambaleante, com as asas meio danificadas e ferimentos pelo corpo. A metálica ficou apavorada ao ver a mariposa se aproximando.

— Se acalme Scizor, eu não vou mais lutar com você! – porém Volcarona tratou logo de acalmá-la.

— Que história é essa de não lutar comigo? – questiona Scizor meio receosa.

— Não acho necessário mais te derrotar! – responde a mariposa – se quiser pode até tentar me derrubar só com o Soco Pistola. Eu estou só o bagaço e os nossos suprimentos foram espalhados por aí devido ao ataque de Thundurus. Sem falar que você até poderia aguentar um ataque meu por causa da chuva.

— Ah tá! Você não tinha feito o Dança Sinuosa nesse tempo! – rebateu Scizor.

— Como te falei, não tem mais sentido em te derrotar! Pelo visto, seu temor por mim ainda não passou! – afirma Volcarona – eu não te culpo por isso! E também não quero que Starmie fique pistola comigo!

Scizor entendeu o real motivo da mariposa não querer lutar – ver você querer colaborar com Starmie me deixa aliviada! – ela disse suspirando.

— Achou que eu iria me vingar dele? – insinuou a ígnea – nesse momento somos parceiros de equipe! O que aconteceu naquele sábado fica para trás! – isso não era totalmente verdade para a mariposa, pois ainda lhe pairava a dúvida em relação da possível traição de Venomoth.

— Mas agora, tudo que temos que fazer agora é esperar para saber quem irá sair triunfante nesse embate, o Zapdos com o Starmie, ou o Thundurus! – Volcarona pousa e se encosta na árvore, na tentativa de relaxar um pouco, apesar de seu corpo está latejando de dor.

Enquanto isso, no alto da floresta, Zapdos vai sobrevoando para despistar de Thundurus. Starmie ficava em suas costas, tentando se camuflar no meio das penas amarelas e espetadas do Pokémon voador.

“Há quanto tempo que você não escova essas penas?”

— Starmie, então você conseguiu lidar com a Scizor? – perguntou Zapdos.

“Eu a deixei queimada!”

— Então no momento ela está neutralizada! Pois então nós vamos decidir essa luta com o Thundurus – decide o pássaro.

“Espero que o Bisharp ou Volcarona consigam dar conta da Scizor!” Zapdos deseja em sua mente.

“Só que temos que tomar cuidado!” alerta a estrela “como ele é capaz de colocar a chuva, ele pode ter movimentos que são favorecidos pela mesma como Furacão e Trovão.

— E o pior é que o filho de puta tá na forma que absorve energia elétrica! – lembra o pássaro – não dá para usar ataques elétricos. Por isso, você deve acertar ou um raio de gelo ou um Voltex Hidráulico nele.

“Seria prudente esperar a chuva passar! – aponta Starmie - mas isso não adiantaria se ficarmos afastados demais dele, pois ele fará chover outra vez! Vamos nos aproximar sorrateiramente dele!”

— É por isso que te escolhi pro time Starmie! – incentiva o pássaro – é bom confiar em um companheiro veterano! Então vamos tentar essa ideia que tive na cachola!

Enquanto isso, Thundurus vai procurando pela dupla pelas copas das árvores.

— Starmie! Zapdos! Vocês podem aparecerem aí!

Ele cai disparando Furacões nas copas, com o intuito de sacudi-las e revelar o esconderijo deles.

— Eu sou uma Divindade do Trovão! Quero ver se vocês são adversários dignos! – desafia Thundurus.

— Que legal! Eu também sou uma Divindade do Trovão! – responde o pássaro. Bastando sua voz para que o outro elétrico voador se dirigisse em sua direção. Porém Thundurus é atingido por um vento aquecido, proveniente da Onda de Calor. Esse movimento sob a chuva não lhe fez muito dano, mas foi o suficiente para que o atingido perdesse o foco do Zapdos.

— Starmie, não pense que eu o subestimo por estar em UU! – Thundurus fala bem alto – você se sobressaiu contra a Scizor e Garchomp. E além disso, tem o feito de ter permanecido em OU por três anos. Sei muito bem que está fazendo o seu máximo para voltar para o estrato mais alto.

Starmie estava separado de Zapdos já algum tempo, escondido nos galhos em um nível um pouco abaixo do elétrico. O pássaro estava servindo de chamariz para que a estrela atacasse o Thundurus sorrateiramente. Estava esperando o momento certo, pois isso irá decidir a luta.

— Eu também estou fazendo o que posso para eu ser efetivo em OU! – continuou Thundurus – fui escolhido como cliente porque eu sou o único desse time que é um boderline! Mas quem sabe se eu tiver uma boa atuação eu possa voltar a ser de OU como meus irmãos!

A estrela escutava a declaração do Pokémon tempestade, que também estava com um certo desespero para vencer. Isso só reforça que além dos efetivos de OU, um grande obstáculo que deve ser superado é justamente os boderlines, que são Pokémon que não tem uma boa atuação no estrato superior, mas são poderosos demais para serem enquadrados em UU. São vários Pokémon poderosos nessa situação, como Dragonite, Scolipede e Thundurus. Poderia até criar um estrato intermediário só com eles.

E ainda, Thundurus é irmão mais novo de ninguém menos que o Landorus, o mais poderoso de OU. Ele deve ter uma reputação a zelar ou, ao menos, deseja equiparar sua força com a do seu irmão.

— Que lindo! Porém, se acha que vai conseguir alguma coisa com seu desabafo, está muito enganado! – ouvia-se o grito do Zapdos. Thundurus prestou bem atenção na fala e viu uma árvore se mexendo fora do normal. Ele disparou um Trovão e isso revelou a posição de Zapdos, que apareceu pelas folhas, um pouco atordoado pelo ataque. Um ataque desses seria mais do que suficiente para derrubar Starmie, mas não havia nem sinal da estrela.

— Desgraçados! Cadê o Starmie? – Thundurus trata logo de procurar a estrela. O melhor que ele pode fazer é ignorar o Zapdos, já que ele não teria movimento para detê-lo.

Entretanto, Zapdos não desiste de sua posição como chamariz, ele logo salta algumas declarações ao Thundurus com seu movimento Confidência:

— Como se tivesse uma chance contra dois de nós! Respeita os veteranos rapaz!

Ele sentiu seus poderes diminuírem. Ele deve atacar Starmie o quanto antes, senão, será cada vez mais difícil de debilita-lo com um ataque.

A estrela viu uma oportunidade de finalmente atacar o cliente. Decidiu optar pelo Z-move, já que estava chovendo. O poder do Voltex Hidráulico é o bastante para derrubá-lo. Mas antes que pudesse executar o movimento, o aquático vê um Raio de Gelo atingindo em cheio as costas de Thundurus.

O Pokémon azulado sente o forte frio em sua espinha e sua visão fica turva. Então o Starmie acabou vencendo dessa vez. Mas antes de cair ele percebe que havia um outro Pokémon por perto. Porém já não tinha mais forças de se manter flutuando ou dizer alguma coisa, então ele cai para o solo.

— Boa Starmie! – comemora Zapdos.

“Zapdos! Não fui eu que lancei esse Raio de Gelo!” a estrela estava estarrecida ao ver que Thundurus foi derrotado por um movimento diferente do que ela ia usar.

— Então quem foi?... ARGGGGG!! – um segundo Raio de Gelo atinge Zapdos e ele começa a cair também. Starmie rapidamente usa sua telecinese para que o pássaro caia devagar e não sinta o impacto da queda. Ele vai descendo até que o pássaro pousa no solo em segurança. Mas ele não pôde resistir ao frio e está fora de condições para continuar lutando.

“Quem está aí?” Starmie percebeu que havia um Pokémon interferindo na luta deles. Então, pousado em um dos galhos, um Pokémon sapo com língua enrolada no pescoço acena de forma debochada:

— Olá Starmie! Pelo visto não seguiu meu aviso, não é?

Enquanto isso, Volcarona e Scizor estavam repousando quietas. A metálica viu o manto que Jirachi estava usando. Pegou ele e o jogou em cima de Garchomp para que a mesma não sofra de frio. Ela ia voltar a se sentar quando escuta passos se aproximando.

— Finalmente te encontrei Scizor! – era Heatran se aproximando.

A metálica sentiu um pavor ao ver o ígneo. Com os movimentos que tem no momento, ela não daria conta dele.

— Scizor! Você não é párea para ele! – Volcarona se coloca diante dela – fuja enquanto pode!

— Volcarona!? – ela ficou surpresa pela repentina atitude da mariposa. Ela queria protegê-la do Heatran?

“Se bem que eu também não teria chances contra ele!” deduz Volcarona.

— Sai da frente borboleta! Minha conversa é com a Scizor! – ordena o Pokémon magma.

Ela sabe que devido a habilidade Fogo Brilhante de Heatran, ataques de fogo só iriam aumentar o poder do mesmo. Ela lhe dispara o Zumbido do Inseto.

— Isso é tudo que tem? – zomba Heatran. Ele dispara o Poder da Terra para derrubar a já debilitada Volcarona.

— Hunf... essa daqui já passou do ponto! – ele fala enquanto pisa nas costas da mariposa – é bom as insetinhas não bobearem pois vocês envelhecem rápido!

— Heatran! Não faça isso com a Volcarona! – grita Scizor horrorizada ao ver sua colega sendo maltratada.

— Certo! Mil perdoes! Pois afinal de contas, estou aqui por você querida! – diz o ígneo tirando os pés de Volcarona, sorrindo maliciosamente – é bom você me obedecer!

Próximo daí, assustado, Starmie encarava o Greninja. O sapo salta para muito próximo da estrela. Ele segura sua ponta posterior e encara o seu núcleo.

— Agora você vai sentir que seu lugar não é mais aqui!

Ele dispara uma rajada de Pulsar Negro no núcleo da estrela. Foi o suficiente para que a mesma perdesse a consciência e ficasse com o núcleo piscando.

— Não deu nem pro começo! – murmura o sapo. Ele pega a faixa de Starmie e vai até Thundurus, que estava desmaiado também, para pegar a dele.

— Que sem graça! Peguei dois times de uma vez! – bufa o Greninja – será que brinco com o Starmie um pouco mais para passar o tempo? O ideal é que ele esteja consciente, mas nem pra isso essa estrela inútil serve!

Landorus chega de repente ofegante, finalmente encontrando o sapo.

— Finalmente te encontrei Greninja! O que diabos houve aqui?

— Hunf... eu consegui duas faixas de uma vez! – o aquático mostra os frutos de seu ataque – isso é pra compensar a vergonha que passamos com o time daquela cobra velha. E espero que você não se importe de eu ter atacado seu irmão também!

“Anfíbio sínico! Não brinque com a sorte!” Landorus tentava se controlar. Apesar de Thundurus ser um dos adversários no momento, ele sentiu raiva pela audácia que o sapo deve ter tido ao atacar seu irmão de modo traiçoeiro. Ele respirou fundo para não avançar em cima do noturno nesse momento - Você deve ter se divertido a bessa, não é Greninja? Mas não devemos correr o risco de ter o time desfalcado pelo resto do tempo. Então vamos encontrar o Heatran e cair o fora daqui.

Nesse momento Heatran estava se aproximando lentamente de Scizor. A metálica não conseguia se mexer. Seu corpo estava paralisado de medo. E para piorar, a chuva acaba de cessar.

— Bem na hora dessa chuva irritante passar! – disse o ígneo malicioso – sei que está meio assustada comigo! Mas não quero te machucar! – ele tenta falar mansamente – se for uma boa garota nada de ruim vai acontecer contigo.

— O que quer de mim? – pergunta a inseto temerosa.

— O que eu quero? – Heatran se aproxima lentamente dela e estende uma pata quase tocando na pinça dela – só quero que nós nos entendamos... – e segura no pulso da garra dela – e que você fique bem próxima a mim...

Scizor ficou apavorada. Não acreditava que Heatran fosse tão baixo a ponto de querer se aproximar dela se aproveitando do seu medo de Pokémon de Fogo e seus ataques. Ela estava trêmula e queria gritar e sair correndo daí, mas seu corpo não obedecia.

Heatran estava prestes a concretizar seu assédio, mas um chute atinge uma de suas patas traseiras e o mesmo perde equilíbrio e cai no chão. Scizor se aproveita para se livrar das garras dele e se afastar do ígneo. E então Bisharp se coloca na frente dela, que havia desferido o Rasteira no mesmo.

— Não acredito que tem covardes como você tentando importunar uma fêmea durante a avaliação! – o noturno o olhava com certo nojo.

— Que impertinência sua interromper uma conversa amigável entre mim e Scizor! – falou o Pokémon magma irritado.

— Tô vendo o tipo de conversa que tá tendo com ela! – rebateu Bisharp – não sei se você sabe, mas estamos sendo monitorados, sabia? Os professores vão adorar saber que tem cidadão que se aproveita da confusão que é essa atividade para molestar uma colega!

— Metido, como você me irrita! – esbraveja Heatran – você está doido por um banho de magma, é isso? Além do mais, tu nem é do time dela! Isso não é da sua conta!

— E bem deixar que você faça alguma coisa repugnante contra a Scizor, seu bosta!  Tente alguma gracinha que eu repito a dose! – Bisharp não se deixa abalar pelas ameaças do outro – afinal usei um movimento que diminui sua velocidade. Você está no papo seu bicho feio!

Greninja e Landorus chegaram.

— Tá tendo problemas com metálicos, oh monte de magma? – debochou o sapo.

— Não enche sapo! Mas seria bom vocês me ajudassem contra esse delinquente! – responde o ígneo.

— Não precisamos perder tempo com esses dois! – declara o Landorus – eles não têm mais o que fazer já que pegamos as faixas dos seus respectivos clientes!

Greninja mostra as faixas de Thundurus e Starmie. Deixando os dois metálicos em choque. E então os três resolvem ir embora.

— Até mais! Recolham os cacos dos seus times! – finalizou o anfíbio.

— MALDITOS!!! – esbraveja Bisharp socando o chão – se eu tivesse conseguido me recuperar logo e chegar a tempo.

Scizor estava chocada. Estava sendo ameaçada pelo Heatran. Agora ficou dessolada quando soube da derrota de Thundurus, e principalmente de Starmie. Ela teme se poderia ter ocorrido algo de grave com a estrela.

— Scizor! Precisamos juntar o pessoal e chamar o professor! – Bisharp chama a sua atenção.

— Ah sim! – a inseto ainda estava atordoada – e muito obrigada por me proteger agora a pouco!

— Não fiz mais que minha obrigação! – Bisharp vira o rosto sem motivo aparente – se fosse você eu denunciaria esse babaca!

— Não sei... isso é meio constrangedor... – diz Scizor com receio.

— Deve ser tenso para você! – o noturno percebe que isso deixa sua colega constrangida – mas pense sobre isso, pois ele pode tentar te molestar de novo!

— Certo Bisharp! E mais uma vez, obrigada!

— E talvez contar para alguém próximo como a besouro ou a estrela! Esses são bem próximos a você e sei que serão capazes de te defender! – aconselha Bisharp.

Scizor pensou em seus amigos mais próximos que são a Heracross e Starmie. Ela sabe que eles são capazes de se arriscarem para protegê-la. A besouro não hesitaria em meter porrada no Heatran. Mas teme que ele pode retaliá-la com um ataque de fogo. Por outro lado, Starmie sempre foi um adversário difícil para ele. Porém ela se lembra que a estrela já se meteu em muitos apuros por sua causa, especialmente naquele dia da terrível luta contra a Volcarona. E ela tem um mau pressentimento de que possa ocorrer algo ruim com a estrela caso ela tenha que defendê-la de Heatran. Com o temor de colocar seus amigos em risco, Scizor coloca em dúvida se deve contar sobre isso a eles ou não.

Enquanto reflete sobre o assunto, ela corre para ver o que aconteceu com Starmie. Ela o vê desmaiado, com o núcleo piscando. Próximos a ele, estavam Thundurus e Zapdos, cobertos com pedaços de gelo, indicando que foram atingidos com ataques de gelo. A inseto se aproxima da estrela. Aparentemente ele não está com ferimentos graves. Porém é bem provável que um ataque especial noturno o tenha afligido.

Ela pega a estrela nos braços e leva para próximo dos outros.

— Ei Scizor, o seu cliente é o Thundurus! – Bisharp aponta para o elétrico desfalecido. Só que ela não dá atenção ao aviso e continuava carregando o psíquico – ah... isso não importa mais mesmo! – Então ele carrega o Thundurus.

Depois os dois carregam juntos o Zapdos, cada um o erguendo por uma asa. Quando terminaram, eles acionaram o professor para que os tire da floresta.

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Starmie estava com dificuldades de acordar. Sente uma dor imensa no núcleo. Mas aos poucos recobra sua consciência e ver que está em uma cama de enfermaria, para variar. Aí ele escuta uma voz feminina que lhe é terrivelmente familiar.

— Que bom que acordou! – falou uma Pokémon rosa de forma oval – quem diria que você veio nos agraciar em OU novamente depois desses meses todos!

“Ai... Chansey, você por aqui?”

— Pois é! Estou prestando uma assistência pros feridos dessa avaliação! Sabia que sobrou até pro professor Yveltal? O coitado tá com a asa engessada! Isso vai atrasar o resultado das avaliações, com certeza!

“Vi que o professor estava sobrevoando pela área! Mas não me diga que conseguiram derrotar ele?”

— Pelo que ouvi falar, foi uma ação conjunta dos times de Landorus e de Zygarde! Mas e aí! Como tá? Sentiu falta da sua principal Counter?

“Saco! Só ouvir sua voz já deixa meu núcleo dolorido!”

— Seu núcleo está dolorido porque, muito provavelmente, levou um Pulsar Negro, não é? Seria bom você descansar bem se não quiser desfalcar seu time amanhã!

Starmie achou meio impertinente o comentário da Pokémon normal. Foi bem constrangedor ter de abreviar sua participação nas avaliações de UU devido a sua fraqueza. Não quer que a situação se repita agora.

— Agora um babado forte que surgiu agora é que a Scizor foi vista segurando uma criança! – conta Chansey – tão dizendo por aí que é o filho dela!

De repente, Chansey se depara com Starmie desmaiado novamente, com o núcleo piscando.

— Ai Arceus, o que houve com essa criatura?

Enquanto isso, na sala de espera da enfermaria, Scizor estava sentada ao lado dos seus colegas que estavam convalescentes: Tangrowth, Tapu Fini, Garchomp e Thundurus. Sendo que os dois últimos estavam enrolados em cobertores, e se tremiam devido ao frio.

— Agora Scizor, me explica uma coisa! – a vegetal puxa a conversa – que história é essa de eu não poder atacar o Starmie, hein?

— Não estava vendo que a Volcarona estava aproximando? – responde a inseto – ela iria te retaliar com fogo.

— Mas nós tínhamos estratégia contra os Pokémon de fogo, minha filha! – rebateu Tangrowth – Thundurus com a Pedra Úmida, pode colocar pra gente uma chuva prolongada, eu estava com o Vestimenta de Assalto. Nós nos prevenimos bem contra ela. Eu não me importaria de ser derrotada, desde que eu tivesse dado as lapadas na estrela.

— Também acho que ela não queria que você machucasse a estrela! – acrescenta Garchomp – você não viu como foi a luta dela contra o Starmie. Ela praticamente se jogou em cima dele.

— Ei... eu estava... segurando o Starmie pra que você possa derrotá-lo! – Scizor abana as garras envergonhada.

— Esse plano deu tão certo que levei Raio de Gelo na fuça! – ironiza a dragoa – deveria ter usado o Terremoto. Você teria sido debilitada também, mas ao menos o Thundurus estaria seguro.

— Aí seria só eu e você! – aponta Thundurus.

— E teria algum problema só nós dois? – perguntou a terrestre dando um leve tapa nas costas dele, provocando os risos dos demais.

— Deixa disso largatona! – responde o elétrico meio corado – só estou dizendo isso pois, se for só nós dois, se um de nós for vencido, é derrota para o nosso time!

— Então se Scizor não queria que eu machucasse o Starmie, então... – Tangrowth olha para a metálica de forma maliciosa e balança a cabeça, como se estivesse entendido a situação. Garchomp e Tapu Fini fazem o mesmo.

— Vocês estão começando a pensar em besteira, não é? – Scizor vira o rosto visivelmente constrangida.

— O que houve pessoal? – Thundurus é o único que não o entende que as colegas perceberam.

— Olha Scizor, você é de maior, pode sentir se atraída por quem quiser! Só que você tem que deixar os sentimentos de lado na hora da batalha! – aconselha Tapu Fini.

— Vocês devem estar se equivocando! – a inseto tenta se explicar. Mas Heracross chega ao recinto todo ofegante e se alivia ao ver sua amiga:

— Que bom que te encontrei Scizor! Não sabe o que estão dizendo de ti!

— Que foi Heracross? Você parece bem abalada! – Scizor se preocupa pelo tipo de coisa que estão falando ao seu respeito.

Chega a professora Lunala, que simplesmente se aproxima de Scizor e lhe dá um abraço, deixando a metálica consfusa.

— Parabéns Scizor! Soube da notícia! Você pode está passando por dificuldades nesse momento, mas saiba que uma criança é sempre uma benção!

— Professora! Do que a senhora está falando? – a inseto estava com dificuldades de respirar devido o aperto da professora.

— Não precisa mais esconder! Se tiver algo que te aflige pode contar pra mim! Sei que chegará em uma boa solução! – continuava Lunala.

— Professora! Por gentileza! Poderia me explicar o que está acontecendo? – pergunta Scizor.

— Scizor! Há um boato de que você tem um filho! – revelou Heracross.

Os outros Pokémon ficaram surpresos com a mão na boca:

— QUUUEEEEEÊE?????

— QUE HISTÓRIA É ESSA? EU TENDO UM FILHO? – perguntou Scizor indignada – da onde tiraram isso?

— Então realmente não existe um filho teu, não é? – suspira a lutadora aliviada.

— Claro que não! Como posso ter filho? Não tem nem essa possibilidade! Eu nunca... nunca...

— Há sim! Até onde eu sei, você ainda é vir... - a boca de Heracross é tapada bruscamente pela garra de Scizor.

— Vixe! Então isso não passou de um grande engano, não é? – Lunala ficou envergonha pelo que disse à inseto – sinto muito pelo constrangimento Scizor!

— Tudo bem professora! – a estudante se acalma, entende que a professora só cometeu um equívoco – mas quem disse que eu tinha filho?

— Foi a Hippowdon que disse isso! – respondeu Lunala – ela disse que te viu saindo do carro com uma criança no colo.

— Só podia ser essa boca grande mesmo! – irritadiça, Scizor sai da enfermaria e vai em busca de Hippowdon. Não demorou muito e já viu ela conversando, ou fofocando, com alunas do RU, Nidoqueen, Milotic e Mandibuzz.

Quando chegou perto dela, ela pega a hipopótamo cinza pela orelha e a puxa em direção ao centro médico.

— Scizor! O que está fazendo? AAIIII! AI! AI! TÁ DOENDO! – Hippodow é surpreendida pela atitude da metálica e reclama da dor em sua orelha.

Scizor entra no centro médico puxando Hippowdon pela orelha. Ela a leva até a um quarto de enfermaria ficam próximas a uma cama de onde Jirachi estava dormindo profundamente. Finalmente ela solta a orelha da terrestre.

— Esse era o “filho” de quem você estava falando! – Scizor aponta para Jirachi – eu estava levando-o para universidade porque ele tem narcolepsia. Por causa desse distúrbio, ele dorme em horas inapropriadas, e para não correr o risco de perder o horário, tive que trazê-lo de carro.

— Então era isso Scizor? Me desculpe, não sabia...

— Nem vem com essa desculpinha! – interrompe Scizor – você tem que verificar o que realmente está acontecendo antes de espalhar uma fofoca como essa!

Chega a Swellon com um bloco de papel em mãos, boquiaberta pelo que acabou de ouvir.

— Vixi, então o boato de que a Scizor tinha um filho é falso?

— Afe! Até uma reportagem iam fazer disso? – diz a inseto indignada com a garra na testa.

— Foi só um mau entendido! – diz Hippowdon sem graça.

— Dá próxima vez que espalhar esses boatos sem sentido eu acabo com sua raça! – declara Scizor furiosa.

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Passou mais uma hora e Starmie finalmente acordou. Estava sob cuidados do Dr. Audino.

— Finalmente acordou meu jovem! Como se sente? – perguntou o médico.

“Me sinto bem melhor doutor!”

— Não sente nenhuma dor ou mal-estar? Eu acabei te examinar. Não encontrei nada de errado em seu organismo dessa vez. Porém a cicatriz da rachadura que teve na semana passada ainda me preocupa um pouco. Posso te dar um atestado se quiser.

“Não precisa doutor!” Starmie nega a oferta de Audino “Me sinto bem e apto para as batalhas de amanhã!”

— Tudo bem meu jovem! Só te aconselho a não se forçar demais! – finaliza o médico.

Starmie sai do centro médico e vai para a cantina. Lá ele encontra Gengar e Zapdos conversando.

— E aí estrela! – chama o fantasma – venha para cá!

Ele se senta ao lado de Gengar.

— Ei Starmie! O Gengar realmente esteve na avaliação! – revela Zapdos.

— Sim! Eu estava no time que também era formado pelo professor, pelos monitores, pela Cloyster e Gothitelle! – confirma Gengar – e ainda usei minha mega evolução.

— Soube que você fez uma bagunça no bosque! – fala Zapdos.

— Realmente! Minha mente fica meio instável quando me transformo! É como se um demônio tomasse conta de mim! – Gengar põe a mão no peito meio temeroso – e a Xerneas diz que vai levar semanas para recuperar a área afetada pelo meu veneno. Ela deve tá puta comigo!

— Acho que ela está mais com Yveltal! – fala o pássaro – ele que idealizou essa zona.

Chansey chega e se aproxima dos outros três.

— Posso me juntar a vocês?

— Pode sim! – o pássaro oferece um lugar próximo dele.

— Ei pessoal! E esse negócio da Scizor ter filho que não passou de uma grande fofoca! – fala a normal.

— Então isso realmente foi fake News! – conclui Gengar – Starmie quase cai pra trás quando você falou disso! He He!

— E ele caiu durinho quando falei desse boato! – lembrou Chansey – deve ter batido um desespero, não é?

“Do que está falando Chansey!” só faltava ela vir com insinuações em relação ao que a estrela sente pela sua amiga.

— Deve ter ficado bem aliviado por essa notícia ser falsa! – continuou Chansey – então vai tá apto para as batalhas de amanhã, não é? Reze para que não caia contra mim querido!

Starmie sempre achou a Pokémon normal meio irritante. Ela é meio protetiva com os colegas. Mas às vezes, pode pegar no pé de alguns deles, especialmente com a estrela. E ela sempre foi uma adversária dura de se enfrentar, pois ela é um dos seus principais counters por conta da sua imensa defesa especial, que geralmente é complementada com o item Eviolite.

— Mas quando é que você vai evoluir minha filha? – pergunta Zapdos – vinte e três anos nas costas e você ainda é uma Chansey?

— Talvez quando eu me formar! – responde a rosada – não tenho pressa para evoluir, não que agora sou a melhor usuária de Eviolite da universidade! – ela pega uma pequena joia rosa oval e dá um beijo nela.

“Esse item é o principal trunfo de Chansey!” deduz a estrela.

— E por falar em formatura, é bom você já pensarem em juntar dinheiro para nós realizar a nossa cerimônia! – lembra a normal.

— Já vai falar de cerimônia? Só vamos nos formar no meio do ano que vêm! – fala Gengar desinteressado.

— Mas temos que nos planejar agora! Nos formaremos em menos de um ano, e devemos planejar nossa cerimônia com antecedência! Esse deve ser um momento especial para todos nós!

E ela ficou um bom tempo explanando sobre esse assunto para os três, falando da importância de ter uma festa chique na formatura e de como vão se mobilizar em juntar dinheiro para isso. Estava anoitecendo quando ela finalmente decide encerra a conversa por enquanto. Agora ela vai se empenhar em fazer os veteranos arrecadarem recursos e planejar a cerimônia.

A estrela foi direto para casa afim de descansar o quanto puder, pois no dia seguinte vai encarar as batalhas entre as equipes.

 

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GLOSSÁRIO

 

Garras do Dragão - Dragon Claw

Poder da Terra - Earth Power

Rasteira - Low Sweep

Notes:

E essa é a conclusão da segunda etapa da prova de OU! No próximo capítulo, se iniciará a terceira etapa! E parece que o time de Starmie vai encarar um tipo de time bem chato de se enfrentar...

Obrigada pela leitura! Comentários são bem vindos!

Até mais!

Chapter 23: Capítulo 23 – Batalhando contra um time Stall

Notes:

Olá pessoal!

A segunda etapa finalmente foi concluída. O time de Starmie estava prestes a vencer o Thundurus. Porém Greninja resolveu intervir na batalha. E Scizor passa apuros quando se ver diante de Heatran.
Mas com a conclusão dessa etapa, Scizor ainda teve que esclarecer um boato sobre si que estava sendo espalhado. Nada que uns bons puxões de orelhas não resolvam...

Mas agora a terceira etapa vai se iniciar, como os times de OU vão se sair?

Boa Leitura!

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

Chegando cedo na universidade, Starmie se dirige ao principal estádio de batalha da Smogon, o Metasingle. Nas avaliações de UU, apenas as finais são realizadas nesse estádio, diferente de OU onde toda a terceira etapa é realizada lá. Já fazia uns meses que a estrela não lutava nesse lugar.

Na recepção ele logo se encontra com seus colegas de equipe.

— Bom dia Starmie! – cumprimenta Zapdos – está melhor?

“Bom dia Zapdos!” responde a estrela “bem e pronto para as batalhas!”

— Assim que gosto de ouvir! – disse o pássaro empolgado – vamos para estádio!

Assim os seis vão até a arquibancada, se acomodando nos acentos. Todos os times estão lá, esperando pelas instruções do professor Groudon, que estava com um microfone na mão no meio do campo e será o responsável por ministrar a prova. Ao lado dele estão Aegislash e Gothitelle.

— Bom dia meus caros alunos! – o professor iniciou seu discurso – vamos agora iniciar a terceira etapa das avaliações de OU. Temos doze times cadastrados para essa etapa. E vocês todos conhecem as regras, não é?

Starmie escuta cuidadosamente as regras, que são idênticas às de UU. Irá ocorrer hoje a batalha de grupos, compostos por três times. O melhor time de cada grupo é classificado para as eliminatórias, que ocorrerão dia seguinte.

— E nas eliminatórias de amanhã, vocês serão assistidos por seus colegas dos outros estratos, com a exceção de ZU é lógico! – continua o professor – e além disso, a Vossa Magnificência, o reitor Rayquaza também assistirá às eliminatórias. Então façam o melhor para se classificarem para terem a honra de serem observados por ele.

Todos ficaram impressionados pela possibilidade de serem visto em ação pelo reitor. Isso dava uma motivação a mais para fazer o possível para se classificar, mas apenas um terço dos times irão conseguir isso.

— Bom, sem mais delongas, iremos apesentar as chaves das batalhas de hoje.

Uma tabela aparece no telão dos estádios. Logo todos conhecem seus adversários de hoje. O time de Starmie está na chave C, e irá lutar contra o time da Chansey, e em seguida, irá lutar contra o time de Zygarde.

— Oh desgraça! – suspirou Zapdos – definitivamente não querem que a gente chegue às finais com essas pedreiras que nos esperam.

— Agora os times A1 e A2 se apresentem ao estágio! – anunciou Groudon – Aegislash e Gothitelle irão ser as juízas. Blaziken não pôde comparecer a etapa de hoje pois está de atestado por três dias devido a um envenenamento por uma forte toxina.

— Eu disse que ele iria ganhar três dias de atestado! – Toxapex ria baixinho. Ela sabia que era a responsável pela ausência do monitor.

Aegislash foi para o centro do campo, e logo, o time de Scizor descia da arquibancada, juntamente com o time formado por Swampert, Salamence, Breloom, Diggersby, Rotom e Pelipper. Starmie olhava para inseto e viu ela passar por onde estava sentado.

“Boa Sorte!”

— Para você também! – ela respondeu acenando com a garra.

Mas o que a estrela não esperava é que havia outros Pokémon na torcida pela Scizor!

— Vai nessa Scizor! – incentiva Gengar.

— Representem bem a classe UU! – acrescenta Latias.

— Botem pra quebrar! – torcia Krookodile.

Starmie e Scizor olharam para trás e viram que a maior parte da classe UU vieram para assistir as preliminares.

“O que estão fazendo aqui? Pensei que só liberavam os outros estratos assistirem só nas finais!”

— Viemos torcer por vocês que estão representando a UU, Starmie! Não é mesmo Tentacruel? – responde Crawdant cutucando o água-viva.

— Er... sim! Boa Sorte nas batalhas Starmie! – desejava o venenoso.

— E o professor liberou vocês da aula? – pergunta Scizor.

— Bom, desde que eles façam um relatório sobre as batalhas depois! – disse Deoxys com um caneco de café na mão.

— Oh vontade de trabalhar, não é mesmo professor Deoxys! – ironiza Serperior.

Até que a torcida dos colegas de UU dava um incentivo a mais para a estrela. Ela queria assistir a batalha de Scizor. Porém Zapdos tem outros planos:

— Starmie, precisamos conversar sobre nossas lutas!

Um pouco contrariada, a estrela atende o pedido do pássaro e se reúne com os outros membros para planejar as batalhas.

— Os dois times são páreo duro! – explica o pássaro – nossos primeiros adversários possuem quatro Pokémon que são especialistas em stallear, ou seja, nos ferrar com seus altos atributos defensivos e danos residuais.

— Pelo menos não estão todos os stalleiros de OU! – aponta Volcarona – Ferrothorn e Clefable estão na equipe de Landorus, e com certeza, irão desempenhar o papel defensivo desse time. E aquela novatinha venenosa está com o Zygarde.

— Acho que os professores devem ter mexido os pauzinhos para que não tenha um time totalmente stall! – comenta Zapdos – Mas Tapu Bulu e Ninetales podem dar o suporte para capacidade defensiva deles, especialmente a raposa que tem uma técnica que combina a Parede Reflexiva e Tela de Luz.

— Só que o pessoal do time da Scizor falou que venceram esse time stalleiro apenas com um Soco Pistola na Ninetales! – lembra Diancie.

“Só que na segunda etapa foi uma situação diferente!” explica Starmie “Naquela ocasião, bastava que derrotassem a Ninetales para eles garantirem a vitória! Porém desta vez, devemos derrotar cada um dos seis membros.”

— Devemos ter uma estratégia anti-stall! – afirma Serperior – alguma ideia?

— Eu posso cuidar da raposa! – Bisharp levanta a mão.

“Acho que posso me encarregar do Gliscor!” afirma Starmie.

— Agora, quero ver como você vai lidar com a Chansey? – aponta Serperior – contra ela você é tão útil quanto um feriado no domingo.

“Af! Não me lembre dela!” a estrela se aborrece “com a Eviolite, ela é um dos principais Pokémon defensivos da Smogon! A não ser... se eu desse um jeito de retirar essa pedra!” umas ideias passam na mente de Starmie.

— Você não tem que se preocupar com a Chansey! – aponta o pássaro – acho que o Bisharp pode cuidar dela com um movimento lutador.

— Ou eu posso cuidar dela! – afirma Volcarona confiante – estou bolando uma perfeita estratégia anti-stall! Mas acho que vou precisar da ajuda da estrelinha para aperfeiçoá-la. Quer me auxiliar com essa Starmie?

“Diga o que tem em mente!”

Os outros ficaram meio surpresos por Starmie e Volcarona estarem conversando normalmente e colaborando para elaborar a estratégia da batalha. Logo ficaram tão absortos na reunião que não tiveram a menor atenção nas batalhas que estavam ocorrendo.

Enquanto isso, estava chovendo no campo. Swampert estava na sua forma megaevoluída e estava diante de Tangrowth. Ele ficava bem ágil na chuva e conectou um Soco de Gelo na vegetal. Mas isso não foi o suficiente para derrubá-la, então ela o envolveu com suas vinhas e sugou a energia do aquático, deixando-o incapacitado.

 - Swampert está fora de combate! – anuncia Aegislash.

Entra Pelipper em seu lugar. O pelicano leva dano devido a Rochas Flutuantes que estão no campo. Ele dispara o Furacão contra a Tangrowth, mas ainda assim, não é o bastante para derrubá-la, e ela contra-ataca com o chicote poderoso.

Ela percebe que é melhor dá lugar a outro Pokémon. Thundurus entra, que dessa vez está na sua forma básica, na qual ele fica flutuando em uma nuvem que cobre os seus pés. O pássaro foge dando lugar ao Diggersby, mas o elétrico aproveita a troca para elevar seu ataque especial com o Conspiração.

O coelho até tenta golpear o elétrico com o Ataque Rápido, mas o elétrico responde com o Furacão que faz com que o coelho saia voando e é arremessado para a grade de proteção da arquibancada.

— Diggersby está fora de combate!

Só restava Pelipper, que com mais essa entrada com as rochas, o mesmo já está bem machucado. Não querendo levar um massivo ataque elétrico, ele resolveu se entregar:

— Eu desisto!

— Pelipper desiste! Vitória para o time A1! – anuncia Aegislash.

Os combatentes remanescentes saíram do campo contentes. Eles se reuniram no vestuário.

— Nossa Scizor, você arrasou com Breloom e com Salamance! – comenta Garchomp.

— Valeu! – diz a metálica sem graça – mas não fui párea para o Swampert!

— Mas foi engraçado que o Jirachi não deixou o Rotom atacar! – ri Tangrowth – ficou só na Cabeçada Zen e deixando o pobre afligido.

— A habilidade Graça Serena é uma desgraça! – completou Garchomp.

— Isso mostra que eu sei usar a cabeça! – Jirachi se gaba, mas ele boceja começa a sentir sono – Uaaaaah! Agora se me dão licença... vou só dá um cochilo! – ele se deita na cabeça de Tangrowth.

— Peraí! Pode sair de cima de mim! – a vegetal pega o psíquico com suas vinhas e o entrega para Siczor.

— Ah não! Não de novo! – reclamou a inseto – toma que desta vez o filho é teu Garchomp! – e ela o entrega para a terrestre.

— Não gostou de ser mãe dele ontem não? – brinca Garchomp. Todos riram, menos a Scizor, por se lembrarem daquele boato do dia anterior.

— Vamos descansar também e nos preparar para a próxima luta! – propõe Tapu Fini!

Depois disso ocorreu a luta do time B1 e B2, que terminou como vitória fácil para o time B2, formado pelo Landorus e companhia.

“TIMES C1 E C2 COMPAREÇAM AO ESTÁGIO!” anunciam em um alto falante.

Logo as duas equipes comparecem ao campo. O time C1 é composto por Chansey, Gliscor, Ninetales, Sableye, Skarmory e Tapu Bulu. O time C2 é formado por Bisharp, Diancie, Serperior, Starmie, Volcarona e Zapdos.

Os doze Pokémon estão no campo apostos, aguardando a autorização de Aegislash para iniciar a partida:

— Comecem!

Entram em campo Ninetales e Bisharp, uma nevasca começa a cair no campo devido a habilidade Anúncio de Neve da raposa. Ela está diante de um Pokémon metálico, no qual não terá menor chance. Entretanto, para ela só basta levantar o Manto Aurora, que só pode ser colocado enquanto estiver nevando, mas que reduz drasticamente o dano causado ao time do usuário.

Porém Bisharp sabia que esse manto seria problemático, ele desferiu o movimento lutador Quebra Tijolo, que destruiu o Manto que a Pokémon fada havia levantado.

— Tsc! Não tem problema! Eu faço de novo! – e ela coloca novamente o Manto Aurora.

— E eu quebro de novo! – mais uma vez, o metálico o destrói – quero ver quanto tempo vai aguentar isso!

— Que saco! – a raposa ficou nervosa, tá na cara que o noturno vai fazer o possível para impedi-la de colocar o manto. E os golpes vão lhe acarretando dano. Muito provavelmente será derrotada na próxima. Então ela resolve sair por hora e cede seu lugar ao Tapu Bulu. Com a entrada do guardião, o gramado do campo ganha uma vitalidade extra e, a cada momento vai restaurando um pouco a saúde daqueles que estão em campo.

Bisharp desfere outro Quebra Tijolo. Mas o Pokémon fada vegetal resiste bem a esse golpe e o pega pelo braço.

— Não é bonito ficar golpeando uma moça bonita como a Nine! – disse o guardião ainda o agarrando forte pelo braço – Bisharp tenta se livrar do agarrão elevando a cabeça para desferir uma Cabeçada de Ferro em Tapu Bulu. Porém não concretizou seu golpe, pois o vegetal conseguiu o atingir primeiro em seu estômago com o movimento Super Poder, que causou massivo dano no metálico, que desabou no chão com imensa dor.

— Bisharp não pode mais lutar! – anuncia Aegislash.

— Ótimo! – vibrou Chansey – Bisharp seria um grande empecilho para o nosso time.

— Será que eu entro agora? – perguntou Volcarona.

— Não! Espere um pouco mais! – disse Zapdos, que assume o posto de batalha.

“O Super Poder consome uma boa energia!” pensa Tapu Bulu “vou ter que vazar por enquanto!”

Nisso o vegetal sai, e dá lugar ao Sableye.

— Esse vai encher o saco! – afirma Zapdos que desfere o Corte de Ar no pequeno Pokémon noturno.

— E você pensavam que o Bisharp era páreo duro! Pois fique sabendo que o Tapu Bulu, apesar de preguiçoso, é ainda mais delinquente do que ele! – falava Sableye – dizem que o Bulu responde um processo por conta da destruição de um supermercado.

— Não me fale disso! Uaah! – o vegetal está no campo de espera deitado e bocejando – dá preguiça em explicar daquele ocorrido!

— Não me interessa qual dos dois é mais marginal! – responde o pássaro – só sei que não vamos deixar vocês ficaram embromando nessa batalha!

Como ele não quer perder tempo com Sableye, o pássaro sai e dá lugar à Diancie, enquanto que o noturno usa Recuperação para restaurar sua vitalidade. A fada não pensa duas vezes e ativa sua mega evolução. Mas ela não esperava que o fantasma faria o mesmo. Seus olhos de cristalinos azuis se tornaram vermelhos, e surgiu um enorme cristal vermelho, com altura maior do que a dele, e o usa como escudo. Era a Mega Evolução de Sableye.

Neste momento, a nevasca parou de cair. A fada disparou Rochas Flutuantes para o campo adversário. Porém Sableye ativou sua habilidade Reflexo Mágico, que rebate as rochas de volta ao campo de Diancie. Mas a fada também tinha essa habilidade, e repele as rochas de volta ao campo de Sableye. Logo, os dois vão jogando as rochas um ao outro, como em um “jogo” de ping-pong.

— Não é permitido ficar refletindo as armadilhas inúmeras vezes! – repreende Aegislash – as rochas devem permanecer no campo adversário do primeiro que as refletiu!

Então as pedras tiveram que ficar no lado da Diancie. Sableye aproveita que ela abaixou a guarda e desferiu um Onda Trovão na fada.

— Saco! Eu deveria ter acabado logo com você! – irritada ela tenta soltar um Força Lunar no noturno, mas seu corpo simplesmente trava devido a paralisia. Sableye aproveita para sair de campo e dá o lugar para Skarmory. E no solo, as gramíneas perderam a vitalidade do Campo de Grama de Tapu Bulu.

— E essa agora! O frango de ferro!

“Diancie! Troque comigo!”

Starmie resolve entrar no lugar da fada. Ele pretende retirar as pedras do lugar. Porém mal a estrela entra em campo e uma rajada de vento envolve o seu corpo.

“O que é isso!”

— Tu não vai remover essas rochas não, meu caro veterano! – o pássaro metálico estava executando o Redemoinho. Esse movimento não só envolve o adversário em campo como também um dos que estão em espera. Serperior também é envolvida por essa corrente de ar. Essa técnica não inflige dano algum, porém a estrela e a serpente acabam trocando de lugares, sendo que Serperior agora está em campo.

— Droga! Cair justo contra o Skarmory! – suspirou a serpente – se bem que, de acordo com o plano, quem tiver diante dele, deve priorizar em lhe infligir dano, por mínimo que seja!

Ela dispara Tempestade de Folhas no pássaro, que como esperado, não lhe causa muito dano. Por outro lado, Skarmory resolve trocar novamente as posições dos adversários com o Redemoinho.

— Quem virá dessa vez? Se for a Volcarona vai ser ótimo, pois ela será bastante ferida só de encostar nessas pedras.

Mas para decepção do pássaro metálico, foi Zapdos que entrou no campo de batalha.

— E tive que me machucar nessas porcarias de novo! – fala o elétrico irritadiço - Acabou essa brincadeira de roleta com esse seu Redemoinho!

— Sujou! Com o Zapdos não dá pra lidar! – é a vez de Skarmory trocar de lugar com o Gliscor.

Zapdos havia disparado o Relâmpago, mas o escorpião se mantém intacto.

— Chegou mais um irritante! – só que o elétrico conhecia bem a maneira do Gliscor lutar. Sua habilidade é Veneno Curador, que lhe permite que o envenenamento o cure ao invés de lhe causar dano. Por isso, ele geralmente carrega uma Orbe Tóxica, que em menos de um turno, o deixa envenenado. Zapdos sabe que ele vai usar Proteção para poder dá tempo de ativar a orbe. Ele aproveita esse tempo para trocar com Starmie.

Quando o terrestre ver a estrela na sua frente ele fica trêmulo de nervosismo:

— Er... oi Starmie, há quanto tempo!

“Quanto tempo Gliscor!” responde o aquático.

O escorpião se lembra que Starmie pode ser um bom checker para ele, pois é ágil o bastante e capaz de disparar ataques aquáticos e de gelo, nos quais não terá chances de aguentar, e sua estratégia não vai lhe adiantar de nada.

É muito tentador disparar um Raio de Gelo em Gliscor. Mas o mesmo nem consegue disfarçar a vontade de sair de campo, e Starmie já imagina quem vai entrar em seu lugar. Como esperado, o terrestre sai de campo e entra a Chansey.

“Como esperado de um time stall, quando um dos membros é pressionado, ele já foge do campo com o rabo entre as pernas!” aponta a estrela.

— Isso se chama retirada estratégica! – explica Chansey – como um bom time defensivo, cada um deve cobrir as fraquezas dos demais. Assim nos tornamos um time invencível. Mas agora pode sair você também, já que não poderá fazer nada contra mim mesmo!

“Já já eu saio querida! Só preciso fazer umas coisas! E olha que cachecol lindo que acabou de receber!” a estrela aponta para o seu marsúpio.

A normal enfia a mão no seu bolso e vê que há um Cachecol da Escolha nele.

— O que é isso! E cadê meu Eviolite? – ela tateia seu marsúpio em busca da pedra, mas não a encontra.

“Tá falando disso daqui?” Starmie segura a Eviolite com a ponta “Não é útil para mim nessa batalha, mas é melhor do que pegar uma Orbe Tóxica! Que bom que você resolveu trocar de lugar com o Gliscor!”

— Não me diga que usou Truque, estrela desgraçada! Devolva minha Eviolite! – exige Chansey irritada.

“Só depois da luta!” responde Starmie.

— Arg! E eu não quero usar esse troço! – a Pokémon oval joga com força o Cachecol da Escolha no chão.

— Chansey! Pelas regras você deve usar esse item até o fim da batalha ou até que o retirem de você! – avisa Aegislash.

— Saco! Grrr! – contrariada ela pega o cachecol de volta – essa joça vai comprometer minha capacidade de suporte!

Então a estrela usa o Giro Rápido para remover as pedras. Ela acaba se aproximando demais de Chansey que a agarra com força.

— Agora você me paga, troço sem face!

Ela começa a rolar pelo campo segurando Starmie, dando uma volta completa nele, como se estivesse dando a volta em um globo terrestre. E então, ela arremessa a estrela a vários metros de distância com seu Arremesso Sísmico. É um ataque que ignora os atributos ofensivos e defensivos do atacante e do atacado respectivamente.

A estrela se recupera do duro impacto do golpe, e contra ataca com o Choque Psíquico. Em resposta, a normal agarra o aquático novamente e realiza uma nova sequência de giros seguidos de um arremesso.

“Nervosinha querida?” apesar de bastante debilitado, a estrela ainda tira sarro da Chansey.

A normal pondera sobre a próxima ação. Poderia acabar com Starmie no próximo turno, mas a estrela ainda pode lhe causar grande dano com o seu Choque Psíquico e a deixar a mercê dos outros integrantes do time. Ela não vai dar esse gostinho à estrela, então se retira, por hora, do campo e Sableye entra em seu lugar. Entretanto, prevendo essa possível troca, Starmie dispara a Bomba Hidráulica, que não deixa o fantasma ileso.

“É como eu disse, sempre que um stalleiro está sob pressão, foge do campo feito diabo que foge da cruz!”

Starmie ia disparar outra bomba Hidráulica. Já imaginava que não poderia vencê-lo, mas já cumpriu seu papel na batalha. Mas antes que pudesse disparar o volume de água, o noturno desfere um Soco Enganador para debilitar de vez a estrela.

— Starmie está fora de combate!

Ele estava sendo levado pelos paramédicos. Já na maca, ele se volta para Volcarona:

“Fiz os preparativos para você! Agora vê se vence essa, está bom?”

— Não precisa me dizer isso! – a mariposa entra em campo.

Então os dois se encaram.

— Se acha que vamos deixar você se buffar e atacar como quiser está muito enganada! – declara Sableye que dispara uma Onda do Trovão. Porém, para surpresa dele, o movimento não surte efeito. Instantes antes, Volcarona havia erguido um manto especial conhecido como Salveguarda que previne os maus estados.

Então o noturno tenta atingi-la com outro Soco Enganador. Mais uma vez, seu movimento não funciona, pois a inseto realiza uma Dança Sinuosa.

— Sableye, só tá dando chance para ela se buffar! Troca comigo! – comanda Chansey.

Então ele sai do campo para dar novamente lugar à Chansey. A mariposa aproveita para realizar outra Dança Sinuosa.

— Agora que o Spinner se foi, você não terá como se livrar dessas rochas! – a normal espalha as Rochas Flutuantes no campo de Volcarona. A mariposa começa a dançar e labaredas atinge a normal. E com a performance, ela ainda eleva seu ataque especial.

— Não se preocupe querida que eu não pretendo mais sair do campo! - fala Volcarona confiante.

Como está travada em um movimento devido ao Cachecol da Escolha, Chansey não teve escolha senão sair do campo para dar lugar ao Gliscor, ele levou o ataque da Dança do Fogo e acabou caindo inconsciente.

— Gilscor está fora de combate.

No lugar do terrestre, entra Skarmory. Ele seria uma esperança em tirar a Volcarona do campo, pois com sua habilidade Robustez, é capaz de aguentar um golpe sem desmaiar, não importando a força que ele tenha. Ele podia usar o Redemoinho para tirá-la do campo, e com as Rochas em campo, a mariposa ficaria impossibilitada de entrar.

Porém a Robustez só funcionaria se o usuário estiver sem danos no combate. Skarmory havia sido afligido pela Tempestade de Folhas de Serperior. Então, Volcarona pôde acabar com ele facilmente com sua Dança do Fogo, e seu ataque especial se eleva mais ainda.

— Skarmory está fora de combate!

— Vai deixar seus companheiros serem derrotados um a um? – questiona a mariposa dando um riso debochado.

“Saco! Ela está poderosa demais! Até mesmo pra mim!” Chansey morde seus lábios.

Ela entra em campo, porém já não pôde fazer mais nada contra o ataque de fogo da adversária e cai desmaiada e murmurando:

— Que humilhação... vencida por uma atacante especial...

— Chansey está fora de combate!

A classe UU assiste deslumbrada a performance da mariposa. Há algumas semanas atrás, ela estava lutando descontroladamente como um demônio. Mas agora ela está totalmente calma, dançado maravilhosamente e encantando todos os espectadores com sua capacidade de atravessar a grande defesa do time adversário.

Agora Sableye entra em campo, ele ainda consegue infligir dano na mariposa com seu Soco Enganador. Após isso, ele também é vítima das labaredas de Volcarona.

— SWEEP! SWEEP! SWEEP! – gritava a plateia.

Ninetales e Tapu Bulu se entreolham. É óbvio que eles não têm a menor chance contra a inseto de fogo. A raposa de gelo é a primeira a levantar a pata indicando desistência.

— Ninetales desiste do combate!

Tapu Bulu entra e logo levanta a mão também.

— Tapu Bulu desiste! Vitória do time C2! – anuncia Aegislash.

O pessoal de UU bate palma. Volcarona sente meio que envergonhada. Esses Pokémon estavam tendo medo dela naquela noite no Bar Florestal. Mas agora, eles estão a ovacionando pela sua ótima atuação.

— Não mereço esses aplausos... – sussurra a mariposa.

— Volcarona, como você foi gulosa! – brincava Zapdos entusiasmado – não deixou um pra seus companheiros.

— É que hoje eu estava meio inspirada! – fala a mariposa, finalmente cedendo um pouco ao orgulho.

— Agora devemos descansar, nossa próxima batalha será daqui a duas horas! – propõe Serperior.

— Vamos ver como Bisharp e Starmie estão! – chamou Diancie.

Assim, os quatros foram para a enfermaria.

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Scizor e seus companheiros estavam assistindo a luta do time de Swampert contra o time do Charizard. Era uma batalha de um time de chuva contra um time de sol, pois estavam disputando em colocar a condição climática mais favorável para o respectivo time. No final, foi Swampert com uma equipe baseada em chuva que acabou levando a melhor.

— Eles conseguiram! Isso quer dizer que ainda estão vivos na disputa! – fala Garchomp enquanto Jirachi adormecia escorado ao seu lado.

— Mas isso quer dizer que o time A3 vai vir com tudo contra nós, buscando uma disputa de desempate! – aponta Thundurus.

— Então teremos que enfrentar um time de sol? – suspira Scizor.

— Não se preocupe Scizor! – incentiva Tapu Fini – lembre-se que faremos o possível para mitigar os efeitos do tempo ensolarado!

— Eu sei! Mas nós não devemos subestimar esse time! – alerta a metálica. Se bem que ela lembra que o time do Starmie praticamente trucidou essa equipe.

— Daqui a pouco o pessoal do Zapdos vai lutar contra o time de Zygarde, não é? – lembra Thundurus.

— Só que eles não terão a mínima chance contra a equipe do Zygarde! – declara Tapu Fini.

— Por que? – questiona Scizor.

— Zygarde é um dos Pokémon mais poderosos e inteligentes da Smogon! – aponta Garchomp – sabiam que ele já é formado e já tem especialização e mestrado?

— Eita! Ele já é mestre? – fala Tangrowth admirada – o que ele veio fazer aqui no meio dos mortais?

— É sempre bom uma segunda formação, ainda mais na Smogon, pois o nosso curso é bem renomado! – deduz a dragoa – e ainda temos três novatos que estão tendo destaque nesse semestre, a Toxapex, a Magearna e o irmãzinho da Fini, o Tapu Koko.

— Esse moleque é um crianção, teimoso, irritadiço! Porém devo admitir que ele sempre demonstrou, desde a infância, uma enorme aptidão em batalhas! – relata Tapu Fini – devo dizer que, apesar de ser o mais novo dos Tapus, ele é o mais poderoso de nós quatro.

— E também ouvi falar que ele foi, juntamente com o Landorus, os responsáveis pela derrota do time do professor Yveltal! – aponta Tangrowth.

— Sim, meu irmão falou que foi ideia dele a junção daqueles dois times! – recorda Thundurus - E apesar de ter sido derrotado, foram os remanescentes do time dele, como o Hawlucha e o Tapu Koko que levaram a melhor em derrotar o professor e a cliente dele!

Scizor reflete que tanto o time dela quanto o de Starmie têm grandes obstáculos a serem superados para poder se classificarem das preliminares. Se conseguirem, talvez se enfrentem nas finais do dia seguinte. A inseto aperta sua garra, pois pretende fazer o seu melhor na próxima luta, e deseja que Starmie faça o mesmo.

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Na enfermaria, Starmie já fazia um aquecimento para próxima batalha. A estrela já estava bem melhor. Mas Bisharp ficou bem baqueado da batalha anterior devido ao golpe lutador que recebera. Ele abusou dos analgésicos para que pudesse participar da segunda rodada.

Volcarona veio em direção a estrela.

“Soube que você deu um sweep na luta contra o time C1!”

— Sim... pelo visto nossa estratégia deu certo! – afirma a mariposa virando o rosto fingindo não estar lisonjeada pelo elogio da estrela.

“Pois é! Ninguém pode obter uma vitória dessas sem ajuda! Mas ainda assim, você fez muito bem!”

— Obrigada Starmie... – sussurra a mariposa timidamente.

“TIMES C2 E C3 COMPAREÇAM AO ESTÁDIO!”

Agora terão de enfrentar uma equipe formado por alguns dos Pokémon mais poderosos da Smogon.

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GLOSSÁRIO

Conspiração - Nasty Plot

Ataque Rápido - Quick Attack

Cabeçada Zen - Zen Headbutt

Quebra Tijolo - Brick Break

Corte de Ar - Air Slash

Redemoinho - Whirlwind

Arremesso Sísmico - Seismic Toss

Salvaguarda - Safeguard

Notes:

Que luta! Será que vão aparecer passadores de pano para a Volcarona agora? rsrsrs...
Agora na próxima luta, adversários difíceis virão, inclusive o experiente Zygarde. Vamos ver como Starmie, Zapdos e os outros vão se sobresair, não é?
E finalmente acompanhando as postagens em outras prataformas! Pode ser que os próximos capítulos demorem mais a serem postados!

Agradeço pela leitura!

Chapter 24: Capítulo 24 - Aguente até o fim

Notes:

Oi pessoal, a terceira fase das avaliações de OU finalmente se iniciaram. O time de Starmie caiu no grupo C, no qual acabaram tendo que lutar com um time extremamente defensivo! Só que Volcarona conseguiu superar as defesas e levou seu time a sua primeira vitória! O time de Zygarde é o próximo!

Tenham uma boa leitura!

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

Com o anuncio da próxima partida, o time de Starmie se dirige ao estádio. No caminho, a estrela observa que Scizor está na arquibancada assistindo as lutas. Percebendo que o aquático olhava para ela, a inseto começou a gritar para estrela:

- Vê se ganha essa! Se vencer, pode ser que nos enfrentemos nas finais!

“Ce..certo!” responde Starmie encabulado.

- E com isso, pode ser que finalmente concluiremos a nossa luta de ontem! – acrescenta Scizor.

A estrela ficou feliz pelo incentivo de sua amiga. Realmente ficara chateado quando Scizor disse que não seria certo em participar das avaliações de OU. Mas agora ela está torcendo para ele, então Starmie sente mais ânimo para a batalha que está por vir.

Quando chegam na arena, os integrantes do time C2 estranham a música que começou a tocar repentinamente.

Bamboleo, bambolea

Porque mi vida, yo la prefiero vivir así

Bamboleo, bambolea

Porque mi vida, yo la prefiero vivir así

Essa canção vinha do celular que Tapu Koko estava segurando. Mas o que vinha a seguir seria mais intrigante. Hawlucha entrava todo caracterizado de lutador de luta livre, usando uma máscara azul com detalhes amarelo ao redor dos olhos e uma longa capa amarela e verde com borda dourada. Logo atrás dele estavam Toxapex e Magearna, que lançavam pétalas de rosas em volta do voador.

- Precisa de tudo isso? – comenta Zapdos pasmo pela entrada extravagante do Hawlucha.

Os outros integrantes ficam intrigados com essa entrada, com gotas de suor surgindo em suas cabeças ou núcleo.

Então, para exibi suas habilidades, o lutador salta para pousar sobre o telão do placar do estádio e faz uma reverência para o público, esperando por aplausos.

Porém tudo que conseguiu foi uma bronca da Gothitelle, que será a juíza dessa luta:

- Hawlucha! Dessa logo daí, senão eu já te desclassifico da prova!

O pássaro logo joga a sua capa e dá um salto mortal, e ainda dá uma rasante perto do chão antes de finalmente aterrissar, e assim retira sua máscara de forma triunfante e acena para o público. Alguns alunos acabaram aplaudindo. Outros ficaram rindo baixinho.

Gyarados e Zygarde foram os últimos a entrarem, pois não queriam se envolverem nessa apresentação chamativa do lutador.

- Que bizarrice é essa? Esses jovens que entraram nos últimos semestres... vou te contar hein? – disse Gyarados meio aborrecida.

“Deixa os meninos!” ameniza Zygarde “deve ser uma boa maneira de elevar o espírito de luta e espairecer o nervosismo.”

Ambos os times finalmente ficam apostos e Gothitelle autoriza partida:

- Iniciem a luta!

Diancie e Tapu Koko são os primeiros a entrarem. A habilidade do elétrico é o Eletrogênese, que faz com que o terreno fique eletrizado, elevando o poder de qualquer ataque elétrico que venha a ser desferido.

O jovem guardião realiza a Troca Elétrica contra Diancie para sair do campo, o que causou um bom dano na Pokémon fada. Ela inseriu as Rochas Flutuantes no campo adversário. E Magearna foi quem entrou no lugar de Tapu Koko.

- Oh, não, logo você? – Diancie ficou hesitante. Não bastava levar grande dano logo no começo da partida como também estava diante da sua maior checker e rival. Na visão de Diancie, é Magearna que vem lhe tomando o espaço no estrato de OU. Enquanto a metálica se torna uma das melhores de OU, a Pokémon diamante está penado para não ser rebaixada.

- Se acha que eu você vai me intimidar, está muito enganada sua lata-velha! – ela ativa sua Mega-evolução, que muda sua forma e eleva seus atributos ofensivos, ao custo de ter seus atributos defensivos reduzidos. Com toda sua força ela dispara um Poder da Terra contra a fada mecânica. Magearna perde o equilíbrio com o tremor da terra e seu corpo se enche de arranhões e sujeira. Porém isso não foi o suficiente para abater a metálica.

“Isso não foi delicado de sua parte!” Magearna responde com sua delicada voz robótica. Ela revida com um Canhão Brilhante, no qual não dá chance de Diancie se defender. Com o impacto do poderoso ataque, a Pokémon de pedra cai no chão com vapor saindo de seu corpo e sua transformação é desfeita.

- Diancie está fora de combate! – anuncia Gothitelle.

Enquanto isso, Greninja, Heatran e Landorus se acomodam na arquibancada para assistirem as lutas restantes.

- Que bom que nos já classificamos! – comenta o Pokémon magma.

- E chegamos bem a tempo de assistir a esses perdedores! – fala o sapo se espreguiçando na cadeira, colocando as mãos atrás da nunca e cruzando as pernas – vou ver de camarote a estrela e o passarinho espetado apanharem.

 - Não desdenhe deles! – avisa Landorus – é bem provável que enfrentaremos um desses times na eliminatória de amanhã!

- Seria divertido se pegarmos o time do Zapdos – fala o noturno debochado – se bem que isso é impossível – temos quatro dos Top 10 no time do Zygarde. Se bem que eu quero acertar as contas com aquela lesma velha também.

- Ai Greninja! Tu tem muito ódio no coração! – aponta Heatran.

- E é por possuir alguns dos melhores Pokémon de OU que devemos prestar bem atenção nessa luta! – reforça Landorus – o time C3 é ,com certeza, o time mais perigoso dessa avaliação!

A batalha prossegue, Volcarona entra no campo. Ela realiza a Dança Sinuosa. Magearna aproveita que a adversária está se buffando para sair do campo e dar lugar ao Hawlucha, que acaba se machucando um pouco com as pedras em campo. Com o terreno elétrico ativo, ele ingere uma Semente Elétrica, que devido aos efeitos do terreno eletrizado, o pássaro tem sua defesa é elevada.

- Minha cara, você baila mucho bien! – elogia o lutador.

- “Baila”? – a inseto fica confusa com a declaração de Hawlucha.

- Quer dizer que você dança muito bem! – explica o pássaro – suas técnicas Dança Sinuosa e Dança do Fogo foram surpreendentes, e foram cruciais contra o time C1. Por isso mesmo que eu devo te eliminar agora!

- Como se fosse capaz de fazer isso! – Volcarona se prepara para desferir a Dança do Fogo, mas Hawlucha já tinha saltado para o alto e dá um salto mortal através do movimento Acrobacias para atingir a inseto com suas pernas. O impacto do golpe foi demais para ela.

- Volcarona está fora de combate!

- O que é isso? A Volcarona tinha realizado uma Dança Sinuosa! – disse Serperior sem acreditar na derrota da companheira.

- Uma Dança Sinuosa não é o suficiente para superar o Hawlucha em velocidade! – explica Zapdos – ele consumiu uma semente, e isso ativa a habilidade dele Sem Peso, que praticamente dobra a velocidade dele caso ele perca ou consuma um item que esteja consigo.

- Vixe, já vi que esse será parada dura! – deduz a serpente.

- Não se preocupe que o checker dele já vai entrar em campo! – depois dessa declaração, Zapdos se coloca diante do lutador.

- Chegou lo pájaro puntiagudo! – Hawlucha sabe que não pode fazer muito contra o elétrico e realiza o Volta em U para sair do campo. No lugar, entra Zygarde, que se arranha um pouquinho com as pedras. Zapdos tenta realizar o Troca Elétrica, porém o movimento não surte efeito no adversário que é terrestre.

- Afe! Pelo menos esse pássaro vai perder o buff! – Zapdos se conforma com a troca de Hawlucha. E nesse momento o terreno elétrico se desfaz.

- Você pode até tentar se defender de mim meu caro, mas você também não poderá fazer muita coisa comigo! – confiante, o elétrico realiza Corte Aéreo, na tentativa de afligir o dragão. Porém Zygarde não se deixa abalar e realiza a Dança do Dragão para superar Zapdos em velocidade.

“Vixe, ele se buffando pode ser perigoso! Mas devo me manter em campo, já que ele não pode me afetar com movimentos terrestres!”

Zygarde executa o seu Mil Flechas que dispara diversos projéteis contra o Zapdos. Isso causa um enorme dano no pássaro que acaba caindo bastante ferido.

- Arg... isso é um movimento de pedra?

“Um dos poucos movimentos terrestres capazes de atingir os voadores” responde o dragão.

- Que ódio... – disse o pássaro antes de desmaiar.

- Zapdos está fora de Combate!

Serperior entra. Zygarde ataca a Serpente com Velocidade Extrema. A vegetal então usa o Olhar Penetrante para paralisar o dragão. Em seguida, ela dispara Tempestade de Folhas, porém Zygarde, habilmente consegue desviar das folhas esvoaçantes.

“Ouvi dizer que você é muito boa com seu combo de Contrário e Tempestade de Folha!” aponta Zygarde “mas será que é capaz de combater sem essa sua famosa combinação?” ele dispara um raio em forma de “Z” em sua adversária. É o movimento Núcleo Executor. Serperior sente que, além do dano causado, houve uma alteração no seu corpo, e ainda fica surpresa quando aparece uma marca preta com borda verde da letra Z em seu tórax.

“Agora tente disparar suas folhas de novo!” desafia Zygarde.

- Se é isso que você quer! – Serperior lança novamente sua Tempestade de Folhas. Zygarde sai do campo para dar lugar à Toxapex. A venenosa acaba se machucando um pouco com as pedras e é atingida pelo poderoso ataque vegetal. Entretanto, Serperior se sente estranhamente desgastada após usar esse ataque. Percebe que seu poder diminuiu, ao invés de se elevar como de costume.

- O que houve? Sinto meu poder se esvaziar! – se questiona a cobra temerosa – cadê o buff?

- Querida, não sabe que Tempestade de Folhas normalmente demanda uma boa quantidade de energia do usuário? – aponta Toxapex – não é um movimento em que se possa usar a torto e a direito!

“É isso que o Núcleo Executor faz! Ele suprime a habilidade do adversário!” informa Zygarde do campo de espera “enquanto tiver com essa marca de ‘Z’ em seu corpo, não poderá contar com sua habilidade! Não se preocupe que marca desaparecerá em alguns minutos!”

Na arquibancada, os integrantes do time de Scizor vão comentando a luta.

- Agora Serperior aprende a não abusar da Tempestade de Folha! – comenta Tangrowth.

- Então, o motivo no qual ela disparava Tempestade de Folhas frequentemente é por causa da sua habilidade? – indaga Tapu Fini.

- Isso mesmo! – confirma Garchomp – como todos sabe, Tempestade de Folhas normalmente consome muita energia e reduz bastante o ataque especial do usuário. Mas graças a habilidade de Serperior, a Contrário, o seu ataque especial se eleva, ao invés de diminuir, ao disparar esse ataque. Como o Zygarde anulou a habilidade dela, então o movimento voltou a ter suas propriedades originais!

No campo de batalha, Serperior se encontra bastante irritada e resolve sair do campo:

- Aff... Seu desgraçado! Não vou ficar no campo enquanto tiver isso em mim não! Alguém entre em meu lugar!

- Que seja! – disse Bisharp suspirando. Enquanto trocavam de lugar, Toxapex colocava Espinhos Tóxicos no campo.

- Aí estamos diante de uma stalleira! – comenta o metálico – felizmente tenho estratégia para lidar com Pokémon chatos como você, cuja ofensiva deve ser mais fraca do que a de um Caterpie recém-nascido.

- Ora seu... vou te mostrar quem tem ofensiva fraca! – sob o efeito de Insultar de Bisharp, Toxapex dispara um jato de água quente com seu movimento Escaldar, o que deixa o metálico com queimaduras.

- Sua pequena desgraçada! – murmurou o noturno – vai que deixo essa pra você Starmie!

Finalmente a estrela entra em campo, mas acaba se envenenando ao entrar em contato com um dos Espinhos Tóxicos, e ainda é recebido com o Escaldar.

- Não sei se foi uma boa ideia essa troca! – avisa a venenosa, que também é uma espécie de estrela-do-mar – meu veneno está entre um dos mais potentes que existem! Logo, logo você vai sentir os efeitos!

Starmie sente suas pontas ficaram um pouco dormente “Eu cuido disso depois de nós vencermos essa batalha!” tendo pressa em terminar o combate, ele dispara um Ataque Psíquico que levita a Toxapex e a arremessa por diversos locais do chão gramado até que finalmente libera a venenosa, a deixando muito machucada. Ela ainda tenta revidar com o Escaldar, que é a sua única opção que tem nesse momento, mas inflige pouco dano no psíquico. Porém o veneno continua agindo no corpo de Starmie, lhe causando um mal-estar.

“Pelo Senhor da Luz! Esse Pokémon de UU tá sendo um excelente counter contra mim!” Toxapex estava ofegante com seu corpo dolorido por ser castigado pelos poderes mentais de Starmie. Ficou surpresa ao perceber que a estrela é um adversário difícil de lidar “Pelo visto, até os Pokémon de UU são meio perigosos de se enfrentar! Será que eu devo me retirar? Ou então continuo até o fim para que o Koko possa lidar com ele em segurança?”

Starmie percebe que a venenosa está hesitante e que, provavelmente, sairá do campo. Ele resolve disparar novamente seu Ataque Psíquico pensando nas possibilidades de derrotar Toxapex de vez, ou pegar alguém na troca.

A Pokémon venenosa já estava se conformando com a derrota. Porém ela é empurrada pelo Tapu Koko, que além de se arranhar com as pedras que estavam em seu campo, acabou sendo atingido em cheio pelas ondas psíquicas de Starmie, que acabam arremessando o Pokémon elétrico para a rede de proteção do estádio.

- Tapu Koko está fora de combate!

Essa derrota deixou todos aqueles que estavam assistindo atônitos. Como um Pokémon de UU derrota um dos melhores Pokémon de OU com tanta facilidade?

Em algum lugar da arquibancada, Greninja ficou tão surpreendido que sua língua se desenrolou do pescoço.

- QUE PORRA É ESSA!? – ele questiona indignado – como esse imbecil, que é tão dito que é um jovem promissor, prodígio e blábláblá... se derrotado por esse fracote.

- Há há há há! – ria Landorus – isso mostra para os novatos que, por melhores que sejam, jamais devem subestimar os veteranos! O moleque foi vítima do Análise de Starmie.

Em um outro local, Scizor e os outros também estavam bem surpresas com o andamento da batalha.

- Eita que sorte do caramba! Scizor ficou até empolgada ao ver o feito do seu amigo de UU! – Tangrowth repara no sorriso de Scizor.

Apesar de querer disfarçar, a inseto ficou empolgada pela atuação surpreendente de Starmie.

- Tava surrando a Toxapex, que é uma das melhores Pokémon defensivas e ainda levou o Koko de lambuja! – comenta Garchomp – logo os novatos prodígios de OU.

- Isso é pra você ver que não te falta capacidade, Starmie! – sussurra Scizor.

Enquanto Tapu Koko é levado na maca pela equipe médica, Toxapex vai até ele zangada para tirar satisfações.

- TAPU KOKO! QUEM MANDOU ENTRAR NO MEU LUGAR, SEU CABEÇA DE BRAGUE! ENLOUQUECEU SEU IDIOTA? SE ALGO ACONTECER COM VOCÊ JAMAIS PEDORAREI AQUELA ESTRELA! SEU IDIOTA! IDIOTA!

- Pelo menos você... tá bem, não é? – o guardião só lhe deu um sorriso antes de ser levado para a enfermaria.

- Idiota... – repetiu a venenosa enxugando uma lágrima que surgia em seu olho.

- Isso mostra que apesar de atualmente está em um estrato inferior, jamais devemos subestimar alguém experiente como Starmie, que esteve em OU por seis semestres! – analisa Gyarados.

“Sim, eu realmente senti que essa estrela iria, no mínimo, nos dá trabalho!” fala Zygarde “Quem deve entrar agora?”

- Vou eu mesma! Acho que do jeito que está, o restante do time pode ser alvos fáceis pra estrela! Devo acabar logo com ela!

Gyarados entra em campo, um pouco temerosa já que o campo elétrico ainda estava ativo e ela pensava na possibilidade de a estrela ter algum ataque elétrico. E além disso, se arranha nas rochas que ainda estão em campo.

- Devo te parabenizar por esse feito Starmie! – a monstro marinho se dirige à estrela – você acaba de derrubar um dos Pokémon mais poderosos de OU, cuja colocação só é inferior as de Greninja, de Landorus e as dos monitores.

“Acredito que tive sorte nessa!” responde o psíquico lisonjeado pelo elogio, tentando ignorar a dor que surge aos poucos.

- Se teve sorte, ela vai acabar agora! – ela ativa a mega-pedra que estava em uma coleira azul marinho. Logo, a Gyarados vermelha mega-evolui, aumentando sua ofensiva e mudando de sua típica tipagem aquática voador para aquático noturna.

A estrela esperava pelo pior. Neste momento, não estava com ataque elétrico. Pensou em usar o Giro Rápido para, ao menos, remover os Espinhos Tóxicos do campo. Porém, antes de executar o movimento, foi retirado à força do campo pelo Bisharp, que ficou diante de Gyarados, quando a mesma tentava executar um Triturar. Ele segura a enorme Pokémon aquática pelas mandíbulas, tentando deixar a boca dela aberta.

- Starmie... não se dê por vencido! – diz ele ofegante, se esforçando para segurar a Gyarados – você deu um bom susto neles... e sei que, a partir de agora... você será fundamental para nossa vitória!

Bisharp usou o Soco Enganador para garantir um pouco de dano à Gyarados e se livra da pressão das mandíbulas. Entretanto, a Gyarados causou um grande tremor no chão com o terremoto, que levou o noturno à derrota.

- Bisharp está fora de combate!

Agora, sobraram apenas os dois Pokémon de UU.

“Er... Serperior, você pode entrar agora?”

- Pra quê? – a serpente se mostra desmotivada – só sobraram só nós dois, que somos tecnicamente o elo fraco desse time! Estou bem acabada e você tá envenenado! Não adianta continuarmos essa luta.

“Ainda tá chateada por terem te suprimido sua habilidade?” responde a estrela “acho que o efeito do Núcleo Executor se desfez. E mesmo que não tenhamos chances de vitória, acho que o ideal, é irmos até onde pudermos. Se Zapdos e os outros nos aceitaram no time, é o mínimo que podemos fazer com eles!”

- Não sei! Se Zygarde tentar aquilo de novo... – Serperior ainda não supera seus temores.

“Minha filha, não é como se você não tivesse recurso para acabar com ele!” argumenta Starmie “Scizor me disse que você foi ótima na final da avaliação de UU e que derrotou três integrantes do nosso time, inclusive Infernape e Sceptile, que teriam vantagem sobre ti! Então não vejo o porquê de desistimos agora. E ainda a pouco, você paralisou o Zygarde. Mas se não tem mais vontade de lutar, eu entendo, não vou te forçar a nada! Só espero que a Gyarados tenha dó de mim e não use força demais para me triturar...”

Serperior vê a estrela ainda determinada em continuar a luta. Ver a estrela querer continuar a luta mesmo tendo poucas possibilidades de vitória e, ainda lhe passando sermão, deixou a serpente intrigada. Seu orgulho não lhe permite que o esforço de seu colega seja em vão.

- Deixa que eu entro em combate por enquanto! – disse a vegetal passando rapidamente, se esbarrando propositalmente no aquático. Assim ela fica diante de Gyarados. Como ainda havia Espinhos Tóxicos no chão, Serperior ainda é afetada pelo veneno de Toxapex.

- Será que terá força suficiente para me derrubar querida? – a Pokémon vermelha avança com os dentes a mostra pronta para desferir o Triturar. Mas antes que chegasse perto da serpente, foi alvejada por diversas folhas esvoaçantes. Com isso, a aquática é arremessada a vários metros de distância e sua Mega-evolução é desfeita.

- Gyarados está fora de combate!

A serpente se sentia mais confiante. Porém toda sua confiança se acabou assim que Hawlucha entrou em campo.

- Eu deveria saber que nossa vitória seria impossível... - suspirou Serperior, que já estava com dificuldades de manter a consciência, já que havia levado bastante dano na luta contra o Zygarde e a toxina de Toxapex estava lhe fazendo efeito – bem... vamos ver o que dá para fazer...

Usted lutou bravamente! – felicitou Hawlucha – em honra do seu esforço, você vai ser derrotada por esse maravilhoso movimento.

O pássaro saltou para o alto e mergulhou para desferir um poderoso Chute de Pulo Alto. Quando estava prestes a tocar na vegetal, uma parede de energia surgiu entre eles. Com um último esforço, Serperior realizava a Proteção para evitar o golpe.

- Foi sua pior escolha Hawlucha! – comentou a serpente enquanto se protegia.

Realmente, Hawlucha se arrepende por ter desferido aquele chute, pois logo após do impacto com a barreira, o lutador caiu e deu um mau jeito no seu joelho direito, lhe causando uma enorme dor.

- Agora... o resto é com você Starmie... – a barreira da Proteção se desfez e a cobra caiu desmaiada por não aguentar mais o envenenamento.

- Serperior está fora de combate!

Só restou Starmie contra os quatro Pokémon restantes do time C3.

- Agora perderam! – concluiu Heatran – se não me engano, mesmo sem contar com sua habilidade, o Hawlucha é mais rápido que a Starmie! Se ele usar Volta em U, já garante a vitória.

- Ainda não está decidido! – discordou Landorus – muito provável que Hawlucha, seja sim, o mais rápido. Mas a diferença entre as velocidades dele e a de Starmie é muito pequena. Existe possibilidade de a estrela conseguir atacar primeiro.

O aquático entra em campo. A luta pode ser decidida no próximo movimento. O pássaro rapidamente avança em direção à estrela para deferir o Volta em U. Só que ele acaba sentindo uma fisgada na perna direita, e com isso, não conseguiu executar o salto. Ficou vulnerável ao Starmie, que prontamente desferiu seu Ataque Psíquico. Hawlucha foi arremessado até próximo a mureta da arquibancada.

- Hawlucha está fora de combate.

O terreno elétrico se desfaz novamente. Starmie sente a dor crescendo nas pontas e seu anel dourado e núcleo começam a doerem também. Sente que seu corpo está ficando pesado. Será que vai aguentar mais três adversários?

Magearna é a próxima a entrar.

“Stamie, não é? Prazer em te conhecer!” cumprimenta a metálica “agora vou despachá-lo do modo tradicional de Alola!” Ela tem uma pulseira em seu braço, em que é acoplada sua Electrium Z. Ela ativa a energia do Z-move.

“Seria melhor se ainda tivesse o campo elétrico, mas acho que isso já deve bastar em você!”

Porém Starmie também resolve ativar sua Waterium Z e foi mais ágil em completar seu Z-move.

“Não vou deixar que o esforço de Diancie seja em vão!”

A estrela invoca o Voltex Hidrálico que vai de encontro à fada, que não teve tempo de completar o seu Z-move. E logo é carregada pelo grande voltex de água, e em poucos segundos, cai no chão toda encharcada, com o corpo em curto-circuito.

- Magearna está fora de combate!

A visão de Starmie começa a ficar turva. Só restam mais dois, e Toxapex é a próxima. A venenosa recuperou um pouco da vitalidade graças a sua habilidade Regeneração. Ela pondera em usar a Recuperação. Se aguentar um pouco mais, eventualmente a estrela cairia pelo envenenamento.

Mas antes que ela pudesse fazer isso, Starmie disparou mais um Ataque Psíquico, no qual derrotou de vez a pequena Pokémon aquática.

- Toxapex está fora de combate!

Só resta o Zygarde que prontamente entra em campo. Só que ele repara que a estrela mal está se aguentando em pé, e seu núcleo começa a piscar, indicando que já está em seu limite.

“Starmie, você está bem?” pergunta o dragão preocupado.

“Só falta... você... só mais um ataque...” a estrela está prestes a desabar, só que sabe que pode acabar com o embate com um único golpe.

Zygarde também se esforça para se mover, já que seu corpo está afetado pela paralisia “por favor! Seria pedir muito apenas um movimento?”

A maioria dos espectadores estava apreensiva pela luta e maravilhado pela determinação de Starmie, que estava bravamente encarando um time de verdadeiros monstros. Especialmente a Scizor que sentia que seu coração podia lhe saltar da boca.

Zygarde não consegue se mobilizar para finalizar com a estrela. E a mesma, com muito esforço, dispara um Raio de Gelo no Pokémon dragão terrestre. O golpe o atinge em cheio, algumas de suas células verdes são espalhadas pelo campo, e seu corpo começa a pender em direção ao chão. Gothitelle o observa com bastante atenção, e parecia que a serpente finalmente iria tombar. A juíza estava prestes a anunciar o fim da partida quando ela escuta algo sendo mastigado.

O dragão estava mastigando algo. E agora, suas células começaram a se reunirem novamente ao seu corpo e ele voltou a sua compostura.

“O que... que é você...” se sentindo tonto, a estrela fica apreensiva pelo terrestre que ainda não caiu. Ele sentia que havia algo de estranho no Pokémon dragão.

“Fruta Yache! Muito recomendada para criaturas vulneráveis ao frio como eu!” responde Zygarde.

Então esse é o fim? Só que o psíquico ainda não queria desistir, só falta derrubar o Zygarde para que o seu time passasse para a próxima fase. Sentiu que seu corpo iria cair, só que escutou a voz de Scizor chamando pelo seu nome:

- Starmie!

Bastou esse estímulo para que a estrela se mantivesse consciente por mais alguns segundos.

Só que até Zygarde sentiu o desespero bater em si. Não pela batalha, mas sim em ver o colega extrapolando os seus limites. Ele finalmente conseguiu superar sua imobilização e nocauteou de vez Starmie com a Velocidade Extrema.

- Starmie está fora de combate! – anuncia Gothitelle – vitória do time C3.

A plateia se agita pela ótima atuação dos dois times. Mas Scizor, com uma garra tapando a boca, ficou estarrecida pelo que acabara de fazer a pouco. Estava de alguma forma, incentivando o Starmie, mesmo vendo que a estrela estava desafiando seus limites. E agora, pode acabar tendo problemas de saúde de novo. Pelo menos essa luta mostrou que Starmie ainda pode se equiparar muito bem com os Pokémon de OU.

Enquanto isso, Zygarde se aproxima calmamente da estrela e observa que seu núcleo piscar rapidamente, indicando que precisa de cuidados imediatos. A estrela é rapidamente levada pela equipe médica, e o dragão resolve ir para a enfermaria para descansar.

“Essa foi por pouco...” ele suspirou em um misto de alivio e apreensão.

Na arquibancada, os integrantes do time A1 repararam que Scizor ainda estava atônita por causa da batalha.

- Essa luta foi tensa, hein Scizor? – Garchomp bate em suas costas para tirar a inseto do transe.

- Er... nem me fale... – responde a metálica – faltou pouco para o C2 vencer!

- Mas a equipe C2 ainda está na frente! – fala Thundurus – eles venceram o time C1 com quatro Pokémon restantes, enquanto que o C3 só venceu com o Zygarde, que está só o pó da rabiola.

- Sim, eles ainda têm chances de se classificarem! -  continua Garchomp – se o time C1 vencer o C3 com três Pokémon restantes, ou menos, o time C2 será o classificado para as finais!

- Sim, mas se o C3 vencer o C1, aí não haverá chances para o C2! – aponta Tapu Fini.

- Pois é, depender de resultado de outros times deve ser osso! – suspira Scizor.

- Então, o melhor é fazermos nossa parte mesmo! – fala Garchomp – vamos nos preparar para enfrentar o time A3!

Enquanto isso, Landorus também fazia seus comentários:

- Quem diria que, logo o Starmie, derrotaria os três melhores novatos desse semestre!

- Mas veja o contexto da luta! – contesta Heatran – Tapu Koko perdeu de besta, vamos combinar, né? A Magearna já estava enfraquecida. Agora a Toxapex realmente foi crédito da estrela. Se bem que foi praticamente a Toxapex que acabou derrotando a Starmie.

- Essa estrela teve sorte! – murmura Greninja – como se um Pokémon de UU fosse tão capaz como nós!

- É por isso que não devemos subestimar os estudantes de estratos inferiores! – conclui Landorus – sei que para se manter no topo, devemos tomar cuidado com até aqueles que estão bem abaixo de nós.

Na enfermaria, os outros integrantes do time C3 percebem que Zygarde chega na enfermaria e ficaram na expectativa de receber o resultado.

“Foi por um triz...” o dragão faz uma longa pausa, deixando os outros ansiosos “mas nós vencemos!”

Todos suspiram aliviados.

- Não nos assuste assim! – resmunga Hawlucha.

- E se tivéssemos perdido, nós estaríamos desclassificados agora! – aponta Gyarados.

- Mas aquele Starmie não é flor que se cheire, viu? – comenta Toxapex – tem certeza que ele era um Pokémon de extrato inferior?

- Ele ficou por seis semestres em OU! – responde Gyarados – ele pode não ser tão forte, mas é bem inteligente, e meio teimoso também. E acho que sua experiência ajudou muito nessa batalha.

- Como alguém como ele caiu em UU! – questiona Toxapex.

- Digamos que praticamente tudo que Starmie faz, o Greninja sabe fazer melhor! – responde Hawlucha.

“Sei... mas e aí Hawlucha, como está sua perna?” Zygarde se preocupa com o estado do companheiro.

- O médico disse que foi uma pequena torsão! – responde o pássaro – fizeram uma massagem em mim e parece que parou de doer.

“Que bom!” suspira o dragão aliviado “devemos nos concentrar agora na luta contra o time C1!”

- Mas esse tal de Starmie realmente foi um adversário entanto! – comenta Tapu Koko – até em extratos inferiores podemos encontrar mon poderoso!

Concluída a luta dos times do grupo D, Scizor e os outros voltam para o ginásio para terem a sua luta decisiva contra o time A3.

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GLOSSÁRIO

Corte Aéreo - Air Slash

Core Enforcer - Núcleo Execultor

Recuperação - Recover

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Música usada:

Bamboléo - de "Gipsy Kings"

Notes:

Vixe! Mas que batalha... mas lembrem se crianças, Tapu Koko pode ser um bom Checker para Starmie, mas não é um Counter... ou seja, não pode ficar trocando na frente de uma, especialente se a estrela estiver com Analytic. Já peguei muito Tapu Koko desse jeito!
Espero que tenham gostado do capítulo! Será que o time C2 ainda pode se classificar?

Agradeço pela leitura!
Até mais!

Chapter 25: Capítulo 25 – Aqueles que irão para as eliminatórias

Notes:

Olá pessoal! Estou de volta!

No capítulo anterior, Starmie e os outros tiveram que enfrentar um poderoso time que possui alguns dos melhores Pokémon de OU. Era uma batalha difícilima, mas a estrela fez o que pôde para enfrentá-los.
Enquanto isso, Scizor e seus companheiros terão que encarar um time que usa bastante o sol forte em campo.

Boa leitura!

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

A terceira batalha do Grupo A está prestes a se iniciar. O time A1 vai ao campo com Garchomp, Jirachi, Scizor, Tangrowth, Tapu Fini e Thundurus. O time A3 é formado por Charizard, Dragonite, Gastrodon, Mew, Scolipede e Venusaur. Os doze Pokémon estão apostos só esperando a autorização da partida.

- Iniciem a luta! – anuncia Aegislash.

Charizard é o primeiro a entrar e logo ativa a sua mega-evolução Y. Com isso, o sol brilha mais forte lá do céu devido à habilidade do mesmo – agora que eu boto quente! – diz o réptil confiante – rumo à classificação!

- Vai sonhando lagartixa flamejante – Garchomp entra em campo – vocês estão em último para começo de conversa!

A terrestre trata de colocar as Rochas Flutuantes no campo adversário, e o voador dispara uma poderosa Rajada de Fogo. Uma enorme chama em forma de um dai atinge a dragoa deixando sua pele com leves queimaduras - Minha nossa! Mesmo com resistência ao fogo, esse ataque me causou um bom dano!

- Troque comigo, Garchomp! – pedia Tapu Fini.

- Valeu querida! Você deve ser capaz de resistir melhor aos ataques dele! – a terrestre prontamente sai do campo.

Como esperado, Charizard será um oponente perigoso se nada for feito. Os Pokémon do time A1 irão tentar uma estratégia que vai requerer predição para poder abater o ígneo. Tapu Fini leva um dano razoável da Rajada de Fogo.

- Se acham que vão me deter com uma aquática estão enganados! – declara o réptil, que vai preparando um Raio Solar, cujo carregamento é mais rápido quando a luz solar está mais forte.

- Imaginei que você faria isso! – disse a guardiã com um leve sorriso. Ela dá lugar ao Thundurus, que acaba levando o poderoso ataque vegetal.

- Tsc! Saco! Mas vocês não vão se safar se ficarem só nesse troca-troca! – fala o lagarto meio aborrecido.

- Tudo bem! A gente para de trocar! – declara o elétrico enquanto realiza a Dança da Chuva – agora é a nossa vez de atacar agora!

Charizard ainda dispara uma Rajada de Fogo. Porém, como agora está chovendo no campo de batalha, seu ataque de fogo não foi só enfraquecido como também o Thundurus foi capaz de desviá-lo.

“Ferrou, vou ter que sair do campo! Pior que eles colocaram a porra dessas rochas!” para escapar de um Relâmpago de Thundurus, o ígneo não teve escolha senão sair do campo e dar lugar ao Gastrodon. A lesma é imune aos ataques elétricos e saiu ileso ao poder do adversário.

- Humf! Mas pelo menos a lagartixa saiu do campo e na próxima já entra todo ferrado! – Thundurus se convence que já foi um bom avanço em tirar o Charizard do combate, já que ele levará um bom dano na próxima vez que entrar em campo.

- Então é minha chance de usar uma Força da Terra contra esse elétrico? – fala Gastrodon empolgado.

- Não seja idiota Gastrodon! – aconselha Venusaur – não tá vendo que ele é voador?

- Que droga! Esses Pokémon de OU só sabem deixar a situação mais complicada! – resmunga a lesma.

- Aproveita a chuva e use a Água Barrenta ô cabeça de bagre! – o vegetal fica impaciente pela falta de atenção do colega.

Porém não deu tempo pro aquático realizar seu ataque, pois o Thundurus já disparara um poderoso Furacão em direção do mesmo. Ele ficou um bom tempo sendo carregado pela ventania e girando dentro do redemoinho. Quando o fenômeno cessou, Gastrodon tombou e ficou bem tonto, tanto que não conseguiu executar seu ataque.

- Ai... ai... cadê tu Thundurururururu... – Gastrodon estava com a visão embaçada com a cabeça rodopiando. O elétrico aproveitou a deixa para trocar de lugar com Tangrowth para acabar de vez com o aquático.

- Olá lesminha! Pronto para repetir a dose! – provoca a vegetal.

Quando voltou a si, Gastrodon se deparou com aquela que o derrotou cruelmente durante a segunda fase. Isso o deixou apavorado:

- Não! Não vou enfrentar essa megera de novo!

- Afe! Que seja! – Venusaur entra no lugar do companheiro, já que é bem resistente contra movimentos vegetais. O que ele não esperava é que fosse recebido por um Deslizamento de Pedra.

- Ela pretendia pegar o Charizard nesse ataque! Boa jogada! – murmurava o venenoso.

- Droga! Não deu pra pegar a lagartixa na predição! – resmunga Tangrowth.

- Bela tentativa querida! Agora segura essa Bomba de Lodo aí!

Para evitar o ataque venenoso, Tangrowth saiu do campo e deu lugar ao Jirachi que, como é metálico, o veneno disparado pelo oponente não lhe surte efeito.

- Vixe! Esse daí pode ser problemático! Se ao menos tivesse um sol aí! – o vegetal fica temeroso.

- Já vi que vão precisar de mim novamente! – Charizard logo se coloca diante de Venusaur.

- Cara, tá maluco! Olha essas pedras aí! – avisa o vegetal.

No problem! – fala o voador confiante – com uma baforada eu despacho essa estrelinha, assim como o resto desse time! E mesmo se eu não conseguir, você pode aproveitar esse solzão com sua habilidade! – ele ergue o polegar em sinal de “joia” e pisca o olho esquerdo.

Durante essa troca, Jirachi aproveita para realizar o Z-Celebração para elevar todos os seus atributos. Por outro lado, Charizard tem suas asas e costas arranhadas devido as rochas em seu campo.

- Arg! Isso não é nada! – o réptil geme de dor, mas tenta manter a pose.

Só que, com sua velocidade elevada, Jirachi avança rapidamente e desfere uma Cabeçada Zen bem na testa do Pokémon de fogo, que cai desacordado no chão devido ao impacto.

- Charizard está fora de combate! – anuncia Aegislash.

- Isso! – comemora Scizor. Ele era o adversário mais temível do time A3.

- Não pensem que venceram só porque derrubaram o Char! – Venusaur entra novamente em campo. Devido à sua habilidade clorofila, ele consegue se mover bem rápido sob a luz do sol. Foi mais ágil até que o psíquico, conseguido colocá-lo o para dormir com seu Pó do Sono.

- Esses buffs não vão te adiantar nada se estiver dormindo! Ha ha ha! – ria o vegetal.

Mas ele estranha que os outros integrantes do A1 estavam rindo baixinho.

Jirachi avança rapidamente e bate na testa do sapo com sua cabeça. Era uma Cabeçada Zen, um golpe super efetivo que deixa o venenoso inconsciente.

- Venusaur está fora de combate!

- Não acredito que o Venusaur errou o Pó do Sono! – disse Scolipede.

- Ele não errou, olha! – Dragonite repara que Jirachi está flutuando de olhos fechados e roncando – esse disgrama ainda tá dormindo, e mesmo assim foi capaz de atacar o Saur! Como isso é possível?

- Isso é Sonambulismo! – informa Garchomp – como nós já sabemos, Jirachi tem problemas em controlar o seu sono. Por isso resolvemos que seria útil ele ter esse movimento para que possa continuar lutando mesmo dormindo.

- Isso é problemático, devemos acabar logo com ele! – Dragonite entra em campo, já levando dano devido às rochas em seu campo – e lá se vão minhas Multi-escamas!

Ainda dormindo, Jirachi executa uma Cabeçada de Ferro no dragão. Dragonite aguenta o primeiro ataque, mas ficou tão atordoado com o impacto que não conseguiu reagir. Isso o deixou vulnerável para um segundo ataque do psíquico, no qual nocauteou o dragão de vez.

- Dragonite está fora de combate!

- O negócio tá feio! – agora Mew entra em campo.

Jirachi acorda e o efeito do Sonambulo cessa.

-  Uau! Er... não era o Venusaur que tava aqui agora pouco? – pergunta o metálico meio confuso.

- Estava bom o cochilo aí meu caro! – o Pokémon rosa aproveita a desatenção do adversário para usar a Conspiração com finalidade de elevar seu ataque especial.

- Que seja, vamos terminar essa bagaça que eu já estou com soninho novamente! – Jirachi atinge a cabeça de Mew com a Cabeçada de Ferro.

- Arg... não dessa vez... – o psíquico aguenta o golpe e dispara uma Rajada de Fogo contra o adversário, que o deixa em condição crítica.

 - Arr... essa foi boa... só que não foi o bastante para me derrotar! – Jirachi gemia com a ardência das queimaduras, mas ainda foi capaz de repetir o movimento para finalmente derrotar o pequeno Pokémon psíquico.

- Mew está fora de combate!

Jirachi estava gostando de ouvir a plateia gritar “sweep, sweep”. Isso até fez o seu sono passar. Scolipede entra em campo.

- Agora tá na hora de virá o jogo! – declara a centopeia.

- Humf! Mais um pra levar cabeçada! – mesmo debilitado Jirachi avança para o adversário como vinha sendo feito, porém uma barreira de energia o impede de encostar em Scolipede. O inseto usou Proteção e vai ganhando impulso com sua habilidade Acelerador.

- Sei que você usa seu Graça Serena para ter mais chances de atordoar os oponentes com suas cabeçadas! – aponta a centopeia – porém isso não vai adiantar com alguém mais rápido do que você!

O miriápode se ergue e depois bate suas patas com força no chão, causando um Terremoto no campo. Jirachi não foi capaz de resistir ao tremor e cai desacordado.

- Jirachi está fora de combate!

Scizor entra em campo e pega o psíquico nos braços.

- Dessa vez você foi bem!

O Pokémon Desejo ainda se aproveita para se aconchegar no tórax da inseto. Os paramédicos chegam com a maca e Scizor coloca o companheiro nela. E então ela encara o Scolipede.

Os dois insetos realizam Dança da Espada. A centopeia repara que ela não está usando a Mega-evolução:

- Minha linda, parece que tu tá achando que não sou bom o bastante pra você usar sua mega, não é? Pode usá-la e lutar com todas as suas forças. Mas saiba que não há mais como superar minha velocidade!

- Hunf! Não usando a mega estarei poupando nós dois, pois afinal, seria horrível se você se ferisse gravemente. Além disso, você pode estar bem ágil, só que se esqueceu de um detalhe: com meu Soco Pistola, eu não ligo pra velocidade do meu oponente! – responde a metálica.

- É bom não me subestimar gracinha!

Scolipede se ergue para realizar um novo terremoto. Scizor rapidamente pula por cima dele e o golpeia com a garra bem em suas costas. O venenoso não aguentou o impacto e, cuspindo sangue amarelado, tombou no chão.

- Scolipede está fora de combate!

- E quem tu pensa que é pra ficar de gracejo comigo! Hunf! – ela se aborrece com a maneira que o centopeia lhe falava.

Só resta o Gastrodon do time A3. Ele entra em campo bem hesitante pois o time A1 ainda tinha cinco integrantes aptos para batalha.

- Ei Scizor! Eu vou desistir! – decide o aquático.

- Já? Por que?

- Não é óbvio? Você tá buffada e nem ativou a mega ainda! E sem falar que, mesmo se por milagre de Arceus eu te derrotar, ainda tem aquela tribufu vegetal que vai me trucidar vivo se formos batalhar! – ele fala apontando o olhar para Tangrowth.

- Você vai apanhar mais só porque me chamou de tribufu! – fala a planta aborrecida.

Scizor se agacha e coloca sua garra nas costas de Gastrodon em solidariedade a ele.

- Sei bem como é ter uma dupla fraqueza. Eu também fico toda apavorada só de pensar em ficar diante de um Pokémon de fogo.

- Scizor! Isso não é hora de se solidarizar com o adversário! – grita Garchomp – acabe logo com ele!

- Qualé Garchomp! Vamos ter um pouco de empatia, não é? – responde a metálica meio irritada – ou você não sente nada quando está diante de um Pokémon de Gelo.

- É, mas você não teve empatia comigo quando seu crush me atingiu com um Raio de Gelo! – rebate a Dragoa.

- QUÊ? – Scizor ficou bastante constrangida com a declaração de Garchomp.

- Vocês duas, não pode discussões paralelas durante a batalha! – Aegislash chama a atenção.

- Tudo bem Aegislash, eu já estou desistindo da luta mesmo! – fala Gastrodon.

- Tem certeza? – pergunta a espada.

- Sim!

- Gastrodon desiste da luta! Vitória do time A1! – anuncia a juíza – e vão discutir fora daqui!

Mas que Aegislash e Gastrodon não esperavam é que os cinco Pokémon já estavam se abraçando e comemorando a vitória como se nada tivesse acontecido.

- Conseguimos vencer! – disse Scizor aliviada.

- Você foi ótima! – felicita a dragoa abraçando a inseto.

- Mas as pedras que você colocou no começo da partida foram cruciais para nossa vitória! – responde Scizor animada.

- Oxi não iam brigar? – pergunta o aquático confuso.

- Acho que a alegria da vitória fez passar a tensão delas! – afirma a espada.

- Que seja! Não dá pra entender essas fêmeas mesmo! – dito isso, Gastrodon deixa o campo.

- Mas não devemos nos esquecer que o Jirachi foi o grande responsável por essa vitória! – fala Thundurus.

- Sim, vamos para enfermaria felicita-lo! – propôs Tapu Fini.

Os integrantes do time A1 sentiram um grande alívio por ter superado o primeiro dia de combate. Agora é o momento de se concentrarem para as finais.

Nisso, as duas equipes do grupo B entram em campo.

Enquanto a luta ocorria, Zygarde estava no vestuário conversando com o Tapu Koko.

- O senhor... digo... você deve tá bravo comigo por eu ter quase posto tudo a perder na luta anterior, não é? – o elétrico estava meio ressabiado por ter se dado conta daquele erro que causou sua derrota contra o Starmie.

“Não é bem bravo! Mas fiquei meio preocupado!” responde o dragão “você deveria saber que é um Pokémon bem ágil e forte, mas suas defesas não são muito boas. Por isso que você deve evitar entrar em campo para receber golpes direcionados aos seus companheiros. Sua amiga Toxapex, que é uma Pokémon com ótimos atributos defensivos, é quem deve aguentar os golpes pelos companheiros. E pelo visto, ela não ficou nada feliz por você ter tomado aquele ataque psíquico no lugar dela.”

Há poucos metros de distância Toxapex estava observando a conversa deles com a cara bem emburrada. Ainda estava brava por conta da trapalhada de seu amigo.

- Eu sei... – responde Tapu Koko abaixando o tom de voz para não ser ouvido por mais ninguém – é que... – ele sussurra para o terrestre – não quero que a Pex se machuque... ver ela sendo surrada por aquele Pokémon psíquico me deixou bolado.

- Há entendo! – Zygarde repara que pode haver um certo vínculo entre os dois jovens Pokémon alolianos – ao proteger alguém, deve se tomar cuidado em não se colocar em risco também! E além disso, você não evitou que ela se machucasse, pois posteriormente o Starmie acabou derrotando-a também.

- Então no fim eu me sacrifiquei atoa... - suspirou Tapu Koko.

“Pois é... mas não fique assim. Aqui na faculdade ainda podemos errar. Porém, devemos usar isso como aprendizado para que não cometêssemos erros enquanto estivermos realizando o nosso papel para valer!” explica o dragão “você é um jovem promissor, se começar analisar direitinho a situação dos combates e manter a calma, creio que você será um dos melhores Pokémon dessa universidade!”

- Certo! Vou prestar mais atenção nas coisas daqui em diante! – Tapu Koko se mostra mais animado.

“Assim que se fala!” fala Zygarde empolgado “agora falando dos próximos adversários que iremos enfrentar, acho bom você iniciar essa luta também. E já fique com o movimento Insultar para evitar os movimentos de suporte!”

Assim os dois vão planejando e se juntam aos outros membros para se prepararem para a decisiva luta contra o time C1.

A luta entre times B1 e B3 se encerrou. O B1 tem Tyranitar e Excadrill como integrantes e, apesar de não terem mais chances de se classificarem para as eliminatórias, eles triunfaram sobre o time B3, que formado por Weavile, Mimikyu e outros que já tinham enfrentado o time de Landorus na segunda fase.

Logo chega o anúncio do time C1 contra o time C3. E os combatentes vão para o campo.

- Gostei da moral que você deu para Tapu Koko! – disse Gyarados ao Zygarde – eu queria ter essa paciência que você tem com esses garotos.

“No tempo em que eu lecionava, tive que lidar com adolescentes muito piores!” respondeu o dragão.

- Hum... então você já dava aula? – perguntou a aquática interessada.

“Sim, mas falaremos disso em outra ocasião, pode ser? Vamos nos concentrar no combate!” falou a serpente encerrando o assunto. Não queria abalar a sua tranquilidade nesse momento.

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Starmie finalmente acorda e percebe que está novamente na enfermaria. Ele sente as pontas pesadas e seu núcleo martelava de dor. É bem provável que tenha que ficar de atestado novamente.

Zapdos entra no recinto para ver como o companheiro está:

- E aí Starmie, como está?

“Não vou mentir! Meu corpo todo dói, principalmente no núcleo! Nunca estive sob efeito de um veneno tão potente como esse!”

- Pior que a Serperior está na mesma situação! – informa o elétrico – e tem a história que o motivo pelo qual o Blaziken pegou três dias de atestado é justamente por ter sido envenenado pela Toxapex. O veneno da bichinha é tão ruim que mesmo sendo administrado o antídoto corretamente, demora-se um tempo para a vítima se recuperar completamente.

“Que saco! Então mesmo que nos classifiquemos, podemos ter dois desfalques no time...” lamentou-se Starmie “se ao menos tivesse tirado aquelas espículas para evitar o envenenamento de Serperior...”

- Mas acho que, ao menos você se recupera mais rápido dessa, não é? – o pássaro tenta amenizar a situação – seu organismo reage mais depressa a esse tipo de coisa, pelo que eu saiba. E nós ainda podemos ir nas finais. Para isso é necessário que o time C1 vença o C3 com até três Pokémon restantes. E você sabe que o C1 é páreo duro na queda, formado por bastiões da defesa como Chansey e Skarmory.

“Mas nós conseguimos vencê-los!” aponta Starmie “Então por que o time C3 não podia vencê-los também?”

- Não seja pessimista Starmie! Nesse momento eles devem estar lutando, vou dar uma olhada nisso. E comprar um bom lanche para assisti-la pois, pelo visto, será uma batalha bem longa.

Logo, Zapdos sai da enfermaria, passa na cantina para comprar dois pacotes de batata frita e uma lata de refrigerante e vai ao estádio para assistir o combate. Porém, quando chega na arquibancada e começa a beber o refrigerante, ele tão surpreso ao ver o placar eletrônico que cuspiu o líquido que tomava.  O time C3 venceu o time C1 com nenhum integrante derrotado.

- Que porra que aconteceu nessa luta?! – pergunta o pássaro estarrecido.

- Foi um massacre! – respondeu Diancie que assistira a batalha – pelo visto, o povo da equipe C3 prestou bem atenção na nossa primeira luta, pois Zygarde usou o Salveguarda. E aí, ele e os outros se buffaram e desceram o sarrafo contra o pessoal do C1. Mas foi lindo ver a cara de cu que o Gliscor fez ao ter sua habilidade anulada pelo Núcleo Executor do Zygarde.

- Eita, essa queria ter visto! – ria Zapdos – mas a lesma verde praticamente copiou a nossa estratégia na cara dura, é?

- É... e por causa disso, nossa jornada na avaliação de OU acabou! – lamenta Diancie – sabia que não dá pra ficar dependendo de resultado de outros times.

- Pois é! Mas pelo menos vamos ter uma folguinha! – disso o pássaro esticando as asas se espreguiçando. Ele se conforma com o resultado obtido – é vida que segue...

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Não demora muito para que Starmie saiba da desclassificação. Depois de algumas horas de descanso, ele consegue se levantar, mas o núcleo permanece dolorido e tem dificuldades de se mover. Vai andando meio que se arrastando pela enfermaria quando se depara com Serperior deitada em uma das camas.

- E aí Starmie? – chama a serpente com voz amolecida pois estava bem debilitada.

“Serperior!?”

- E então? Fomos desclassificados, não é?

“Sim!”

- Menos mal... pelo menos não vamos ter que desfalcar o time! – suspira a vegetal.

“Serperior... eu sinto muito!”

- Por que?

“Eu fiz você entrar em campo, mesmo com os espinhos venenosos de Toxapex!” se desculpava a estrela “se ao menos tivesse removido eles!”

- Naquele momento não valia tanto a pena! Havia apenas três de nós! Você já tava envenenado e Bisharp era imune! Acho que atacar realmente foi o melhor a ser feito!

“Mas fiz você continuar naquela situação desfavorável! Talvez a desistência fosse a melhor opção...”

- Você me arrastou nessa loucura com você e agora me pede desculpas? Realmente é difícil te entender...

“Me desculpe!”

- Chega dessas lamentações! Sua voz telepática tá me dando dor de cabeça! Tudo que quero descansar, tudo bem?

“Tudo bem! Descanse bem Serperior! Espero que se recupere logo!” antes que leve mais desaforo da serpente, Starmie sai do recinto.

Serperior ficou pensando no que ocorrera em sua luta. O fato de Zygarde ter lhe bloqueado sua habilidade realmente a deixou abalada. Nisso lembranças de sua adolescência lhe passam pela mente.

(Flashback)

Quando ainda era um Servine, enquanto ela treinava seus movimentos com seus pais, uma Serperior e um Seviper, ela percebeu que alguns movimentos que ela realizava apresentavam efeitos diferentes do esperado. Quando realizava o Enroscar, por exemplo, percebia que sua precisão e força ficavam reduzidas ao invés de se elevarem normalmente.

Preocupados, seus pais procuraram orientação médica. Foi aí que souberam que a Servine possuía uma habilidade rara, a Contrário, na qual fazia que os movimentos de mudança de atributo tivessem o efeito oposto ao normal se forem realizados nela.

No começo, isso foi bastante desolador para a jovem Pokémon. Isso significaria que nunca seria uma boa combatente. Seria uma Pokémon medíocre em combates assim como os seus pais. Eles lhe falavam que sua família nunca teve tradição em combates e que ela deve se conformar em seguir uma carreira diferente, longe das lutas.

A jovem serpente não tivera escolha a não ser seguir o conselho de seus pais. Entretanto, quando estava no terceiro ano do ensino médio, durante uma aula de Educação Física, ela acabou disparando, meio que sem querer, o movimento Tempestade de Folhas, um poderoso golpe que diminui bastante o ataque especial do usuário após ser usado. Quando o realizou pela segunda vez, o ataque saiu bem mais forte, deixando o adversário que o recebeu bem debilitado. Pode ter levado uma bronca danada da diretora da escola e dos seus pais. Mas ela ficou bem maravilhada com o feito. Isso lhe abriu as possibilidades.

Ela resolveu treinar e estudar as melhores técnicas para combinar com seu combo Contrário e Tempestade de Folhas. Ela descobriu que seu Poder Oculto é de Terra, o que lhe daria uma ótima cobertura contra os Pokémon de Fogo, Metal e Veneno. Viu que o uso de substituição e de Olhar Penetrante também são uteis ao seu arsenal. Com isso, ela evoluiu para Serperior e se tornou uma Pokémon bastante confiante e meio que arrogante.

Assim, o sonho de entrar na Smogon finalmente se tornou possível.

(Fim do Flashback)

Ainda deitada na cama e com o corpo cheio de dor, ela se lembra do momento que teve sua habilidade bloqueada, voltou a se sentir inútil como era em sua adolescência. Ela pondera se ficou muito dependente de sua habilidade.

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Na recepção da enfermaria, a Starmie se depara com a Gyarados.

- Como está estrela? – pergunta a monstro marinho.

“Meu corpo está bem dolorido!” responde o psíquico “me deram um atestado de três dias, mas acho que fico melhor antes!”

- Acho que para andar de ônibus até a praia deve ser bem ruim nesse estado. Tem carona?

“Agora que me perguntou, tenho não!” Starmie percebe que vai ser duro voltar para casa com o corpo todo dolorido.

- Quer ir comigo? – oferece a aquática maior.

“Que isso... eu não quero incomodá-la!” hesita a estrela.

- Uma vez só não faz mal! Do jeito que está, vai ser melhor do que ir de ônibus! – insiste Gyarados - moramos no mesmo apartamento mesmo!

Ele resolveu não a contrariar e aceitou a oferta. Gyarados sempre teve sua aparência ameaçadora e é uma Pokémon bem séria e, às vezes, temperamental. Porém ela pode ser bem solicita com seus companheiros. A estrela subiu no lombo da Pokémon vermelha e ela começou a voar pela cidade.

- E pelo amor de Arceus, se sentir vontade de vomitar, fale imediatamente para que eu possa pousar a tempo! – impôs a aquática.

“Certo!” diz a estrela um pouco constrangida com o pedido e logo se agarra nas costas da colega.

O sol estava se pondo quando eles chegaram à praia. Gyarados mergulha e vai direto para o prédio submerso em que reside. Ela mora no térreo, que é reservado para Pokémon grandes como ela.

“Obrigado pela carona!”

- De nada! E você foi muito bem na batalha! – elogia a aquática – quase nos vence.

“Você acha?”

- Acho não! Tenho certeza! Realmente você é um mon que não pode nunca ser subestimado! – fala Gyarados – e chegamos bem na hora do povo chegar!

Os colegas de Starmie vem chegando: Tentacruel, Crawdant, Alomomola e Sharpedo. Eles vão logo em direção ao psíquico e percebem que ele não está muito bem.

- Ele está sob efeito de um veneno bem potente! – explica Gyarados – mas ele já foi tratado e agora só precisa de um descanso! Então se me derem licença, preciso relaxar também, pois terei combate amanhã! - Ela sai do saguão em direção a sua residência.

- Eita Starmie! Como se sente? – questiona Tentacruel.

“Meu corpo está meio dolorido!” responde a estrela.

- E aí, vai precisar de algum remédio? – questiona Alomomola.

“Tenho os analgésicos da semana passada!”

- Vamos até seu apartamento, vou fazer uma sopa para você! – propôs a peixe.

Quando Starmie se deu conta, ele estava no sofá de seu apartamento. Enquanto Alomomola e Sharpedo estavam na cozinha fazendo a refeição. Tentacruel e Crawdant estavam acomodados no chão da sala fazendo companhia para a estrela e conversando amenidades.

De repente, Cloyster entra no apartamento:

- Eita, por que o povo tá reunido aqui?

- Só estamos tomando conta de Starmie! – responde a lagosta – ele está baqueado por causa do veneno da Toxapex.

- Eita! Também estou assim! – relata a ostra – ontem eu estava participando em uma avaliação de OU com o professor.

“Sim, o Zapdos te viu voando com o professor!” aponta Starmie.

- E nós estávamos indo bem! – continua Cloyster – damos cabo de vários times. Porém dois times se uniram para nos deter. E nisso, aquele moleque do Tapu Koko acabou eletrocutando o professor e eu. Com isso, meu corpo tá tão meio travado e não consigo me mover direito, por isso ganhei atestado para descansar pelo resto da semana. E o professor acabou machucando a asa com a queda.

- Eita! Também, o professor foi doido em se meter a lutar contra os alunos! – fala Crawdant.

- E sabia que Starmie acabou vencendo o Tapu Koko em uma das lutas da terceira avaliação? – revela Tentacruel.

- Sério!? – disse a ostra surpresa olhando radiante para a estrela – você me vingou!

- Sim! A estrela jogou o moleque para fora do estádio como se fosse uma pluma! – continua a lagosta.

- Pelo visto a estrelinha, mesmo sendo de UU, ainda continua arrasando nas lutas de OU como sempre! – Cloyster continua admirada.

“Eu não diria isso!” disse o psíquico humilde “meu time nem venceu a luta.”

- Mas deitou quatro integrantes do time C3! – fala o água-viva animado – e eles não são pouca coisa não!

- E deixou Gyarados e Zygarde com o cu na mão! Se bem que eles não têm mãos... – fala Crawdant em tom de brincadeira.

Todos riram desta última fala. Não demorou muito para que a sopa ficasse pronta. Alomomola tinha feito para todo mundo. E logo, os seis aquáticos se deliciavam com a refeição.

- Poderia rolar umas cervas para animar a festa! – propôs Cloyster.

- Nem invente! – Tentacruel olhou feio para ela – hoje é só sopa!

Ficaram conversando trivialidades mais um pouco. Tudo para deixar a estrela mais tranquila, já que a mesma teve dias conturbados devido à avaliação de OU. Tentacruel e Crawdant foram lavar a louça. E era umas nove horas quando finalmente resolveram finalizar o encontro.

“Ei Alomomola, ainda sobrou daquela sopa?”

- Sim, por que?

“Poderia dar um pouco para Gyarados? Ela me carregou até aqui em segurança!”

- Pode deixar Starmie que eu dou! – disse a peixe.

“Obrigado!”

Assim que saíram, Starmie tratou logo em dormir. Até que as horas que passou com seus amigos lhe fizeram bem. As dores em seu corpo reduziram muito.

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No dia seguinte, o estágio Metasingle estava cheio com Pokémon de vários estratos que vieram assistir as batalhas finais. Quatro times, vinte e quatro Pokémon, são eles que irão disputar para revelar qual é a melhor equipe da Smogon. O time A1 é formado por Jirachi, Garchomp, Scizor, Tangrowth, Tapu Fini e Thundurus. O time B2 é formado por Clefable, Ferrothorn, Greninja, Heatran, Landorus e Lopunny. O time C3 é formado por Gyarados, Hawlucha, Magearna, Tapu Koko, Toxapex e Zygarde. E o time D1 é formado por Alakazam, Azumarill, Kommo-o, Staraptor, Tapu Lele e Victini.

Todos eles estavam em campo. E em um camarote, aparece o reitor da universidade, o Rayquaza. Com o auxílio de um microfone, ele começa a discursar:

- Bom dia a todos! Primeiramente, eu quero parabenizar esse vinte e quatro Pokémon que batalharam duro para chegar a essa etapa da avaliação. Eu desejo boa luta a todos vocês e que vençam os melhores. Vocês devem saber que esse é o último semestre que estarei no comando dessa instituição. Em dois meses, haverá eleições para um novo reitor. Espero que escolham com sabedoria o próximo que vai está nos guiando pelos próximos quatro anos.

Todos murmuraram. Essa notícia sempre deixa os alunos com muitas expectativas. Como vai ser as coisas sob a direção de um novo reitor?

- Bem, enquanto isso vamos fazer o nosso melhor nos meses que nos restam juntos! – continua o dragão verde. Repentinamente, ele muda de forma, fica maior, surgem garras em volta de sua boca e algumas longas barbatanas amarelas. E uma ventania forte se forma no estágio, deixando os estudantes um pouco assustados. Ele mega-evoluiu, e é um dos pouquíssimos Pokémon capazes de fazer isso sem a ajuda de uma  Mega-pedra.

- Como vocês sabem, eu sou um grande estudioso e entusiasta da Mega-evolução. Esse poder pode se perigoso, mas acredito que podemos conseguir grandes maravilhas com ele e... – CRACK... – ARRRG - escuta-se um grande estalo e Rayquaza geme de dor. Logo, ele desfaz a transformação e coloca as mãos nas costas, que ficaram bem doloridas com essa torsão – estou ficando velho demais para essas coisas.

- Bem feito, seu velho exibido! – murmura Garchomp.

- Que isso Garchomp! É que o Rayquaza é o maior estudioso de Mega-evolução que temos na atualidade! – fala Scizor.

- Se ele estuda tanto a mega-evolução, ele deveria saber que isso faz um mal da porra! – continuava a terrestre.

Enquanto Solgaleo falava sobre as chaves dos combates, Scizor olhava pela arquibancada como se estivesse procurando alguém. Mas não havia nenhum sinal de Starmie. Realmente a estrela não deve estar muito bem e teve que ficar de atestado novamente. No dia anterior, ela até foi procura-la para ver como estava, mas soube pelo Zapdos que foi levada para casa por Gyarados. Ela diz para si mesmo que deve para de pensar nisso por enquanto e se concentrar na luta que está por vir.

“TIMES A1 E B2 PERMANEÇAM EM CAMPO! SUA PARTIDA ESTÁ PRESTES A INICIAR!”

A inseto engole seco. Terá que enfrentar o time que tem o Heatran logo na semifinal.

As duas equipes se posicionam esperando a autorização de Gothitelle.

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GLOSSÁRIO

Rajada de Fogo - Fire Blast

Sonambulismo - Sleep Talk

Coil - Enroscar

Notes:

E no fim, Starmie nem conseguiu se classificar! Relamente não dá pra ficar dependendo do resutado dos outros...

Agora Scizor e companhia terão que enfrentar o time favorito de OU, como eles vão se sobresair?

Agradeço a leitura!

Até mais!

Chapter 26: Capítulo 26 – Lutando contra o desespero

Notes:

Olá pessoal!
Vimos que o time de Starmie realmente foi desclassificado devido ao resultado da luta do time C1 contra o C3. Enquanto isso, o time de Scizor consegue sair triunfante na fase grupos. Agora chegou o dia das eliminatórias, e Scizor terá que encarar o poderoso time B2. E um de seus integrantes e Heatran, um Pokémon que lhe deixou más lembranças durante a segunda fase.
Tenham uma boa leitura!

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Chapter Text

“TIMES A1 E B2 PERMANEÇAM EM CAMPO! SUA PARTIDA ESTÁ PRESTES A INICIAR!”

Ambos as equipes convocadas permanecem no campo, apenas esperando a autorização de Gothitelle.

O ginásio estava cheio. Pokémon de quase todos os estratos estavam nas arquibancadas para assistirem às lutas. Em um dos assentos, estava Gengar. Logo, chegou o Zapdos para sentar ao seu lado.

- Agora que o bicho pega pra valer! – comenta o fantasma.

- O time do Landorus é parada dura! Acho que eles são os favoritos para ganhar essa competição! – fala o pássaro.

- Realmente, é um time bem equilibrado! É forte tanto ofensivamente como defensivamente! Mas vamos ver como a Tesourinha se sai. Vai que rola uma zebra! – deduz Gengar – pois você sabe, ela já foi uma das melhores. Quando quer ela pode virar um monstro!

- Sim, mas acho que o A1, que basicamente é um time de chuva, vai ter problemas nessa batalha! – aponta Zapdos – especialmente com o Ferrothorn.

Em outro lugar, Aegislash também assistirá à luta ao lado de Rotom, que estava na forma de Dex. A espada não poderia arbitrar esse combate, pois alegou aos professores que tinha proximidade com os integrantes do time B2.

- Você poderia estar no lugar do time A1 agora Rotom! – comenta a espada meio aborrecida.

“O time da Scizor é bem forte! Acho que darão trabalho ao time B2! Beep!” disse o elétrico, que está mais atento ao combate que está preste a iniciar. “Ambos os times podem nos dar dados interessantes! Beep!”

- Espero que o time B2 não faça feio nessa luta! Pois estão representando o Conselho Estudantil da Smogon! – disse a fantasma com os braços cruzados.

No campo de batalha, Gothitelle finalmente autoriza o embate:

- Iniciem a luta!

Garchomp e Ferrothorn são os primeiros a entrarem no campo. A dragoa está disposta a preparar o terreno para o combate, portanto, ela começa colocando Rochas Flutuantes no campo do adversário.

- Um movimento bem prudente! – comenta o vegetal. Ele dispara alguns grãos em direção à Garchomp. São sementes, que germinam rapidamente e diversas vinhas se enroscam nas pernas da terrestre. Alguns ramos penetram em sua pele e começa lhe sugar a energia.

- Saco, você vem com as Sementes Mortais! – a dragoa sente suas forças se esvaziando pouco a pouco. Os ramos em seu corpo vão se estendendo pelo campo até o Ferrothorn, que recebe a energia recolhida pelas sementes. Ela tenta infligir dano ao adversário com o Terremoto. Porém o vegetal ergue um campo de força com a Proteção, evitando que o tremor do solo o abalasse. E mais energia é sugada de Garchomp.

- Tcs! Como sempre, um oponente chato de se enfrentar! – resmunga a dragoa.

- Troque comigo! – pedia Tangrowth.

Garchomp atende ao pedido da colega. Assim que a vegetal entra em campo, ela recebe uma chicotada que emite uma pequena corrente elétrica.

- Arg! Que saco, já me recebe com Onda Trovão! – Tangrowth sente seu corpo meio rígido devido à corrente elétrica percorrendo seu corpo.

- Humf! Um bom combatente deve prever o movimento do adversário! – fala o metálico – você mesma anuncia que deseja entrar no campo, pois acha que nada pode lhe acontecer só porque é imune a Semente Mortal!

- Seu maldito! Você vai ver só e... arg! –a Pokémon vinha não consegue se mover. Ferrothorn aproveita e deixa o campo, dando lugar ao Greninja. O sapo se machuca um pouco com as rochas em seu campo.

- Muita ousadia um aquático entrar diante de uma vegetal!

- Você é que tem que se preocupar consigo mesma! – o aquático aponta o dedo para Tangrowth.

- Eu posso muito bem aguentar um raio de gelo!  - ela ficava aposta para receber o golpe do adversário. O sapo atrai para si um monte de entulho, formando uma espécie de esfera de lixo impregnado com uma substância tóxica roxa. Ele a dispara contra Tangrowth, que leva um massivo dano do poderoso movimento venenoso Tiro de Sujeira. Ela cai no chão.

- Acho que isso foi demais pra plantinha! He he! – zomba o sapo. Seu braço está impregnado de veneno, mas isso parece não o afetar. Ele fica um pouco atordoado, pois está usando o Orbe da Vida, que aumenta a força de seus ataques ao custo de um pouco de sua saúde. Porém é surpreendido por vinhas que envolvem o seu corpo. E sua energia é sugada.

- Até que você persistente! – ele diz com um sorriso no rosto – pelo visto gosta de sofrer!

- Agora você vai recuperar minha saúde... – com um esforço descomunal, a vegetal se reergue.  O veneno vai corroendo suas vinhas. Ela tenta recuperar a sua saúde sugando a energia do Greninja com o Giga Dreno. Porém ela sente que o movimento não está sendo tão efetivo contra o adversário.

- Você deve saber que minha tipagem muda de acordo com o movimento que uso! – lembra o sapo, com um olhar malicioso.

- Por isso que sinto como se tivesse atacando um Pokémon venenoso! – Tangrowth se recorda que a habilidade de Greninja é Multi-tipo, que lhe permite mudar seu tipo de acordo com o movimento que irá desferir.

Ela decide sair do campo por um tempo. Garchomp entra em seu lugar. Porém, antes que pudesse fazer alguma coisa, é atingida por um Raio de Gelo. A dragoa cai toda trêmula no chão.

- Ai... que frio... – Garchomp abraça a si mesma, esperando que seja tirada do campo.

- Garchomp está fora de combate!

- Queria finalizar a Tangrowth com o gelo. Mas valeu por me garantir essa vitória! – disse o sapo malicioso. Sua mão direita agora está envolta com uma fina camada de gelo.

- Hunf! Esse pessoal deve saber que ao enfrentar o Greninja, não estará diante de um Pokémon aquático noturno, e sim de um que pode ter vários tipos. Isso graças a sua habilidade Multi-tipo! – comenta o Landorus, que observa calmamente a luta do campo de espera.

- Nós temos que nos manter calmos! – fala Scizor enquanto entra em campo. Ela diz isso tanto para os seus companheiros quanto para si mesma.

- Finalmente entrou vermelhinha! Vai nos mostrar a Mega hoje? – desafia Greninja.

- Sua habilidade é ótima para suas funções ofensivas Greninja! Mas ela é uma faca de dois gumes! – Scizor avança para desferir o Soco Pistola, aproveitando que o sapo está como um Pokémon do tipo gelo. Porém, Greninja rapidamente sai do campo e Heatran entra em seu lugar. O metálico recebe o golpe de Scizor, o que lhe causa apenas um pouco de dano. E ele segura a garra dela.

- Acha que nós não sabemos disso? – fala o sapo agora no campo de espera.

- Covarde! – Scizor já se treme por estar diante do Pokémon que estava lhe ameaçando no dia anterior. Ela sacode o braço para se libertar de Heatran. Este percebe o medo da inseto:

- Que foi querida? Ainda pensando sobre o que te disse?

- Nem vem... nem vem com isso covarde! – Scizor tenta disfarça seu nervosismo. Dessa vez ela tem a sua disposição um movimento lutador para que possa ter alguma chance contra o ígneo metálico. Entretanto, ela ainda não encontra coragem para enfrentá-lo.

Vendo que a inseto estava trêmula de medo, Tapu Fini entra no lugar de Scizor. E ainda segura um Lança-chamas do adversário.

- Você não vai fazer nada contra a Scizor enquanto eu estiver aqui! – anuncia a guardiã. Ela desconfia que Heatran possa estar usando métodos sujos contra a sua companheira. Scizor não só está sendo intimidada pela força dos adversários, como também está tendo uma grande pressão psicológica.

- Isso não vai ficar assim! – Heatran sai do campo meio contrariado. Tapu Fini tenta abater o ígneo com a Água Barrenta. Porém é Ferrothorn que absorve o golpe aquático, quase não recebendo dano.

O vegetal dispara as Sementes Mortais contra a aquática. Tangrowth entra rapidamente em campo para segurar as vinhas que iam se germinando e as esmaga com as mãos.

- Tangrowth, você está bem ferida! Pode lutar desse jeito? – pergunta a aquática preocupada.

- Nesse momento, sou a melhor para enfrentar o Ferrothorn! – diz a vegetal meio ofegante – as sementes mortais não me afetam e eu recuperei um pouco minha saúde com a minha habilidade Regeneração. Sou a melhor a opção para enfrentá-lo nesse momento.

- Quero ver como vai me enfrentar toda baqueada desse jeito! – debocha o metálico vegetal.

- Irei te deter com isso... arg... – a Pokémon vinha sente a dificuldade de se mover. Enquanto isso, Ferrothorn ergue a sua barreira de proteção.

- Assim, vai me deter estando parada desse jeito? He he! – diz o vegetal enquanto dá uma risadinha.

- Ria enquanto pode carrapicho! – furiosa, ela avança para desferir o Quebra Tijolo, mirando na cabeça do macho. Ela acerta o golpe em cheio, finalmente lhe causando um dano considerável. E também ela vê seiva saindo do topo dele. Porém ela sente também uma intensa dor na mão que o golpeou, observando sua seiva saindo dela. Ela se machucou devido à habilidade do Ferrothorn, Espinhos de Ferro, que devido ao corpo coberto de espinhos, o adversário que lhe tocar vai levar dano. E ainda ele estava usando um Capacete de Rocha, que também causa dano àqueles que lhe agredir.

- O que acha querida! Deve tomar cuidado ao me golpear! – ele finalmente resolve atacar diretamente. Ele gira o seu corpo freneticamente e avança para a fêmea para desferir a Bola Giratória. Ele a empurra se enroscando e tentado levá-la para fora do campo. Porém, Tangrowth o empurra de volta, fazendo ele recuar um pouco e perder a força do giro.

- Isso nem vai me fazer dano! – diz a vegetal meio ofegante – isso funciona melhor contra Pokémon rápidos. E não estou tão ágil graças à paralisia que você me infringiu.

- Hunf, devo admitir que este é meu único meio de realizar ataques diretos no momento. Mas mesmo assim, ainda é o suficiente para te derrubar. Você deve está bem exausta! Quanto tempo vai aguentar contra mim?

- Quanto tempo for necessário para eu te surrar! – ela avança para golpear o adversário novamente. Só que ele usou Proteção para evitar o golpe.

- Seu filho da puta... arg! – Tangrowth novamente é afligida pela paralisia. Ferrothorn aproveita para desferir novamente a Bola Giratória, e derruba a adversária por alguns metros de distâncias.

- Olha o linguajar ai minha cara! – repreende o Ferrothorn – estamos no meio de um combate, que é parte de um importante evento da universidade. Você perdendo a compostura em uma luta como essa mostra que você não é digna de estar participando desse evento.

- À merda essa compostura! – diz a vegetal furiosa, se levantando com certa dificuldade – tudo que quero é te ver destroçado!

Ela tenta novamente golpear o adversário. Ele novamente evita com a Proteção.

Enquanto isso, Rotom vai assistindo e gravando a luta.

“Ferrothorn até que está indo bem nesse embate! Beep!”

- Ferrothorn vem de uma tradicional família de exímios e disciplinados combatentes! – comenta Aegislash – e ele é um Pokémon bem dedicado, disciplinado e honrado! Realmente ele é um aliado bem valioso!

No campo de combate, Ferrothorn observa que Aegislash estava assistindo a luta “observe-me Aegislash. Você vai ficar impressionada com o que sou capaz de fazer. Ninguém desse time pode me deter. Talvez depois das avaliações, eu posso te contar que eu...”

Seu pensamento é interrompido com um golpe em cheio de Tangrowth.

- Finalmente... ai ai minhas vinhas! – a vegetal finalmente acerta mais um ataque no adversário. Só que ela segura seu pulso dolorido, encharcado de seiva. Ferrothorn revida com mais uma Bola Giratória.

- Um ataque... Apenas mais um ataque... Talvez eu não seja mais capaz de lutar depois dessa. Mas ao menos elimino de vez esse embuste... – murmura Tangrowth ofegante, mal se aguentando com a dor, e seu corpo está bem letárgico devido à paralisia.

Porém Ferrothorn também começa a sentir o desgaste da batalha. Ele sabe da possibilidade de cair no próximo golpe da adversária – talvez seja melhor sair por um tempo – ele resolve sair do campo, em seu lugar entra Landorus.

- Vai fugir covarde! – diz a vegetal frustrada. Ela se depara com o olhar ameaçador do terrestre. Ele a intimida, deixando-a imóvel e com menos gana para atacar.

E o felino coloca as Rochas Flutuantes no campo, enquanto Tangrowth ainda tenta se mover, mas seu corpo permanece endurecido devido à corrente elétrica e à dor. Então, Landorus finalmente resolve atacá-la com a Volta em U. Mas Scizor entra em seu lugar a tempo de defender a companheira.

- Humf... poderia deixar esse peso morto ser eliminado da partida! – falou o terrestre enquanto sai do campo.

- Não fale assim de alguém que está se esforçando na partida! – responde a inseto.

Greninja entra em seu lugar.

- Dessa vez eu devo concordar com o Lando! – continua o sapo – mas acho que você está na mesma condição da plantinha...

- O quê quer dizer seu imbecil! – diz a inseto aborrecida. Mas ela respira fundo e tenta se acalmar. Não deve cair na provocação deles. Ela usa o Dispersar para retirar as Rochas Flutuantes. Irá tirar também as que estão no campo adversário. Porém seu time não pode se dar ao luxo de ficar levando dano residual nas trocas.

Greninja aproveita que a inseto está removendo as armadilhas para sair do campo. E com isso, Heatran fica novamente diante de Scizor.

- Olha eu aqui de novo, querida! – disse o Pokémon magma provocativo.

- Vai à merda, monte de larva nojento! – hesitante, Scizor acabou saindo do campo, e Tapu Fini entrou em seu lugar. A aquática acabou recebendo um disparo de Canhão Brilhante.

- Na próxima ela não escapa! – fala o ígneo bem baixinho enquanto sai do campo. Clefable entra. Enquanto isso, Tapu Fini eleva seus atributos com a Mente Calma.

A guardiã ergue uma enorme onda de Água Barrenta para tentar carregar a fada para fora do campo. Mas a adversária aguenta bem o movimento e se levanta rapidamente após as ondas passarem por ela.

- Oh oh oh! Que coisa boa é que consigo ignorar os seus buffs com minha habilidade! – debocha Clefable. Ela resolve juntar as mãos como se tivesse rezando.

- Hunf... mas isso não importa! – declara a aquática – ela dispara um Força Lunar contra a adversária. Mas antes de ser atingida, Clefable sai do campo e Ferrothorn entra para receber o golpe.

- Entrou o chatinho de novo! – murmurou a aquática – mas ele levou bastante dano durante a batalha, dá para derrotá-lo agora.

O que Fini não esperava é que uma luz surgiu em volta de Ferrothorn. Com isso, o vegetal recupera boa parte de sua vitalidade e alguns dos seus ferimentos se fecham.

- QUALÉ! – grita Tangrowth irritada do campo de espera – depois de tanto trabalho que tivemos para bater nesse desgraçado!

- Valeu pelo Desejo Clefable! – disse Ferrothorn agradecido.

- Então esse carrapicho quer mais! – Tangrowth ia entrar em campo, mas foi impedida por Jirachi.

- Espere Tang! Você ainda está muito debilitada! E eu também tenho uma arma secreta contra o ferrinho!

Jirachi entra sendo impregnado pelas Sementes Mortais. Ele não liga para isso e ativa o seu cristal para realizar o Z-Celebração para elevar os seus atributos. Ferrothorn responde com a Onda Trovão, paralisando o psíquico. E as sementes lhe sugam a energia.

O vegetal ergue a parede de Proteção, realizando sua estratégia de infligir dano indireto ao adversário. Porém ele observa que Jirachi avança rapidamente com seu punho em chamas. Ele coloca toda força em sua barreira para não levar o Soco de Fogo. Ferrothorn é extremamente vulnerável a movimentos de fogo.

- Quem diria que um deles teria um movimento de fogo! – resmunga o vegetal bem baixinho – Heatran, ajuda aqui!

Atendendo ao pedido do colega, Heatran entra e recebe o Soco de Fogo. Isso ativa sua habilidade Fogo Acesso, que eleva o poder de seus ataques de fogo.

- É meio inesperado que alguém dessa equipe tenha movimento de fogo! – fala o ígneo – é uma pena que eu esteja aqui justamente para contra-atacar isso!

- Saco! – resmunga o psíquico – mas também posso acabar com sua raça e arg... – Jirachi tenta se mover em direção ao Heatran. Porém, devido à paralisia, ele acaba caindo no chão.

- Ah ah ah! Patético! – disse o magma, antes de disparar um Lança-chamas que debilita o psíquico.

- Jirachi está fora de combate!

Agora é Thundurus entra em campo. O elétrico resolve invocar a chuva no estádio. Heatran sai para dar lugar a Landorus.

- Vixe! Agora é disputa entre os irmãos! – comentou Clefable.

Os dois voadores se encaram. Landorus lança o costumeiro olhar intimidador. Aparentemente, isso não afeta o Thundurus.

- Landuros, eu vim preparado para te vencer! – declara o voador azul – ele dispara o Poder Oculto de Gelo. O terrestre sente o frio lhe arrepiando pelo corpo e cai no chão.

Vendo o irmão caído dá uma sensação mista de satisfação e preocupação ao Thundurus. Ele queria vencê-lo. Entretanto, temia que isso fosse demais para o terrestre:

- Ei Landorus... ei macho! Tu tá bem?

Aí ele é surpreendido por Rochas Afiadas atingindo o seu corpo e o derrubando de seu voo.

- E... e eu me preocupando à toa... – resmunga Thundurus antes de apagar.

- Thundurus está fora de combate!

- Se tivesse usado a Conspiração, talvez teria me vencido! Ao invés disso, perdeu tempo colocando essa chuva! – dizia Landuros. Ele respirava ruidosamente enquanto olhava para o seu irmão, que é levado pela equipe médica.

Agora Tangrowth volta ao combate. Ela se recupera um pouco com sua habilidade Regeneração.

- Agora quem é o peso morto agora, Landorus? – a vegetal ainda provoca o terrestre, que está severamente debilitado devido ao gelado ataque de Thundurus.

- Se ponha no lugar, seu monte de vinhas! – o felino usa o Volta em U para sair do campo e deixar a vegetal em estado crítico. Tangrowth ainda se esforça para realizar um movimento. Ela ia usar o Terremoto para possivelmente pegar o Heatran de surpresa. Porém o movimento não saiu. Ainda está entorpecida pela paralisia. E é Lopunny que entra em campo.

- Acabou pra você feiosa! – ela ativa sua Mega-Pedra de seu colar e muda sua forma. A coelha logo usa o Fingimento para abater de vez a vegetal.

- Tangrowth está fora de combate!

Scizor entra em campo. Agora é a vez dela de finalmente mega-evoluir. Ela sabe que vai ser necessário usar a Dança da Espada para ter poder suficiente para vencer a coelha. Porém surgem chamas no punho de Lopunny. Ela rapidamente avança na metálica e atinge um Soco de Fogo em seu tórax. Isso a derruba no chão.

Scizor coloca a garra em seu peito, desesperada. Ela respira ofegante. Seu tórax estava marcado pela queimadura e doía muito. Ela só não foi nocauteada devido a sua Mega-evolução lhe fornecer mais defesa, e também à chuva que Thundurus invocou, que reduziu bastante o dano que o fogo lhe causou.

- Que foi querida? – debocha Lopunny – tava quente demais?

- AIIIIIIII... DOEU, SUA MEGERA! – mesmo assustada, ela rapidamente se levanta e reuniu toda sua força restante para socar o estômago da adversária com o Soco Pistola. A coelha acabou cuspindo sangue e ficou com os olhos arregalados. Ela despencou no chão e sua transformação foi desfeita.

- Lopunny está fora de combate!

Novamente Heatran entra em campo.

- Que coisa chata é essa chuva, não é mesmo Scizor? – o ígneo puxa a conversa.

- Não vem com papinho Heatran! – fala a inseto receosa.

De novo esse Pokémon de fogo vem ao seu encalço. No momento estava chovendo, e Scizor estava com o Super Força, um movimento lutador capaz de derrubá-lo. Mas ela estava paralisada. E não era por efeito do Onda Trovão, já que nem tinha recebido esse golpe. Era o medo. Nesse momento, Heatran estava representando tudo o que ela mais temia.

- Scizor! Você tá bem? – Tapu Fini lhe chamava a atenção.

Mas a metálica não se movia.

- Isso é mais sério do que eu imaginava – a fada se preocupa – Scizor, saia daí! – ela resolve entrar no campo de batalha. Com essa chuva, Heatran não terá a menor chance contra ela.

Porém Heatran esperava por esse ato de Tapu Fini. Ele usa uma pulseira com um cristal verde. Era o Grassium Z. E ele ativa o seu poder.

- Ah ah ah! Caiu em minha armadilha Fini! – gargalhava Heatran – agora aprecie um movimento típico de sua terra natal!

Quando Tapu Fini se deu conta, várias flores surgiram em volta dela e que emanavam uma energia amarela. A guardiã sabia que já não tinha escapatória. Essa energia se juntou ao redor da aquática e lhe causou um massivo dano. Isso também lhe ocasionou queimaduras na pele. Era o Z-move Explosão Floral.

- FINIIIII! – Scizor grita desesperada.

A fada cai inconsciente no chão.

- Tapu Fini está fora de combate!

- He he he! Agora só sobrou você Scizor! – ria Heatran.

E para piorar, a chuva cessa.

- Agora você, mesmo com a Mega-evolução, não poderá fazer mais nada! Além de mim, ainda restam quatro Pokémon do meu time! Ninguém pode te ajudar agora! – O ígneo lhe lançou um intenso olhar mailicioso.

Scizor se ajoelha desolada. Por sua culpa, por causa do seu temor, Tapu Fini foi severamente ferida e derrotada. Seus companheiros deram duro no combate e tudo que ela fez foi fugir de Heatran e de seus medos. Ela poderia ter, ao menos, tentado atacar o adversário. Mas não, fugiu e pôs a perder todo o esforço de seus companheiros.

- Eu me rendo! – anuncia a inseto, fazendo de tudo para segurar o choro.

- Tem certeza? – pergunta Gothitelle.

- Por favor, acabe logo com isso! – implora Scizor.

- Scizor desiste! Vitória do time B2!

Ao ouvir esse anuncio, a inseto desfaz sua transformação e simplesmente sai correndo do campo.

- Chore querida! Chore! He he he!– Heatran ainda zomba do ocorrido.

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Estava próximo da hora do almoço. Deitado no sofá, Starmie ainda estava com o núcleo dolorido. Colocava um pano úmido sobre a joia para aliviar um pouco a dor. A estrela estava pensando no que poderia comer no almoço. Tinha alguns copos de miojo guardados.

Seu celular apita lá da mesa. A estrela usa a telecinese para trazer o aparelho para si. Até o uso dos poderes psíquicos causava dor em seu núcleo. Era Gengar que o chamava em um aplicativo de mensagens.

Quartz: Oi Gengar!

Sam: Oi Starmie, como tá?

Quartz: Meu núcleo tá em tempo de estourar! Mas tô de boa! Tá vendo as partidas?

Sam: Sim, agora só falta a final! Vai ser o time do pessoal do Landorus, contra o time do Zygarde.

Quartz: O time do Landorus era meio que esperado! Mas então isso quer dizer que a Scizor perdeu as semi?

Sam: Exatamente. A equipe dela enfrentou o time do Landorus!

Quartz: Como foi a luta?

Sam: Vixi, foi uma luta bem dura pro pessoal do A1! Ferrothorn aguentando os ataques, o Greninja tendo cobertura com sua habilidade Multi-tipo, Heatran espantando a Scizor. Ou seja, mais do mesmo.

Quartz: E como está a Scizor?

Sam: Ela até chegou a levar um golpe de fogo da Lopunny. Mas estava chovendo no campo, então não deve ter sido muito grave. Mas depois que todos os outros integrantes do time dela foram derrotados, ela simplesmente desistiu da luta.

Starmie se preocupa com essas informações. Scizor não é de se entregar facilmente em um combate. Ele sente que algo grave pode estar acontecendo com ela.

Sam: Está todo mundo comentando sobre esse desfecho. Uma aluna, que já foi uma das mais fortes de Smogon, simplesmente correu do ginásio. Depois disso, ela chamou o seu pai e foi para casa.

Quartz: Realmente, isso que você me disse é meio preocupante!

Sam: Mas foi o melhor que ela tinha que fazer. Ela estava diante de um Pokémon de fogo. Ele poderia causar um dano bem grave nela. Acho que logo ela se acalma e se dá conta que foi o certo a se fazer. Mas e aí Starmie, qual time você vai torcer pra ganhar?

A estrela ponderou um pouco. O time de Landorus tem o Greninja, um Pokémon que sempre faz da sua vida um inferno. Por outro lado, Zygarde até que foi bacana com ele uma vez. E o dragão é um adversário bem respeitável.

Quartz: Acho que torço pro C3.

Sam: Pros caras que te venceram?

Quartz: Sim, seria até confortante em saber que eu perdi para o time campeão.

Sam: Ok, os resultados finais das avaliações de OU só vão sair segunda-feira.

Quartz: Então estarei aí segunda!

Sam: Certo, então até mais e se cuide!

Quartz: Valeu! Até!

Depois da conversa, a estrela fica pensativa em relação à Scizor. Ver que sua amiga também passa por dificuldades em OU o deixa bem apreensivo. Será que deve falar com ela quando retornar à universidade?

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Como esperado, o embate final entre os times B2 e C3 foi algo inesquecível para aqueles que o assistiram. Todos os integrantes davam o máximo de suas habilidades, nunca facilitando para o adversário.

Depois de quarenta minutos, apenas três Pokémon se mantinham em pé. Landorus, Ferrothorn e Clefable. Os integrantes do time B2 que restaram na batalha. Os três estavam bem exaustos, mas contentes por finalmente terem saído triunfantes dessa batalha.

- Vitória para o time B2! – anunciou Solgaleo, que arbitrava essa luta.

- Finalmente, acabou! – suspirou Clefable aliviada.

- Esse pessoal era bem forte! Lutou em pé de igualdade contra a gente! – comenta Ferrothorn.

- Clefable, sua habilidade Ignorar foi crucial nessa luta! – Landorus coloca a pata no ombro da fada para felicitá-la.

- Foi sim! Esse povo era bem ofensivo e abusam da Dança do Dragão! Pena que isso não funciona com a moar aqui! – fala Clefable orgulhosa.

- Meus parabéns, pessoal! – vinha Aegislash batendo palma.

- Você viu como lutamos bem? – pergunta a fada empolgada.

- Sim! Todos vocês foram incríveis!

- A Toxapex deu um pouco de dificuldade pra gente! – admite Ferrothorn – ainda bem que Landorus conseguiu dar cabo dela!

- Bem, o importante que finalmente nós demos o troco para eles, que tinha nos passado a perna na segunda etapa! – afirma o terrestre.

- Ei Aegislash, nós vamos comemorar no Bar Florestal hoje à noite! Quer ir com a gente? – convida Ferrothorn.

- Obrigada, mas vou recusar o convite! Esse tipo de comemoração é só com os integrantes do time, não é Landorus?

Ferrothorn ficou meio desanimando com a recusa de Aegislash. Já Landorus suspirou aliviado. Ele não queria estragar sua alegria tendo que festejar junto com a Pokémon fantasma que, no fundo, não suporta.

- Mas na sexta da próxima semana é meu aniversário! Vocês estão convidados para a festa que ocorrerá em casa! – propõe Aegislash.

Horas depois, houve uma cerimônia de encerramento da avaliação de OU. O time vencedor estava em um pódio. Cada um dos membros recebeu uma medalha em reconhecimento da sua atuação durante a avaliação. Rayquaza fez um discurso motivacional. Os professores e os alunos fingiram escutá-lo atentamente. Com isso, finalmente se encerram as avaliações de OU.

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Já era quase noite quando Starmie recebe mais uma ligação de Gengar.

Sam: Starmie, você é um pé frio, ou melhor, “ponta fria”!

Quartz: ?

Sam: Você não tava torcendo pelo time C3?

Quartz: Sim! Por quê?

Sam: Pois eles perderam! O time B2 se consagrou campeão!

Realmente era um Pokémon azarado. Tão azarado que sua torcida azarou até o time para que torcia.

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Glossário

Tiro de Sujeira - Gunk Shot

Bola Giratória - Gyro Ball

Desejo - Wish

Super Força - Superpower

Explosão Floral - Bloom Doom

Notes:

Pronto, com esse final meio amargo, esse foi a conclusão da terceira fase da avaliaçãode OU! Próximo capítulo vamos ver o aftermath desse arco. Depois, vai ter um mini arco envolvendo os antagonistas dessa história. E depois disso, irei dá o início ao próximo arco dessa fic! Fiquem antenados!

Espero que tenham gostado das lutas! Obrigada pela leitura e até a próxima! ;)

Chapter 27: Capítulo 27 – Tier Shift II

Notes:

Olá gente! Esse capítulo vai encerrar o arco de OU! A avaliação acabou e agora iremos saber de alguns de seus resultados.
Apesar desse capítulo ser relativamente mais tranquilo, ele pode abordar um pouco de temas sensíveis. Estejam avisados!
Tenham uma boa leitura!

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

Depois de um fim de semana de descanso, Starmie finalmente se sente melhor e comparece ao campus na segunda feira. Muitas coisas estão passando em sua mente. Tem o resultado da avaliação que pode sair nesse dia. Mas isso não é importante agora. Muito provável que não tenha pontuação suficiente para ser promovido. Entretanto, sua prioridade é encontrar a Scizor e saber como ela está. Tentou falar com ela pelo telefone, mas apenas recebeu uma resposta em que ela está meio indisposta e que se falariam segunda feira. Isso o deixou preocupado durante o fim de semana, e agora que voltou para as aulas, a estrela tratou logo de criar coragem e procurar pela inseto.

Mas um inseto diferente o encontrou primeiro: era a Volcarona. Com certeza veio cobrar sua parte da promessa. Mal pisou no campus e os problemas já começam a aparecer. Com certeza queria saber sobre o que acontecera no Bar Florestal a mais de três semanas.

- Bom Dia Starmie! – cumprimentou a mariposa se fazendo de radiante.

“Bom Dia Volcarona!” respondeu Starmie meio aborrecido “bem, sobre aquele nosso trato...”

- Ah! Aquele trato! – interrompeu Volcarona – eu mudei de ideia! Não precisa me dizer mais nada! Ao invés disso, que tal comprar um produto dessa revista?

Ela lhe entrega uma revista de uma famosa marca de produtos de beleza que é especializada em Pokémon de diversos biotipos como insetos, peixes e invertebrados marinhos, os considerados Água 3. Starmie percebeu que Volcarona está priorizando a sua necessidade de juntar dinheiro para pagar os prejuízos que causou no Bar Florestal do que saber a verdade sobre o Venomoth.

“Ai Volcarona... não sei o que comprar pra mim!” disse o aquático indeciso enquanto foleava a revista com sua telepatia.

- Você pode começar com essa loção que é apropriado para Pokémon marinhos como você! – ela mostra a foto de um produto que é segurado por uma modelo que é uma Crawdant – esse produto é apropriado para epiderme de Pokémon Água 3 como Cloysters, Kinglers e Starmies. Você é de uma espécie bem bonita! Por isso seria bom você se cuidar melhor para que todo mundo perceba a sua beleza.

A estrela pondera um pouco. Talvez seja melhor comprar algo da mariposa. Com isso, talvez ela o deixe em paz e esqueça da ideia de perseguir as coitadas que caíram na lábia do Venomoth. E pelo visto, o produto não é muito caro. Talvez dê para experimentar dessa vez.

“Então levo esse mesmo!” respondeu Starmie.

- Sério?! – a mariposa estava esperançosa pelo negócio – mais alguma coisa além disso?

“Não! Só isso mesmo!”

- Certo! Me pague semana que vem quando eu trouxer o produto, tudo bem? Ah, fale com a Cloyster também! Talvez tenha algo do interesse dela! E com Crawdant e Tentacruel também! Temos produtos que podem interessar aos machos.

“Pode deixar!”

- Foi uma boa escolha Starmie! E lembre-se que nós insetos gostamos de uma epiderme bem lustradinha e brilhante! – diz Volcarona piscando o olho.

“O que quer dizer com isso?” pergunta a estrela intrigada.

- Até mais! Sua loção chega semana que vem! E obrigada pelo pedido – ela se despede e se afasta do aquático.

Scizor chega ao campus um pouco depois de Starmie. Ela logo observa a estrela e Volcarona juntos na praça, foleando uma revista de uma marca de produtos de beleza que é bastante conhecida e usada pela metálica. Ela sorriu achando graça pelo fato da mariposa está tendo coragem de vender esse tipo de coisa para Starmie que, pelo o que ela saiba, não é muito interessado em cuidar da aparência. Mas ele já é bonito do jeito que é, imagine se começar a se cuidar melhor...

Só que ver seu amigo ocupado deixa a inseto meio aborrecida. E logo com a Volcarona. Queria estar perto dele para se sentir mais segura. Ainda está temerosa pelo que aconteceu na semifinal da terceira avaliação. Quando chegou em casa, foi direto para o seu quarto e não saiu de lá até a manhã de hoje. Com certeza isso deixou o seu pai bastante preocupado. Não compareceu à faculdade na sexta feira. Durante o período que ficou em casa, recebeu uma ligação de Starmie e várias de Heracross. Só respondeu que estava indisposta e que voltaria segunda. Agora está aí, na universidade, mas ainda bem nervosa. E o que os outros integrantes do time dela estariam pensando dela? Depois de fugir da luta feito uma covarde? Na melhor das hipóteses, bastante decepcionados.

Ela vai caminhando bem devagar pelo campus. Ela espera que Heracross não apareça com um monte de perguntas. Ela reza para que chegue na sala de OU sem que se encontre com a besouro. Porém, no caminho, algo pior acontece. Três Pokemon que estavam sentadas em uma mesa da cantina começaram a lhe chamar freneticamente. Eram Tapu Fini, Tangrowth e Garchomp, suas companheiras de time.

- Scizor venha aqui! – elas estavam acenando.

Queria correr daí. Mas não queria se mostra mais covarde do que já é. O jeito é ir até elas e se preparar para a bronca.

- Scizor pode se sentar aqui! – disse Tapu Fini lhe oferecendo um lugar.

- Calma Scizor! Não vamos brigar com você se é isso que está achando! – Garchomp, vendo que a colega estava meio nervosa e retraída, tratou logo de tranquilizá-la.

A inseto senta perto das colegas. Mas quando se aproxima de Tapu Fini, ela repara que a aquática estava com curativos envolvendo os braços, o tórax e o rosto. Com certeza são ferimentos causado pelo Z-move que levara naquela luta para protege-la. Vendo isso só deixou a consciência de Scizor mais pesada.

- Não se preocupe Scizor, esses ferimentos já se cicatrizaram! Em breve estarei bem melhor! – disse a guardiã amenizando a sua situação.

- Mas nós ficamos preocupadas com você Scizor! – explica Garchomp - soubemos que você saiu correndo da arena abalada. Nós sabemos que você não costuma fazer esse tipo de coisa. E a Fini desconfia que Heatran pode estar por trás disso.

- Sim, eu percebi que você ficava bem apavorada quando estava diante do Heatran – continuou Tapu Fini – tudo bem que você é bem vulnerável ao fogo. Mas reparei que ele ficava murmurando certas coisas que te deixava bem assustada. É como se tivesse te ameaçado ou coisa do tipo.

- Pois é... – Scizor se sente bem desconfortável em falar sobre o que Heatran  – ele só estava me atiçando... dizendo que é pra desistir pois eu não teria chances contra ele... que ele pode me ferir gravemente... – ela ocultava das companheiras que, na verdade, ele vinha assediando ela desde a segunda etapa.

- Isso é sacanagem! – disse Tangrowth revoltada – só por que estava em uma evidente vantagem, não precisaria ficar pressionado a Scizor. Isso é antiesportivo e imoral! Sabe o que deveria fazer? É ir pro Conselho Estudantil para pedir ajuda contra possíveis ameaças dele!

- O Conselho Estudantil? – questiona Tapu Fini – mas se não me engano, ele faz parte desse conselho, não é?

- Pior que é mesmo! – confirma Garchomp - esse desgraçado tem um certo poder com os estudantes! Por isso é meio difícil se opor a ele.

- Ai! Seria melhor se fosse no tempo que você era a presidente do conselho! – se recorda Scizor.

- Mas meu mandato acabou minha filha! Neste ano, quem comanda o Conselho Estudantil é Aegislash! E apesar de ela e eu termos as nossas divergências, até que ela conduz bem o seu trabalho! – fala Garchomp.

- Tu foi presidente Garchomp? – pergunta Tapu Fini.

- Presidente e monitora de OU! – responde Tangrowth.

- Pelo visto, deve ter sido bem mais confiável que Aegislash! – responde a aquática.

- Por que acha que a Aegislash não é confiável? – questiona Scizor.

- Sei lá! Não sei porquê, mas não fui com a cara dela! Sinto que ela pode ser meio falsa, ou coisa do tipo! – fala a fada.

- Bem, ela é uma burguesinha oriunda de uma família rica e bem religiosa! – responde Tangrowth – ela tem esse ar de metida mesmo!

- Bem, ela pode ser meio rígida e arrogante! – argumenta Scizor – mas se a conhecermos melhor, vemos que ela é bastante prestativa e dedicada! Ela realmente leva o seu cargo bem a sério.

- É isso que tenho a dizer! – conclui Garchomp – ela pode não ser uma das Pokémon mais simpáticas, mas admito que ela realiza um bom trabalho como presidente! E como ela tem esse forte senso de justiça, talvez ela possa te ajudar contra essa possível perseguição de Heatran. Não acho que ela vá deixar de repreendê-lo só porque é seu colega no conselho.

Uma estridente voz feminina é escutada pelas Pokémon:

- Te achei Scizor!

- Heracross!? – disse a inseto surpresa.

- Finalmente te encontrei! Quero saber o que houve na quinta-feira que você saiu chorando do Metasingle!

- Nós estávamos justamente perguntando isso pra ela! – responde Tangrowth.

- Vocês não estão brigando com ela depois de tudo que aconteceu! Estão? – Heracross teme que as companheiras estejam pressionando ainda mais a Scizor.

- O que é isso? Nós também estamos preocupadas com ela! – responde Garchomp – nós só estamos conversando com ela para tentar ajuda-la, pois ela pode ter sofrido uma certa pressão psicológica do Heatran.

- Sim eu vi o desfecho dessa luta! – se recorda a lutadora – ela saiu muito nervosa e chorando enquanto o Heatran estava rindo da cara dela! Faltou pouco para que eu descesse para o campo e o socasse aí mesmo!

- Você não é nem doida, não é Heracross? – repreende Scizor temerosa – e se ele te retaliar?

- Como quer que eu não tenha raiva dele! Fazendo uma sacanagem dessas! Acha que eu tenho medo desse metálico? – diz Heracross confiante flexionando seu braço para demonstrar sua força.

- Beusourinha teimosa! – suspirou Scizor.

- Tesourinha mais teimosa ainda... – rebate Heracross.

- A conversa está boa, mas as aulas já vão começar! – avisa Garchomp que vai se levantando da mesa. As outra Pokémon fazem o mesmo e se dirigem para as suas salas.

Mas Tapu Fini puxa o braço de Heracross. Queria conversar com ela em particular:

- Você é uma amiga próxima a ela, não é?

- Sou sim, por que? – questiona a inseto.

- Eu acho que tem mais coisa nessa história da Scizor com Heatran! Algo bem mais grave! Mas ela não quis contar para nós. Talvez ela realmente tenha muito medo do dele.

- Talvez ela esteja com medo dos Pokémon de fogo em geral! – analisa a lutadora – acho que você tenha ouvido falar disso, mas há umas três semanas, a Volcarona estava a perseguindo. E ela sempre teve medo dos ígneos por conta de umas coisas que rolaram na infância dela. Talvez o Heatran esteja se aproveitando disso.

- Pois é. Se realmente preza pela Scizor, acho bom ficar de olho nela e nesse Heatran. Eu também desconfio desse Pokémon magma.

- Sim! Ele me parece que tem um jeito de mal-encarado, apesar de ser um integrante do conselho estudantil! – disse a besouro pensativa – Mas pode deixar que vou ficar de olho na Scizor! Mais cedo ou mais ela vai ter que me contar essa história direito!

- Que bom ouvir isso de você Heracross! Me alivia saber que você pode ajudá-la com isso! Mas não se arrisque demais! – aconselha a aquática.

- Pode deixar que eu não sou besta não! Valeu pelo conselho Fini!

- Não há de que! Pois eu treino para ser guardiã! E como tal, não posso deixar que Pokémon, especialmente nós, fêmeas, sejamos oprimidos!

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Starmie estava na sala. Porém mal estava prestando atenção na aula. Chegou ver a Scizor antes de entrar na sala, mas ela estava entretida conversando com Heracross e com as então companheiras de equipe. Ele espera que a metálica não tenha sido repreendida por elas. E o pior que nesse horário, ela estaria em OU. Teria que esperar pelo intervalo para falar com ela.

O tempo passa devagar, mas finalmente chegou o momento de sair da sala. Mas a estrela estava nervosa e indecisa. O que iria falar com ela. Será que ela não irá se aborrecer por se lembrar de algo que lhe foi constrangedor. Starmie pegou seu lanche e viu a inseto já fazendo a refeição dela. O aquático se sentou em uma mesa há alguns metros dela, e vai pensando minuciosamente em como abordá-la. Estava tão distraído com seus pensamentos que quando se virou para a sua refeição que estava na mesa, acabou recebendo um grande susto. Ele viu que Tapu Koko estava em cima da mesa, bem na frente dele, o encarado.

“AARG! O QUE É ISSO!”

- Olá Starmie! – disse o elétrico o cumprimentando de forma divertida.

E agora? O que diabos que Tapu Koko quer com ele? Será que ele está bravo por causa da estrela ter derrotado ele de forma vergonhosa. Starmie ficou temeroso por imaginar que o elétrico queira o retaliar por causa disso.

- Ei Tapu Koko! Dá para sair de cima da mesa? – uma voz meio manhosa de uma pequena Pokémon repreende o jeito inusitado do guardião em encarar a estrela.

- É que eu queria conhecer o Starmie! – disse o elétrico, que estava bem curioso – ele me deixou bem impressionado e acho que ele daria um bom rival!

- Você não tem jeito! Desse daí! – continuava Toxapex que se aproxima deles e se senta ao lado de Starmie! – pelo visto o Koko ficou abismado com você e quer te conhecer melhor. Ele inventa essas coisas de rival com aqueles que o deixa impressionado.

Starmie vê que Scizor acaba saindo da mesa. Pronto, perdeu outra oportunidade de falar com ela. Meio contrariado, o jeito agora é dar atenção a esses dois calouros que resolveram o importuná-lo.

- Hum... de perto assim até que você é bonitinho! – reparou a venenosa.

- Tu já tá assanhadinha com veterano, hein pex? Hehe – cutuca Tapu Koko.

- Que assanhadinha o que seu moleque! – rebate a venenosa – não se pode nem fazer um elogio?

- Ela também ficou bem impressionada contigo Starmie! – continua o elétrico – daqui a pouco ela vai tá dizendo notice me sempai para ti! He he he!

- Saco! Vai te catar Koko! – bufou Toxapex aborrecida.

Não deve ter sido de propósito, mas a última fase da venenosa soou tão engraçado para Starmie que ele se segurou para controlar a vontade de rir. Conseguiu segurar a risada na telepatia, mas seu núcleo emitiu umas luzes douradas. Isso fez com que a estrela o escondesse se apoiando na mesa e ficou dando leves batidas nela. E emitiu umas ondas eletromagnéticas agitadas que foram percebidas pelo Tapu Koko.

- A estrela achou graça da sua fala! He he – fala o guardião risonho.

- Que fala? – questiona Toxapex – “Vai te catar Koko!”... putz kkk hahahaha! – ela percebeu que isso soou bem engraçado mesmo!

Logo os três estavam rindo disso. Starmie não segurou mais sua gargalhada:

“Ha ha ha... ai... ha ha! Eita nós... Ha ha...Foi mal, mas isso não deu pra controlar!”

“Não me diga que vocês estão incomodando o Starmie!” se escutava uma voz telepática bem familiar para os três.

“Zygarde! Olá!” cumprimentou a estrela.

“Oi Starmie, como vai?” o dragão o cumprimenta de volta.

“Vou bem na medida do possível! Eu estava almoçando quando esses dois apareceram do nada!”

- Oi Zygarde! – Toxapex acena com uma de suas “pontas”.

“Olá pessoal! Então acho que vou me juntar a vocês!” disse Zygarde enquanto coloca um pote de plástico na mesa. Ele o abre, observa-se que há uma fruta azulada picada coberta com aveia! É a refeição do dragão terrestre.

- O que é isso que você come? – pergunta Tapu Koko.

- É fruta Yache! – responde Zygarde – como sou constantemente alvo de Raios de Gelo, eu preciso muito me alimentar dessa fruta para ameniza os danos que o frio pode me causar! E é bem refrescante e azedinha!

“Entendo! Foi comendo uma dessa que conseguiu se safar na nossa luta!” recorda Starmie.

“Sim! Realmente você nos colocou contra parede! Foi por pouco que não nos venceram!”

“E vocês estiveram nas finais, não foi?”

- Sim! Quase vencemos! Se não fosse pelo Landorus... – Tapu Koko cerra seu punho direito em um sinal de frustração.

- Mas foi o melhor que fizemos! Você ficou na terceira classificação geral em OU! – afirma Toxapex.

“Saiu os resultados da avaliação?” pergunta o aquático.

“Saiu sim! E tem uma coisa que preciso contar pra vocês!” anuncia Zygarde “Os professores me indicaram para eu ser monitor em OU!”

“Eita, um monitor em OU?! Meus parabéns!” felicitou Starmie.

- O que quer dizer com isso? – indaga Tapu Koko.

- Ele estará no mesmo nível que Aegislash e Blaziken daqui em diante! – esclarece Toxapex – não é isso?

“Exatamente!” responde o terrestre “quer dizer que terei mais responsabilidades. Vou ter que arbitrar lutas, orientar os estudantes, essas coisas! Acho que minha atuação nessa avaliação até que impressionou os professores. E talvez eles devem ter levado em conta que eu já lecionava antes de entrar na Smogon.”

- Agora que você falou! Eu ouvi a Gyarados comentar que você já foi professor! Então isso é verdade mesmo? – pergunta Toxapex curiosa.

“Sim! Realmente fui professor!” responde Zygarde “eu tenho minha primeira formação em Geografia. Depois me especializei em Engenharia Ambiental e sou mestre em Geologia.”

“Então você era pra ser um pesquisador!” fala Starmie “como alguém com uma boa formação e que já ensinava veio parar na Smogon?”

“Bem é uma longa história!” diz o dragão meio encabulado.

- Nós vamos ouvi-la! – Toxapez e Tapu Koko apoiam as mãos e pontas na mesa, querendo ouvir atentamente a história de Zygarde.

“Ah... Bem... até uns dois anos atrás, eu ensinava em um grande colégio de ensino médio em Celadon. Era o colégio Flores da Aurora!”

“Ouvi falar! É um dos colégios mais renomados de Kanto! Quase fui estudar lá quando eu era adolescente! Mas fui matriculado em um outro grande colégio que era o Campo Dourado em Saffron! Este era mais perto de onde eu morava.” Disse Starmie.

“É o colégio rival de onde eu trabalhava!” aponta Zygarde “continuando o meu relato, eu tinha um bom emprego de professor em Flores da Aurora. Eu lecionava por lá há anos. Vez ou outra tinha um aluno que me dava um pouco mais de trabalho. Mas não havia problemas mais graves. Porém, teve um aluno no ensino médio que foi bem problemático.”

- Quem era o infeliz! – pergunta Tapu Koko.

“Ele era um Frogadier. Ele era um aluno excepcional, com excelentes notas e um grande potencial para combates. Essa escola nunca teve um gênio como ele. Porém o que ele tinha de brilhante, ele tinha de arrogante. Foi diversas vezes que testemunhei ele fazendo certos bullying com outros alunos. Ele também, no geral era bem popular entre os colegas. Mas sempre tem alguns que são vítimas deles. E ele não agia de forma violenta. Ele usava mais as palavras, falando coisas ofensivas como ‘você é um lixo’ ou ‘você não será nada na vida’, essas coisas.”

- Que mala! – comenta Toxapex.

Starmie escuta o relato de Zygarde atentamente. Esse Frogadier o faz lembrar de um certo Pokémon que conhece.

“Sim, o que me intrigava era que a maioria das vítimas dele eram Pokémon de espécies não-binárias. Não sei o que ele tem contra eles. Só sei que alguns deles acabaram pedindo transferência durante o período que ele frequentava os dois primeiros anos do ensino médio. Mas há dois anos atrás, na época em que ele estava no quarto bimestre do segundo ano, ocorreu um fato que chocou o Flores da Aurora. Um estudante tentou cometer suicídio!”

“Nossa!” falou o aquático aterrorizado.

“Foi um Metang que frequentava o terceiro ano. Eu reparei ele era maltratado pelo Frogadier diversas vezes. Felizmente o pior não aconteceu, mas ele e sua família acabaram se mudando para Hoenn após esse incidente. Cheguei a relatar aos outros professores e à diretoria sobre o envolvimento do Frogadier nesse caso. Mas parece que eles fazem vista grossa para esse anfíbio!”

- Oxi! O que esse sapo tinha de tão especial? – questionava Tapu Koko.

“Sabe, ele já nunca foi um Pokémon qualquer. Esse Frogadier é filho de um grande herói que há quase vinte anos atrás, venceu uma grande entidade maligna que assolava Kanto. Tapu Koko e Toxapex não eram nem nascidos. E talvez Starmie não se lembre bem dos fatos.”

“Realmente eu era bem pequenininho na época! Mas eu me lembrava que havia um período que Kanto estava tomado pelas trevas.” Fala Starmie “Esse acontecimento é bem relatado nos livros de história. Um Greninja e sua equipe derrotou uma terrível criatura das trevas, sendo considerado um grande herói da era moderna. Só que ele morreu alguns meses depois de realizar esse feito.”

“Isso mesmo!” confirma Zygarde “Esse fato foi bastante exposto na mídia. E esse herói deixou um filho, que foi criado por pais adotivos, e desde criança, foi considerado um Pokémon prodígio, esperando que ele seja o sucessor de seu pai.”

- Então deve ser por isso que o pessoal daquele colégio passava pano para ele! – deduz Toxapex.

“Pois é. Os outros funcionários e até os donos do colégio faziam vista grossa com ele.” O terrestre continuava com seu relato “Mas o que me deixou revoltado, foi no dia seguinte após a saída de Metang. Fui para a classe onde o Frogadier estudava e ele, com muito deboche, soltou a seguinte frase: ‘Pena que ele não se foi de vez! Seria um inútil a menos nesse mundo!’. Quando ele disse aquilo, eu não pude mais aguentar. Ele não teve consciência em relação ao risco que seu colega tivera? Ele não sentiu remoço por ter sido indiretamente responsável pelo que ocorrera com aquele Metang? Juro que me controlei para não gritar com ele. Acabei lhe dando um grande sermão. Eu disse que essas perseguições que ele fazia com os colegas não era correto, que não é porque é um gênio ou o filho do herói é que pode fazer o que quiser. O rapazinho ainda continuou rindo e debochando de mim. Então eu o conduzi para a diretoria e expliquei tudo, que ele anda aprontando com os colegas e o quanto isso é prejudicial para uma boa convivência no colégio. Depois do meu relato, eles mandaram o Frogadier voltar para a sala. Sabem o que fizeram comigo depois?”

- “O que?” – perguntaram os três ao mesmo tempo.

“Fui convidado a sair do colégio!”

- Vixe, então por causa desse sapo eles te deram um pé na bunda, não é isso Zygarde? – disse Tapu Koko chocado.

“Exatamente!” suspirou a serpente “Isso me deixou pra baixo! Estou desempregado há quase dois anos por conta disso. Fiquei tão triste que cheguei a tomar medicamento contra depressão. Levou um tempo para que eu superasse o desalento que adquiri. Então eu decidi mudar um pouco de rumo e resolvi fazer faculdade pela segunda vez. Mas dessa vez, tentarei ser um combatente. Por isso eu estou agora no meu segundo semestre na Smogon. E sabem o que é interessante? Aquele Frogadier, agora evoluído para Greninja ingressou na Universidade na mesma época do que eu. Somos colegas agora!”

- Então o Greninja do OU que é integrante do Conselho Estudantil era o mesmo cuzão que ficava atazanando os outros! – concluiu Tapu Koko – deu pra ver que realmente esse Conselho não presta. Minha irmã já é cismada com aquela Aegislash que é presidente!

“Eu também conheci ela quando fazia ensino médio!” fala Zygarde “ela era uma Doublade. E também era uma aluna bem ‘preciosa’ no colégio já que é de uma rica família de Kalos. Ela nunca causou problemas, pelo que saiba, mas sei que ela é bem próxima ao Greninja. É possível que ela, ou não saiba das artimanhas deles, ou é uma cúmplice, sendo que acho que a segunda opção é mais provável!”

- Eita que esses dois são meio perigosos! – comenta Toxapex.

“Ei... então foi por isso que veio me auxiliar naquele dia?” pergunta Starmie timidamente.

“Exato! Não quero que ele faça na universidade o mesmo que ele fazia no colégio. Que ele continue se divertindo às custas do sofrimento dos outros. Então não se deixe abalar pelo o que ele te faz ou diz, viu? Eu não tenho mais medo dele! Agora sou um aluno que nem ele, não posso ser expulso só porque o contrariei. Então o que eu puder fazer para impedi-lo eu farei! Qualquer coisa pode contar comigo!”

“Obrigado!” agradece Starmie.

“Que isso, é minha obrigação!” declara Zygarde.

“Sabe, acho que pode até ser que você seja um bom professor aqui na Smogon!” diz o psíquico “o senhor até já tem mestrado! Se abrir uma oportunidade, poderá até tentar uma vaga!”

“Hum... seria interessante!” ponderou Zygarde “mas não planejo isso de imediato. No momento, eu penso só em terminar o curso. Tenho outros motivos que faz com que eu almeje essa formação!

“Que motivos?”

“É segredo!” diz Zygarde de forma misteriosa “Mas acho que a monitoria seria o primeiro passo para isso!”

“Sei que o senhor é capaz!” incentiva Starmie.

“E pare com esse senhor por favor!”  pedia o terrestre “agora que completei trinta e um anos!”

“É dez anos mais velho do que eu!” afirma a estrela.

“Afe! Não me faz me sentir um velho não!” disse a serpente envergonhada “Então vocês devem aproveitar a juventude. Invistam na formação, mas não deixem de aproveitar a vida. E não deixem que comentários maldosos tirem a sua alegria e sua determinação! Quando menos se espera, vocês também estarão na casa dos trinta!”

“Certo!” responde Starmie.

- Realmente uma serpente como essa deixa muito professor daqui no chinelo! – declara Tapu Koko admirado – foi muito legal lutar ao seu lado!

- Também acho o mesmo! – completa Toxapex.

“Assim esses meninos me deixam sem graça!” Zygarde continua envergonhado.

- STARMIEEE! Tava te procurando! – Zapdos chegou de repente e se aproximou do pessoal.

“Olá Zapdos!” cumprimentou a estrela.

“Espero que não esteja aqui para dar bronca no Starmie!” fala Zygarde.

- Que isso! – o pássaro fala de forma descontraída – é o Starmie é quem devia dar bronca na gente! A criatura carrega o time nas costas e quase nos dá a vitória. Se algum de nós tivesse se esforçado mais, talvez teríamos levado essa. E também foi culpa tua Zygarde!

“Minha culpa?! Por que?”

- Por causa do seu movimento terrestre que pega os voadores! – argumenta Zapdos debochado – isso é roubo!

“Roubo? Eu só lutei normalmente! Não tenho culpa que sou um dos poucos que manipula a terra para atingir os voadores. Os terrestres deveriam trabalhar mais nisso!” contrapõe Zygarde.

- Que seja! – o elétrico dá aos ombros – agora quero ficar um pouco com o Starmie antes que o intervalo acabe!

“Então vamos voltar para nossa classe!” anunciou o terrestre.

“Sim, então até mais! Foi um prazer falar com você!” despedia Starmie.

“Também foi um prazer falar com você!” responde Zygarde “devemos nos encontrar mais vezes!”

Zapdos e Starmie vão andando lentamente pelo campus. O pássaro começa a falar sobre os resultados:

- Você soube que a Serperior foi promovida, não é?

“É mesmo?”

- Sim! Agora, eu não entendo os professores! Pelo que eu percebi, você teve uma atuação tão boa ou até melhor do que a Serperior. Mas mesmo assim, teve uma ladder baixa.

“Será que levaram em consideração a minha atuação na avaliação em UU?” questiona o aquático.

- O que houve nessa avaliação?

“Teve um que com certeza passou cola durante a primeira etapa! Outro que, na segunda etapa, quase taca fogo em um palco! E durante a minha segunda luta, machuquei o núcleo e tive que ficar de atestado enquanto o meu time disputava as finais!” explica Starmie.

- Pelo visto não teve uma boa semana! – comenta Zapdos – mas só que apesar da Serperior ter sido promovida, dois membros do nosso time foram rebaixados.

“Eita! Quem?” pergunta a estrela abismada.

- Diancie e Bisharp! Parecem que não tiveram boas notas nas segunda e terceira fases!

“Mas a Diancie até que foi de grande ajuda na segunda prova! E Bisharp também ajudou um bocado, apesar que ele poderia ter feito mais na terceira.”

- Sim, mas acho que serem superados por mons de UU deve ter pegado mal para eles!

“Vixi... então posso ter os prejudicados...” a estrela ficou apreensiva.

- Não fique assim! Não foi sua culpa! – Zapdos o tranquiliza – você só estava fazendo o melhor. Sei que nossa força não é como nos primeiros semestres, mas sei que você é um mon inteligente e hábil que vai dar um jeito de retornar para o OU. Eu mesmo já estive em UU no ano passado. Mas eu retornei! E sei que você conseguirá também!

“É... quem sabe!”

- Então, como somos da mesma época, é bom nós sempre nos ajudar sempre que puder!

“Ok! Zapdos, obrigado por me dar essa oportunidade!” Starmie realmente estava agradecido pelo fato do colega o ter considerado em deixar participar dessa avaliação.

- Que isso, eu também te agradeço por ter aceitado em lutar ao nosso lado! – responde o pássaro.

“Tudo bem, é o mínimo que posso fazer!”

- Então estou indo para minha sala! Até mais!

“Até mais!”

Quando Starmie finalmente volta para sala, ele acaba recebendo as notícias das mudanças de estrato. Azumarill, Breloom irão ficar em definitivo em OU. Kommo-o e Serperior, que também participaram da avaliação de OU, acabaram sendo promovidos. A estrela acaba avistando a vegetal que estava se despedindo da Latias e Hydreigon. Então resolve felicita-la também:

“Parabéns Serperior!”

- Obrigada Starmie! – diz a cobra com ar de orgulhosa – até que valeu a pena participar dessa avaliação! Obrigada por me parabenizar, apesar da inveja que está sentindo agora!

Mesmo com uma boa notícia essa vegetal continua sendo impertinente. Starmie sabe que sua atuação foi melhor do que a dela. Porém ele acredita que os professores devem ter levado em conta a sua atuação na avaliação de UU. Bem, quanto tempo ela aguentará se só depender em spamar Tempestade de Folha?

Mas outros alunos acabam retomando ao UU, como o Amoonguss. Ele aparece na sala sendo bem recepcionado pelos colegas.

- E retornei e agora é pra ficar!

- Não aguentou a barra em OU não? – questiona Gengar.

- Cara, foi um alívio eu ser rebaixado de novo! Pense num ambiente estressante que é aquela sala! – suspira o cogumelo – não sei se o Breloom e os outros vão aguentar!

- Então a Diancie vem pra cá? – indaga Latias.

- Pelo que ouvir falar, ela vai direto para NU! – responde Amoonguss – os professores decidiram que ela seria poderosa demais em usar sua Mega-pedra em UU, e com a força que tem sem a mega, ela se encaixaria só em NU mesmo.

- Isso foi “A Queda” mesmo! – fala Primarina – uma pena, ela é tão bonitinha! Se bem que a Latisina e a Hydreizinha não aguentariam o baque em ter que enfrenta-la.

- Muito bonito em esfregar isso na nossa cara, foca desgraçada! – resmunga Hydreigon.

Logo, o professor Yveltal entra na sala. Ele estava usando uma tipoia ortopédica em uma de suas asas. Os alunos rapidamente sentaram em seus lugares.

- O baracubaco na segunda avaliação foi boa né professor? – comenta Gengar de forma debochada.

- Sim, especialmente o “baracubaco” que você causou na floresta! A Xerneas não gostou nada disso! – responde o professor.

- Sim! Mas usei aquilo sob suas ordens! – disse o fantasma na defensiva.

- Bem que seja! – Yveltal resolve então tecer comentários sobre a prova que tiveram. Ele revelou que seu time foi derrotado pois dois times resolveram cooperar. E ele fala que a ideia disso foi de Zygarde. Por isso, apesar do dragão ter sido derrotado naquela ocasião, ele acabou sendo bem avaliado na segunda etapa.

Ouvindo isso, a admiração que Starmie nutre por Zygarde vai crescendo. A serpente não é só forte por si mesmo, mas também é bem inteligente e é bom em persuadir os outros Pokémon. A estrela se pergunta se chegará a ter, ao menos, parte de seu brilhantismo quando tiver a idade deli.

De repente, Bisharp entra na sala, chamando a atenção dos outros alunos com seu jeito ríspido.

- Chegando atrasado? Começou bem a sua estadia em UU! – ironizou Yveltal.

- Soube disso agora pouco, tá? Mal começou a semana e já me chutam de OU! – disse o metálico de mau-humor.

Então o recém chegado aluno procura por um lugar para sentar e escolhe uma carteira vaga que ficava logo atrás de Starmie. Ele se senta de forma desleixada, apoiando a cabeça nas mãos e cruzando os pés na cadeira da estrela. Claro que isso deixou o aquático bem incomodado. Ele olha pra trás para tentar tirar satisfação do seu então colega de equipe. Mas acaba vendo o semblante bem intimidador do mesmo. Realmente deve está de mau-humor por ter sido rebaixado.

Starmie se vira para retomar sua atenção para a aula. Porém uma bolinha de papel cai em sua carteira. A estrela já iria querer tirar satisfação com o noturno, iria falar que eles já não estão mais na quinta série. Porém a estrela percebe rapidamente que tem algo escrito no papel. Discretamente, ele desembrulha com sua telecinese e fica chocado com a mensagem...

Scizor precisa de ajuda! Fique de olho nela... ou núcleo... sei lá...

Bisharp finalmente tira os pés da cadeira de Starmie. A estrela fica com as pontas trêmulas.

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Algumas horas antes:

Ainda era intervalo, Scizor ainda estava pensativa por causa dos eventos da avaliação de OU e da conversa que tivera com suas colegas. Ela percebe que realmente não pode encarar esse problema sozinha, porém ainda não se decidia em quem poderia recorrer.

Ela observa de longe que Starmie estava conversando com os Pokémon de OU. Pelo visto, apesar de não ter tido um resultado satisfatório na avaliação de OU, pelo menos a estrela aparenta ter recuperado sua confiança e agora, parece que está tentando construir uma boa relação com os colegas de OU. Scizor resolve se afastar dai e começa a andar sem rumo pelo campus.

Enquanto ela caminha, os pensamentos continuam rondando intensamente em sua mente. Queria pedir ajuda à estrela, porém não queria mais envolve-la em seus problemas. Heatran provou que é perigoso até contra Pokémon aquáticos através do uso de Z-move. Ela não quer que ele acabe se ferindo em mais uma luta desnecessária. Sem falar que ela tinha falado pro psíquico que ele não estaria apto para participar das avaliações de OU, mas a atuação de Starmie provou o contrário. Então ela não queria mais atrapalha-lo.

Porém ainda teria que se abrir com alguém em relação ao seu problema. Mas como ela não queria envolver seus amigos mais chegados nisso, em quem poderá confiar? Quando se dá conta, Scizor está em frente ao prédio de onde se situa o Conselho Estudantil. De repente, se lembrou da conversa que teve com Aegislash, dois dias depois do incidente do Bar Florestal. A espada havia dito que sempre poderia contar com ela. Pode ser que falar com a presidente do Conselho Estudantil seja a solução.

E mais dúvidas surgiram em sua mente. Heatran também faz parte do Conselho Estudatil. E se a espada ficar do lado dele. Isso é impossível. Aegislash tem forte senso de justiça e moral. Com certeza ela tentaria fazer algo a respeito, mesmo se isso for contra um dos membros do conselho. Porém isso pode expor a espada ao perigo também. Mas Scizor se lembra que Landorus e Greninja são do conselho também, eles podem ajudar na defesa dela. Scizor respira fundo e entra no prédio.

Ela sobe as escadas até chegar ao segundo andar. Ela encontra uma porta com a placa “Conselho Estudantil”. Ela bate a porta delicadamente com a garra. Em instantes, escuta uma suave, porém firme voz feminina:

- Entre!

Scizor abre a porta e encontra Aegislash arrumando uns papéis em uma escrivaninha. Ela fica aliviada pela sorte de não ter encontrado o Heatran na sala.

- Olá Scizor, como vai?

- Oi Aegislash, eu preciso falar com você... – ela abaixa o tom de voz – é particular!

- Mas claro! Estou sozinha agora! Então vem comigo! – ela abre uma porta do fundo da sala. Ela dá para mais uma pequena sala, onde se encontrava uma mesa com duas poltronas, um fogão e uma estante cheia de louça, como xícaras e bule de porcelana.

- Aqui ninguém vai nos ouvi! – a espada convida Scizor a se acomodar em uma das poltronas – vamos tomar um chá com biscoitos enquanto conversamos.

- Obrigada Aegislash!

Scizor fica alguns minutos segurando sua xícara olhado para a bebida. Estava criando coragem para encarar a espada, que esperava pacientemente. Então a inseto resolveu se abrir:

- Você sabe que na semifinal eu acabei fugindo da luta, não é?

- Eu testemunhei isso! Deve ter sido difícil pra você, não é? Todos na Smogon querem saber o que houve!

- Bom... o que vou dizer agora é bem grave... – disse Scizor hesitante. Aegislash percebe que é algo bem sério e que está causando um certo sofrimento na inseto. E como uma boa colega, ela vai escutá-la atentamente.

- O que é tão grave para deixar você tão nervosa?

- É o Heatran!

- O que ele fez?

- Ele... – Scizor esconde o rosto com as garras. Seu desconforto é bem evidente para a espada – durante a segunda avaliação... ele tentou me assediar!

As duas ficaram em silêncio por uns instantes. Aegislash arregala o seu olho bem surpresa, e coloca sua mão no lugar correspondente ao tórax, se mostrando bem estarrecida com a informação! – o que acabou de me dizer é muito sério! Tem certeza disso?

-Aegislash, me perdoe por isso? Eu não inventaria uma coisa dessas! – Scizor já não conseguia conter suas lágrimas.

- Scizor, é claro que acredito em você! Só que isso me deixou bastante chocada... e decepcionada! Não é possível que um dos membros do conselho seja um assediador.

- Me desculpe por te dizer isso!

- Não! Você não deve se desculpar! Fez certo falar comigo! – Aegislash coloca a mão no ombro de Scizor em um gesto de apoio – ainda bem que você teve consideração e me contou logo antes que as coisas se tornem piores.

- É que... esse miserável se aproveita que eu tenho medo fogo e queria... me forçar a ficar com ele... não quero nem pensar! – a inseto se tremia de pavor ao se relembrar disso.

- Tudo bem! Vou fazer o possível para te proteger! – Aegislash abraça Scizor com o intuito de consolá-la, envolvendo a com seus longos braços negros. Levou alguns minutos para que a inseto se acalmasse.

- Então vamos decidir o que fazer, não é? – disse a espada com a voz mansa, se desfazendo do abraço e olhado nos olhos lacrimejantes de Scizor – para preservar sua intimidade, seria bom que você não revelar para mais ninguém a conversa que estamos tendo agora.

- Sim! – Scizor concorda. Quanto menos souberem disso melhor.

- Vou afastar o Heatran do Conselho e não vou revelar o motivo para o público! Mas antes disso vou investigá-lo. Se tiver provas suficientes, vou tomar providências para que ele seja punido. Enquanto isso, não vou permitir que ele se aproxime mais de você.

- Obrigado Aegislash! – Scizor começa a se acalmar – mas você não irá se arriscar com isso?

- Não se preocupe comigo! Como presidente do Conselho Estudantil, eu estou consciente dos riscos que meu cargo pode acarretar. Mas sempre vou fazer o possível para que os estudantes possam ter uma vida digna na universidade – disse a espada determinada – e sem falar que posso contar com os meus companheiros, que também não compactuam com esse ato criminoso de Heatran.

- Aegislash! Eu não sei como te agradecer! – Scizor pega nas mãos da fantasma com as garras em um gesto de agradecimento.

- Tudo que eu peço é que mantenha o sigilo! Para proteger sua integridade e evitar um escândalo no Conselho Estudantil! – reafirma a espada – mas alguém sabe desse fato?

- Acho que o Bisharp testemunhou isso também! – responde a inseto – foi por causa dele que não aconteceu o pior.

- Então, se possível, fale para ele não revelar nada também! Pode ser?

- Sim!

- Certo! Sabia que eu posso contar com você!

- E mais uma vez obrigada por tudo Aegislash!

Escuta-se as batidas na porta.

- Quem é? – pergunta a espada.

- Sou eu, Greninja!

- Pode entrar!

- Então Aegislash, já vou indo! – disse Scizor se levantando enquanto o aquático entra no recinto.

Com isso, Scizor sai do prédio com a consciência mais leve. Realmente a conversa que teve com Aegislash a tranquilizou e lhe deixou com uma aparente sensação segurança. Ela foi para a praça da entrada da Smogon.

 

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A aula finalmente havia terminado, Starmie olhou para cima com o intuito de conversar melhor com Bisharp sobre aquela mensagem. Porém ele percebeu que o noturno já havia ido embora. Então saiu da sala rapidamente na tentativa de encontra-lo. Estava andando rápido, girando as pontas de trás, e não percebeu que enquanto passava pela praça, acabou se esbarrando em uma Pokémon inseto.

- Argg! – ela resmungou.

“Scizor?!”

- Starmie!

“Me desculpe! Não viu o Bisharp por aí?”

- Vi não! O que queria falar com ele?

“Deixa pra lá!” Starmie mudou de ideia, achou melhor tentar conversar com a Scizor “o que está fazendo aqui?”

- Eu? Só estava resolvendo uns problemas no Conselho! E depois resolvir andar um pouco por aqui – responde Scizor.

“Certo!” a estrela se questiona o motivo dela ter ido ao Conselho. Será que tem haver com aquele evento da prova prática? E Scizor não é de ficar gazeando aula.

- Ai! Pelo visto, anda bem popular com os Pokémon de OU! – a inseto puxa conversa.

“Eu? Popular? Que isso!”

- Eu te vi com a Volcarona que estava te vendendo uns produtos de beleza! O que comprou dela?

“Foi só uma loção!”

- A marca da revista da Volcarona é muito boa! Talvez eu compre umas coisas dela também!

“Não tem problema?” pergunta a estrela preocupada. “Afinal, ela...”

- Eu não tenho mais nada contra ela! – Scizor fala firmemente – ela só está correndo atrás do prejuízo agora!

“Entendo!”

- Mas fico feliz em ver que você está se enturmando com os Pokémon de OU, vi também que você estava conversando com o Zygarde e com os novatos!

“Você me viu com eles?” a estrela ficou encabulada “isso não é nada demais! Mas até que essa conversa foi proveitosa pois eu fiquei sabendo mais sobre a vida de Zygarde. Eli realmente é um grande Pokémon.”

- Então pelo visto sua participação em OU até que lhe rendeu bons frutos – suspira Scizor – eu não deveria ter lhe dito aquilo.

“O que?”

- Que você não deveria participar das provas de OU! – Achei que isso não iria te fazer bem. Porém, vendo que você está bem, acho que essa participação até que foi bom pra você... – ela suspira cabisbaixa - pelo visto, eu só te atrapalho mesmo...

“Não, o que é isso?” Starmie fica chocado com a declaração de Scizor. Não era para ela falar esse tipo de coisa. Parece coisa de Pokémon de baixa autoestima que nem ele. “Você nunca me atrapalhou!”

A estrela sente que precisa está ao lado dela. É o mínimo que poderia fazer por ela por enquanto. Ele queria encontrar uma forma de devolver a alegria de Scizor, sem ter que constrange-la. Ele começa a se abrir para sua amiga

“Scizor, sabe... quando soube que você tinha fugido do Metasigle, não posso deixar de ficar preocupado com você!

- Er Starmie! – a metálica voltou a ficar desconfortável com o assunto – isso... isso não foi nada demais... vamos esquecer isso!

“Não precisa falar disso se não quiser!” continuou a estrela “Mas saiba que, se por acaso quiser se abrir comigo... pode está certa que farei o possível para te ajudar...ou ao menos te escutarei!”

A inseto ficou possessa com a declaração. Ela não queria envolve-lo com seus problemas. Mas talvez ficar ao seu lado possa lhe trazer um pouco mais de segurança.

- Obrigada Starmie!

Então os dois caminharam juntos até o ponto de ônibus. Não demorou muito para que o pai de Scizor a buscasse de carro. Então se despediram quando ela entrou no veículo.

“Até amanhã Scizor!”

- Até amanhã Starmie!

Notes:

Então foi isso! Finalmente conclui o arco de OU! Então o próximo(s) capítulo(s) será um pequeno arco envolvendo o Conselho Estudantil. Depois disso teremos inicio de um novo arco! Estejam antenados.

Então pessoal, Obrigada pela leitura e Feliz Ano Novo (atrasada)!
Até mais!

Chapter 28: Capítulo 28 – O Filho do Herói

Notes:

Olá pessoal!

No capítulo passado, vimos como se iniciou a semana segunte à da avaliação. Houveram mudanças nos estratos. Conversando com Zygarde, Starmie sabe mais sobre o dragão que o derrotou e também um pouco sobre o Greninja. Scizor procura ajuda no Conselho Estudantil. Ela conversa com a presidente Aegislash sobre seus temores. Será que a espada está disposta a ajudá-la?
Esse capítulo vai ser um mini-arco sobre o pessoal desse conselho. Realmente só vai ser um capítulo mesmo. O próximo já vai ser início de um novo arco!
Espero que tenham uma boa leitura!

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

Scizor tinha saído da sala do Conselho Estudantil, enquanto que Aegislash e Greninja permaneciam na salinha de trás.

- Greninja! Dê uma olhada na janela para ver se Scizor realmente foi embora! – pedia a espada.

O sapo prontamente abriu uma pequena janela. Colocou a cabeça fora e ficou alguns minutos analisando.

- Ela já foi!

Aegislash começa a discar no seu celular:

- Heatran! Venha para a sala do Conselho Estudantil A-G-O-R-A!

- O que houve Aegislash! – o sapo não deixa de notar a expressão séria de sua companheira.

- Esse Heatran aprontou algo bem grave dessa vez! – diz a fantasma em um tom irritado - Ele vai me ouvir! Juro que vai!

Em poucos minutos o Pokémon magma chega. Ele entra na reservada sala para que os três Pokémon pudessem se reunirem discretamente.

- Heatran! – Aegislash vai direto ao assunto – agora a pouco eu recebi uma denúncia grave a seu respeito!

- O que falaram de mim! – pergunta o Pokémon magma meio receoso.

- Você anda assediando uma aluna! – respondeu a espada – a Scizor veio até mim e me disse que você está a importunando.

- Mas essas fêmeas são exageradas mesmo! – Heatran se defende – eu só fiz algumas propostas para ela. Tá bom que ela tem o direito de recusar, mas acho que ela não precisava vir aqui para me enredar...

- Deixe de conversa fiada Heatran! A gente te conhece! - cortou Greninja – eu sei que você deve ter insistido, mesmo com a insetinha se tremendo de medo.

- Eu percebo que você tem um cetro... fascínio por Pokémon que te temem! – expõe Aegislash - você percebe que a Scizor morre de medo de Pokémon de fogo e isso meio que desperta um desejo de você tentar dominá-la pelo medo, não é isso Heatran? – ela o interroga enquanto analisa as reações do seu colega. Ela observa ele mexendo suas patas dianteiras e desviando o seu olhar. Esse nervosismo confirma que sua dedução estava certa.

- Er... mas é errado desejar um Pokémon tão belo como Scizor! – argumenta o ígneo – e você até tinha me prometido que iria me ajudar a aproximar-me dela.

Aegislash suspira – sim... eu havia prometido! Mas depois da acusação que recebi dela, creio que isso não seja mais possível por enquanto. Para a sua sorte, fui a primeira escolha dela no quesito de pedir ajuda. Por isso, você vai ter uma oportunidade de se safar dessa!

- Me safar dessa? Então havia uma possibilidade de eu me encrencar? – questiona Heatran.

- Lógico que tinha! – continua a espada – e isso não seria ruim só pra você, mas também seria péssimo para a reputação do Conselho Estudantil. Então escute o que vou te dizer: primeiramente, fique longe da Scizor! Pelo menos até o fim desse semestre. Eu já pedi pra ela pra não contar para mais ninguém. Então eu lhe prometi que eu iria “te investigar, e depois te expulsar e te denunciar”. Porém, como você é um precioso membro do Conselho Estudantil, o máximo que posso fazer é “fazer de conta” que te suspendi do conselho por motivos “confidenciais” – ela gesticula com os dedos indicando aspas – então, você está disposto a colaborar com esse plano?

- Não gostei do fato de ter que ficar até o fim do semestre longe da Scizor! – reclama o ígneo.

- É o único jeito! – impõe Aegislash – eu estou me aproximando de Scizor. Agora ela confia em mim. E isso pode ser útil para nós. Se você se comportar até o fim do semestre, quem sabe no próximo eu possa te ajudar a se aproximar dela.

- E Heatran, o Landorus não pode nem sonhar que você anda se envolvendo nesse tipo de coisa! – lembra Greninja.

O Pokémon magma se treme de medo. Ele sabe que Landorus é um Pokémon com um forte senso de justiça e não admite que colegas façam certos atos que ele considera imoral. Heatran sempre tenta manter uma boa relação com o terrestre. Mas na verdade tem muito medo dele e evita ao máximo contrariá-lo.

- Vocês não vão falar isso pra ele, vão? – pergunta o ígneo temeroso.

- Se você se comportar, isso não será necessário! – responde Aegislash.

- Se ele souber disso, com certeza vai te colocar a sete palmos debaixo do solo! – aponta o aquático.

- Ok! Vocês me convenceram! – suspira Heatran – vou fazer isso pelo bem da reputação do Conselho. Vou ver se eu aguento até o fim do ano. Se bem que... – ele começa a olhar para Aegislash de forma maliciosa – se ao menos você me ajudasse com isso...

Ele ia erguer a pata na tentativa de tocar a Aegislash. Porém Greninja segura firma a pata do ígneo. O sapo lhe lança um olhar ameaçador. Enquanto que a espada permanecia calma e não esboçava nenhuma expressão de temor.

- Experimenta tocar a Aegislash com suas patas imundas! Experimenta! Se fizer isso vai ser a última coisa que fará em sua vida! – diz o aquático enquanto empurrava Hetran de forma rude.

Então Aegislash se aproxima do ígneo e segura o seu queixo. Ela o encara com um olhar frio e destemido:

- Escute aqui Heatran! Lembre-se que somos os seus amigos. E por causa disso é que ainda estamos te dando uma chance! Mas na próxima vez que você vacilar, não vai ter ninguém para te salvar! Nós vamos te deixar na míngua. Isso é, se não for punido primeiro pelos membros do Conselho.

- Entendido... – finalmente Heatran assentiu.

- Ótimo! E parece que tem mais alguém que sabe disso, não é? – aponta a espada.

- Foi o Bisharp! O idiota quis dar uma de herói! – se lembra Heatran – então pode deixar que eu me encarrego desse aí!

- Que seja Heatran! Pode fazer o que quiser com esse aí! – autoriza Aegislash – mas não quero que ninguém mais saiba desse fato. Nem mesmo os outros membros do Conselho. Quero manter a boa reputação dele!

- Que seja Aegislash! – responde o ígneo.

- Então, é só isso! Não temos mais nada para conversar!

- Então se me dão licença! – Heatran resolve sair da sala.

A porta se fecha, sobrando apenas Aegislash e Greninja na sala. A espada se senta na poltrona e coloca a mão na guarda, suspirando aborrecida:

- Nós temos que ficar de olho nele!

- Dessa vez Heatran passou um pouco do limite! – aponta Greninja. Ele senta no braço da poltrona de onde sua amiga estava sentada.

- Precisamos dele como aliado já que é um dos Pokémon mais poderosos da universidade. Mas é cada podre que temos que encobrir! – suspira a fantasma.

- Como se nós não tivéssemos nossos próprios podres! – o sapo dá um sorriso debochado.

- Sim! Eu tive que encobrir cada coisa vinda de você! – lembra Aegislash – desde o ensino médio!

- Pois é! Não posso negar que você me ajuda muito! – Ele apoia o braço nas costas dela – mas por causa disso, eu acabei percebendo que você não é a santinha na qual todos te conhecem!

- Eu só faço o que é preciso! – argumenta a fantasma. Ela se vira para encarar o sapo nos olhos – naquela hora a Scizor estava tão indefesa. Foi comigo que ela se sentiu mais segura. Acho que ela vai ficar tão agradecida que fará qualquer coisa por mim. E vou fazer um bom uso dela!

- Manipuladora como sempre! – sussurra Greninja.

- Sempre temos que usar as peças ao nosso dispor! – a espada tenta puxar o aquático para mais perto de si.

- Acho que essas coisas que você tem que resolver como presidente do Conselho te deixam meio estressada! – o sapo também se vira para sua companheira e começa a lhe acariciar em sua guarda – que tal relaxar um pouco?

- Não seria uma má ideia! – ela fecha o olho para aproveitar a caricia do sapo.

- E será que sou só mais uma peça sua? – agora o sapo pergunta isso de forma mais provocante.

- O que você acha? – Aegislash envolve o aquático com seus longos braços. Ela começa a lhe acariciar as costas. Então ela sussurra de forma sedutora – não gostaria de ser “manipulado” por mim agora?

Greninja desce para o acento da poltrona e puxa Aegislash para junto de si. Ele sente corpo gelado da Pokémon metálica em sua pele. E a espada sente a comprida língua do sapo passando pelo seu escudo. E o sapo começa a beijá-la acima do seu olho.

Eles ainda vão permanecer um bom tempo ocupados naquela sala.

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Quatro dias depois:

Em uma sexta feira, eram sete horas da noite quando oito Pokémon chegaram em frente a um salão de festas localizado ao extremo leste da cidade de Fuchisia. O lugar é um largo prédio branco, cujo aluguel por noite é bastante caro. A Universidade Smogon ficava mais ao centro-norte dessa cidade. Se for de ônibus, da universidade até esse prédio levaria cerca de vinte minutos. Os Pokémon presentes são Blaziken, Lopunny, Landorus (ele estava em sua forma Encarnada, na qual tinha aparência humanoide e flutuava em uma espécie de uma nuvem), Ferrothorn, Clefable, Greninja, Heatran e Rotom (estava na forma Dex). Todos eles tinham sido convidados para uma festa que ocorrerá nesse lugar. Eles tinham chegado de carro que era conduzido pelo Landorus. No portão do salão, haviam dois Pangoros de óculos escuros que faziam a segurança do local. Os Pokémon se aproximam deles e lhes mostram os convites. Os seguranças os autorizam a entrarem.

Eles subiram uma escada para chegar ao local da festa que fica no primeiro andar do prédio. Quando chegaram lá é que eles ficaram encantados com a beleza do lugar. Um grande salão com o piso e paredes brancos. Haviam diversas colunas brancas com diversos desenhos esculpidos nelas enfeitando o salão. Havia um enorme lustre formado por vários cristais e velas. E ainda diversos lençóis de cetim decolado com diversos lírios brancos e roxos enfeitando as colunas e paredes.

Haviam diversas mesas bem abastecidas com salgados, e vários tipos de frutas. Haviam até mesmo frutas mais raras e caras de se conseguir como Starf, Custap e Lansat. E também têm tigelas de ponche com a concha para que os convidados se servissem.

Entre os Pokémon que estavam no salão, a maioria deles são Pokémon do grupo Mineral. Entre espécies encontradas, observa-se principalmente Klefkis, Probopass, Doublades e Aegislashs. Devem ser parentes da Aegislash que está aniversariando hoje.

- Nossa! Esse lugar é divino! – Clefable, que estava usando um cordão com uma pedra quartzo e um par de brincos nas orelhas. Estava maravilhada com a beleza do lugar – parece um salão de baile em um castelo de contos de fada.

- E está cheio de gente chique! – comenta Lopunny, que usava um laço branco em uma de suas orelhas. Ela observava os outros convidados.

- Só queria que tivessem músicas melhores! – Landorus não estava gostando muito da música ambiente – é sério que só vai ficar tocando gospel?

Em um local mais a fundo, havia uma banda formada por dois Kricketunes que tocavam violino, uma Gardevoir que tocava piano, um Swanna que tocava violão e uma Altaria (não é a mesma da classe UU) que cantava com uma bela voz soprano. É uma banda gospel que será encarregada do som ambiente dessa festa.

Então a aniversariante apareceu em um palco que havia no fundo do salão. Ela estava acompanhada por outros dois Aegislash mais velhos e com aparência mais desgastada. Eles eram seus pais. Por outro lado, a jovem espada estava deslumbrante. Ela estava mais brilhosa do que nunca. Seus colegas sabiam que ela se ausentou das aulas na parte da tarde daquele dia para passar horas sendo lustrada e lixada em um salão de beleza especializado. E ela também usava um colar de pérolas. Na mão esquerda, ela usava uma pulseira com algumas pedras preciosas e uma lasca de Corsola. E havia um enfeite com forma de um lírio branco fixada junto ao seu cabo.

- Arceus! Ela parece um anjo! – Ferrothorn estava encantado pela beleza de Aegislash.

- Boa noite pessoal! – o pai de Aegislash cumprimentava os convidados – agradeço a presença de vocês para comemorar o décimo nono aniversário de minha filha!

Os convidados ouviram o discurso do senhor Aegislash, um empresário que é dono de uma tradicional empreiteira que é tocada por sua família há várias gerações. Depois de alguns minutos, os convidados bateram palmas, e logo, se formou uma fila para que cada um possa felicita-la. Os seus colegas da Smogon resolveram esperar um pouco e se dispersaram pelo salão. Eles vão esperar a colega ficar livre dos seus deveres com outros convidados para posteriormente falarem com ela.

Então que Ferrothorn resolve chamar o Greninja para uma conversa reservada:

- Ei Greninja, vamos para aquele canto para que ninguém nos ouça!

O sapo acata o pedido e eles vão para um canto pouco movimentado.

- Er... Greninja... eu pretendo me declarar para Aegislash hoje! – confessa o vegetal.

- Sim! E o que eu tenho haver com isso? – questionou o noturno.

- É que, pelo que eu sei, você e Aegis são amigos próximos desde o ensino médio, não é mesmo? É que queria te perguntar se não teria problema com isso, teria? – Ferrothorn pergunta meio temeroso.

- Ah! É isso? – fala o sapo – é como você disse! Aegis e eu somos amigos! Apenas amigos! Por mim, não tem problema tentar algo com ela! Desde que a trate com respeito, é lógico!

- Acha que tenho chances com ela? – Ferrothorn ainda apresenta dúvidas – será que a família dela vai me aceitar?

- Pelo menos em relação a família você pode ficar tranquilo! – responde Greninja – você é de uma renomada família de combatentes, não é? E até mesmo a sua mãe tinha lutado ao lado de meu pai, que foi um grande herói. Eles foram responsáveis por salvar o mundo. Acho que os pais dela vão gostar de ver a filha com um Pokémon mineral que é filho de uma grande heroína.

- Pode ser! Mas ainda não sei se Aegislash vai me aceitar!

- Aí você só vai saber tentando!

- Você tem razão Greninja! – disse o vegetal mais confiante – obrigado por me escutar! É bom saber que nós meio que herdamos a amizade de nossos pais!

Assim que Ferrothorn saiu, Greninja começou a perambular pelo salão.

“Herdar amizade de nossos pais... menos Ferrothorn, menos!”

Um outro Pokémon entra no salão. O sapo ficou impressionado pela presença imponente dele. Ele era bem grande, tinha corpo cinzento e andava sobre suas seis patas. Havia listas negras e vermelhas horizontais que percorrem a partir do pescoço e vai até a barriga. E também tinhas temerosas asas negras. Greninja conhecia esse Pokémon. Ele é Giratina, um grande empresário do ramo das financeiras e um investidor e conselheiro da Smogon. Ele vai até aonde está a família de Aegislash para felicitar a aniversariante. Só de olhar para ele, o noturno percebe que Pokémon dragão noturno, mesmo tendo desvantagem nas tipagens, seria um adversário terrível para ele.

- Boa noite senhorita Aegislash! Estou aqui para lhe desejar Feliz Aniversário! – Giratina a cumprimenta educadamente abaixando um pouco a cabeça.

- Obrigada!

- Pelo visto, está trabalhando duro para se preparar em herdar o legado de seu pai! – continuava o dragão – sempre tivemos boas relações nos negócios. Espero ver seu desenvolvimento nessa jornada!

- Desde cedo que minha querida filha trabalha duro para que possa toca os negócios da família no futuro! – comenta o pai dela – ela só nos dá orgulho.

- Sem falar que na faculdade, ela é o grande destaque do curso! – continua a mãe dela – ela não é só a monitora do estrato mais alto da Smogon como também representa os alunos sendo a presidente do Conselho Estudantil.

- Hum... é bom saber disso! – Giratina esboça um misterioso sorriso – ter uma proximidade com você pode me ajudar muito...

- Te ajudar... como? – a jovem espada pergunta meio receosa.

- Vai saber no tempo certo! – responde o dragão – mas agora senhor Aegislash, gostaria de tratar sobre os resultados da bolsa de hoje.

Então Giratina e o pai da aniversariante começam a dialogar sobre os negócios. A garota retomou na sua atividade de ser cumprimentada pelos convidados.

Enquanto isso, Greninja continua suas andanças sem rumo pelo salão. Ele pega um copo de ponche e vai bebericando o líquido enquanto observa atentamente os outros convidados. Landorus, Blaziken e Heatran estavam aproveitando a boca livre para encherem a pança. Lopunny e Clefable estavam fazendo diversas poses para tirar fotos com a ajuda de Rotom.

- Não se esqueça de mandar as fotos para o grupo do Conselho! – falava a Pokémon rosada.

E Ferrothorn estava murmurando pelos cantos. Pelo visto, estava criando coragem para tentar cortejar a Aegislash.

O sapo permanece andando. Ele repara que alguns dos outros convidados o reconhece.

- Você viu? Então este é o filho do herói?

- O Greninja que salvou Kanto?

- Ouvir dizer que ele está entre os melhores da Smogon!

- Ele poderá ser um bom parceiro para a senhorita Aegislash!

- Se ele fosse um Pokémon Mineral, acho que daria até um bom par com a senhorita Aegislash!

Então até mesmo a alta sociedade admira os feitos de seu pai. E colocam as mesmas expectativas em si. Greninja sente seu orgulho inflar por causa disso. Ele gosta de ser admirado por onde passa. Sempre foi assim desde sempre.

Ele acaba chegando em uma sacada que fica do lado de fora. Parece um lugar agradável de se ficar, já que não tinha ninguém e não precisaria ficar ouvindo essas canções de louvor a Arceus. Na verdade, ele se irrita com esse tipo de coisa. Ele pensa que aqueles que se apegam a alguma religião ou entidade sagrada, na verdade são fracos e que são incapazes de agirem por si só.

Ele se apoia no parapeito e admira as luzes da cidade de Fuchisia. Dá até para ver o Bosque do Carvalho ao fundo, de onde se localiza o Campus Frontier. E também ele observa a lua na forma minguante. Então ele começa a divagar o seu passado.

Ele é filho adotivo de um casal formado por um Toxicroak e uma Politoed. Eles sempre o trataram com muito carinho. Foi no jardim de infância que ele começou a perceber o quanto que ele era especial. Quando era um pequeno Froakie, ele sempre foi admirado por coleguinhas e professores por ser um Pokémon bastante inteligente, com ótimas capacidades físicas e bom carisma com os outros. Aos sete anos, quando perguntou do porquê ser tão diferente dos pais, eles lhe contaram que ele na verdade é um filho de um grande herói que salvou Kanto. Eles lhe disseram que seu pai era o Pokémon mais nobre e habilidoso que jamais existiu no mundo. O pequeno sapo ficou tão deslumbrado com isso que daí em diante, começou a se comportar como se fosse um ser especial. Estudou e treinou mais do que nunca, pois agora ele tem como objetivo de ser um Pokémon tão incrível como seu pai.

E quanto mais se pesquisava sobre ele, mais lhe ficava claro de que seu pai foi um homem admirável. Não era justo que ele tenha morrido tão cedo. Com isso, o aquático resolveu que iria herdar o seu glorioso legado. E elucidando isso para todos que conhecia, não demorou muito para que todos em sua volta soubessem desse fato e que passassem a admirar o pequeno Froakie. Tanto seus pais e seus parentes próximos, como também colegas de classe e professores.

Mas essa excessiva admiração vai fazendo com que o sapo desenvolva, aos poucos, um senso de superioridade. Um sentimento de que é melhor que os outros e que ninguém teria a ousadia de o repreender ou contraria-lo. Esse sentimento vai ficando mais evidente quando ele se torna um Frogadier. Ele sempre se comporta bem na frente da maioria dos seus conhecidos. Afinal ele tem que ter a imagem de um bom moço. Porém, esse senso de superioridade faz com que ele vê os outros como inferiores e fracos, cujo o propósito é apenas admira-lo ou se submeter a ele. Por isso, vez ou outra ele escolhe uma vítima para que possa esmagar sua autoestima ao seu bel prazer. É divertido ver um infeliz sendo humilhado só com suas palavras, ou sentindo em sua pele a superioridade de suas habilidades. Ele tem como preferência os Pokémon não binários. Por algum motivo, ele os vê como seres imperfeitos que nunca terão o encanto de uma fêmea ou a virilidade de um macho. E agora que sabe que todos vão lhe passar a mão na cabeça, ele vai ficando mais à vontade em oprimir aqueles que ele considera indignos.

Atualmente, ele está na sua forma final. Está entre os melhores da universidade e se inseriu no Conselho Estudantil graças a influência daquela que é uma grande amiga e, agora, sua amante. Ele foi capaz de se relacionar com uma Pokémon rica e influente. Ele se identifica com ela, já que também é uma Pokémon bem astuta e poderosa. Agora até a elite está de olho nele. Ele entende que está no caminho certo de ser o próximo grande herói.

Greninja percebe que Aegislash se aproxima dele.

- Finalmente se livrou dos convidados querida?

- Sim! Não vou negar que essa bajulação estava sendo bem tediosa! – suspira a espada enquanto o abraça por trás. Ela envolve delicadamente o pescoço do sapo com seus braços e ficou se apoiando nele – queria poder te assumir. Mas meus pais querem que eu apenas me relacione com alguém capaz de me dar filhos, fazer o quê!

- Entendo! – suspira o sapo mostrando um pouco de aborrecimento

- Não está gostando da festa?

- A música que está tocando me dá nos nervos!

- Que pena que não gosta! A cantora tem uma voz tão linda! Diferente daquela Altaria da turma UU! – compara Aegislash.

- Mas ela só fala de louvor a Arceus! Oh coisa chata! Inventaram religião só para que os fracos achem que tem salvação! – reclama o sapo.

- Eu vejo que a religião tem outro objetivo! – fala Aegislash – ela é uma maneira de manipular as massas. É com ela é que os Pokémon podem ser manipulados pela fé e lhes são inseridos conceitos como justiça e moralidade!

- Vendo por esse lado, até entendo essa proposição! – analisa Greninja – mas eu só tenho fé na minha força.

- Sei! Mas eu gosto de ser bem vista aos olhos de Arceus! Ou pelo menos pela sociedade! – explana a fantasma. Então ela muda de assunto – ai, eu queria ter convidado a Scizor! Mas eu já tinha convidado o Heatran. E como eu não queria causar um mal estar então não pude contar com a presença dela. Agora que ela vai passar por uns maus bocados nas próximas duas semanas!

- É sério que designou a coitada para um serviço desses? Hehe! – Greninja ri baixinho.

- Bem, como ela meio que se sente em dívida comigo, não foi difícil convencer ela em aceitar esse trabalho! – explana Aegislash – e eu aproveito para obter algumas informações sobre alguns arruaceiros que frequentam esse estrato. Eu não tinha dito que a Scizor seria útil para nós?

- Realmente você vai usar a pobrezinha ao seu bel prazer! – comenta o noturno – só não engulo que ela teve que chamar aquela estrelinha para ir com ela!

- Bem, ele é um companheiro bem apropriado para ela, especialmente por conta das coisas que andam acontecendo com ela. Mas o que você tem contra isso? Sei que aquela estrela é o seu novo “brinquedinho”, porém pode até ser interessante em saber quanto tempo ele vai aguentar essa nova atividade.

- Isso é verdade! Hihi! – Greninja ri novamente – mas também ele possa se sentir no seu habitat natural no meio daqueles fracassados.

- E tome cuidado! Vai que o psíquico resolva te enredar para o Conselho Estudantil! – comenta a espada.

- E talvez você dê um jeito de usá-lo! – comenta o sapo – agora, mudando de assunto, tenho uma novidade para você! Sabia que o Ferrothorn está querendo se confessar para você?

- Sério?! Hihi! – Aegislash deixa escapar uma discreta risada.

- E aí? O que pretende fazer? – pergunta Greninja – vai quebrar o coração dele? Ou vai dar um jeito de usar esse gado?

- Hum... não é uma má ideia! – analisa a fantasma – ele é de uma importante família de combatentes, não é?

- Sim! Eu até disse para ele que seria fácil a sua família te aceitar! Vai ser muito conveniente você e Ferrothorn namorarem já que poderá agregar uma grande família de combatentes a sua.

- Você se importa com isso Greninja?

- Eu não me preocupo com ele! Sei que eu tenho muito mais atrativos do que ele! – Greninja se vira para encarar Aegislash de forma maliciosa – e sei que, qualquer coisa, você pode lança a desculpa que só vai perder a virgindade depois do casamento! Hehe!

- Você não tem jeito! Seu sapo sapeca!

- Você também não perde uma chance de manipular o coração de alguém!

- Bem, vamos ver se o nosso querido carrapicho vai ter coragem para expressar seus sentimentos para mim! - Aegislash desfaz o abraço – vamos para dentro antes que deem falta da gente.

Enquanto entram, Greninja vai observando a Pokémon metálica que o acompanha. Realmente é alguém com quem gosta de ficar. Aegislash não é só uma garota fútil. Ela tem visão do que tem que fazer. Faz o possível para manipular tudo e outros a sua volta. Ela é bem astuta e poderosa. Sempre almeja a vitória. Sem falar que, mesmo sendo uma Pokémon Mineral, ela é bem linda. Alguém que gosta de ficar acima dos outros assim como o sapo. Ele não sabe se ela também nutri algum sentimento por ele, ou apenas o vê como mais uma peça em seu jogo. Isso não importa. Porém, no dia que ela resolver descartá-lo, ele também fará o mesmo.

Quando eles já estão no salão, reparam que Heatran estava paquerando uma Klefki. Aegislash arregalou o olho horrorizada:

- Oh não! Ele está cortejando uma prima minha!

- Sei que devemos estar de olho no Heatran, mas também não podemos impedi-lo de ser feliz! – ameniza o sapo.

- Ela só tem dezesseis anos!

- Vixi! Então realmente devemos impedi-lo! – logo os dois vão até o ígneo.

- Então querida! Você achou impressionante que eu seja de OU na Smogon, não é mesmo? – Heatran puxava conversa com uma jovem Klefki (não é a mesma da classe UU) – e você, estuda aonde?

Aegislash se coloca entre eles. Ela lança um olhar ameaçador no Pokémon magma:

- Er... Heatran, você pode vir comigo? Por favor... – ela pedia educadamente enquanto o encarava de modo maligno.

- Saco! Você não vai estragar meu prazer de novo não, vai? – fala Heatran aborrecido.

- Ela ainda é de menor! – Aegislash cochicha para ele.

Não querendo ter risco de se comprometer, ele se despede da menina e se afasta dela. Greninja se aproxima dele e lhe dá um leve tapa nas costas, debochando dele:

- Vixi! Ela é, literalmente, uma chave de cadeia!

- Saco! Como eu saberia que ela é de menor? – fala o ígneo nervoso.

- Você deve usar mais a sua cabeça para pensar cara! – avisa o sapo – e eu quero dizer que é a de cima, tá? – ele o cutuca no topo de sua cabeça.

- Puta que pariu Greninja! Não me trate como se eu fosse um pervertido não!

- Ei, eu ouvir que Bisharp não aparece há dias na Smogon! Então realmente deu um jeito nele? – fala o sapo bem baixinho.

- Só fiz com que ele ficasse um tempo fora de circulação! – Heatran esboça um sorriso maligno – agora ele sabe que não se deve meter comigo.

Passaram mais algumas horas. Finalmente chegou a hora dos parabéns. O bolo é enorme. Com cobertura branca e lilás com diversas flores feitas com glace. E tem duas enormes velas brancas que formam o número dezenove. Depois dos convidados cantarem a típica música, todos começaram a serem servidos do bolo. Enquanto todos saboreiam do bolo e das sobremesas, Ferrothorn reúne sua coragem e finalmente se aproxima de Aegislash:

- Aegis... preciso falar uma coisa... em particular... – ele demonstra bastante nervosismo.

A espada sabe qual é sua intenção. Ela o conduz para a sacada da onde estava a um tempo atrás com o Greninja para escutar o que o vegetal tem a dizer.

Quando finalmente ficaram a sós. Ele resolve abrir o jogo:

- Err... Aegislash... eu só queria te dizer que... desde a primeira vez que te vi, eu sentia algo diferente. Você é uma Pokémon tão nobre e gentil! Ao mesmo tempo, demonstra ser alguém forte e justa! Eu só queria te dizer que... eu gosto muito de você... que eu... te amo!

Pronto. Falou tudo que queria dizer. Ferrothorn não consegue olhar diretamente para ela. Agora está na expectativa em saber da reação dela. Depois de alguns segundos, a Aegislash estende sua mão para acariciar o rosto do vegetal.

- Também te acho bem gentil e nobre! – ela fala de forma emocionada, como se realmente tivesse sido tocada pelas palavras de Ferrothorn – gosto do seu jeito leal e disciplinado! Sempre quis te ter ao meu lado... aceito namorar com você!

Ferrothorn pega a mão da espada com suas vinhas e a beija – não sabe como me deixou feliz em ouvir isso! – então será que... – ele queria abraça-la. Mas a metálica tem outros planos.

- Vou te apresentar a minha família! Vamos Ferrothorn! – ela o puxa pela vinha.

Ele fica nervoso por já ter que ser apresentado aos sogros.

Enquanto isso, o restante do pessoal se degusta da comida.

- Uma coisa não posso reclamar, esses doces estão deliciosos! – Blaziken coloca um brigadeiro em seu bico.

- Realmente, pelo menos deu para aproveitar a boca livre! – Landorus pega dois grandes potes de plástico que estavam escondidos em sua nuvem.

- Credo Landorus! Não tem vergonha em levar comida pra casa? – repreende Greninja.

- E deixar que essa comida toda seja desperdiçada? Eu sei que os bacanas não costumam comer os restos do dia anterior. Mas desperdício de alimento pode ser considerado um crime social! Então vou levar o quanto puder para que eu e meus irmãos possamos aproveitar nesse fim de semana! – argumenta o terrestre.

- Tem razão Landorus! – concordou Blaziken – vamos Lopunny, vamos pegar alguma coisa para nós também!

Depois de algum tempo, os convidados começam a irem embora. Já eram onze e meia da noite. Devidamente abastecido de comida da festa, Landorus resolve ir embora e chama os outros para saber quem vai querer carona.

- Ei Landorus! Pode ir sem mim e Ferrothorn! Ele finalmente conseguiu ficar junto de Aegislash! Então ele está conversando com os pais dela – fala Greninja – eu também vou querer ficar mais um pouco – ele pretendia ver como iria se portar o novo “casal” formado – pode deixar que a gente se vira!

- Eu também pretendo ficar! – fala Heatran.

- Não! É melhor voltar para casa! – impõe o sapo – senão é bem capaz que você saia daqui preso!

- O quê! O que você quer dizer com isso Greninja? – questiona Landorus tentando entender a suposição de Greninja.

- Não é nada! É só besteira do sapo! – Heatran disfarça o nervosismo – eu só bebi um pouco além da conta! Mas eu não sou tão afetado pela bebida graças por eu ser metálico também!

- Por favor Heatran! Não quero ver você aprontando em festa de burguês! – reprende o terrestre – vamos para casa!

Os seis Pokémon que irão voltar saem do salão. Eles vão até um carro de cor de cobre. Landorus o destrava para que eles entrem nele. Quando todos estão acomodados, o terrestre liga o rádio e coloca para tocar uma música em um volume bem alto.

Êh-oh-oh

Vida de gado

Povo marcado eh,

Povo feliz

- Finalmente música de verdade! – suspira Landorus aliviado.

- Não parece que a trilha sonora ficou tão boa! Mas pelo menos está melhor do que antes! – debocha Blaziken.

Então, o carro finalmente sai e conduz os Pokémon para suas respectivas residências. Quando chega em seu lar, que fica em um apartamento de um condomínio de classe média. Rotom vai direto para o seu quarto e liga o PC. Através do wiress, ele descarrega as fotos que tirou durante a festa. A que mais lhe chamou a atenção foi uma que tirou de Aegislash, que estava abraçando o Greninja por trás enquanto estavam supostamente sozinhos na sacada.

“Essa daqui é interessante! Vai ser bem útil no futuro!”

 

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Múscica usada:

Admirável Gado Novo - Zé Ramalho

Notes:

Então é isso! Esse capítulo pode ter sido um pouquinho pesado em algumas partes. Mas pelo menos estamos tendo uns ships aí...
Ferrothorn é um cara de sorte, ganhou uma linda namorada ricaça. E vem de brinde um Ricardão que é um verdadeiro sapão! hehe!

E nos vemos para o próximo arco!

Agradeço a leitura!

Chapter 29: Capítulo 29 – Uma nova missão

Notes:

Olá pessoal, tudo bem? Estão curtindo o Carnaval? Com segurança é lógico! Mesmo sendo em casa só descansando mesmo ou lendo umas ficzinhas! ;)

No capítulo anterior teve o aniversário de Aegislash, e também mostramos os esquemas que ela e outros inegrantes do Conselho Estudantil costumam fazer para se darem bem! Mas será que essas conspirações vão durar por muito tempo?

Agora um novo arco se inicia!
Tenham uma boa leitura!

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

Três dias antes:

Era manhã de terça-feira, dia seguinte ao qual Scizor conversou com Aegislash no Conselho Estudantil. Ela chega ao campus mais despreocupada conversando amenidades com Heracross. Realmente aquela conversa a deixou mais tranquila e, pelo menos por enquanto, não vai se deixar abalar por nada. Quando chegaram aos blocos, as duas insetos se separam e vão para suas respectivas salas. Prontas para mais um dia de estudo.

Um pouco mais cedo, Starmie já estava na sala UU. Eli estava conversando com Gengar, até que um assunto veio em sua mente:

“Ei Gengar! Acabei de lembrar uma coisa! Você tinha me dito que estudou no colégio Flores da Aurora, não tinha?

- Sim, estudei o primeiro e parte do segundo ano do ensino médio lá, por quê? – Gengar estranha essa repentina pergunta.

“O Zygarde, da turma OU, tinha dado aula nesse colégio! Você nunca o viu por lá, não?”

- Vi não! Há quanto tempo que ele dava aula lá?

“Ele tinha me dito que começara a dar aula lá há uns seis anos atrás, se não me engano. Há dois anos, ele foi demitido! Então ele ficou lá por um período de quatro anos!” calculou o psíquico.

- Então ele deve ter começado já na época em que tinha sido expulso de lá! – informou Gengar.

“Vixe! Isso foi a tanto tempo assim?”

- Sim, após a expulsão, concluí o ensino médio em Lavender mesmo! – informa o fantasma – depois fiz um ano e meio de pré-vestibular. Só então que entrei na Smogon!

“Há sim! Você tinha me dito que você só passou no vestibular na quarta tentativa!” lembra Starmie.

- É, né? Você agora sabe que nem todo mundo é um gênio que nem você que passa de primeira, ainda na metade do terceiro ano! – cutuca Gengar.

“Tá! Mas continuando, então você sabia que o Zygarde foi demitido de lá só porque deu uns sermões no Greninja, que também estudava lá?”

- Vixi! A perereca também estudou lá?! – Gengar ficou surpreso.

“E a Aegislash também!”

- Essa escola é um reduto de gente tóxica! Desde da época que eu estudava lá era desse jeito, tinha sempre uns riquinhos metidos que faziam chacota dos outros alunos. E eles sempre se safaram, pois a escola não queria perder as mensalidades que eram pagas pelos pais ricos deles. Então, para deixar as coisas mais justas, eu vez ou outra, fazia trotes para esses riquinhos. Se bem que, cedo ou tarde, iria sobrar para mim... he,he! – explana o fantasma dando umas leves risadas.

“Achei que você também fosse de uma família tradicional!” fala a estrela.

- Ah, desde minha geração que a minha família tá falida! – responde Gengar – por isso que eles não hesitaram em me chutar para fora! Eu achei foi bom, pois esse colégio sempre foi um antro de Pokémon tóxico, e não tô falando de tipo venenoso não! Ao menos foi divertido trollar os almofadinhas desse colégio! Hehehe! – o fantasma gargalhava só de lembrar.

“Não quero nem imaginar o que você aprontava por lá...”

– Bem, eu costumava dar sustos nos estudantes no banheiro. Tinha uma Cinccino metida a besta que se orgulhava da pelagem, só que eu lhe joguei algumas substâncias que eram tão oleosas e grudentas que a ratinha teve que raspar a pelagem no zero. Ela ficou bem esquisita enquanto estava careca! Hihi – ele gargalhava enquanto lembrava dos seus feitos – mas uma das coisas mais divertidas é, sem dúvida, desenhar com pincel atômico... er... genitálias masculinas nas cadeiras dos machões da escola... e eu caia na gargalhada quando eles sentavam nelas! HaHa... e teve uma vez que...

“Entendi!” interrompeu Starmie constrangido “realmente você tacava o terror durante sua adolescência!” a estrela fica abismada com o relato de Gengar. Ele fica aliviado por não ter conhecido o fantasma naquele tempo.

- Hehe! Foram bons tempos! Mas ao menos eu me defendia com as trolagens. Diferente dos playboys que, ou abusavam da violência ou se utilizavam de ofensas morais contra as suas vítimas! - sua expressão muda para séria subitamente – o pior é que minha irmã de dezesseis anos está estudando lá agora... ela está passando maus bocados por lá!

Scizor chega nesse momento na sala e cumprimenta Starmie e Gengar:

- Bom Dia!

“Bom Dia Scizor!” Starmie repara que ela está com uma expressão mais tranquila.

- Bom Dia Scizor! Vejo que você está mais animada agora! – comenta Gengar.

O professor Mewtwo entra na sala. Os alunos vão rapidamente para os seus lugares, apostos para mais uma aula. Porém, Starmie repara que Bisharp ainda não chegou na sala.

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No dia seguinte, era uma tarde de quarta feira. Na sala de professores, uma Kyogre, cuja idade se situa no final da faixa etária dos cinquentas, estava em frente ao computador tentando organizar os horários dos professores nos estratos. Havia uma lacuna que estava lhe incomodando. A funcionária administrativa Gothitelle entra no recinto e cumprimenta a quase idosa aquática:

- Olá Dona Kyogre! 

- Olá querida Gothitelle! – suspirou a Pokémon que se assemelha a uma orca.

- Os horários dos professores estão lhe afligindo, não é?

- Sim meu bem! Esta é a última semana que o professor Zekrom estará na universidade. Pretendemos fazer uma seleção para contratar um substituto. Só que vai levar, ao menos duas semanas para que essa etapa e outros trâmites sejam concluídos. Ele dava aula para os três estratos inferiores. Eu consegui rearranjar os horários com os outros professores. Porém, ficou uma lacuna de duas horas após o intervalo do almoço para a turma ZU. E o pior que isso ocorrerá todo dia durante essas duas semanas.

- Vixe! Isso seria muito ruim para os estudantes de ZU! – disse a psíquica tendo pena.

- Sim! Logo ZU que é o estrato com mais problemas nessa universidade. Ficar duas horas-aulas por dia sem aula vai ser bastante prejudicial para eles. Sem falar que a turma vai ficar ociosa. E tem alguns que são meio problemáticos, se ficaram um intervalo por dia sem fazer nada de útil, podem aprontar muito mais do que já o fazem – explana Kyogre.

- Realmente é uma situação complicada! – Gothitelle coloca a mão no queixo pensativa - talvez se nós solicitarmos a intervenção dos monitores de OU!

- Boa ideia! Gothitelle, chame a Aegislash! – ordenou a aquática.

Não demorou muito para que a espada fosse trazida para a sala dos professores.

- Em que posso ajudá-la, senhora Kyogre? – ela disse em um tom educado.

- Aegislash, minha querida, preciso de sua ajuda em um assunto muito delicado! – pedia a aquática – um dos professores vai deixar a universidade no fim desta semana. Nós vamos contratar um substituto, porém vai demorar duas semanas para que ele, de fato, comece a dar aula aqui. E devido a um rearranjo de horários, o estrato ZU vai ficar com duas horas vagas por dia durante esse período. Então eu estou solicitando que os integrantes do Conselho Estudantil pudessem tomar conta dessa classe durante essas aulas vagas. Se isso não for possível, solicite aos monitores de OU, UU ou algum outro estudante de sua confiança.

- Hum... – a espada apoia a “cabeça” sobre a mão, em um gesto pensativo – é uma tarefa meio complicada.

- Posso fazer uma sugestão? – propõe Kyogre – acho que o monitor Zygarde pode realizar esse papel. Soube que ele já dava aula antes de ingressar na Smogon.

- Pode ser uma boa ideia! Porém... – Aegislash traz uma ressalva – não sei se ele vai querer ir para uma sala de aula novamente! Soube que ele teve alguns problemas sérios na antiga escola que ensinava. E que até foi meio agressivo com um dos alunos. E acabou sendo demitido por causa disso.

- Entendo... você tem receio que ele cause problemas em ZU também... – analisa a aquática.

- Mas não vou deixar os alunos desse extrato na mão! Até amanhã irei arranjar alguém que esteja disposto em ficar com eles! – oferece a espada.

- Você não poderia ficar com eles? E você poderia pedir para outro aluno te auxiliar também! – sugere Kyogre.

- Bem... se não tiver outra opção, Greninja e eu ficaremos responsáveis por essa sala! – propõe Aegislash, mesmo não gostando muito da possibilidade.

- Muito bem! – disse a aquática mais animada – pode ser designado dois alunos para esse serviço! E aqueles que o fizerem irão garantir uma hora de atividade extracurricular para cada aula que ministrar no ZU! No total serão vinte horas!

- Certo! Então irei apresentar uma resposta mais concreta amanhã, na hora do intervalo para o almoço!

- Muito bem Aegislash! Sabia que podia contar com você! Então eu aguardo a sua resposta!

- Então, senhora Kyogre! Vou me retirar! Até mais! – a espada se despede enquanto sai da sala.

- Até amanhã Aegislash! – a orca também se despede da estudante.

A fantasma vai até a sala do Conselho Estudantil e encontra Greninja esperando por ela.

- Olá querida – disse o sapo lhe dando um beijo – o que aquela velha orca queria?

- Me entregar um abacaxi para eu descascar! – suspirou a espada – ela quer que nós, de algum modo, preenchemos uma lacuna de duas horas-aula por dia na classe ZU. Ou vou eu mesma, ou designo dois alunos para ir para lá!

- Bem! Até que isso seria uma boa oportunidade para conhecer melhor os baderneiros que vem causando problemas na Smogon nos últimos meses! – propõe Greninja.

- Você quer ir comigo dar aula para aquela ralé? – pergunta Aegislash com um olhar de nojo.

- Pensando bem... não! – conclui o noturno – mas quem deveria ir para lá?

- A professora até sugeriu o Zygarde!

- Não! Nem pense em indicar aquela lesma! – disse Greninja com veemência – se ele for bem sucedido nisso, vai ter muita vantagem aqui na Smogon.

- Não se preocupe! Eu até tinha dito que ele foi “um pouco” agressivo demais! – diz Aegislash abanando a mão – acho que ela não iria aceitá-lo de bom grado depois do que eu disse sobre ele! Só que temos que escolher alguém que seja de nossa confiança! Alguém que, de bom grado, colheria informações sobre os estudantes desse estrato.

- Quem poderia ser? – questiona o sapo – alguém do Conselho?

- Já sei! – a espada arregalou o olho devido a uma ideia que lhe surgiu – a Scizor! Ela ficou bem agradecida por causa da conversa que tive com ela! Acho que posso usar sua gratidão para lhe pedir esse favor! – ela pega seu celular e manda uma mensagem para ela – pronto! Eu acabei de dizer para ela que “preciso de sua ajuda!”. Até marquei um encontro pra nós!

- Realmente você consegue dar um jeito em tudo! – disse o sapo admirado – enfim, encontrou uma utilidade para ela!

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Logo após sair da sala. Scizor foi se encontrar com Aegislash conforme combinado pela mensagem. A espada levou a inseto para fora do campus e se dirigiram ao restaurante “Hot Centipepper”, que ficava a uns vinte metros da entrada da Smogon. Na fachada, havia um letreiro com o nome do estabelecimento escrito em neon de cor laranja com um desenho de uma face de um Centiskorch. No interior haviam mesas e cadeiras de madeira, cobertas por toalhas em xadrez vermelho e branco, e uma decoração que remetesse aos clientes que poderiam fazer suas refeições como se estivessem em casa. A comida de lá não é muito cara. Porém, não é tão barata quanto as que os estudantes costumam consumir nas barracas do interior do campus ou no Restaurante Universitário. Por isso, esse estabelecimento é mais frequentado pelos professores. Aegislash pega no cardápio e mostra os pratos para a sua convidada.

- Esse doce que é uma Fruta Occa com cobertura de chocolate é uma delícia, não acha? – mostra a espada.

- Realmente parece gostoso... – fruta Occa é uma das comidas prediletas de Scizor. Seu apetite é estimulado. Porém a sobremesa lhe parece um pouco cara – não sei se vou poder pagar por isso!

- Deixa disso! Eu pago para você! – oferece a espada.

- Não precisa Aegislash! – Scizor tenta recusar. 

- Você merece, depois de tudo que passou! – insiste a fantasma, finalmente convencendo a Scizor.

Ela chama o garçom, que era um jovem Indeedee macho:

- Gostaria de duas porções de Occa com chocolate! E duas xícaras de cappuccino especial com creme de baunilha!

Enquanto esperavam pelo pedido, Aegislash abre o jogo:

- Scizor! Eu te chamei, pois preciso de sua ajuda!

- O que houve!

- Um professor que dava aula em estratos inferiores vai deixar a Smogon! E vão levar ao menos duas semanas para que possam contratar um novo. Tentaram organizar os horários dos outros professores. Mas uma das turmas ficarão sem aula durante as duas primeiras horas depois do intervalo do almoço. A professora Kyogre propôs que alunos de estratos superiores fossem dar conteúdo para essa sala durante esse período. Ela me pediu para selecionar quais estudantes que estão aptos para a tarefa e eu logo pensei em você!

- Eu? Dando aula em um dos estratos? – Scizor ficou abismada com a proposta – e pode isso?

- A Kyogre disse que é para ministrar conteúdos mais simples, de nível de ensino médio. Algo que você deve estar apta para fazer. E aqueles que aceitarem realizar essa tarefa durante as próximas duas semanas, terão vinte horas de atividade extracurricular pagas. Você sabe que um aluno da Smogon precisa de cento e vinte horas de atividade extracurricular para poder se formar, não é? – explana a espada.

- Realmente... ainda necessito de cinquenta horas para completar a carga necessária! – analisa a inseto – e qual estrato que está necessitando de aula?

- É a sala ZU! – responde Aegislash – e Scizor... eu estou aqui lhe fazendo esse pedido pois tem mais um detalhe que preciso te contar. Você deve saber que há alguns alunos desse estrato que andam protestando e realizando baderna na Smogon. Alguns foram identificados e suspensos. Porém a suspensão está prestes a acabar. Então preciso de alguém de confiança que possa relatar qualquer comportamento suspeito por parte desses estudantes. Se alguns deles aprontar novamente, vamos providenciar a expulsão definitiva deles!

- Vixe! É um problema sério! – comenta Scizor.

- E ninguém do Conselho Estudantil pode ir para essa sala justamente por causa desses arruaceiros. Há umas semanas atrás, tivemos que enfrentá-los e colocá-los em seus devidos lugares. Então, para evitar animosidade entre eles e a gente, eu decidi que iria colocar alguém de minha confiança para ir para lá ao invés de ir pessoalmente. Com isso, eu posso ter informações sobre essa turma sem estar envolvida diretamente.

- Realmente é um trabalho de grande responsabilidade! Em OU deve ter estudantes mais aptos para isso, não é? – aponta a inseto.

- Certamente! Só que eu sei que você é forte o bastante para essa tarefa! E sem falar que é uma aluna íntegra e gentil que não quer que a Smogon seja tomada por arruaceiros, não é mesmo? – argumenta a espada – e além disso, você não irá sozinha, você pode pedir para que mais um estudante te acompanhe! Mas não tem problema se não quiser aceitar, viu? Opa, nossos pedidos chegaram!

Elas são servidas com dois pedaços de frutas cobertos de chocolate e com duas xícaras de cappucino . Scizor se delicia com o sabor da sobremesa, que é uma combinação de doce e picante. Enquanto come, ela vai pensando sobre a proposta de Aegislash. Essa atividade pode lhe parecer meio árdua, porém ela não poderia dizer um não para a espada diante de si, depois de tudo ela que lhe fez. E ainda está lhe pagando um lanche relativamente caro. E sem falar que realmente precisa dessas vinte horas para cumprir a carga horária de atividades extracurriculares do curso.

- Hum... pode ser baratinho, mas essa fruta com chocolate até que é uma delícia! – disse Aegislash maravilhada com a refeição.

“E bem diferente das porcarias do interior da Smogon!” pensa a espada.

- Eu vou aceitar sua proposta! – declarou Scizor.

- Vai mesmo? – a espada ficou radiante – Que bom! Não sei como te agradecer!

- Que isso Aegis! Você me estendeu a mão em um momento difícil para mim! É o mínimo que posso fazer por você! – disse a inseto.

- Só fiz a minha obrigação no meu cargo de Presidente! – disse a espada lisonjeada – pois então você deve escolher um parceiro e dar a resposta para Kyogre amanhã durante o intervalo de almoço! Tudo bem?

- Certo!

Com isso, elas terminaram de comer suas sobremesas. Aegislash pede para fechar a conta e paga tudo com seu cartão.

- Obrigada pela refeição Aegislash! – agradece Scizor – agora vou para a entrada da universidade pois meu pai está me esperando por lá!

- Eu que te agradeço Scizor! De verdade! – retribui a espada – nos vemos amanhã!

- Até mais!

- Tchau!

Enquanto via a inseto sair. Aegislash deu uma leve risada. Conseguiu convencer a Scizor a realizar esse serviço. Realmente viu que Scizor está disposta a lhe fazer qualquer coisa devido ao seu senso de dívida. E pagando uma refeição para a inseto só fez reforçar o seu senso dever em lhe ajudar de bom grado.

Quando seu pai chegou, ela entrou no carro e ficou pensando no assunto enquanto estava a caminho de casa. Ela pensa em quem poderia lhe ajudar nessa empreitada. Primeiramente pensou em Heracross, mas logo descartou a ideia pois sabia que a lutadora era meio impaciente em ensinar aos outros. Ela mentaliza que, se os alunos de ZU a tirassem do sério, voaria Pokémon para tudo quanto que é lado.

Então Starmie veio à sua mente. A estrela se mostra paciente em ensinar os outros. Constantemente o via ensinando aos seus colegas. E até ela mesma, durante os primeiros semestres, recebera muita ajuda da estrela. Mas será que ela deve incomodá-lo com isso? Seria mais uma vez que Scizor iria depender de Starmie. Porém, é provável que o aquático também esteja precisando de horas para completar a carga de atividades extracurriculares. E sem falar que a inseto se sente mais segura quando está ao lado dele...

 

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No dia seguinte, já era quinta feira quando Scizor chega cedo para se encontrar com Starmie na entrada. Assim que o avistou, ela se aproximou deli e o chamou para uma conversa:

- Oi Starmie!

“Oi Scizor!”

- Er... você já completou a carga horária de atividades extracurriculares?

“Faltam trinta e cinco horas para mim! Por quê?”

- Eu recebi uma proposta para uma atividade de vinte horas! E que poderia chamar alguém para me acompanhar! Queria saber se você estaria disposto para isso!

Starmie ficou meio lisonjeado por ser lembrado pela Scizor para acompanhá-la em uma atividade extracurricular. “que tipo de tarefa é essa?”

- É ministrar conteúdo para ZU! – relata Scizor – a partir da próxima semana, os estudantes de lá ficarão com aulas vagas pelas próximas duas semanas. Terei que preencher essas lacunas dando conteúdo para eles até que um novo professor chegue. Mas tudo bem se não quiser, viu? Só que estou te chamando primeiro, pois eu sei que você é muito inteligente e paciente, portanto, sabe ensinar muito bem aos outros colegas! Eu mesma aprendi muito com você!

Starmie processa as informações. Se por um lado se sente feliz por saber que Scizor estima muito suas habilidades, por outro lado, ver com desconfiança o fato de que ela tenha sido designada para realizar essa atividade. Isso deveria ter ficado a cargo do Conselho Estudantil ou da Monitoria de OU. Colocar Scizor em uma atividade em que exige uma grande responsabilidade como ficar diante de uma turma inteira pode ser demais para um estudante universitário, por mais forte que ele seja.

- Se realmente precisar de mim, ficarei feliz em te ajudar! – responde prontamente a estrela, já que não poderia deixar sua amiga sozinha nessa – mas gostaria de saber como você foi se meter nessa! Dar aula para uma turma com mais de cinquenta Pokémon não deveria ser uma tarefa apropriada para simples estudantes como nós!

Scizor logo explica os detalhes para Starmie. Logo depois eles foram para sala de UU. E na hora do intervalo, foram até a sala dos professores para resolverem os trâmites. Scizor e Starmie se encontraram com Aegislash na entrada do prédio, que esperava pela inseto.

- Então finalmente vai formalizar com a professora o seu estágio para ministrar conteúdo para ZU? – pergunta a fantasma radiante.

- Sim! - responde Scizor.

- E por que está aqui Starmie? – questiona a espada enquanto olha para o Pokémon aquático de cima para baixo – não me diga que pretende acompanhá-la?

“Er... eu pretendo sim!” fala a estrela meio receosa “algum problema?”

- Er... nenhum... a Scizor poderia escolher quem quiser. Mas... achei que ela escolheria alguém mais... como posso dizer... 

- Aegislash, Starmie é um estudante bem experiente e habilidoso! E sabe explicar as coisas muito bem! – Scizor interrompe Aegislash – acho que ele vai ser de grande ajuda nessa tarefa, pode ter certeza!

- Se é o que você diz! – suspira a espada – então vamos falar com a professora Kyogre para formalizar isso, ok?

Starmie não deixa de sentir uma certa desconfiança em relação a espada. Ele tinha reparado que a presidente do Conselho Estudantil o observava com desdém e que o via como um Pokémon incapaz para uma atividade dessas. Realmente é algo difícil ficar responsável por um estrato inteiro. Então é ela que deveria, juntamente com outros integrantes do Conselho Estudantil, ficar a cargo da atividade, e não jogar isso nas costas de outros alunos quaisquer.

Assim, os três conversam com Kyogre, que repassa as instruções para os estudantes que, agora, se tornarão estagiários pois ficarão responsáveis por um estrato inferior. A professora repassa o conteúdo das aulas.

- Não é nada de difícil! Não é muito diferente da matemática que viram no ensino médio! – fala a professora – qualquer dúvida ou qualquer problema que tiverem durante as aulas podem vir falar comigo ou com o Conselho Estudantil.

Scizor e Starmie assentiram para a professora.

- Ótimo! Vocês irão começar na próxima segunda! Será todo dia no horário das 13:00 às 14:40! Estudem bem o conteúdo até lá!

- “Certo!”

- Ótimo! Então até mais!

Depois da professora os dispensar, Scizor e Starmie foram tratar com outros professores para relatarem sobre o estágio que se inicializará na segunda. A estrela foi falar com Deoxys e a metálica foi falar com Groudon. Ambos foram pedir para os respectivos professores para os liberassem das aulas enquanto estiverem em estágio. Conseguiram a permissão sem maiores problemas.

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Era sexta-feira, estava na hora do almoço. Scizor e Starmie se reuniram para planejar em como irão realizar as aulas para os estudantes de ZU. Mas chega Heracross, que acabou de saber da próxima tarefa de Scizor, e vai até ela para tirar satisfações:

- Ei Scizor! É verdade que vai dar aula para a turma ZU?

- Vou sim, a partir de segunda! Por quê?

- Não acha que isso é demais para estudantes como nós? E por que chamou o Starmie para te acompanhar ao invés de mim? – a besouro continua questionando.

- Você é capaz de lidar com isso? – Scizor mostra uma página do livro de matemática, cheio de fórmulas e contas.

- Arg! – Heracross fica meio tonta – é muito número, e muita letra!

- Entendeu, não é? – Scizor sorri de modo debochado.

- Tá, tá, entendi! Sei que a estrelinha é melhor em lidar com essas coisas! – se conforma a lutadora – mas você tá muito saidinha com seus amiguinhos atuais e nem tá dando muita bola pra mim! Outro dia o povo te viu com a Aegislash comendo fruta com caldo de chocolate lá no “Hot Centipperpe”.

- Esse povo, você quis dizer a Hippowdon, não é? – diz a metálica revirando os olhos.

- É sim, mas... aposto que aquela espada burguesa só te convidou para sair porque queria te passar esse abacaxi para você!

- Mas Heracross, sendo um abacaxi ou não, eu também estou fazendo isso porque nós precisamos de carga horária de atividades extracurriculares. Vamos conseguir vinte horas de lambuja! Então, não se preocupe, não vai ser nada complicado. Vai ser para muito Pokémon sim. Porém eles são tudo adultos, não vão fazer pirraça que nem criança, não. E não fale assim da Aegis. Parece até que tá com ciúmes dela!

- Que ciúmes o que! – bufa Heracross – Vou lá ter ciúmes de uma burguesinha como ela! Só que temo pela sua segurança. Ouvi dizer que tem uns encrenqueiros nesse estrato! – fala a lutadora desconfiada.

- Mas qualquer coisa vou ter o apoio do Conselho Estudantil! – a metálica ver as horas no celular – vixe, hora de voltar para sala.

“Qualquer coisa, podemos nos encontrar no fim de semana!” disse Starmie.

- Certo, então vamos para as nossas salas! – Scizor se despede dos amigos.

Starmie ia fazer o mesmo, só que sente sua ponta sendo puxada pela lutadora.

- Estrela! Quero falar umas coisas para você!

“O que foi Heracross!”

- Ao contrário do que Scizor diz, eu não tenho ciúmes de Aegislash, só que eu não confio nem um pouco nela! Aliás, não confio no Conselho Estudantil!

“Nisso tenho que concordar com você...” diz Starmie em um tom baixo “tenho meus motivos para não acreditar em alguns dos seus integrantes!”

- Especialmente no Heatran! – revela Heracross.

“Heatran?! O que ele fez com a Scizor?” pergunta a estrela abismada.

- Eu também não sei dos detalhes, mas foi por causa dele que Scizor desistiu do combate na semana passada! – fala a besouro – o pessoal do time dela desconfia que ele anda fazendo ameaças a ela.

Essa revelação deixou a estrela assustada e revoltada ao mesmo tempo. Então Scizor também pode estar sofrendo perseguições de um colega? E o que Aegislash tem a ver com isso? Será que a espada realmente está ajudando a Scizor ou faz parte desse esquema? A mensagem que Bisharp tinha lhe passado tem alguma relação com isso?

- Bom! Isso é tudo que eu sei! Contudo, nós devemos estar de olho e proteger a Scizor! – fala Heracross – porém, sei que não devemos agir precipitadamente.

“Isso mesmo! Se o Conselho for tão perigoso como eu acho que é, não devemos fazer nada contra eles antes de ter qualquer prova concreta!” conclui Starmie.

- É! Foi isso que Fini me aconselhou! – suspira Heracross – mas então, vamos nos focar em ficar de olho na Scizor! Ela é forte, porém pode ser meio ingênua! 

“Entendido!”

- Valeu Starmie! Sabia que eu poderia contar contigo! Você sim é um amigo digno de confiança!

“Obrigado! Mas agora vamos para nossas salas, pois estamos atrasados!”

- Xiii! É verdade! Então até mais Starmie!

“Até”

Enquanto isso, já na sala OU, Scizor entra na sala e ver que a espada está pegando as coisas para ir embora.

- Vai sair cedo hoje?

- É que vou ter que ir para o salão de beleza! Hoje é meu aniversário e vai ter uma festa hoje à noite!

- É seu aniversário? Meus parabéns! – disse a inseto enquanto abraçava a espada para felicitá-la.

- Scizor, queria que fosse para minha festa! Mas eu tinha convidado o Heatran antes de saber... daquilo... – disse Aegislash meio encabulada.

- E como está o caso dele? – pergunta a inseto com temor.

- Ele está sob vigilância ainda. Ainda não sabe que eu estou ciente de seus crimes. Porém o Greninja também já está no caso. Ele está aposto para qualquer coisa que Heatran fizer. Afinal, ele é o mais poderoso Pokémon aquático da Smogon. Ele pode lidar com esse tipo de problema com sigilo e eficiência.

- Obrigada Aegislash por me relatar isso! – Scizor dá um leve sorriso, embora ela tenha ficado temerosa pelo fato de Greninja também saber dessa história.

- No ano que vem eu prometo que te convido para minha festa! – fala Aegislash.

- Obrigada pela consideração! – falou a inseto meio envergonhada – então, tenha uma boa festa!

- Ok, até mais e se prepare para as aulas! – se despede a espada.

Na sala UU, Starmie entra apressado, já um pouco antes do professor. Após eles, entra a Hippowdon, que está agitada pois tem mais uma bomba para noticiar para a sala:

- Gente! Sabem da novidade? Bisharp sofreu um acidente de moto na segunda feira! Por isso que ele não veio mais para aula nessa semana!

Os alunos de UU ficaram tudo murmurando. Starmie ficou bem apreensivo com a notícia, já que ele lhe deu um alerta em relação a Scizor. Será alguma possível retaliação do Conselho Estudantil?

- Como ele está? – perguntou Latias.

- Não sei... - disse Hippowdon coçando a cabeça – pode ser que ele esteja nas últimas e...

- Ele vai está de licença por quinze dias! – interrompe o professor Deoxys – acabamos de receber o atestado médico dele! Felizmente não foi nada de grave! Ele deve ficar de repouso durante esse período.

Só se escuta os suspiros aliviados ao saberem que Bisharp não corre risco de vida. Com isso a aula prosseguiu normalmente. Mas Starmie continuava tenso. Talvez o Conselho Estudantil realmente tenha algo haver com aquele acidente. Porém a estrela sabe que toda cautela é pouca ao lidar com eles.

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Finalmente chega segunda feira. Starmie entra na sua sala e se acomoda no lugar como sempre. Está meio sonolento pois não tinha dormido direito devido a ansiedade em relação às aulas que iria ministrar no ZU e às possíveis armações do Conselho. E antes de entrar na sala, foi abordado por Volcarona, que lhe trouxe o seu produto e a estrela prontamente lhe pagou. Agora ele fica olhando para o frasco da loção que acabou de comprar.

- Vixe! Tu tá se arrumando pra quem? – pergunta Gengar ao ver a estrela com a loção. 

“Que me arrumar o que! É que acabei de comprar de uma colega! Só isso!”

- Pelo que sei, você não é de comprar essas coisas! – aponta Gengar.

Magneton também entra na sala e logo que se acomoda na sua carteira, ele encosta sua cabeça na mesa para tentar tirar um cochilo.

- Tu tá sonolento também? – repara Gengar que cutuca o Pokémon imã – não me diga que os não binários de UU deram de ficar na gandaia nas noites de domingo!

“Não enche!” resmunga o elétrico “Não deu para dormir! Não deu para eu dormir enquanto eu percebi que meu grande amigo agora é meu cunhado!”

- Cunhado? Como assim? – pergunta Gengar – Errrr! Não me diga que o Meta e o Zone agora estão...

“Sim! Estão juntos!” confirma Magneton “quando eu os encontrei na sala, estavam se olhando de uma forma tão... coisada...  e Magnezone acariciava o rosto de Metagross com o imã. Vendo isso, tudo que pude fazer e me trancar no quarto, colocar o fone no volume máximo e passar a tarde e à noite jogando. Assim, eles puderam ficar à vontade!”

- Pelo menos o seu maninho se deu bem na noite passada! Hehehe! – ria o fantasma de forma safada. Ele imaginava como esses dois Pokémon metálicos devem ter aproveitado a noite passada.

Então, Hippowdon entra na sala toda afobada com mais uma notícia bombástica:

- Vocês estão sabendo da novidade?

- O que foi dessa vez, oh boca grande? – questiona Gengar.

- Aegislash e Ferrothorn começaram a namorar! – revela a hipopótamo.

“Grande novidade! Mudou minha vida!” ironiza Starmie, voltando o seu núcleo para cima.

- E o carrapicho é que se deu bem de vez! – fala o fantasma – ficar com uma Pokémon ricaça e poderosa pra caramba! Agora que o Thorn deve andar na linha!

- E pelo visto não foi o único casal que se formou nesse fim de semana – Hippowdon foi até onde Magneton está – seu irmão está com o Metagross, não tá? Diga por favor se é verdade! – ela fica cutucando o imã.

“Não enche!” diz o elétrico aborrecido.

- Mas por que contou para o Starmie e pro Gengar então! – a terrestre inchou as bochechas contrariada.

“As chances de você espalhar qualquer informação para noventa por cento dos estudantes da Smogon em menos de vinte e quatro horas são de cem por cento!” afirma Magneton.

Aí o professor Yveltal entra na sala:

- Todo mundo pro seu lugar!

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Era horário de almoço. Logo depois que terminaram suas refeições. Scizor e Starmie finalmente resolvem se dirigir para a sala ZU. Eles se informaram da localização dessa sala que ficava em um bloco bem distante dos demais. Eles tinham que percorrer uma estrada de asfalto para chegar lá. Então eles começaram a andar por esse trajeto. Enquanto isso, eles iam conversando.

“Ei Scizor! Soube do acidente que Bisharp sofreu?”

- Sim! – disse a inseto meio temerosa. Não queria que algo ruim acontecesse a um Pokémon que tinha lhe ajudado anteriormente – mas ainda bem que não houve nada de grave com ele!

“Scizor... o que acha desse pedido que a Aegislash fez para ti?”

- O que eu acho? – ela ficou pensativa – pode ser uma tarefa de grande responsabilidade, porém não vejo problema nenhum em ajudá-la nesse propósito. Além da carga horária que vou conseguir, também seria uma forma de retribuir para ela!

“Retribui?” questiona o aquático.

- Sim! Ela tem me ajudado muito por esses dias! É o mínimo que poderei fazer por ela, por enquanto! Por que está me perguntando isso?

“Er… por nada não!”

- Já sei! A Heracross andou fazendo seu núcleo, não é? – desconfia Scizor – acho que ela tem ciúmes da Aegislash. Pensa que não percebi que vocês estão de segredinhos com isso?

“Não tenho nada para te esconder...” diz a estrela meio receosa, pois essa afirmação não é totalmente verdade “mas sei que a Heracross só está preocupada com você! E eu sinto que alguns membros do Conselho Estudantil não têm boa índole!”

- Acho que isso pode ser verdade! – disse a metálica de voz baixa.

Starmie entende que Scizor está realmente tendo problemas com alguém do conselho. Provavelmente com Heatran. Será que Aegislash está ciente disso?

- E você soube que a Aegislash tá namorando o Ferrothorn, não é?

“Sim! Hippowdon fez questão de nos manter informados em relação a isso!”

- Hehe! Mas eu acho que os dois deram sorte e que será um casal maravilhoso! – diz Scizor radiante – Ferrothorn pode ser meio sério, mas é bem dedicado e justo. Não deve ser difícil para os dois se darem bem!

Passaram-se vários minutos. Os dois Pokémon continuaram andando. Eles estão passando por um açude que é o reservatório de água da Smogon. O sol está a pico no céu, fazendo bastante calor naquele momento.

- Ai que calor! – Scizor começa a bater suas asas para se refrescar – se soubesse que seria tão longe do prédio principal, teria vindo de carro!

Então eles passam por um Magcargo, um Pokémon caracol de cor alaranjado e que carregava uma enorme rocha nas costas. Ele andava muito lentamente na mesma direção dos dois Pokémon. Instintivamente, Scizor se moveu para a beira da estrada para não ter que interagir com ele.

Porém, quando o caracol percebe que um aquático está próximo ele, o mesmo começa a se desesperar:

- Não! Não! Por favor! Não me machuque! Leve minha carteira, mas me deixe em paz! – ele joga uma carteira, que está com uns respingos de larva.

“Não! Eu não quero sua carteira!” Starmie percebe o temor do ígneo e tenta acalmá-lo “Só quero saber onde fica o bloco onde se situa a sala ZU!”

- Ele fica logo aí! É só andar reto que uma hora vocês chegam lá! Mas me deixe em paz, por favor! – Ele se esconde trêmulo em sua concha. Starmie e Scizor resolvem se afastar rapidamente dele.

“Realmente deve ser duro ter dupla fraqueza!” comenta o aquático.

Scizor não pôde deixar de ter pena do Magcargo. Ele ficou desesperado só de olhar para o Starmie. Não pode ficar tendo medo de todo ígneo que aparecer. Senão, poderá até mesmo cometer uma injustiça contra um inocente.

- E tem mais uma coisa que reparei! – repentinamente ela se aproxima de Starmie para olhá-lo de perto – sua epiderme está mais brilhosa! Será que foi por causa da loção que a Volcarona te vendeu?

“Você... reparou?” a estrela fica encabulada “eu passei um pouquinho no início do intervalo pro almoço para experimentar!”

- Ficou bonito assim! – elogiou a inseto.

“Obrigado...”

Finalmente eles avistam o bloco. Era um pequeno prédio cinzento que parecia abandonado pois a pintura estava parcialmente se desfazendo, havia rebocos por toda parte e algumas rachaduras. Eles não podem deixar de reparar no mato que se formava ao redor dele. Por um momento, eles acharam que tinham errado o caminho e que tinham parado em um setor em desuso da Smogon. Entretanto, logo eles escutaram alguns murmúrios vindos desse prédio, como se tivesse lotado de Pokémon. E eles viram a placa de ZU logo acima da porta de entrada. Então esse deve ser o lugar. À medida que se aproximam da construção, a estrela repara que a metálica ficava mais trêmula.

“Nervosa?”

- Não vou negar! Estou sim! – afirma Scizor.

“Também estou!”

- Vamos nos acalmar! Isso deve ser normal na primeira vez! Com o tempo vamos nos acostumando! – disse a inseto no intuito de se acalmarem.

Então a porta se abriu abruptamente devido a um Throh que tinha sido arremessado do interior da sala. O lutador vermelho tira a poeira do seu “quimono” e corre para retornar para o recinto gritando:

- A É? AGORA VOCÊ ME PAGA SEU CURURU!

Starmie e Scizor se movem lentamente, temerosos até a sala. Quando entram, se assustam com o que veem. Uma grande sala com mais de cem alunos. Estava um barulho infernal, pois eles estavam conversando alto, tinha alguns que estavam brigando, como aquele mesmo Throh, que está trocando sopapos com um Poliwrath. Tinha uns que estavam escutando música do celular sem fone, e com isso, não dava para identificar quais músicas eram executadas. Tinha alguns jogando cartas. E até mesmo fumando. E mesmo nesse caos, havia alguns que estavam dormindo.

Scizor e Starmie rapidamente saíram do recinto.

- Arceus! O que era aquilo? – pergunta a inseto abismada.

“Isso é uma sala de aula ou um botequim?” o aquático estava igualmente sem palavras para descrever aquela situação.

- Estamos no lugar certo, não estamos? – Scizor olha para placa para confirmar que eles não erraram de local – gente, tem mais que o dobro de alunos da nossa sala!

“E agora? Estamos fudidos!”

Notes:

Pronto! O arco de ZU acaba de começar! Agora como nossa dupla vai lidar com esse estrato... meio problemático? No próximo capítulo eles vão ter que encará-los!

Agradeço pela leitura!
E até mais! ^^

Chapter 30: Capítulo 30 – ZU, o pior estrato da Smogon

Notes:

Olá pessoal! No capítulo anterior vimos que Scizor aceitou de Aegislash uma proposta em dar aula no estrato mais baixo da Smogon. Ela chama Starmie para ajudá-la nessa empreitada. Mas os dois estudantes de UU perceberam que isso será mais difícil do que pensavam.

Tenham uma Boa Leitura!

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

Mal tinham chegado à sala do estrato ZU que Starmie e Scizor ficaram assustados com o que viram. Saíram rapidamente do recinto para processarem a situação em que se meteram.

- Estamos no lugar certo, não estamos? pergunta a inseto enquanto olha para placa que está acima da porta – gente, tem mais que o dobro de alunos do que na nossa sala!

“E agora? Estamos fudidos!” a estrela começa a sentir um desespero. Ela se pergunta se são capazes de ministrar uma aula para um pessoal desse.

- Starmie, nós temos que nos acalmar! – disse Scizor olhando para o seu núcleo – pode parecer intimidador para nós! Mas acho que se nós entrarmos, eles vão se aquietar e vão prestar atenção no conteúdo. É como eu te disse, são tudo adulto, eles sabem que precisam estudar para elevar de estrato. Vai ver só como as coisas vão dar certo!

Então a metálica respira fundo, se preparando para entrar na sala juntamente com o aquático. Eles abrem a porta devagar e vão se aproximando da mesa do professor. Isso fez com que a atenção dos alunos finalmente voltasse para eles, que de certa forma, serão seus professores. Colocam as coisas em um canto da sala. Mas Scizor estranha que a sala não tinha a lousa branca que ela costuma ver em salas de aula e sim um enorme quadro verde-escuro.

- Cadê a lousa? – questiona a inseto.

- Ela está aí ué! – responde Heatmor, um Pokémon tamanduá que senta em uma das cadeiras da segunda fileira, apontando para o quadro negro.

- Vai me dizer que não sabe nem o que é uma lousa! – debocha um macaco de pelagem verde, conhecido como Simisage.

O restante da sala acaba dando umas gargalhadas.

“Faz um bom tempo que não vejo um quadro negro!” comenta Starmie.

- Pois eu nunca tinha visto isso! – fala Scizor surpresa – como vou escrever aí? Eu tinha até comprado uns pincéis para escrever na lousa.

“Em um quadro negro a gente usa giz!” responde a estrela “Que sorte! Tem alguns pedaços nesse suporte de madeira!”

Scizor pega um pedaço de giz com sua garra. Tenta escrever algo, mas o giz se quebra.

- Arg! Que negócio mais frágil! Como vou escrever aí?

“Pode deixar que eu escrevo!”

Então Starmie usa seus poderes psíquicos para usar o giz e escreve seus nomes na lousa.

- Boa Tarde pessoal! Tudo bem? – cumprimenta Scizor, sorrindo na tentativa de passar uma boa impressão para a turma – desculpe-nos por esses pequenos transtornos. Eu sou a Scizor, que frequenta as turmas OU e UU e este aqui é Starmie da turma UU. Iremos ficar com vocês nesse período de 13:00 às 14:40 durante as próximas duas semanas.

Após a apresentação, se escutaram os murmúrios dos alunos.

- Vixe! Agora estão mandando alunos darem aula aqui? – cochicha um Leavanny para um Swanna.

- A coisa aqui tá tão feia que nem o Conselho Estudantil ou os monitores querem vir pra cá! – continua o cisne.

- Então pessoal, como estamos um pouco atrasados, eu peço que guardem os celulares. Viemos dar reforço de matemática para vocês. Antes de começarmos, alguém poderia ligar o ar condicionado, está meio quente, não é?

- AH, AH, AH, AH, AH, AH! – a classe gargalhou novamente.

- Qual é a graça? – Scizor já não esconde o aborrecimento.

- Minha filha! Não sabe que essa sala não tem esse luxo? – Fala um Electivire que senta na carteira central da fileira da frente – tem esse ventilador aí! Um velho guerreiro que pode pifar a qualquer momento! – ele aponta para um ventilador de teto que gira meio lentamente e faz muito barulho.

- Tudo bem! Tudo bem! – suspira Scizor – vamos começar estudando com os conceitos de probabilidade. E como vamos apagar isso agora?

“Tem um apagador aqui!” mostra Starmie.

Scizor pega o objeto – esse negócio está meio sujo de pó – ela chacoalha o apagador e sai uma nuvem de pó que atinge ela e a estrela.

- ARG! Cof... Cof... – tossia a inseto. Ela ficou suja com a poeira, assim como Starmie que teve suas pontas superiores e núcleo cobertos de pó de giz. Essa cena só serviu para arrancar mais risadas dos alunos.

- ATCHIM! – a inseto espirra colocando a garra na boca – como eu estava falando... cof cof... suponhamos que a gente jogue uma moeda pro alto! Quais as chances de vir cara?

Scizor vai explicando enquanto Starmie copia o conteúdo na lousa. Uma parte da sala vai copiando a matéria. Mas tem muitos que ainda não estavam prestando atenção na aula. Alguns conversavam, outros ficavam mexendo no celular. Mas o que chamou a atenção de Scizor, é uma Floatzel que dormia profundamente com as mãos em volta da cabeça, que estava apoiada sobre a mesa. A inseto foi até a carteira da doninha e a cutucou delicadamente:

- Querida! Estamos no meio da aula!

Floatzel mexeu um pouco o seu braço – tá... já ouvi... – ela resmungou.

- Sim, então preste atenção na matéria da lousa, pois já já vou apagar! – avisa a inseto!

- Tá! Depois copio de alguém! – a lontra levanta o braço novamente, e nem levanta a cabeça.

- Sim! Mas como você vai prestar atenção na aula? – apesar de não demonstrar, Scizor começa a se aborrecer com a situação. Como uma estudante pode estar tão desinteressada?

- Pare de incomodar a Floatzel! – Electivire se levanta e chama a atenção de Scizor.

- Mas não ver que sua colega está dormindo? – Scizor já se mostra incomodada – como ela vai aprender o conteúdo.

- Ela pega dos colegas depois! Então deixe ela aí! – exige o Pokémon amarelo, que já lança um olhar feio para a metálica.

- Que coisa chata! Ninguém aqui parece que quer assistir a aula! – diz a inseto indignada - parece que o povo daqui não quer nada na vida!

Essa declaração de Scizor chamou a atenção de toda a classe e de Starmie. E eles estavam encarando Scizor de forma raivosa. A estrela repara que sua amiga pode está sendo dura com eles. Ele a chama para perto da lousa:

“Scizor, vem cá, por favor!”

A inseto vai até o psíquico.

“Scizor! Acho melhor não os contrariar! Não podemos ter rixa com eles!” A estrela teme pelo fato de toda sala está encarando-os de modo ameaçador.

- Miau! Realmente ouvimos isso de qualquer um que passe por essa sala! – uma manhosa voz masculina é escutada do fundo da sala. Vinha de um Pokémon felino quadrúpede que possui pelagem cor de creme e com uma gema redonda na testa. Era o Persian. Ele se levanta da cadeira e se aproxima dos estudantes estagiários – olá Scizor, olá Starmie! Ainda se lembram de mim? Chegamos a estudar juntos por alguns semestres!

Ambos reconheceram o felino. Starmie lembra que estiveram juntos no primeiro semestre. Mas Persian acabou sendo rebaixado no final do mesmo. Então, no semestre seguinte, ele estudou com Scizor. No seguinte, o gato foi caindo de estrato e nunca mais se encontrou com os outros dois.

“Persian, como você veio parar aqui?” pergunta a estrela surpresa.

- Miau! Pra ver como as coisas são pesadas aqui! Se você não for alguém excepcional, eventualmente vai acabar parando aqui! – afirma o Pokémon normal – é surpreendente que mesmo com muito Pokémon forte entrando na Smogon semestre após semestre, que vocês ainda estejam em UU!

“Mas a gente se lembra que você é conhecido por ter uma conduta que não é exatamente boa! Parece que é um líder de uma gangue, ou coisa do tipo!”

- Ah ah ah! Miiiau! – o gato se aproxima da estrela, a encarando bem no núcleo – é isso mesmo “queride”! Você sabe que eu sou líder da gangue dos Rockets, que está comigo desde o ensino médio! Alguns integrantes estão nessa sala e tem outros espalhados em outros estratos. Então vocês já sabem! Isso aqui é uma realidade bem diferente do que vocês estão acostumados. Se vacilarem, podem estar certo que suas vidas serão um inferno enquanto estiverem aqui!

Pelo visto, Scizor e Starmie mal entraram na sala que já estão recebendo até ameaças de uma gangue. O aquático percebe que ministrar uma sala dessas será mais difícil do que pensava. Temia que os alunos ficassem contra eles. Mas como ainda falta mais de uma hora para terminar a aula, eles tinham que continuar a passar conteúdo.

“Podemos apagar a lousa?” Starmie pergunta para a classe.

- Aguarde só um minuto! – pedia um Crustle, que fazia suas anotações no chão mesmo. Mas o que chama a atenção dos estagiários é que o Leavanny estava usando o próprio Crustle como mesa, se apoiando na enorme concha de pedra quadrada do inseto.

- Esse Leavanny não tem noção do perigo! – cochicha Scizor para Starmie, o mais baixo possível para não ser ouvida – o Crustle não se aborrece com isso não?

- Você terminou meu amor? – pergunta Leavanny para o Crustle – se não dê tempo, eu tiro uma foto e envio para você!

“Então eles são namorados?” Scizor fica meio envergonhada “que intimidade bizarra é essa?”

Starmie apaga a lousa para passar a segunda parte do conteúdo. Por mais que a estrela tenha cuidado, o pó do giz ainda incomoda Scizor. A estrela resolveu chacoalhar o apagador lá fora para não incomodar a inseto e os estudantes.

Então, o que era esperado aconteceu: o ventilador parou de funcionar. E ainda começou a pender, como se fosse cair a qualquer momento.

- Ai Arceus! Se isso cair na cabeça de um... – diz Scizor temerosa.

- Deixa que eu ajeito isso aí! – Ariados, que é uma aranha vermelha com patas de cor roxa e amarela, se levanta e começa a subir pela parede até o teto.

- Rapaz! Desce daí! – Scizor coloca a mão na cabeça.

- Peraí! Primeiro deixa eu ajeitar essa joça, antes que aconteça um acidente! – fala o Pokémon aranha. Ele começa a expelir fios brancos de seu corpo e envolve a base do ventilador com eles. Com isso, o objeto fica preso ao teto. Ele também liga as pás com o teto através de sua teia para reforçar seu trabalho.

- Isso deve servir! – ele desce para o chão usando um fio.

- Muito bom! Esperado do nosso rei da gambiarra! – comenta Electivire.

- Tem certeza que esse troço não vai cair sobre nós? – perguntava uma Sunflora que sentava bem abaixo do ventilador.

- Pode ficar tranquila que isso segura por, pelo menos, alguns dias! – afirma Ariados confiante – modéstia a parte, minhas teias são bem resistentes!

- Bem! Foi boa a sua iniciativa Ariados! – comenta Scizor – mas isso é um problema sério! Deve-se providenciar o conserto desse ventilador ou a instalação de um novo! Quem é o representante dessa sala?

- Sou eu! Por que? – Electivire se levanta mais uma vez, encarando os estagiários de forma maligna.

- Er... você deveria ir para ouvidoria reclamar em relação ao ventilador! – responde Scizor com um sorriso sem graça.

- Vou ver o que posso fazer! – o elétrico volta para o lugar. Scizor tem a impressão que ele não está muito disposto a fazer isso.

Eles continuaram com a sala. Só que o calor começou a atormentar aqueles que estavam na sala. Especialmente a Scizor, que já não gosta muito de ambientes abafados. Ela vai batendo as asas de vez em quando na tentativa de se refrescar.

- Então aí, se quer que ambas as possibilidades ocorram... deve realizar a multiplicação dos eventos... e... poxa vida! Tá bem abafado mesmo.

“Er... professora! Senhorita!” chamava um Regice que senta em uma das carteiras intermediárias da sala. Sua voz telepática era muito aguda. Bem mais aguda do que a de Starmie.

- Pode me chamar de Scizor! – ela se volta para o golem de gelo, que parece mais um grande prisma cristalino branco – o que foi?

“Posso desferir umas Brisas Geladas para refrescar a sala!” propôs Regice.

- Faria isso? É gentileza de sua parte!

“Muitos Pokémon daqui, inclusive eu, não suporta o calor!” então o Pokémon emite uma refrescante brisa que reduz consideravelmente a temperatura da sala. Isso deixou Scizor mais confortável.

Porém nem todos os alunos aprovaram esse frio repentino.

- Quem mandou ficar emitindo esse ar frio, Regice! – reclama um Tropius, que se envolve em suas próprias folhas e fica tremendo de frio – bruu... agora isso daqui tá gelado!

- Realmente não tá fácil assistir as aulas desse jeito! – diz a Sunflora encolhendo suas pétalas.

“Ai, que coisa!” agora é Starmie que fica aborrecido “então Regice, pode parar de emitir o ar frio?”

- Pare não por favor! – implora uma Avalugg. Ela se parecia com um iceberg –  com esse calor eu posso literalmente derreter!

E começou uma discussão generalizada para decidir como será a temperatura da sala. Scizor e Starmie ficaram por um tempo só observando esse bate boca desenrolar, sem saber o que fazer para apaziguar os ânimos desse pessoal.

- Ai ai! – a metálica fica atônita – o que nós faremos agora?

“Peraí que estou pensando!” a estrela tenta manter a calma.

E passaram alguns minutos só discutindo. Só que com o tempo, a discussão evoluiu para agressão física. Muito provável que alguns só aproveitaram essa discussão só para voltarem a lutar, como é o caso do Throh e do Poliwrath que retomaram a luta que estavam tendo no começo da aula.

- Vixe! O negócio tá piorando! – disse Scizor temerosa! – SILÊNCIO!!! SE AQUIETEM POR FAVOR!!!

Não adiantou gritar para eles. Então os dois estudantes de UU resolveram apartar alguns deles. Mas quando conseguiram separar dois que estavam se batendo, logo surgiram mais quatro para entrar na briga. Uma Wormadan rosa, que é uma Pokémon inseto metálica veio se esconder assustada atrás de Starmie.

- Você é aquático, não é? Faz alguma coisa! Esse Heatmor quer me agredir com fogo! – fala a inseto assustada.

- Que te agredir o que sua histérica! – rebate o tamanduá – essa daí quer armar para cima de mim!

A estrela não sabe o que fazer. A Wormadan é muito vulnerável aos Pokémon de fogo. Entretanto, não pode fazer nada contra o Heatmor pois, não viu de fato, se ele está fazendo algo contra ela ou não.

Enquanto isso, Scizor foi tentar falar com Electivire, que é o representante da sala. Mas ela vê que o elétrico está segurando um Seviper pelo pescoço, prestes a lhe desferir um Soco do Trovão.

- Ei! Não é responsabilidade sua parar com essa confusão? – questiona Scizor.

- E estou fazendo isso! – responde Electivire – estou surrando alguns para que eles se aquietem!

“Querida! Se acalme!” Starmie tenta acalmar a Wormadan “Sei que tem medo dos ígneos, mas não vi o Heatmor fazer nada contra você!”

- Mas eu não gosto dele! Parece que vai soltar um Lança Chamas contra mim a qualquer momento! – continuava o bicho-cesto.

“Ele te ameaçou ou coisa do tipo? Ele já te agrediu antes?”

- Er... não...e nunca... – Wormadan hesitou em responder esta pergunta – mas ele pode me atacar sem aviso prévio.

- Não acredite nessa mentirosa! – Heatmor se defende – tem tempos que essa daí tenta me comprometer!

“Minha cara! Não vou atacar ninguém à toa! Fique perto de mim até essa situação se acalmar!” o psíquico pensa na possibilidade de ser só o medo que ela tem dos ígneos e de que Heatmor não tenha feito nada com ela. Ele resolve que o melhor a se fazer é tomar conta dela até essa situação ser esclarecida.

Scizor vai para perto de Starmie – o que vamos fazer?

De repente uma carteira vinha voando em direção aos dois. Por sorte, Starmie conseguiu pará-la usando sua telecinese. Os dois se abaixam e ficam por debaixo da mesa do professor. Wormadan continua se escondendo atrás da estrela.

“Que encrenca que nos metemos!” comenta Starmie, enquanto se escuta a zoada acontecendo.

- Temos que decidir a nossa próxima ação! – aponta Scizor – a professora Kyogre disse que, em casos extremos, podemos usar a força para detê-los.

“Será que é isso que devemos fazer?” pergunta a estrela temerosa “São dezenas deles contra só nós dois.”

- Ou então a gente deve mostrar uma solução que agrade todo mundo!

“Algo que agrade todo mundo...” a estrela fica pensativa “pode ser que eu tenha a solução!”

- Isso é ótimo! – elogia a inseto – mas como vamos fazer para que eles nos escutem.

- Ei queridos! Precisam de ajuda? – eles escutam uma familiar voz feminina.

Eles olham para o lado e reconhecem a Jynx, uma Pokémon humanóide de cor roxa, ela parecia que usava um vestido vermelho e tinha longos cabelos loiros. Ela também era uma colega conhecida dos primeiros semestres.

- Realmente estão com problemas! Também, dois alunos cuidando de uma sala dessas é uma loucura! – comentava um grande Pokémon aquático azul, com longo pescoço e patas adaptadas para nadadeiras. Ele ainda tinha um casco cinza em suas costas.

“Lapras!” reconheceu Starmie.

- A quanto tempo querido! – cumprimentou o Pokémon aquático de gelo.

- Vixe, até vocês vieram parar aqui! – comenta a metálica surpresa.

- Na verdade, sou um dos monitores – responde Jynx.

Os estagiários se levantam e encaram a classe com os dois veteranos Pokémon de Gelo.

“Mas, o que pretendem fazer? São muitos Pokémon!” questiona Starmie.

- Não precisamos usar a violência! – fala Lapras confiante – tentem não prestar muita atenção na música, senão vão cair no sono também!

Então o monstro marinho azul começa a cantar uma bela melodia. Usando o seu Canção, ele vai, aos poucos, deixando os colegas sonolentos. Muitos deles cairam no cochilo. Enquanto outros, não chegaram a dormir, porém acalmaram seus ânimos. Até os estagiários ficaram meio sonolentos, pois, apesar de fazerem o possível para não prestarem atenção na canção, eles não puderem deixar de admirar a bela voz de Lapras.

Jynx resolveu ajudar na tarefa. Ela criava, através de gestos de soltar beijos, corações rosas que causavam sonolência naqueles que eram atingidos por eles. É o seu movimento Beijo Amoroso, um dos melhores movimentos para induzir ao sono depois de Esporo.

Em poucos minutos o silêncio prevalecia na sala. Então, Scizor resolve chamar a atenção da sala batendo levemente na mesa com sua garra.

- Acordem pessoal! – ela gritou – nosso amigo Starmie tem uma coisa para lhes dizer!

“Gente, para resolver esse problema com a temperatura, peço para aqueles que preferirem o frio se sentem mais para a direita, ficando próximos da porta. Quem for soltando o Brisa Gelada fique mais atrás e se concentre só nesse lado da sala. E se puderem, que fiquem alternando o emissor de Brisa Gelada para que o mesmo não se canse. Agora os outros que não querem o frio fiquem no lado esquerdo da sala. Fiquem no meio aqueles que preferem temperaturas amenas.”

Seguindo a sugestão de Starmie, a sala se reorganizou para que separassem aqueles que preferem o frio e os que querem calor. E a pedido de Starmie, Wormadan finalmente voltou ao seu lugar. Quando terminaram de fazer isso, os estagiários perceberam que faltava apenas meia hora para acabar a aula. Continuaram a passar o conteúdo. 

Porém, Scizor começa a tossir novamente. Ela sente um cheiro estranho de fumaça. Logo ela percebe que vinha da carteira de uma Arbok, que estava fumando. Uma outra coisa que a metálica não suporta é cheiro de cigarro.

- Querida! Poderia apagar o cigarro, por favor! – Scizor novamente tenta ser educada.

- Por que eu faria isso? – a serpente tira o cigarro da boca o segurando pelo rabo e assopra uma fumaça – só pra te lembrar, eu também faço parte dos Rockets.

Mais uma delinquente que eles encontram. O que Scizor queria é ordenar Starmie a atacá-la com seus poderes psíquicos ou encher a cara da venenosa de sopapos. Mas como não queria mais confusão, ela continuou com os argumentos:

- Arbok, tem Pokémon que não podem ficar aspirando fumaça! Você pode continuar fumando depois das aulas! Mas agora poderia apagar seu cigarro, por favor? Cof cof...

Vendo que a fumaça realmente está sendo prejudicial à Scizor, Starmie resolveu interferir:

“Se quiser continuar fumando pode sair da sala! As normas da universidade proíbem que aluno ou professor fumem na sala de aula!”

- Humf... que seja seus caxias! – contrariada, porém não querendo enfurecer um Pokémon psíquico, a cobra resolve deixar a sala.

- Você está muito ousadinha estrela! – comenta Persian de forma meio ameaçadora.

- E nem vem com suas ameaças, nem mesmo uma ganguezinha pode com a gente! – diz Scizor, o encarando de forma destemida - sem falar que, qualquer coisa, o Conselho Estudantil pode ter uma conversa com vocês!

- Humf... pelo visto vão se esconder na aba daqueles almofadinhas nojentos... – disse o gato emburrado. Ele finalmente para de confrontar os estagiários.

Eles passaram o máximo que puderem do conteúdo. E nem deu tempo de passar os exercícios. Resolveram deixar por isso mesmo por hoje justamente para evitar o trabalho de corrigi-los. Quando deu o horário, Scizor e Starmie concluem a aula e se despedem da sala.

- Até amanhã pessoal!

“Nos vemos amanhã!”

- Vão pela sombra! – debocha Persian.

Eles saíram da sala. Acabaram encontrando o mesmo Magcargo que encontraram durante a ida à sala ZU.

- Er... o que você está fazendo aqui! – pergunta Scizor.

- Eu estudo nessa sala – respondeu o caracol – acho que estou meio atrasado.

“Você perdeu duas aulas!” avisa Starmie.

- Perdão! É que eu me movimento muito devagar! – Magcargo volta a ficar trêmulo e se esconde na concha. Os dois resolvem sair daí.

Silenciosamente, eles caminharam pela estrada de volta para o campus principal. Ambos ainda estão em choque pelo que presenciaram naquela classe. Não poderiam imaginar que existisse um estrato tão excluído e com alunos tão desinteressados como em ZU. Então esta é a punição dos estudantes que se encontram no estrato mais baixo da Smogon?

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Na classe UU, Mewtwo estava dando sua aula. A porta se abriu repentinamente e os estudantes dessa sala ficaram surpresos quando viram Scizor e Starmie entrando na sala totalmente esgotados. Como se estivessem mortos por dentro. A metálica está com um olhar de cansaço e parece que só tem forças para dizer uma sentença para o professor:

- Desculpe-nos professor, estamos atrasados!

- Tudo bem! Soube que estão estagiando! – disse Mewtwo compreensivo. Ele percebe que essa atividade está sendo bem difícil para os estudantes – qualquer coisa, peguem o que perderam com os colegas!

“Obrigado!” disse Starmie. Seu núcleo está até piscando. Um sinal de que a estrela está bem exausta. É como se estivessem saído de um intenso combate.

Scizor ainda recebe uma mensagem de Aegislash, pedindo que a encontre no Conselho Estudantil depois das aulas.

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Starmie e Scizor foram à sala do conselho conforme o combinado. A espada os esperava próxima à porta.

- Olá Scizor! Como foi hoje? – perguntava Aegislash.

- Foi bem cansativo! – suspirou a inseto.

“Mas que diabos de sala é essa?” questiona Starmie “nem parecem estudantes universitários!”

- Agora viram como a situação dessa sala é precária! – aponta a espada – Scizor, vamos conversar melhor dentro da sala.

Scizor entra na sala. Starmie ia fazer o mesmo, mas Aegislash levanta a mão impedindo sua entrada.

- Você não precisa entrar Starmie! Só preciso conversar rapidamente com a Scizor! – ela justifica. Logo após fecha a porta e fica apenas as duas metálicas na sala.

“Que isso? O que ela tem contra mim?” a estrela percebe que a espada não vai muito com o seu núcleo.

Já na saleta de trás, Aegislash vai oferecendo uns lanches para Scizor, consistindo em chá com biscoito.

- Por que não deixou Starmie entrar! – questiona a inseto, pois queria que a estrela estivesse acompanhando-a.

“Não é necessário a estrela aqui!” afirma a espada “e afinal de contas, isso é em relação à sua tarefa secundária, que é de vigiar os alunos do ZU!”

- Ah sim! – a inseto tenta pensar no relato que vai dar para a representante – bem, sendo sincera, essa sala me pareceu bem problemática.

- Pois é! Você viu que só tem Pokémon incompetente nesse estrato, não é? Como foi as aulas?

Scizor vai contando tudo que tinha ocorrido durante a aula. 

- Então tinha até mesmo uma aluna fumando na sala? – pergunta Aegislash horrorizada.

- Sim, e parece que ela e o Persian são integrantes de uma gangue conhecida como Rockets.

- Ah sim! Realmente existem gangues cujos integrantes são estudantes de estrato baixo! – relata Aegislash – a dos Rockets eu não escuto muito deles. Eles fazem pequenos delitos como arrumar brigas e fazer coisas indevidas na sala de aula. Porém, por incrível que pareça, é difícil eles fazerem algo mais grave. Mas desde o tempo da Garchomp que eles são monitorados.

- Então eles podem não ser tão perigosos! – Scizor até se alivia um pouco.

- Porém existem na Smogon duas gangues que são ainda mais perigosas que os Rockets – avisa a espada – primeiro temos a Skull, uma gangue de motociclistas em que a maioria dos seus integrantes são do tipo noturno. Eles não costumam praticar delitos na universidade. Porém eles são bem conhecidos fora dela. O Conselho Estudantil mantém vigia sobre eles, pois essa gangue possui membros espalhados em diversos estratos. E seu líder é o Bisharp.

Scizor fica meio abismada com a informação. Ela já tinha ouvido falar sobre isso. Porém não pode deixar de ficar surpresa ao saber que o Bisharp, aquele que a protegeu contra o Heatran e foi companheiro de equipe de Starmie, fosse líder de um bando de arruaceiros. Ele não parecia ser um Pokémon mal.

- Mas você não precisa se preocupar com eles, pois não estão ativos – continua Aegislash – ainda mais agora que o líder deles está acidentado. Mas a gangue que realmente é problemática e precisa ser lidada com urgência é a “Cardume”.

- Cardume? Que nome engraçado! He he! – Scizor ri.

- Não os subestime! Essa é de longe a pior das gangues! Eles sim podem representar uma ameaça real para os alunos da Smogon. São eles que estão por trás de casos de vandalismo que vem ocorrendo nas semanas anteriores! – relata a espada – no momento, seus integrantes estão cumprindo suspensão. No entanto, ela vai acabar nos próximos dias. Então quando voltarem, você deve me informar de todos os seus atos! Certo Scizor?

- Er... eles são tão problemáticos assim? – questiona a inseto.

- O grande problema deles é que incitam os outros alunos a fazerem o que querem. Eles têm grande influência nos estratos baixos. Principalmente no ZU, que já não é uma classe com muito rendimento. Eles são bem nocivos para os estudantes, no geral.

- Entendo, vou fazer o possível para impedi-los - Scizor. Porém ela fica temerosa por ter que encarar uma gangue ainda mais perigosa do que os Rockets.

- Muito Obrigada! – agradece a fantasma.

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Enquanto isso, Starmie esperava pela colega nos corredores do prédio principal. A estrela está pensativa em relação ao dia seguinte. Como eles irão ter controle de uma classe tão grande e desorganizada. Estava tão pensativo que quase não percebeu a professora Kyogre passando por ele.

- Olá Starmie! Como vai? – cumprimenta a orca!

“Ar... Professora Kyogre?! Eu vou bem! Perdoe-me por não ter reparado na senhora!”

- Tudo bem querido! Como foi a aula em ZU? – pergunta Kyogre.

“Pra ser sincero... foi bem puxado!” diz a estrela, demonstrando exaustão.

- Bem! Sei que não deveria ter colocado alunos para essa tarefa. Porém nós estamos em uma situação desesperadora. Agora, se virem que isso é demais para vocês, vocês podem falar comigo para substituir vocês, desde que indique alguém para ficar no lugar de vocês.

“Professora! Posso perguntar algo?” pedia Starmie.

- O que gostaria de perguntar?

“A senhora sabia que o monitor Zygarde foi professor?”

- Sei sim! – responde a orca – e se me questionar do porque eu não ter colocado ele, foi por ter alguns boatos ruim sobre ele. Se bem que não acredito que sejam verdade. Você acha que Zygarde se daria bem em dar aula para o ZU?

“Não acredito que Zygarde seria capaz de fazer mal aos alunos. E sei que ele sairia muito melhor do que eu!” afirma Starmie. Ele acredita que Greninja e Aegislash estejam por trás desses boatos “mas ainda não desistirei da tarefa. Vamos dar o nosso melhor amanhã!”

- Tudo bem Starmie! Mas lembre-se, qualquer coisa, é só falar comigo ou com conselho!

“Sim senhora!”

- E sexta feira, às oito horas, quero que todos os estudantes aquáticos se reúnam no estádio Blue 3! Você deve ir para lá e também avisar aos Pokémon aquáticos de ZU para irem também! É uma aula especial para os Pokémon aquáticos que não pode ser perdida! Sem falar que vai ter que se ausentar do estágio nesse dia! Então vou mandar o Zygarde para te substituir na sexta! Tudo bem?

“Entendido!”

- Então! Até mais Starmie! – despedia Kyogre.

Scizor sai da sala do Conselho Estudantil.

- Starmie! Estava me esperando?

Logo os dois saem do prédio administrativo.

“Scizor, na sexta feira vou ter que me ausentar do estágio. A professora Kyogre está convocando os aquáticos para uma aula específica para nós!” avisa Starmie “Zygarde vai me substituir nesse dia!”

- Vixi! Vai ter um dia que vai se ausentar? – Scizor ficou meio receosa – mas acho que você não tem escolha, não é?

“Não se preocupe! Não tem ninguém melhor que Zygarde para me substituir! Ele é um Pokémon maduro e tem experiência na docência!”

- Sei não! – a inseto ainda demonstra receio – me disseram que ele andou agredindo um aluno.

“Eu conversei com ele!” argumenta Starmie “Ele deu aula para o Greninja! E Zygarde tinha sido expulso só por causa de um sermão que ele deu para o sapo!”

- Então pelo visto temos versões conflitantes! – suspira Scizor.

“Entendo... a Aegislash disse que ele foi agressivo, não é?” questiona Starmie.

- Isso mesmo! – confirma Scizor – e ela não inventaria uma mentira dessas.

Agora a estrela se depara com mais um impasse. Ela sabe que a fantasma deve estar comungada com o noturno. Ao mesmo tempo, não quer contrariar a Scizor, que acredita muito na Aegislash.

“Então, só peço que dê uma chance a ele na sexta-feira!" propõe Starmie “você vai ver como o Zygarde é um Pokémon bacana!”

- Tudo bem! Acho que não tem jeito, não é Starmie? – diz a inseto se dando por vencida – mas é estranho você defender logo aquele que te eliminou na terceira avaliação de OU!

“Ele me venceu em uma luta justa! Não tenho motivos para ter mágoas deles!” fala Starmie.

Então os dois vão caminhando pelo campus. Mas quando passam pelas cantinas, são chamados por Jynx e Lapras.

- Scizor! Starmie! Venham aqui! – chama a fêmea psíquica.

Eles se reúnem em uma mesa próxima à cantina de Butterfree. Fizeram o pedido das vitaminas e resolveram conversar.

- Vocês passaram por maus bocados hoje, heim? – comenta a Pokémon de gelo.

- Pelo visto, essa classe é meio difícil de lidar! – responde Scizor.

- Mas vocês não os conhecem direito! – avisa Jynx – e Scizor, você não deveria ter dito aquilo para eles!

- O que eu disse! – a inseto tenta se lembrar de algo que tinha dito de errado – que eles não querem nada na vida?

- Um erro bem comum daqueles que passaram por nossa sala! – continua Lapras – você deve nos conhecer melhor antes de dizer um absurdo desses

“Desculpe, é que meio que tivemos essa impressão!” justificava Starmie “mas eu percebi que eles ficaram bem chateados com essa declaração!”

- E ficaram mesmo! – confirma Jynx.

- Então o que podemos fazer então? – questiona Scizor.

- Seria bom se tentarem ser mais compreensíveis! – reponde Lapras – posso garantir que nenhum de nós gostaríamos de estarmos nessa situação. Porém circunstâncias diversas acabaram por impossibilitar a nossa ascensão pelos estratos.

“E o que houveram com vocês?” pergunta Starmie “vocês já foram ótimos alunos em OU! E agora que me lembrei, também tinha visto Electivire e Regice em OU em semestres anteriores.”

- Bem, meu caso é conhecido! – explica Jynx – no quinto semestre, tive que ficar de licença pois eu tive minha filha. Desde então, tenho que conciliar os estudos com a maternidade. Então seria evidente que minha atuação não seria mais a mesma!

- Agora lembrei que você teve uma filha! – fala Scizor – como ela está?

- Ela fez um ano recentemente! – Jynx mostra a foto de uma Smoochum bebê que está no seu celular!

- Que fofinha! – diz a Scizor encantada.

“Então, os outros também podem ter outras coisas em suas vidas!” afirma Starmie.

- E a situação da Jynx não é ruim não! – continua Lapras – ruim são as situações dos outros alunos.

“E você Lapras? O que houve contigo?”

- Prefiro não comentar... – o Pokémon azul ficou retraído.

- No geral! Muitos de ZU estão passando por problemas financeiros! – fala Jynx.

- Mas eu entendo que a situação é difícil para vocês também! – continua Lapras – vocês nem tem experiência com isso nem nada, não é?

- Exatamente! – fala a Scizor – eu agradeço por você ter vindo nos ajudar Jynx! Mas não tem mais outros monitores não?

- Tem sim! Vou ver se consigo convencer mais alguém a ir para essa classe! – responde a Psíquica – quer ir comigo para o PU para ajudar nisso?

“Vamos sim!” prontifica Starmie. “Ah... amanhã bem cedo vou ver se falo com Zygarde para ver se consigo algumas dicas!”

- E lá vem você com Zygarde de novo! – suspira Scizor.

- É bom que vocês busquem o máximo de ajuda possível! – aponta Jynx – mas por favor, tentem não se escorar no Conselho Estudantil!

- Por que? – indaga Scizor.

- O pessoal de ZU não suporta eles! – responde Lapras – se quiser tem uma boa relação com o ZU, façam o possível para não se relacionarem com o Conselho, senão correm o risco de serem rejeitados por nós.

- Exatamente! – completa Jynx – nós temos os nossos motivos para não confiarmos nos seus integrantes.

“Tudo bem! Obrigado por nos avisar!” acata Starmie.

- Sei que vocês nos entenderiam! – a psíquica se levanta para ir embora – então vamos trabalhar juntos para que isso dê certo!

- Ok Jynx! Então até amanhã para vocês – despede Scizor.

- Até! – falam os Pokémon de gelo.

Então os estudantes de UU também vão para casa depois de um dia cansativo.

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Scizor mora em uma casa no subúrbio que fica no limite noroeste da cidade de Fuchisia. Era tarde da noite e ela estava em seu quarto. Porém não conseguia dormir. Ela ficava pensando sobre o que passou durante o dia. Pensamentos que lhe causavam ansiedade. Como o choque que é encarar o estrato ZU. A conversa que tivera com Aegislash sobre as gangues que assolam a Smogon. O fato que Starmie vai se ausentar na sexta-feira. E também da estrela acreditar mais no Zygarde do que na Aegislash. A conversa que teve com Lapras e Jynx. Da desavença entre o ZU e o Conselho Estudantil. Tudo isso é muita informação para sua cabeça. E terá que lidar com essa situação novamente na manhã seguinte.

Para piorar, ela está tendo crises de tosse. Sua garganta ardia e seus olhos estavam lacrimejando. O pó de giz e a fumaça de cigarro devem ter desencadeado uma reação alérgica. Não estava conseguindo controlar a tosse. E isso acabou acordando o seu pai.

- Scizor! Que tosse é essa? – questionou o Pinsir que entrou no quarto de Scizor.

- Pai! Desculpe por te acordar! – fala a inseto constrangida – isso não é nada, vai passar amanhã.

- Não me venha com essa história de que “isso é nada”! Você está tossindo tão alto que ninguém consegue dormir nessa casa!

- Acho que isso é só por causa do pó! – responde Scizor.

- POOOÓ?! – Pinsir encara a filha furiosamente – NÃO ME DIGA QUE USOU... AQUILO...

- Não pai! Não grite desse jeito! – Scizor coloca sua garra para tapar a boca do pai – é pó de giz! É por causa do estágio! Estou dando uma aula em uma sala que tem quadro-negro e giz!

- Ah sim! – Pinsir suspirou aliviado – mas ainda estão usando quadro-negro e giz? Pensei que essas coisas fossem do meu tempo.

- Cof cof cof... – Scizor tem outro surto de tosse.

- Calma aí filhinha! – Pinsir vai ao armário em busca de remédio – o pior é que não temos um antialérgico! Vamos ter que ir para farmácia.

- Então deixe isso para amanhã! – pedia Scizor - já é mais de meia noite!

- Não! Vamos agora! – Pinsir pega a chave do carro – tem uma farmácia aberta aqui por perto. Vamos agora, senão você não vai dormir e não deixará ninguém mais dormir nessa casa! E se isso não der certo, vamos para o Centro Pokémon!

Percebendo que é inútil contrariar o seu pai. Scizor o acompanha e logo os dois saem de casa. Chegam em uma farmácia vinte e quatro horas em poucos minutos.

Quando entram no estabelecimento, eles vão ao balcão para pedir pela medicação.

- Quero um antialérgico para minha filha, por favor! – Pinsir pedia para a atendente.

Só que Scizor reconheceu a atendente. Ela é uma Floatzel. A mesma que ela encontrou dormindo durante a aula na sala de ZU.

- Você? – aponta a inseto – o que faz aqui?

- Eu trabalho aqui, ué! – responde a doninha. Ela estava usando um avental e uma viseira azuis que compõem o uniforme da farmácia.

Isso deixou Scizor perplexa. Então Floatzel dormia em aula pois ela trabalhava na farmácia durante à noite. Ela ficou só encarando a aquática por uns instantes. Aí ela começou a tossir de novo.

- É bom ter Pokémon que trabalhem à noite para atender esse tipo de emergência! – debocha a doninha.

- Você conhece minha filha? – pergunta Pinsir.

- Ela deu aula para mim! – responde Floatzel.

E era só o que faltava. Só faltava a doninha comentar que Scizor tinha dado bronca nela. E com isso fazer ela passar gafe na frente do seu pai. E ela tosse novamente.

-Pra ver como minha filha é excepcional! Nem terminou a faculdade e já dá aula! - disse Pinser orgulhoso.

- Sugiro que além do antialérgico que ela também tome uma inalação aqui! – Floatzel fala para o inseto – o pó do giz e de cigarro deve ter feito um bom dano na garganta dela!

- CIGARRO?! – o pai fica arrepiado novamente – VOCÊ NÃO ANDOU FUMANDO, ANDOU?

- Quê? Lógico que não! – nega Scizor – mas fiquei em um ambiente com um fumante, e só isso me fez mal.

- Acho bom mesmo que esteja dizendo a verdade! – Pinsir avisa seriamente – se uma Pokémon inseto metálica como você começar a fumar, pode está certa que não chegará nem aos trinta anos!

Então, Pinsir pediu para que sua filha tomasse uma inalação. Ela o fez, ficando em uma pequena sala no interior da farmácia, segurando uma máscara ligada a uma mangueira, de onde saia uma fumaça que vai neblinando seu sistema respiratório. Ela espera que o tratamento dê certo. Não poderia deixar Starmie sozinho com aqueles estudantes todos. Ficou assim por quinze minutos. Quando acaba o processo, ela toma seu remédio e se sente um pouco mais aliviada.

Eles estavam saindo da farmácia quando Floatzel soltou mais um comentario debochado:

- Vai aproveitar para meter um atestado? Vai deixar a estrelinha sozinha para encarar a gente?

- Não vou meter atestado nenhum! – diz Scizor encarando a doninha – estou me sentindo melhor! Então até amanhã!

Então eles finalmente saem da farmácia para voltar para casa. Presenciando Floatzel trabalhando uma hora dessas, Scizor finalmente entende as palavras de Jynx.

 

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Glossário

 

Beijo Amoroso - Lovely Kiss

Notes:

E isso só foi o primeiro dia!
Scizor e Starmie se deparam com uma realidade diferente! A sala parece ser composta por um bando de desajustados. Entretanto, com conversas e com uma certa surpresa de Scizor, eles vão percebendo que as coisas não são como parecem!
Obrigada pela leitura!
E até mais!

Chapter 31: Capítulo 31 – Conhecer, Aprender e Ensinar

Notes:

Olá pessoal! Demorou mas temos um novo capítulo! Agora que Scizor e Starmie viram como o estrato ZU é uma classe bem difícil de lidar. Porém eles vão perceber que os problemas e particularidades desse estrato são bem mais complicados do que eles imaginam.
Tenham uma boa leitura!

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

Era manhã de terça-feira quando Starmie chegou bem cedo na universidade. Ele ficou de se encontrar com Zygarde próximo à cantina de Butterfree. Conforme combinado, o dragão chegou bem no horário marcado e foi logo cumprimentando o aquático:

“Bom dia Starmie!”

“Bom dia Zygarde!”

“Você me contou por mensagem que está em estágio, não é? Você está dando aula para a classe ZU! E que queria umas dicas minhas!”

“Sim! Realmente essa tarefa é mais difícil do que pensei!” comenta a estrela “são muitos estudantes! E eles tem rendimento baixo comparado ao restante dos estudantes da Smogon! E sabendo da sua experiência como professor, gostaria de saber em como você agiria em uma situação como essa?”

“Bom, minha experiência é com adolescentes, não sei se minha metodologia seria eficaz para Pokémon já adultos! Você mesmo já deve ter reparado que professor universitário tem um modo de lidar com os estudantes diferente do modo daqueles do ensino médio.”

“Realmente!” pensou Starmie “os professores do ensino médio geralmente fazem o possível para que o conhecimento seja passado todo mastigadinho. Por outro lado, os professores universitários geralmente orientam os estudantes para que tirem as próprias conclusões das matérias dadas.”

“Isso mesmo! Até mesmo fiz algumas disciplinas que tratam justamente disso!” respondeu Zygarde “tem várias teorias em como ensinar os Pokémon de diversas faixas etárias, mas acho que nós só aprendemos a nossa metodologia mesmo com a prática na sala de aula! Posso te falar que não foi fácil no começo, mas aos poucos fui aprendendo a lidar com os alunos. Mesmo assim, fui incapaz de persuadir certos jovens!”

Starmie percebe que o dragão pode estar falando do Greninja e que ele pode se sentir meio culpado pelo fato do sapo ser tão desrespeitoso com os outros.

“Sei que o Greninja não foi uma falha sua! Ele que é mal caráter mesmo!” disse a estrela para animar o Zygarde.

“Obrigado Starmie!” agradece o dragão. Depois de uma pausa ele continua “agora uma dica que posso te dar é conhecer um pouco os estudantes. Você pode tentar descobrir as dificuldades deles para que possa elaborar a melhor maneira de abordá-los.”

“Conhecer os estudantes?” Starmie fica meio duvidoso com essa dica.

“Isso mesmo! Tente quebrar o gelo entre vocês! Fale um pouco de si mesmo e incentive os alunos a fazerem o mesmo! Ai quem sabe você pode ter uma ideia de como passar o conteúdo para eles! E também solicite mais a participação deles na aula para que o interesse na matéria aumente. Isso não é uma tarefa fácil, ainda mais que o tempo de vocês é curto, porém, se os estudantes estiverem mais à vontade com vocês, sua tarefa ficará mais fácil!”

“Acho que é algo a se tentar!” analisa Starmie “Porém, eu acredito seria melhor terem chamado você para essa tarefa!”

“Olha! Não sei se eu iria aceitar isso!” disse Zygarde um pouco receoso “como te falei, lidar com adulto é diferente do que lidar com adolescente! E além disso, creio que certos integrantes do Conselho Estudantil devem ter mexido os pauzinhos para que eu não fosse escolhido!”

“Isso é verdade!” lembra Starmie “mas a Kyogre vai te dar uma chance na sexta-feira, já que eu estarei em uma aula especial!”

“Pelo visto não vou escapar disso!” o dragão achou graça da situação “vamos ver o que eu posso fazer!”

Scizor chega à universidade um pouco mais tarde. Ela estava morrendo de sono e ficava bocejando. Felizmente sua tosse tinha passado graças às medicações que tomara à noite. e vê que Starmie estava conversando com o Zygarde. Ela vai até eles e cumprimenta:

- Bom dia!

“Bom dia!” os dois a cumprimentam com as vozes telepáticas.

“Você está com o Starmie no estágio também, não é?”

- Estou sim! Uaaaaa! – a inseto deixa um bocejo escapar.

“Não conseguiu dormir essa noite?” questiona Starmie.

- É... tive uma noite meio conturbada! Mas já estou melhor! Só preciso de um cafezinho! – Scizor vai até uma garrafa de café que fica no balcão da cantina e pega um copo de café.

“Ei Scizor! Como vamos fazer? Estamos com o conteúdo meio atrasado!” informa a estrela.

- Também não faço ideia em como lidar com isso! – suspira a metálica – porém, na hora do almoço vamos mais a Jynx direto para sala PU recrutar monitores para nos ajudar – e será que vamos ter que pular a parte de fatorial para eles?

“Melhor não! Temos que evitar pular conteúdo!” avisa Starmie “se eles não souberem o que é fatorial, vai ser impossível falar de combinação e arranjo!”

Percebendo que Starmie e Scizor irão planejar a aula do dia, Zygarde resolve deixá-los.

“Até mais Starmie e Scizor!”

- Até! – a estrela se despede do mais velho!

Scizor então começa a pensar sobre o Zygarde. Ele sempre se mostrou como um Pokémon bem maduro e calmo. E tem um bom relacionamento com os alunos da Smogon. Inclusive com os calouros, já que ele formou uma boa equipe com Pokémon bem jovens e imaturos como Tapu Koko. É difícil de acreditar que ele poderia ter agredido um de seus alunos.

- Ei Starmie... eu descobri que uma das alunas de ZU está trabalhando à noite! – sussurrou a inseto.

“É mesmo? Quem?”

- É aquela Floatzel que estava dormindo na sala! Eu achava que ela fazia isso por preguiça. Mas agora percebi que ela troca o dia pela noite.

“Vixi! Se for assim, não deve ser fácil para ela!”

- Sim! E agora eu sinto vergonha por ter sido grosseira com ela... – disse Scizor meio cabisbaixa.

“Então realmente teremos que ser um pouco mais abertos a eles!”

- Como assim? – pergunta a metálica confusa.

“Zygarde disse que temos que nos aproximar dos alunos. Conhecê-los melhor. Acho isso é até uma boa maneira de evitar gafes!”

- Mas como vamos fazer isso? – questiona Scizor – vamos pedir que cada um deles se apresente?

“Acho que isso seria inviável!” analisa o psíquico “Acho que conversar com os monitores e com Jynx seria uma boa ajuda. E também observar as atitudes deles em sala de aula. Tive que lidar com uma Wormadan escandalosa querendo que a protegesse de um Heatmor. Entretanto, não vi o mesmo fazer nada contra ela. Não sei se Heatmor realmente a ameaça ou isso é só fruto do pavor dela com os ígneos. Devemos analisar bem a situação para que eu não cometa uma injustiça!”

- Isso é verdade! – Scizor também se lembra do seu medo pelo fogo e sente empatia pela bicho-cesto - Acho que eu posso conversar com ela sobre isso!

Assim eles caminham até a sala UU enquanto vão conversando sobre assuntos relacionados ao estágio em ZU. Só pararam no início da primeira aula.

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Quando deu meio-dia, os dois Pokémon foram direto para a sala PU. Ela se localiza no último bloco do campus principal, meio afastado das outras salas. Haviam vários estudantes conversando ao redor dela. Eles avistaram Jynx, que estava acompanhada pelo Lapras, por um Pokémon urso marrom que tem um círculo branco em sua barriga e uma Pokémon enguia cor de rosa que possui duas conchas fixadas em seu tórax que lembram um “sutiã”.

- Oi Scizor, oi Starmie! – cumprimenta a Pokémon de gelo – eu apresento a vocês dois monitores de ZU, esse é o Ursaring e essa é a Gorebyss!

- Boa tarde! – cumprimenta o urso do tipo normal.

- Prazer em conhecê-los – fala a aquática.

- Igualmente! – responde a Scizor.

Mas de repente, um Seviper aparece gritando bem alto:

- CADÊ VOCÊ, SEU BICHANO DESGRAÇADO?

Da sala PU, sai um Zangoose com cara de poucos amigos.

- Então você quer apanhar mais sua víbora peçonhenta!

Logo os dois Pokémon começam uma briga frenética. Só se ouve sons de arranhões, gritos felinos e sons de cobra. A cobra se enrola no corpo do gato branco, que defere mordidas no réptil preto. Starmie e Scizor ficaram assustados com a frenética luta dos dois.

- Arceus! Eles vão se matar! Não tem quem separe eles?

- Deixa! Eles fazem isso todos os dias! – disse Ursaring tranquilamente.

- Desde que entraram na universidade que eles têm essa rivalidade! Eu os conheço bem! Logo eles se cansam! – completa Gorebyss.

“Que barulheira toda é essa?” se escuta uma voz telepática meio metalizada. Sai da sala uma criatura que se assemelha com um cristal de gelo. “Eu soube que a sala ZU está com problemas com o ar condicionado e eu estou me oferecendo para ajudar e... minha nossa! O que temos aqui?” ele começa a encarar Starmie de forma intensa, deixando a estrela meio tensa.

“Er... oi? O que houve?” pergunta o psíquico meio nervoso.

“Minha nossa! Como eu nunca vi um Pokémon tão lindo nessa universidade antes?” comenta o Pokémon de gelo de modo galanteador “prazer em te conhecer! Cryogonal ao seu dispor!”

“Prazer! Eu acho...” Starmie o cumprimenta de modo receoso.

“Criatura petulante!” pensa Scizor soltando um olhar aborrecido para o Pokémon de gelo.

- Vixe? Você vai vir também? – questiona Jynx.

“Vou sim! Não posso deixar o meu querido Regice na mão!” responde Cryogonal.

“E ainda é comprometido! Arceus me dê forças!” a estrela fica ainda mais constrangida.

- Seviper! Nós já vamos ir para nossa sala! Pode parar com essa briga aí! – Jynx falava para a cobra, que não lhe dava atenção devido à luta que estava tendo com o Zangoose.

- Eu disse pode parar! – ela não aguenta esperar e usa seus poderes psíquicos para separar a cobra do gato. A cobra é carregada pela mesma através da telecinese e a coloca nas costas de Lapras.

- Olha como você está ferido! Não tem vergonha de ficar toda hora se degradando com o Zangoose?

- Eu ainda não acabei com esse bichano e... ARG! – Seviper geme de dor.

- Vamos logo para a sala! Vou realizar um Desejo em você para ver se melhora a sua situação! – fala Jynx.

Então Starmie e Scizor, acompanhados de Jynx, Cryogonal, Gorebyss, Ursaring e Lapras, este carregando o Seviper, se dirigem para a sala ZU através da estrada. Eles vão conversando enquanto caminhavam.

- Então vocês estão estagiando dando aula em ZU? – Gorebyss pergunta surpresa aos alunos de UU – como vocês aceitaram uma cilada dessas?

- Ouvimos falar que essa sala estava sem professor em um determinado horário! – comenta Scizor - e como também precisamos completar carga horária extra curricular, então acabamos aceitando esse estágio! – seguindo o conselho da Jynx, ela não menciona que está a serviço do Conselho Estudantil.

- É uma responsabilidade muito grande! – fala Ursaring – estudantes da nossa idade encarando a responsabilidade de ensinar para aquela sala lotada. Não sei como aguentam.

“Não vou negar que isso é cansativo!” responde Starmie “Se bem que essa sala precisa muito da orientação de monitores! Mas apenas eu tinha visto a Jynx no primeiro dia!”

Ursaring e Gorebyss se entreolharam meio constrangidos.

- O pessoal de PU, mesmo aqueles que são monitores de ZU, geralmente evitam interagir com essa sala! – responde Jynx.

- Por que? – questiona Scizor.

“Bem, pra dizer a verdade, a situação para quem é estudante de PU é bem tensa!” aponta Cryogonal “este estrato é imediatamente acima do ZU, então um rebaixamento nessa classe significa que você vai para o fundo do poço da Smogon que é representado pela sala ZU!”

- É por conta disso que a maioria dos estudantes de PU vivem paranoicos! – continua Seviper, que repousava nas costas de Lapras – eles tentam se esforçar o máximo possível para que não venham a ser rebaixados, pois se você for parar em ZU, significa que você não tem mais esperanças na Smogon.

- E é por isso que a monitoria de ZU é a última esperança de um estudante da Smogon! – explica Gorebyss – pois apesar de você não cumprir os requisitos para frequentar a sala de PU, ao menos este cargo indica que ainda tem algum potencial na Smogon. Um dos deveres dos monitores é ajudar o estrato, porém... encarar uma sala dessas é meio estressante... e isso faz lembrar que eu deveria estar ali, está entre os piores da Smogon. Ser a vergonha da universidade.

- Concluindo, essa é basicamente a função do estrato ZU, ser o estrato a ser evitado pelos estudantes. Você tem que se dedicar muito a esse curso. Senão vai ser marcado pela vergonha que é frequentar ZU. Dizem que isso é importante para que os estudantes se esforcem nos estudos! – complementa Lapras.

“E é por isso, que a maioria dos estudantes de PU evitam em até interagir com o pessoal de ZU!” fala Cryogonal.

- Mas então por que você está indo conosco? – questiona Scizor – você é um estudante de PU, não é? E pelo visto, nem monitor você é!

“Não sabe que existem exceções querida?” responde o Pokémon de gelo “Euzinhe tenho o meu namoradx em ZU que é o Regice! E também tem o Zangoose, que sempre está ‘disposto’ a brigar com o Seviper!”

- Hunf...  e esse bichano ainda vive esfregando na minha cara que é de estrato superior ao meu! – resmunga o venenoso – grande merda ser um aluno de PU! O pessoal de lá não é muito diferente da gente!

Então eles encontram o mesmo Magcargo que Starmie e Scizor tinham encontrado no dia anterior.

- Por que uma comitiva dessas está indo para a nossa sala? – questiona o caracol. Repentinamente ele é erguido por uma força psíquica – O QUE É ISSO?! – ele fica assustado.

“Não é justo você perder aula outra vez!” era Starmie que estava levitando o ígneo “não se preocupe! Apenas vou te ajudar na caminhada até a sala!”

Então eles continuaram a caminhada. O caracol, enquanto era carregado pelos poderes psíquicos de Starmie, ele vai rezando baixinho para todas as divindades e santos que conhece para que eles lhe protejam contra uma possível ofensiva do Pokémon aquático. Em alguns minutos, eles finalmente chegam à sala ZU.

- Que bom que dessa vez chegamos adiantados! – suspira Scizor – se bem que ainda não almoçamos.

Starmie se sente bem cansado por ter carregado o Magcargo pelo caminha. Jynx repara isso e oferece umas pequenas frutas vermelhas para a estrela:

- Coma isso! São Frutas Leppa!

“Obrigado!”

Próximos à sala, os estudantes de ZU vão interagindo entre si. Arbok, Persian e Wobbuffet, estudantes de ZU integrantes da Gangue dos Rockets estão conversando com um Weezing, estudante de NU que também faz parte dessa gangue. Então, os quatro se aproximam dos Pokémon que vem chegando.

Arbok: essa voz que vem nos chamando!

Weezing: é uma nova era que vem chegando!

Persian: É Equipe Rocket que um dia vai dominar o mundo!

Wobbuffet: Estejam preparados, pois irão conhecer o nosso triunfo em forma de trunfa!

- Vocês de novo com esses lemas idiotas? – suspira Jnyx.

- Que lema idiota o quê! – disse Wobbuffet ressentido – não gostou da parte do “triunfo em forma de trunfa”?

- Isso nem rimou com o resto do lema! – aponta Lapras.

- Wobbuffet?! Você também está em ZU? – pergunta Scizor surpresa.

- Tô sim! Não me viu ontem não? – questiona o Pokémon azul.

Scizor ficou pasma. Wobbuffet entrou na Smogon no mesmo semestre que ela. E ele ainda chegou a ser monitor de OU por dois semestres seguidos.

- Pelo visto não imaginaria me encontrar aqui, não é? – continuou o psíquico – pra ver que as coisas não estão fáceis para ninguém! Mas então, vão querer uma trufa? – ele mostra um cesto cheio de trufas com variados sabores.

O estômago de Scizor dá uma roncada tão alto que todos que estão por perto reparam, deixando a metálica constrangida. Ela e Starmie ainda não tinha almoçado, pois queriam chegar mais cedo na sala. Então umas trunfas seriam uma solução para, ao menos enganar a fome que estão sentindo.

- Tem de Figy?

- Tem sim! – responde Persian.

- Me vê duas aí!

-  Pontinho – Wobbuffet entrega duas trufas para Scizor.

- Espero que tenha Figy mesmo! – comenta a inseto - gosto do recheio bem picante!

- Minha mãe sempre capricha no recheio! – responde Wobbuffet.

“E eu quero uma de Mago! Tem aí?” solicita Starmie.

- Opa! Temos um que gosta de um sabor mais tradicionalmente doce! – Weezing dá uma trunfa de Mago para a estrela.

- Agora vamos decolar, pois temos que vender mais antes que comecem as aulas! – disse Persian, enquanto ele e seus companheiros se afastam para oferecer seus produtos para os outros estudantes.

Enquanto comiam suas trunfas, Starmie e Scizor continuavam observando os estudantes ao redor da sala. Algo que chamou a atenção da inseto foi uma multidão em volta de Leavanny. O Pokémon inseto vegetal estava mostrando diversas peças feita com folhas e seda, que deixa os outros maravilhados.

- Nossa! Você fez tudo isso? – Scizor se aproxima e observa os rendados mais atentamente. São peças que podem ser usadas como acessórios como casacos, cachecóis e bolsas. Todas elas com rendas tecidas habilidosamente.

- Isso mesmo! – disse Leavanny triunfante – são peças artesanais feitas com meu amor e alguns dos meus fluídos... he he... sinta-se à vontade de olhar. Se algo lhe interessar pode falar comigo que eu faço um preço especial para você querida!

- Interessante! Vou ter que pedir uma grana extra para o meu pai! Mas eu achei essa bolsa linda demais! – Scizor se apaixona por uma pequena bolsa feita com folhas que foram enrijecidas com fios de seda – separa essa para mim, por favor?

- Vejo que tem bom gosto, minha linda! – disse Leavanny empolgado – pode deixar que separo! E muito obrigada pela escolha!

Enquanto isso, Cryogonal avista o Regice e vai ao encontro dele:

“Regice, meu querido? Hoje venho te dá uma ajudinha!”

“Cryogonal! Oi querido!” o Pokemon lendário de gelo recebe um beijo do Pokémon floco de neve “Mas você não deveria estar aqui! Se perder aulas demais vai acabar parando em ZU também!”

“O quê que tem? Não quer me ter como colega?” pergunta o floco de forma meio brincalhona.

“Gostaria! Mas em estratos superiores, quero subir para estar, ao menos, em PU com você!”

“Mas o povo dessa sala vive estressado!” comenta Cryogonal “agem tudo como se tivessem que tirar o pai da forca!”

 

“Entendo o que quer dizer! Vejo o Regirock muito estressado por causa disso!” fala Regice.

“Mas parece que as coisas não estão ruins para vocês em ZU, não é?” Cryogonal dirige o olhar para Starmie “Agora que tem um estagiário lindo desses te dando aula!”

“Estagiário lindo?” questionou Regice meio desconfiado.

“Aquele Starmie lá!” então o floco de gelo vai até a estrela “aí minha estrela linda! Olha aqui! Tem coragem de me chamegar na frente do meu namoradx?”

“O quê?!” o aquático ficou constrangido com o comentário ousado de Cryogonal. Que absurdo que esse pedaço de gelo está falando?

“Então é isso! Mais um motivo para eu ter vindo para cá! Eu devo cuidar para que essa estrela não tire o meu Regice de mim!” ele ainda se aproxima mais de Starmie, quase encostando no seu núcleo “Entretanto, também devo tomar cuidado para que você, estrelinha, não me tome de Regice!”

Starmie fica mais constrangido ainda. A última coisa que quer na vida é ser um empecilho para um casal. Educadamente, ele se afasta do floco de gelo. E isso é observado por Scizor, que não esconde uma certa irritação com a impertinência de Cryogonal.

Agora é vez de Regice se aproximar de Starmie.

“Sinto muito Regice...” a estrela se desculpa envergonhada “isso... isso... não é minha intenção e...”

“Tudo bem Starmie!” interrompe o Pokémon de gelo lendário “eu conheço a peça! É que Pokémon com formas poligonais como você e eu deixa o Cryogonal meio... empolgadinho demais! Mas apesar de tudo, sei que ele prefere o meu ser gelado!”

“Certo!” a estrela escuta a explicação de Regice e se alivia por este não se aborrecer com ele “mas realmente não quero me intrometer na relação de ninguém!”

“Percebo que você não é disso!” continua Regice “a única coisa que quero mesmo é que Cryogonal crie um pouco de juízo e se dedique mais ao curso! Não quero que ele seja rebaixado e sofra como eu sofro...” o cristal faz uma pausa para refletir um pouco “e outro motivo dele está tão ‘atiradinho’ para você é que ele quer testar algo contigo! Ele pode fazer isso a qualquer momento!”

“Testar algo em mim?” a estrela fica meio nervosa “o que ele quer fazer?”

“Na hora certa vai saber! Mas não fique bravo com ele, tá?” pede Regice.

Enquanto isso Scizor encontra uma Pokémon inseto meio retraída. Era a Wormadam. Ela resolve falar com a estudante:

- Oi Wormadam! Tudo bem?

- Oi... Scizor, não é?

- Sim! Soube que você anda tendo certos problemas com seus colegas ígneos, é verdade?

- Sim... eu acho... – disse ela gaguejando – agora até o Magcargo veio!

- Sou uma Pokémon inseto metálico assim como você, por isso eu entendo o seu temor com os Pokémon de Fogo – Scizor se agacha para ficar no mesmo nível de Wormadam – então por favor, seja sincera! Algum Pokémon dessa classe te fez alguma coisa?

- Não! Fez não... - confessa a bicho-cesto – é que me machuquei gravemente com um ataque de fogo há alguns anos atrás! – ela mostra uma cicatriz que está em suas costas – desde então eu morro de medo deles!

- Ainda bem que seus colegas não te fizeram nada! – suspira Scizor - Eu sei muito bem o medo que você sente! Também tive graves problemas com fogo no passado! Porém você tem que tentar trabalhar com esse medo. Buscar alguma ajuda psicológica ou com alguém de confiança. Devemos ter cuidado com os ígneos sim. Porém não podemos ser injustas com eles!

- Entendo! O seu amigo aquático te ajuda a lidar com os ígneos?

- Tá falando do Starmie? Sim, ele me ajuda muito! Às vezes acho que ele me ajuda demais! Tenho medo que ele se meta em problemas por minha causa! – relata Scizor suspirando – mas até os ígneos também tem seus medos! Parece que o Magcargo tem medo do Starmie.

- Tudo bem... Vou tentar conviver melhor com os meus colegas ígneos! – disse Wormadam, meio temerosa, mas determinada a mudar sua atitude.

- É isso mesmo! Tente superar seu medo aos poucos! – incentiva Scizor – mas se um Pokémon de fogo realmente te causar problemas, tente falar com o pessoal do Conselho Estudantil.

- Aquele bando de arrogantes? É ruim hein? – disse a bicho-cesto, mudando a expressão de assustada para aborrecida – acho que qualquer coisa eu posso pedir ajuda ao pessoal do Cardume!

- Cardume? – Scizor sentiu um arrepio ao ouvir esse nome.

- Sim! Eles podem ser meio esquentados e barraqueiros! Mas não posso negar que o ZU deve muito para eles! Espero que eles voltem logo da suspensão! – disse Wormadam mais esperançosa.

Scizor encerra a conversa com Wormadan e fica pensativa. Essa “Cardume” é a tal gangue perigosa que Aegislash lhe alertou. Mas parece que a bicho-cesto prefere confiar naquela gangue do que no Conselho Estudantil. Será por causa da influência que essa gangue tem nos alunos de ZU?

Então Electivire chega e chama pelo pessoal:

- Bora cambada! Entrem na sala que a aula está prestes a iniciar! E também preciso passar uns recados!

- Ouviram o representante! Vamos entrando! – complementa Ursaring.

Os estudantes vão se acomodando pela classe. Seguindo a orientação de Electivire, eles se sentaram utilizando o mesmo esquema do dia anterior, no qual o espaço é definido de acordo com a sensibilidade à temperatura, separando os sensíveis ao frio daqueles que são sensíveis ao calor. A classe de ZU se apresentou mais comportada do que no dia anterior devido à presença dos monitores, que supervisionavam os estudantes.

- Ei! Eu preciso passar uns recados para a turma! – solicitava o elétrico aos estagiários.

- Como quiser! – liberou Scizor – mas por favor, seja breve!

- Boa tarde pessoal! – o representante logo chamou a atenção para si – estou aqui para falar do caso do ventilador. E a informação que consegui é que apenas no mês que vem é que irão ajeitar isso!

Escuta-se reclamações por toda a sala.

- Só no mês que vêm?! – disse Avalugg indignada – então até lá vamos ficar sofrendo nesse calor?

- Minha filha, nem está tão calor assim! Estamos no outono! – aponta Tropius.

- Se bem que por causa disso, vamos precisar de que os Pokémon de gelo fiquem refrigerando a sala o tempo todo! – aponta Leavanny – além de parte da sala ficar no frio, também temos que considerar que os coitados vão ficar bem exaustos por causa disso!

- Ei Tropius, eu trouxe um cobertor! – uma Meganium, que é namorada de Tropius, lhe mostra um cobertor – qualquer coisa a gente se enrola neles.

- Mas por que dessa demora? – questiona Regice.

- Eles disseram que tem que passar por uma licitação, ou coisa do tipo! – relata Electivire – não entendi direito o que eles irão fazer!

- Ai ai! Acho que essa tal de licitação é invenção do governo para ficar enrolando com as coisas! – comenta um Toucannon – custa para universidade comprar um ventiladorzinho para gente? Ou melhor, colocar um ar condicionado!

- Espero que o Cardume volte logo para nos ajudar com essa empreitada! – fala um Beartic.

- Quero ver o barraco que irão aprontar! – comenta Swanna.

“Novamente eles falam desse Cardume!” pensa Scizor meio desconfiada “mas pelo menos o Electivire não é tão desinteressado como parece!”

- Ei Scizor! Está melhor? – pergunta Floatzel.

- Er... estou sim! – a inseto respondeu meio constrangida, mas sorriu para parecer mais simpática – obrigada por perguntar.

“Melhor do quê?” Starmie pergunta preocupado.

- Só tive uma crise alérgica durante a noite! Só que já tomei remédio contra alergia e agora estou melhor!

Starmie fica aliviado pela resposta. Porém ficou curioso em saber em como Floatzel sabia disso.

Mas então Arbok acende o cigarro na sala de aula novamente.

- De novo não... – suspirou Scizor.

Starmie usa seus poderes paranormais para tirar o cigarro da boca da cobra.

“Sem cigarros dessa vez! São normas da universidade! Sem falar que isso faz mal a sua saúde e a de seus colegas!”

- Saco! – Arbok fica emburrada.

- E sem reclamar! Pense nos outros da sala! Ninguém merece o cheiro de cigarro durante a aula! – frisou o monitor Ursaring.

Então os estagiários iniciaram a aula. Starmie pensou nos conselhos de Zygarde e resolveu falar um pouco sobre si para os alunos:

“Então, vocês já me conhecem, eu sou o Starmie da turma UU e estou no meu sétimo semestre aqui na Smogon. Tenho vinte e um anos, sou de Cerulean, estive em OU por seis semestres e... agora estou estagiando com vocês... gosto de escutar Rock e trilhas... diversas... e... acho que só!” a estrela ficou bem encabulada ao falar de si.

Os estudantes começaram a rir baixinho. Deixando o aquático constrangido.

- É mais novo do que muita gente daqui! – Comenta Wobbuffet.

- Pelo menos tem um bom gosto musical! – comenta Electivire.

- Gosta de Rock? Eu pensei que você fosse um otaku que fica só escutando trilha de Tokusatsu! – aponta Persian.

- Agora lembro! Você é doidinho por tokusatsu, não é? – pergunta Lapras demonstrando empolgação.

Percebendo que Starmie já está ficando envergonhado, Scizor resolve chamar a atenção para si e se apresenta também:

- Oi pessoal! Sou a Scizor! Tecnicamente sou aluna de UU, porém frequento a OU por causa da minha mega-evolução. Estou no sexto semestre, tenho vinte anos e sou daqui de Fuchsia mesmo. Meu gosto musical varia muito! Gosto de Rock, Pop, samba, o que me for agradável eu escuto. Gosto de novelas, séries, concursos e reality shows. E confesso que assisto alguns longas metragens animadas também, tipo aqueles filmes de princesa. Meu objetivo é ser uma grande combatente de agência como a minha saudosa mãe e dar uma vida boa ao meu pai que sempre cuidou de mim!

Agora só se escutam as reações da apresentação de Scizor.

- Uma inseto que parece ser tão forte e valentona tem o comportamento de uma garota normal! – sussurra uma Simipour.

- Arceus... ela é órfã de mãe! Deve ter sido duro para ela! – comenta Meganium comovida.

Ao ouvi o depoimento de Scizor, Electivire pega no celular dele e, discretamente, olha para uma imagem que está no visor. Sem ninguém perceber, por alguns instantes, ele esboça um semblante triste.

- Então, aos poucos queremos conhecê-los melhor! Na verdade, somos apenas estudantes como vocês e ainda temos muito o que aprender! Então por favor, tenham paciência conosco para que tenhamos um bom proveito enquanto estivermos juntos! – fala Scizor demonstrando que está aberta para eles.

Após isso, eles começaram a passar conteúdo. Starmie escreve um “6!” na lousa.

“Pessoal, vocês sabem o que significa isso?”

- Esse seis deve estar surpreso! – responde Simisear debochado, o que arranca risadas da sala.

“Isso é a fatorial de seis, não é?” – aponta Regice.

“Regice está correto!” confirma Starmie “pelo visto, nem todo mundo se recorda dessa operação! Fatorial nada mais é que o produto de todos os números naturais menores ou igual a n. Nesse caso, é o produto dos números de um a seis!”

- Isso dá setecentos e vinte! – calculou Leavanny.

“Exatamente! Aprender essa operação é essencial para nós aprendermos sobre os arranjos e permutações! Agora vamos dificultar um pouquinho as coisas! Vamos resolver a seguinte operação!”

Starmie coloca na lousa a operação “26!/24!”

- Cara! Vamos passar a tarde toda resolvendo isso aí! – fala Heatmor demonstrando desânimo.

- Vixi Starmie! Acho que você realmente exagerou nessa! – Scizor parecia concordar com os estudantes – vejamos... fazer a fatorial de vinte e seis... 26 vezes 25, vezes 24... Opa! Se fizermos a maior fatorial igualar a menor, só temos que então aplicar a propriedade da razão e cortar as fatoriais de vinte e quatro – Scizor risca os dois “24!” da fração – aí fica apenas o 25 vezes 26 para resolvermos. É bom ver que a matemática, às vezes facilita as coisas para a gente!

- Scizor, gostei do seu truque! Mas “facilitar” e “matemática” na mesma frase não dá querida! – comenta Lapras dando leves risadas.

“Acho que entenderam o básico da fatorial! Então podemos prosseguir para o arranjo combinatório!”

Então Crustle entra na sala meio ofegante e sujo de cimento e cal.

- Pessoal, desculpe-me o atraso! O serviço demorou mais do que o previsto!

- Querido, nem para se limpar?! – protesta Leavanny tentando tirar um pouco da sujeira.

- Hoje passei o dia batendo a lajem! – justifica o crustáceo – mas pelo menos garantimos esta semana sem passar fome.

- Espero que tenham te pagado bem! – fala o vegetal – vamos para fora tirar um pouco dessa poeira, senão vai sujar a sala – então o casal de insetos sai da sala para limpar o Crustle devidamente.

Scizor e Starmie resolveram relevar essa. Crustle chegou atrasado por causa de trabalho. E pelo visto, precisava muito daquilo.

As aulas continuaram tranquilas por mais um tempo. Um celular vibrou e Ariados saiu da sala para atendê-lo. Momentos depois, ele entra na sala só para pegar suas coisas e se despede do pessoal:

- Tchau gente! Até amanhã!

- Vai sair agora? – questiona Scizor.

- É que surgiu um serviço para mim! Não posso deixar isso passar pois é o meu ganha pão! Então até amanhã Scizor!

- Bem, o Ariados é tipo um “faz-tudo”! – explica Swanna – ele deve ter conseguido um bom serviço. É meio frequente que ele se ausente das aulas por causa disso.

A inseto ficou abismada. Então é verdade que os alunos de ZU têm que conciliar o trabalho com os estudos. Realmente a situação deles é mais difícil do que imaginava. Ela percebe que deve ser muito paciente e compreensiva com eles.

Stamie e Scizor acabaram de passar o conteúdo. Agora, passaram algumas atividades para que os estudantes fixassem o conteúdo.

- Terminei! – anuncia uma Pokémon cigarra.

- Já?! – Scizor ser surpreende com a agilidade da Pokémon – venha mostrar aqui então... eita! Já está aqui?

A Pokémon chegou perto da metálica em um piscar de olhos, como estivesse se teletransportado. Scizor acaba reconhecendo-a. É a Ninjask, a estudante mais rápida da Smogon. Chegaram a estudar juntas por dois semestres.

“Minha nossa, até ela!” pensa Scizor enquanto corrigia a atividade – tem uma que está errada! Você somou esses valores ao invés de multiplicar!

“Hunf... isso que dá ser tão apressadinha!” escuta-se uma estranha voz. Ela veio do que parece ser um casco de inseto.

- Só errei uma tá? – resmunga a cigarra.

“O que é isso aí?” pergunta Starmie um pouco nervoso.

- Ah... “esse” é o Shedinja! – explica Ninjask - desde que evolui que isso está sempre perto de mim! Minha mãe disse que ele é como se fosse um “irmãozinho” para mim.

Scizor se lembra desse estranho falto da linha evolutiva de Ninjask. Quando um Nincada evolui, sua casca se torna um Shedinja e passa a integrar a família do recém evoluído Pokémon.

- Isso é realmente algo natural da sua espécie! – comenta a metálica – mas esse Shedinja pode estudar aqui? Ele é matriculado na Smogon?

“Lógico que sou! Olha!”  a casca oca mostra a sua carteira estudantil, que confirma que ele realmente é um estudante da Smogon.

- Tudo bem Shedinja! Já terminou sua atividade? – Scizor ficou abismada pelo tipo de estudante encontrado em ZU.

“Ainda não! Já já eu te mostro!” respondeu o Pokémon casca vazia.

Enquanto os estudantes continuavam com a tarefa, Cryogonal se aproximava da carteira dos professores. Ele estava almejando o Starmie.

“Ei queride... o jeito que explicou a matéria foi tão interessante! Poderia tirar dúvidas dessa atividade?”

“Er... você não é dessa sala! Não precisa fazer essas atividades!”

“Por favor Starmie! Olhe para mim!” Cryogonal encara o núcleo da estrela. Então ele pisca o olho e emite uma aura com de rosa que envolve a estrela. E ainda dispara luzes rosadas em forma de coração. O psíquico sente os coraçõezinhos lhe atingindo. Porém ele sente nenhum efeito nisso.

“Cryogonal! O que está fazendo?” questiona a estrela.

“O que eu estou fazendo?” o floco de gelo fala em um tom provocativo “realmente não tem vontade de que eu faça algo com você?”

“Cryogona! Que raios você quer?” Starmie estava perdendo a paciência.

“Você não sentiu nada?” disse o Pokémon de gelo desapontado.

“Não!”

“Nem um pouquinho?”

“Quer que eu te convide a sair da sala?”

“Bem feito Cryogonal! A sua atração não surtiu efeito nele!” comenta Regice.

“É uma pena!” o floco de gelo volta conformado para o seu lugar enquanto se explicava “é que minha espécie é a única não-binária que pode aprender a Atração. Eu queria testar esse movimento para ver se isso afeta os outros não-binários.”

“Filho da mãe querendo seduzir o Starmie!” Scizor ficou indignada com a cena “e se eu testar o Soco Pistola nele, será que teremos pedaços de gelo pelo chão?”

“Entendo! Mas tome cuidado! Usar Atração sem ser em batalhas ou sem o consentimento da vítima pode ser considerado assédio!” explica Starmie.

“Vixe! É mesmo?” Cryogonal ficou preocupado.

“Não se preocupe que isso não funcionou comigo! Mas mesmo assim, tome cuidado com esse movimento!”

Depois de um tempo, a aula finalmente acabou. Os dois estagiários saem da sala juntamente com os monitores. Dessa vez estão mais satisfeitos com a aula que deram.

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No fim das aulas da tarde, Starmie vai até a saída do campus acompanhado pelo Gengar. Os dois vão conversando.

- Pelo visto as aulas em ZU estão sendo bem puxadas, não é? É a segunda vez que vem para a nossa sala bem cansado!

“Sim! Mas pelo menos as coisas se saíram bem melhores do que ontem!”

- Ei Starmie! Para descontrair um pouco, quer ir comigo lá na boate Dynamax no sábado à noite? Vai ter algumas bandas cover!

“Sei não! Depois que ocorreu no Bar Florestal, eu não quero estar em locais onde têm bebida alcóolica!”

- E precisa beber por acaso? – insiste o fantasma – é só curtir um bom rock! E a Hydreigon toca em uma dessas bandas, e vai levar a Chandelure junto e...

“Já sei o porque de você querer ir!” entende Starmie “você quer ir atrás da Chandelure, não é?”

- Vai lá Starmie, quebre esse galho pro teu amigo! – Gengar está praticamente implorando – isso pode ser uma oportunidade para eu conseguir algo da Chandi!

“Ai ai... que seja!” cedeu Starmie “mas eu vou é para te vigiar para que não faça nada de errado com a Chandelure!”

- Ei? Acha que sou stalker ou coisa do tipo? – o fantasma fica indignado – mas mesmo assim, obrigado por aceitar. E isso também vai te ajudar a relaxar um pouco. Você teve essas provas e agora tem o estágio. Precisa zoar e relaxar um pouco, senão você vai acabar endoidando!

Bem, agora a estrela tem um compromisso nesse fim de semana.

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No terceiro dia, Scizor e Starmie chegaram cedo juntamente com os monitores Jynx e Ursaring. Eles cumprimentaram os estudantes. Quando deu a hora, quase todos os alunos entraram na sala. Porém Electivire ainda não tinha entrado. Scizor reparou que ele estava conversando no celular. Estava usando um tom de voz bem mais gentil do que a de costume, apesar de estar carregada de tristeza.

- Então, a senhora está se cuidando direitinho?... Sim, está tudo bem aqui na faculdade!... lógico que me preocupo com a senhora... qualquer coisa não hesite em me chamar, tá bom?... um beijo... eu te amo!

Ele desliga o celular suspirando. Então ele percebe que Scizor está o observando e sua expressão melancólica se transforma em uma bem intimidadora.

- Sabia que é falta de educação escutar a conversa dos outros ao telefone?

- Não escutei nada... – a inseto tenta se explicar – só estava aguardando você entrar!

Com a cara meio amarrada, Electivire entra na sala. Floatzel se aproxima dele e fala bem baixinho:

- Estava conversando com sua mãe?

- Sim!

- Como ela está?

- Na mesma! – o elétrico suspira e coloca a mão no rosto – tsc... doença miserável...

- Tente ser forte por ela... – a doninha coloca a mão no ombro para apoiar o amigo.

Então as aulas começaram. Os estagiário davam o conteúdo, mas de vez enquanto eles ficavam conversando amenidades com os estudantes. Os estudantes de UU demonstravam paciência em esclarecer as dúvidas dos estudantes.

Mas Scizor ficou pensativa em relação ao Electivire. Ele estava quieto e tristonho durante a aula. Realmente deve estar passando por problemas com sua família. E Floatzel, ao invés de ficar dormindo pela aula, ela estava, vez ou outra, fazendo gestos de apoio como colocar a mão no ombro do elétrico.

Com uma aula tranquila e dinâmica, com algumas confusões pontuais, o tempo passa mais depressa. Quando deu a hora, Scizor e Starmie se despedem dos estudantes:

- Até amanhã pessoal!

“Nos vemos amanhã!”

- ATÉ MAIS! – os estudantes se despedem.

- Até que eles estão pegando o jeito! – comenta Lapras empolgado – está sendo legal ter aula com esses dois.

“Realmente, aquele Starmie é bem inteligente, e a Scizor parece ser bem forte e carismática!” comenta Regice. Se um deles estivesse sozinho, não daria conta para essa sala. Porém eles juntos se complementam, e conseguem nos dar uma aula descente.

- Mas mesmo assim eles não passam de estudantes que não tem experiencia na docência! – declara Electivire – tiveram moleza até agora. Mas amanhã acaba a suspensão do Cardume. Aí sim, quero ver como vão se sair!

- Vixe, o Cardume vai voltar amanhã? – Persian sorri maliciosamente.

- Eita que amanhã não vou perder a aula por nada nesse mundo! Hisssssssssssssss! – Arbok também se diverte ao pensar em como será o dia seguinte.

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GLOSSÁRIO

Atração - Attract

Notes:

Então é isso! Aos poucos Scizor e Starmie vão se adaptando a situação. Sempre é bom pedir ajuda e tentar se abrirem aos alunos para que os mesmos vão, aos poucos, se abrindo para eles. Mas parece que tem uma galera que vai agitar ainda mais as estruturas no próximo capítulo. Como nossa dupla vai lidar com isso!
Agradeço a leitura e até mais! ^^

Chapter 32: Capítulo 32 - Cardume

Notes:

Olá! Vimos que Starmie e Scizor finalmente estão aprendendo a lidar com os estudantes de ZU! Só que a suspensão de um certo grupo está prestes a terminar! Como eles irão lidar com o Cardume?
Tenham uma boa leitura!

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

É quinta-feira. Chega o quarto dia em que Scizor e Starmie irão dar aula para a classe ZU. Como nos dois dias anteriores, eles chegam um pouco adiantado no bloco. Logo reparam que o pessoal dos Rockets estava vendendo pacotes de pipoca amanteigada.

- Aproveitem para pegar essas pipocas salgadinhas! É bom pra comer enquanto assistem ao barraco que está prestes para acontecer! – anuncia Abork.

“Barraco? Como assim?” questiona Starmie.

- E só tem dessas pipocas industrializadas com gosto de isopor? – Scizor pergunta sobre o produto vendido.

- Só deu pra conseguir essas! Mas elas são bem populares com o pessoal dessa sala! – responde Persian.

“Não tem das açucaradas não?”

- Tem não! Na próxima a gente traz! – fala Wobbuffet para a estrela.

Eles entram na sala. Dessa vez, os monitores Jynx e Gorebyss irão lhes auxiliar durante a aula. Assim que a turma entra na sala, o celular de Jynx toca.

- Alô! O que foi? Não... ela está com febre?! Desde manhã cedo? Por que não me disse isso antes? Dê o remédio para ela! Começou as aulas da tarde, mas qualquer coisa eu estou indo para aí! -  a Pokémon de gelo encerra a conversa visivelmente preocupada.

- Jynx! Algum problema? – pergunta Scizor.

- Minha filha está com febre! Não acho que seja algo grave! Porém eu gostaria de ir em casa pra ver como ela está!

- Então vá Jynx! – aconselha a inseto.

- Mas tenho que ajudar vocês com a monitoria! Será que vocês irão ter problemas sem mim? – pergunta a psíquica receosa.

- Jynx querida, eu estou aqui também! – lembra Gorebyss – sem falar que Scizor e Starmie já conseguem lidar com pessoal daqui!

- Então não tem problema se eu deixar vocês por hoje, tem? – Jynx pede permissão aos estagiários para sair.

- Vá logo mulher! É de criança doente que estamos falando! – Scizor falava firmemente – sua filha é mais importante nesse momento! Pode deixar que Starmie e eu cuidaremos das coisas aqui!

- Tudo bem então! Obrigada pela compreensão! – agradecida, Jynx deixa a sala.

Então os estagiários resolvem iniciar a aula.

- Boa tarde pessoal! Então vamos começar com o estudo da Estatística e...

Nisso entraram mais cinco Pokémon na sala. Todos eles são aquáticos. Era uma Octillery, um Basculin, uma Lumineon, um Seaking e um Wishwash. Sem qualquer cerimônia, eles pregaram por cima da lousa uma faixa de pano com a mensagem escrita com tinta azul: “Somos o Cardume, aqueles que lutam contra o sistema opressor da Universidade Smogon”.

“Ei! Eu ia começar a passar o conteúdo!” Starmie ficou incomodado com a repentina interrupção.

- Olá pessoal! Depois de algumas semanas de suspensão, finalmente estamos de volta para continuar a nossa jornada para exigirmos os nossos direitos! – anuncia a Octillery. Starmie sente que já tinha visto ela antes. E olhando melhor para ela, a estrela finalmente repara que ela tem diversas tatuagens tribais pretas espalhadas pelos tentáculos, além de uma no tentáculo dianteiro esquerdo que consiste em um desenho semelhante a uma nadadeira de Lumineon, dentro desse desenho estava escrito em amarelo as iniciais “O&L”. E além disso, ela tem um piercing fincado na parte de cima de sua boca que é semelhante a um funil.

Escuta-se comentários diversos sobre esse grupo inusitado. Alguns estudantes batem palmas e dão gritos de apoio às palavras da polvo. Outros apenas suspiraram aborrecido. Electivire abriu um saco de pipoca que havia comprado dos Rockets e solta um comentário:

- Vamos ver como os estagiários vão lidar com eles?

- Ér... boa tarde! – Scizor tenta ser cordial – nós ainda não nos vimos antes... estamos fazendo um estágio na sala de vocês! Poderiam se apresentar para nós, por favor?

- Que bom que perguntou! – disse a aquática confiante – não sei se conhece o nosso grupo, o Cardume, sabe? Nós somos alguns companheiros que nos unimos para mostrar aos estudantes da Smogon que o sistema adotado pela universidade é muito prejudicial para eles, especialmente para os alunos de baixo estrato, que têm que estudar em ambiente de péssimas condições e ser constantemente estigmatizados por aqueles que estão em estratos superiores.

- Isso mesmo! – continua Basculin, ele tem uma lista vermelha ao longo dorso, e seus olhos também são vermelhos – basicamente, nós lutamos contra as injustiças que podem acometer os estudantes de baixos estratos da Smogon.

- Mas aí! Vocês não parecem ser professores! – repara a Lumineon, que analisava os dois estagiários – o que estão fazendo aqui?

- Starmie e eu somos estagiários. Estamos dando aula para substituir um professor que foi demitido recentemente! – explica Scizor – somos estudantes de UU e ficaremos nessa e na outra semana dando aulas nesta sala durante as primeiras aulas da tarde!

- Um professor foi embora? – questiona Seaking – não me diga que foi o Zezé?

“Zezé?” Starmie estranha o nome inusitado.

- “Zezé” era como a gente conhece o professor Zekrom! – responde Electivire – e sim, ele realmente foi demitido na semana passada! Ninguém sabe ao certo o porquê de sua demissão. Só escuto boatos que ele deve ter deixado alguns professores e o reitor putassos.

- Logo ele... – Lumineon esboça uma expressão triste – ele era o único professor que era compreensível com a nossa situação!

- Maldita cúpula da Smogon! – Octillery estava visivelmente chateada – mal voltamos e perdemos o único docente que tentava interceder por nós. E ainda coloca meros estudantes estagiários no lugar dele!

- É só por duas semanas! – Scizor tentava anemizar – eles vão selecionar um novo professor!

- Mas que saco! – falava a polvo de modo bem marrenta. Logo em seguida, seu olhar se volta para um ventilador que estava amarrado por vários fios de teia – e essa esculhambação aí em cima?

- O ventilador pifou desde segunda! – responde Electivire – Ariados colocou esses fios para que essa joça não caísse na cabeça de ninguém! Disseram que vão arrumar isso aí no mês que vem!

- Mês que vêm?! – a aquática ficou abismada – e o pessoal dessa classe vai ficar como nesse calor? Ainda mais que ela tem vários Pokémon de Gelo e metálicos que não aguentam o calor, inclusive essa insetinha estagiária que, com certeza, corre dos ígneos como diabo foge da cruz

Scizor ficou um pouco constrangida com o comentário de Octillery, embora ela estivesse certa.

- E sem falar do acidente que poderia causar! – completa Basculin – alguém pode ir por beleléu por causa disso...

“Nós Pokémon de gelo estamos nos revezando em criar ar frio com os nossos poderes!” informa Regice.

- Estão fazendo isso?! Depois não reclamem se desmaiarem por ficar fazendo esse esforço! – aponta a polvo – sem condição de esperar um mês para o ventilador ser consertado. Sem falar do risco de acidente que isso pode causar. Basculin, tire fotos daquilo! Vai para ouvidoria solicitar a troca imediata desse ventilador. E enfatize que se isso não for feito, iremos denunciar esse fato para as autoridades!

Acatando a ordem de Octillery, o peixe fotografa com o celular as condições do ventilador. Logo ele sai da sala para a ouvidoria.

- Vixe! Precisa de tudo isso? – questiona Scizor – não seria mais fácil solicitar ajuda do Conselho Estudantil?

A sala fica em silêncio novamente. Os estudantes de ZU olhavam sério para a metálica, inclusive os integrantes do Cardume. Mas é Octillery é que lhe dirigiu um olhar de fúria para a inseto. Ela subiu na mesa do professor para ficar com a mesma altura de Scizor e poder encará-la. A inseto engoliu seco ao ser encarada por uma Pokémon cheio de tatuagem, que lhe dirige um olhar quase assassino. Será que essa “gangue” é realmente tão perigosa como a Aegislash lhe relatou?

- Escute aqui querida! – ela disse calmamente enquanto passa o tentáculo no ombro de Scizor – não sei se sabe, mas atualmente o Conselho Estudantil não se dá muito bem com a gente! Se fosse a um ano atrás, no tempo em que a Garchomp era a presidente, nós até que tínhamos uma relação razoável. O Cardume é um grupo que representa os estudantes de baixos estratos, especialmente os de ZU, que geralmente é deixado à mingua pela Smogon. Até o ano passado, nós agíamos como um braço do Conselho Estudantil que cuidava das demandas de alunos que realmente precisavam de ajuda para ter condições minimamente aceitáveis para estudar. Mas aí, neste ano, uma burguesa em forma de espada assumiu a presidência do conselho e logo fechou as portas do Conselho para nós. Para ela, os alunos de estrato inferiores se encontram do jeito que estão por culpa deles mesmo. E ela não faz nada para que nossa vida melhore e nem deixa nós agirmos para melhorar nossa vida na universidade. Ela faz questão de nós sermos penalizados por causa de nossa revolta. Aposto que ela deve ter feito a nossa caveira não foi? Ela deve ter dito que somos vagabundos ou algo do tipo, não foi?

- Bem... ela disse que vocês andam aprontando... – responde Scizor receosa.

- É isso que dá raiva! – continua Octillery – agora até os próprios alunos contribuem para o sistema de repressão? Sabe qual é uma das principais falhas desse sistema de estrato? É que os alunos dos estratos superiores vão se achando no direito de oprimir aqueles que estão nos inferiores, tal qual como é na sociedade, onde os da elite fazem do povão de gato e sapato! Vocês são de UU, não é? Devem sofrer, de um certo modo, algum tipo de bullying ou assédio de alguém de OU. Não é? Me responda inseto! E você também estrela! – seu olhar se volta para Starmie – você ou a inseto sofrem algum assédio moral, alguém se aproveita por causa da vantagem que tem em relação à sua tipagem... ou até mesmo têm que lidar com um macho escroto... tudo isso por alguém que está acima de vocês?

Scizor e Starmie ficaram em silêncio. Não foram capazes de responder à pergunta de Octillery. Como essa polvo pôde ser tão certeira?

- Não respondem? Ei Persian, você por acaso comeu a língua deles?

- Eu não Lery! – responde o felino – e nem sei se Starmie tem língua pra começar?

Todos riram com a resposta do Persian.

- Se não falam é porque minha suposição está correta! – disse a Octillery confiante. Ela desce da mesa e, juntamente com seus colegas, vai se sentar.

“Er... vocês que chegaram agora, eu só queria lhes dizer que amanhã, às oitos horas, teremos que ir para o estádio Blue2  pois a professora Kyogre quer nos dar uma aula especifica para os Pokémon aquáticos!” Starmie informa para o pessoal do Cardume em relação ao compromisso de amanhã.

- Obrigada pelo recado queridim... – agora é Lumineon é quem se aproxima de Starmie e lhe lança um olhar malicioso que deixa a estrela meio afligida – hum... você parece meio... apetitoso! Se importa em eu te dar... só uma mordidinha?

O psíquico entrou em modo de alerta, querendo se afastar da peixe. Ele se lembra que Lumineons gostam de comer braços de Starmies. Scizor percebe o possível risco do companheiro.

“Realmente, devo ficar bem atenta a eles!” pensa a inseto – gente, agora que nos apresentamos e damos os recados, que tal começarmos as aulas?

- Hunf... pelo visto, o negócio aqui em ZU está tão decadente que nem alunos de OU são capazes de virem para cá? – comenta a Octillery – já estão jogando isso nas costas dos estudantes de UU.

Tentando não ligar para os comentários da polvo, Starmie passa rapidamente um problema de estatística na lousa.

“Alguém pode resolver esse problema? É de acordo com a matéria que vimos ontem!” solicita a estrela.

- Hum... copiou do livro ou conseguiu fazer um problema elaborado como esse? – pergunta Octillery.

“Eu estudei sobre o assunto ontem e pesquisei vários problemas. Elaborei esse aqui para vocês!” responde o psíquico “bem... se você prestar atenção na resolução que um colega seu irá fazer, quem sabe você entenderá a matéria e...” mas é interrompido pela aquática vermelha que toma o giz de sua ponta.

- Deixa eu resolver essa bagaça aí!

Octillery se apoia em uma cadeia e vai rapidamente fazendo os cálculos na lousa. Não levou nem um minuto para ela concluir o problema. Starmie confere o resultado na lousa com suas anotações e constata que a resolução dela está correta.

“Muito bem Octillery! Está certa sua resposta!” disse a estrela meio surpresa.

- Achou que só porque sou estudante de ZU que eu seria uma burra, hein? – debocha a aquática – então estão dando aula de Estatística, não é? Realmente é uma ciência muito importante. Ela é responsável pela coleta, processamento e análise de dados. E isso é importante no mundo moderno, já que é aplicada em diversas áreas como em estudos demográficos e campanhas de marketing. E na nossa área, serve para sabermos sobre a precisão das estratégias de combate. É uma ferramenta importante que dá subsídios para tomada de decisões importantes.

“Vejo que já entende do assunto!” a estrela percebe que a integrante do Cardume é bem entendida do conteúdo.

- Mas a Estatística funciona melhor com mais dados sendo estudados! – continua a polvo – a Smogon, por exemplo, analisa o desempenho nu e cru dos alunos nas batalhas e nas notas tiradas em avaliações escritas. E a metodologia que eles usam favorece mais os que tem vida adaptada ao meio terrestre e aqueles que lutam a curta distância. Porém a vida real pode envolver outros fatores. Condições ambientais, capacidade adaptar os movimentos em diferentes situações. E até mesmo condições emocionais podem afetar o desempenho de um indivíduo. Eu até ouvi dizer que alguns professores estão tentando mudar esse sistema, como Xerneas e Yveltal. Eu soube que eles tentam avaliar outros aspectos dos alunos.

Starmie se recorda das avaliações que tivera com estes dois professores. Realmente era algo fora dos padrões do curso deles.

“Realmente eles fizeram avaliações bem inusitadas com a gente!” comenta Starmie “A prova de concurso promovida por Xerneas, por exemplo, avaliou nossa capacidade de trabalho em equipe e administrar o tempo. Mas acho que o desafio real é lidar com algo que não estamos acostumados! Teve até Pokémon que protestou por causa disso!”

E Zekrom era o professor que mais tentava explorar outros potenciais dos alunos! – relata Octillery – ele falava que alguns de nós poderíamos compensar a baixa velocidade com movimentos de longa distância. Ele sempre tinha paciência com aqueles que tinham de trabalhar para se sustentar. E elaborava diferentes atividades fora daquelas recomendadas pela Smogon na tentativa de facilitar a nossa aprendizagem. Agora nossa situação ficará mais complicada sem ele...

- Ele não deixou nenhum contato nem nada? – Seaking pergunta para Electivire.

- Que eu saiba não! – respondeu o elétrico – ninguém mais conseguiu contactá-lo depois de sua demissão!

- Ei... e cadê a Jynx? – questiona Octillery.

- Ela foi para casa! – responde Scizor – ela tinha recebido a ligação de que a filha dela estava doente! Então nós sugerimos que ela fosse para casa para cuidar da Smoochum, que ainda é uma bebezinha!

- Então é isso... pelo menos vocês são compreensivos com criança pequena! – suspira a polvo – a Jynx é um dos poucos monitores em que podemos confiar.

- Ei... também estou aqui! – anuncia a monitora Gorebyss.

- Ah! Que milagre te ver por aqui, minha linda! – Lumineon dá um largo sorriso ironizando.

- Fazer o quê! – suspira a enguia cor de rosa – visto que os perdedores daqui precisam de uma vigilância.

- E só porque é uma monitora a senhora acha que não é mais uma perdedora – Octillery se levanta e vai até a Gorebyss – a senhorita, que supostamente acha que é mais apta do que os outros dessa classe, deveria tentar nos ajudar. E você deve saber que se não trazer resultados com sua monitoria, você vai ser convidada a passar bem mais tempo conosco!

- Humf... não sei se você sabe, mas, além de ser mais habilidosa do que você, eu também não fico perdendo meu tempo em “lutar pelos direitos dos alunos”! – a enguia dirige um olhar de desprezo para a polvo – você e seus amigos só ficam arrumando barraco na Smogon. Como vocês vão ter vida melhor se nem se dedicam direito aos estudos! Eu não, pelo menos eu me mato de estudar, treino muito e com isso...

- Não consegue nem se oficializar em PU! – completa Octillery.

Os outros dão risada por causa da resposta da polvo.

- Vocês não entendem a situação em que estão! – Gorebyss encara a vermelha – vocês acabaram de sair de uma suspensão, que é a segunda penalidade mais severa da Smogon. Isso quer dizer que, na próxima vez que aprontarem, vocês serão jubilados.

- É você que não entende a própria situação – a polvo não se intimida com as palavras da enguia – estamos no mesmo barco minha filha. Você acha que melhor do que a gente só por causa da monitoria. Porém para Smogon, você ainda faz parte da “ralé”! É por causa de criaturas egoístas como você que a nossa luta por direitos fica mais difícil!

- Hunf... não dá para lidar com vocês! – Gorebyss se levanta aborrecida – vou voltar para PU e cuidar dos meus estudos que ganho muito mais! – assim, ela sai da sala.

- Vai pela sombra querida! – zomba Octillery, que é acompanhada pela vaia dos outros estudantes.

- Er... não foi legal espantar a monitora! – disse Scizor meio sem graça.

- Minha filha! Ela e nada é a mesma coisa! – comenta Floatzel meio sonolenta.

- E vocês não precisam de monitores para manter o controle da sala, precisam? – questiona Seaking.

- Bem, se vocês colaborarem, vamos continuar a nossa aula em paz! Tudo bem? – pedia a inseto.

“Olá gentiz!” um floco de neve flutua próximo à porta da sala.

- Olha aí se não é o Cryogonal! – cumprimenta Lumineon.

“Finalmente o Cardume retornou!” disse o Pokémon de gelo admirado “agora a pouco eu vi a Byss bufando de raiva! Pelo visto vocês devem ter tido um bate-boca!”

- Hunf... mulherzinha metida! – resmunga a polvo ainda aborrecida.

“E o que você faz aqui...” questiona Regice, que parece está meio ofegante “você deveria estar em sua sala...” mas o golem de gelo parece que está tendo um colapso, seus olhos parecem piscar incessantemente.

“Regice!” preocupado, o floco de gelo vai até o golem “eu vim justamente para dar uma ajudinha na refrigeração! Pelo visto, você está se esforçado demais!”

- Eu não disse que cedo ou tarde, você iria passar mal? – lembra Octillery.

“Pois então temos que socorrê-lo!” Starmie fica meio alarmado ao ver um estudante passando mal “Cryogonal, você pode cuidar dele e levá-lo para enfermaria?”

“Não é para tanto...” Regice tenta amenizar sua situação “é só eu sair um pouquinho que eu melhoro!”

“Mas você precisa descansar!” insiste Starmie “Cryogonal, você está preocupado com ele, não é? Você é o namorado dele! Então você tem que convence-lo de que sua saúde é prioridade! Leve-o para a enfermaria, por favor!”

Cryogonal ficou surpreso pela preocupação da estrela. Eli fez como foi solicitado e pediu para que Regice o acompanhasse:

“Vamos querido! Vamos passar rapidinho na enfermaria!”

Sem escolha, o golem sai da sala acompanhado pelo seu namorado.

- Mas e aí? Quem vai refrigerar a sala? – perguntou Wormadam.

- Deixe que eu faço isso! – Octillery começa a soprar um ar gelado – minha Brisa Gelada não é tão eficiente, já que eu não sou uma Pokémon de Gelo. Mas dá pro gasto!

Com um sopro gelado, ela vai refrescando uma parte da sala.

- Espero que realmente arrumem o ventilador logo! – disse Lumineon preocupada.

Starmie ficou meio nervoso com a situação. Agora está lidando com um grupo de estudantes meio problemáticos. Apesar que a Octillery lhe parece ser uma Pokémon bem inteligente e também solicita em ajudar os colegas. Por outro lado, a Lumineon não para de olhar vorazmente para estrela. Esse peixe nem consegue esconder seus instintos? E para piorar, um dos alunos acaba passando mal. A situação de ZU é tão ruim ao ponto de isso comprometer a saúde de seus integrantes? Mas ele precisa se acalmar. Ele chama a atenção dos estudantes para dar continuidade com as aulas.

Passaram se alguns minutos e Magcargo chega atrasado na sala de aula.

- Você perdeu metade da aula! – aponta Scizor – por favor, controle o seu horário.

- Sinto muito Scizor! É muito chão para um Pokémon lento como eu! – o caracol se desculpa.

“Você poderia me pedir para te carregar até aqui!” lembra Starmie.

- Valeu... mas eu ainda não me sinto confortável em ser conduzido por um aquático! – disse Magcargo com toda sua franqueza.

- Minha nossa! Nunca pensei que Magcargo poderia confiar em um aquático! – disse Lumineon admirada.

- Só que o Starmie não deveria ter forçado a barra! – aponta Seaking – o Magcargo teme muitos os aquáticos! É difícil para ele confiar até em nós, que cuida dos interesses dos alunos de baixo estrato.

Octillery não comentou nada pois estava concentrada em emitir a Brisa Gelada. Se por um lado ficou chateada pela estrela ter o carregado o caracol sem a permissão dele, por outro, ficou intrigada pelo fato de um aluno de UU ser tão solicito a um outro que tem grande desvantagem contra ele. Com certeza Starmie é um Pokémon que lhe chama muito a atenção.

A aula continuou por mais algum tempo sem maiores contratempos. Depois de um tempo, Avalugg se encarregou de refrigerar a sala no lugar de Octillery. Mas de repente, Wishiwashi, o menor dos integrantes do Cardume, que é um peixinho branco com listra azul em suas costas, se pôs em estado de alerta. Seus enormes olhos azuis brilharam intensamente.

- Pessoal, vou ter que me ausentar! Fui! - após dizer isso, ele simplesmente desapareceu da sala. Scizor e Starmie ficaram surpresos com o estranho sumiço dele.

- Arceus! Um peixinho acabou de sumir na nossa frente! – disse a metálica abismada.

- Ele foi invocado! – avisa Octillery.

“Invocado? Como assim!”

- É algo que faz parte da espécie dele! – informa Seaking – se vocês o vissem em batalha, entenderiam!

Starmie se lembrou de algo. Ele já tinha visto esse grupo protestando no campus no dia da avaliação escrita. E havia um “cardume” de Wishiwashi entre os protestantes. É a maneira dos Pokémon dessa espécie lutarem, pois isoladamente, seriam muito fracos. Com certeza o Wishiwashi deve ter sido “invocado” para compor um cardume que se formou em algum outro lugar. Mas será que isso pode atrapalhar seus estudos?

Agora uma nova aparição deixou não só os estagiários, como também os outros estudantes de ZU, abismados. Usando o teletransporte, Mewtwo simplesmente apareceu diante deles. Basculin foi trazido com ele.

- Boa tarde pessoal!

- “Boa tarde!” – recepcionaram os estudantes, inclusive os estagiários.

- Bem, eu me encontrei com esse rapaz na ouvidoria e vim pessoalmente ver o que está acontecendo aqui! – disse o psíquico olhando para o teto – então é verdade que esse ventilador está avaliado e que se não fosse pela ação do Ariados, poderia ter acontecido um acidente com um de vocês!

- Iria acontecer comigo já que me sento justamente abaixo do ventilador! – aponta Sunflora.

- Isso é grave! – suspirou Mewtwo – e ainda por cima, soube que Regice andou passando mal por causa de seu esforço em refrigerar a sala. Mas não se preocupem, até segunda feira, será providenciado a instalação de um novo ventilador para essa sala.

Todos na sala felicitam a notícia dando urros de alegria e batendo palmas.

- E outra coisa! Tenho uma mensagem do professor Zekrom, que nos deixou na semana passada! Ele disse para vocês não desistirem dos seus objetivos. Ele lamenta que não poderá mais ajuda-los e que precisa de um tempo para colocar suas ideias no lugar. Mas quando ele tiver organizado a vida dele, ele poderá se reencontrar com vocês e continuar a ajuda-los, porém de uma maneira diferente.

- Mas porque ele teve que ser demitido da Smogon? – questiona Octillery.

- Ele teve um acesso de raiva que fez com que ele simplesmente surtasse na frente do reitor e de outros professores. Ele estava tendo uma crise nervosa. Acredito que parte disso seja causado por estresse que ele esteja passando. Ele teve uma briga tão feia com a alta cúpula da Smogon que acabou culminando em sua demissão. Não posso falar mais que isso. Agora ele vai ficar um tempo longe da Smogon. Ele deve se isolar por um tempo. Porém ele prometeu que quando a poeira abaixar, ele vai retomar o contato com os estudantes.

- Hunf... enquanto isso, nós vamos continuar a mingua... – resmunga a polvo.

- Espero que entendam a situação dele! – conclui Mewtwo – agora espero que vocês, que compõe o grupo “Cardume” tomem mais cuidado daqui em diante, pois acabam de voltar de uma suspensão. Se vocês reincidirem até o fim desse ano, serão jubilados.

- Hunf... nós sabemos! – murmuram os integrantes do Cardume.

- Bem, isso é tudo!

“Starmie, venha para a sala dos professores depois dessa aula!” a estrela recebe essa mensagem diretamente em sua mente.

Após isso, ele simplesmente some da sala.

- Aê Cardume! Valeu! Não vamos ter que passar um mês inteiro no abafo – Beartic continua batendo palmas.

- O ideal é termos um ar condicionado, assim como nos estratos superiores! Mas pelo menos já é alguma coisa! – relata Basculin – ainda bem que o professor Mewtwo estava na ouvidoria. E ele se interessou pelo nosso caso.

- Mas mesmo assim! Muito obrigado Basculin por conseguir uma solução mais ágil para o nosso ventilador! – agradece Lapras.

- Se o nosso representante fosse mais dedicado! – comenta Swanna.

- Calem a boca! – disse Electivire de forma rabugenta – o peixe teve sorte em encontrar o Mewtwo. Mas lembrem-se que nem sempre vão conseguir as coisas com confusão!

Após mais um tempo, a aula finalmente acabou. Antes de sair da sala, Starmie é abordado por Seaking. O peixe quer falar algo confidencial para a estrela.

- Starmie, sei que não tem más intenções, mas por favor, tente não forçar a barra com Magcargo. Ele tem motivos bem fortes para evitar os Pokémon aquáticos! – ele abaixa o tom de voz – um Pokémon aquático de RU quase deu cabo dele à cerca de um ano atrás.

A estrela ficou horrorizada com a revelação. Como um estudante pode fazer tamanha maldade com o colega?

- Se eu pego o infeliz que fez isso com o Magcargo... – disse Octillery fechando um tentáculo e batendo firmemente no outro, gesticulando que queria lutar com o quase algoz do caracol.

- Não sei se deve fazer isso Lery! Ele tem Mega evolução! – avisa o peixe dourado.

- Foda-se a Mega-evolução! Se eu pego ele, vou lhe dar uma lição que jamais vai esquecer!

Os estagiários se despedem da turma e saem da sala. No caminho eles comentam sobre o novo grupo que conheceram.

- Agora temos que lidar com mais um grupo de arruaceiros! – suspiram Scizor.

“Eles parecem ser bem encrenqueiros!” comenta Starmie “se bem que eles não possuem más intenções! Eles apenas tentam, de alguma forma, melhorar a situação dos estudantes de ZU!”

- Deve ser por isso que parte da turma confia neles! – analisa Scizor – só que também gostam de entrar em atrito! Não viu a discussão que aquela polvo maloqueira teve com a monitora? Sei não... parece que essa Octillery é a cabeça desse bando. Eu não tive uma boa impressão dela.

“Sei que ela deve ser meio afrontosa, mas percebi que ela é bem inteligente e carismática. E também é meio que prestativa com a turma!”

- E sei que vocês ficaram de conversa por um tempo! – aponta Scizor – você até ficou meio empolgado conversando sobre o conteúdo com aquela polvo. Mas por favor, tome cuidado com ela. Se ela é tão esperta como você acha, pode ser que ela tente te lubridiar!

“Não se preocupe com isso! Vou estar atento com ela! Se bem que é com aquela Lumineon que eu tenho um certo temor...”

- Pois é... ainda tem essa! – Scizor fica um pouco temerosa ao se lembrar do jeito que aquela peixe encara a estrela. É uma espécie que é naturalmente temida por Starmies – e o Seaking? O que ele disse para você? Ele te fez alguma ameaça ou algo do tipo?

“Nada disso! Ele só queria que eu tivesse cuidado com o Magcargo... o caracol passou por apuros com um colega aquático de RU!”

- Entendo... então ele também tem que conviver com esse medo... – disse Scizor, ela percebe que o caracol passa por situação semelhante com a dela – mas então ele deve temer o Cardume também, não é?

“Obviamente! Mas parece que eles respeitam a condição dele!” afirma Starmie.

- Espero que eles não piorem a situação do Magcargo! – fala Scizor.

“Que seja, é um grupo que devemos ter atenção! Mas, por pelo menos amanhã, você estará livre deles, já que eles terão que ir para o ginásio Blue 2!”

- Mas você também tem que ir, não é Starmie?

“Sim, mas não se preocupe! Zygarde vai vir no meu lugar! E posso dizer que ele será mais competente do que eu em dar aula para eles!”

- Estou tranquila em relação ao Zygarde. Só que você terá que assistir aula com eles, não é?

“Sim, mas eu não terei responsabilidade nenhuma com eles! É a professora Kyogre é que deverá lidar com eles! Eu só vou participar normalmente!”

Depois de um tempo de caminhada, eles chegam aos blocos do campus principal.

“Não vou para sala agora! O professor Mewtwo pediu por telepatia que eu devo ir para a sala dos professores!”

- Porque ele te chamou? – questiona a inseto.

“Acho que deve ser algo relacionado ao estágio! Quer ir comigo?” convida o aquático.

Scizor recebe uma mensagem no celular.

- Desculpe Starmie! Eu também tenho compromisso!

“Tudo bem! Então até mais!”

- Até!

Eles vão para os prédios administrativos e se separaram no corredor principal.

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Enquanto isso, na enfermaria, Regice estava repousando no leito. Ele estava meio zonzo. O ar condicionado estava na intensidade máxima e na temperatura mínima para que o golem de gelo se sentisse confortável. Cryogonal estava ao lado dele.

“Se sente melhor?”

“Sim, aos poucos estou me recuperando! Felizmente só preciso de um lugar fresco para descansar!”

“Mas mesmo assim, acho que você extrapola as vezes!” disse o floco de gelo preocupado “a situação em ZU tá feia mesmo!”

“E é por isso que eu insisto que você continue se dedicando aos estudos!” avisa Regice “não quero que passe pelo mesmo perrengue do que eu!”

Uma mensagem surge em seu celular. Era Lapras que estava informando que o ventilador será consertado até segunda feira.

“Pelo menos um problema foi solucionado” disse o golem aliviado.

“Parece que o pessoal do Cardume se garante mesmo!” comenta Cryogonal.

“Sim, graças a eles é que ainda temos alguma esperança aqui na Smogon. Não tem ninguém além deles para interceder por nós!”

“Mas a estrelinha realmente se preocupou por você! Quase manda eu te trazer para cá a ponta pé!” disse Cryogonal, ainda surpreso com a atitude firme de Starmie.

“É um Pokémon com juízo! Diferente de você!” Regice aproveita para provocar o seu companheiro “ele sim parece ter maturidade para ser um professor, talvez ele devesse investir nessa carreira!”

“Agora é você que está admirando a estrelinha?” Cryogonal provoca de volta.

“Só admiração mesmo! E por favor, tente não incomodá-lo mais! Digo isso não só pelo bem de nosso relacionamento, mas também pela sua integridade física!” disse o golem sério.

“Integridade física? Como assim?” indaga Cryogonal.

“Não sei se reparou, mas a parceira dele, a Scizor não vê de bom grado as investidas que você dá na estrela!” aponta Regice.

“A insetinha não gosta que eu paquere o Starmie? Será que eles são... namorados?” o Pokémon floco fica surpreso.

“Acho que não... pelo menos não são ainda! Mas parece que eles se gostam! Enfim, é melhor não se meter mais com eles. E um Soco Pistola desferido por uma Scizor, que tem habilidade Técnico, deve doer muito em você!”

“Tá eu entendi!” Cryogonal acata o conselho do namorado “vou tirar Starmie da minha mente!” sorrateiramente, ele se apoia em Regice, que está sentado na cama “Só que, mesmo sendo alunos de UU, até que parecem serem Pokémon bacanas. Quem sabe eles não se comovem com a situação com o pessoal de baixo estrato, e... sei lá... tentem nos ajudar a melhorar a nossa vida.”

“Não tenha muitas esperanças com eles!” Regice tenta ser realista “eles são bons Pokémon sim! Eu gosto deles! Mas acho que depois do estágio, eles vão voltar para suas vidas sendo alunos de UU. Terão que se dedicar ao estrato deles que exige mais dedicação. Se eles sabem o que é melhor para eles, é isso mesmo que irão fazer...”

“Seria bom ser um pouco mais otimista Regice...” Cryogonal se espreguiça ainda encostado no golem. E ele se vira para encarar o namorado “mas então... quero sentir seu frio...” ele começa a se esfregar carinhosamente no corpo de Regice.

“Cryogonal... aqui não...” o golem ficou desconcertado e tenta, sem sucesso se desencostar deli, mas ele começa a acariciar a ponta de cima do floco de gelo “deixa essas coisas para depois... mais tarde vou arrumar um lugar bem refrigerado para nós...”

- Opa... aqui na enfermaria não é lugar apropriado para esse tipo de... chamego! – Alomomola entra e fica levemente corada ao ver os dois Pokémon de gelo que estavam sendo afetuosos demais um com outro.

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Starmie bate na porta da sala dos professores.

- Entre! – ouve-se a voz de Mewtwo.

A estrela entra no recinto. É uma ampla sala com uma enorme mesa no centro com várias cadeiras. Possui um armário com vários compartimentos, uma TV instalada em uma raque, três microcomputadores, um sofá, duas poltronas, uma geladeira, um micro-ondas e uma copa onde tem uma cafeteira em pleno funcionamento. Estavam Mewtwo e Deoxys sendo que o último estava relaxando em uma das poltronas segurando uma enorme caneca de café.

- Olá Starmie como vai! – cumprimenta Deoxys.

“Boa tarde professores!” cumprimenta o aquático.

- Starmie, fique à vontade! – convida Mewtwo – te chamamos aqui pois soubemos que estava estagiando na sala ZU. Gostaria que nos contasse sobre sua experiência em relação a esse estrato.

“Bem... por onde eu começo... a impressão que tive é que as condições lá são bastante precárias. E vejo que o pessoal de lá é meio desmotivado!”

- Ei Starmie, se quiser pode tomar um pouco do café também! - oferece Deoxys.

“Muito obrigado!” a estrela pega uma pequena xícara e coloca um dedo de café nela. Por está muito quente, ele não bebeu de imediato. Então continuou com seu relato:

“Houve um problema com ventilador que se quebrou. Alguns alunos são baderneiros como os tais dos Rockets. Até o representante é meio briguento e desinteressado. E tem muitos deles que deixam a aula por causas diversas como trabalho. E hoje chegou um grupo que tenta chamar a atenção às condições precárias dos estratos inferiores. Se por um lado parecem querer ajudar os colegas, por outro eles são bastante agitados e contestadores. Um deles até discutiu com a monitora. E um dos estudantes de ZU acabou passando mal devido ao calor da sala e por estar tentando ajudar na refrigeração da sala!”

- Hum... entendo... – Mewtwo coloca a mão no queixo – e o que você pensa em relação a isso?

“O que eu penso... como assim?”

- Qual sua opinião em relação a isso Starmie? – continua o psíquico – você acha que eles estão nessa situação por que são incompetentes ou é por causa de algo que está além dos esforços deles?

“Agora que o senhor me perguntou... eu sinceramente não sei!” admite Starmie “Eu percebo que muito deles podem ser tão capazes quanto alunos de UU ou de OU. Aquela Octillery, por exemplo, foi capaz de resolver um problema relativamente complexo sem precisar de explicação ou auxílio, mesmo não ter assistido a aula anterior. Acho que essa situação é bem mais complexa do que eu imaginei...”

- Lógico que é complexa! – confirma Deoxys – esse sistema de estrato que a Smogon adota há décadas realmente produz muitos resultados positivos. Encontra partida, isso também produz muitas... como posso definir... muitas falhas. Estudantes que acabam parando nesse estrato tem poucas expectativas em relação a formação e à vida profissional no futuro. Muitos deles acabam desistindo do curso e terão que ingressar no mercado em postos de trabalho que renumera menos.

- Pois é! Esse sistema é fortemente contestado por Zekrom, que foi demitido recentemente! – prossegue Mewtwo. Ele discutiu ferozmente sobre isso com o reitor e com os professores Groudon e Lugia, que são ferrenhos defensores do sistema.

“Então, vocês também estão querendo contestar o sistema de estratos?” pergunta Starmie.

- Não vamos negar, esse sistema está precisando de uma revisão! – responde Mewtwo – no meu tempo, quando tinha menos estratos, isso não era tão prejudicial aos estudantes. Os que conseguiam o estrato mais alto tinha um pouco mais de regalia, mas também o nível de exigência é maior. Entretanto, os dois estratos imediatamente inferiores possuíam um tratamento quase tão bom quanto ao estrato mais alto.

- Só que com os anos, o curso foi crescendo e mais estratos foram criados! – continua Deoxys – só que à medida que vai descendo, as regalias vão diminuindo. E atualmente, com seis estratos, o último foi designado com as piores condições possíveis para cumprir sua função de ser o estrato a ser evitado. Ele basicamente serve para punir aqueles que não se dedicam suficientemente no curso. Por isso ele está na sala mais afastada do campus, possui mais alunos e não tem ar condicionado.

- Isso realmente dá um bom objeto de estudo! – aponta Mewtwo – diga-me Starmie, já tem um tema para sua monografia? Você sabe que tem que conclui-la até o fim da primeira metade do ano que vem.

“Ainda estou decidindo o tema!” admite a estrela.

- Pois é, o impacto do sistema nos estudantes da Smogon ainda tem muitos pontos para elucidar, se quiser usar isso como objeto de estudo, acho que seu estágio já pode te dar muito material para elaborar um bom artigo! – sugere Mewtwo.

“Isso é um caso a se pensar!” analisa Starmie.

- Pense com calma! O que estamos propondo é apenas uma sugestão! – Deoxys fala de modo precavido – se achar algo mais pertinente para sua monografia não tem problema em desconsiderar essa sugestão.

“Tudo bem professor! Mas pode deixar que irei analisar essa sugestão de vocês!”

- E se quiser uma orientação pode contar comigo! – oferece o Pokémon DNA – e você nem provou do café ainda.

Starmie pega a xícara com o braço posterior e leva para a boca “hum... até que é bom! Está bem docinho!”

- Sim! Café doce é bom para repor as energias! Mas também gosto de café puro! – comenta Deoxys.

- Cuidado Starmie! Começa assim: alguém te oferece café em uma reunião como essa. Depois fica consumido em seu ambiente de trabalho. Fica com uma xícara várias vezes por dia e, quando menos se espera, você fica que nem esse pedaço de DNA, que é um alucinado por café! – Mewtwo aponta para Deoxys.

- Eu alucinado? Você exagera Mewtwo! – justifica o Deoxys – só porque eu sou um bom apreciador desse maravilhoso líquido negro.

- Starmie, você leu aquele cartaz que está próxima à garrafa de café que está na barraca do Butterfree?

“Sim! Ela diz: CORTESIA EXCLUSIVA PARA ALUNOS! APENAS UM COPINHO POR DIA!”

- Deoxys é o motivo pelo qual fez o Butterfree confeccionar aquele cartaz.

- Vai te lascar Mewtwo! – disse Deoxys meio constrangido.

Starmie achou graça da situação. Realmente um professor que ganha um bom salário, deve deixar o café para os alunos, que em sua maioria, não são muito abastados.

- Bom Starmie! Isso é tudo que tenho a dizer! Se quiser pode voltar para sua classe! – disse Mewtwo.

“Tudo bem! Obrigado por me receber aqui professores!”

- Eu que agradeço a sua atenção! – fala Mewtwo.

“Então até mais!”

- Até!

- Mas Mewtwo! Você está sugerindo para um estudante mexer nesse vespeiro! – Deoxys comenta logo após a saída de Starmie.

- É só uma sugestão! – rebate Mewtwo – mas é bom que nós incentivemos os alunos a verificarem, por conta própria, se o sistema atual adotado pela Smogon é realmente apropriado.

- Sim, eu sei que isso precisa bastante de uma revisão! – concorda Deoxys – é difícil mudar a cabeça dos professores mais velhos como Groudon e Lugia. Por isso não devemos bater de frente como fez o Zekrom. Só que envolver alunos nisso pode ser meio perigoso para eles.

- Eles precisam aprender a contestar as regras atuais! É só assim que nós, Pokémon, evoluímos! – fala Mewtwo – tente não ser tão protecionista. Afinal de contas, eles já são adultos. A faculdade é só um ensaio para as dificuldades para a vida. E cabe a Starmie decidir se irá pesquisar sobre isso ou não. Ninguém vai obriga-lo a nada. Isso deve ser espontâneo para ele.

- Se por um lado a gente quer proteger os estudantes da adversidade, por outro sei que você tem razão Mewtwo! – conclui Deoxys – nossa função é ensina-los a lidar com os obstáculos para que consigam faze-los por si próprios. Ainda sim, espero que Starmie não tenha que passar por mais problemas. Eu sei que esse estágio já está sendo muito estressante para ele.

Enquanto isso, Starmie vai pensando em relação à conversa que teve com os professores.

“Querem que eu faça uma monografia sobre o meu estágio? Se por um lado vou ter um tema bem definido, por outro, não faço ideia em como escrever sobre isso! O que vou ter a dizer em relação a sala ZU?”

A estrela resolve passar na enfermaria para ver como Regice está. Quando chega lá, soube por Alomomola que o Pokémon de Gelo tinha saído de lá a pouco tempo.

“Ele estava bem?”

- Ele já estava de namorico com o Cryogonal! – a peixe fica levemente corada – pelo visto, sua saúde está boa!

Starmie resolve voltar para sua sala. Ele recebe uma mensagem em seu celular.

“Quê? Minha mãe vai vir me visitar no domingo?!”

Realmente é muita coisa para o seu núcleo.

Notes:

Agora sim, eles estão conhecendo Pokémon que contestam o sistema de estratos! E Starmie ainda recebe uma proposta para se aprofundar no assunto! Será que a estrela verá o sistema da Smogon com outros olhos... não perá... com outro núcleo...

Bem, deixem comentários se gostaram! Agradeço pela leitura!

Até mais!

Chapter 33: Capítulo 33 – Uma aula para os Pokémon Aquáticos

Notes:

Oi pessoal!

No capítulo anterior, conhecemos o grupo dos "Cardumes". É um grupo de Pokémon aquáticos que contestam o sistema de estratos da Smogon e se apresentam como aqueles que defendem os direitos dos alunos de baixo estrato. Eles são bem exaltados, especialmente a Octillery.
Starmie conversa com os professores, que realmente apontam que o sistema de estratos pode ter suas falhas. No próximo dia, ele e outros Pokémon aquáticos da Smogon terão que se reuinir com Kyogre para uma aula específica para eles.
Espero que tenham uma boa leitura!
Edit 16/02/2023: Para evitar erro de continuidade no próximo capítulo, este capítulo sofreu uma pequena modificação! Foi na parte do teste de velocidade dos Pokémon aquáticos!

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

Enquanto isso, na sala do Conselho Estudantil, Aegislash escuta as batidas na porta.

- Pode entrar Scizor!

A inseto entra – boa tarde Aegislash.

- Boa tarde querida! Que bom que atendeu o meu chamado!

Elas se acomodaram na sala do fundo e se serviram dos biscoitos que Aegislash havia trazido.

- Você sabe o porquê de ter te chamado, não é?

- Acho que é por causa do Cardume! Você soube que eles voltariam hoje?

- Já imaginava que eles iriam retornar! E então, o que acha deles? – questiona a espada.

- Não tive uma impressão muito boa deles! Eles meio que contestam o sistema da universidade. Eles chegaram atrasados, e começaram já interrompendo a aula. Tem uma Octillery que ficava enrolando o meu parceiro. E ela discutiu com a monitora. Sem falar que até a aparência dela é meio... peculiar! – relata Scizor.

- Tá falando daquela polvo toda tatuada e com o piercing nos lábios... funil... ou seja lá o que for aquele bico! – disse a espada com uma certa repulsa.

- Parece que é ela que lidera esse grupo, não é?

- Sim! Essa criatura é o que podemos chamar de um péssimo exemplo dos estudantes, não acha? – Aegislash espera uma concordância da colega.

- Se bem que por outro lado, foi ideia dela em fazer mais um pedido para que concertem o ventilador! – continua Scizor – Basculin foi na ouvidoria e trouxe Mewtwo junto. O professor viu a situação e disse que o concerto será agilizado. E o pior que esse problema deve ser resolvido rápido. Um dos estudantes até passou mal por causa do calor.

- Acho que aquele peixe teve sorte de encontra o Mewtwo! – comenta a espada – já pensou na confusão que eles iriam fazer? Poderiam até piorar a situação! Eles são especialistas nisso!

- Se bem que nesse caso, eles acabaram por melhorar! – aponta a inseto.

- Mas eles estavam sendo bem impacientes, deveriam ter esperado o tempo certo para o conserto do ventilador!

- Mas um mês é tempo demais! – aponta Scizor – os Pokémon de gelo não aguentariam.

Aegislash ficou meio contrariada ao escutar que a inseto utilizava argumentos que a contrariaram. Entretanto, ela não demonstra seu aborrecimento à Scizor – então, mudando de assunto, soube que os aquáticos foram convocados para uma aula especial com a professora Kyogre, não é?

- Sim! Pelo menos me livrarei do “Cardume” por um dia! – suspira Scizor – só que Zygarde irá dar aula no lugar de Starmie.

- Quero ver essa serpente ranzinza no meio daquela baderna! – a espada tenta imaginar a situação – se até em sala de aula de uma escola de elite ele surta, imagine em uma sala cheia de marginais!

“Marginais” é uma palavra muito forte para se referir aos alunos de ZU. Foi isso que passou na mente de Scizor, apesar de não ter tido coragem de discordar dela.

- Mas enfim! Sua ajuda será mais necessária do que nunca! – explana Aegislash – eles já tiveram a suspensão. Na próxima vez que aprontarem, eles serão expulsos da Smogon. Não deixe de informar de qualquer coisa suspeita deles. Se eles tiverem que serem jubilados, então teremos menos um problema na Smogon!

- Bem! Pode deixar que vou fazer o possível para que eles não tentem aprontar mais! – promete a inseto.

Aegislash não queria que Scizor impedisse o Cardume em aprontar, e sim que ela aponte o primeiro deslise deles. Porém a espada confia que ela logo vai perceber que vai ser melhor para a universidade em se livrar desses estudantes problemáticos de uma vez por todas.

Elas ficam conversando amenidades enquanto merendam. Pouco tempo depois, Scizor volta para a sala.

 

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Na manhã seguinte, Starmie entra no campus e vai até a cantina para tomar seu desjejum antes de ir para o complexo de ginásios. A chuva começou a cair de repente. A estrela achou isso estranho já que tinha visto na previsão do tempo que hoje seria um dia ensolarado. Então foi na barraca para tomar sua vitamina. Ai a chuva parou do nada. O sol volta surgir. Porém a intensidade do calor era tremenda. Enquanto se dirigia aos blocos, se via um aglomerado de Pokémon próximos aos prédios administrativos. Agora Starmie entendia o porquê do descontrole do clima...

Próximos ao prédio da reitoria, os professores Kyogre e Groudon estavam discutindo freneticamente. Não é a primeira vez que fazem isso. Esses dois professores não se dão muito bem e de vez enquanto eles se desentendem. E às vezes eles ficam tão exaltados que até o clima é influenciado.

- É POR SUA CULPA QUE O ZEKROM FOI DEMITIDO! – apontava Kyogre.

- CULPA MINHA? O ZERKOM VEM ARRUMAR CONFUSÃO COM OS PROFESSORES E REITOR E TÁ DIZENDO QUE É POR MINHA CULPA? – questionava Groudon.

- VOCÊ DEVERIA TER O ESCUTADO! MAS VOCÊ É UM CABEÇA DURA MESMO! – desabafa a aquática.

- QUEM É VOCÊ PRA ME DIZER O QUE FAZER SUA BALEIA VELHA! – insulta o terrestre. Isso deixa a Kyogre bem ofendida.

- VELHA?! OLHA SÓ QUEM FALA?!

Os estudantes vão comentando baixinho sobre esse bate boca dos professores. Alguns até se entretêm com isso. Porém, nenhum deles tem coragem de se aproximar deles.

De repente, nuvens negras surgem no céu. Da janela da reitoria, sai o Reitor Rayquaza. Ele usa sua habilidade Aclimatação, que anula o clima causado pela habilidade dos professores.

- QUE BATE BOCA É ESSA AQUI NA REITORIA!

- É ESSA VELHOTA QUE VEIO ME ENCHER O SACO E...

- E MAIS NADA! – Rayquaza interrompe o Groudon – VOCÊS SÃO OS DOIS PROFESSORES MAIS ANTIGOS DA SMOGON! TEM ATÉ PROFESSORES DAQUI QUE FORAM SEUS ALUNOS! OS SENHORES DEVERIAM DAR O EXEMPLO! E NÃO FICAR DE BARRACO COMO SE FOSSEM DOIS VELHOS BARRAQUEIROS EM UM BOTEQUIM!

Depois da bronca do reitor os dois resolvem parar a discussão. Groudon vai para os blocos e Kyogre vai para o complexo de ginásio.

- Eita! Toda vida é preciso a intervenção do senhor Rayquaza para acabar com a briga desses dois! – comenta Gengar, que se aproxima repentinamente de Starmie.

“Nem vi você chegar Gengar!” fala o psíquico “espero que a professora não fique de mau humor durante a aula! Ela vai passar o dia com os aquáticos!”

- Há sim! Ela tinha chamado todos os aquáticos da sala para uma aula especifica pra eles! – lembra o fantasma.

“Isso mesmo! E Gengar... talvez eu não possa mais ir para o Dynamax manhã!”

- Quê? Mas por quê? – questiona o fantasma desapontado.

“Domingo de manhã a minha mãe vai vir me visitar!”

- Sua mãe lembrou que tem um filho é? – debocha Gengar.

“É! Depois de meses, finalmente ela arrumou tempo para me visitar!”

- Mas vai ser no domingo! Não tem porquê de você não ir para boate amanhã!

“É que gostaria de me apresentar em plenas condições para ela e...”

- Ora, é só não beber! – corta Gengar – você se lasca de estudar. Passou por vários perrengues nessas últimas semanas. Teve o seu aniversário e duas provas importantes. Você até se machucou e sua mãe não deve nem te perguntado como você estar!

“Pois é, ela anda muito atarefada em seu trabalho...” a estrela não teve como discordar do fantasma.

- Você não é nem doido de deixar de se divertir por causa dela, não é? Pode deixar que dessa vez vou tomar o máximo de cuidado para que não coloque uma gota de álcool em sua boca! Tudo bem assim?

“Apesar de saber que você só querer de me arrastar para essa boate por causa da Chandelure, eu sei que você tem um pouco de razão. Espero que realmente só tenha boas lembranças do rolê de amanhã!”

- Assim que se fala estrela! Prometo que não vai se arrepender! – disse o fantasma batendo de leve nas costas do psíquico.

Depois da conversa com o Gengar, Starmie finalmente se dirigiu ao Blue 2. Também é um ginásio fechado e possui a cobertura azul. Ao invés de ter um campo de batalha, o Blue 2 possui uma enorme piscina olímpica. É usada especialmente para treinamento de aquáticos. Quase todos os Pokémon de água da Smogon chegaram ao local, e logo viram que Kyogre estava flutuando no meio da piscina.

- Bom dia pessoal! – cumprimentava a professora. Ela parecia bem mais calma.

- BOM DIA!

- Antes de mais nada, quero que formem equipes de quatro integrantes!

“Eita! A professora já está pedindo para que nós formássemos times?” a estrela olhava em volta para decidir com quem iria se aliar.

- Er... Starmie? – escutasse a voz grave do Tentacruel que estava lhe chamando timidamente.

“Pois não?”

- Er... quer entrar para o nosso time? Além de mim, estão o Crawdaunt e o Empoleon!

“Posso mesmo? Obrigado por me chamar!” a estrela ficou aliviada por ter sido logo chamada em uma equipe.

Logo eles se juntam aos outros dois integrantes.

- Aê Tentacruel! Conseguiu chamar o Starmie! – disse a lagosta alegremente.

- Espero que seja útil para o nosso time! – disse o pinguim cruzando as asas.

Enquanto isso, Greninja observava juntamente com Rotom a formação das equipes.

- Humf, você nem deveria estar aqui! Você nem aquático é! – o noturno lembra que Rotom originalmente é um Pokémon fantasma elétrico.

“A professora disse que eu posso vir para essa aula sim! Beep!” explica o Pokémon, que está em sua forma de máquina de lavar “Essa é a minha forma que tem mais sucesso em batalhas, então nada mais justo que eu ter um bom treinamento em um ambiente aquático. Beep! E aí, vai querer formar time comigo?”

Greninja ponderou. Tendo a tipagem elétrica, pode ser que isso dê uma vantagem para sua equipe – é o jeito né?

Ele vai observando os outros Pokémon e repara que Starmie vai conversando com os integrantes do time dele.

- Será que eu devo dar um “alô” para estrelinha?

Mas antes de se decidir a mover, Toxapex se joga em cima dele, derrubando-o no chão.

- Oiê sapinho! Bora formar time comigo? Eu queria ir com a Fini, mas ela disse que a habilidade dela iria me atrapalhar!

- Sai de cima de mim sua baranga! – disse o sapo zangado, ainda estirado no chão – por que iria formar time com você?

- Oxi! Estamos entre os melhores aquáticos da Smogon! Seria bom nos aliarmos! Você com seu grande ataque e eu com minha grande defesa.

“Realmente a Toxapex seria uma boa aliada! Beep!” concorda Rotom.

- E olha... – ela começa a cochichar no ouvido do sapo – tome cuidado, posso acidentalmente injetar um veneno em ti. E você sabe que é uma neurotoxina bem incapacitante... uma das mais terríveis existentes...

Maldita estrela do mar. Era isso que Greninja pensava. Ele não tinha escolha, pelo visto. Apenas mexeu a cabeça em sinal que concorda em ter Toxapex em seu time. Logo ela saiu de cima dele.

- Muito obrigada! – disse ela radiante – vou chamar a Gyarados também! Seremos imbatíveis!

- Mas se ela tiver que usar a Mega-Evolução, aí teremos dois noturnos no time! – aponta Greninja.

“Mas sua habilidade Multi-tipo pode cobrir isso!” lembra Rotom.

- Hehehe! – Toxapex ri baixinho “Agora posso ficar de olho nesse sapinho escroto!”

Enquanto isso, os integrantes do Cardume estavam decidindo sobre a formação das equipes.

- Não vai ser justo se quatro de nós formarmos um time e deixar o que restar sozinho! – explana Octillery.

- Posso sugerir uma coisa? – fala Seaking – eu vou com o Wishiwashi, e também vou chamar a Whiscash. Ela vem nos sondando há algum tempo para entrar no nosso grupo, não é?

- Ah sim! E também você a sonda há algum tempo para... dar uns pegas nela, não é? – disse Basculin malicioso.

- Não... não seja precipitado Basculin! – a carpa tenta negar, mas seu rosto corado o desmente – e também vou chamar o Lapras.

- Seria bom se tivermos mais membros na Cardume! – diz a polvo pensativa – bem vamos fazer como você disse Seaking! Também vamos arrumar mais um em nosso time! Só não pressione muito a Whiscash, viu? Ela só entra se realmente quiser! – então ela se aproxima do peixe e fala em um tom mais baixo – o mesmo vale para um possível relacionamento!

- Não parece que você me conhece Lery! – disse Seaking ainda envergonhado – no momento, vou dar o meu melhor juntamente com meu time!

- Que seja! Boa sorte para vocês! – deseja Octillery.

- Pra vocês também! – retribui Seaking.

Assim que os times foram definidos, Kyogre convidou os alunos a entrarem na água.

- Vamos aproveitar o máximo possível da aula de hoje! Teremos muitas atividades pra vocês, Pokémon aquáticos! – anuncia a professora – todos vocês se organizem em fileiras!

Assim que os Pokémons formaram as fileiras, a professora move sua nadadeira na água.

- Vamos começar com alguns exercícios!

Então, acompanhando os movimentos de Kyogre, os alunos vão realizando os exercícios como podem. Eles mexem com as patas, ou nadadeiras, ou tentáculos. Realizam vários mergulhos. Depois de alguns minutos, a professora encerra a sessão de exercícios.

- Ao menos estão em boa forma! – fala a professora empolgada. Ela pega um controle remoto e surgem de mastros próximos à piscina, diversos alvos fincados em hastes de ferro. Por cima deles, havia um manômetro com um marcador digital.

- Vamos ver como anda seus ataques aquáticos! – disse Kyogre – cada equipe escolhe um integrante para realizar uma tentativa! De preferência, um atacante especial. Vamos testar a mira e a intensidade dos ataques!

Ela deu alguns minutos para que cada time escolhesse seu representante. O time de Starmie escolheu o Empoleon, já que ele é o mais indicado para a atividade. Logo, todos os representantes foram definidos. Kyogre os anotou em uma prancheta.

- Quem eu chamar, pode vir pra cá! – anunciou a professora – primeiro o Greninja.

O sapo nadou e se estabeleceu na distância permitida do alvo. Ele deu um salto e disparou uma Bomba Hidráulica no ar. Atingiu bem em cheio o alvo. O dispositivo mostrou o número 4122.

- Foi um ataque bem intenso e certeiro! – elogiou a professora – e a pressão foi de 4122 bar!

Greninja voltou para os seus companheiros satisfeito. Era o esperado do Pokémon aquático mais forte da Smogon.

- Próximo é o Manaphy!

O pequeno Pokémon azul usou um Surf, mais garantido em acertar o alvo, porém não foi tão intenso quanto Greninja.

- Pressão de 3605 bar! – anuncia a professora.

Um por um, os estudantes prosseguem com seu teste!

- Ai que droga! Só atingi a borda do alvo! – diz Milotic frustrada.

É a vez de Empoleon. O pinguim respirou fundo e disparou um massivo jato de água que estremeceu a haste que sustenta o alvo.

- Muito bem Empoleon, pressão de 4884!

Bem satisfeito com o resultado, o pinguim se junta à sua equipe.

- Arrasou pinguim! – Crawdaunt lhe deu um leve tapa em suas costas.

“Foi incrível!” felicitou Starmie.

- Para disparar uma Bomba Hidráulica com precisão, necessita de muita calma! – aponta Tentacruel.

- Incrível! Volcanion consegue uma pressão de 5720 bar! E foi bem preciso no alvo! – comenta Kyogre admirada.

Os estudantes observaram que havia vapor no alvo. Volcanion usou o Erupção de Vapor, que consiste em disparar um poderoso jato de água quente.

- Uma porrada dessa água quente deve doer! – comenta Empoleon.

Outros alunos vão disparando. Agora chega a vez de Octillery.

- Vai deixar os fracassados de ZU tentarem também? – comenta Greninja – aposto que nem chega aos três mil!

A polvo ignora as risadas de outros alunos e o comentário de Greninja. Ela nada até o ponto indicado, observa o alvo, respira fundo e dispara uma certeira Bomba Hidráulica no alvo.

- Octillery consegue uma pressão de 4202 bar.

“Vixe... um pouco mais intenso que o Grenija!” pensou Starmie.

- Boa Lery! – Lumineon toca o tentáculo dela com sua nadadeira, felicitando a companheira.

- Humf... ela teve sorte! – Greninja não gostou que seu resultado fosse superado por uma aluna de ZU! – esse aparelho deve tá com um defeitinho aí! E ter um ataque especial um pouco mais elevado não adianta para uma incompetente como ela!

- Agora é a vez do... Wishiwashi?

O pequeno peixe vai fazer a sua tentativa – vixe... esse alvo está meio longe.

Ele dispara uma Bomba Hidráulica, porém é tão fraca que parece uma Pistola de Água.

- Só 997 bar?! Isso é tudo que tem para oferecer, mocinho? – disse a Kyogre meio desapontada. Muitos estudantes acabaram dando gargalhada.

Seaking coloca a nadadeira na testa, decepcionado com resultado do companheiro – sua sardinha idiota! Por que não usou aquilo?

- Oxi! E vou invocar aquele povaréu agora? – justifica Wishiwashi – eu fazer aquilo só pra fazer esse teste idiota?

- Mas é por isso que te escolhemos sua besta! – Seaking continua com a bronca – já que você iria usar só sua forma base, era pra nós termos escolhido outro para disparar! Agora nosso time é a chacota dessa aula!

Os testes terminaram. Foi anunciado que foi o Blastoise foi o que conseguiu o melhor resultado, seguido de Voncanion e Keldeo.

- Humf... também, usando a mega-evolução! – comenta Empoleon meio aborrecido por não está entre o top 3.

O Pokémon tartaruga vai se vangloriando pelo ótimo resultado que obteve. Ele não percebe que uma certa Pokémon polvo o observa com um certo rancor.

- Antes de prosseguirmos, deixe me ver o quanto eu consigo nesse teste! – fala a professora. Ela expõe, em um bracelete de sua nadadeira, um orbe azul que tem um símbolo de “alfa” nela. O artefato brilha e surgem listras e símbolos amarelos pelo corpo da orca. Ela mudou para uma forma conhecida como “Forma Original”.

- Agora observem bem queridos! – ela começa a mirar o alvo – vamos ver como a professora de vocês sai no teste.

Ela respira fundo e abre bem a boca para disparar um massivo jato de água no alvo. Foi tão intenso que o alvo acabou se quebrando. Seus pedaços caíram na piscina. Sobrou apenas o manômetro com o resultado numérico. A força do disparo do Pulso da Origem de Kyogre foi de 7315 bar, o que deixou os estudantes boquiabertos.

- Mais de sete mil?! – disse Empoleon incrédulo – mas nem o Blastoise mega-evoluído chegou aos seis mil!

- A velha é bem poderosa mesmo! – comenta Crawdaunt admirado.

- Ai ai... realmente a idade chega pra gente... – disse a orca meio desanimada – não consigo mais chegar no 7500!

“Imagine se ela estivesse ainda na juventude!” Starmie não consegue mensurar o poder da professora.

- Enfim, vamos para a segunda etapa! Agora é teste de velocidade! Escolham o integrante que vai participar da prova! – pede Kyogre, que volta para sua forma normal.

Starmie é escolhido para o teste de velocidade.

- Ei professora, tem problema se eu participar de novo da atividade? – pergunta Greninja.

- Tem não! – responde Kyogre – se isso for um consenso da equipe, tudo bem!

- Ouviram né! Como sou o mais rápido do time, vou para o teste de velocidade! OK?

- Por mim tanto faz Greninja! – disse Gyarados com desdém.

“Certo! Mas era para eu ter ido no primeiro teste!” Rotom se mostra meio aborrecido “com certeza eu teria conseguido um resultado melhor! Beep!”

Todos os alunos saíram da piscina a pedido da professora. Os escolhidos ficaram na beirada da piscina, aguardado a ordem da professora.

- O teste é bem simples! Dois trajetos de ida e volta pela piscina! – explica a professora.

Na beirada da piscina, Floatzel dava uma bocejada e parecia que mal conseguia se manter acordada.

- Está bem querida? – Kyogre se aproxima para ver como estava a lontra.

- Tudo bem professora! Só um pouquinho de sono! Uaaaaa! – boceja Floatzel.

- Essa com certeza vai afundar durante o trajeto! – debocha um Kabutops que fazia aquecimento para a prova.

Starmie sabia que a lontra trabalha a noite e que por isso ela estava com sono. Será que é uma boa ideia deixa-la participar do teste de velocidade?

- Preparados? – a professora está prestes a autorizar o início do teste – VÃO!

Os Pokémon pulam na água e começam a nadar rapidamente. Greninja dispara na frente. Starmie vem logo em seguida, girando a estrela de trás para lhe conferir uma grande velocidade na água.

“Não creio que dê para superar o Greninja! Mas até que a segunda colocação seria uma boa!”

- SAI DA FRENTE! – Sharpedo passa rapidamente de Starmie.

Como pôde ter sido ultrapassado pelo tubarão? Mas Starmie se lembrou da habilidade dele que é o Acelerador. Por isso ele vai ficando mais rápido com o tempo.

Então percebe que mais um Pokémon está tentando ultrapassá-lo. Era aquela Floatzel sonolenta. A estrela não acreditava que ela estava conseguindo acompanha-lo em velocidade. Ela gira seu rabo como se fosse uma hélice e isso a ajuda deslisar pela água.

“Ah, não vou te deixar me ultrapassar não!” o psíquico gira mais rapidamente a estrela de trás para melhorar o impulso.

- Medo de ser superado por uma estudante de estrato baixo? – provoca Floatzel.

Os dois vão disputando acirradamente pelo terceiro lugar. No final da primeira volta, Starmie toca na parede, apenas frações de segundo antes de Floatzel.

- Agora vamos deixar as coisas mais interessantes! – Kyogre invoca uma leve chuva com sua habilidade Garoa.

- Agora você não tem mais chance estrela! – declara Floatzel, que simplesmente dispara na frente.

“Como é que é?” Starmie fica incrédulo “como ela consegue nadar tão rápido? Só se...”

Logo, outros Pokémon vão ultrapassando a estrela também, como Golduck, Kingdra, Kabutops e Mantine, esse último vai dando piruetas pela água. Todos eles têm em comum a habilidade Nado Rápido, que eleva a velocidade enquanto tiver chuva no campo.

“Professora, isso não é justo!” Starmie estava indignado.

- Agora a professora falou a minha língua! – Swampert estava mega evoluído e aproveita bem a sua habilidade.

Octillery ficou bem satisfeita por sua companheira Lumineon alcançar os líderes da prova de velocidade, já a peixe tinha se beneficiado do Nado Rápido. Porém Seaking não teve a mesma sorte.

Mas é o nado espalhafatoso de Mantine é que chamou mais a atenção da polvo! – hunf... exibido como sempre...

Em pouco tempo, a prova se encerrou, Sharpedo ainda conseguiu chegar primeiro. O tubarão dá um giro e depois salta e realiza um grande mergulho para comemorar. Floatzel foi a segunda colocada e Lumineon foi a terceira.

- Seu resultado foi surpreendentemente bem querida! – Kyogre elogia a lontra – desculpe me se eu a subestimei.

- Valeu professora... uaaaaaa! – Floatzel ainda se sente meio sonolenta – e obrigada pela chuva.

- Tome um cafezinho durante o terceiro teste! – sugere Kyogre.

- Que saco! A professora sacaneou nessa prova! – protesta Crawdaunt – era pro Starmie estar entre os primeiros.

“Não imaginava que teria tanto Pokémon com Nado Rápido!” comenta a estrela. “Em compensação, parece que Greninja também não está muito feliz com o resultado!”

O noturno estava sentado na beira da piscina, com os braços cruzados e cara emburrada. Ficou bem aborrecido por não ter ido tão bem no teste.

- Agora, vamos prosseguir com o teste de resistência! – anuncia Kyogre – escolham o integrante mais apropriado para isso.

Em pouco tempo, os Pokémon designados aguardavam na piscina diante da professora Kyogre. Logo atrás deles, havia uma fita vermelha erguida logo acima da piscina que está amarrada em dois hastes.

- Nesse teste, tudo que devem fazer é se manterem neste lado da piscina! Façam o possível para não ultrapassar aquela fita!

- Se manter neste lado? Isso vai ser moleza! - disse Dewgong confiante.

Então, Kyogre começou a desferir o Surfar na piscina. Enormes ondas surgiram na água, que começam a arrastar os estudantes para outra extremidade da piscina. Por alguns minutos, os alunos vão lutando contra a correnteza e um a um, vão sendo arrastados para além da fita vermelha.

- AGUENTE FIRME TENTACRUEL! – incentivava Empoleon.

“VOCÊ CONSEGUE!” torcia Starmie.

Escutar os incentivos dos colegas, especialmente de Starmie, deixou o água viva motivado. Ele luta bravamente contra as intensas ondas de Kyogre. Maior parte dos Pokémon já tinham sido arrastados para além da linha. Alguns até foram arremessados para fora da piscina.

- AAARRRRGGGGGG! – gritou Dewgong enquanto voava para fora da piscina.

Isso não comove a professora, que intensificou a força das ondas. Mais Pokémon foram arrastados. Tentacruel aguentou como pôde as ondas. Porém uma delas bateu tão forte nele que acabou sendo arremessado para cima.

- IAAAAAAAAAAOOOUUUUUUU! – ele grita em desespero. Em seguida, ele cai e seu corpo sofre um forte impacto com a água. Ficou tão zonzo por conta da queda que não pôde resistir à correnteza e foi arrastado para outra extremidade da piscina.

- Eita! Quase que o Tentacruel vira um Pokémon voador! – comenta Crawdaunt.

Finalmente Kyogre cessa o seu movimento. Quando as águas se acalmaram, revela-se que apenas cinco Pokémon se mantiveram à frente da linha. Eram Cloyster, Pykumuku, Tapu Fini, Toxapex e Slowbro, este último estava mega-evoluído.

Os três companheiros de Tentacruel foram acudi-lo.

“Tentacruel, você está bem?” pergunta Starmie.

- Ai... – ele ainda estava meio tonto – tá tudo girando... mas vou ficar bem... obrigado por se preocupar!

- Foi uma bela acrobacia! – brincava Crawudant.

- Aquilo foi meio perigoso! – dizia Empoleon temeroso.

O quarto teste é em relação à força bruta. Cada integrante escolhido deveria puxar pesos por debaixo da piscina. Essa etapa era dominada por estudantes que estavam em sua Mega forma como Sharpedo, Swampert e Gyarados. A última carregava centenas de quilos de peso puxando uma corda com a força das mandíbulas. Não parecia que ela estava tendo problemas com isso. Em seguida, Crawdaunt também vai puxando, como pode, os pesados objetos com suas garras.

No fim, Gyarados foi a que teve melhor atuação. Crawdaunt foi para o lado de seus companheiros ofegante:

- Ai... que prova cansativa! Se não tivesse esse povo com mega, talvez eu teria uma colocação melhor!

- Mas você foi bem amigo! – Tentacruel dá um leve tapa nas costas da lagosta.

- Cada um de nós foi testado em sua melhor área de atuação! – comenta Empoleon – mas pelo visto, só conseguimos resultados razoáveis! Ainda estamos muito atrás dos melhores estudantes.

A professora deu um intervalo para os estudantes descansarem um pouco. Depois de uns vinte minutos ela chama os estudantes para fazer um anuncio.

- Bom! Todo mundo descansado? Agora vamos realizar batalhas entre os times. Serão batalhas em duplas. Devido ao curto tempo, não vou fazer um campeonato completo. Cada equipe terá dois combates contra dois times diferentes. Até já fiz o sorteio. Vai aparecer no telão a tabela das lutas! Vocês terão quinze minutos para se prepararem!

Starmie observa que a equipe que irá enfrentar é aquela que é formado pelo Seaking, Wishiwashi, Lapras e Whiscash.

- Oh sorte! Pegamos um time de ZU! – diz Crawdaunt confiante – vai ser moleza!

- É aquele do peixinho que nem conseguiu mil pontos na prova de mira? – lembra Empoleon – e os outros integrantes também foram medíocres nos testes. Só o Lapras que aguentou um pouco mais no teste de resistência.

- Pois é justamente com o Lapras que devemos nos preocupar! – aponta Tentacruel – não sei porque ele está em ZU atualmente. Mas ele já esteve em OU, e também foi monitor em UU!

“Sim! E ele vivia no nosso prédio!” comenta Starmie “ele teve que se mudar lá pra Zona do Cais por questões financeiras! É bem mais longe da universidade!”

- Pois é, desde que se mudou é que sua posição nos estratos vem caindo! – disse Tentacruel – é difícil de acreditar que ele esteja em ZU!

- Eu me lembrei dele agora! – Crawdaunt acaba se recordando do colega – ele é meio assim... afetado! – ele move a garra para baixo – só que ele é bem espontâneo e bacana! É uma pena que ele não esteja indo bem no curso!

“Mas então, precisamos ter cuidado!” avisa Starmie “O Lapras por si só será um adversário perigoso! Mas os outros também não devem ser subestimados!” E a estrela ainda lembra que dois deles fazem parte do Cardume. Como será que eles se sairiam em uma luta?

Quando terminou o tempo dado para a preparação, a professora anuncia a primeira luta. Logo que os combatentes entram na água, ouve-se protestos de Gastrodon, que está diante de Politoed e Ludiloco como adversários:

- Estão de brincadeira comigo! Logo contra o único que possui a tipagem vegetal?!

O combate não demora muito, o time formado por Politoed, Ludiloco, Carracosta e Kingdra se consagrou o vencedor.

Após isso, teve a luta entre a equipe de Greninja, Gyarados, Rotom e Toxapex contra a de Araquanid, Primarina, Slowbro e Suicune. Rotom e Toxapex tomaram a linha de frente, sendo que esta se utilizava da sua intransponível defesa para absorver os ataques e envenenar os adversários. Enquanto isso, Rotom castigava os adversários com os Relâmpagos.

Mas a situação piorou com a entrada de Greninja. Logo, a luta foi decidida com o time do sapo saindo vitorioso.

- Nossa! Primarina e Araquanid deveriam ter vantagem contra o sapo! – Tentacruel, juntamente com seus companheiros de equipe, assistiu estarrecido à luta – mas só foi ele usar o Tiro de Sujeira que a vantagem deles foi pro brejo!

- Depois disso! O Slowbro não pôde resistir ao Impulso Negro! – continua Empoleon – e Suicune até resistiu como pôde, mas não dá pra dormir pra recuperar do envenenamento enquanto apanhava da Gyarados, não é?

“Realmente um time digno de OU!” conclui Starmie.

- Agora, as equipes do terceiro embate, podem ir para a piscina! – comanda Kyogre.

- É a nossa vez! – chama Crawdaunt.

Logo, as duas equipes se encaram. Os primeiros a irem na linha de frente foram Starmie e Tentacruel, que estão diante de Seaking e Lapras. O núcleo do Psíquico brilha e surge uma fina parede cristalina no seu campo

- Não vamos dar brecha pra vocês! – anuncia Tentacruel – a orbe de sua testa brilha e surge uma outra tela diante deles.

- Não brinca, as duas telas defensivas de uma vez? Tô passada! – disse Lapras surpreso por seus adversários usarem Tela de Luz e Parede Reflexiva de uma vez logo no começo da batalha.

- Eles são rápidos! – aponta Seaking – já sabe o que fazer, não é Lapras?

- Ah sim! – o Pokémon de Gelo entende o que o seu companheiro quer.

Então, o chifre do topo da cabeça de Seaking começa a girar feito uma broca, ele avança em direção ao Tentacruel e o ataca se utilizando do Ataque Furadeira, lhe causando um dano razoável com o movimento super efetivo.

- Arg... – gemeu o água viva – ele sabe movimentos terrestres?!

“Tentacruel! Você está bem?” Starmie demonstra preocupação.

- Tudo bem! Graças à Parede Reflexiva, eu não recebi tanto dano! – disse Tentacruel calmamente.

- Saco! Vai ser mais difícil do que o esperado! – disse Seaking meio ofegante. Ele está usando um orbe roxo pendurada em um cordão. Era o Orbe da Vida que eleva a força de seus ataques em troca de sua energia vital.

Agora é a vez de Lapras atacar. De sua boca sai uma rajada de ar frio que atinge ambos os adversários.

- Atacando com o frio? – Tentacruel mal sente o dano do movimento – você está gastando momentos preciosos deferindo um movimento de gelo contra aquáticos.

Porém Starmie estranha as mudanças no ambiente, a superfície da água vai se congelando e o ar fica mais pesado. Isso vai dificultar o movimento deles.

“Ah não! Isso é Brisa Gelada!” alerta a estrela “O intuito de Lapras não é nos causar dano e sim reduzir nossa mobilidade!”

- A estrelinha acertou a minha estratégia! – disse o Lapras empolgado, batendo palmas com as nadadeiras.

Seaking voltou a atacar o Tentacruel, aproveitando que pode superar os adversários em velocidade. O venenoso sentiu que o peixe ainda tentava perfura-lo com seu chifre, mas a Parede Reflexiva o ajudava a resistir.

- Aí vai uma retribuição dos seus ataques! – ele aproveita da proximidade de Seaking e com um dos tentáculos, injeta veneno no seu adversário com o movimento Toxina.

- Arg... seu maldito! - Além do dano do Orbe da Vida, agora o Seaking também terá que lidar com o envenenamento.

“É a chance de derrotar o Seaking!” Starmie dispara uma descarga elétrica com o Relâmpago em direção ao peixe. Porém ele utiliza o chifre para atrair a eletricidade e absorve-la. Com isso, permaneceu intacto apesar do ataque elétrico.

“Como isso é possível?” Starmie estava estarrecido.

- Hehe... isso seria perigoso! Por sorte minha habilidade é Para-raios! – declara o peixe – nada de ataques elétricos minha cara!

- Quem vai provar do ataque elétrico é você querido! – Lapras se prepara para disparar um Trovão. Porém a eletricidade é novamente atraída pelo chifre de Seaking, e depois é absorvida pelo mesmo.

- Er, Lapras... quando eu disse “nada de ataques elétricos” isso também inclui os deferidos pelos aliados também! – lembra o peixe.

- Ai que coisa! – suspira Lapra – e como fica minha ofensiva?

- Você ainda tem aquele movimento, não é?

- Ah sim, é verdade! – disse o Lapras mordendo levemente a própria língua – mas é bom sair um pouco querido! A agitação faz o veneno se espalhar mais rápido!

- Tem certeza que pode segurar as pontas? – pergunta Seaking.

- Não só seguro como também vou dar um jeito no seu envenenamento.

Enquanto Seaking troca de lugar com Wishiwashi, Starmie vai analisando a situação “Faz tempo que não uso esse movimento. Mas pode ser que dê certo no Lapras. Ele é pesado o bastante para que isso lhe faça um bom dano!”

Então uma energia esverdeada surgiu em volta de Starmie. Algo se mexia por debaixo d’água, principalmente em volta de Lapras. De repente, vinhas de algas surgiam ao redor dele e o amarram, pressionando o Pokémon de Gelo com força. Em seguida, as vinhas arremessam o Lapras para a parede da piscina, deixando-o muito machucado. Esse é o movimento vegetal Nó de Grama. Como Starmie é um Pokémon marinho, ele foi capaz de invocar algas ao invés de grama.

O Pokémon de gelo ficou ofegante, chegou até cuspir sangue – não sabia que a estrela poderia desferir movimentos vegetais também! E logo o Nó de Grama... que é um movimento que quanto mais pesada é a vítima, mais intenso ele sai... ai... eu tenho que fazer um regime...

E para piorar a situação do Lapras, Tentacruel ainda invocula veneno nele – agora você cai!

- Arg... não vou cair ainda... - mesmo ofegante, ele sopra uma brisa de ar frio em Tentacruel.

- Ainda vai insistir nisso?

O que Tentacruel não percebeu de imediato é que o ar que o Lapras sopra é extremamente seco. Quando atinge alguns tentáculos do mesmo é que o venenoso percebe o prejuízo que lhe causa.

- Arg... esse ar seco está murchando os meus tentáculos! – ele percebe que três deles estão murchos e paralisados. E isso ardia muito – Isso é Liofilização?

- Exatamente querido! Um movimento de Gelo que é super efetivo contra aquáticos! – Lapras ficou mais confiante.

E Wishiwashi, que acabou de entrar, emitiu um estranho brilho em seus olhos azuis. Em poucos momentos, ouve-se uma multidão chegando no ginásio. São vários Wishiwashi que vão chegando até o invocador e se juntam a ele. São centenas deles. E eles formam um peixe azul muito maior. Essa é a forma Cardume.

- Ele chamou uma galera para lutar com ele! – disse Crawdaunt admirado por presenciar a imponente criatura – é permitido isso?

- Bem, é o jeito de lutar dele! – esclarece Empoleon.

- Isso mesmo pinguizinho! – continua Lapras – quando um Wishiwashi completa vinte anos, ele é capaz de invocar indivíduos de sua espécie para formar um “Cardume”.

- Exatamente Lapras! – o original fala da “testa” da criatura – a maioria desse pessoal aí é tudo parente ou amigo meu e...

- E aí Wishi! Por que nos invocou querido? – escuta-se uma voz feminina.

- Quero que batalhem ao meu lado! – responde o Wishiwashi.

- Ah sim! Mas você comeu direitinho no café da manhã, não é? E mantém o seu quarto arrumado! E...

- Mãe! Estamos no meio de uma batalha! – protesta o Wishiwashi.

- Vê se não envergonhe a sua família filho! – agora é o pai dele que intervém na luta.

- Meu netinho nos invocou hoje!

- Saco, você me interrompeu no meio do meu serviço!

- Ai priminho! Vamos vencer essa!

São várias vozes saindo do “peixe” maior. Deve ser a parentada de Wishiwashi fazendo algazarra.

Agora ele chamou a família inteira para luta. Starmie entende que isso faz sentido, já que essa espécie é uma das mais fracas existentes, e apenas nessa forma é que pode ter um bom desempenho na luta. Mas ele está preocupado com Tentacruel. Ele tomou bastantes ataques e poderia cair inconsciente a qualquer momento.

“Tentacruel! É melhor descansar um pouco!”

- Pior que não tenho como discordar de você! - O água-viva recua e dá lugar ao Empoleon. O pinguim, por ter o tipo metálico, pode aguentar muito bem a Liofilização.

A luta prossegue. A estrela decidiu que é melhor acabar logo com o Lapras. Entretanto, alguns peixes se colocam diante dele para receber o Nó de Grama. Eles são muito leves, e por isso, não recebem muito dano desse ataque.

“Tô com a impressão que essa peixarada será um pé no saco para se enfrentar!”

- Isso é só o começo! – após dizer isso, uma horda de peixes parte para o ataque à estrela. Eles a golpeiam diversas vezes em um movimento noturno que lhe causou um bom dano. Era o movimento Espancar.

Empoleon usa o Anel de Água, que combinando com os Restos que segura, vai recuperando, aos poucos, sua vitalidade. Lapras também não ataca, ele emite um som semelhante com o de um sino que ressoa pelo campo. É o movimento Sino da Saúde. O som acaba removendo o envenenamento que os integrantes de seu time estavam acometidos.

- Valeu Lapras! – agradece Seaking.

- Tsc! Apanhei para envenenar esses dois e eles acabaram se curando com esse sininho! – resmunga Tentacruel.

- Agora que a luta começa de verdade! – anuncia Empoleon.

Starmie ainda tenta acertar Lapras, porém os peixes ainda continuam o defendendo. Mas a estrela sabe que eles não podem fazer isso para sempre. E quando foi a vez de Empoleon atacar, surgiram gramíneas que emergiram do fundo da piscina para a superfície. Elas espalharam pelo corpo do “grande peixe” e com isso, as sardinhas brancas acabaram se dispersando, desfazendo o cardume. Apenas o original permaneceu na piscina.

- Ai merda! – resmungou a sardinha – pessoal, voltem aqui!

- Você é louco!? – disse um dos que foram dispersos – ninguém mais vai se ferrar por sua causa!

- Você ainda tem muito o que aprender! – falou o pai.

- Bando de vacilão! – Wishiwashi observa os outros irem embora do ginásio.

- Haha! Fugiram do mesmo jeito que entraram! – disse Empoleon triunfante.

“Pelo visto, você tem um melhor controle no Nó de Grama!” comenta Starmie “que tipo de grama é essa que usou?”

- Essas gramíneas são comuns nos pântanos de Sinnoh! – responde o pinguim.

O peixe desfere uma Volta em U em Starmie. Mas em sua forma base quase não lhe causa dano. Ele dá o lugar para Seaking.

- Agora estou revigorado! – afirma o peixe – e parece que foi bem na hora! Hehe!

Agora a Parede Reflexiva emitida por Tentacruel se desfaz.

- E pra começar! – com Cachoeira, ele dá uma investida em Lapras – isso é pra retribuir sua ajuda!

- Ei! Pra quê atacar seu companheiro! – Empoleon não entendeu a atitude da carpa.

- Valeu Seaking! – fala Lapras, que aparenta estar revigorado.

“Ele acertou o Lapras não para ataca-lo!” percebe Starmie “é pra fazer o uso da habilidade dele, que é Absorção de Água.” Em seguida, a estrela desfere o Nó de Alga em Seaking. A estrela sabe que o peixe pode não durar muito por causa do Orbe da Vida. Enquanto isso, o pinguim ataca o Lapras. Apesar de ter recuperado uma parte de sua saúde com a Cachoeira de Seaking, não foi o suficiente para aguentar o golpe e o monstro marinho finalmente é abatido.

- Lapras está fora de combate! – anuncia a professora.

- Seus malditos! – zangado, Seaking pretende vingar o companheiro, ele gira o seu chifre e acerta um Ataque Furadeira bem no estômago Empoleon. E a raiva faz com que o ataque saia com dano crítico, causando muita dor no Pokémon metálico, que acaba perdendo a consciência.

- Empoleon está fora de combate!

“Vamos acabar com essa luta!” Starmie tenta acertar o peixe com o Nó de Grama. Porém acerta no já enfraquecido Wishiwashi, que também acaba caindo.

- Wishiwashi está fora de combate!

Então, apenas resta ele e a Whiscach. A peixe azul entra em campo meio nervosa, já que um adversário é capaz de usar movimentos de grama.

“É agora! Devo acabar logo com a estrela!” Seaking respira fundo “se eu conseguir, Whiscash não precisará mais temer o Nó de Grama. Aí ela vai poder realizar a Dança do Dragão e, juntos, poderemos acabar com o time deles!”

E sabendo que a estrela ainda estava com velocidade reduzida, ele prepara um novo ataque com o seu chifre. Porém o que ele não contou é que Tentacruel, que tinha entrado no lugar de Empoleon, colocou novamente a Parede Reflexiva.

O chifre da carpa ficou duas vezes maior e ele avançou para Starmie. O ataque Mega Chifre lhe causou um dano considerável. A estrela só conseguiu aguentar graças à Parede Reflexiva erguida pelo companheiro.

Mas com isso, Seaking entrou em pânico. A estrela usa seu Nó de Grama justamente para finalizar a Whiscash. A peixe azul é atingida pelas algas. O carpa fica desolado ao ver a amiga atingida por um movimento em que ela é bem vulnerável. Mas, para surpresa de todos, ela consegue aguentar, e acaba realizando a Dança do Dragão.

- Não devemos desistir Seaking! – diz a peixe azul lhe dando moral, apesar de está bem debilitada – você não faz parte do Cardume? Você tem como lema em lutar pelos mais fracos. Você vive dizendo que não devemos baixar a cabeça para os estudantes de estrato superior. Então vamos vencê-los e mostrar a força do Cardume!

Seaking ficou comovido pelo sermão de Whiscash. Eles ainda têm uma chance para decidir a luta. E a Tela de Luz também se desfaz.

Vendo que as coisas estão complicadas, Tentacruel resolveu ativar o Icium Z. Combinado com o movimento Neblina, ele remove os buffs da Wishcash e recupera sua vitalidade.

Determinado, Seaking avança novamente em Starmie com seu Mega-chifre. Institivamente, a estrela consegue desviar do poderoso movimento por milímetros. É como se tivesse visto um grande perigo se movendo em câmera lenta. Após isso, ele finaliza a peixe-gato com mais um Nó de Grama.

- Whiscash está fora de combate!

- Droga! – Seaking está desolado por ter errado o Mega chifre! Ele está bem ofegante por causa da Orbe da Vida. Não poderá batalhar por muito tempo, e ainda haviam três Pokémon de pé no time adversário.

- Tudo bem cara! Você lutou bem! – Tentacruel tenta consolá-lo.

- Hunf... também... vocês devem estar bem satisfeitos por provarem mais uma vez que nós do ZU, não presta! – disse Seaking inconformado, tentando segurar as lágrimas.

- Não cara! Não acredito nessa bobagem de “ah é de ZU? Não pode nos vencer!” Vocês usaram suas habilidades e movimentos ao seu favor! Você mesmo usou a cobertura perfeita contra nós quatro. Inseto para Starmie e Crawdaunt e Terrestre para Empoleon e eu. Sem falar da Liofilização e do Cardume de Wishiwashi. Se não fosse pelo seu nervosismo no final, talvez poderia ter nos vencido! – disse o venenoso calmamente.

“Também acho isso!” concorda Starmie. “Realmente foi uma ótima estratégia. Nós tivemos que vir com força total. Se os subestimássemos, iriamos sofrer uma derrota humilhante!”

Seaking suspira. Ao menos os adversários reconheceram seus esforços. Realmente fez tudo o que podia junto de seus companheiros. Se não fosse por aquele vacilo, eles teriam chances de vitória. Mas seus adversários também não lhe deram brechas. Realmente não os subestimaram. Ele já estava muito cansado. Sua visão estava ficando turva. Então ele toma uma decisão:

- Lapras, Wishiwashi, Whiscash... sinto muito! Vocês deram o seu melhor! Mas eu vacilei... agora estou só o bagaço... – ele respira fundo - eu desisto!

- Tem certeza? – pergunta Kyogre.

- Tenho!

- Seaking desiste! Vitória para Crawdaunt, Empoleon, Starmie e Tentacruel.

Antes de saírem da piscina, Starmie vai até Seaking e estende a ponta para ele.

“Foi uma boa luta!”

Aceitando o espírito esportivo da estrela, ele estende a nadadeira para tocar na ponta.

- Valeu! Foi uma boa luta!

- Vocês lutaram bem! Tentacruel também o cumprimentou. Depois acabou puxando o peixe para um abraço, deixando-o meio desconcertado.

- Ai cara... mas você realmente é um cara bem prevenido! – comenta Seaking – realmente atuou como um bom suporte do time.

“Pois é! Eu queria ter a calma que ele tem!” diz a estrela elogiando o água-viva.

- Que isso! – Tentacruel ficou sem graça com o elogio de Starmie! – mas o segredo é sempre manter a calma. Se você tentar isso Seaking, acredito que terá resultados melhores!

- Que bonito esse espirito esportivo! – disse Kyogre admirada - mas agora saiam da piscina, por favor! Já vou chamar os próximos combatentes!

Assim eles saíram da piscina. Todos eles sentiram orgulho por ter feito uma excelente luta. Menos o Crawdaunt, que não teve oportunidade em participar dela.

- Droga! Nem entrei em campo! – resmunga a lagosta aborrecida.

- Não se preocupe, vai ter sua oportunidade! – fala Tentacruel, na tentativa de animá-lo.

 

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GLOSSÁRIO

 

Erupção de Vapor - Steam Eruption

Pistola de Água - Water Gun

Pulso da Origem - Origin Pulse

Nó de Grama - Grass Knot

Liofilização - Freeze-Dry

Espancar - Beat Up

Mega Chifre - Megahorn

Notes:

Então essa é a primeira parte da aula para os aquáticos. A segunda e última parte vai ser no próximo capítulo.
Mas Starmie e seus colegas de UU realmente não podem vacilar contra Pokémon de ZU. Seaking se mostrou bem determinado. E Greninja percebeu que não é só porque é o melhor aquático da Smogon que será o vencedor em tudo. Mas ao menos ele se mostra um excelente combatente.
E será que perceberam uma referência dos jogos em uma cena desse capítulo?
Ai, ai! E nem deu pra botar o pobi do Crawdaunt pra lutar...

Então é isso! Agradeço pela leitura!

Até mais! ;)

Chapter 34: Capítulo 34 - Moody

Notes:

Olá pessoal! Dessa vez demorou mesmo!

É que eu estava estudando para o concurso do Banco do Brasil. E sem falar que me incrivi em outro que vai ser em julho. Pode ser que as postagens sejam menos frequentes. Mas não vou desistir dessa bagaça!

No capítulo anterior, Kyogre resolve fazer uma aula específica para testar as habilidades dos Pokémon aquáticos da Smogon. Starmie se une a Tentacruel, Crawdaunt e Empoleon em uma equipe. Eles tiveram uma difícil batalha contra integrantes do cardume Seaking e Wishiwash, a aspirante Whiscash e um antigo companheiro, o Lapras. Mas Starmie se saiu trinfante neste embate, terá a mesma sorte no próximo? E vamos conhecer a verdadeira força de Octillery.

Tenham uma boa leitura!

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

Starmie estava assistindo as lutas de seus colegas com muita atenção. Ficou surpreso com um combate que tinha terminado há pouco. Um time RU venceu um time de UU. A equipe vencedora é formada por Cloyster, Milotic, Mantine e um crustáceo insetoide que a estrela quase nunca tinha visto na Smogon e que atende por Golisopod. A outra era formada por Sharpedo, Volcanion, Jellicent e Alomomola.

A peixe lua cor de rosa bem que tentou envenenar a ostra enquanto Sharpedo se protegia. Porém Milotic protegeu sua aliada contra os envenenamentos com seu Salvaguarda. Com isso, Cloyster usou seu Quebra-Concha para elevar seus atributos. Após isso, a ostra aniquilou o time adversário enquanto a sua parceira lhe dera suporte com a Tela de Luz e Escaldar. Mantine e Golisopod nem chegaram a participar da batalha.

- Sharpedo e seus companheiros deveriam ter vergonha! – comenta Empoleon – perder para um time de estrato inferior ao nosso.

- Mas é da Cloyster que estamos falando! – continua Crawdaunt – lembre-se que é uma Pokémon temida até pelos OU.

- Mas como ela aguentou o ataque do Sharpedo, que já estava Mega-evoluido? – questiona o pinguim – ela não tinha usado o Quebra-concha?

“Acho que ela estava com a Erva Branca!” deduz Starmie “Com isso, ela não teve as defesas reduzidas. Mesmo o Sharpedo, que é um dos mais brutais atacantes de UU, não pôde passar pela imensa defesa da nossa colega.”

- Hunf... se ela levasse as coisas mais a sério, ela poderia ser uma das melhores alunas da Smogon! – fala Tentacruel com os tentáculos cruzados, em um tom aborrecido.

- Você não é de alfinetar os outros assim Tentacruel! Não está contente que a sua ex tenha ido bem no combate? – fala Crawdaunt, cutucando o colega com a garra.

- Rapaz, tanto faz pra mim... – desconversa o água-viva – só disse que ela tem muito potencial. Mas vocês a conhecem bem. Oh mulher pra viver de farra.

- Nisso você está certo Tentacruel! – concorda Empoleon – não é incomum ver ela perambulando pelos corredores do nosso prédio bêbada.

Enquanto seus companheiros comentavam sobre a Cloyster, Starmie repara que um Pokémon se aproxima do grupo. Era o Seaking, que se acomoda ao lado do psíquico.

- E aí Starmie! Curtindo as batalhas?

“Estão sendo bem interessantes!” responde a estrela “Estamos lidando com situações diferentes: o fato de ser em duplas e todos os combatentes terem um tipo em comum. Devemos ter estratégias diferenciadas para poder decidir as lutas. Um time RU acaba de vencer um time UU!”

- Sem falar que estamos lutando em nosso ambiente natural que é a água! - continua a carpa – essencialmente somos seres adaptados para ambientes aquáticos. Por que devemos lutar em ambientes terrestres durante a maior parte do curso?

“Esse é um dos preços que pagamos para convivermos com os Pokémons que vivem em terra firme. A base da nossa sociedade atual é na superfície mesmo. Entretanto, você está certo ao apontar que precisamos de mais combates aquáticos. Afinal, os ambientes aquáticos também requerem atenção em missões que poderíamos atuar como as de combates, explorações ou resgates!”

- Isso mesmo! - concorda Seaking – ainda bem que a Kyogre está percebendo que aulas sob aspectos diferentes podem mostrar potenciais escondidos! Pelo visto, não é tão arcaica quanto o velho Groudon.

“Apesar dela ter quase a mesma idade dele…” cochicha a estrela. O peixe dá uma leve risada por causa do comentário.

Então, entram na piscina os próximos combatentes. Blastoise, Feragaitor, Kabutops e Seismitoad irão enfrentar Bascuin, Lumineon, Octillery e Walrein.

- Opa! A Lery vai lutar agora! - disse Seaking radiante – e logo contra o Blastoise! Oh polvinha miserável para ter sorte!

“Sorte? O Blastoise é bem forte em RU!” alerta Starmie “Ele é o melhor deste estrato e tem uma mega evolução!”

- Vai vendo! Preste bem atenção nessa luta! - aconselha Seaking.

Já na piscina, Octillery analisa seus adversários.

- Então esse desgraçado será nosso adversário! - ela lança um olhar raivoso – é hoje que dou uma lição nele.

- Cuidado que ele tem mega! - avisa Bascuin – e você viu que ele obteve o melhor resultado naquele teste de pressão hidráulica.

- Não se preocupe comigo! Eu tenho uma boa estratégia contra ele! Então, quem vai na frente?

Foi decidido que Lumineon e Walrein iriam na frente. Kabutops e Seismitoad serão os primeiros do time adversário.

- Olha só quem vamos enfrentar! - lá de trás, Blastoise vai zombando dos Pokémon de ZU – Essa está no papo!

- Talvez nem precise você vir aqui Blastoise! - continua Kabutops – eu acabo com essa vadiazinha e com o tiozão em dois tempos!

- Vadiazinha? Mais respeitos seus miseráveis… - Lumineon fica bem alterada devido aos insultos dos adversários e está prestes para tirar satisfação deles. Entretanto, Walrein coloca a nadadeira na frente dela e começa a falar de forma mansa:

- Lumineon, por favor, se acalme! - dizia a morsa de trinta e cinco anos de idade. Ele tem um enorme corpo de pelagem azulada, com uma vasta cabeleira crespa e branca que surgia de sua cabeça – não caia na provocação deles! Devemos nos focar em nossa estratégia! Se fizermos isso direitinho, vamos ao menos neutralizar um deles.

A peixe entende o recado do experiente Pokémon de gelo. Ele até já esteve em estratos superiores. Lumineon sabe que ele tem trabalho e uma família para sustentar, por isso, ele não pode se dedicar ao curso como deveria.

- Iniciem a luta! - ordena Kyogre.

Lumineon toma a iniciativa e vai pra cima de Kabutops. Ela nada rapidamente em volta dele e logo o Pokémon de pedra se vê envolvido em um redemoinho.

- O que é isso! Um Redemoinho? Não tem opção melhor não? - o Pokémon pré histórico, através do movimento Quebra-Concha, vai rachando uma parte de sua carapaça. Com isso, seu corpo fica mais leve e suas garras ficam mais afiadas. Isso eleva muitos seus atributos ofensivos, em troca da redução dos atributos defensivos.

- Essa daí só tem beleza! Nem para usar um movimento descente ela serve! - comenta Seismitoad. Ela invoca uma chuva. Com isso, tanto a anfíbia quanto seu companheiro se beneficiarão da habilidade Nado Rápido.

- Parecem que querem acabar logo com o combate! - comenta Walrein – como o garoto usou o Quebra-Concha, não temos como superar a sua velocidade… Uaar… - ele resolve se aproximar de Kabutops e dá um sonoro bocejo – UUUAAAAAARRR… é nessas horas que devemos relaxar um pouco, não é mesmo rapaz?

- Vocês são os que vão relaxar na enfermaria e… UUUUAAARRR…. Que sono… por que eu fiquei tão sonorento… - Kabutops sente um repentino torpor. Ele pode dormir a qualquer momento.

- Oh não! O tiozão usou o Bocejo em você! - percebe Seismitoad – Kabutops, saia já daí!

- Bem que gostaria… mas não consigo… o redemoinho não deixa… - o Pokémon de pedra está preso em um voltex que impede dele sair do lugar.

- Que droga! - a sapo fica aborrecida – eles no pegaram direitinho!

- Deixa eu meter pedra antes de apagar… - ele desfere o Deslizamento de Pedra. Walrein simplesmente empurra Lumineon para evitar que ela fosse atingida pelas pedras. Com isso, quase todas as pedras caem sobre ele, o deixando bem ferido.

- Walrein está fora de combate! - anuncia Kyogre.

- Walrein… por que fez isso? - logo a peixe percebeu que Seismitoad se aproximava dela. A anfíbia apontava a mão reta na adversária. Rapidamente Lumineon ergue um véu que envolve o campo dela. Então a terrestre enfia alguns dedos no dorso da adversária no intuito de envenená-la. Porém a sapa ficou estarrecida ao ver que Lumineon não está sendo afetada pela toxina.

- Não tente ser durona sua piranha! - provoca Seismitoad – até parece que minha toxina não funcionaria em ti.

- Ainda bem que coloquei o Salveguarda a tempo! - suspira a peixe.

- Como pôde colocar a Salveguarda antes de eu te entoxicar? - questiona Seismitoad aborrecida – nós dois nos beneficiamos do Nado Rápido!

- Eu também possuo o Nado Rápido querida! - responde Lumineon – não lembra que fiquei em terceiro na prova de velocidade?

- Que merda… não atingi a peixe… uuaa… zzzzzzzzzzzz….- Kabutops acaba adormecendo preso no meio do redemoinho. O voltex formado vai lhe infligindo pequenos danos.

Logo, com a ajuda de Octillery e Bascuin, Walrein deixa a piscina estando meio ensanguentado.

- Walrein, por que me empurrou desse jeito? Por que não tentou evitar o ataque? - pergunta Lumineon.

- Querida, você é necessária para ajudar o time… - diz o morsa meio cambaleante – já fiz minha parte… dê o suporte necessário para sua querida Lery!

- Pode deixar Walrein! Você será vingado já já! - Octillery entra no lugar dele.

- Ei professora, o Kabutops não pode sair do campo não? - questiona Seismitoad.

- Infelizmente não! - responde Kyogre – ele está preso pelo redemoinho! A estratégia de Lumineon é válida!

- Que droga! - reclama a terrestre – então ele virou um inútil mesmo!

Continuando a luta, agora é a vez de Lumineon avançar na Seismitoad. Ela dá um leve tapa com a nadadeira na terrestre para injetar a Toxina nela.

- Prove do próprio veneno querida!

- Arg… sua vagabunda! - Seismitoad fica furiosa, ela respira fundo e começa a gritar bem forte – VOCÊS VÃO VER SUAS VADIAS DO ZU! VOCÊS SERÃO ESMAGADAS SUAS JABURUS DOS INFERNOS. ACORDA LOGO O ESTRUPÍCIO!

Ela está executando o Gritaria, emitindo um som tão alto que afeta as oponentes. Octillery usa os tentáculos para tapar os ouvidos de Lumineon e os seus na tentativa de mitigar o efeito do berro de Seismitoad. Ainda sim, acaba recebendo um pequeno dano do grito estridente da sapo - Oh mulher pra berrar! Ainda bem que estou com o Vestimento de Assalto!

A poderosa voz de Seismitoad acaba despertando o Kabutops. Entretanto, o Pokémon de pedra é surpreendido por uma esfera de energia verde disparada em sua direção. Ele é atingido em cheio e isso o tira do combate.

Após isso, a polvo percebe que sua mobilidade foi reduzida. Porém sente que sua defesa especial se eleva muito. “Até que isso veio em uma boa oportunidade! E ainda bem disparei a Bola de Energia no dorminhoco! Se ele se mantivesse ativo, nosso time seria aniquilado!”

- Kabutops está fora de combate!

- Pelo visto, vocês não conseguem sem mim! - Blastoise entra em campo.

- Finalmente entrou o desgraçado… - Octillery lança à tartaruga um olhar ameaçador.

- E a polvinha me olha com cara feia! - debocha o réptil – Agora é que vocês não vencem mais!

A mega-pedra de Blastoise, que está acoplada em um colar de corrente dourado, começa a reagir. Os dois canhões de seu casco se fundem em apenas um de calibre maior. E ainda surgem em seus antebraços dois mini-cascos, cada um com um pequeno canhão acoplado. Esta é a sua forma mega-evoluída. Lumineon vai até Blastoise para intoxicá-lo. Porém ele acaba disparando um intenso jato de água de um dos canhões do braço. A força do ataque lançou a peixe por vários metros da piscina, fazendo com que ela bata na parede de azulejo. Apesar de ser um ataque aquático, acabou causando um dano considerável na peixe.

- Arg… isso parecia uma Bomba Hidráulica… - Lumineon acabou ficando meio zonza – sei que a chuva deve ter elevado o poder do movimento mas… mesmo assim!

- Só pra constar, eu disparei foi o Pulsação de Água! - revela Blastoise – o movimento em sim nem é tão forte, mas olha o dano que causou na peixinha.

E Seismitoad ainda estava alterada disparando a Gritaria – ACABE LOGO COM ESSA PEIXE VAGABUNDA! TEM BELEZA, MAS É IRRITANTE E MEDÍOCRE! - as ondas sonoras acabam afligindo mais dano à Lumineon.

- Escuta aqui sua barraqueira! Não ouse falar assim da Lumineon não! - furiosa por causa dos insultos dirigidos à sua companheira, Octillery dispara de sua boca uma Bola de Energia em direção à Seismitoad. A terrestre, que é muito vulnerável a movimentos vegetais, não resistiu e desmaiou.

- Seismitoad está fora de combate!

Octillery sente que sua defesa se eleva bastante, porém houve uma leve redução no ataque especial – saco, vou ter que correr atrás do prejuízo!

Feraligatr é o último Pokémon do time de Blaistoise a entrar em campo. Ele ascendeu para UU recentemente, portanto sendo o aluno de melhor posição nesta equipe.

- E no fim, até eu estou sendo necessário nesta luta contra esses arruaceiros de ZU!

- É que Kabutops e Seismitoad foram incompetentes! - justifica Blastoise – sem falar que tiveram o azar de serem atingidos por movimentos vegetais. Mas agora vamos lutar sério e começaremos por essas bonitinhas aí!

Lumineon foi de encontro ao Blastoise para desferir a Toxina. Mas a tartaruga foi hábil em pegar a peixe com as patas e a agarra com força.

- Arg… - a peixe começa a se debater na tentativa de se livrar das garras de Blastoise. Enquanto isso, Feraligart realiza a Dança do Dragão para elevar sua ofensiva.

- Uma pena eu ter que maltratar uma Pokémon tão bonita como você – do braço livre de Blastoise, vai se formando uma aura negra do pequeno canhão. Só deu para Lumineon arregalar os olhos ao ser atingida por um Impulso Negro à queima-roupa. A tartaruga soltou a adversária já inconsciente na piscina.

- Lumineon está fora de combate.

- Seu maldito! - furiosa pela derrota da companheira, Octillery começa a juntar faíscas elétricas para formar uma espécie de orbe energética. Logo, ela dispara um raio elétrico da orbe em Blastoise. Era o movimento Carga de Raio. Ao final, a polvo absorve um pouco da energia disparada.

- Isso é tudo que pode fazer? - provoca Blastoise – esse movimento elétrico nem fez cócegas e arg… - logo ele sente uma ardência na mão que segurava a Lumineon, seguido de um leve mal-estar – desgraçada… conseguiu me envenenar!

Octillery sente sua defesa elevar ainda mais. Porém, sua visão fica um pouco turva – puta que pariu! A pontaria não! - ela resmunga baixinho.

Basculin entra em campo – não vamos deixar que os esforços de Lumineon sejam em vão!

- Blastoise! Se prepare que vou mandar um abalo desses! - avisa Feraligart. A tartaruga usa a Proteção para que seu companheiro desferisse o Terremoto. O piso da piscina começa a vibrar, transmitindo a vibração por toda a massa de água na piscina. E o crocodilo ainda usava a Orbe da Vida para elevar sua ofensiva em troca de parte de sua saúde. Basculin e Octillery sentem o impacto desse ataque. Principalmente o peixe que ficou bem debilitado, já que não tinha nenhum atributo elevado.

- Lery… tudo bem com você? - pergunta o peixe ofegante.

- Sim! - ela responde meio preocupada – graças a minha habilidade Mudança de Humor, eu estou com minhas defesas elevadas.

- Tudo bem! Vou despachar o jacaré! O resto é com você!

- Basculin, o que vai fazer? - Ocillery fica desesperada. Ela já imagina o que o companheiro pretendia fazer.

Usando a Bandana da Escolha para elevar o ataque, ele nada rapidamente em direção do Feraligatr. Ele atinge o adversário com uma poderosa cabeçada. É o poderoso movimento de pedra Bate-Cabeça, que tem como efeito colateral de causar um grande dano no usuário também. A habilidade de Basculin é Afobado, no qual os movimentos que causam dano no usuário tem o poder elevado. Com uma enorme força obtida de modo tão arriscada, ele consegue abater o crocodilo no primeiro golpe, já que Feraligatr tinha levado um pouco de dano com a Orbe da vida. Então ambos os Pokémon acabaram ficando fora de combate devido ao impacto.

- Feraligatr e Basculin não podem mais lutar! - anuncia Kyogre.

- Idiota! - murmurou Octillery. Ela tenta disparar mais um Carga de Raio em Blastoise, mas a tartaruga ainda estava com a Proteção ativa e com isso, conseguiu evitar o ataque. Ela sente uma leve queda em sua força física, porém percebe que sua percepção fica bastante elevada.

- Merda! Não imaginaria que seu amigo fosse tão doido assim! - comenta Blastoise – tirou o Ferão de combate, só que teve que se sacrificar no processo! Vocês só conhecem esses métodos kamikaze, né?

– Não vou negar que ele fez jus a sua habilidade Afobado! – responde a polvo – mas agora só ficou você e eu!

Blastoise dispara o Impulso Negro. Dessa vez, é Octillery que consegue se desviar do ataque.

- É querida! - com semblante irritado, Blastoise lança um sorriso malicioso – talvez eu me divirta um pouco com você… he he he… se você for uma boa menina, quem sabe eu até te convide pra dar uns rolês e… ARG – uma tinta preta é disparada em sua face, deixando ele parcialmente cego.

- ISSOOO! Conseguir atingir a Bazuca nesse jabuti! - comemora Octillery. Ela sente uma leve redução na força física, porém ela fica satisfeita ao perceber que sua visão melhora muito.

- O que você fez sua maldita?! - Blastoise esfrega a mão nos olhos na tentativa de limpar a tinta de sua face. E ainda tem que lidar com o envenenamento. Isso o deixa nervoso. Ele dispara o Impulso Negro em direção à Octillery mas acaba errando.

- Está me vendo não querido? - debocha a polvo, que dispara mais um Carga de Raio na tartaruga. E Isso vai elevando seu ataque especial.

- Maldita! GRRR! Pare de brincar comigo! - furioso, Blastoise acaba disparando de seu canhão uma Esfera de Aura, que consiste em uma bola de aura energética que vai diretamente ao alvo, por isso, este movimento não é afetado pela redução da mira. A esfera atinge em cheio a Octillery, espirrando água e levantado uma espessa fumaça.

Blastoise espera a fumaça abaixar para ver se tinha conseguido eliminar a Octillery.

- Acho que agora finalmente eu me livrei dessa peste! Isso é o que ganha por se divertir às minhas custas!

- Eu me divertir às suas custas? - a polvo aparece por cima do ombro de Blastoise, deixando a tartaruga bem assustada. Ela começou a sussurrar no ouvido dele – se lembra do que aprontou há um ano atrás? Ouvi dizer que você andou atacando a torto e a direito alguns Pokémon de ZU! Inclusive um Magcargo que quase morreu por conta de um poderoso ataque aquático!

- Do que está falando garota?! - Blastoise fica receoso – De onde tirou isso?

- Não finja que não sabe! O Magcardo disse que ouviu você dizer que está testando sua mega-evolução enquanto levava um intenso fluxo de água!

- Que bicho mole! Só disparei uma Pulsação de Água nele! - nervoso, Blastoise acaba confirmando a autoria desse ataque.

- Até parece que não sabe que o Magcargo é bastante vulnerável à água! - continua Octillery – quase que ele não consegue escapar. Agora o coitado morre de medo dos Pokémon aquáticos. Se queria treinar, por que não foi atrás dos seus amigos de estrato superior? Ao invés disso, foi importunar os Pokémon de ZU. Você acha que somos tão imprestáveis que só serviriamos pra vocês “treinarem” contra nós, é isso? Faz isso por se achar que tem direito de impor sua vontade sobre nós?

- Grrrr… coloque se no teu lugar sua estrambelhada! – rosna Blastoise – vocês de ZU só servem pra isso mesmo! Eu ainda faço um favor de encontrar uma serventia pra vocês… ARRGG!!

Furiosa, Octillery nem deixa o Blastoise terminar o seu arrogante discurso, já que ela dispara de sua boca uma Bola de Energia a queima-roupa bem na face dele. Seu ataque especial já estava bastante elevado e isso foi demais para a tartaruga.

- Blastoise está fora de combate!

Octillery erge o tentáculo para cima. Todos os espectadores ficaram boquiabertos ao ver que um time de ZU conseguiu a façanha de derrotar um time de três estratos acima.

“Nossa! A Octillery realmente se garantiu nesse combate!” comenta Starmie admirado para o Seaking que estava urrando escandalosamente de alegria.

- Não disse que Lery iria conseguir? - fala o peixe vibrante.

“Só que não entendi o modo como ela luta! Reparei que ela vai tendo elevações e diminuições em seus atributos, mas não a vi usar movimento nenhum pra isso!”

- Isso é a habilidade dela que é Mudança de Humor! - explica Seaking – durante a batalha, de vez enquanto, um atributo dela se eleva drasticamente enquanto que um outro se reduz levemente. E isso acontece com qualquer atributo, como ataque, defesa e até mesmo pontaria ou evasiva.

“Vixe… mesmo com o preço de uma redução de atributo, acho que essa habilidade pode ser bem… como posso dizer… meio roubada em combates, especialmente em batalhas mais prolongadas!” comenta a estrela.

- Pode ser que sim! He he! - o peixe dá uma leve risada – mas ela tem seus pontos fracos! Não é Octillery que escolhe quais atributos serão elevados ou diminuídos. Ela meio que depende da sorte! Se bem que ainda sim, isso seria bem vantajoso em batalhas mais longas. Porém tem outra fraqueza: frequentes mudanças nos atributos podem gerar um esgotamento físico e mental no usuário. Então a Lery fica bem cansadinha depois das batalhas e um combate mais longo poderia ser prejudicial a ela.

“Entendo! Realmente um poder desses tem seus contrapontos!”

- Mas o importante é que ao menos a Lery garantiu o dela! Então eu tenho que me esforça para ganhar o segundo embate para que eu não fique muito atrás dela! - disse o peixe empolgado.

“Você realmente admira a Octillery, não é?” comenta Starmie.

- Sim… eu a admiro muito… mas não é isso que está pensando não! - Seaking fala meio desconcertado.

“Isso o quê?”

- Octillery e eu somos grandes amigos! Somos os primeiros integrantes do Cardume! - conta Seaking – faz mais de dois anos. Nos juntamos para termos um grupo que possa prestar assistência aos estudantes de estratos inferiores. Chegamos até ter uma parceria com o Conselho Estudantil. Porém desde o semestre passado que o Conselho não quer mais saber da gente. Porém isso não nos impede de oferecer uma ajuda para um estudante que esteja necessitado.

“Então o que liga você e Octillery é essa parceria?” o psíquico fica intrigado em como o Cardume se formou.

- Basicamente isso! A Lery passa por tanta dificuldade… mas ainda sim ela segue em frente – o peixe fica meio emocionado – só que cada um de nós já tem sua respectiva amada… - o olhar de Seaking se volta para a Whiscash que estava em um assento mais abaixo.

Eles encerraram a conversa. Enquanto o Seaking fica trocando olhares sedutores com Whiscash, Starmie processa sobre o Cardume. Realmente são um grupo que, a princípio, possui boas intenções. Mas o que o faz ser tão problemático de acordo com o Conselho Estudantil?

“E Octillery tem uma amada?!”

Enquanto isso, Octillery vai até seus companheiros, que a recebem com muita alegria.

- Arrasou Lery! - felicita Basculin.

- Obrigada… Arg… - ela sente uma tontura e coloca um tentáculo na testa.

- Você está bem? - pergunta Walrein.

- Não se preocupem… isso vai passar! - anemiza a polvo – só preciso descansar um pouco! E você Lumineon, tudo bem?

- Estamos bem! - responde a peixe – até que apareceu uma Alomomola gente fina que cuidou um pouco da gente.

Então a polvo se aproxima de Lumineon, acaricia o rosto dela com o tentáculo e encosta seu funil à boca dela, dando lhe um beijo apaixonado – foi bem na luta viu?

- Obrigada! Você também foi ótima! - a peixe fica corada – agora descanse um pouco! Sua habilidade exige muito de ti!

Enquanto Octillery conversava com seus amigos, ela percebeu que estava sendo observada por Mantine. Ele a observava de longe discretamente.

- O que você quer? - ela pergunta meio aborrecida para o Pokémon arraia.

- Er… parabéns pela vitória! - Mantine fala meio constrangido.

- Hunf… você não é de me felicitar assim! - diz Octillery desconfiada – desembucha! O que você quer?

- Você foi incrível nessa luta e tal, mas… acho que pegou pesado com o Blastoise! - responde a arraia.

- Era isso? - debocha a polvo – ele é de RU e eu de ZU! Queria que pegasse leve com ele?

- Não é isso! É que ele pode ficar muito bravo com você! - responde Mantine calmamente – ele é meio encrenqueiro. E não quero que você se meta em confusões e…

- Oxi… então você queria que eu não deixasse essa tartaruga bravinha! Ainda mais um cara escroto desses que fica maltratando os Pokémon de estrato inferior.

- Por isso mesmo! E se ele resolvesse voltar sua fúria contra você?

- Eu não tenho medo de valentões como ele não! Caras como ele faz o que faz porque acham que ninguém pode revidar. Mas se ele visse que os Pokémon de baixo estrato podem se defender, ele vai logo aprender que deve nos respeitar.

- Pelo visto, não adianta conversar com você! - suspira Mantine.

- Já falou que tinha o que falar? Então vaza! - Octillery o manda embora.

- Tô indo, só queria ajudar!

- Não preciso de ajuda de um bundão como você!

Mantine respira fundo e afasta de Octillery sem falar mais nada. Toda vez que fala com ela é só desaforo que recebe.



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Terminada a primeira rodada de combates, Kyogre liberou os estudantes para o almoço. A segunda rodada começaria à tarde. Em uma mesa de uma das barracas, Cloyster e Milotic conversavam animadamente enquanto tomavam suas vitaminas.

- Viu como nós somos imbatíveis juntas? - a Pokémon de gelo se gabava.

- Sim! Quem diria que poderíamos vencer um time de UU! E eles não eram fracos não! - comenta a enorme Pokémon que se assemelha a uma serpente – ainda bem que nossa estratégia deu certo. Mas sugiro que deixemos os garotos começarem na segunda rodada.

- Pois é! Se ficarem sem lutar de novo, os coitados podem ficar mal avaliados pela professora – concorda a ostra.

- Ei Cloyster, como vai o seu namoro com o Golisopod!

- Tudo bem! - suspira a ostra apaixonada – mesmo esse brutamonte tem seu lado cavalheiro e carinhoso. Nem dá para perceber que ele é um calouro.

- Mas ele vive lá naquela Zona do Cais, não é? - pergunta Milotic – esse lugar não tem uma boa fama.

- Deixe de ser preconceituosa! - Cloyster lhe chama a atenção – só porque o pessoal de lá não é muito abastado não quer dizer que sejam de má índole. O Lapras, que vivia com a gente no condomínio, teve que se mudar pra lá por questões financeiras. Lógico que deve ter alguns vagabundos por lá, mas generalizar todos que vem de lá é meio preconceituoso, não é?

- Entendo!

- E você, não vai tentar se aproximar do seu crush? O Mantine?

- Quem sabe em um momento mais oportuno! - o rosto de Milotic se cora.

- Não dê bobeira não! - avisa Cloyster – eu vi ele querendo se aproximar de uma Octillery hoje.

- Em relação àquela Octillery eu não devo me preocupar!

- Ah não? Então a boazuda da Milotic acha que uma Octillery não tem chance só porque você é uma das alunas mais belas da Smogon?

- Isso não tem nada a ver! - a Milotic não quer demonstrar arrogância – é algo particular entre esses dois.

- O que é então? - pergunta a ostra curiosa.

Milotic olha para os dois lados para certificar que não tem ninguém as olhando. Então fala discretamente para a Cloyster – Mantine e Octillery são irmãos.

- Não brinca!? Mas se eles não são da mesma espécie quer dizer que…

- Sim! São filhos de mães diferentes! - completa Milotic.

- Vixi! Pelo visto, deve ter tido uma pulada de cerca nessa história!

- Isso mesmo! - confirma a serpente – Octillery deve ser a bastarda. Ela não vive no condomínio com o Mantine. Pra falar a verdade, não sei aonde ela vive. Deve ser na Zona do Cais também. O que sei é que a mãe de Mantine a odeia. E tem um tempo que ela não vive mais com a família de Mantine.

- Eita, casos de família! - comenta Cloyster surpresa com a história.

Golisopod chega e se aproxima das garotas. Ele usa um grande medalhão banhado a ouro que possui um desenho que lembra uma caveira e estava pendurando em um cordão dourado. Ele vai para a ostra e lhe dá beijo na bochecha – e ai garotas, vamos voltar pro Blue 2? - temos que saber qual vai ser o adversário para o próximo combate.

- Vamos sim querido! - fala a ostra – então os três vão até o estágio.

Logo se encontram com o Mantine – ainda bem que o Golisopod as encontrou! Onde estavam?

- Estávamos na cantina! - responde Milotic.

- Estávamos fofocando sobre você! - debocha Cloyster.

- É o que? - Mantine fica constrangido.

- Não estávamos falando nada demais… - nervosa, Milotic tenta desmentir a amiga.

Os quatro chegam ao estágio. Eles logo ficaram sabendo dos seus adversários.

- Um time de UU de novo! - resmunga Milotic.

- E é o time com o ex da Cloyster! - repara Mantine.

- Saco! - reclama a ostra – não bastam o Starmie e o Empoleon neste time! Mas tem o mala do Tentacruel também.

- Mas tem um psíquico e um noturno nessa equipe! - repara Golisopod que não esconde a empolgação – finalmente vou mostrar que sou bem útil.

- É mesmo! - Cloyster lembra que seu atual namorado também é um Pokémon inseto – ainda mais que você tem aquilo.

O time de Starmie também já tem o conhecimento de seus adversários.

- Pronto! Vamos lutar contra o diabo da Cloyster também! - cometa Crawdaunt.

- Caberá a nós restaurarmos a honra da turma UU! - fala Empoleon.

“Estou mais preocupado é com aquele calouro do Golisopod!” expõe Starmie.

- Eu também não fui com a cara dele! - Tentacruel fica meio irritadiço, coisa rara de acontecer – esse cara não parece de confiança. Ouvir dizer que ele faz parte de uma gangue que é liderada pelo Bisharp.

“Na verdade, eu me preocupo é por causa das suas possíveis habilidades!” Starmie imagina que Tentacruel possa ter um pouco de ciúmes do Golisopod “ele é um inseto. Ele pode ser um problema pra mim e pro Crawdaunt.

- Bem, posso ir na frente? - pedia a lagosta.

“Acho melhor eu ir na frente!” responde a estrela “sei que quer combater! Mas quero analisar os adversários para que você e o Empoleon possam finalizá-los de forma segura!”

Depois de uns dois embates, os times de Starmie e Cloyster são convocados para a batalha. Mantine e Golisopod entram primeiro e ficam diante da estrela e do Tentacruel.

“Droga, o inseto entrou primeiro!” murmurou o psíquico “mas como prometi, vou permanecer em campo para não comprometer a segurança de Crawdaunt e Empoleon.”

Tentacruel pretende usar a parede reflexiva. Já Starmie usaria o Trovão para dar um bom dano em Golisopod. Mas antes que pudesse concretizar o ataque, ele percebe que as garras do inseto já perfuravam alguns de seus braços.

“Ué…”

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Na sala de ZU, Scizor e Zygarde são os encarregados da aula. A inseto estava admirada em como a serpente ministra bem o conteúdo. Ele tem uma presença imponente que deixava os estudantes entretidos com sua oratória. Realmente é alguém de outro nível graças à maturidade e experiência. Quando entraram na sala, os alunos até acharam que ele seria o substituto. Entretando, Zygarde humildemente disse que era apenas mais um estudante da Smogon, mas não deixou de dizer que já tinha experiência com docência, apesar de não mencionar do porquê que deixou de dar aulas.

Realmente ele seria o Pokémon ideal para ministrar as aulas de ZU enquanto não chega o substituto.

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Aos poucos, a estrela ia recobrando a consciência. Ouvia as vozes de seus colegas. Parecem que estavam discutindo.

- Seu stalleiro de merda! Se fosse pra você abusar desse Z-Neblina, eu nem tinha te dado o Icium Z.

- É estratégia que costumo usar! Não sabe que não sou bom na ofensiva? Devo me virar com o que tenho!

- Você e o pinguim são irritantes! Como resistem a tanto golpe?

- Minha tipagem água e metal é uma das melhores combinações existentes.

- Tão boa? Então o que está fazendo em UU?

- Ao menos não estou em RU, Cloyster!

- Calou a ostrinha! - Crawdaunt tirava o sarro.

“Arg… como foi a luta?” Starmie tenta se levantar. Mas logo percebe que lhe falta um braço.

- Ainda bem que vai ter um fim de semana pro seu braço se regenerar! - comenta Crawdaunt – mas o pedaço que saiu fora sumiu sem deixar rastro, não sabemos como desapareceu.

“Meu braço! Ai a última coisa que me lembro é que recebi um ataque de Golisopod! Isso é algum movimento de prioridade?”

- É sim! - responde o inseto – o nome é Primeira Impressão.

“Foi uma impressão em tanto!” fala o psíquico.

- Mas ainda sim vocês venceram! - felicita Golisopod – meus parabéns!

- Tudo por causa dos stalleiros Tentacruel e Empoleon! - suspira Cloyster – vão ser resistentes assim no inferno.

Os seis Pokémon continuavam discutindo, só que de forma descontraída. Mantine já tinha se afastado deles e Milotic foi atrás dele.

Enquanto isso, Seaking e seus companheiros estavam comemorando, pois finalmente tinha conseguido uma vitória. Eles lutaram contra o time de Gorebyss.

- A bonita achava que estava arrasando com o Quebra Concha! - ria Lapras – não imaginava que seria atingida por um Relâmpago logo em seguida.

- Ela não prestou atenção que aqueles que usavam o Quebra Concha usavam estratégias que procuravam mitigar os efeitos negativos do movimento! - comentava a carpa.

Eles foram até Octillery. Ela estava deitada, bem debilitada. Seus olhos estavam cobertos por um tentáculo. O time dela teve uma dura luta na qual acabou perdendo. Eles tinham enfrentado o time de Primarina, Araquanid, Suicune e Slowbro.

- Dessa vez você abusou da Mudança de Humor! - disse Lumineon que segurava um tentáculo dela.

- Aaaaiiii… - suspirava a vermelha – aquela aranha com Capa Espelho.

- A menina foi esperta! - comenta Walrein – as duas novatas são bem promissoras. E estavam bem orientadas com os veteranos Suicune e Slowbro.

- Sim, eles não nos subestimaram! - fala Basculin – e pelo visto, são tudo gente boa! Até disseram que fomos bom adversários para ele. Mas não sei se reparou Walrein, mas Primarina é um cara.

- Verdade? Nem parece! - responde o morsa.

- Bem… ele é como se apresenta! - diz Octillery ainda deitada – não vamos ser preconceituosos com a foca. Pokémon como aquele Primarina e tantos outros já devem sofrer um bocado por serem o que são.

Todos os combates foram encerrados. O último foi realizado pelos times de Greninja e Swampert. O sapo se saiu trunfante graças a um nó de grama desferido contra o aquático terrestre, que mesmo mega-evoluído, acabou se sucumbindo ao movimento vegetal.

A professora pediu para que os times se reunissem na arquibancada. Ela distribuiu um envelope para cada time. Logo, ela foi para piscina e chamou a atenção dos estudantes:

- Muito bem pessoal. Cada um de vocês se esforçaram ao máximo na aula de hoje. Como última tarefa que irei lhes passar hoje é em relação ao envelope que receberam. Cada um deles possui um tema relevante para a atuação dos Pokémon aquáticos no desenvolvimento social.

As equipes vão abrindo o envelope para saber qual tema pegaram.

- Cada equipe vai elaborar um artigo acadêmico com o tema que receberam! O artigo deve conter, no mínimo, quinze páginas, e no máximo vinte. Isso incluindo as notas e as referências bibliográficas. E devem estar de acordo com o padrão da AKNT (Associação Kantosense de Normas Técnicas). Quero ver eles prontos na semana que vem, pois na tarde da próxima sexta, vocês irão compartilhar as suas pesquisas com os seus colegas da Smogon no ginásio Green 4. Terão retroprojetor a disposição de vocês, então elaborem as suas apresentações do jeito que acharem mais convenientes.

A maioria dos estudantes não ficaram contentes com a proposta da professora.

- Como é? Agora vamos ter que fazer artigo? - protestou Crawdaunt – sabia que a professora viria com mutreta! E ainda apresentar para o restante da Smogon?

- Professora, diga que isso é brincadeira, vai? - implora Milotic.

- Não querida! Estamos no ensino superior! Não estamos de brincadeira! - responde Kyogre – fazer artigos é normal para aqueles que almejam a ter uma boa carreira.

- O que vamos ganhar com isso? - questiona Pelipper.

- Vocês não perderão pontos se fizerem um bom artigo! - responde a orca – sem falar que ter um artigo em seu nome pode contar pontos para o ingresso de uma possível pós-graduação.

- Com licença! - Cloyster fecha sua concha. Então só se escuta o grito abafado da ostra.

O Starmie abre o envelope e revela o tema que seu time pegou.

“Habitação nas regiões marítimas! Até que a temática não parece ser difícil!”

- Mas parece que precisaremos fazer uma boa pesquisa! - aponta Empoleon.

- Ai que coisa chata! - reclama Crawdaunt – ler coisas, escrever o artigo de modo que não fique uma bosta, e ainda ter que apresentar para os outros estudantes!

- Deixe de reclamar Crawdaunt! - repreende o pinguim – somos quatro, se começarmos neste fim de semana, vamos fazer o artigo rapidinho!

Enquanto isso, Greninja também toma conhecimento do tema de sua equipe:

- Economia primária nos ambientes marítimos?! Afê… isso foi a cereja do bolo desta aula estúpida daquela baleia!

- Eita Greninja? Não gosta de pesquisa não? - indaga Toxapex.

- Que isso tem a ver com o curso? - rebate o sapo.

- Isso tem a ver com a gente! Pokémon aquáticos! - fala Gyarados – espero que o bonzão aqui não faça corpo mole e colabore para temos um ótimo artigo.

“Sem falar que é uma oportunidade de ter algo em nosso currículo! Beep!” acrescenta Rotom.

Octillery finalmente se reanima e pega o envelope com o seu tema.

- Problemas com resíduos nos ambientes aquáticos? Esse está no papo! Vamos caprichar nesse artigo!

- Ai, ai! - suspira Walrein – não sei se poderei ajudar muito! Vocês sabem que tenho o meu serviço.

- Eu compreendo Walrein! Não se preocupe que só vamos pedir o que você puder fazer!

- Obrigado Octillery! - agradece a morsa – posso oferecer um encontro na minha casa na tarde deste domingo! O que acham?

- Combinado!

Lumineon carrega algo enrolado em uma sacola. Uma ponta roxa clara estava exposta. Isso chamou atenção de Octillery.

- Lumineon, o que é isso?

- Ah isso? - a peixe estava meio ressabiada e cochichava para a namorada – isso é uma “ponta” daquela Starmie estagiária.

- Ponta de Starmie? Não tem vergonha de pegar isso? - repreende Octillery.

- Ah! Ele perdeu na luta! - argumenta Lumineon - não tem como recolocar isso no corpo dele! Em compensação, vai logo nascer outro no lugar! Eu é que não vou desperdiçar esse pedaço de carne perdida! A janta está garantida hoje!

- Eu que não vou comer isso! - diz a polvo meio enojada.

Após todos saberem de seus respectivos temas, Kyogre dispensa os alunos. Starmie e os outros aproveitam o resto da tarde para iniciarem as pesquisas sobre o artigo. Eles ficam na biblioteca para selecionarem o material de pesquisa encontrado tanto em livros, revistas, anais e sites de publicações acadêmicas.

Já estava de noite quando eles resolveram encerrar por este dia. Combinaram de se encontrar no apartamento de Empoleon no dia seguinte. Então eles foram juntos de ônibus até a praia onde situa o apartamento submarino deles. Mas eles acabam encontrando na praia ninguém menos que a professora Kyogre. Parecia que ela esperava alguém.

- Professoa Kyogre! A senhora por aqui?! - cumprimenta Tentacruel.

- Olá querido! Ainda não estão em suas casas em uma hora dessas?

- Estávamos já pesquisando para o artigo que a senhora nos passou! - responde Crawdaunt.

- Temos que adiantar o serviço o máximo que pudermos neste fim de semana! - complementa Empoleon.

- Vejo que são bem dedicados! E parabéns pelas duas vitórias! - felicita a professora - apenas vocês e o time de Greninja conseguiram esse resultado nos combates!

- “Obrigado!” - agradecia os quatros.

- O que acharam da aula de hoje?

“Eu gostei!” responde Starmie “Foi uma abordagem diferente, mas no geral nos abre mais possibilidades!”

- Que bom que foi interessante para vocês! Eu converso muito com professores jovens como Xerneas e Yveltal sobre novas abordagens no ensino.

- Só não gostei da parte do artigo! - Crawdaunt é sincero na opinião.

- Rapaz, isso é ensino superior! - aponta Kyogre - Se for seguir na vida acadêmica, artigo é o mínimo que será exigido de você.

- Sem falar que já já tem a monografia! - lembra Tentacruel.

- Cara, não quero me preocupar com isso até o fim do ano que vem! - disse a lagosta temerosa.

- Mas o que a senhora está fazendo aqui? - pergunta Empoleon.

- Eu só estou esperando o meu marido vir me buscar!

Logo, se escuta um forte ruído semelhante a um apito de uma locomotiva. E os Pokémon viram que um enorme Pokémon azul vinha se aproximando da praia pelo mar.

- Ele está chegando! - fala Kyogre radiante.

O Pokémon finalmente chega à praia. Era um enorme Wailord. Ele pousa uma parte de seu corpo na areia.

- Demorei muito meu amor? - a voz dele era bem grave.

- Não muito! Estava conversando com alguns alunos meus! - Kyogre se volta para os estudantes e apresenta o seu cônjuge – esse é meu marido, o Wailord!

- Boa Noite! - a baleia os cumprimenta.

- “Boa noite!” - os quatro respondem educadamente.

- Bom, nós já estamos indo para casa! - despede Kyogre – tenham um bom fim de semana!

- “Igualmente!” - os estudantes também se despediram. Logo Kyogre e Wailord foram para a água e ficaram nadando pelo mar até se perderem de vista.

- Isso que chamo de um “maridão”! - comenta Crawdaunt.

Depois disso, cada um foi para seus respectivos apartamentos. Terão que descansar após um dia exaustivo.



GLOSSÁRIO



Redemoinho - Whirlpool

Bocejar - Yawn

Uproar - Gritaria

Pulsação de Água - Water Pulse

Carga de Raio - Charge Beam

Bate-Cabeça - Head Smash

Esfera de Aura - Aura Sphere

Primeira Impressão - First Impression

Notes:

E assim se concluí o mini arco da aula para os Pokémon aquáticos. Com isso, conhecemos mais da Octillery. Eu resolvi que a habilidade dela seria o Mudança de Humor (Moody). É uma habilidade que é banida no sitema da Smogon, mas na fic, eu resolvi deixar a Octillery com essa habilidade, porém ela vai ter um contraponto na usuária, que vai deixar bem cansada ao se utilizar dela. É como se ela tivesse sob o efeito de Pressure.

Espero que tenham gostado do capítulo! Obrigada pela leitura! Até mais! ^^

Chapter 35: Capítulo 35 – No Dynamax

Notes:

Eita gente, foi por muito tempo... dois anos?

Menino, quando foi a última vez que atualizei isso aqui? Ai ai...

Mas vamos de capítulo novo! Dessa vez, Starmie vai com Gengar para um Bar chamado Dynamax. Vamos ver que vai ocorrer com eles nesse rolezinho!

No mais! Boa leitura! ^^

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

Durante a tarde de sábado, Starmie, Empoleon e Crawdaunt foram ao apartamento de Tentacruel para confecção do artigo. Foi bem conveniente para eles estarem no mesmo grupo, já que viviam no mesmo prédio. O água-viva e a estrela estavam digitando nos seus respectivos notebook todos os dados que o grupo vai conseguindo.

- Aqui estão todas as referências que juntamos até agora! - mostra o pinguim – só formatá-las pra colocar no trabalho e já adiantaremos muita coisa.

- Só coloque aquelas que realmente utilizaremos no nosso artigo! - fala Tentacruel.

- Eu sei!

- Ei Starmie? Não é ruim digitar com um braço mais comprido do que outro? - pergunta a lagosta.

“É meio desconfortável!” responde o psíquico “mas qualquer coisa uso minha telecinese pra ajudar.”

Depois de várias horas, eles finalmente resolvem encerrar por ora os estudos.

- Vamos continuar amanhã? - pergunta Tentacruel.

- Nem vem! - recusa Crawdaunt – domingo é nossa sagrada folga!

- E tenho que visitar minha família! - justifica Empoleon.

“E vou almoçar com minha mãe, depois de meses sem nos ver!” Starmie não estava muito animado em dizer isso. “Mas dá, pra amanhã à tardezinha, eu organizar o artigo. É só me enviar o que já foi feito pro meu e-mail!”

- Starmie como sempre é bem dedicado! - disse Tentacruel admirado.

- Dedicado? Tão sabendo que a estrelinha vai vadiar por hoje à noite? - revela Crawdaunt.

- Vadiar? Isso é verdade Starmie! - pergunta Empoleon.

“É que vou pro Dynamax com o Gengar hoje a noite! Ele está me enchendo o saco pra ir lá durante a semana!”

- Esse Gengar sempre foi uma má influência pra você! – comenta o pinguim.

- Só tenha juízo estrela! - relembra a lagosta – não quer que acabe como foi no Bar Florestal, não é?

“Pode deixar que dessa vez só vou tomar refri que tiver em uma lata bem fechadinha!” fala a estrela.

- Certo, então divirta-se Starmie! Mas tenha cautela, por favor! - pede Tentacruel.

Assim, os quatro se despedem e os visitantes saem do apartamento de Tentacruel.



XXXXXXXXXXXXXXXX



À noite, Starmie saia de seu apartamento e viu que um carro preto se aproximando da calçada. Ele estava usando uma jaqueta jeans azul com o intuito de, principalmente, cobrir o braço que ainda estava regenerando. Ele viu a face do Gengar na janela de vidro abaixado do banco de trás.

- Bora estrela! – convida o fantasma.

No banco da frente, estavam Hydreigon ao volante e Chandelure no banco da frente. Starmie cumprimenta as garotas e eles partem para o destino.

- Tá chique hoje! - comenta Gengar, que também estava usando uma jaqueta, só que de couro e de cor grená com as mangas brancas.

“Só estou usando isso para não expor o meu braço!” a estrela mostra o braço mais curto do que o outro “nem deveria está aqui hoje!”

- Agora está meio tarde pra desculpas! E além do mais, não vamos batalhar nem nada! - fala o fantasma – a não ser que ocorra um bucho lá no bar.

“Vire essa boca pra lá!”

Em vinte minutos, chegaram em um estabelecimento com um grande letreiro rosa choque escrito Dynamax com o “x” escrito de forma bem extravagante (N/A: igual ao símbolo que aparece na descrição dos Pokémon com Gigantamax tanto nos jogos SWSH como no Home). De longe já se escuta um som de Rock pesado. Eles entram no bar que está cheio de Pokémon, tanto ao redor das mesas como em uma pista que fica em frente ao palco.

Neste momento estava tocando uma banda formada por quatro Pokémon não muito familiares para os estudantes. Na bateria estava um enorme gorila com folhas na cabeça que se assemelham a uma cabeleira verde, conhecido como Rillaboom. Na guitarra estava um Pokémon roxo com barriga e crista amarelas, conhecido como Toxtricity. No baixo, um outro Toxtricity, só que barriga e crista azul. E no vocal, um Pokémon preto e branco que, é uma evolução de uma variação de Linoone. É um Obstagoon. Na bateria de Rillaboom, está a logomarca com nome da banda, Maxmizers.

I feel uptight on a saturday night

Nine o'clock and the radio's the only light

I hear my song and it pulls me through

Comes on strong, tells me what I gotta' do

I got to...



Get up!

Everybody's gonna' move their feet

Get down!

Everybody's gonna' leave their seat



You gotta' lose your mind in Detroit Rock City



Os quatros vão logo para uma das poucas mesas vagas.

- Essa banda cover até que é boa! - comenta Hydreigon.

- O que vamos pedir? - pergunta Chandelure.

- Que tal pizza? - sugere Gengar.

- Boa ideia! - concorda a dragoa – vamos pedir duas!

- Duas? - questiona Chandelure – não acha um pouco demais?

- Vai por mim! Duas é que serão suficiente pra nós quatro!

Logo, veio um Grimmsnarl para atendê-los. Eles pediram duas pizzas, dois litros de cerveja, três drinks de rum com frutas e uma lata de refrigerante de cola.

Logo, Starmie reparou que, em uma mesa próxima a deles, estava Metagross, acompanhado por mais três Pokémon de RU.

“Oi Metagross!” acena a estrela.

Gengar vai a um Gardevoir, que trajava uma jaqueta verde escuro, que está no grupo do Metagross.

- Olá gatinha! - gracejou o fantasma.

- Gatinha é a puta que te pariu! - responde Gardevoir com uma grossa voz masculina – você está roxo de saber que sou um macho!

- Sempre me esqueço! - diz Gengar mordendo a língua de modo risonho – não pode nem brincar?

- Está doidinho pra reaprender a levitar, não é? Pois terei prazer em realizar esse desejo! – diz o Pokémon psíquico irritado – de ficar flutuando à dez metros do chão!

- Gardevoir, por favor! - repreende uma Roserade – não vá estragar nossa noite com confusão! Você sabe que Gengar só faz isso pra te tirar do sério.

- Gengar não vai mais te incomodar! - diz Hydreigon puxando o braço de Gengar com uma de suas “cabeças” menores – peça desculpas pra ele!

- Desculpe Gardevoir – fala o fantasma. Ele não queria contrariar a Hydreigon, que por sua vez, não queria contrariar o Pokémon fada-psíquico.

- Desculpas aceitas! Não é Gardevoir? - Metagross olha pro seu companheiro.

- Sim! Aceitas! - suspirou o Pokémon fada para se acalmar, pois apesar de querer dar uma lição em Gengar, não quer causar constrangimento aos seus amigos.

Então cada grupo foi para sua mesa. Mas Starmie e Metagross aproveitaram pra trocar uma ideia.

“Metagross! Soube que está com o Magnezone!”

- Então o Magneton realmente não sabe guardar segredo! - diz o metálico debochado – se bem que por mim não tem problema do nosso romance ser conhecido.

“Ele não veio com você?”

- Bom, passamos à tarde juntos! - responde Metagross – não sei se sabe, mas ele está estudando para um concurso da polícia que sairá em alguns meses.

“Vixe! Um concurseiro! Ouvir dizer que pra passar em um concurso desses, precisa abrir mão da vida social!” comenta o aquático.

- Pois é!

“Ainda bem que você é compreensivo com isso, não é?”

- Sim! Pois sei que ele está pensando no futuro… no nosso futuro… então eu estou aqui pra espairecer um pouco. Vim com o Gardevoir, a Roserade e a Absol.

Starmie ainda fica na mesa de onde está o grupo de Metagross. Agora estão conversando sobre tokusatsu.

Chegou no bar Primarina acompanhado por Silvally e os três Lycanroc. Enquanto os quadrúpedes vão até a mesa, a foca vai até Incineroar, que estava em pé em um dos cantos do estabelecimento. O tigre trabalha provisoriamente como segurança do Dynamax.

- Oi gato, vim te fazer uma visitinha no seu trabalho! Aproveitei que os Lycanroc queriam vim pra cá e vim pra conhecer o lugar.

- Certo Pri! - responde Incineroar – mas eu vou sair bem tarde da noite, então vamos voltar com o Dhelmise que também sai bem tarde do serviço! E pelo Senhor da Luz, NÃO BEBA! - ele disse a última sentença bem enfaticamente.

- Sei que minha tipagem não é muito compatível com bebidas! - disse a foca – eu nem bebi naquela festa do Bar Florestal há mais de um mês!

- Sei que você tem juízo! - o gato bate de leve nas costas da foca – espero que aguente que aqui é mais rock pesado mesmo!

Quando o pedido chegou na mesa, Gengar chama Starmie para comer:

- Venha Starmie! As pizzas estão na mesa!

O psíquico se despede de Metagross e volta pros seus companheiros.

- Francamente Starmie! Foi eu que te convidei pra vir pra cá e você prefere ficar com o Metagross? - disse o fantasma meio enciumado.

“Agora sou proibido de falar com outros Pokémon?” ironizou a estrela.

- Bem, eles não vão pagar comida pra você! - complementa Chandelure – sem falar que, não tem medo de ficar perto de uma Absol não?

“Bom, eu estou perto de dois fantasmas e uma noturna!” responde a estrela “tenho muito respeito por Pokémon noturno, mas por que eu temeria a Absol?”

- Realmente a estrela tem um ponto! - concorda Hydreigon.

- Mas… os Absol… - Chandelure cochicha – eles… podem ser meio assustadores e…

- Peraí! - interrompeu Hydreigon, falando baixo para que a conversa não chamasse a atenção de outros – não vamos começar com esse tipo de preconceito. Tá mais do que sabido que os Absol apenas são capazes de prever desastres. Eles já sofreram muita discriminação por conta desse dom. Cuidado com que fala pra ela pra não correr o risco de cometer algum constrangimento.

- Entendi… - disse a ígnea percebendo que está sendo meio preconceituosa.

- Sei que entendeu! Agora vamos começar a comer que estou faminta! - disse a dragoa lambendo os beiços.

Eles começaram a comer e beber. Como Starmie não podia consumir álcool, ele abriu sua lata de refrigerante e colocou um canudo bem comprido para levar o líquido para a boca que fica na face de trás.

Mas Chandelure quase não percebeu que Gardevoir está bem próximo a ela.

- Olá Chandinha… - cumprimenta o Pokémon fada – se quiser vir pra nossa mesa não tem problema nenhum.

- Que está fazendo aí ô fadinha! - disse Gengar irritado com a proximidade que o psíquico esta tendo com a Chandelure.

- Você não deveria perder tempo junto com esse bobalhão! - continua Gardevoir segurando delicadamente uma das extremidades com chamas de Chandelure – saiba que se quiser a companhia de um elegante Pokémon amorfo como eu é só vir comigo…

- Não obrigada! - Chandelure responde rapidamente com desdem, puxando rapidamente a extremidade da mão dele.

- É uma pena! - disse Gardevoir meio desconsertado por ter sido rejeitado tão rapidamente – mas lembre-se, se esse fantasma bobalhão te incomodar, pode falar comigo e…

- É tu que está incomodando seu twink – fala o venenoso de forma raivosa. Hydreigon e Starmie temiam que esse confronto possa piorar. Porém Roserade aproxima-se sorrateiramente de Gardevoir. Um espinho surge do buquê azul e ela o usa para espetar o traseiro do Pokémon fada, lhe injetando veneno.

- Gardevoir, já não te disse pra ficar longe de problemas? - disse a Pokémon buquê irritada. Ela arrasta o psíquico já zonzo por causa da toxina – não se preocupa gente, tenho antídoto pra tratá-lo. Prometo que ele não irá mais incomodar!

- Não olhem pra mim! Dessa vez era o Gardevoir que veio aqui só pra nos incomodar! - disse o fantasma ainda bufando de raiva.

- Apesar de eu concordar que aquele andrógeno é meio irritante, não posso deixa de reparar que você também faz de tudo pra tirá-lo do sério! - comenta Chandelure.

- Mas você não se sente incomodada desse daí ficar te enchendo o saco? - pergunta o fantasma.

- Você acha que não sei me defender?

- Pronto! Acabou a discussão! Vamos comer essa pizza antes que esfrie! - disse Hydreigon, querendo por um ponto final no assunto.

- E aqui tem Pokémon amorfos mais interessantes… - sussura a Pokémon de fogo.

E a banda Maximizers continuava agitando os frequentadores da boate com suas músicas vibrantes.

I wanna rock and rock all night and party everday

I wanna rock and rock all night and party everday

I wanna rock and rock all night and party everday

I wanna rock and rock all night and party everday

- AAAUUUUUUUHHHHHH – uivavam os Lycanrocs.

- Precisa dessa cachorrada ficar berrando desse jeito? - disse Chandelure meio incomodada com os uivos.

- Na boa! Isso até que deixa o conserto mais animado! - fala Gengar.

Enquanto isso, a banda também parecia se animar mais com os uivos dos lobos.

- DA HORA! - fala o Obstagoon abanando as mão pra cima – OS CACHORROS AÍ PODEM UIVAR MAIS!

- AUUUUUUUH UOOOOOOOUHHH! - o Lycanroc Midnight uiva com mais intensidade.

“Não tem jeito! É a maneira dos Pokémon caninos de se divertirem mesmo!” comenta Starmie “em um ambiente como esse, não tem problema deles fazerem isso, já que até que os músicos estão incentivando eles a continuarem. Mas haja garganta viu?!”

“Realmente, aqueles três são bem extravagantes e chamativos” comenta um pequeno Pokémon, coberto com um pano que se assemelha com um boneco de Pikachu que se aproxima do quarteto “espero que eles não estejam incomodando vocês!”

- Oi Mimikyu! - cumprimenta Chandelure alegremente.

“Chandelure… então realmente veio me ver?” disse o fantasminha com uma certa empolgação.

- Sim! Vim ver a sua atuação – responde a ígnea, sendo muito mais simpática do que o normal. Trouxe minha amiga Hydreigon e esses dois vieram atrás de mim!

“Fico contente que trouxe seus amigos pra ver minha apresentação! Já já vai ser a vez da minha banda! Me deseje sorte Chandi!” ele sai e acena para a fantasma.

- Sei que vai arrasar! - acena Chandelure de volta.

- Humm então o Pokémon amorfo mais interessante que você comentou há pouco é ele, não é? - a dragoa lança um olhar malicioso para amiga.

- Quêee? Não me diga que você se interessa por esse monte de trapo? - disse Gengar incrédulo.

- Não fale assim dele! - repreende Chandelure – estou aqui mais é pra ver a performance dele na guitarra. Eu só conversei algumas vezes com ele sobre música e ele me convidou pra vir aqui pra vê-lo tocar, só isso!

A banda Maximizer encerra a apresentação, sendo aplaudida pelo público. A próxima banda amadora que irá se apresentar já está se dirigindo ao palco. Mimikyu já está com sua guitarra, em seguida, aparece uma Corviknight com um baixo. A ave usa vários adereços de metal inclusive uma coleira de espinhos prateados em volta do pescoço. Na bateria estava uma Coalossal, também usando vários adereços metálicos. Por fim, aparece o Grimmsnarl, trazendo um banco comprido e ajeitando o microfone.

- Espero que essa banda seja boa! Pelo menos os membros parecem ser estilosos – comenta Hydreigon.

Grimmsnarl coloca uma Pincurchin em cima do banco, colocando o microfone bem na frente dela. Ela que é a cantora da banda.

- Prontos para ouvirem a Darkerst Days? - a pequena elétrica empolga o publico com sua surpreendente poderosa voz.

Fasten your seat belts and get ready for

the ride of your life

Next stop: Heeelllll



Toady it’s me, the beast

I breathe and clean my knees of vomit

I bleed but I’m still here

I’m boiling from whitin

Crawling and digging whitin myself

to find the answer

All’s dead here

- Realmente eles são os melhores! - Chandelure estava bem empolgada

- Defesa especial reduzida com sucesso! - aprova Hydreigon.

“A música é meio pesada! A cantora tem algo na garganta ou algo do tipo?” estranha Starmie.

- Isso é voz gutural! - responde a dragoa – não escuta death metal, não?

“Bem, esse subgênero do metal não está entre meus favoritos!” admite a estrela “mas o Mimikyu está muito bem na guitarra!”

- E você está elogiando o Mimikyu?! - questiona Gengar.

“E ele não está?”

- É ciúmes Starmie! - cutuca Hydreigon.

“Tenha vergonha Gengar! A Chandelure não pode nem elogiar um músico e…”

- ÉEEEEEEÉ ISSO AEEEÊ! BOTEM PRA QUEBRAAAA! - a fantasma estava bem exaltada balançando a cabeça e elevando a sua chama no topo.

- Calma mulher! Só não vá ativar o sistema anti-incêndio daqui! - alerta Hydreigon.

Enquanto isso, em outra mesa, Gardevoir vai se recuperando do envenenamento, ele vê seus parceiros, Metagross, Roserade e Absol já consumindo as batatas fritas que haviam pedido.

- Poxa, Roserade, precisava quase me matar pra me trazer de volta?

- Só assim pra evitar de você arrumar confusão – responde a vegetal.

- Vamos Gadevoir, antes que as batatas esfriem! - oferece Metagross.

- Humf… - o Pokémon fada começa a comer – vou pegar essa cerveja e…

- Não! - rapidamente Metagross tira a lata de cerveja da mão dele – você vai beber esse refrigerante aqui! Não sabe que você é bem afetado pelo álcool?

- Só falta eu ter que tomar mamadeira quando eu for sair com a galera!

- Hahahahahahah! - os outros riram alto com o comentário, até Absol, que era a mais retraída dos quatro estava gargalhando descontroladamente.

- Pelo menos deixou a Absol mais alegre! - comenta Roserade.

- Aiai! Me desculpem! - Absol fica meio envergonhada.

- Não querida! Imaginar Gardevoir tomando mamadeira é algo que não dá pra segurar o riso! Hihihihi! - comenta Metagross – sem falar que está aqui pra se divertir! Mesmo as custas do Gardevoir.

- Sim minha filha! Hoje sou o bobo da corte da galera! - debocha Gardevoir – mas sim, vamos nos divertir, que só se vive uma vez! E quem achar ruim vai ter aulas grátis de levitação. Ou receber o luar bem na fuça.

Absol dá um sorriso, mas de repente, sente uma certa aflição. Ela coloca a pata em seu peito, gesto que não passa despercebido por Roserade.

- Tudo bem? - ela pergunta discretamente.

- Não sei ao certo… - cochicha a nortuna – por que isso tinha que vir justo agora…

- É premonição?

- É algo que pode acontecer em breve… ainda neste ano…

- Se acalme… não tem nada pra essa noite não, não é?

Absol respira fundo – não, nada demais por essa noite.

- Então se tranquiliza – cochicha a vegetal! Você pode falar mais sobre isso pra gente outro dia, pode ser? Não carregue esse fardo sozinha!

- Obrigada Rose! - uma fina lágrima de alívio surge no rosto da noturna.

Gadervoir e Metagross repararam que as duas estavam falando bem baixo e é bem provável que Absol tenha tido uma premonição. Resolveram não se meter para evitar em chamar a atenção pra eles. Eles se entreolharam, se Absol quiser se abrir com eles posteriormente, estarão dispostos a ela.

Passou se um tempo, os Pokémon estavam animadamente curtindo a música e comendo. Starmie e Hydreigon estavam discutindo amistosamente por quem irá consumir o último pedaço de pizza.

- Tem certeza que não quer Starmie?

“Tenho sim, um pedaço só já me deixa satisfeito!”

- Hydreigon, você já comeu seis não foi? - repara Gengar.

- Por isso estou oferecendo o último para o Starmie que só comeu um.

“Obrigado Hydreigon! Mas realmente minha espécie não tem muita capacidade digestiva! Se comer um segundo pedaço, há um risco de eu ter um mal-estar.”

- Se é o que você diz estrela, então não posso recusar esse pedaço! - logo Hydreigon devora o último pedaço de pizza.

- É por isso que está gorda! - diz Chandelure dando um tapinha na barriga da dragoa.

- Vai te catar Chander, minha espécie tem mais apetite! - resmunga Hydreigon.

- Mas refri o Starmie está bebendo adoidado! - repara Gengar.

“É porque eu posso tomar líquido a vontade!”

“Oi pessoal, estão gostando do rolê?” Mimikyu chega acompanhado de Grimmsnarl, Coalossal e Rillaboom.

- “Oi!” - os quatros os cumprimentaram.

“Deixe apresentá-los! O gorila aqui é Rillaboom dos Maximizers, o cabeludo é funcionário daqui mas toca de vez enquanto é o Grimmsnarl e a distinta Pokémon de pedra é a Coalossal. Esses dois irão entrar na Smogon no ano que vem.” Mimikyu aponta pra Rillaboom e Grimmsnarl.

- Então eles podem ser nossos futuros rivais! - comenta Gengar.

- Parecem ser fortes! - encara Hydreigon.

- Garanto que o gorila aqui é bem forte! - aponta Grimmsnal.

- Não é pra tanto! - responde Rillaboom humildemente – mas sei que o curso na Smogon é puxado. Tem esse sistema de estrato, ou coisa do tipo, não é? Vocês são de qual estrato?

- Somos todos de UU, que é o segundo melhor estrato da faculdade! - informa Hydreigon – eu e Chandelure somos do quinto semestre e Gengar e Starmie são do sétimo semestre.

- É bom não nos subestimar! A estrela aqui e eu ficamos uns três anos em OU, que é o melhor estrato do curso, não é mesmo, Starmie? - diz Gengar batendo na ombreira da jaqueta de Starmie.

“Sim… pena que nesse semestre não fomos capazes de ficar em OU!” fala o aquático meio relutante.

- O negócio é mesmo difícil até pros veteranos! - comenta Rillaboom – é bom nós nos prepararmos Grim!

- É eu sei!

- E a moça de pedra não vai pra Smogon não? - pergunta Gengar.

- Eu vou pra uma outra faculdade! - responde Coalossal – já ouviram falar em Victorius Graduation Course que fica em Hammerlocke, em Galar. Conhecido popularmente de VGC.

- Galar! Que chique! - comenta Hydreigon.

- Tenho parentes em Galar! - continua Coalossal – pois vou fazer esse curso no ano que vem. Pra mim é melhor pois, enquanto a Smogon tem como base as batalhas individuais, lá eles se baseam em batalhas em duplas.

Enquanto eles conversavam sobre as diferenças em cada curso. Gardevoir estava saindo do banheiro enquanto um belo Pokémon que estava sozinho em uma mesa lhe chama a atenção. Era uma Primarina. Ele foi até a foca pra tentar puxar uma conversa.

- Olá belezura! Como vai? - disse ele gracejando a foca.

- Querido, espero que tenha reparado que sou um macho! - avisa Primarina – sem falar que sou comprometido!

- Cara foi mal! - Gardevoir lhe pede desculpas sem jeito. Ele detestava que o confundissem com uma fêmea e acaba fazendo isso com um Primarina.

- Tudo bem! - anemiza a foca – pode até me fazer um pouco de companhia. Mas só relembrando que estou com meu bofe.

“Ai ai! Ele é bem afeminado!” meio receoso, ele senta de frente para o Pokémon aquático – então por que ele não está com você?

- É que ele trabalha aqui! Ele é segurança e agora está no seu posto no lado de fora - responde Primarina – resolvi só dar uma passada pra ver ele enquanto acompanhava uns colegas meus. Só que um lugar como esse não é minha praia. Meus colegas, que são aqueles três Lycanroc e o Silvally, só querem saber de ficar uivando pros rockeiros, sabe como é, coisa de canino! E até me afastei um pouco deles pra ter sossego.

- Então só está esperando a hora do seu namorado sair, não é? - responde Gardevoir – posso até te fazer companhia, mas não se preocupe que não pretendo fazer do seu namorado um corno!

- Hu hu! Tudo bem! Percebo que você não é ficar com homens!

- Como tu percebeu isso?

- Só de olhar pra ti percebo que não tem… como posso dizer… parece que você tem mais afinidade com garotas do que com homens.

- Você é bem observador! - fala Gadervoir – mas o tanto de gracejo que já recebi de Pokémon que me acharam que era uma fêmea ou um gay não dá pra contabilizar. Cara, o povo não sabe que existem Gardevoir machos também?

Um Duraludon se aproxima deles com uma bandeja com um drink para Primarina juntamente com um papel e caneta. A foca assina a folha e pega o seu drink.

- Rapaz! Você vai beber? - questiona Gardevoir.

- É só um drink de frutas bem leve! - responde a foca.

- E essa folha que você assinou?

- É um termo de responsabilidade! Dependendo da tipagem, você precisa assinar isso se quiser beber aqui. Se não assinar, não podem te servir bebida.

- Sabidos! Não querem deixar de vender bebida, mas querem que os mais sensíveis arquem com os prejuízos em caso de alguma confusão.

- Se quiser eu divido um pouco do meu! - oferece Primarina – é bom que consumo menos álcool ainda.

- Ai! Acho melhor não… - Gardevoir fica meio receoso.

- Não quer me acompanhar no brinde? - insiste Primarina – só um pouco, vai. Só pra ver se a gente se abre e se conhece melhor.

- Já que insiste… - Gardevoir usa seus poderes psíquicos para pegar uma caneca vazia que estava no balcão – coloque um pouco aí.

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O tempo passa, Mimikyu e Hydreigon foram tocar algumas músicas com Corviknight e Pincurchin. Grimmsnarl volta para seus afazeres. Chandelure pediu mais cerveja e ficava bebendo. Gengar e Starmie continuavam com a conversa sobre as diferenças entre Smogon e VGC com Coalossal e Rillaboom.

- Então, qual diferença entre Dynamax e Gigantamax? - pergunta Gengar.

- Dynamax é só aumento considerável de tamanho e qualquer Pokémon pode ser afetado por esse fenômeno se for exposto às partículas de Dynamax – explicava Coalossal – agora o Gigantamax é uma variação do Dynamax que faz que também ocorram mudanças físicas no Pokémon, meio parecido com uma Mega-evolução. Mas isso só ocorre com alguns indivíduos.

“Isso é assustador! Mas não deixa de ser interessante!” diz Starmie admirado “vejo esse conceito usado frequentemente em tokusatsus. Mas é lógico que pra audiência o uso de fusões de naves pra formar um robô gigante é mais interessanrte do que simplesmente os heróis também realizar um Dynamax!”

- Hi hi! Isso é verdade! - riu a Pokémon de pedra.

“Mas tem que ter estrutura para que essa mecânica possa ser usada com segurança! A Smogon, por exemplo, não tem estrutura para que os combatentes possam ‘crescer ‘ no campo de batalha!”

- Isso é verdade! Acho que atualmente, só a VGC possui estrutura para esse tipo de transformação! - aponta Coalossal.

- Você já fez essa transformação uma vez Coalossal? - pergunta Gengar.

- Já fiz algumas vezes! - ela responde – confesso que sinto calafrio cada vez que me transformo, ver os outros tão pequenos e distantes dá uma certa aflição.

- Já vi ela com transformação Gigantamax! - comenta Rillaboom abrindo os braços – realmente fica imensa, com todo respeito Coalossal.

- Mas Dynamax ou Gigantamax sozinhos não vencem batalhas! - complementa Coalossal – uma boa sinergia entre os companheiros de equipe é a chave pra vitória em qualquer batalha. Eu, por exemplo, me sinto segura quando um parceiro meu coloca uma tempestade de areia no campo. E pra mim é essencial ter um vegetal ao meu lado! Sabe, pra lidar com terrestres e aquáticos. Espero que eu encontre no VGC um Rillaboom tão forte quanto este aqui pra ser meu parceiro – ela olha para o seu amigo gorila.

- Pena que eu não tenho condição pra ir pra Galar! - comenta o vegetal – o jeito é tentar a sorte na Smogon mesmo.

Hydreigon volta para mesa segurando algo escuro querendo mostrá-lo aos seu colegas.

- Starmie, diga sua opinião sobre a voz dela agora! - a dragoa simplesmente coloca a Pincurchin em cima da mesa.

“Hydreigon! O que é isso?!”

- Aquela que estava cantando a pouco! - responde a dragoa – essa é a Pincurchin, cantora da banda Darkest Day.

- Olá Starmie! - a pequena elétrica cumprimenta com uma voz aguda fofa.

“Oi..” cumprimenta o aquático constrangido. “Pra prazer em te conhecer!”

- Gostou da minha apresentação? - ela pergunta de uma forma meiga. Bem diferente de como ela se apresentava ao palco.

“Gostei muito…” Starmie estava nervoso “sua voz agora é tão bonita! Só acho que você força demais no palco!”

- Hum, então você prefere minha voz assim! - ela ainda fala de forma meiga, mas subitamente muda a tonalidade para gutural – MAS ASSIM TAMBÉM É LEGAL NÃO É?

“É… é sim” Starmie ainda estava constrangido enquanto os outros riem “Como… como faz isso?”

- Hi hi! Seu núcleo está meio trêmulo! Realmente ESSA VOZ TE ASSUSTA! Mas se gosta de rock tem que se acostumar com os gutural.

- Mas Starmie é do rock, até sabe tocar guitarra! - fala Gengar.

- Tu toca guitarra? - diz Rillaboom surpreso – bem que podia mostrar seu talento pro pessoal daqui!

“Infelizmente hoje não posso!” recusa Starmie. Ele tira parte da jaqueta para mostrar o braço cortado “meu braço ainda está regenerando, não dá pra tocar guitarra hoje!”

- Que pena – lamentou o gorila – queria te ver tocar. Quem sabe na próxima!

- Oh Rillabbom! - Obstagoon o chamava do palco – bora tocar mais algumas?

- Bora! - respondeu o gorila – tchau galera, foi um prazer conhecê-los.

- Com licença, vou indo também! - despedia Coalossal para acompanhar o Rillaboom e ela pega a Picurchin.

- TCHAU TCHAU! - despedia a ouriço do mar com a voz gutural.

- Eita! La se vão eles! - suspira Gengar – mas esses rolês são bons pra isso também! Nós acaba conhecendo gente nova!

- E possíveis novos rivais na Smogon! - completa Hydreigon – Gimmsnarl, só sendo do tipo fada já me dá calafrios. E o Rillaboom parece ser um Pokémon bem forte em combates. E até que essa Coalossal também se mostra bem confiante. Ela não parecia nada incomodada perante ao Starmie, apesar dela ser uma Pokémon de fogo e pedra.

“Talvez porque está perto do Rillaboom, ele poderia socorrê-la em caso de algum aquático lhe causar problema!” deduz a estrela “ela saiu de perto de mim quando o Rillaboom foi pro palco.”

- Você acha que ela pode ter medo de você? - pergunta Gengar.

“No mínimo prudência! Ela nem me conhece! Não dá pra ficar de lelo sozinha com um Pokémon desconhecido, no qual tem uma grande desvantagem! Sem falar que não quero, de jeito nenhum, hostilidade com ninguém aqui, principalmente com aquele Rillaboom.”

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Um pouco antes, Primarina e Gardevoir já estavam sob efeito do álcool. A foca estava de pé em cima da mesa cantando meio desafinado, enquanto o psíquico assobiava e aplaudia freneticamente a atuação do aquático:

- Bravo! Bravo! Vochê canta bem…

- Obrigado queridu!

- Então, num tenho nada contra us gais ou os… os… trans. Só quero que o povo entenda que sou homem. Só porque escolhi ser Gardevoir não quer dizer que sou viado ou algo do tipo.

- Entendo! Tu gosta de garota não é?

- Eu gosto sim… gosto até de uma Pokémon planta que veio comigo… mas ela não me dá bola… será que se paquerar outras na frente dela fara com que ela fique interessada neu?

- Sei lá querido! Acho que ela te acha cafageste… OOPS! ARRG! - Primarina perdeu o equilíbrio e caiu em cima de Gardevoir.

- EITA! ARGG!

O barulho chamou a atenção de alguns Pokémon, inclusive os integrantes de Maximizer e de Darkest Day.

Gardevoir usa seus poderes psíquicos para tirar Primarina de cima dele – sai de cima de mim!

- Ei ei ei! O que você está fazendo? Não disse que eu sou comprometido? - Primarina meio cambaleante, sai de cima de Gardevoir – quem você pensa que sou?

- Ei você! Foi tu caiu em cima de mim!

- Não vem com esse papo de playboy não! - meio confuso, Primarina começa a jogar talheres no Pokémon psíquico.

- Ai! Para! - com sua telecinese, Gadervoir tenta jogar objetos de volta na foca, embora tenha errado a maioria por estar embriagado – toma de volta!

- A eeeé? - Primaria respira fundo e dispara uma massa de água brilhante de sua boca que atinge o psíquico. Era o Aria Cintilante. Gardevoir fica caído atordoado no chão.

Esse ataque acaba deixando Coalossal visivelmente abalada. Ela teme que um aquático possa sair do controle. Vendo sua amiga ficando aflita, Pircuchin se volta para ela pra tentar acalmá-la:

- Não se preocupe! Não vamos deixar que aquela foca te ataque.

- Qualquer coisa vou dar um jeito nele! - Rillaboom salta do palco e vai até Primarina.

Starmie e os outros viram quando Primarina disparou o Aria Cintilante. E quando viram que Rilaboom estava indo até a foca, ficaram apreensivos. Temiam que Primaria se encrencassem sério com o vegetal. A estrela rapidamente se levantou.

- Starmie! Aonde vai? - questiona Gengar.

“Se não fizermos nada! O Primarina estará ferrado!”

Rillaboom vai se aproximando cautelosamente para o Pokémon fada – francamente, eles deveriam evitar de dar bebida pra aqueles que tem dois tipos vulneráveis ao álcool – ele respira fundo - Escuta foquinha! Tem Pokémon assustado por causa desse seu “showzinho”. É melhor sair daqui logo, pois se continuar com suas palhaçadas, eu terei que tomar alguma providências…

Starmie rapidamente se coloca diante de Primaria para que Rillaboom não se aproxime mais dele “por favor, ele não fez isso por mal! Não o machuque! Por favor!”

- Oi estrelinha! Hic! - cumprimentou Primarina ainda embriagado.

- Vocês se conhecem?

“Ele é meu colega! Ele parece meio extravagante mas é um Pokémon decente! Ele não quer causar mau a ninguém aqui!”

- Escuta estrela! Eu também não quero machucar ninguém! - a voz de Rillaboom, apesar de grossa, se mantinha em um tom calmo – só não quero que ele cause problemas para os meu amigos. Você sabe que há Pokémon que são vulneráveis à água e a fada. Até a dragoa que está contigo também é bastante vulnerável a fada. Só quero que ele caia fora. Senão, ai sim terei que usar a força.

“Vou tentar tirá-lo daqui! Portanto, não precisa fazer nada contra ele!” pedia a estrela de forma determinada.

- Deixe que cuido disso! - Incineroar já chega lançado um olhar de intimidação em Rillaboom. O gorila fica apreensivo ao ver o segurança que apoia o aquático em seus ombros – deixe que eu me responsabilizo por ele.

Ai Gardevoir se levanta – que história é essa de me atacar foquinha? Pera que vou dar um jeito em você!

- Ai não! Mais outro bebum querendo causar! - a atenção do Rillaboom se volta para o psíquico.

- Espera que cuido desse aí! - Metagross veio para acudir o amigo.

- Metagrooossss! Veio ajudar eu? Essa foca caiu em mim! Fala um monte e fica babando em mim!

- Sim, sim Gardevoir! - o metálico finge que concorda com ele – agora por favor olhe pra mim!

Mas Gardevoir não consegue conter o enjôo e acaba vomitando em Metagross.

- ECA GARDEVOIR!! VAI PRA MER… hum hum... – mesmo irritado, Metagross respira fundo e tenta manter a sua compostura – tudo bem, tudo bem! Agora quero que olhe pra mim. Olhe pro meus olhos!

- Assim? - Gardevoir começa a encarar profundamente o Metagross. O metálico vai aproximando o seu rosto ao dele e logo, dá uma cabeçada bem na testa de Gardevoir, que deixa o Pokémon fada inconsciente.

- Vixe Metgross! Pra que tudo isso? - Gengar chega pra tentar acudir Starmie e testemunha que o Gardevoir foi nocauteado pelo seu próprio parceiro.

- Calma, só usei uma Cabeçada Zen! - responde Metagross – um movimento que ele resiste, é só pra ele sossegar o facho.

“Ah sim!”

- Uma boa maneira de acalmar um bebum! - comenta Gengar – bem que poderia ter usado isso contra Starmie naquela festa lá do bar florestal.

- Até pensei nisso! Mas Starmie não parava quieto! Ai veio a Volcarona! Ai tive que priorizar a minha segurança e a de Magneton…

- Então a estrelinha também é de fazer os barracos por conta de bebedeira, não é? - fala Rillaboom encarando Starmie.

“Por que tinham que falar daquilo? Isso foi há mais de um mês!”

- O problema é que tem Pokémon sofrendo consequência disso até hoje! - aponta Metagross – no mais, deixe cuidar desse idiota aqui! E também tenho que me limpar! - assim ele sai carregado o Gardevoir em seus braços.

Depois de alguns momentos em silêncio, Rillaboom resolve se manifestar:

- Ai ai! Pelo visto, agora os bêbados já estão sob controle! Deixo essa por sua conta Incineroar! Até mais! – Rillaboom resolve se retirar – e até que você foi bem corajosa estrelinha!

Assim que o vegetal se afasta, Gengar comenta baixinho pra Starmie:

- Reze pra que esse gorilão não passe no vestibular!

Então, Incineroar leva Primarina, com a ajuda de Starmie para a parte de trás do balcão.

“Tudo bem com você Primarina?”

- Ain… telepatia… tá me dando dor de cabeça!

“Desculpe!” Starmie tira seu casaco para cobrir Primarina com ele. Enquanto isso, Incineroar está preparando algo para o seu namorado beber.

- Estou preparando um suco com bastante açúcar para amenizar os efeitos da bebedeira.

Logo, ele dá o líquido ao Primarina, ele coloca calmamente o copo em sua boca – beba devagar!

Depois disso ele se volta pra Starmie:

- Obrigado Starmie! Obrigado por proteger o Primarina!

“Então você que é o tal do namorado dele?”

- Sim! Estamos juntos desde o ensino médio! Apesar de nos conhecermos desde criança!

“Você é de qual turma?”

- NU! Realmente preciso me esforçar mais!

Starmie deduz que Incineroar seja um Pokémon forte. No mínimo tem a intimidação, que fez com que o Rillaboom recuasse. Se não fosse pela intervenção do tigre, poderia ter se envolvido em uma imensa confusão no bar. Semelhante ao que aconteceu no Bar Florestal.

- Starmie, me desculpe, mas preciso te pedir um favor! Eu tenho que voltar pro meu posto. Por favor, fique com Primarina até acabar meu turno! Eu dou um jeito de te levar pra casa em segurança. Não tem problema pra você chegar muito tarde em casa, não é?

“Por mim não tem não?” respode o psíquico “pode deixar que tomo conto de Primarina!”

- Mais uma vez muito obrigado! - disse Incineroar agradecido.

Já era mais de meia-noite quando Gengar e Hydreigon foram verificar o porquê de Starmie não sair de trás do balcão.

“Como podem ver, eu estou encarregado de ficar de olho em Primarina enquanto Incineroar continua no seu posto.”

- Vixi acabou sobrando pra você, hein estrelinha? - fala a dragoa.

- Mas é bom pra você entender como é difícil cuidar de bebum! - disse Gengar achando graça.

“Ainda bem que ele dormiu!” ele mostra Primarina dormindo ao seu lago, coberto com o seu casaco “E cadê a Chandelure?”

- Ela está na mesa! Parece que está bem embriagada também! - responde Hydreigon.

“Eu hein! Mesmo com a tipagem de fantasma, ela acabou se embriagando?”

- Bem ela bebeu mais ou menos a mesma quantidade do que eu! - responde Gengar – e como eu bebo pra caramba…

- Bem, e é por isso que vamos pra casa agora! - fala Hydreigon – você não pode sair, Starmie?

“Bom, o Incineroar disse que ia me dar carona!”

- Menos mal! A gente até iria ficar com você, mas tive que chamar os meus pais! - continua a dragoa – eu e Gengar, apesar de não sermos muito afetados mentalmente pela bebida, ainda somos levemente afetados na coordenação motora. Se formos pegos dirigindo podemos, no mínimo, levar uma multa ou, na pior das hipóteses, causar um acidente. Então eu te pergunto Starmie? Você sabe dirigir?

“Infelizmente não!”

- Pois é! Acho que você deveria aprender a dirigir – sugere Hydreigon – já que não pode beber, seria bom ser responsável pela direção em casos como esse.

- E mudando de assunto Starmie… - diz Gengar meio sem graça – no momento estou sem dinheiro pra pagar a comanda! Poderia pagar essa por mim? Eu te pago no fim do mês!

“COMO É?!” Starmie não pode conter a exaltação “Então por isso que você praticamente me implorou pra vir pra cá?”

- Qualé Starmie! Deixe de ser pão-duro!

“E você deixe de ser duro!”

E meio contrariado, Starmie aceita pagar a conta de Gengar. Os outros dois saem pra ir embora. Logo veio Metagross, que está carregando Gardevoir no topo de sua cabeça. Parecia que estava com um pano de prato na cabeça.

- Starmie! Estamos indo! Até mais!

“Até mais! Metagross! Foi bom te ver de novo!”

Grimmsnarl chega trazendo uma máquina de cartão.

- Starmie? Me disseram que você pagaria a parte do Gengar! É verdade?

“É sim!”

- Certo! O total deu 14.975 gil.

“Eita!” Starmie ficou estarrecido ao ver a conta tão alta “pra alguém que está liso, o Gengar não poupou no consumo!”

Indignado, a estrela pagou a conta com o seu cartão.

- Valeu! - agradeceu Grimmsnarl.

Quando deu duas horas da madrugada, o bar Dynamax finalmente vai fechar. Starmie fica tomando as latas de refrigerante que Grimmsnarl lhe dera como cortesia por ficar cuidando de Primarina. Incineroar finalmente chega e se prepara pra ir embora.

- Vamos Primarina, hora de ir pra casa! - disse ele erguendo a foca, que ainda estava de ressaca. E devolve o casaco para Starmie.

“Ei, você me disse que ia me dar carona, não é?” pergunta Starmie, querendo confirmar se Incineroar iria cumprir a promessa.

- Ah, claro que sim! - responde o tigre – e aonde você mora?

Starmie fala do endereço da praia onde mora.

- Excelente! - responde Incineroar – você realmente tem sorte! O cara que vai nos dar carona irá justamente pra esse lugar visitar alguém!

“Visitar alguém? Uma hora dessas?” Starmie estranhou se alguém do prédio dele iria receber alguém tão tarde.

- Vamos Starmie! Ele está chegando!

Então, juntamente com Incineroar, Starmie se junta aos outros que irão pegar a carona, o Mimikyu, os três Lycanroc e o Silvally. Logo chegou uma velha kombi verde e laranja que parou na frente deles.

- Chegou a nossa carona! Vamos subir na Wanderlea! - chama Incineroar.

Os Lycanroc sobem rapidamente no veículo como se fosses cachorros agitados. Eles estavam arfando e ficavam andando de um banco pra outro. Era evidente que estavam meio bêbados também.

Starmie fica estarrecido por conta de um veículo tão velho e extravagante ser o que vai lhe dar carona. E ainda por cima tinha nome. Não poderia reclamar disso. Mas teme que ele possa quebrar no caminho. Sem falar dos lobos agitados que ficam cantando e uivando dentro do veículo. Mas um estalo de chicote fez com que eles se assustassem e dessem até um grunhido de choro.

O responsável pelo chicote foi um estranho Pokémon com forma de âncora com algas em volta. Ele era o motorista desse veículo.

“Vamos parar com essa algazarra, bando de cachorrada!” disse Dhelmise que estava irritado “continuem que aí o Chicote Poderoso vai cantar!”

Starmie ficou meio assustado por conta desse Pokémon de aparência assustadora. Incineroar que estava em um banco logo atrás junto de Primarina coloca uma garra na ponta da estrela para tentar acalmá-la.

- Não ligue pra isso não! O Dhelmise é meio estressadinho, mas é porque ele também está trabalhando até agora!

“E a propósito, quem é essa estrela?” pergunta o Pokémon âncora, sem tirar a atenção da direção.

- Esse é Starmie! É que gostaria que desse carona pra ele! Ele protegeu Primarina de uma grande encrenca!

“Ai por causa disso você quer que me responsabilize por ele? Acha que posso ficar por aí dirigindo pela madrugada?”

- Ele vai pro mesmo prédio que você vai! Deixe de ser mesquinho! - pedia o tigre.

“E quem disse que vou pra lá?” questiona Dhelmise meio contrariado.

- Ué, você não prometeu a ele que ia pra lá? É sua chance cara! E você agora tem uma desculpa perfeita pra ir pra lá! Deixe de ser frouxo e vai lá que ele está te esperando!

Starmie ouvia a conversa sem entender muito bem o rumo dela. Então o motorista ainda não resolveu se queria ir para a praia onde a estrela reside? Agora ele se deu conta que vai ter que depender de desconhecidos pra poder voltar pra casa em segurança. Por que tinha que se meter nessa confusão?

Eles estavam na estrada indo em direção ao Bosque dos Carvalhos, o rádio tocava uma calma música acústica com violão. É o que se pedia nesse momento depois de uma noite tão agitada. Os Lycanroc estavam mais calmos. Mimikyu demonstrava que estava sonorento e Primarina estava escorado em Incineroar. O tigre sabe que teria que dar um sermão em seu namorado, mas ele estava dormindo tão encantadoramente que acha que não teria coragem de repreendê-lo.

Logo eles chegaram a um casarão, que ainda estava com algumas luzes acessas. Era a República Alola. Estavam esperando por eles. Incineroar carrega Primarina em seus braços e desce da kombi, seguido de Mimikyu e os outros. Só sobra Starmie e Dhelmise no veículo.

“Ei Dhelmise! Divirta-se! Mas tenha juízo!” fala Mimikyu se despedindo do Pokémon alga.

“Afe Mimikyu! Até amanhã! Aliás, hoje, né? Até mais tarde!” com isso Dhelmise parte em direção à praia.

Foram momentos de tensão para Starmie. Estava sozinho em um veículo com um Pokémon vegetal e fantasma que não conhece. Ele demonstrou que era, no mínimo, bem mal-humorado e ficou temeroso ao pensar se ele poderia lhe levar para um lugar estranho e lhe fazer algo terrível. Mas o melhor que tinha fazer é acreditar nele. Ele é conhecido de Incineroar, que é namorado de Primarina. Espera-se que seja um Pokémon confiável. Passaram o caminho quase todo sem trocar uma palavra. Só se escutava a música acústica no rádio. Starmie fica mais aliviado ao reconhecer que está próximo da praia, perto do prédio aonde mora.

“Ei, tem um lugar pra estacionar aqui?” Dhelmise finalmente quebra o silêncio.

“Tem sim! Logo aí tem um estacionamento que é usado pelos residentes daqui.”

Eles vão para um estacionamento que fica próximo ao cais. Tem alguns carros nele, assim como barcos atracados ao cais que também pertencem aos residentes do prédio submerso.

Estacionando a Wandelea, eles finalmente descem dela e vão em direção ao apartamento.

“Muito obrigado pela carona!” agradece Starmie.

“Tem muita sorte dos nossos destinos serem o mesmo!” fala Dhelmise “Não sei se eu te levaria se fosse por outro caminho!”

Logo eles chegam à guarita de entrada. Mas Starmie fica surpreso ao ver que tinha alguém parado esperando na entrada.

“Dragalge?”

- Starmie! O que você está fazendo por aí uma hora dessas? E ainda com o Dhelmise?

“Espero que não pense besteira Dragalge!” fala a âncora colocando uma ramificação em seu rosto. “Só tive que dar uma carona pra ele! Só isso!”

“Bom gente, vou pro meu apartamento! Boa noite pessoal! E obrigado pela carona Dhelmise!” Starmie, percebe que o cavalo-marinho está meio enciumado e resolveu se afastar logo daí. Mas não pôde deixar de perceber que os dois estavam se abraçando.

“Hum, pelo visto, esses dois ainda vão ter uma noite intensa!”

Não querendo se meter em romance alheio, a estrela entra no seu apartamento. Finalmente na sua casa, em segurança. Mas está sem um pingo de sono. Não só porque bebeu refrigerante demais, com isso açúcar demais. Mas também por conta de uma enxurrada de emoções que teve nessa noite. A alegria inicial por conta dos shows de rock, depois a possibilidade de uma grande confusão, que poderia causar enormes prejuízos ou, no pior das hipóteses, uma grande tragédia. Se não tivesse evitado a aproximação de Rillaboom, se algo tivesse acontecido a Primarina, Incineroar iria com certeza revidar. E isso se transformaria em uma briga generalizada.

Depois teve que ficar vigiando Primarina pelo resto da noite. É como o Gengar disse, isso é pra aprender a dificuldade em ter que cuidar de um Pokémon embriagado. Falando no fantasma, ainda teve que pagar a conta do Gengar. Espera-se que ele realmente pague essa conta no próximo mês e a estrela irá fazer questão de lembrá-lo disso. E ainda teve que volar pra casa temeroso por causa de ter que ser conduzido por um desconhecido que não estava no seu melhor humor. Espera-se que Dragalge consiga melhorar o humor daquele Pokémon alga.

No fim, chegou em casa, bem. A noite tinha tudo pra dar errado, mas no fim, não aconteceu nada de mais pra estrela. Sem consequências e sem muito prejuízo. Só gostaria de a Scizor ter ido junto com ele. Mas agora, como estava sem sono, Starmie pegou seu notebook e vai aproveitar o momento pra adiantar algo do relatório.

E assim foi pelo resto da madrugada. Fez o que podia para o relatório. Até esboçou um slide bem legal. Depois ficou devagando pela internet em seus assuntos de interesse (leia-se tokusatsus e rock), até ficou procurado a origem das músicas que ouvira durante o rolê. Era mais de seis horas quando finamente o sono veio. A estrela adormeceu esparramada no sofá mesmo.

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Eram onze da manhã quando o Dhelmise estava saindo do prédio submerso. Seu humor realmente estava mais radiante. Teve uma excelente resto de noite ao lado de Draglage. Ele ia para o estacionamento. Quando estava abrindo a kombi viu um belo carro azul safira chagando ao estacionamento. Dele saiu um Starmie do carro. E a estrela foi até a guarita do prédio.

“Ué, aquele Starmie tinha um carrão desses? Mas Incineroar disse que ele não sabia dirigir! Ah, deixa pra lá!” sem pensar muito, ele ligou o carro e saiu pra voltar à república.

O que Dhelmise não percebeu é que esta Starmie tinha uma coloração mais pálida, indicando ser mais velha. A estrela foi ao apartamento onde o nosso Starmie residia. Ela abriu com uma chave que tinha consigo. Esta Starmie mais velha ficou olhando tudo a sua volta com o seu núcleo pelo como se fosse um radar fazendo uma varredura pelo apartamento, tentando capturar os mínimos detalhes. Enquanto isso, um Starmie mais jovem, de coloração roxa mais viva, ainda dormia esparramada no sofá, com o núcleo brilhando fraco. A outra estrela vai na direção do dorminhoco e começa a cutucá-lo com a ponta.

“Dormindo uma hora dessas? Não lembra do que combinamos hoje?”

A estrela continuava cutucando a outra. Ela começou a se irritar e sua firme e meio feminina voz telepática ecoou por todo apartamento.

“STARMIE, JÁ PASSOU DA HORA DE ACORDAR!”

A outra finalmente acordou e ficou apavorada ao ver quem chegou.

“Mamãe?”

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GLOSSÁRIO



Aria Cintilante - Sparkng Aria

Cabeçada Zen - Zen Headbutt



Músicas usadas

Detroit Rock City – KISS

Rock and Roll All Night – KISS

Dark Seed - Synlakross

Notes:

Então foi isso pessoal! Peço desculpa pela demora por postar. É que tenho meu trabalho, sou gerente de uma agência, e estudo pra concurso. Mas agora estou de férias no momento e vou postando quando posso.
E pro dia das mães que já é hoje, apareceu uma mãe de alguém ai. E o próximo capítulo irá apresentar algumas mães, só não sei quando irá sair.
Agradeço a leitura e até mais gente!

Notes:

Bem, espero que tenham gostado. Não sei se histórias assim serão populares, mas é algo diferente que quero tentar.

Aguardo nos comentários para me contar o que acharam.

Obrigada pela leitura!