Chapter 1
Notes:
Olá, Primeira vez postando depois de tanto tempo de conta neste site. Heartsteel reacendeu um carinho que achei que tinha perdido pelo LOL e principalmente fez Kayn se tornar meu novo champ preferido, eu amo esse merdinha. A ideia começou comigo querendo escrever fics romanticas sobre o Kayn neste universo, mas sentia que ele precisava crescer e lidar com certas coisas antes de estar pronto pra relacionamentos, dai o que era pra ser um oneshot acabou virando uma fic muito mais longa.
Esta é uma abordagem semi realista sobre TDI (transtorno dissociativo de identidade), eu queria retratar ela de forma mais pé no chão porem a forma como a riot fez o Kayn e o Rhaast dificultou um pouco isso e precisei tomar certas liberdades artísticas para retratar como eu queria. Declaro aqui meu respeito a toda comunidade de pessoas TDI e peço mil perdões se acabar retratando a condição de Kayn de desrespeitosa, agradeceria tambem dicas e puxões de orelhas de vocês, prometo tentar retratar isto da melhor e mais realista forma que eu (apesar de como a riot caracterizou os personagens.) puder.
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Chapter Text
Mais uma noite, mais um show de merda.
Depois de tanta humilhação proporcionada pelo público mais desmotivado do mundo, fomos fazer uma “reunião” de banda no camarim compartilhado. Camarim não é bem o que eu chamaria isso, já vi muito pé-sujo mais elegante e organizado que isso, mas estou numa banda ainda muito desconhecida e não dá para exigir algo além de garrafas de água quente e um sofá velho e sujo.
Nosso glorioso líder, um imbecil com voz de ganso engasgado e que se recusa a me deixar de main vocal, começou a falar sobre o quanto o show foi bom mas poderia ter sido excelente, sobre trabalho em equipe e como a banda é uma... arg... ‘família’. O que esses idiotas tinham na cabeça de entrar no festival de bandas independentes mais importante da costa leste? não fazemos um show decente há meses e acharam que magicamente íamos ter milhares de fãs e um pedido de bis? fudidos que não reconhecem a própria mediocridade.
“hahahaha fala como se não estivesse na mesma banda medíocre”
“Cala a boca!” Acabei me expressando um pouco alto demais, atraindo atenção pra mim em meu canto isolado da sala. Eu estava apoiado na parede por que obviamente aqueles idiotas ocuparam todo o maldito sofá. Todos voltaram o olhar pra mim, o líder nem um pouco feliz de ter sido interrompido pelo garoto problema da banda.
“Tem alguma coisa a dizer? Kayn.” O líder se dirigiu a mim.
“Já que perguntou, eu tenho sim. Que merda foi aquela?! Eu falei que a gente não tava pronto pra um festival desse calibre e os 4 patetas ai não me ouviram e agora pagamos o maior mico!”
“A gente não teria perdido o ritmo se você não tivesse inventado aquele solo de guitarra!” disse o fulano da bateria que eu nunca me importei de decorar o nome.
“Ah me poupe, aquele solo foi a coisa mais emocionante que fizemos a noite toda e vocês sabem! Eu to ficando cansado de carregar vocês como uma mula, eu tenho mais talento na porra da ponta do pau do que vocês tem no corpo todo. Quando vão reconhecer isso e me ouvirem?!” Eu já estava ficando puto, era assim todo o show, maldito dia que eu aceitei entrar nessa banda.
“Você quer reconhecimento? ta bom, a verdade é que você se acha um prodígio porque aos 12 anos ganhou um prêmio idiota, mas é só um merda superestimado. Mas diz ai Kayn, do que adianta ter todo esse ‘talento’ se ninguém suporta trabalhar com você ?” Disse o líder, mas que cuzão.
“Quer saber? talvez eu não precise trabalhar com ninguém, principalmente com quem só ta me atrasando” Disse cutucando o dedo no peito do líder, já deixado a parede onde me apoiava a um tempo e esbravejava na frente da banda toda, que se foda.
“Talvez seja melhor mesmo, por que não faz um favor a todo mundo e...” Quando o líder tava terminando a frase tudo ficou escuro, não consigo lembrar de mais nada depois disso.
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Acordei no dia seguinte na minha cama, no quarto de hotel mais barato que pudemos achar. Normalmente dividíamos o quarto em pares, mas claro que ninguém queria dividir o quarto comigo. Olhei ao redor, o quarto tava tão bagunçado quanto eu deixei na noite seguinte, a camareira não deve ter passado ainda.
Esses... apagões, não são tão incomuns na minha vida, quando criança e vivia com o p-Zed, eu vivia acordando no meio da noite nos jardins ou perdido pela casa, achavam que eu era sonâmbulo. Hoje eu já tenho ideia de que é o Rhaast, normalmente ele é uma voz na minha cabeça, mas às vezes eu apago e quando acordo percebo que ele pegou uma carona no meu corpo, tento juntar os pedaços do que aconteceu depois. Eu não tenho certeza de quem ou o que ele é, descobri ele há um ano, mas às vezes sinto que ele está comigo a vida toda. Desde então eu tendo a parecer que estou falando sozinho por causa dele, uns fulanos do grupo costumavam me olhar assustados quando isso rolava.
Estamos convivendo, ativamente ao menos, ele não parece ser um cara mau. As vezes eu acordo e descubro que ele fez umas músicas muito fodas ou conseguiu terminar músicas que eu estava com dificuldade, acho que posso considerar ele um alter ego ? Mas eu sinto que nem sempre foi assim, mas a pretensão do pensamento por si só me assusta um pouco, eu não quero pensar nisso. Algo me diz que ele não era sempre engraçado e inconveniente, mas é como um déjà vu, uma memória no topo de uma árvore que eu não consigo alcançar. Muito da minha vida são memórias no topo de uma árvore, eu lembro muito bem da casa do Zed e dos anos que passei lá, mas antes disso, no orfanato, eu só lembro que era um lugar de merda mas não consigo lembrar mais do que isso.
Abro o celular e vejo que me expulsaram do grupo da banda, não só isso, como também cada um daqueles merdinhas me bloqueou. Na escrivaninha do quarto eu consigo ver um pedaço de papel familiar rasgado ao meio, o meu contrato.
Ótimo, me expulsaram da banda, já vão tarde. Eu sempre soube que aqueles idiotas nunca me quiseram de verdade na banda, achavam que com a minha fama de prodígio iam ganhar alguma coisa, ha! Como se ser famoso em um gênero que não seja música pop melosa fizesse diferença nesse mundo. Música é sobre trabalho duro, sacrifício e talento, e eles não preenchiam nenhum requisito. E ainda vieram com o papo de ‘família’, até parece, nenhum deles sequer deu ao trabalho de tentar me conhecer, só me chamavam pra ensaios e shows, fomos praticamente estranhos por um ano inteiro.
“Você não precisa deles, estamos melhor sozinhos”
Tem razão, eu não preciso de ninguém, vou continuar fazendo música do meu jeito! Não quero um bando de extras me atrasando.
E é bom aqueles fudidos não terem me deixado a conta do hotel pra pagar.
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Acordo com meu celular tocando, já era o que ? 14:00h ? Eu parei de me importar. Faz 3 meses que saí da banda, aparentemente nenhuma gravadora está interessada em fazer parceria comigo por que sou ‘problemático’ demais pra investirem, ainda mais num som de Trap com Punk Rock alternativo feito por um cara só, apesar do single que lancei ter viralizado no youtube e twitter.
O pouco dinheiro que eu tinha está acabando mais rápido do que eu previ, dá pra me virar , mas não a tempo de fechar um novo contrato pelo visto. Talvez se eu falar com o Zed... não, de jeito nenhum, não vou ser um idiota patético que volta com o rabo entre as pernas pra morar com os pais, eu sou melhor que isso, pelo amor de deus !
Pego o celular na escrivaninha ao lado, eram mensagens de um tal de... Aphelios ? ah, lembrei, eu conheci ele numa reunião aí da gravadora, ele parecia legal e trocamos números. A mensagem dizia sobre um novo projeto, Heartsteel, e quer saber se podemos conversar sobre.
Projeto, uma banda? Não, não vou cair nessa cilada de novo. Eu trabalho melhor sozinho, uma banda só vai me atrapalhar. Não estou tão desesperado pra tentar isso de novo.
Meu estômago ronca em protesto, lembro que não comi nada o dia todo e nem comprei almoço, no máximo deve ter uns pães no armário.
Tá, eu to desesperado, preciso de dinheiro logo e nenhum projeto pessoal meu tem tido chance. Talvez eu possa só ouvir o Aphelios, ver qual é a do projeto, talvez nem seja uma banda, talvez seja só um feat ou algo assim, de qualquer forma não vou deixar de fazer a minha música independente da proposta. Eu mando mensagem pro cara, marcamos hora em um restaurante pra conversar sobre esse projeto, ainda bem, por que eu estou morrendo de fome e talvez eu possa enrolar o cara pra pagar um almoço pra mim.
Vamo ver qual é a dessa Heartsteel.
Notes:
Eu claramente estou enferrujado, mas estou melhorando a cada capitulo, os dois primeiros são os menores mas eles vão gradativamente aumentando de tamanho e admito que não tenho disciplina ou autocontrole para mudar isso.
Bem, é isso, espero que vocês gostem e apreciem esta jornada comigo
Chapter 2
Summary:
Quando entrei na adolescência, outra pessoa passou a me acompanhar nas aulas. O nome dela é Akali, ela vinha com o Shen, acho que ele era professor de academia ou tinha um dojo ou qualquer merda dessas. Ela era uma magrela de cabelo de vassoura com uma personalidade irritante, tínhamos 15 anos na época, e eu admito que não estava melhor do que ela.
Zed disse que ela ia dividir os professores comigo a partir daquele dia, ele e Shen decidiram que poderia ser muito bom pra mim ter alguém que estivesse tão apaixonado quanto eu por musica, que iamos nos apoiar e desafiar. Mais tarde descobri que era porque Shen não podia pagar pelas aulas de Akali de forma integral, então os dois combinaram que Shen pagaria só metade das aulas.
Não gostei nenhum pouco na época, eu não era muito bom lidando com outras pessoas e não queria ter de interagir com alguém desconhecido quando fazia algo que gostava.
“E ai emozinho ? pronto pra errar todas as notas do violão hoje ?”
Notes:
Olá a todos que ainda estão comigo nesta jornada. Particularmente este foi uma dos meus capítulos favoritos enquanto eu escrevia e que me fez amar ainda mais Akayn, quero muito continuar escrevendo sobre eles no futuro.
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Chapter Text
“Vamos cometer crimes !”
Aphelios é a porra de um gênio, um clip no estilo filme de assalto enquanto a gente invade uns estúdios pra gravar é meta linguagem pura. Finalmente, eu to trabalhando com pessoas minimamente capacitadas, de alguma forma todas as ideias malucas que tivemos vão entrar no clip. Até me deixaram ter um solo em rap !
Eu to tão animado que poderia arrancar minha cara fora !
Eu preciso contar isso pra Akali. Abro o celular e escrevo tão rápido que nem deve ta mais fazendo sentido e envio.
Número bloqueado.
Ela me bloqueou em mais uma conta, ótimo, eu vou achar um jeito de falar com ela de qualquer forma. Eu não vou parar até ela me dizer o que tá pegando, nem que eu tenha de dar indiretas pra ela em cada entrevista que eu for fazer na vida, já faz um ano e meio que ela tá assim comigo e não faço ideia do por que. Porra, a gente se conhece desde a adolescência
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Não lembro de nada da minha vida antes de ser adotado pelo Zed, mas lembro muito bem do que vivi naquela casa, minhas melhores lembranças. Eu comecei as aulas de música bem cedo, não lembro se é por que pedi pro Zed ou se ele viu algo em mim e pensou ‘eu posso transformar esse moleque franzino numa estrela da música’. Aprendi o máximo de instrumentos possíveis, meu favorito por muito tempo foi a bateria, para horror dele. Tive aulas de dança também, odiava dança moderna mas o hip hop valia a pena passar pelas outras danças. Nessa época já tentava escrever letras, elas eram horríveis, eu não tinha ideia do que exatamente queria dizer com minha música, apesar disso ganhei um prêmio da rádio local ainda muito moleque. Comecei a ter bandas e artistas favoritos, até hoje Pentakill é minha favorita, mesmo que minha inclinação musical seja o trap, eu amava toda a persona deles.
Quando entrei na adolescência, outra pessoa passou a me acompanhar nas aulas. O nome dela é Akali, ela vinha com o Shen, acho que ele era professor de academia ou tinha um dojo ou qualquer merda dessas. Ela era uma magrela de cabelo de vassoura com uma personalidade irritante, tínhamos 15 anos na época, e eu admito que não estava melhor do que ela.
Zed disse que ela ia dividir os professores comigo a partir daquele dia, ele e Shen decidiram que poderia ser muito bom pra mim ter alguém que estivesse tão apaixonado quanto eu por musica, que iamos nos apoiar e desafiar. Mais tarde descobri que era porque Shen não podia pagar pelas aulas de Akali de forma integral, então os dois combinaram que Shen pagaria só metade das aulas.
Não gostei nenhum pouco na época, eu não era muito bom lidando com outras pessoas e não queria ter de interagir com alguém desconhecido quando fazia algo que gostava.
“E ai emozinho ? pronto pra errar todas as notas do violão hoje ?”
Ah é, e também tinha isso, ela não calava a boca, vivia me chamando de emozinho e me provocando. De uma perspectiva do presente, acho que ela só queria me fazer falar algo, qualquer coisa, obviamente eu sempre respondia. Passamos meses nessa rivalidade/amizade relutante/ parceria, ela também gostava de trap então íamos desde escrever letras juntos a rap battles, ela era feroz e eu tinha ódio do quão boa ela era.
Se tornou rotina, depois das aulas todo fim de semana Shen e Zed diziam pra irmos brincar ou fazer algo juntos enquanto eles tinham coisas importantes pra tratar. Não éramos idiotas, sabíamos que os dois estavam juntos e quando se trancavam no escritório eles iam namorar, que nojo. Nesse tempo livre ela me fazia assistir Naruto tantas vezes que acabei virando fã de anime, ninjas barulhentos não eram bem minha vibe, mas achei Death Note foda.
“Que novidade você gostar de Death Note, é todo sombrio e edgy como você” Ela disse com um sorriso provocativo, aquele sorriso irritante.
“ Eu gosto de ver coisas inteligentes e profundas, melhor do que você que perde tempo vendo 500 eps de um pirata que estica” Eu respondi do lado dela do sofá, ela me chutou pra fora com força, como diabos ela era tão forte ? “Ai ! qual é ?!"
“Se foder, cara”
“Fodase você também”
Ela tava certa, Death Note era uma merda super estilizada, e não ironicamente One piece virou meu favorito secreto, mas eu nunca vou admitir isso pra ela.
Nunca vou esquecer de quando pegamos as bicicletas e fomos apostar corrida até o final da rua, o perdedor ia ter de fazer uma pichação na caixa d’água do bairro e não ser pego, os sprays sendo cortesia de Akali, não entendo como ela conseguiu trazer tantos na mochila. Já estavamos no final da rua principal, a maldita tinha pernas fortes então eu tava na desvantagem, porra de puberdade que não vem nunca.
“ Pronto pra desistir, emozinho?!” Ela gritou da bicicleta em frente a minha. “ Você já sabe como isso vai acabar!!!”
“Nunca !!” Eu pedalei o mais rápido que eu conseguia, a marca de chegada era a padaria no final da rua. Eu quase me quebrei todo freando quando chegamos, tinha caído da bike com força, por sorte só me ralei de leve.
Ela venceu, como sempre, ofereceu a mão pra me ajudar a levantar. Aquele sol de fim de tarde fazia o cabelo preto dela brilhar como fogo, mas não tanto quanto seu sorriso largo e divertido. Eu levei muito tempo pra aceitar, mas foi nessa hora que eu percebi que talvez eu gostasse dela muito mais do que como uma amiga.
“Você tá fazendo cara de bobo” Ela disse e riu de mim com a sobrancelha levantada.
“Tó nada !” Bati na mão dela, recusando a ajuda. Isso só fez ela rir ainda mais.
Aposta é aposta, invadimos o terreno da companhia de saneamento, escalar a cerca de ferro foi moleza mas subir aquela escadinha de metal era meio merda. A caixa d’água tinha um espaço que era pros funcionários andarem, tipo uma sacada circulando a caixa, todo o espaço coberto com pintura verde musgo descascada. Tirei o spray vermelho e rosa da bolsa e comecei, tínhamos pouco tempo antes do segurança do lugar achar a gente.Uma hora eu precisei ficar nos ombros dela pra poder deixar o desenho maior e mais visível, ela era mais alta e mais forte que eu na época, ela aguentava.
Escrevi AK+KA ESTIVERAM AQUI , bem grande, com desenho de kunai e foice, porém como eu não sei desenhar pareciam muito mais fálicos do que era pra ser. Mas de qualquer forma, gostamos do resultado, olhamos um pro outro e começamos a rir pra caralho.
Nossa festa acabou rápido, o vigia nos achou, corremos dele pela sacada e quase pulamos da escadinha de metal, eram 4 metros de altura entre a sacada e o chão, podia dar uma merda se pularmos direito assim. Corríamos pelo terreno, a mochila preta e desgastada cheia de sprays pesando nas minhas costas.Akali conseguiu chegar na grade e já estava subindo, quando o vigia corpulento agarrou meu braço e começou a gritar comigo.
Eu simplesmente apaguei.
A próxima coisa de que me lembro foi estar em frente a casa do Zed. Akali rindo ofegante de uma provável corrida, eu também estava ofegante, quando eu comecei a correr ? o que diabos aconteceu ? Ela começou a me chacoalhar pelos ombros, me olhando quase histérica. Nunca estive tão perto dela assim, eu consegui sentir o cheiro de suor e de mais algum cheiro apimentado, como lámen.
“Puta que pariu !!!! o que foi aquilo !?!!?” Ela disse se sentando nas escadas de ladrilhos vermelhos, só agora eu percebi já era de noite, o pôr do sol se foi a muito tempo.
“O que foi o que ?” Eu perguntei, ainda meio tonto com tanta informação, ela me olhou levemente confusa e divertida.
“Como diabos você simplesmente morde o vigia assim?!? e você ainda jogou todas as latinhas de spray nele HAHAHAHAHA. Acho até que o cara vai tomar uma vacina antirrábica depois disso” Eu sento do lado dela na escada, ainda processando, então era por isso que eu estava com gosto de sangue na boca. “Você é meio doido, eu gosto disso !”
Ela sempre dizia isso, e eu me sentia estranhamente feliz toda vez. Feliz que ela gostava de estar comigo, que ela gostava de quem eu era e não apesar de quem eu era.
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Há um ano e meio saímos de moto pra comer no Lámen do Bill, nosso point favorito. O lugar era simples, uma barraquinha ao estilo japonês com lanternas vermelhas e tudo, além da bancada ele tinha várias mesinhas com banquinhos apesar de raramente estar lotado, ele ficava na periferia da cidade com casas simples nos arredores. O Bill era um cara muito legal, um senhorzinho rechonchudo com um grande bigode branco, conhecia a gente a anos e sabia exatamente o que queríamos toda vez.
Viemos comemorar com nosso especial super apimentado cheio de fatias macias de porco. Ela tava tão animada e não parava de sorrir, contou que foi chamada pra um projeto secreto com Ahri(a princesinha do kpop) e Evelynn(a socialite mais poderosa do sul do país).
“Nada do que eu disser pode sair daqui, ouviu ?” Ela me olha séria, apesar do rosto sujo do caldo marrom que respingou, eu admito que tive de me segurar pra não limpar com o polegar. “ Mas me chamaram pra ser main rapper !!! não faz ideia de quantas ideias e músicas eu já pensei e ainda nem me passaram um endereço de onde vamos nos encontrar” Se o rosto dela pudesse rachar com o sorriso eu acho que já teria despedaçado a muito tempo.
Estávamos um do lado do outro na bancada, a lateral dos nossos corpos se encontrava com frequência e meu coração acelerava toda vez. Ela tava tão bonita naquela noite, com seu rabo de cavalo característico e um blusão preto que combinava com seus tênis brancos novos, nas orelhas estava aquele par de brincos triangulares de prata que dei em seu último aniversário. Eu adorava quando ela os usava, e adorava mais ainda por que eu os dei.
“Mandou bem tampinha ! quem diria que fazer aquelas apresentações de rua ia te abrir portas, ah é, fui eu que disse não é mesmo ?” Eu disse chupando meu macarrão de forma arrogante, apesar da forma como eu falo, ela sabe que eu to feliz por ela. Sei o quanto ela tem tido dificuldade pra ganhar espaço no cenário musical, não que eu estivesse melhor do que ela.
“Tá bom, você estava certo, foi uma ótima ideia. Mas não deixe isso subir a sua cabeça, só deus sabe o quanto não precisamos de você ser mais convencido do que já é” Ela mastigava o pedaço de porco suculento com o rosto franzido, mas eu sabia que ela não estava chateada de verdade “E não me chama de tampinha ! só por que você decidiu virar um vara pau depois dos 18 não quer dizer que eu seja pequena ! cuzão”
“Só não vai esquecer dos amigos quando virar uma super estrela do pop ou qualquer merda dessas” Eu disse depois de roubar um ovo cozido do bowl dela, não sem ouvir um som de reclamação vindo dela. “ E sobre não ser pequena, me poupe, lembra daquele show que eu tive de te pôr nos ombros por que você não conseguia ver nada da plateia ?”
Ela me deu um soquinho no ombro.
“Eu nunca vou esquecer de você, idiota”
O jeito que ela falou, aquele olhar determinado e ao mesmo tempo divertido, eu confiei com todas as forças que isso era verdade e me agarrei a isso. Eu queria me declarar já tinha alguns meses, queria que ela fosse minha namorada, queria fazer música juntos e talvez mais, nós seríamos imbatíveis juntos e nada iria nos parar. Eu nunca quis alguém do meu lado tanto quanto queria ela, talvez nunca conseguisse querer, mesmo que ela não me quisesse.
Já era tarde e a estrada era longa, combinamos que ia levar ela pra casa. Ela subiu na minha moto, usando aquele capacete de tigre idiota que eu adorava, me abraçou pelas costas e eu dei partida no motor, com o vento gelado passando por nos e meu rosto quente escondido pelo meu capacete preto.
Eu acordei no dia seguinte não lembrando de mais nada depois de pararmos no quarto sinal, e desde então ela não falou mais comigo. Hoje eu suspeito que Rhaast tenha algo haver com o que aconteceu, um primeiro sinal da sua evidente existência, se ele sabe o que aconteceu naquela noite, nunca me contou. Pela primeira vez eu senti realmente medo de ter acontecido algo grave e irreversível, sempre vou odiar ser deixado no escuro, nunca antes desejei tanto saber o que acontece quando eu apago.
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Tentei falar diretamente com ela durante semanas, em todo lugar possível, mas ela sempre ignorava minhas ligações, me bloqueava, e nem atendia em casa. Ela se mudou com as K/DA algum tempo depois e não me contou onde morava agora.
O que me deixou mais puto nem foi isso, foi ela ter criado um grupo próprio pouco tempo depois e nem teve a decência de me convidar, ela sabia que eu estava procurando uma banda e mesmo assim eu nem passei pela cabeça dela, que vaca ! Acabei tendo de entrar naquela banda de perdedores porque não tinha mais opções e queria fazer música de alguma forma. Ela…ela me prometeu, prometeu que nunca ia esquecer de mim.
Se eu fiz algo, qualquer coisa, porra, diz na minha cara. Só…não me esqueça.
Notes:
Mistérios estão se formando sobre a presença de Rhaast e suas consequências, espero conseguir escrever uma conclusão a altura de todo mistério que eu to fazendo aqui heheeheh.
Se preparem por que o próximo capitulo vai ser o dobro desde, estou ainda em preparação do capitulo 4 mas ele ja esta maior do que o 3, eu não tenho auto controle, desculpe.
obs: eu peço perdão pela formatação deste capitulo estar muito diferente, eu simplesmente não consigo copiar o texto direito do google doc, seja o que foi que eu fiz no cap 1 eu não consigo repetir aqui, espero que não atrapalhe a experiência de ninguém.
Chapter 3
Summary:
Terminamos todas as gravações ao nascer do sol, tínhamos o material completo e precisávamos sair de lá o mais rápido possível. Porém, enquanto gravávamos, Ezreal parecia outra pessoa pra mim, como se toda nossa dinâmica tivesse mudando completamente, e não de um jeito ‘estamos estranhos e tímidos e não sabemos mais como estar perto um do outro’ e mais como ‘almas gêmeas feitas de puro caos’, e foi muito bom.
Notes:
Boa tarde a todos que ainda acompanham esta fic. Este é por enquanto o maior capitulo, o 4 ainda esta em produção e infelizmente não tenho garantias de que ficará pronto para postar na próxima sexta feira.
Este capitulo é NSFW, o final dele será importante para o futuro da fic. Eu particularmente amei escrever o smut dele e espero poder escrever mais smuts com outros casais e talvez numa trama menos emocionalmente carregada.
Aproveitem.
(See the end of the chapter for more notes.)
Chapter Text
Finalmente chegou o dia das filmagens do clipe. Uma dica de invasão a propriedade privada, quanto mais rico e chique menos segurança parece que o lugar tem. Foi extremamente fácil, tinha só um ou dois seguranças e eles estavam em lados opostos do complexo, os cães de guarda foram mais difíceis de lidar. A ideia de começar primeiro a gravar a perseguição dos carros acabou virando uma perseguição mesmo, corríamos pra chegar no estúdio do lado norte do complexo onde íamos gravar as partes do Sett no clipe.
Acho que nunca me diverti assim antes, esses caras me entendem de alguma forma que nem sei explicar. Claro, eu ainda sou bem escroto nos meus melhores dias, mas sempre recebo uma resposta a altura, e melhor ainda, nenhum olhar de ‘te desprezo e só estou te aguentando pelo profissionalismo’. Minha última experiência com banda foi tão terrível que nem passou pela minha cabeça que talvez ter um grupo poderia ser bom e até reconfortante, inclusive, Rhaast está estranhamente quieto desde que entrei na banda e só aparece pra me ajudar/corrigir letras e melodias praticamente, talvez isso seja um bom sinal ? eu não sei.
Aphelios foi quem me chamou pro grupo, ele é um dos songwriters mais fodas que eu já vi, foi o trabalho dele que me convenceu naquela tarde de reunião, se fosse qualquer coisa abaixo de fenomenal eu não teria ficado nem pra sobremesa ( que ele pagou, alias). Ele é um cara legal, não fala por conta da cordas vocais, mas isso não o impede de usar aquela voz de google idiota pra falar pelos cotovelos quando quer. Se acha que eu sou um merdinha desagradável, devia ver quando pisam no calo dele, o próprio Xante já sofreu na mão dele uma vez, eu gosto disso no cara, é sincero e destemido como suas letras. Às vezes a gente fica só perto um do outro, cada um fazendo suas próprias coisas no sofá ou no estúdio da casa, mas acredita que as vezes o bostinha me desafia pra umas paradas loucas e depois diz que nunca me desafiou pra nada ? nem vem com esse papo ! a gente até apostou 20 paus. Enfim, apesar de tudo não chegamos a ser tãooo próximos assim.
Talvez esse título de ‘pessoa mais próxima de mim’ no grupo seja do Sett ? O cara não era exatamente o que eu imaginava tendo apenas um contexto de ‘conhecidos profissionais’, ele também era rapper e fazia a própria identidade visual, tudo nele dizia audácia e autoconfiança de longe. De perto também era verdade, mas, apesar da presença intimidante no palco e em seus trabalhos anteriores, o cara é super legal e companheiro. De alguma forma o maluco consegue aturar e segurar o meu mood mais desagradável quando estamos juntos, me responde a altura mas sem ser escroto de verdade, ou só bagunça meu cabelo e brinca de lutinha. Se ele não tivesse quase me dado uma sova quando fiz uma piada de mãe eu teria acreditado que ele era um monge budista, por sinal nunca façam piadas com a Mamis do Sett, o cara consegue quebrar uma tora ao meio com as mãos e fará o mesmo com sua cabeça. Melhor ainda, nesta casa não aceitamos piadas com a Mamis do Sett, sujeito a paulada. Enfim, gosto de passar um tempo com ele, jogar videogame, falar merda no discord, provocar um ao outro, será esse o sentimento de ter um amigo que é ‘um irmão que nunca tive’ ? se for, não posso dizer que não gosto disso. A única coisa que não gosto é essa insistência dele e do Xante de me fazer malhar com eles, eu vi o programa de exercício e é insano, não, nunca nessa vida.
K’sante, ou Xante como apelidamos carinhosamente, é um dos membros mais velhos do grupo. Um cara tão ou até maior do que o Sett, mas igualmente molenga. Ele é algo entre ‘um amigão que dá ótimos conselhos e entra na zoeira’ e ‘pai cansado que sempre que as coisas dão errado dedura pra mãe na esperança de limpar a barra dele’. Não conheço muito dele, sei que ele era de uma dupla e acabaram se separando. Ele sempre parece ser paciente comigo e fala daquele jeito paizão de série americana, não sei como me sentir sobre ele já que não somos tão próximos e não temos tantos tópicos de conversa.
Por falar em mãe, me sinto na obrigação de falar do Yone, puta que pariu, ele é insuportável. Obrigou todo mundo a assumir uma ‘responsabilidade’ e me deixou com a pior tarefa possível. A maioria no grupo é rico, não era mais fácil só contratar alguém pra isso ? mas nãooo, nós temos de aprender alguma lição milenar japonesa sobre equilíbrio e autonomia ou alguma merda dessas. Não me leve a mal, ele é de longe o melhor produtor com quem já trabalhei, mas se fosse pra ter uma figura paterna vigiando meus passos e me chamando atenção a cada 10 minutos eu teria continuado na casa do Zed, odeio isso, me sinto preso e tratado como uma criança. Fora que ele é todo certinho e responsável, se nós marcamos uma reunião de banda às 15:00h ele chega na sala às 14:45h e ainda fala que estamos atrasados.
A única coisa que torna ele mais suportável é que ele reconhece um bom trabalho quando vê um. Eu posso atrasar o quanto for com a louça ou com trechos de música para editar, mas se eu fizer tudo certo ele dá aquele sorrisinho e diz que eu fiz um ótimo trabalho, não de uma forma irônica ou zombando de mim, tipo, ele fala de verdade como se eu tivesse tirado só nota 10 em todas as provas de fim de ano, pra valer. Sei lá, isso é meio que legal, não é sempre que reconhecem meus esforços, Zed fazia muito isso em casa, acho que talvez eu sinta um pouco de falta disso.
Quer saber ? esqueçam tudo o que eu falei do Yone, pois o prêmio de mais insuportável dessa casa vai pro principezinho do pop Ezreal. Arrrgg que ódio desse cara, todo cheio de selfies de sorrisos falsos, corações e óculos ridiculamente coloridos. Ele é tudo o que eu odeio nessa industria: música pop chiclete e vazia, uma persona pública tão higienizada que nem parece que ele caga, além de rios de seguidores e royalties milionários da única maldita música que ele já conseguiu fazer ser um sucesso e toca em loop em todos os shoppings do país. O que mais me deixa puto é que eu sinto quase uma inveja, ele tem tudo o que eu sempre tentei conseguir através de trabalho duro apenas sendo carismático. Pra piorar ele ainda é gostoso ! não que os outros caras da banda não sejam, eu tenho olhos e sou um pansexual com bom gosto, mas ele é só tão irritantemente lindo que eu tenho vontade de socar ou morder a cara dele fora. Até hoje não acredito que gastei tanto pra ter aquele pôster no quarto só por conta disso, agora tenho de trancar o lugar sempre porque não quero que alguém descubra.
‘“Eu gosto de olhar pra ele” Disse Rhaast na parte de trás da minha cabeça. “E eu sei que você também gosta”
“De uma forma completamente platônica, como ver uma obra de arte, só isso.”
“Vai mesmo meter essa, Kayn ?”
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Terminamos a cena do Sett pro clipe. Nunca senti tanta adrenalina, o caminhão de sorvete está no meu top 1 de melhores carros que já dirigi, o bichinho até que aguentou bem as barbeiragens que eu faço melhor do que muita mercedes. Minha dupla pro caminhão acabou sendo o Ezreal, a muito contragosto dele hahahahahah, ele até tentou trocar com o Aphelios, que otário. Mas até que foi divertido, ele todo com medo no começo mas enquanto a filmagem rolava foi ficando cada vez menos nervoso até realmente começar a se divertir com minhas manobras.
Descemos juntos do caminhão, rindo muito do Aphelios estragando o take do Sett com o aquele maldito gongo. Ezreal veio até o meu lado do caminhão, me deu um soquinho amigável no ombro.
“Cara ! Isso foi muito incrível ! eu tava duvidando que você tinha mesmo habilitação, eu nunca fiquei dentro de um cavalo de pau antes !” Ele ficava sorrindo com aqueles dentes levemente desiguais, ele nunca sorri assim em posters a não ser que ele esteja mais no fundo da foto. Ridículo ele ter vergonha disso, eles eram bem fof- digo normais, muita gente tem dentes assim, não tem nada de se envergonhar.
“Humf isso porque você ainda não me viu de moto, isso aqui não foi nada. Se você quiser eu te mostro qualquer dia desses” Eu tinha me aproximado dele, o caminhão tampando nossa visão dos outros. Eu apoiei minhas mãos na nuca, mais relaxado. “A não ser que o principezinho aí tenha medo de quebrar a unha ou alguma merda dessas.”
“Eu tenho é medo de quebrar algum osso, seu idiota !” Mesmo com o insulto e o leve chutinho na minha canela, ele riu, apoiando as mãos naquele quadril fino.
“Ouch, você não confia em mim pra cuidar de você numa moto, Ezy ? Assim você me magoa, como pode um príncipe ser tão cruel ?!” Coloco a palma de uma mão sobre o peito e as costas da outra sobre a testa, cheio de mágoa e pesar fingido, jogando meu corpo muito maior pro tampinha do Ezreal tentar segurar, ele tenta não me deixar cair como o cara decente que é .
“KAYN !! Não, cara ! hahaha para !” Ele me empurrou o mais forte que conseguiu, eu decidi dar essa colher de chá e cedi ao movimento, mas não me afastando tanto dele. “Você é um idiota, sabia ?”
Naquele momento eu não sei o que aconteceu, nossos olhos se encontraram, eu senti uma corrente elétrica percorrendo minha espinha, num momento estávamos nos provocando e rindo, e no outro nos atracamos como se atraídos por imãs.
Aqueles lábios macios que as vezes eu fitava se juntaram aos meus, as mãos pequenas protegidas por luvas se enroscaram nos cabelos da minha nuca, seus peito e quadril colado aos meus, aquele cheiro de fruit loops enchendo minhas narinas.Minhas mãos pousaram naqueles quadris finos, segurando com força, rapidamente minha língua pediu passagem naquela boca pequena e quente, ele ainda tinha gosto da pizza de marguerita que comemos mais cedo.
Suavemente empurrei ele em direção à lateral do caminhão, apoiado entre o metal frio e meu corpo cada vez mais quente. Ele derretia sob minhas mãos em seu corpo esguio, uma delas subindo para deslizar do abdômen até seu peito arfante. Era um beijo apressado e ao mesmo tempo preguiçoso, foi uma experiência nova pra mim, eu gostei dos pequenos suspiros que tirei dele.Uma de suas pernas subiu para se enroscar no meu quadril, nossas pélvis praticamente separadas apenas pelo tecido das roupas, uma de suas mãos arranhava meu ombro sob o casaco amarelo enquanto a outra puxava meu cabelo.
Porra.
Eu coloquei uma perna entre as dele, o empurrando para se apoiar sob minha coxa, eu já podia sentir ele ficando duro com meus toques. O gemido que ele soltou enquanto eu mordia seu lábio inferior foi coisa mais erótica que eu já ouvi, e quando ele começou a se esfregar devagar na minha coxa foi…
“Meninos ! vamos pro set 38, precisamos terminar a gravação até o amanhecer”
Porra Yone !
Nos separamos no susto, como se a mesma corrente elétrica que senti tivesse nos atingido mas ao invés de ser prazerosa foi aterrorizante. Acho que ninguém nos viu de onde estávamos, e a voz do Yone parecia vir da entrada do estúdio, ok ok. Ficamos nos olhando por um segundo de eternidade, o peito dele subia e descia no ritmo do meu pela falta de ar. Ele sorriu pra mim tímido e de olhos dourados brilhantes escondidos pelos óculos, eu sorri de volta, lambendo meus lábios sob o olhar dele, não querendo esquecer o gosto da pizza. Ele foi o primeiro a quebrar aquele silêncio quente e levemente envergonhado.
“Acho…acho melhor a gente ir.”
“ É…então…primeiro as damas ?” Eu recebi um empurrão leve por isso, seguido de uma longa olhada, de cima a baixo, por cima de seus ombros macios enquanto ele saia de trás do caminhão.
Eu o segui pouco tempo depois, precisava me recompor.
Que porra foi essa ?
Fomos seguidos pelos olhos questionadores de Yone ao sair do Estúdio, não parece que ele sabia que a gente se pegou legal a poucos minutos, mas se sabia ele não comentou.
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Terminamos todas as gravações ao nascer do sol, tínhamos o material completo e precisávamos sair de lá o mais rápido possível. Porém, enquanto gravávamos, Ezreal parecia outra pessoa pra mim, como se toda nossa dinâmica tivesse mudando completamente, e não de um jeito ‘estamos estranhos e tímidos e não sabemos mais como estar perto um do outro’ e mais como ‘almas gêmeas feitas de puro caos’, e foi muito bom.
Ezreal simplesmente se revelou um zueiro no sigilo, até pior que o Aphelios. Eu estava de boa, encostado na parede enquanto esperava minha vez pra cena das placas de identificação, ele chegou em mim na ponta dos pés pra chegar próximo do meu ouvido e disse com aquela voz animada:
“Ei Kayn,será que nós dois juntos chegamos na altura do Xante ? me coloca nos ombros ai”
Eu aceitei mais rápido do que tenho coragem de admitir, e realmente ficamos na altura do K’sante, tava tudo indo bem até derrubarmos uma das câmeras.Yone correu atrás de nós gritando que íamos pagar por aquele equipamento.
Pegamos um tempo depois o Sett dormindo no banco de trás de um dos carros, ele simplesmente capotou de sono, que dó, parece que o bebezão passou da hora de dormir. Ezreal Olhou pra mim, tirou uma caneta de lousa azul escuro do bolso, levantou a sobrancelha enquanto girava a caneta nos dedos.
“Ele conhece as regras da festa do pijama, o primeiro a dormir leva prenda” Ele disse passando a caneta pra mim. Eu abri um sorriso que talvez tenha parecido meio maníaco, segurando o riso o melhor que eu pude pra não acordar o grandão, comecei a rabiscar a cara do Sett com minha marca registrada.
Aphelios pegou a gente no flagra, e assim como um adulto maduro e responsável deveria fazer, usou a câmera profissional que estava com ele pra filmar esse belo momento e talvez guardar evidência pra suborno ? o carinha é ardiloso. Obviamente Sett ficou puto com a gente, e mais puto ainda porque levou muito tempo pra conseguir tirar a tinta da caneta do rosto, teria sido tão hilário se fosse uma permanente.
Aqueles merdinhas, mas principalmente o Ezreal, ficaram rindo quando fiquei preso na porta do cofre. Descobri mais tarde que ele ficou tirando selfies e postou tudo na conta pessoal, e eu aposto minha guitarra assinada pelo Yorick que foi ele que deu um tapão na minha bunda antes de decidirem me ajudar a sair.
O resto do dia foi focado em editar o clipe, fazer ajustes e talvez regravar o áudio de algumas cenas. Óbvio que a edição não ia acabar em apenas um dia, apesar de boa parte do trabalho ser do Xante; Yone e Aphelios, era importante que todo mundo tivesse ciência de como estava indo o projeto. Eu sempre me sentia inútil nessa etapa do processo, não que muitas músicas minhas tivessem videoclipe, mas sempre era outra pessoa que fazia o grosso da edição e tudo que eu podia fazer era ficar olhando como um bestão e não entendendo porra nenhuma.
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Paramos quando anoiteceu, tava todo mundo cansado então pedimos comida Tailandesa. K’sante e Yone foram os únicos jantando na mesa enquanto o resto de nós ficamos comendo no sofá. Queríamos botar um filme, mas toda vez passamos mais tempo discutindo qual filme escolher do que assistindo de fato, Sett queria ver Interstellar, eu queria ver o novo Jogos Mortais e Ezreal como sempre queria ver um documentário super chato sobre a mesopotâmia , e nós até já tínhamos acabado de comer !
No fim decidimos pelo filme do Sett, eu tava achando bem chato até a hora que eles foram pro espaço. Yone e K’sante se retiraram pros quartos logo depois de comer, ainda bem que lavaram os pratos deles, ia ser menos trabalho pra mim mais tarde. Eu e Ezreal estávamos em lados opostos do sofá, com os meninos entre nós, às vezes nossos olhos se encontravam no escuro banhado pela luz da TV. Ele me fitava discretamente por cima do potinho de pudim que comia, e quando eu devolvia o olhar ele voltava sua atenção para a tela. Meu olhar às vezes se demorava nas formas de suas pernas macias, visão facilitada pela posição que ele escolheu de ficar apoiando o queixo nos joelhos e por aqueles shorts curtos, elas eram rosadas mesmo sob a luz azul do filme. Ninguém parecia notar essa estática no ar, ele com aquele pudim e eu com minha cerveja que fingia ainda tomar pra engolir em seco sem chamar atenção, eu queria mais do que tudo pular nele nesse sofá mesmo e que se dane tudo.
O filme ainda estava na metade quando Ezreal levantou, ele foi até a cozinha para jogar o pote de pudim fora e quando voltou disse:
“Ei gente, ta ficando tarde, acho que já vou de caminha, boa noite ~~~”
“Boa noite mano” Disse Sett se ajustando no sofá, agora com mais espaço vago. Enquanto Aphelios não disse nada, mas acenou um tchauzinho amigável e sem desviar o olho do filme.
Eu não disse nada, olhei pra ele em expectativa mas ele não olhou de volta e simplesmente subiu as escadas para a área dos quartos. Isso foi estranho, eu me senti meio, rejeitado ? como alguém pode ser rejeitado sem uma única palavra ? achei que tava rolando uma parada legal mas Ezreal só foi embora, sem sinais positivos, sem olhares provocativos, sem um dedinho me chamando discretamente. Isso não deveria me magoar, era bobagem, talvez ele estivesse só cansado mesmo, afinal nós viramos a noite. Talvez amanhã ele queira ficar de novo, eu queria muito ficar de novo com ele.
O filme finalmente acabou, Sett estava mais pra lá do que pra cá e junto do Aphelios ajudamos o grandão a subir as escadas, como se ele tivesse bebido e não eu. Com o meio vastaya devidamente posto pra nanar com as mesmas roupas que usou o dia todo, Aphelios foi pro próprio quarto assinando um boa noite em libras pra mim. Eu desci pra cozinha, se largasse a louça pro dia seguinte Yone não pararia de reclamar comigo, e às vezes eu só preferia evitar ter ele no meu pé, o bom é que tinha bem pouco, acabei em uns 5 minutos.
Ao voltar pro primeiro andar parei em frente ao quarto do Ezreal, nossos quartos eram separados pelo do Sett, dava pra ouvir uma música bem abafada vindo dele, como se ele estivesse ouvindo música no banheiro ? ele deve estar tomando banho. Esse pensamento suprimiu minha vontade de bater na porta dele, eu nem sei o que ia dizer, acho que só queria ve-lo uma última vez hoje.
Tomar banho não parece uma má ideia, fiz o mesmo ao voltar pro meu quarto. Acho que todos os quartos do andar são suíte, o que com certeza é um pesadelo pro otário que ficou de lavar os banheiros da casa, nenhum pingo de pena dele. Fiz serviço completo, banho, escovei dentes, e vesti uma samba canção xadrez com uma camisa velha de banda preta desbotada. Parei no meio do caminho para cama ao ouvir batidas na porta, ao abrir me deparei com uma imagem que vou levar um tempo pra esquecer, eu admito.
Ezreal estava lá, encostado suave e sensualmente no batente da porta, cheirando a fruit loops. Ele tava usando minha camisa da Pentakill ?!?! Ela era tão larga que deixava o ombro e clavícula esquerda totalmente amostra, ele tinha pequenas sardas nos ombros, além de passar da cintura dele em comprimento como se fosse uma grande camisola. Essa visão me deu água na boca e meu queixo estava no chão.
“Oi Kayn, olha que coisa engraçada, a sua camisa foi parar no meio das minhas, então pensei em vir aqui rapidinho devolver ~~~” Ele disse com aquele sorriso irritantemente lindo e com uma mão na cintura, e nada daqueles óculos coloridos ridículos tampando a visão dos olhos âmbar brilhantes dele. “E ai ? vai me deixar entrar ?” Ele disse depois de por meu queixo no lugar, eu apenas acenei afirmativamente e dei espaço pra ele passar pela porta.
Ele se dirigiu a cama encostada na parede, mas sem disfarçar que descobriu a existência do poster dele no meu quarto.Sentou na minha cama como se fosse a dele, descruzou aquelas pernas leitosas e me revelou o que eu já imaginava que teria por baixo da minha camisa, nada.
Puta que pariu.
Ele mordeu aqueles lábios que me deixavam louco e me chamou pra perto com seu dedo indicador. Eu que estava que nem um pateta postado na porta, com o rosto vermelho e sem jeito como um adolescente idiota, me aproximei tao rapido que quase tropecei em algum lixo que deixei no chão e capturei naqueles labios. Ele tinha gosto de pudim, cheiro de fruit loops e me fazia sentir fora do meu corpo. Ele pediu passagem e nossas línguas dançaram ao ritmo dos nossos suspiros, ele me puxou pela gola da camisa enquanto deitava. Por cima de seu corpo menor e esbelto, minhas mãos exploravam o que eu podia alcançar, uma subiu a camisa que ele usava e a outra ia para o sul, agarrando toda carne macia que podia ser apertada mas ainda não o evento principal.
“Hmh Kayn, muita roupa” Ele disse puxando as costas da minha camisa e deixando pequenos arranhões na pele por baixo. Ele era carente e apressado, me deixando todo quente por dentro.
“Ta bom” Me afastei dele a contra gosto, tirando rapidamente a camisa (que foi jogada pra trás e seria esquecida em cima de algum móvel) mas me demorando na visão abaixo de mim. Ele era mais definido do que as pessoas imaginam, coberto de gordura de bebê mas com braços definidos e ombros fortes, um corpo de hábitos saudáveis mas não um rato de academia. Ele tinha pequenos mamilos castanhos, como gotas de chocolate. Meus olhos não puderam evitar descer pela trilha de pelos loiros e macios de seu abdômen até o pau ainda meio duro, ele era mais fino e elegante mas muito mais longo do que o meu, minha boca salivava de vontade mas não sabia se teria tempo esta noite pra isso.
“Gosta do que vê ?” Ele disse. Sua mão desceu para massagear suavemente o membro exposto à minha frente, me provocando.
“Tsc, já vi melhores mas até que não é de se jogar fora” Esse comentário me rendeu um chute leve e brincalhão na minha bunda.
“Isso foi rude, você é assim com todo mundo que fode ?” Suas palavras foram muito mais uma provocação do que magoa de verdade.
“Só com os meus favoritos” Eu disse, me sentando na cama enquanto me tocava por cima da samba canção, deixando meu pau bem marcado, mostrando pra ele o que ainda estava por vir.
“Que lisonjeiro” Ele se mexeu pra sentar se joelhos, tirando a camisa que estava com ele e jogando ela por cima do meu ombro. “Vai ficar só de papo ou ainda vou ver alguma ação hoje ?” Ele sentado nas minhas cobertas daquele jeito, com seu pau semi ereto descansando na própria coxa era uma cena obscena demais pra eu lidar. Meu cérebro deu um pequeno tilt, e eu demorei um pouco pra entender o que ele queria dizer.
“Ah ta, ok, pera ai” Me levantei da cama e olhei ao redor do quarto e tentando lembrar onde eu deixei ou até se comprei camisinha recentemente, já faz algum tempo que tinha tido alguma ação de verdade. Apesar de não estar no meu melhor momento, essa não é a minha primeira vez, ok ? eu já fodi muito, geralmente eram rapidinhas em banheiros mal iluminados de boates ou boquetes desleixados em corredores vazios da gravadora, nada com alguem que ja conhecia ou que via todos os dias ou…bem, que já estava devida e relutantemente atraído por, era novo e um pouco intimidante e eu não queria parecer menos do que sexy e incrível, era óbvio que eu estava falhando aqui.
Baguncei os cabelos da minha nuca com a mão até eu lembrar da gaveta na mesinha do lado cama, por sorte lá tinha tanto camisinhas quanto um lubrificante pela metade, dava pra perceber qual deles era mais usado aqui.
“Tcharam !” Joguei o lubrificante pro Ezreal, segurei a camisinha com os lábios enquanto tirava a samba canção que me incomodava. Ambos igualmente nus, nos olhávamos, esperava parecer tão bem pra ele quanto ele parecia pra mim.
Voltei para a cama, juntando nossas bocas abertas e famintas. Meu corpo suspenso apenas pelos cotovelos, eu balançava meus quadris com os dele, nossos membros igualmente duros deslizavam juntos no apertado espaço entre nossos abdomens. Ele atracou uma perna no meu quadril, seu pé batendo levemente na minha bunda, na mesma posição da nossa sessão de amassos mais cedo.
“Para de provocar, Kayn. Vamos, você está me matando aqui” Ele se esfregou com mais força contra mim, eu soltei um suspiro com a sensação.
“Como quiser, principezinho” Sorri provocante pra ele enquanto me sentava entre suas pernas, elas ainda me abraçavam mesmo nessa posição. Me toquei mais um pouco sob o olhar dele, rasguei o pacote de preservativo com os dentes ( não culpe um homem por querer dar um show) e coloquei no lugar. Peguei bisnaga de lubrificante, apliquei uma quantidade generosa e esfreguei os dedos melados para aquecer.
“Anh n-não precisa…” Meu dedo indicador massageou a borda rosada antes que ele pudesse terminar a frase, meu dedo escorregou facilmente e sem esforço pelo anel rosado.
“Porra Ezy” Então foi por isso que ele saiu mais cedo do filme, pra ficar pronto e cheirosinho pra mim, como diabos eu tinha tanta sorte ?
“E-eu não queria perder tempo, só…só vai em frente” Ele abriu mais as pernas, me dando uma visão privilegiada de tudo, ele era perfeito.
“Você me deixa louco pra caralho” Eu disse com a voz rouca, apliquei mais lubrificante na mão e me masturbei rapidamente, deixando meu pau melado o suficiente.
“Me mostra então, gato” Ele disse virando para deitar de bruços, a cabeça deitada no travesseiro, espalhando seus cabelos verdes como uma coroa de folhas, quase místico e faerico . Me fitando por cima dos ombros enquanto abraçava meu travesseiro por baixo. Suas pernas abertas e a visão daquela bunda de pêssego me provocando, seu calcanhar batia na minha costa pedindo pra me apressar.
Agarrei uma banda macia, com força suficiente para deixar uma marca vermelha, sendo presenteado com a visão de seu anel rosado se contraindo em expectativa. Deslizei meu pau molhado suavemente sob a costura, me deliciando com o tremor dele. Posicionei a ponta na entrada, mesmo sabendo que ele já estava esticado o suficiente, eu entrei devagar e sendo pressionado por aquele calor macio a cada centímetro. Ele soltou um ‘OH’ sem fôlego quando nossos quadris se encostaram, ele me apertava tão forte que tive de me segurar pra não vir naquele momento.
“Você é tão grande” Ele sussurrou no meu travesseiro, olhando pra mim parcialmente escondido pelo tecido. Me inclinei para beijar abaixo de sua orelha, mordendo e chupando devagar meu caminho até o ombro dele, pressionando meu corpo contra o dele contra o colchão. Ele se empurrava contra mim, me pegou pelos cabelos da nuca e me beijou feroz, algo mais com dentes do que com lábios. “ Kayn, se mexe ai”
Eu me retirei quase todo, deixando apenas a ponta dentro, e então meti lento e forte. A cada estocada ou ouvia ele suspirar e gemer cada vez mais alto e não estava nem aí se alguém ia ouvir. Ele se apertava ao meu redor de forma quase opressora. Eu soltava gemidos de prazer e esforço, ele era perfeito ao meu redor, não lembro a ultima vez que fudi alguém tão bem assim.
“Anh mais rápido !” Ele me implorava, eu adoro quando ele implora assim, fui aumentando o ritmo, ganhando tração no tecido do colchão até não conseguir ir mais rápido nessa posição. Saí dele, com sons de protesto de ambos, sentei novamente e puxei seu quadril, uma posição que deixava sua bunda no alto e seu peito ainda pressionado na cama. Apertei os seus lados macios a o ponto de minhas unhas cortarem a sua carne e então fudi como se não houvesse amanhã, enchendo o quarto de sons de pele contra pele e gemidos doces.
“Pooooorraaaa”
Naquele momento eu não sabia quem gemeu, se foi, Ezy ou nós dois juntos.
Eu estava perto, sentia a pressão nas minhas bolas, mas não queria vir até que ele viesse tambem, tentei segurar a barra mas tava foda. Alcancei o pau longo dele, o masturbei no mesmo ritmo das minhas estocadas, ele soltou um gritinho surpreso.
“Aaaah não para, eu to tão perto”
“Eu também, caralho você é gostoso demais, pqp” Eu me pressionei contra as costas dele novamente, alcancei aquele ombro cheio de sardas e mordi. Indo cada vez mais rápido, e pela forma como ele gemia, acho que conseguia acertar a próstata. Ele veio com um grito silencioso, encharcando minha mão, seu interior me apertou tanto que não durei mais do que ele e gozei forte na camisinha.
Cai por cima dele, ambos suados e exaustos. Eu tentava recuperar o fôlego, ofegante no ouvido dele e sentindo ele tremer com espasmos pós orgásmicos. Ele choramingou embaixo de mim, eu reuni forças para sair de cima e dentro dele, deitando ao lado dele na cama. A cama não era pequena, mas era estreita o suficiente para que estivéssemos ombro a ombro, eu olhei pra ele e ele olhou pra mim e sorriu, não pude evitar de fazer o mesmo.
Depois de alguns minutos, Ezreal passou por cima de mim e foi pro banheiro. Aproveitei e fui me arrumar tambem, limpei a porra na minha mão num canto afastado da colcha, levantei para tirar e jogar a camisinha usada no lixo. Localizei a samba canção jogada em cima do meu pc, vesti e voltei pra cama antes de Ezreal sair do banheiro. Empurrei a colcha pro final da cama com o pé, abrindo espaço pra ele ao meu lado. Ele saiu do banheiro, mas ao invés de voltar pra cama ele abriu o armário e pegou uma camisa limpa minha.
“Você não se importa se eu pegar uma camisa sua emprestada ne ?” Ele perguntou já vestindo a minha camisa vermelha favorita, ela ficava muito bem nele.
“Heh contando que você devolva e eu possa te ver vestindo, pode levar o guarda roupa todo” Eu disse tentando parecer sedutor, deitado de lado e apoiando meu rosto na mão para poder olhar pra ele.
“Fechado” Ele disse se dirigindo a porta do quarto “ Bom, isso foi divertido, a gente tem de repetir a dose qualquer hora”
“EI EI EI” Eu me levantei com tudo da cama, quase tropeçando por meu pé ficar preso na colcha esquecida. “ Onde você vai ?”
“Ah eu já vou dormir, eu to exausto, você foi muito bom”
“Eu achei que…”
“Kayn” Ele se virou pra mim, seu rosto era amigável porém ainda tinha uma ponta seria nele que contrastava com seu sorriso “Cê sabe, a gente não precisa fazer isso aqui ser algo sério, é só diversão né ?”
“É…é só diversão, claro”
“Maneiro, boa noite gato” Ele disse enquanto beliscava minha bochecha com carinho. “A gente se vê de manhã, byeee~~” E então ele saiu, como se tivesse só vindo me dar um boa noite qualquer.
Sentei novamente na cama, me sentindo meio vazio, mas não sabia por que. Eu já tive milhares de noitadas casuais, foi sempre de boas, é só sexo, não precisa ser algo serio ou complicado. Mas…então por que eu me sinto mal ? Eu me sinto usado, mas não tem porque me sentir assim.
Deitei na cama agora fria, o cheiro de fruit loops que antes era tão viciante pra mim agora me deixava enjoado. Arranquei a capa do travesseiro e tentei dormir o melhor possível, confuso e magoado com coisas que não entendia direito.
Notes:
É isso, espero ter posto todas as tags certas, caso não eu vou atualizando devagar.
Por conta de problemas com a internet eu ficarei off por tempo indeterminado, some isso ao fato de que escrevo terrivelmente devagar e teremos um pequeno hiato, espero não deixar vocês esperando tanto tempo.
Myrra Sunshine (Guest) on Chapter 1 Mon 15 Jan 2024 07:46AM UTC
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KakaGoWrite on Chapter 1 Mon 15 Jan 2024 06:24PM UTC
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caitluns on Chapter 1 Wed 17 Jan 2024 04:01AM UTC
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2xL on Chapter 3 Mon 12 Feb 2024 08:36AM UTC
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