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Falando no diabo...

Summary:

Você também é um assassino, mesmo você mate apenas pessoas específicas por uma boa razão, matar ainda é matar. Quem diria que na prisão você encontraria um antigo amor proibido de adolescência?

Notes:

Leitor usa pronomes masculinos, mas não tem um sexo exato

(See the end of the work for more notes.)

Chapter Text

Você está sendo arrastado pelos policiais que te prenderam até o seu novo quarto, os outros prisioneiros te encaram das celas lotadas que fazem os corredores desse buraco de vermes, alguns apenas te olham de canto de olho, outros nem sequer olham para você, mas os piores são os que estão agarrados às notas e te provocando. Vocês finalmente chegaram em um corredor cheio de portas reforçadas tendo apenas duas abertas, uma pequena janela com notas na parte superior e uma portinha para passar a comida na parte inferior, cada sala parece ser individual.

"Esperamos que goste do seu novo quarto, pois você só vai sair dele durante a hora do recreio, a hora do banho e especialmente em especificidades" John destranca as suas algemas e te dá um gentil empurrão para dentro da sua cela. "Se você está se comportando bem, podemos trazer coisas para você se entreter. Tenha uma boa noite."

"Pra vocês dois também." Você diz com um leve tom de sarcasmo.

"Ah, obrigado." Jack dá um leve sorriso enquanto cena para você.

"Foi sarcasmo, Jack." John fala enquanto procura as chaves da sua cela.

"Um pouquinho." Você revira os olhos com uma expressão indiferente.

Eles fecham a sua cela, a porta pesada abafa os filhos do lado de fora, mas a abertura da janela permite ouvir uma conversa dos policiais.

"Você vai ficar tudo bem hospedado ele  nessa cela? Você sabe... Considerando o  vizinho ." Jack pergunta enquanto observa John trancar a cela.

"Não se preocupe, a oportunidade de eles terem pra interagir entre si é só no recreio, é impossível ouvir através das paredes." John gira a chave no dedo antes de guardá-la no bolso.

Os policiais fecham a sua janela e se afastam, e você presta atenção até ter certeza de que eles se foram, você olha ao redor do seu novo quarto, o chão é coberto por um tecido cinza que talvez tenha sido mais claro um dia, uma cama de solteiro no canto com lençóis recém-trocados, uma pequena mesinha no centro da sala, uma porta que você deduz te levar ao banheiro e o que te despertou mais interesse foi um duto de ventilação no chão em um dos cantos do seu quarto, você olha ao redor em cada uma das paredes brancas da cela em busca de uma câmera de segurança, ao não encontrar nada de suspeito, você vai até o duto de ventilação e ajoelha na frente dele, era muito pequeno, não caberia mais do que seu braço dentro, você era grande demais ... Mas seus amiguinhos não...

Você puxa a gola da sua roupa laranja para olhar interior.

"Pessoal, a área tá limpa, pode sair." Você sussurra com um sorriso.

Por baixo do seu uniforme de prisão e pelas mangas longas, saem pequenos bolinhas de pelo com olhos, usando seus coelhos e patinhas para deslizar por você em segurança até o chão, todos eles pretos e são cinco do total, cada um tem seu nome, Dentadura, Ciclope, Garrinhas, Rebelde e Chicote, cada nome faz apenas à sua aparência, Dentadura é quem tem os maiores dentes e em maior quantidade, Ciclope tem um único olho grande pois perdeu o outro, Garrinhas tem as maiores e mais fortes garras, Rebelde é quem tem os mais espetados, apesar do nome ele é o mais dócil e Chicote tem a calda maior e mais pesada, ele aprendeu a usá-la com um chicote. Todos se aglomeram no seu colo pedindo por carinho, apesar de parecerem muito com ratos, eles são como gatos inteligentes.

"Tudo bem, carinhas? A viagem foi longa." Você pega todos em um abraço antes de soltá-los na frente de seus joelhos. "A gente vai ficar aqui por um tempinho, é bom explorarem a cela."

As carinhas olham entre si e correm pelo quarto. O que essas carinhas têm de pequenos eles têm de velozes e ágeis, é fofo vê-los correndo por aí para analisar o pouco espaço que tem, aos poucos eles vão se aglomerando novamente na sua frente.

"Pois é, pessoal... Descobriram minhas " traquinagens ", acontece..." Você dá de ombros 

Ciclope começa a grunhir como se conversar com você como um humano, você realmente não entende o que eles dizem, você apenas sente e/ou já aprendeu os gestos deles para se comunicarem com você.

"Bem, Ciclope, o jeito é esperar..."

Todos vocês ficam em silêncio.

Dentadura grunhe

"É claro que eu estou só brincando, Dentadura. Eu fui condenado à prisão perpétua e ninguém lá fora vem buscar a gente. Enquanto a gente não foge daqui, vamos ter que sobreviver nessa floresta cheia de animais selvagens, vermes e qualquer outro perigo, vamos ter todos os tipos de animais aqui, mas nós , carinhas... Nós vamos ser os lobos dessa maldita floresta metafórica!"

As bolinhas de pelo começa pular e a soltar gritinhos de comemoração com o seu discurso inspirador de líder, foi um bem tosco, mas de certa forma era verdade, vocês deveriam trabalhar para serem reconhecidos como o perigo desse lugar no ponto em que ninguém ousaria chegar perto de vocês, você se culparia muito se algum de seus amiguinhos não conseguisse sair da prisão junto com você.

 

Vocês tinham total potencial para se tornarem uma ameaça reconhecida para os demais prisioneiros, uma pequena alcatéia unida e impiedosa quando queriam, mas o que vocês não estavam cientes, era do  urso que cochilava na cela ao lado.

Chapter 2: Vizinho

Summary:

Você descobre quem é seu vizinho

Chapter Text

Você e seus amiguinhos já estão há alguns dias na prisão. Uma vez por dia você sai para o pátio para ficar no sol e tomar banho, mas isso não era o suficiente pra sua sanidade, ainda bem que graças ao seu bom comportamento, os policiais te deram coisas pra você se entreter, tudo bem que é a droga de um baralho, mas pra quem tem que ficar com confinado numa sala com uma cama e mais porra nenhuma, isso é aceitável.

Chicote grita em vitória quando bate as cartas na cama em cima de outras.

"O quê!? Não é possível! Você só pode tá trapaceando!"

Você reclama enquanto larga suas cartas nas suas pernas cruzadas, bufando de raiva por perder pela terceira pra uma criaturinha peluda de raça desconhecida e origem duvidosa. Você apoia sua cabeça na sua mão enquanto se apoia na sua cocha, você olha para o lado e observa os outros quatro da ninhada brincando de pega-pega, seu olhar desvia para o duto de ar, você o encara por alguns segundos antes de se levantar da cama batendo palmas pra chamar atenção.

"Seguinte, galerinha, se juntem aqui, tenho mais uma missão pra vocês."

As criaturinhas param o que estão fazendo e se juntam na sua frente como pequenos soldadinhos. Você se ajoelha e tira uma chave de fenda do seu uniforme laranja.

"Como vocês são incríveis, a última expedição de vocês foi muito eficaz." Você balança a chave de fenda roubada pelos seus amigos. "Essa é a hora perfeita pra usar essa belezinha." Você tira um relógio (que também foi roubado) de dentro do uniforme. "Eu dei um jeitinho e descobri que a maioria dos guardas tiram uns minutinhos pra lançar durante a tarde, e eles largam muitas coisas por aí pra poderem comer, com certeza tem algo de útil dando bobeira por aí, e com essa chave fenda, agora vocês podem abrir passagens pelas entradas que vocês não cabem."

Você entrega a ferramenta para Garrinhas, não é tão grande para que seja muito pesada.

"Ciclope, você tem a melhor memória, já tem um mapa dos dutos memorizado?"

Ciclope cena em concordância.

"Ótimo, vai." Você vai até o duto arrombado para abrir para seus soldadinhos.

Um por um eles entram no duto, o som de suas patinhas batendo contra o metal ecoava suavemente pelo pequeno corredor, quando o último se joga do duto, você fecha a tampa e verifica o relógio, eles devem chegar em uns 15 ou 20 minutos, então volta para a cama e olha para o teto.

 

Você odeia ficar entediado, isso sempre te faz pensar no que você levou a esse ponto. Você nunca deu sinais de que se tornaria uma espécie de monstruoso, na infância, você era o herói do seu mundinho de faz de conta, claro, pra algumas pessoas, você é um herói, mas isso não te deixa menos sujo de sangue, sangue azedo.

Salvar alguém não te faz um herói completo, a moralidade é relativa, você pode ser descrito como Robin Woody, pra alguns, você é como um anjo, mas pra os outros, você é só um diabo disfarçado.

Você vira de lado para a parede.

Você não sente culpa pelas vidas que tirou, eles mereceriam, alguns mereciam até mortes mais lentas do que tiveram, você é piedoso demais para esse trabalho. Claro, você prefere que você veja como um louco completo, então você nunca contaria sua linha de raciocínio de forma consistente, você só não foi executado por conta de insanidade.

...

Mas... Será que talvez se depois do dia em que ele... talvez tivesse sido diferente...

 

Você ouve uma batida forte vindo do duto, você se levanta já imaginando que algum dos seus amigos voltou, mas está cedo demais. Com um salto forte, Ciclope abre a tampa e pula do duto, ele corre saltitante até a cama e para na sua frente.

"O que foi, Ciclope?" Você pergunta pegando ele na mão.

Ele começa a gesticular e a falar numa língua que só vocês entendem.

"Pera? QUEM É O MEU VIZINHO!?!?"

Notes:

O capítulo ainda vai ser revisado.
Ei, MC não está sozinho nessa missão yay (⁠ ⁠╹⁠▽⁠╹⁠ ⁠)