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Characters:
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Language:
Português brasileiro
Series:
Part 1 of Lost in the Blood Trail
Stats:
Published:
2024-07-23
Updated:
2025-05-22
Words:
13,355
Chapters:
3/20
Comments:
4
Kudos:
8
Bookmarks:
1
Hits:
264

After Dark

Summary:

Uma trilha de corpos sem sangue se torna o prenúncio de um mistério sombrio que atrai a atenção de três vampiros experientes: Hyunjin, Minho e Felix. Movidos pela curiosidade e pelo medo constante de caçadores, eles seguem o rastro até Jeongin, um recém-criado que ainda luta para controlar sua sede insaciável e compreender seus novos poderes. Jeongin, desorientado e assustado, está perdido em sua nova existência e agora enfrenta a difícil tarefa de conviver no complexo e perigoso mundo vampírico.

Enquanto isso, do outro lado da cidade, um grupo de caçadores de criaturas sobrenaturais treinados para eliminar ameaças monstruosas e proteger a humanidade, composto por Chan, Changbin, Jisung e Regina, também percebe a trilha de corpos.

Notes:

oi gente, é minha primeira fanfic no ao3 então eu peço um pouco de paciência.

tem muitos elementos que cresci assistindo e alguns depois da vida adulta, mas prometo ser uma história incrível

(See the end of the work for more notes.)

Chapter 1: Capítulo Um

Chapter Text

O corpo alto e magro daquele que se revirava na cama estava tenso. O cheiro de sangue e os gritos ainda assombram seus sonhos. Se mortos vivos poderiam sonhar, Hyunjin não saberia dizer, mas poderia ter o mesmo pesadelo todas as noites nos últimos 502 anos. O corpo esguio de Hyunjin tremia involuntariamente, mesmo após tantos séculos. Seu quarto escuro era um refúgio, mas também um palco para os fantasmas do passado. As lembranças nublam sua mente, transportando-o de volta a um campo de batalha distante e sombrio. O ser respirou fundo e sentou-se na cama. Hyunjin tentou encontrar alguma maneira de quebrar o ciclo interminável de pesadelos que o assolavam há tanto tempo. Ele fechou os olhos, preparando-se para mais uma tentativa de encontrar descanso, mesmo sabendo que os horrores do passado sempre o aguardavam nos recantos mais sombrios de seus sonhos imortais.

 

— Hyunjin? — Ele ouve atrás da porta. — Eu consigo ouvir sua respiração de meu quarto. Gostaria de alguma coisa para se acalmar?

 

 O ser respirou fundo e sentou-se na cama.

 

— Está tudo bem, Minho. É apenas o mesmo pesadelo de sempre. Volte a dormir, amanhã ainda precisamos encontrar aquele que está nos causando problemas. — Hyunjin tentou transmitir calma

 

— Se precisar…

 

— Eu irei lhe avisar. Eu prometo. 

 

Hyunjin ouviu os passos de Minho se afastando e, novamente, mergulhou em seus pensamentos. Sempre tentou encontrar alguma maneira de quebrar o ciclo interminável de pesadelos que o assolavam há tanto tempo. Ele fechou os olhos, preparando-se para mais uma tentativa de encontrar descanso, mesmo sabendo que os horrores do passado sempre o aguardavam nos recantos mais sombrios de seus sonhos imortais. No silêncio da noite, se viu envolto por uma solidão sombria. Cada suspiro era um eco dos anos passados, uma lembrança constante de sua imortalidade e do fardo que carregava. Sentado na cama, ele se forçou a encarar a escuridão que o cercava, lutando contra os fragmentos de lembranças que teimavam em ressurgir. Em um esforço para distrair sua mente atormentada, ele caminhou pelo quarto, passando os dedos por um antigo pergaminho que repousava sobre uma mesa ao lado de sua cama. Era um mapa desbotado de sua mente, marcado por símbolos antigos e coordenadas obscuras de seus pesadelos. Uma busca interminável por respostas que o consumia há 4 séculos. Cada linha e marcação representava um enigma não resolvido, um labirinto de informações que o levava de volta aos terríveis momentos que assombravam sua mente.

 

— Hyunjin, se você continuar suspirando alto desse jeito, eu vou tirar seu anel do sol e fazer você viver no escuro pela eternidade. 

 

A voz grossa foi ouvida por Hyunjin, um pouco distante, provavelmente o dono da voz estava no porão inventando mais uma de suas magias. Hyunjin soltou um riso suave ao ouvir a ameaça de Felix, uma lembrança de como a excentricidade do amigo conseguia dissipar momentaneamente a escuridão que pairava em seu ser imortal.

 

— Felix, se você tocar no meu anel, juro que farei com que você durma por um século! — Respondeu com um toque de humor em sua voz. — Vocês dois poderiam não se preocupar comigo ao menos uma noite.

 

— Eu não sei como Minho pode te aguentar por mais de um século! — Exclamou o bruxo.

 

— Perdoe-me, mas por que está me colocando na conversa? Felix, eu te amei como um filho. — Minho fingiu seu melhor drama.

 

— Deus, onde eu estava com a cabeça quando decidi deixar Minho adotar você, Felix… — Hyunjin suspirou e riu.

 

Os risos ecoaram pelo quarto, dissipando momentaneamente a tensão que assolava Hyunjin. Aquela troca de brincadeiras era uma fuga temporária das memórias sombrias que o atormentavam noite após noite.

 

— Vocês dois sabem como me alegrar mesmo nos piores momentos — comentou Hyunjin, a gratidão evidente em suas palavras.

 

Minho, o mais paciente e sereno do grupo, sorriu, dando continuidade à brincadeira.

 

— Felix, acho que você está precisando de mais uma lição de paternidade. Estou indo ao seu encontro.

 

— E, por favor, usem a maldita erva para que eu não tenha que escutar a fofoca de vocês dois. Felix, se existir alguma magia com que faça seu pai esquecer sobre o maldito padre de séculos atrás.

 

— Eu falei sobre ele uma vez e estou sendo julgado como uma das bruxas de Salem.

 

— Me perdoe, pai, mas eu sou o único bruxo aqui.

 

— Felix, você está exaurindo minha paciência. — A voz de Minho estava um pouco mais longe dessa vez.

 

Os risos ecoaram pelo quarto, dissipando momentaneamente a tensão que assolava Hyunjin. Aquela troca de brincadeiras era uma fuga temporária das memórias sombrias que o atormentavam noite após noite. No silêncio da noite, se viu envolto por uma solidão sombria. Cada suspiro era um eco dos anos passados, uma lembrança constante de sua imortalidade e do fardo que carregava. Sentado na cama, ele se forçou a encarar a escuridão que o cercava, lutando contra os fragmentos de lembranças que teimavam em ressurgir.Em um esforço para distrair sua mente atormentada, ele caminhou pelo quarto, passando os dedos por um antigo pergaminho que repousava sobre uma mesa ao lado de sua cama. Era um mapa desbotado de sua mente, marcado por símbolos antigos e coordenadas obscuras de seus pesadelos. Uma busca interminável por respostas que o consumia há 5 séculos.

 

⛧☾༺♰༻☽⛧

 

Hyunjin amava Minho e, certamente, aprendeu a amar Felix ao longo dos últimos 62 anos. Sempre refletiu sobre as muitas voltas e reviravoltas da imortalidade, encontrando consolo e conforto na presença constante de Minho e na evolução de seu relacionamento com Felix ao longo dos anos. Essas relações, apesar das dores e dos pesadelos imortais, eram os pilares de sua existência que mantinham a eternidade permeada de memórias sombrias. A ligação de Hyunjin com Minho e Felix era mais do que apenas uma simples conexão entre imortais. Eles eram mais do que amigos; eram as âncoras que mantinham a sanidade de Hyunjin em meio aos tormentos de sua existência eterna. Minho, o sereno e compassivo, era como uma fonte de serenidade, oferecendo conforto nos momentos mais sombrios. Sua paciência e compreensão eram como uma brisa suave que acalma as tempestades dentro da alma de Hyunjin. Ao longo dos anos, Minho se tornou uma presença constante, uma luz orientadora no tumulto interminável que era a vida de um ser imortal. Felix, por outro lado, trazia um tipo diferente de alívio. Sua excentricidade e seu humor eram como uma luz brilhante e fugaz que iluminava as trevas ao redor de Hyunjin. A evolução de sua relação ao longo dos séculos trouxe um senso de família, uma conexão que ia além dos laços de sangue ou da passagem do tempo.

 

Mesmo com todas as dificuldades e o peso dos séculos, a presença de Minho e Felix proporcionava um refúgio temporário para Hyunjin. Eles eram testemunhas de sua jornada, compreendendo a tormenta silenciosa que permeava sua existência e oferecendo conforto nas noites insones e nos dias repletos de memórias sombrias. A manhã se desdobrava como tantas outras para Hyunjin. Enquanto Minho se preparava para suas aulas e Felix se encaminhava para mais um turno no hospital, Hyunjin lidava com um dilema eterno que o atormentava. As lendas sobre vampiros, repletas de mitos e falsidades, sempre o intrigaram e, entre elas, havia uma em particular que o perturbava profundamente: a impossibilidade de ver seu próprio reflexo. Diferentemente do que muitos imaginavam, ele não estava limitado por alhos, cruzes ou qualquer outra superstição infundada. Podia caminhar sob a luz do sol, desfrutar de comidas e bebidas humanas, mas um aspecto peculiar de sua condição vampírica era a ausência de seu próprio reflexo. Não podia se ver em um espelho, não importava o quanto desejasse ou tentasse.

 

Essa privação era uma tortura invisível, uma forma peculiar de prisão. A cada manhã, ao se arrumar, ao tentar vislumbrar como a imortalidade transformara seu rosto e seu corpo, Hyunjin confrontava o vazio no espelho. Anos e anos de existência sem conseguir recordar sua própria aparência física criaram uma lacuna intransponível em suas memórias visuais. Os detalhes de sua face, a expressão dos olhos, a palidez da pele, tudo isso escapava de sua lembrança. Era como se ele vagase pelo mundo sem uma identidade visual, uma presença fantasmagórica cuja imagem fora apagada pelo tempo e pela eternidade. Assim, enquanto a rotina prosseguia para Minho e Felix, Hyunjin continuava sua batalha silenciosa contra essa ausência de reflexo, uma lacuna cruel em sua jornada imortal. E nesse vazio refletido, encontrava-se preso não apenas a uma condição vampírica, mas também à perda constante de uma parte de sua própria identidade visual. A escolha pela escultura foi a primeira tentativa de Hyunjin de explorar uma forma de arte que não dependesse de sua própria imagem refletida. A argila tornou-se seu meio para criar formas, expressar emoções e transmitir sua visão do mundo. Contudo, após décadas dedicadas à escultura, a paixão esvaiu-se gradualmente. A arte já não mais preenchia o vazio deixado pela ausência de sua própria imagem. Incerto e desgastado pela monotonia, Hyunjin decidiu mergulhar em novos horizontes artísticos. A pintura e as artes plásticas foram uma tentativa, mas ele logo descobriu que evitava retratar rostos, incapaz de confrontar a impossibilidade de capturar sua própria expressão.

 

Foi na fotografia que ele depositou suas últimas esperanças. Cada clique de sua câmera era uma busca incansável para capturar a essência humana, a emoção e a beleza efêmera. Ele saía diariamente, explorando ruas, paisagens e momentos, buscando a alma das pessoas através das lentes da câmera. Entretanto, essa busca incessante pela essência alheia era uma dolorosa lembrança de sua própria ausência. Cada fotografia capturava a profundidade das emoções de outras pessoas, mas nunca a sua própria. Era um martírio constante, uma tortura silenciosa que persistia a cada disparo da câmera. A arte da fotografia, uma janela para o mundo e para a alma das pessoas, tornou-se para Hyunjin uma dolorosa reflexão de sua própria falta de reflexo. Todos os dias, ao revelar imagens de outras vidas, ele se confrontava com a ausência de sua própria imagem, um vazio fotográfico que o perseguia implacavelmente.

 

— Bom dia, Sir Hwang Hyunjin! — Brincou Felix. — Seus aposentos estão com cheiro de morte e depressão.

 

— Talvez porque eu esteja morto e seja um tanto quanto depressivo.

 

— Você fala do pai Minho, mas ao menos algo acendeu a faísca dele. Na minha cabeça, tá tudo cheio de teia de aranha lá embaixo, mas sabe… As bochechas dele ficam vermelhas quando ele fala do padre.

 

— Você está me dizendo que eu deveria ficar obcecado com um padre só porque ele não me matou? — A expressão de Hyunjin era característica de sarcasmo

 

— Eu não fiquei obcecado com ele! Por que sempre voltam nesse assunto? Aconteceu 14 anos atrás. Um adolescente já. — Minho se defendeu.

 

— Como foi o sonho dessa noite, Sr. Foi 15 anos atrás? — Hyunjin provocou.

 

— Fiquem longe dos meus sonhos! — Gritou Minho.

 

— Parem com essa briga de velhas. — Interrompeu Felix, com um tom enérgico. — Hyunjin, você sabe que Minho jamais irá admitir que queria ser exorcizado pelo padre. E Minho, admitir que queria rever o padre de “15 anos atrás” não é uma vergonha. Quando você nega tão firmemente, você fica um pouco… Patético.

 

— Patético? — Minho o olhou incrédulo. — Eu sou patético?!

 

Felix arqueou as sobrancelhas, avaliando a expressão confusa de Minho.

 

— Não, não é isso que eu quis dizer! — Tentou explicar Felix, percebendo que sua observação causou um mal-entendido. — O que eu quis dizer é que, bem, todos nós temos nossos momentos de… Vulnerabilidade, digamos assim.

 

— Acho que isso foi um pedido de desculpas, mas acabou soando como um insulto. — Hyunjin tentou aliviar a tensão.

 

— Deixe para lá, Felix. Está na hora de irmos, certo? — Minho se dirigiu aos outros, parecendo um pouco desconfortável com a situação.

 

— É melhor irmos mesmo. — Felix concordou. — Me desculpe, pai. Não era minha intenção te ofender.

 

— Precisamos ir, Felix. Você tem um plantão duplo hoje e eu tenho prova.

 

— Pai…

 

— Lee Yongbok! — Minho exclamou.

 

— Minho!

 

Hyunjin detestava testemunhar a dualidade inerente à transformação de Minho em vampiro mesmo após tantos séculos. A transformação, além de conferir-lhe habilidades sobrenaturais, ressaltou os traços mais sutis de sua personalidade. Minho, quando humano, carregava gentileza e compaixão. Hyunjin viu essas qualidades se intensificarem, tornando-o um ser ainda mais compassivo e altruísta após a transformação. No entanto, a natureza amplificada da condição vampírica também expôs um lado mais sombrio em Minho. O aumento de seus sentidos revelou não apenas os sons mais discretos, os odores mais sutis, mas também despertou emoções profundamente reprimidas. Essas emoções, algumas das quais ele próprio preferia ignorar, emergiram intensificadas, e entre elas estava um ímpeto vingativo que antes mal se percebia. O conflito interno de Minho era uma consequência inevitável dessa amplificação de características. Ele se via lutando para conter impulsos sombrios que antes mal existiam, uma batalha constante entre a natureza benevolente que sempre demonstrara e a escuridão. Hyunjin entendia que a transformação não foi uma escolha, mas sim um destino imposto. Enquanto admirava os traços positivos de Minho, lamentava o surgimento daquele lado vingativo que desafiava sua essência. Era uma dualidade que ambos, Minho e Hyunjin, enfrentavam diariamente, um lembrete constante das complexidades e desafios de ser um vampiro.

 

— Perdoe-me, Felix. Não queria lhe magoar.

 

— Tá tudo bem, Minho. Não se preocupa com isso. — Respondeu.

 

— Felix, eu realmente sinto muito. — Minho insistiu, sentindo o peso da culpa em suas palavras.

 

— Não precisa pedir desculpas, Minho. Já tá tudo esquecido — Disse. — Tá tudo bem. Vamos? Eu tenho um plantão duplo hoje no hospital. Não se preocupe, Minho. Vamos logo, antes que eu me atrase mais ainda.

 

Os dois logo saíram da casa, indo em direção à garagem. O ar fresco da manhã envolvia-os enquanto caminhavam pelo jardim, os passos ecoando levemente no silêncio matinal. Hyunjin observou-os partir da porta da cozinha, uma expressão pensativa em seu rosto pálido. Seus olhos, profundos e reflexivos como poços sem fundo, pareciam capturar toda a tristeza do mundo ao observar seus companheiros seguirem em frente, enquanto ele ficava para trás.

 

Enquanto Minho e Felix seguiam em direção ao carro na garagem, Hyunjin permaneceu na casa, perdido em seus próprios pensamentos. A quietude do ambiente parecia amplificar a melancolia que o envolvia, como se cada som abafado ecoasse a solidão que ele sentia em seu âmago imortal. As sombras dançavam ao redor dele, refletindo a escuridão de sua alma atormentada, enquanto ele se via mergulhado em um oceano de memórias e arrependimentos.

 

Hyunjin suspirou pesadamente, sentindo o peso de sua existência imortal sobre seus ombros como um fardo insuportável. Apesar do brilho radiante do sol lá fora, a escuridão interior que o consumia persistia, envolvendo-o em uma névoa sombria que parecia sufocá-lo lentamente. Era como se sua própria alma estivesse presa em um eterno crepúsculo, onde a esperança mal conseguia penetrar.

 

Mesmo envolto em sua profunda melancolia, Hyunjin compreendia a importância de persistir. Com um esforço monumental, ele se ergueu da mesa da cozinha e retornou ao seu laptop, onde o trabalho o aguardava pacientemente, como uma âncora em meio ao turbilhão de suas emoções. Ele se recusava a permitir que Minho ou Felix assumissem essa responsabilidade adicional; afinal, já estavam sobrecarregados com a manutenção do disfarce e a garantia do suprimento de bolsas de sangue para os três. Não seria justo sobrecarregá-los ainda mais.

 

Enquanto digitava freneticamente, buscando qualquer pista que elucidasse os mistérios por trás dos corpos sem sangue que surgiam misteriosamente desde Busan até Seul, Hyunjin sentia o peso da preocupação crescer em seus ombros. Ele reconhecia a assinatura sombria desses eventos: a marca de um recém-criado, alguém cuja inexperiência e medo eram evidentes em cada ação. Era óbvio para Hyunjin que nenhum vampiro experiente deixaria um rastro tão descuidado e flagrante, o que tornava a situação ainda mais inquietante.

 

A presença de um vampiro novato solto representava uma ameaça latente para os três. Sem controle sobre seus impulsos e sem a orientação necessária, esse recém-criado poderia se tornar um perigo iminente, deixando um rastro de destruição e morte por onde passasse. A ideia inquietava Hyunjin profundamente, pois sabia que o recém-criado poderia chamar a atenção dos caçadores, uma ameaça ainda mais antiga e perigosa.

 

Já havia tantos anos desde que se encontrara com algum caçador, mais especificamente o padre que deixou Minho vivo há 15 anos. Uma década e meia haviam se passado e ele ainda se perguntava o motivo de um padre deixar um vampiro vivo. Os padres sempre foram conhecidos por serem os maiores caçadores de criaturas sobrenaturais, principalmente vampiros.

 

⛧☾༺♰༻☽⛧

 

Hyunjin estava sentado na mesa do seu escritório, cercado por uma pilha de livros antigos e papéis desordenados. A luz suave da lâmpada de mesa iluminava o rosto concentrado enquanto ele folheava páginas amareladas e fazia anotações frenéticas.

Seu olhar fixo no texto e a mente completamente absorvida pela pesquisa atrás do recém-nascido, Hyunjin mal percebia o zumbido ocasional do seu celular. O dispositivo, escondido sob um monte de papéis e com a tela iluminando esporadicamente, continuava a receber mensagens, mas ele estava tão imerso em suas descobertas que o som dos alertas parecia quase um murmúrio distante.

 

Me: O que vocês tanto falam?

 

Felix: apareceu a margarida...

 

Me: Hoje não, Felix.

Me: Mas eu estive pensando.

 

Minho: E quando você não pensa?

 

Felix: tenho uma lista de vezes que ele não pensou

 

Minho: Felix!

 

Me: Tudo bem, Minho.

Me: Talvez Minho devesse procurar o padre.

 

Minho: Não. Fim de assunto.

 

Me: Tudo bem.

 

Felix: enquanto você tava pensando no seu ex-marido mamando outro homem eu tava trabalhando e diferente de vocês eu encontrei uma coisa

 

Me: O que?

 

Felix: um bar

 

Me: Certo.

 

Felix: primeiro a gente é burro

Felix: recem nascido é literalmente recem nascido

Felix: ele tem rede sociais e quem procura acha

Felix: achei a conta de um garoto de busan que tá falando umas coisas sobre não conseguir se ver no espelho, o sol queima sua pele, sente fome o tempo todo...

Felix: hipnotizei um nerdinho de TI e a última localização dele deu em um bar no limite da cidadde

 

Minho: Coitado. Deve estar confuso e assustado. Nos mande a localização.

 

Me: Não sei se quero ir.

 

Felix: novidade você não saber o que quer né

 

Minho: Felix, chega.

 

⛧☾༺♰༻☽⛧

 

— Channie… Por favor, deixa eu ir com vocês… Que tipo de caçador eu sou se você nem me deixa ir caçar? — Jisung perguntou manhoso.

 

— E que tipo de tutor eu seria se deixasse você se enfiar em um ninho de djinns, Jisung? — Chan respondeu mantendo a calma.

 

— O Chan tem razão, Jico. Quando a gente for caçar lobisomens, eu vou ser o primeiro a te chamar. — Changbin abraçou Jisung, tentando acalmá-lo.

 

— Mas eu também queria ir com vocês ver os djinns… — Seungmin

 

— E quando você vai me deixar caçar vampiros, Bang Chan? — Jisung perguntou, sua voz carregada de acidez.

 

— Jico…

 

— Não, Chan! Você matou a bruxa que matou sua mãe! Por que eu não posso matar o vampiro desgraçado que matou minha família?! — Jisung gritou, transbordando em frustração.

 

— Não é a mesma coisa, Jisung. — Chan respondeu com seriedade, buscando manter a calma diante da explosão emocional de Jisung.

 

— Como não? Só porque você era padre, então, tudo bem matar bruxas, mas eu que sou só um caçador medíocre, não posso? — Jisung retrucou, sua frustração transparecendo em suas palavras.

 

— Eu nem sou mais padre, Jisung, do que você tá falando? Djinns são perigosos. Eu não quero que você se machuque, Jico. — Chan tentou explicar, preocupado com a obstinação imprudente de Jisung. — E você não vai ficar sozinho, o Seungmin também não vai. Vocês dois vão ter a casa todinha pra vocês dois comerem besteira e assistir muito porno na TV.

 

— Christopher! O Seungmin ainda tem 17 anos! — Regina o olhou incrédula. — E ainda estamos procurando pelo vampiro que matou seus pais, Jisung.

 

— Qual é! A gente sabe que foi o Hwang Hyunjin! Todo mundo sabe!

 

— Não. Não sabemos, Jisung. Você acha que foi ele porque você ouviu a lenda. E outra, não passa de uma lenda local pra assustar as crianças. Impossível um vampiro ficar mais de 500 anos sem ser notado. Ele foi só um doido que surtou, matou todo mundo e depois se matou. — Chan tentou desconstruir a crença de Jisung, sabendo que a ideia de Hyunjin como o culpado era mais um mito do que uma verdade concreta.

 

Jisung franziu o cenho, relutante em aceitar a explicação de Chan. Sua firmeza em encontrar justiça para seus pais era alimentada pela crença de que Hyunjin era o responsável.

 

— Mas e se não for apenas uma lenda, Chan? E se Hyunjin estiver por aí, ainda causando estragos? Eu não posso simplesmente ignorar isso e seguir em frente como se nada tivesse acontecido!

 

— Ninguém tá ignorando nada, Jisung. — A voz de Seungmin foi ouvida. — Você acha que foi, mas não foi. Você acha que ninguém teria notado um Hwang? Ele morreu quando matou a família, se não foi suicídio, algum local matou ele e depois inventou que ele desapareceu. É só uma lenda, Jico. Só isso.

 

Jisung virou-se para encarar Seungmin, ponderando suas palavras com um olhar incerto. A firmeza na voz do amigo era reconfortante, mas a dúvida ainda persistia em sua mente, alimentada pela dor de perder seus pais para um destino tão sombrio.

 

— Mas e se houver mais do que apenas uma lenda, Seungmin? — Questionou Jisung, buscando validar suas próprias suspeitas. — E se Hyunjin estiver lá fora, ainda vagando nas sombras, esperando para atacar novamente?

 

Seungmin suspirou, compreendendo a angústia de Jisung, mas também determinado a dissipar as ilusões que o consumiam.

 

— Jisung, se você fosse um vampiro de mais de 500 anos, não ficaria em Seul. Eu iria pra Áustria. — Regina disse.

 

— Eu iria pra Áustria com você, amor. — Changbin sorriu para Regina. — E você, Chan? Iria pra onde?

 

— Não sei. Suíça, talvez.

 

— Não vale. Você já foi pra Suíça uma vez.

 

— Enfim. Regina e Changbin pro carro, Jisung e Seungmin pro quarto. Hoje não é dia pra vocês enfrentarem os Djinns.

 

O clima tenso da conversa pareceu se dissipar com a brincadeira de Changbin, trazendo um leve sorriso aos lábios dos presentes. Mesmo diante das preocupações e incertezas, a camaradagem entre eles era um bálsamo para as angústias da noite.

 

Jisung, resignado, assentiu em concordância, recuando diante da decisão dos mais velhos. Ele sabia que havia momentos para lutar e momentos para esperar, e esse era um desses momentos de espera. Com um último olhar para seus amigos, ele se dirigiu ao quarto com Seungmin.

 

⋆˖⁺‧₊☽◯☾₊‧⁺˖⋆

 

Hyunjin caminhava lentamente pelas ruas de Seul, seus passos ecoando suavemente na quietude da noite. Fazia tanto tempo desde a última vez que ele se aventurara por aquelas ruas familiares, onde os prédios altos e as luzes brilhantes formavam uma paisagem urbana que ele já conhecia tão bem. No entanto, apesar da familiaridade das ruas, algo parecia diferente naquela noite. Uma sensação de melancolia pairava no ar, envolvendo-o em uma névoa de lembranças e reflexões.

 

Cada esquina, cada rua estreita, evocava lembranças de um passado distante, de tempos que pareciam agora tão distantes quanto as estrelas no céu noturno. Ele se perguntava sobre as escolhas que fez, os caminhos que trilhou e as pessoas que deixou para trás. As lembranças o assombravam, mas também o confortavam de certa forma, lembrando-o de que, apesar de todas as mudanças e desafios, ele ainda era o mesmo ser imortal que vagueava por essas mesmas ruas séculos atrás.

 

No entanto, essa sensação de familiaridade também trazia consigo uma dor silenciosa, uma lembrança constante das vidas que ele viu nascer e morrer enquanto permanecia inalterado. A imortalidade, às vezes, parecia mais uma maldição do que uma bênção, prendendo-o em um ciclo interminável de solidão e saudade.

 

Hyunjin suspirou ao receber a mensagem de Felix. Certamente não era uma boa noite para sair, seja para tentar caçar o novo vampiro recém-transformado que os estava deixando preocupados ou apenas para beberem juntos. No entanto, já estava perto do bar, então decidiu aproveitar a noite um pouco mais.

 

Caminhando até o local, ele contemplou a agitação da cidade ao seu redor. As luzes vibrantes, os sons da vida noturna e o movimento constante das pessoas criavam uma atmosfera elétrica, capaz de afastar por um momento a névoa de melancolia que o envolvia. Ao entrar no bar, foi recebido pelo burburinho animado dos frequentadores e pelo aroma convidativo de álcool e conversas descontraídas.

 

Encontrou um canto discreto no balcão e pediu sua bebida favorita, permitindo-se mergulhar temporariamente na efêmera distração que o ambiente oferecia. Por um momento, ele se permitiu esquecer as preocupações e as sombras do passado, focando apenas no presente e nas pequenas alegrias que a noite tinha a oferecer.

 

— Boa noite, Sam. — Minho sentou-se ao seu lado.

 

— Não precisa me chamar assim, Minho. A gente tá bem afastado das pessoas… — Hyunjin comentou, desviando o olhar para a bebida em sua mão, evitando o contato visual.

 

— Pediu o quê? — Minho perguntou curioso, observando a bebida de Hyunjin e percebendo sua expressão distante.

 

— Negroni. — Hyunjin respondeu sucintamente.

 

— Eca… — Minho fez uma careta.

 

— Sbagliato com prosecco. — Hyunjin sorriu de leve.

 

— Essa bebida é uma droga. — Minho comentou, balançando a cabeça.

 

— E você vai pedir o quê? Bloody Mary? Shirley Temple? — Provocou Hyunjin, dando uma piscadela para Minho.

 

— Você está muito engraçadinho hoje. — Respondeu Minho, sorrindo. — Shirley Temple. Não quero me embebedar hoje.

 

— Um Shirley Temple e um Negroni Sbagliato com Prosecco, por favor — solicitou Hyunjin, mantendo sua voz calma e suave.

 

O barman assentiu com um aceno e começou a preparar as bebidas. Minho aproveitou o momento para dar uma olhada ao redor do bar, observando os outros clientes e absorvendo a atmosfera relaxante do local.

 

Enquanto esperavam pelas bebidas, Hyunjin voltou sua atenção para Minho, um brilho curioso nos olhos.

 

— Então, o que você acha da proposta? — perguntou Hyunjin, iniciando uma conversa casual para preencher o silêncio momentâneo.

 

— Eu não vou atrás do padre. Podemos esquecer esse assunto? Por favor…

 

— Você fala como se ele tivesse quebrado seu coração…

 

— Primeiro meu coração deveria bater, né? Enfim… O Felix está demorando, não?

 

— Sim, está demorando um pouco. Talvez ele tenha se envolvido em alguma conversa animada no hospital.

 

— Conversa animada… Ele tem sorte de chupões saírem, mas que garotinho…

 

— Falando de mim? — Felix perguntou, sua expressão divertida denotando que ele tinha ouvido o final da conversa.

 

Hyunjin e Minho trocaram olhares cúmplices antes de Minho responder:

 

— Claro que sim, Felix. Estávamos apenas especulando sobre onde você poderia estar. Afinal, você tem uma grande mania de se envolver com outros enfermeiros e médicos.

 

Felix riu, dando de ombros.

 

— Bem, vocês sabem como é o hospital. Às vezes, as coisas acabam tomando mais tempo do que o previsto. Mas aqui estou eu, pronto para nos juntarmos à festa. A propósito, o que estão bebendo?

 

Hyunjin apontou para as bebidas já servidas no balcão.

 

— Um Shirley Temple para o Minho e um Negroni Sbagliato com Prosecco para mim. Estávamos prestes a começar sem você.

 

Felix assentiu, sorrindo enquanto se acomodava no banco ao lado deles.

 

— Ótimo! Então, como vai o plano do nosso problema?

 

— O Minho te explica, vou ali pegar as bebidas e pedir uma para você.

 

Hyunjin se levantou do banco e se dirigiu ao balcão para fazer o pedido das bebidas de Felix. Enquanto esperava, ele pôde sentir os olhares curiosos de outros frequentadores do bar, mas estava acostumado com a atenção que sua presença muitas vezes despertava.

 

— Olá. — Hyunjin ouviu atrás de si. — Nunca vi você aqui.

 

Hyunjin se virou para encontrar um jovem de bochechas avantajadas e uma expressão curiosa.

 

— Olá. — Sorriu, cumprimentando o rapaz. — Na verdade, eu sou novo na cidade.

 

— Jisung. — O jovem se apresentou, estendendo a mão.

 

Hyunjin hesitou por um momento antes de responder, escolhendo cautelosamente suas palavras.

 

— Hy... Sam. — Corrigiu rapidamente, mantendo o nome que usava para manter sua identidade oculta.

 

Jisung pareceu não notar a hesitação de Hyunjin, sorrindo calorosamente em resposta.

 

— Prazer em conhecê-lo, Sam. Se precisar de alguma coisa, é só me chamar. Eu meio que conheço bem os lugares por aqui.

 

— Será um prazer, Jisung. — Sorriu.

 

— Então, Sam… Aqueles seus amigos, são só amigos? — Sorriu discretamente.

 

— São. — Riu. — Apenas amigos. Eu diria mais… Irmãos…

 

— Ah…

 

— Você, por acaso, está flertando comigo, rapaz? — Ele perguntou.

 

Jisung se sentiu um pouco acanhado com a resposta direta de Hyunjin, mas logo recuperou a compostura, decidindo ser igualmente franco.

 

— É que… Olha, eu te achei muito bonito e sua presença… bem, ela meio que brilha aqui. É difícil não notar. Então, talvez eu esteja flertando, Sam.

 

— Olha… Estou meio ocupado hoje, mas podemos fazer alguma coisa amanhã.

 

Do outro lado do bar, Minho e Felix conversavam animadamente. Minho, como sempre, expressava sua preocupação com os casos de Felix no hospital, indagando sobre o bem-estar do vampiro sempre que necessário. Por sua vez, Felix apenas ria da preocupação constante de Minho, demonstrando confiança em suas habilidades e tranquilizando-o com sua serenidade e otimismo.

 

Enquanto Felix ria das palhaçadas de Minho, o vampiro mais velho aproveitou o momento para observar discretamente os outros frequentadores do bar. Seus olhos percorreram o ambiente com uma calma calculada, capturando os detalhes sem se deixar notar. Era uma habilidade adquirida ao longo dos séculos, uma capacidade de ler as nuances do ambiente e avaliar possíveis ameaças sem chamar atenção para si.

 

Apenas um olhar para o outro lado do bar e Minho sentiu seu corpo congelar. De todos os bares, por que justo este? Ele levantou-se rapidamente, puxando Felix consigo, e foram em direção a Hyunjin, que conversava alegremente com um garoto no balcão do bar.

 

— Precisamos ir embora. Agora! — Minho disse, sua voz carregada de urgência e tensão, enquanto agarrava o braço de Hyunjin e o puxava para longe do balcão.

 

— Minho, espera, o que está acontecendo? — Hyunjin perguntou, confuso e surpreso com a súbita mudança de humor de Minho.

 

— Em casa conversaremos! — Minho respondeu, mantendo-se firme em sua decisão enquanto guiava Hyunjin e Felix para fora do bar, sem explicar mais nada no momento.

 

— Lee Minho! Explique-se! — Hyunjin insistiu, sua voz carregada de preocupação e confusão.

 

— Para o carro. Agora! — Minho ordenou, sua expressão séria, deixando claro que não aceitaria mais perguntas naquele momento.

 

O trio seguiu para o carro em silêncio, cada um imerso em seus próprios pensamentos e preocupações. Minho dirigia com uma concentração intensa, enquanto Hyunjin e Felix permaneciam em um silêncio tenso no banco de trás. O ar no veículo parecia pesado, carregado com uma mistura de ansiedade e expectativa pelo que seria revelado quando chegassem em casa. O trajeto que normalmente seria tranquilo agora parecia longo e tortuoso, cada minuto se arrastando enquanto eles se aproximavam do destino.

 

— Fala logo, Minho! Por que tirou a gente do bar correndo? — Felix perguntou.

 

— Aquele bar era um bar de caçadores.

Chapter 2: Capítulo 2

Notes:

se quiser ver o twt com a temática da história, só clicar aqui 🖤

em alguns capítulos vou postar na thread desse twt algumas explicações sobre alguns monstros ou informações sobre alguns personagens

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

— Aquele bar era um bar de caçadores.

 

— E como você sabe disso?

 

Minho olhou rapidamente para Felix antes de responder, ponderando como explicar a situação da forma mais clara possível.

 

— Vi algumas pistas lá dentro, coisas que me fizeram suspeitar. Além disso, reconheci alguns rostos de um tempo atrás.

 

— Que rostos, Minho? — Hyunjin perguntou.

 

— Um rosto um tanto familiar…

 

— O padre?

 

— Sim, Hyunjin. O padre. Aquele bar era frequentado por caçadores, e eu vi o padre lá dentro. Satisfeito? — Minho respondeu com firmeza, sua voz revelando a gravidade da situação enquanto mantinha os olhos fixos na estrada à frente.

 

— Para o carro. — Felix pediu.

 

— Não! Sairemos de Seul.

 

— Minho! Para o carro agora!

 

— Não, Felix!

 

— Você esqueceu que eu sou um bruxo e posso fritar seu cérebro? Para esse carro agora!



Minho sentiu uma onda de raiva e frustração ao ser confrontado com a firmeza de Felix. Seu olhar furioso refletia a tensão que dominava o interior do carro. Embora ele reconhecesse a necessidade de agir com cautela diante da situação delicada, a ideia de ser forçado a obedecer às ordens de Felix não era algo que ele aceitava facilmente. No entanto, diante da ameaça implícita nas palavras do bruxo, Minho conteve sua raiva e concentrou-se em parar o carro.

 

— O que foi? — Minho gritou.

 

— Eu tô sentindo o recém-criado!

 

A revelação de Felix cortou o ar tenso no interior do carro, fazendo Minho frear bruscamente o veículo. Seu coração disparou com a notícia, sua mente calculando imediatamente os riscos e possibilidades que aquela informação trazia consigo.

 

— Onde? — Minho perguntou, sua voz séria e urgente.

 

Felix fechou os olhos por um momento, concentrando-se em suas habilidades para rastrear a presença do recém-criado.

 

— À direita, algumas ruas adiante. Ele está se movendo rápido, mas eu consigo sentir sua energia.

 

Minho respirou fundo, a tensão crescendo dentro dele conforme ele processava a situação. Sem hesitar, ele voltou a colocar o carro em movimento, dirigindo na direção indicada por Felix enquanto se preparava para o confronto iminente com o recém-criado.

 

— Ele tá assustado, eu consigo sentir isso…

 

— Calma, encontraremos ele.

 

Assim que chegaram ao local, Felix foi o primeiro a descer do carro, Minho e Hyunjin seguiram Felix, saindo do carro com uma mistura de tensão e determinação. O ar estava impregnado com a eletricidade da iminente confrontação, e cada um deles estava mentalmente preparado para o que estava por vir.

 

Conforme avançavam pelo prédio abandonado, os passos deles ecoavam no silêncio da noite, ecoando a determinação que os impelia para a frente. O ambiente estava mergulhado em uma quietude sinistra, onde cada som parecia amplificado pela escuridão ao redor.

 

Felix subia cada degrau com firmeza, sua expressão concentrada enquanto guiava o grupo pelos corredores sombrios do prédio. Seu conhecimento dos rituais e feitiços o tornava uma figura imponente, radiando uma aura de confiança e poder que inspirava aqueles ao seu redor.

 

Minho e Hyunjin o seguiam de perto, seus sentidos aguçados e os nervos à flor da pele diante da iminente ameaça. Cada passo era tomado com cautela, conscientes de que qualquer movimento em falso poderia colocá-los em perigo.

 

Enquanto avançavam pelo labirinto de corredores escuros, uma sensação de apreensão pairava no ar, aumentando a tensão que os envolvia.

 

O baque do corpo de Felix contra o corpo desconhecido foi forte, mas não o suficiente para derrubá-lo. Ali estava o recém-criado, assustado, faminto, confuso, sujo e coberto de sangue. O vampiro recém-transformado exalava uma aura de desespero e vulnerabilidade, seus olhos brilhando com uma mistura de medo e fome selvagem.

 

Felix manteve sua postura firme, sua expressão séria enquanto avaliava o recém-criado com atenção. Ele sabia que precisava agir com rapidez e determinação para controlar a situação antes que ela saísse do controle.

 

— Meu nome é Felix. — Sorriu tenso. — Eu sei que você tá sentindo muitas coisas ao mesmo tempo, mas a gente pode te ajudar.

 

— Quem são vocês? O que querem de mim? — Ele perguntou, sua voz tremendo de incerteza.

 

— Somos amigos. Estamos aqui para te ajudar a se adaptar a essa nova vida. — Minho interveio, sua voz suave e reconfortante.

 

Felix assentiu, seus olhos transmitindo uma empatia genuína enquanto ele se aproximava do recém-criado com cautela.

 

— Você está seguro agora. Venha conosco e vamos levá-lo para um lugar onde possamos conversar melhor e ajudá-lo a entender o que está acontecendo. 

 

— Qual é o seu nome? — Felix perguntou.

 

— J-Jeongin… E-Eu… Eu não sei como isso aconteceu, eu tava… eu tava andando, aí de repente eu tava dentro de uma cova e… e…

 

— Ei… Calma… — Felix se aproximou devagar. — Tá tudo bem. Não se preocupe, Jeongin. A gente te ajuda a entender o que aconteceu. Venha conosco, cuidaremos de você.

 

— Felix… — Hyunjin o chamou.

 

— O que foi? — Felix respondeu, notando a gravidade na voz de Hyunjin.

 

— O jeito que ele morreu… — Hyunjin murmurou, sua expressão sombria revelando a verdade que ele havia percebido.

 

— Meu Deus… — Felix suspirou, compreendendo a terrível descoberta de Hyunjin.

 

— São eles, não são? — Perguntou, sua voz carregada de indignação.

 

— São… — Confirmou Minho, sua expressão endurecendo.

 

— E-Eles quem…? — Jeongin perguntou, confuso e assustado com a tensão repentina no ar.

 

— Tira ele daqui, Felix. Ajuda ele, Minho. — Hyunjin ordenou, sua voz firme, enquanto ele olhava para Felix em busca de confirmação.

 

Felix assentiu, entendendo a urgência da situação. Sem mais palavras, ele guiou Jeongin para longe do prédio abandonado, determinado a protegê-lo da ameaça que pairava nas sombras da noite. Enquanto isso, Minho permaneceu ao lado de Hyunjin.

 

— Eu disse para ajudar o Felix.

 

— Eu sei. Mas eu não deixarei você sozinho, Hyunjin — Minho retrucou.

 

— Você sempre foi tão teimoso…

 

— 242 anos e você ainda se surpreende — Minho brincou. — Você acha que te encontraram?

 

— Não sei… Os corpos começaram em Busan. Talvez, quando o garoto estiver mais calmo… Não acho que eles sabem onde estamos, desta vez quero acreditar que é puramente coincidência. Mas não podemos facilitar. Seja coincidência ou não, precisamos estar preparados para o que vier. Manteremos nossos sentidos em alerta e tomaremos todas as precauções necessárias.

 

— Hyunjin…

 

— Minho!

 

— Se você quiser ir para outro lugar, nós iremos. Mesmo com o recém-criado, nós iremos. Nem que eu o deixe dopado de verbena, Hyunjin. Iremos embora.

 

— Conversaremos amanhã.

 

— Estarei ao seu lado, não importa o que aconteça. Sempre.

 

⛧☾༺♰༻☽⛧

 

No caminho para a residência dos vampiros, Jeongin tremia tanto que não sabia diferenciar entre medo e fome. Felix percebeu o tremor de Jeongin e colocou uma mão sobre a do garoto.

 

— Tá tudo bem, Jeongin. Você tá seguro com a gente. Não precisa ter medo. Quando a gente chegar em casa, faremos o possível pra te ajduar, inclusive com sua fome. Estamos aqui para te ajudar com tudo isso, tudo bem?

 

Hyunjin, que dirigia o carro, lançou um olhar pelo retrovisor para confirmar que Jeongin estava ouvindo as palavras de Felix. Ele também sentia a angústia do recém-criado, mas sabia que precisavam agir com calma.

 

Minho, sentado ao lado de Hyunjin, observava a interação em silêncio, sua expressão séria. O carro avançava pela estrada enquanto o ambiente dentro dele permanecia tenso, carregado com a incerteza do que o futuro reservava para Jeongin e para o grupo. Hyunjin mantinha sua concentração na estrada, enquanto Minho observava silenciosamente, seu olhar refletindo uma determinação inabalável.

 

Felix continuava a confortar Jeongin, tentando acalmá-lo com palavras gentis e gestos tranquilizadores. O recém-criado, embora confuso e assustado, parecia encontrar um certo conforto na presença do grupo e nas promessas de ajuda.

 

Assim que o carro passou pelo grande portão da verdadeira residência dos vampiros, Jeongin observou a mansão com uma mistura de curiosidade e apreensão. Era uma estrutura enorme, envolta de grandes árvores e escuridão, que contrastava fortemente com a calma da noite ao redor.

 

Felix desceu primeiro do carro, seguido por Jeongin, que ainda mostrava sinais de hesitação. Hyunjin e Minho saíram em seguida. O grupo guiou Jeongin até a entrada da residência, ao adentrarem a mansão, Jeongin sentiu um arrepio percorrer sua espinha enquanto observava o interior sombrio do lugar. As paredes de pedra e os corredores mal iluminados criavam uma atmosfera gélida e misteriosa, deixando-o ainda mais inquieto.

 

— Não viemos muito aqui, mas iremos te ajudar aqui. Normalmente ficamos em um apartamento no centro. — Hyunjin explicou, tentando tranquilizá-lo. — Minho trabalha na faculdade de Seul e Felix é enfermeiro. Faço meus próprios horários, trabalho por conta própria, então, ficarei com você na maior parte do tempo.

 

Jeongin assentiu, absorvendo as informações enquanto se esforçava para se acalmar. A presença reconfortante do grupo ao seu redor ajudava a amenizar um pouco sua ansiedade.

 

— Obrigado… — murmurou, a gratidão evidente em sua voz.

 

— Estamos aqui pra te ajudar, Jeongin. Você não tá sozinho. — Felix sorriu.

 

— Felix, levo-o para o porão por enquanto. — Hyunjin orientou.

 

— P-Porão…? — Jeongin murmurou, sua voz trêmula com a ansiedade.

 

— Não se preocupe, Jeongin. — Hyunjin interveio, percebendo o nervosismo do recém-criado. — Felix o ajudará a se alimentar. Temos algumas bolsas de sangue no porão. É seguro, prometo.

 

Felix deu um aperto reconfortante em seu ombro, transmitindo-lhe um olhar tranquilizador.

 

— Vamos, Jeongin. Não precisa ter medo. Vou ficar com você o tempo todo.

 

Felix ajudou Jeongin a descer as escadas em direção ao porão, mantendo-se ao lado do recém-criado para oferecer apoio e conforto. Jeongin sentia seu coração acelerar enquanto adentravam o ambiente sombrio e pouco iluminado, mas a presença tranquilizadora de Felix ao seu lado ajudava a acalmar seus nervos.

 

Ao chegarem ao porão, Jeongin observou as bolsas de sangue dispostas em uma geladeira, sentindo um misto de alívio e apreensão. Felix percebeu a hesitação de Jeongin e segurou sua mão.

 

— Vai ficar tudo bem, Jeongin. Você precisa se alimentar. Eu vou tá aqui com você o tempo todo, ok? Vou te ajudar.

 

Jeongin assentiu timidamente, sentindo-se grato pela presença solidária de Felix. Com a orientação e o apoio do vampiro mais velho, ele começou a se alimentar das bolsas de sangue.

 

⛧☾༺♰༻☽⛧

 

Chan tentava se manter calmo diante do mar de perguntas de Jisung sobre o cara no bar. "Quem era?", 'de onde o conheceu?", "quem é o amigo dele?". Chan suspirou, apoiando os cotovelos no balcão da cozinha e passando as mãos pelo rosto. Ele sabia que Jisung era curioso por natureza, mas sua insistência estava começando a desgastá-lo.

 

— Você conhece o amigo dele! — Jisung acusou. — Vai! Me diz quem é!

 

— Não sei do que você tá falando, Jisung — Chan respondeu, tentando manter a calma.

 

— Sabe! Você entrou em pânico quando viu ele! É namorado do convento?

 

— Quem? — Chan franziu a testa, confuso.

 

— O cara do bar!

 

— Não sei do que você tá falando — repetiu Chan, a voz mais firme desta vez. — Boa noite, vai dormir.

 

Jisung bufou, claramente frustrado com a resposta evasiva de Chan. Ele sabia que seu amigo estava escondendo algo, mas não queria pressionar mais.

 

— Tudo bem, mas isso não acabou. Eu vou descobrir o que tá rolando — disse Jisung, cruzando os braços.

 

Chan apenas balançou a cabeça, exausto.

 

— Boa noite, Jisung.

 

Jisung se virou e saiu da cozinha, mas a inquietação ainda queimava em seu peito. Ele não podia deixar isso passar. Chan ficou sozinho na cozinha, seu coração ainda batendo acelerado. Ele sabia que precisaria lidar com isso mais cedo ou mais tarde, mas por agora, só queria um momento de paz. Ele se serviu de um copo d'água e tentou acalmar seus pensamentos. Pegou seu celular e selecionou o único contato que nunca achou que um mandaria mensagem.

 

⛧☾༺♰༻☽⛧

 

 

Minho parecia um tanto quanto inquieto em seu quarto, até ouvir seu celular começar a vibrar. Ele olhou para a tela e franziu a testa ao ver um número desconhecido o enviar mensagens.

 

Desconhecido: minho, eu pedi pra você sair de seul

 

Me: Quem é?

 

Desconhecido: pq você voltou, minho? eu pedi pra você sair

 

Me: ...

Me: Você...

Me: Achei que tinha apagado sua memória.

 

Desconhecido: ah você jura mesmo que eu ia caçar vampiro sem verbena?

 

Me: Bem, eu confiei em você, mas julguei errado. Mas entendo, não se preocupe, você não me conhecia, então tudo bem.

Me: Para ser sincero ainda não me conhece, mas tudo bem, você me engnou, não tem problemas.

 

Desconhecido: minho... não é assim

 

Me: Tudo bem, padre. Você não me deve explicações.

 

Desconhecido: não sou mais padre

 

Me: Como conseguiu esse número?

 

Desconhecido: ...

 

Me: Padre?

 

Desconhecido: não sou mais padre

 

Me: Sim, você disse, mas não temos esse tipo de intimidade.

 

Desconhecido: você sabe que pode me chamar de chan

Desconhecido: você ainda usa lee minho

Desconhecido: achei que depois de tantos anos iria mudar

 

Me: Existem muitos Lee Minho em Seul.

 

Desconhecido: você deveria ter continuado na suíça

 

Me: Você estava me vigiando.

 

Desconhecido: não é bem assim...

 

Me: Não importa mais, padre. Você estava vigiando o vampiro que não matou e está tudo bem

 

Desconhecido: a gente pode conversar pessoalmente?

 

Me: Para você conseguir me matar desta vez? Não.

 

Desconhecido: eu jamais isso com você minho

Desconhecido: você tá chateado comigo?

 

Me: Por quais motivos? Não temos nenhuma ligação emocional para isso.

 

Desconhecido: mas já tivemos...

 

Me: Não mande mais mensagens a este número, padre. Tenha uma boa noite.

Me: E se, por acaso, souber onde trabalho, por favor não me procure por lá.

 

Minho deixou o celular de lado e respirou fundo, tentando se acalmar e esquecer os eventos do passado parecia impossível com essas mensagens reabrindo velhas feridas. Ele olhou para a noite lá fora, suas emoções um turbilhão de sentimentos contraditórios. O homem que ele havia tentado esquecer, a pessoa que ele confiava e que depois tentou matá-lo, estava de volta à sua vida.

 

⛧☾༺♰༻☽⛧

 

Enquanto caminhava pelos corredores da faculdade, Minho estava quase imerso em seus pensamentos, mas algo o mantinha conectado ao presente. Talvez fossem os rostos familiares dos alunos que passavam por ele, os murmurinhos de conversas ao redor, a atmosfera vibrante do ambiente acadêmico ou a presença que ele se lembrava perfeitamente. 

 

Christopher.

 

— Pedi para não me procurar, Padre. Pedi para que não viesse até meu local de trabalho — Minho declarou.

 

— Eu senti sua falta… — A voz do padre era um sussurro 

 

Minho hesitou por um momento, os ecos das palavras do padre reverberando em sua mente.

 

— Tenho aulas para lecionar. Por favor, me dê licença — disse Minho, buscando uma saída para evitar o confronto.

 

— Não tem. Já aprendi seus horários. — Retrucou o padre, determinado.

 

— Por favor, respeite minha privacidade. — Implorou Minho, buscando um limite para a intromissão.

 

— Minho… Podemos conversar? — O pedido soava genuíno.

 

— Padre…

 

— Não sou mais padre, Minho. Não consegui voltar à batina depois que…

 

— Depois que descobriu sobre mim? — Minho completou a frase com dor e ressentimento.

 

— Sinto sua falta. Podemos conversar em um lugar mais privado? — O tom do ex-padre era um apelo.

 

— Christopher, por favor.

 

O padre suspirou, compreendendo a hesitação de Minho.

 

— Tudo bem… — Ele se aproximou lentamente. — Mas eu senti sua falta.

 

Minho permaneceu em silêncio por um breve instante, seu olhar revelando uma mistura de sentimentos conflitantes.

 

— Depois de me enganar?

 

— Eu não te enganei, amor… — Christopher respondeu, sua voz suave carregada de arrependimento.

 

— Christopher…

 

— A gente pode conversar? — Ele segurou delicadamente o pulso do vampiro, implorando por uma chance de diálogo. — Por favor?

 

— A gente pode conversar na minha sala… — Sugeriu Minho, cedendo à solicitação de Christopher. — Por favor, não tente me matar.

 

— Eu não vou te matar, amor.

 

— Não me chama assim!

 

Minho caminhou pelo corredor da faculdade, com Christopher seguindo a alguns passos atrás. O silêncio entre eles era pesado, carregado com a história não resolvida entre eles. Enquanto se aproximavam da sala de Minho, ele podia sentir a tensão no ar, como se estivessem prestes a mergulhar em águas profundas e desconhecidas.

 

Ao alcançarem a porta da sala, Minho hesitou por um momento, sua mão pairando sobre a maçaneta. Ele se virou para encarar Christopher.

 

— Você tem certeza de que quer fazer isso? — Minho perguntou, sua voz contendo um leve tremor de incerteza.

 

Christopher assentiu com sua expressão séria.

 

— Precisamos conversar, Minho.

 

Minho suspirou profundamente e abriu a porta da sala. Os dois entraram, e o som suave do fechamento da porta ecoou pelo ambiente tranquilo. Minho se sentou em cima sua mesa, enquanto Christopher permaneceu de pé, seu olhar fixo no vampiro.

 

— Então, o que você quer discutir? — Minho perguntou.

 

— Isso aqui.

 

Christopher não respondeu com palavras. Em vez disso, ele colocou uma mão suavemente no rosto de Minho, seus olhos fixos nos dele. A respiração de Minho estava mais acelerada enquanto ele tentava processar as emoções que o envolvia naquele momento.

 

O homem beijou suavemente os lábios do vampiro, Minho sentiu uma mistura de choque e anseio quando os lábios de Christopher tocaram os seus suavemente. O beijo era delicado, carregado de um desejo antigo e não resolvido que parecia ressurgir entre os dois. Por um momento, Minho se deixou levar pela sensação, perdido naquele encontro inesperado.

 

No entanto, logo a realidade voltou à tona, e Minho recuou lentamente, afastando-se do beijo de Christopher.

 

— Da última vez que a gente se beijou, eu acabei mordendo você…

 

— Senti sua falta…

 

— Você já disse isso umas… Quatro vezes.

 

— E vou continuar dizendo até você voltar pra mim…

 

Minho sentiu um turbilhão de emoções se agitando dentro dele enquanto Christopher expressava seus sentimentos. As palavras do ex-padre ecoavam em sua mente, despertando memórias de um passado compartilhado cheio de amor e dor.

 

— Christopher, você sabe que não podemos voltar. Você ainda é um caçador e eu ainda sou um vampiro.

 

— Eu sei, Minho. Mas isso não muda o que sinto por você.

 

— Então, não sinta mais! Ou eu…

 

Minho hesitou, deixando suas palavras suspensas no ar. Ele sabia que não podia oferecer a Christopher a reconciliação que ele desejava, mas também não queria causar mais dor.

 

— Vai me hipnotizar?

 

A pergunta de Christopher cortou o silêncio tenso que pairava entre eles, trazendo à tona a realidade de suas circunstâncias. Minho olhou nos olhos do homem à sua frente, vendo a dor e a esperança misturadas em seu olhar. Ele sabia que a resposta não seria fácil.

 

— Você é muito novo, Christopher. — Minho começou.

 

— Já tenho 35 anos — Christopher respondeu, sua expressão refletindo a determinação misturada com uma pitada de desespero.

 

— E eu 260. Melhor você ir — Sua voz suave, mas firme.

 

Christopher permaneceu em silêncio por um momento, olhando para Minho como se buscasse em seus olhos uma resposta que ele temia ouvir.

 

— Você não pode apenas me afastar assim, Minho. Eu… Eu ainda te amo. — Ele finalmente murmurou, a dor palpável em suas palavras.

 

— Você amou uma ideia de mim. Não a mim…

 

— Você não imagina o quanto eu queria ter ficado com você na Suíça no momento que eu te vi. — Admitiu.

 

— Tenho outra pessoa em minha vida — Minho mentiu, sabendo que era melhor manter uma distância definitiva entre eles.

 

Christopher se afastou lentamente.

 

— Ah… Certo… É… — Ele respirou fundo, lutando para manter a compostura. — Me desculpa.

 

Minho permaneceu em silêncio, observando a partida de Christopher com um nó na garganta. Ele sabia que suas palavras haviam causado dor, mas também entendia que era necessário estabelecer limites para proteger a ambos.

 

Enquanto Christopher se afastava, Minho sentiu uma mistura de emoções, uma parte dele desejando correr atrás e consolar o homem que ainda amava, enquanto outra parte sabia que isso só prolongaria o sofrimento.

 

Com um suspiro pesado, Minho voltou sua atenção para a sala vazia, sentindo o peso do arrependimento pesar em seus ombros. Ele sabia que havia feito a escolha certa, mas isso não facilitava lidar com as consequências emocionais de suas palavras.

 

⛧☾༺♰༻☽⛧

 

Hyunjin observava atentamente Jeongin, sua mente fervilhando com uma infinidade de perguntas para o recém-criado. Ele notava os traços de confusão e ansiedade no rosto de Jeongin, o que o impulsionava ainda mais a querer entender o que estava acontecendo e como poderia ajudar.

 

Enquanto observava Jeongin, Hyunjin pensava em como abordar o assunto delicado da transformação de um humano em vampiro. Ele sabia que era importante agir com sensibilidade, pois o garoto estava lidando com uma nova realidade assustadora e desconhecida.

 

— Como está se sentindo hoje, Jeongin?

 

— Com um pouco menos de fome…

 

Hyunjin assentiu, compreendendo a resposta de Jeongin. Ele podia imaginar a intensidade da fome que um recém-criado vampiro poderia experimentar, especialmente nos estágios iniciais de sua transformação.

 

— Entendo. A fome é algo que você terá que aprender a controlar ao longo do tempo. Mas, felizmente, temos recursos para ajudá-lo com isso aqui. — Hyunjin explicou, buscando transmitir uma sensação de tranquilidade ao garoto. — Além disso, estamos aqui para apoiá-lo em sua adaptação a essa nova vida.

 

Jeongin assentiu timidamente, demonstrando sua compreensão das palavras de Hyunjin.

 

— Obrigado…

 

— Você… — Ponderou. — Você estava enterrado?

 

— Sim… Eu tava andando pela floresta pra cortar caminho e eu senti uma dor muito forte no pescoço. Aí tudo ficou preto e eu acordei numa cova rasa. Acordei com muita fome e muita dor de cabeça. Eu tentei voltar pra casa, mas…

 

— Mas não conseguiu entrar. — Completou.

 

— Isso… E aí, minha mãe… — Sua voz falhou. — A minha mãe… Ela…

 

— Não precisa continuar, Jeongin. Posso imaginar o que aconteceu.

 

— Eu não queria! Eu só tava com tanta fome… Eu não queria, Sr. Hwang!

 

— Ei… Calma, eu sei que isso não foi culpa sua. Sei que você não queria, Jeongin. A transformação é um processo difícil e confuso, e é normal se sentir perdido e assustado — Hyunjin disse com gentileza. — Mas você não está sozinho. Estamos aqui para ajudá-lo.

 

— Obrigado…

 

Hyunjin entregou uma bolsa de sangue para Jeongin, garantindo que o recém-criado tivesse o sustento necessário para satisfazer sua fome.

 

— Aqui está. Espero que isso ajude um pouco — disse Hyunjin, oferecendo a bolsa com uma expressão gentil.

 

Jeongin pegou a bolsa com gratidão, seus olhos revelando um misto de alívio e desconforto diante da estranha situação em que se encontrava.

 

— Obrigado, Hyunjin — murmurou Jeongin, antes de abrir a bolsa e começar a beber o conteúdo com sede voraz. — Como… Vocês sabem quem fez isso comigo?

 

— Não temos certeza. — Respondeu ele, mantendo um tom calmo e tranquilo para não aumentar a ansiedade do recém-criado. — Estamos investigando e faremos o possível para descobrir quem fez isso com você e por quê. Por enquanto, o mais importante é garantir sua segurança.

 

— Quantos anos o Sr. tem?

 

Hyunjin sorriu gentilmente, apreciando a mudança de assunto por parte de Jeongin.

 

— Eu sou um homem velho, Jeongin. E você?

 

Jeongin arregalou os olhos, surpreso com a idade de Hyunjin.

 

— Eu… eu tenho 23 anos. Pareço um bebê perto de você…

 

Hyunjin riu suavemente, apreciando a leveza que Jeongin trouxe para a conversa.

 

— Apenas um pouco.

 

— E o Minho?

 

— Um pouco mais novo do que eu.

 

— Nossa… E o Felix?

 

— Bem, ele é relativamente jovem. Foi transformado nos anos 60…

 

— Uau…

 

— Deve ter por volta de 50 anos.

 

— Ele é bem bonito…

 

Hyunjin concordou com um sorriso discreto.

 

— Sim, Felix é muito charmoso. Mas o mais importante é que ele tem um coração bondoso e está sempre disposto a ajudar. Ele se preocupa muito conosco. Mas o vampirismo pode intensificar nossos sentimentos e características mais fortes. É importante que você vá devagar com o Felix. Ele é forte, mas também vulnerável como qualquer um de nós

 

— Você também é muito bonito, Sr. Hwang. Vocês três, na verdade…

 

— Ah, obrigado, Jeongin. Você é muito gentil. E, por favor, não me chame de “Sr. Hwang”. Me sinto velho.

 

Ele brincou com uma risada leve, buscando aliviar qualquer tensão no ambiente.

 

— Irei me matar! — Anunciou Minho ao entrar na mansão.

 

— Céus… O que aconteceu, Minho?

 

— Ele sabe onde trabalho, Hyunjin. Ele sabe onde trabalho.

 

Hyunjin se levantou imediatamente ao perceber a seriedade na voz de Minho.

 

— O que aconteceu? — Ele repetiu, demonstrando uma preocupação genuína.

 

Minho respirou fundo, tentando controlar a ansiedade que o dominava.

 

— Ele apareceu na minha faculdade, Hyunjin. Christopher apareceu e disse sentir minha falta. Depois me beijou. E disse que ainda me amava.

 

Hyunjin ouviu atentamente, sua expressão se tornando ainda mais preocupada ao ouvir o relato de Minho.

 

— Entendo. Você está bem? Como se sente?

 

Minho balançou a cabeça, um misto de confusão e angústia evidente em seu rosto.

 

— Eu não sei, Hyunjin. Foi tão inesperado. E a presença dele… Ainda mexe comigo…

 

— Q-Quem é Christopher? — Jeongin perguntou curioso.

 

Hyunjin olhou para Jeongin, percebendo sua curiosidade e a necessidade de esclarecimento.

 

— Christopher é alguém do passado de Minho. Eles compartilham uma história complicada.

 

Minho respirou fundo, preparando-se para explicar.

 

— Ele era um padre. Mas as coisas mudaram entre nós quando ele descobriu o que eu sou. 

 

— Bem… Ele mandou Minho sair de Seul e nunca mais voltar ou o entregaria para a igreja. O que aconteceu depois dele confessar ainda te amar?

 

— Eu entrei em pânico naquele momento, Hyunjin. Eu não sabia o que fazer, e acabei mentindo para ele, dizendo que já tinha outra pessoa em minha vida..

 

— Em quem exatamente pensou quando disse isso? — Hyunjin perguntou.

 

— Em você…

 

— Minho!

 

— Eu sei! Mas entrei em pânico! — Minho disse, agitado, enquanto caminhava de um lado para o outro na sala.

 

— Se esse homem aparecer naquela porta, vou dizer toda a verdade! — Hyunjin afirmou, levantando-se da cadeira.

 

— Hyunjin! — Minho exclamou, preocupado.

 

— Eu não quero ter a minha cabeça arrancada por um padre! — Hyunjin respondeu.

 

Minho suspirou, compreendendo a preocupação do amigo.

 

— Ele não sabe sobre vocês! Quer dizer… Não exatamente… — Minho explicou, tentando acalmar os ânimos.

 

— Como assim “não exatamente”, Minho? — Hyunjin perguntou, franzindo a testa enquanto buscava entender a situação.

 

Minho hesitou antes de continuar, sua expressão tensa revelando a gravidade da situação.

 

— Ele me mandou mensagem ontem perguntando se você e o Felix também são, porque, aparentemente, o cara com quem você estava no bar também é um caçador. Mas um caçador que gostou de você — ele explicou enquanto observava a reação de Hyunjin.

 

— Ótimo… Dois caçadores atrás de nós… Era tudo que precisávamos. Arrume suas coisas. Partiremos hoje.

 

— Não podemos! Jeongin ainda é recém criado! Iria matar todos no voo!

 

— Eu ainda tô na sala…

 

Minho olhou rapidamente para Jeongin, lembrando-se da presença do recém-criado na sala. 

 

— Desculpe, Jeongin, mas é verdade. Todos passamos por isso e não é seguro lhe colocar em um voo de 8 horas. E você sabe disso, Hyunjin!

 

Hyunjin soltou um suspiro, consciente da validade do argumento de Minho.

 

— Você está certo, Minho. Não podemos arriscar a segurança de Jeongin dessa maneira. Teremos que encontrar outra solução.

 

— Talvez o Minho pudesse conversar com o padre… — Jeongin sugeriu.

 

— O que?! Nunca! — Minho retrucou imediatamente, visivelmente abalado pela sugestão.

 

— Mas por que não? — Jeongin insistiu, olhando para Minho com curiosidade.

 

Minho passou a mão pelos cabelos, claramente perturbado pela ideia.

 

— Ele ainda é um caçador ao final do dia. Eu não posso deixar que ele machuque o Felix ou o Hyunjin… Jamais me perdoaria se isso acontecesse.

 

Hyunjin se aproximou de Minho, o abraçando confortavelmente.

 

— Nós encontraremos uma solução, Minho. Precisamos pensar com calma e não agir por impulso. Vamos passar por isso juntos, como sempre fazemos.

 

Minho olhou para Hyunjin, a gratidão e a preocupação misturadas em seus olhos.

 

— Obrigado, Hyunjin. Eu só… Não sei o que fazer agora.

 

Hyunjin apertou Minho um pouco mais forte, tentando transmitir toda a segurança que ele poderia oferecer.

 

— Ainda estou aqui com você, Min… Sempre estarei. E se ele tentar te machucar de alguma forma… Eu o matarei.

 

Minho assentiu, sentindo-se um pouco mais aliviado.

 

— Obrigado, Jinnie. Por tudo.

 

Hyunjin sorriu levemente, tentando manter o clima mais leve.

 

— Até onde eu sei, você ainda é meu marido e eu prometi te proteger.

 

— Desculpa… Marido? — Jeongin perguntou, visivelmente confuso.

 

Minho e Hyunjin trocaram um olhar antes de Hyunjin responder.

 

— Sim, Jeongin. Somos casados há muito tempo. Eu mencionei que tenho 522 anos, certo? Minho e eu estamos juntos há séculos. Bem, mais ou menos…

 

Jeongin piscou, tentando processar a nova informação.

 

— Isso é… incrível. Desculpa, eu não sabia. Mas se vocês são casados… Por que o Minho ficou assim depois de encontrar o caçador?

 

Hyunjin suspirou, olhando para Minho antes de responder.

 

— É uma história complicada… — começou Hyunjin. — Christopher e Minho têm uma história juntos que é cheia de dor e conflito. Não é fácil para Minho enfrentar isso, mesmo depois de tanto tempo.

 

Minho balançou a cabeça, confirmando as palavras de Hyunjin.

 

— Exatamente. E além disso, o fato de Christopher ser um caçador torna tudo ainda mais difícil.

 

— Então… Vocês são um casal mega moderno de vampiros? Tipo, o relacionamento de vocês é aberto?

 

Minho não pôde deixar de rir com a confusão de Jeongin.

 

— Hyunjin e eu não estamos mais juntos assim, Jeongin. Óbvio que ainda o amo, mas estamos “não oficialmente” separados desde 2002.

 

Jeongin parecia ainda mais confuso.

 

— Ah… Desculpa, não queria ser invasivo. Só tô tentando entender tudo isso.

 

Hyunjin sorriu, compreensivo.

 

— Está tudo bem, Jeongin. Sabemos que é muita informação para processar. Nos casamos oficialmente nos anos 80, na Dinamarca. Mas nunca pedimos o divórcio. Minho ainda é a âncora que me mantém são.

 

— E serei até o dia em que você estiver pronto para encontrar outra âncora que o mantenha no porto — sorriu gentilmente para Hyunjin.

 

Hyunjin retribuiu o sorriso, um misto de carinho e saudade nos olhos.

 

— A vida de vampiro é longa e cheia de desafios. Meus dias costumavam ser apenas a escuridão sombria, mas quando encontrei Minho, de alguma maneira, ele trouxe o sol à minha vida.

 

Minho corou ligeiramente, desviando o olhar para evitar o intenso contato visual com Hyunjin.

 

— Você sempre soube como me fazer corar, Jinnie — Minho brincou, tentando aliviar a tensão emocional do momento.

 

Jeongin observava a interação entre os dois, sentindo-se uma mistura de curiosidade e admiração pela profundidade do vínculo que compartilhavam.

 

— É incrível como vocês se entendem tão bem… — Jeongin comentou, sinceramente impressionado.

 

— Passar séculos juntos faz isso — Hyunjin respondeu, ainda sorrindo. — Mas também nos ensinou que a vida continua a trazer novos desafios e oportunidades. Temos que estar prontos para enfrentá-los juntos, como sempre fizemos.

 

Minho assentiu, concordando.

 

— E isso inclui lidar com o Christopher e os caçadores. Não vamos deixar que eles destruam o que construímos.  Somos uma família agora, Jeongin. — Minho o assegurou.

 

Hyunjin e Minho trocaram um olhar, ambos sorrindo.

 

— Sim, Jeongin. Somos uma família. — Hyunjin confirmou. — E enfrentaremos tudo juntos. Isso inclui você agora.

 

— Obrigado…

 

— Minho, podemos conversar em quarto? — Hyunjin perguntou.

 

Minho assentiu, sentindo a seriedade na voz de Hyunjin.

 

— Claro, Jinnie.

 

Os dois se levantaram e caminharam em direção ao quarto, deixando Jeongin na sala. Hyunjin fechou a porta atrás de si e virou-se para Minho, sua expressão mais séria do que antes.

 

— Como está se sentindo? — Hyunjin perguntou.

 

Minho suspirou, sentando-se na beira da cama.

 

— Eu não sei… — ele respondeu, a voz carregada de incerteza.

 

Hyunjin sentou-se ao lado de Minho, a mão pousando gentilmente sobre a dele.

 

— Você o teme. — Hyunjin afirmou.

 

Minho olhou para suas mãos entrelaçadas, sentindo o conforto do toque de Hyunjin.

 

— Não por mim. Jamais conseguiria viver sabendo que você e Felix se machucaram por minha causa… — ele admitiu, a voz quebrando.

 

— Você acha que ele nos machucaria? — Hyunjin perguntou, seus olhos cheios de preocupação.

 

Minho respirou fundo, tentando organizar seus pensamentos.

 

— Sendo sincero? Não… Não era o caçador que estava comigo naquela sala hoje, era só meu doce Channie… — Minho respondeu, sua voz suavizando ao lembrar do lado mais humano de Christopher.

 

Hyunjin assentiu, compreendendo a complexidade da situação.

 

— Então, talvez haja uma chance de resolvermos isso sem violência. Talvez possamos conversar com ele, entender o que ele realmente quer. — Hyunjin sugeriu.

 

Minho olhou para Hyunjin, um brilho de esperança surgindo em seus olhos.

 

— Você acha que isso é possível?

 

— Eu acho que vale a pena tentar. Precisamos proteger nossa família, mas também precisamos ser inteligentes sobre como fazemos isso. — Hyunjin respondeu, apertando a mão de Minho. — Se Suh está de volta a Seul, talvez a ajuda de alguns caçadores não seja tão ruim.

 

— Não quero imaginar se aquele desgraçado chegar perto de vocês. — Minho disse com a preocupação evidente em sua voz.

 

— E eu jamais deixaria ele chegar perto de vocês. Especialmente você, Minho. — Hyunjin afirmou.

 

— Eu te amo, Jinnie.

 

— E eu te amo, Min. Eu sei o quanto o Chan significou para você. E eu sei o que eu e Felix significamos para você.

Notes:

aqui estão algumas informações sobre os personagens caso tenha alguma curiosidade! 🥰

 

Hyunjin Hwang
Lee Minho
Lee Felix
Yang Jeongin
Han Jisung
Bang Chan
Seo Changbin
Regina Kang
Kim Seungmin
eu sei que você provavelmente quer saber sobre outros personagens e mais sobre os caçadores e os vampiros assim como suas fraquezas e o que é exatamente o felix, mas prometo que eles serão revelados aos poucos durante a história. aliás, quando aparecer alguns monstros que desconheça pode manter a calma que a thread do twt vai ser sempre atualizado

se você lê em outro idioma, uma versão em inglês também está disponível nos twts com as informações.

aliás, peço desculpas pela demorada para atualizar, acabei ficando com inflamação aguda na garganta e tô me recuperando ainda desse socão que meu próprio organismo me deu e de algumas crises de tosses fortes que tem me dado nos últimos dias

Chapter 3: Capítulo 3

Notes:

(See the end of the chapter for notes.)

Chapter Text

Jisung encarava Bang Chan atentamente. Chan sentiu o olhar de Jisung e sorriu, quebrando o silêncio.

 

— O que foi? Tem alguma coisa no meu rosto? — ele brincou, tentando aliviar a tensão.

 

Jisung balançou a cabeça, um pequeno sorriso aparecendo em seus lábios.

 

— Não, só tô pensando em como você tá tão quieto desde ontem. Saiu cedo, não avisou ninguém onde tava… Foi visitar o cara do bar?

 

— Não tem nenhum cara do bar, Jisung.

 

— Ah, qual é, Bang Chan! A gente viu a sua cara olhando pra ele. E você tá tão quieto…

 

— Ele tem razão. — disse Nina, entrando na conversa. — Onde você foi e por que voltou tão triste do lugar?

 

— Não é da conta de vocês. — Chan respondeu, sua voz ficando mais fria.

 

— Que bicho te mordeu? — Jisung insistiu.

 

— Nenhum, Jisung.

 

— Então, por que você tá assim? — Jisung perguntou, sem desistir.

 

— Continua estudando. — Chan ordenou, tentando encerrar a conversa.

 

Nina olhou para Chan, preocupada, mas decidiu não pressionar mais. Jisung suspirou, frustrado, mas voltou a se concentrar em seus estudos.

 

Chan seguiu para seu próprio quarto e Nina o seguiu, preocupada com o amigo.

 

— Chan, espera. — Nina chamou, entrando no quarto atrás dele. — O que realmente aconteceu? Você sabe que pode contar comigo.

 

Nina era a única pessoa em quem Chan confiava o suficiente para contar o que passava em sua cabeça. Ele confiava sua própria vida a ela. Eles compartilhavam uma amizade profunda, forjada ao longo de anos de apoio mútuo em momentos difíceis. Nina sempre esteve ao lado de Chan, ajudando-o a navegar pelas tempestades emocionais e pelas batalhas internas que ele enfrentava.

 

Chan suspirou, sentando-se na cama e passando a mão pelos cabelos. Sentia-se seguro com Nina, sabia que podia ser vulnerável na sua presença sem medo de julgamento.

 

— Eu vi alguém ontem. Alguém que eu não esperava encontrar. — Chan começou, olhando para Nina com um misto de tristeza e confusão nos olhos. Ele sabia que podia confiar nela para entender a complexidade de seus sentimentos e oferecer o apoio que ele precisava. — Sabe quando você faz uma coisa por acreditar que é o certo, mas você se arrepende disso e aí quando você tem finalmente a oportunidade de consertar as coisas acaba estragando mais ainda?

 

Nina se aproximou, sentando-se ao lado de Chan na cama.

 

— Quem você encontrou?

 

Chan respirou fundo, sua voz tremendo ligeiramente enquanto respondia.

 

— O Minho. Eu vi ele no bar ontem enquanto o Jisung flertava com um cara.

 

— O Minho? Aquele Minho ?

 

Nina sabia da breve história entre Chan e Minho, sabia que o homem era um vampiro. Ela olhou para Chan com uma expressão de surpresa e preocupação.

 

— E como foi? — Nina perguntou suavemente, tentando não pressionar demais.

 

— Foi difícil. Eu disse que sentia falta dele e que ainda amava ele. — Chan confessou, desviando o olhar. — Mas ele disse que tem outra pessoa na vida dele. Talvez um dos caras do bar, não sei.

 

— E agora? O que você pretende fazer?

 

— Eu não sei, Nina…

 

— Chan… — suspirou. — Você fez o que fez por achar que era o certo, não pode ficar se culpando a vida toda por causa disso.

 

— Eu sou um idiota. No fundo, queria que ele tivesse ficado sozinho todos esses anos… — riu sem humor.

 

Nina colocou a mão no ombro de Chan, apertando-o levemente.

 

— Você não... Você também não pode culpar ele. Ele disse que te amava e você disse que os vampiros não amavam nada além de sangue. Você mentiu dizendo que tava sem verbena e queria que ele apagasse a si próprio das suas lembranças. Não deve ter sido fácil pra ele também, Chan.

 

Chan fechou os olhos, relembrando a dor daquele momento.

 

— Parece que eu tô enfrentando as consequências dos meus atos, né? — Chan murmurou, sua voz carregada de arrependimento.

 

Nina olhou para ele com empatia, compreendendo a luta interna que ele enfrentava.

 

— Às vezes, enfrentar essas consequências é o primeiro passo para encontrar um caminho para a redenção. O importante agora é o que você vai fazer a seguir. Se você ainda se importa com ele, talvez o melhor seja deixá-lo no seu passado.

 

— É… Você tem razão. Por que ele se importaria com um humano idiota como eu?

 

— Se ele não se importasse com você, já teria te matado. — Nina disse.

 

— Talvez só estivesse tentando não chamar a atenção de outros caçadores.

 

— Ou talvez seja seu ciúme de humano idiota falando mais alto. — Nina rebateu, um tom de leveza em sua voz para aliviar a tensão. — Você merece mais do que acreditar que é irrelevante para alguém que, claramente, ainda tem sentimentos por você.

 

— Sentimentos de rancor. — Chan respondeu, seu tom carregado de tristeza.

 

— O rancor pode ser uma forma de ainda se importar, Chan. Às vezes, é mais fácil sentir raiva do que lidar com a dor real da perda. 

 

Enquanto Chan refletia sobre as palavras de Nina, Changbin bateu levemente na porta do quarto.

 

— Ei, Chan, posso entrar?

 

— Claro, Changbin. Entre.

 

Changbin entrou no quarto, sua expressão preocupada ao ver Chan e Nina sentados na cama. 

 

— O que tá acontecendo? Jisung está preocupado com você e eu pensei em dar uma checada.

 

Chan forçou um sorriso, tentando parecer mais tranquilo do que se sentia.

 

— Nada de mais, Binnie. Só uma conversa sincera com Nina.

 

— Sério? Porque me parece que alguém te deu um soco no estômago. — Changbin observou, notando o tom de voz e a expressão de Chan.

 

Nina levantou-se e deu um leve toque no ombro de Chan antes de se aproximar de Changbin.

 

— Quase isso. Talvez ele precise de um pouquinho de distração.

 

Changbin assentiu, olhando para Chan.

 

— Sabe o que pode me distrair? Trabalho. Alguma coisa sobre os corpos?

 

— Na verdade, sim…

 

— Pode falar. Um garoto de Busan. Ele sumiu e a família dele foi encontrada morta.

 

— Eu acho que já ouvi essa história antes…

 

— Lembra dos Hwang, né? Corpos sem sangue, janelas cobertas…

 

— Qual o nome dele?

 

— Yang Jeongin. Estudante de psicologia, sumiu em maio.

 

— Por que a gente só tá sabendo disso agora?

 

— Porque a igreja de Busan só nos informou agora.

 

Chan se levantou da cama, absorvendo as novas informações enquanto Nina se afastava um pouco para dar espaço a Changbin.

 

— Yang Jeongin... — Chan murmurou, sua mente tentando conectar os pontos. — Você disse que sumiu em maio?

 

— Isso mesmo. E pelo que parece, a família dele foi encontrada morta recentemente. É estranho que só agora estejam nos informando. — Changbin explicou, sua expressão séria.

 

— E as semelhanças com o caso dos Hwang… — Chan começou, refletindo sobre o padrão que parecia se formar. — O que você acha que tá por trás disso?

 

— Não tenho certeza, talvez o Hwang não seja uma lenda? — Changbin sugeriu, seu tom carregado de dúvida.

 

— 500 anos e ninguém nunca viu ele? A gente nem sabe como é a aparência dele. Ele pode ser qualquer pessoa no mundo. Pode ser até um professor de história da Universidade de Seul.

 

— Isso foi bem específico, Nina… — Changbin comentou, arqueando uma sobrancelha.

 

— Foi um exemplo, Changbin. — Nina respondeu, tentando aliviar a tensão com um sorriso. — A questão é que, se Hwang é real, ele deve ter uma maneira de se camuflar muito bem. Precisamos descobrir mais sobre esses padrões para identificar possíveis conexões.

 

— Concordo. — Chan disse, voltando sua atenção para os detalhes do caso. — Vamos reunir todas as informações que temos e investigar mais a fundo. Se Hwang é real, então ele deve ter deixado algum rastro.

 

— Nina, pede pro Seungmin procurar qualquer coisa sobre ele.

 

— Certo. Em qual lugar?

 

— Todos. As redes sociais, arquivos históricos, qualquer coisa que possa nos dar uma pista. Precisamos encontrar algo que nos ajude a entender quem ele realmente é e o que ele está procurando.

 

⛧☾༺♰༻☽⛧

 

Jeongin observava de longe o sol entrar pela janela. A luz suave da manhã filtrava-se através das cortinas, criando um padrão de sombras no chão. Ele se sentia introspectivo, refletindo sobre a conversa que teve com Hyunjin e Minho, sobre seu novo lugar no mundo e as novas responsabilidades que agora carregava.

 

A presença dos outros vampiros na casa era reconfortante, mas também trazia um senso de responsabilidade que ele ainda estava tentando entender. Jeongin sabia que sua vida estava mudando drasticamente e que ele precisava encontrar seu próprio caminho em meio a essas mudanças.

 

— Por que vocês conseguem sair no sol e eu não? — Perguntou.

 

— Temos algo que nem todo vampiro possui. Anéis do sol. — Minho mostrou um de seus anéis. — Felix nos fez assim que conseguiu adquirir habilidade suficiente para isso.

 

— Eu vou ter um?

 

— Em breve. Mas, por enquanto, você ainda precisa aprender a controlar sua sede. — Minho explicou, colocando o anel novamente em seu dedo e olhando para Jeongin com um misto de encorajamento e seriedade.

 

Jeongin assentiu, compreendendo a importância de dominar suas novas habilidades e restrições. 

 

— E como eu começo a aprender a controlar isso?

 

— Vamos trabalhar juntos nisso. — Minho respondeu, oferecendo um sorriso tranquilizador. — O Hyunjin me ajudou, eu ajudei o Felix e agora ele irá ajudar você. Vamos fazer isso passo a passo, e com o tempo, você vai se sentir mais confortável com sua nova vida.

 

Jeongin sentiu um alívio ao ouvir as palavras de Minho. Havia uma sensação de camaradagem e suporte que o fazia se sentir um pouco mais seguro em sua nova situação.

 

— Obrigado, Minho. Eu realmente aprecio isso. 

 

— Não há de quê. — Minho respondeu. — E lembre-se, não hesite em pedir ajuda quando precisar. Estamos todos aqui para apoiar mutualmente. — Jeongin sorriu, sentindo-se um pouco mais confortável com a ideia de ter um sistema de apoio ao seu redor.  — Especialmente se você tiver algum pesadelo. — Minho acrescentou, com um tom leve, tentando aliviar um pouco a tensão.

 

— Vou me lembrar disso. — Jeongin respondeu, o sorriso se alargando um pouco. — E prometo que vou fazer o meu melhor para me adaptar a tudo isso.

 

— Vá descansar. — Minho disse.

 

Jeongin acenou com a cabeça e se dirigiu ao seu quarto, sentindo-se um pouco mais leve com a certeza de que tinha apoio ao seu lado. Minho o observou partir, pensando em como a adaptação de Jeongin seria crucial para a segurança e a coesão de todos.

 

— Minho?

 

Minho virou-se para Hyunjin.

 

— Sim?

 

— Eu estive pensando…

 

— Sim?

 

— Talvez você devesse conversar com ele.

 

— Não, Hyunjin. Não quero mais falar sobre isso. — Minho respondeu, com uma nota de firmeza na voz.

 

Hyunjin abraçou firmemente Minho.

 

— Desejo do fundo do meu coração que você não esteja fazendo isso por minha causa. — Hyunjin disse, apertando Minho em um abraço reconfortante.

 

Minho relaxou um pouco no abraço de Hyunjin, sentindo o peso das palavras que ele não conseguia expressar de outra forma.

 

— Não, Hyunjin. É só que eu não quero te preocupar mais do que já estou. E o que sinto em relação ao Christopher é algo que preciso processar sozinho por enquanto.

 

— Eu entendo. — Hyunjin sussurrou, ainda segurando Minho. — Mas lembre-se, eu estou aqui para você. Sempre.

 

— Sinto muito por toda essa situação que te coloquei… Me sinto em 1945 novamente.

 

— Não se culpe. Não foi sua culpa naquela época, não foi sua culpa em 2010 e não é sua culpa agora. — Hyunjin disse suavemente, tentando aliviar a sensação de culpa que Minho carregava.

 

— Eu sei que você sempre me lembra disso, mas é difícil não sentir que estou causando problemas para todos nós.

 

— Como poderia ter sido sua culpa em 45? Como poderia ter sido sua culpa em 2010? E como pode ser sua culpa agora?

 

— Como não pode ter sido minha culpa em 2010? Eu me apaixonei por um caçador!

 

— Porque eu te deixei. — Hyunjin disse, sua voz carregada de arrependimento. — Eu deveria ter ficado ao seu lado, mas me afastei e deixei você enfrentar isso sozinho. Eu desliguei a minha humanidade e deixei você sozinho com Felix.

 

Minho balançou a cabeça, lágrimas enchendo seus olhos.

 

— Não, Hyunjin. Eu fiz minhas próprias escolhas. Eu sabia dos riscos e ainda assim segui em frente. 

 

— E eu também fiz minhas escolhas. Escolhi não te apoiar quando você mais precisava. Escolhi desligar, ir embora e voltar como se você nunca tivesse sido a coisa mais importante da minha vida. — Hyunjin sussurrou, a dor evidente em sua voz.

 

Minho enxugou as lágrimas, tentando encontrar as palavras certas.

 

— Eu deveria…

 

— Não, Min… — Hyunjin o interrompeu. — Você sempre se sacrificou por mim, não é justo que você pense assim.

 

Minho olhou para Hyunjin, seus olhos ainda brilhando com lágrimas.

 

— Hyunjin…

 

— Você se apaixonou porque ele era um bom homem, estávamos separados e eu já havia desligado. Eu não o culpo por isso. — Hyunjin disse, a sinceridade em sua voz evidente.

 

Minho respirou fundo, sentindo um peso se levantar de seus ombros.

 

— Mas eu não o quero mais em minha vida.

 

— Você diz isso, mas eu ainda vejo o impacto que ele tem em você. Não deixe sua devoção a mim te cegar.

 

— Não. Fim de assunto. Por favor…

 

— Tudo bem. — Hyunjin respondeu suavemente, soltando Minho do abraço. — Eu só quero o melhor para você.

 

Minho assentiu, sentindo-se grato pela compreensão de Hyunjin.

 

— Eu sei.

 

Antes que pudessem continuar, Felix entrou abruptamente, sua expressão alarmada.

 

— A gente tem um puta problema! — anunciou, sua voz carregada de urgência.

 

Hyunjin se virou para Felix, preocupado.

 

— O que aconteceu?

 

— Acabei de ver na internet que a família Yang foi brutalmente assassinada em Busan e o filho, Yang Jeongin, é o principal suspeito. Só que ele desapareceu. Yang Jeongin.

 

— Inferno. Quem divulgou?

 

— Não sei… Tá em todos os lugares.

 

— Cadê o Jeongin?

 

— Descansando no porão.

 

— O celular dele? — Hyunjin perguntou.

 

— Eu desliguei. — Felix respondeu. — Não quero que ele veja isso antes de estarmos prontos para lidar com a situação.

 

Hyunjin respirou fundo, tentando processar a nova informação.

 

— Precisamos pensar em como abordar isso com ele. Jeongin ainda está se adaptando, e isso pode ser um golpe muito duro.

 

— Abordar o que comigo? — Jeongin perguntou do topo da escada.

 

Felix olhou para Hyunjin rapidamente antes de voltar sua atenção para Jeongin, tentando parecer o mais calmo possível.

 

— Pode deixar comigo… Jeongin, que tal se a gente voltar pro porão? Quero te mostrar uma coisa.

 

Jeongin franziu a testa, mas desceu as escadas de volta para o porão com Felix. 

 

— O que você quer me mostrar, Felix? — Jeongin perguntou, ainda desconfiado.

 

— Uma coisa importante pro nosso treinamento. — Felix disse, tentando manter o tom leve. — Vamos precisar de toda a concentração agora.

 

Felix estava tenso e Jeongin notou isso.

 

— Você tá estranho, Felix. O que realmente está acontecendo? — Jeongin perguntou, parando no meio do caminho.

 

Felix respirou fundo, tentando manter a compostura.

 

— Jeongin, a gente precisa conversar sobre sua família em Busan. — ele disse, a voz suave, mas firme. — A polícia local achou os corpos e… Você é o principal suspeito…

 

— Eu… Deveria me entregar…

 

— Não foi culpa sua. Você tava com fome e assustado. Todo mundo nessa casa passou por isso… Bem… A sua história é bem parecida com a do Hyunjin. Mas essa história tem que vir dele, não de mim. Vem, é melhor você se alimentar.

 

Os dias haviam se passado lentamente. Jeongin ainda tentava controlar sua fome enquanto Felix o ajudava, Minho ainda se culpava pelo fim do longo relacionamento com Hyunjin e Hyunjin… Hyunjin ainda se odiava por matar toda sua família em 1522.

 

Jeongin, sentado no porão, observava Felix com atenção enquanto ele explicava mais sobre as habilidades e limitações dos vampiros. Cada dia era uma batalha interna para manter a fome sob controle, mas a presença de Felix o ajudava a manter a calma.

 

Minho, por sua vez, passava longas horas perdido em pensamentos. Que Chan estava tentando voltar a sua vida, um caçador que estava em suas costas pesava em sua mente, e ele se perguntava se algum dia encontraria paz com suas escolhas passadas.

 

Hyunjin, apesar de seu comportamento exterior calmo e protetor, carregava um fardo insuportável de culpa e ódio por si. A memória do dia fatídico de 1522, quando ele perdeu o controle e matou sua família, assombrava-o constantemente. Mesmo séculos depois, ele não conseguia se perdoar.

 

— Hyunjin? — Felix o chamou.

 

— Sim?

 

— Jeongin se lembrou do rosto do homem que o transformou.

 

— O retrato de Suh está no cofre. Mostre a ele. — Hyunjin respondeu, com uma expressão sombria.

 

Felix assentiu e se virou para Jeongin.

 

— Venha comigo. Há algo que você precisa ver.

 

Jeongin seguiu Felix até o cofre, seu coração batendo acelerado com a antecipação. Quando Felix abriu o cofre e revelou o retrato de Youngho Suh, Jeongin congelou.

 

— É ele… — Jeongin sussurrou, seus olhos arregalados. — Esse é o homem que me transformou.

 

— Então tá confirmado. — Felix disse.

 

— Youngho Suh está de volta em Seul. Minho? — Felix chamou, seu tom preocupado.

 

Minho, que havia ouvido a conversa, entrou no quarto com uma expressão séria.

 

— Eu… Eu vou tentar falar com o Christopher. Talvez ele possa ajudar. — Minho disse com uma leve hesitação.

 

— Não quero te pressionar, Min. — Hyunjin disse suavemente, entendendo a dificuldade da situação.

 

— Não é pressão. É a única opção. Se Suh está de volta, precisamos de toda a ajuda que pudermos conseguir. — Minho respondeu, tentando convencer a si mesmo tanto quanto aos outros. — Principalmente de caçadores.

 

— E eu? — Jeongin perguntou, a preocupação evidente em sua voz.

 

Minho suspirou, sentindo o peso das palavras que precisava dizer.

 

— A polícia continua te procurando, Jeongin. Sinto muito, mas terá que ficar escondido por, pelo menos, 50 anos. É a única maneira de garantir sua segurança e a nossa. Faremos o possível para manter você seguro e ajudá-lo a se adaptar.

Notes:

mil perdões a demora :( infelizmente ser adulto é difícil

Notes:

obrigado a todos que leram até aqui essa loucura da minha cabeça

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