Chapter Text
SOBRE O MANUSCRITO
Este livro é uma homenagem tecida com respeito e profunda admiração, ao universo inesgotável criado por George R. R. Martin – cuja grandiosidade e complexidade abriram os portões para que histórias como esta pudessem florescer.
A todos que acreditaram na força das palavras, na magia dos dragões e na luta por um mundo onde a roda possa ser quebrada — seja qual for a era, deixo minha eterna gratidão.
Que a chama da esperança jamais se apague, e que a fé em nós mesmos seja o fogo que nos guia, mesmo nas noites mais escuras.
A obra é de fã, criada com máxima reverência ao célebre autor
Não será comercializada, tampouco visa qualquer lucro.
Vive apenas como oferenda ao amor pela história e pela
magia que ela inspira.
Chapter 2: UM EPÍLOGO - em breve estaremos aqui!
Notes:
Dedico esta e as outras fanfictions aos filhos da chama, que caminham nas sombras da decepção.
Aos que guardaram a fé quando a profecia falhou. Que esta história reacenda a luz que nunca deveria ter se apagado.
(See the end of the chapter for more notes.)
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EPÍLOGO
“ Fé… não em deuses ou em lendas… fé em mim. ” — Daenerys Targaryen
“ Às vezes, estradas diferentes levam para o mesmo castelo. ” — Jon Snow
“ Caos não é um abismo. Caos é uma escada. Muitos que a tentam escalar, falham e nunca mais tentam de novo. ” — Petyr Bealish
“ Nunca esqueça quem você é. O resto do mundo não esquecerá. ” — Tyrion Lannister
“ Você veste sua honra como uma armadura…, mas ela pode te impedir de se mover… então é preciso usá-la com sabedoria” — Ned Stark.
“ O medo fere mais fundo que a espada” — Syrio Forel
“ Algumas batalhas são vencidas com espadas e lanças, outras com papel e caneta” — Tywin Lannister
“ Valar Morghulis, valar dohaeris. ” — Jaqen H'ghar
“ Porque a noite é escura e cheia de terrores. ” — Melisandre.
Ao longo dos anos, preciosas lições como estas deixaram marcas profundas em nosso imaginário.
A grandiosa obra de George R. R. Martin nos mostra que independente da era, o mundo sempre será mundo, as pessoas sempre serão pessoas – e o amor, em todas as suas faces, sempre será o amor.
E mesmo que o tempo passe, que reinos caiam, e impérios surjam, permanece a maior de todas as verdades, dita de maneiras diversas pelos personagens de Guerra dos Tronos:
“Sempre há um caminho”
Escolha o seu.
Faça como Daenerys: acredite. Tenha fé em si mesmos.
Persista. Contemple a jornada — de onde viemos até onde ousaremos chegar — simplesmente por acreditar que o caminho existe.
Basta fé e sabedoria na decisão!
Mantenham o coração luminosos e firmes na promessa do amanhã.
Notes:
Todo aquele que é vivo, é mortal, Jaenara.
O que nos diferencia dos demais é que sabemos
quando e como será o fim.
Mas ele chegará para todos… igualmente, sem nos distinguir.Porque a morte é nossa verdadeira rainha...
a maior de todas, de quem ninguém consegue escapar.Aeldros Belaerys
Chapter 3: REDENÇÃO 01 - PRÓLOGO: Do fogo ao sal
Summary:
ELYRIA BELAERYS, KINVARA BELAERYS.
A ancoragem desses personagens está na fanfic:
CRÔNICAS DE VALYRIA: A menina e o dragão.Não perca, ainda está sendo publicado aqui mesmo neste mesmo perfil
no AO3 e versão ilustrada no wattpad.Corre lá e boa leitura.
Notes:
POR JUSTIÇA POÉTICA AO FIM DESASTROSO E INJUSTO
QUE DERAM A DAENERYS TARGARYEN.* * * * * * *
Uma injustiça jamais verá o dia nascer feliz quando
homens e mulheres de caráter brandirem suas
espadas e rangerem seus dentes para defender
o que é certo!
Kinvara Belaerys. ꧂
(See the end of the chapter for more notes.)
Chapter Text
O fogo subindo aos céus.
Explosões espalhando-se até o firmamento.
Dragões em queda. Fumaça. Cheiro de enxofre queimando o ar.
O fim de tudo – a queda de Valyria.
Para salvar mais uma vez a sua vida, ela obrigou-se a decidir: usaria o que restara da escápula do dragão ligada à sua grande asa, rígida e com forte odor pútrido.
Arrastou-a com todo o peso de um corpo quebrado até o mar e, improvisando um pedaço de madeira como remo, lançou-se rumo ao desconhecido, sem ideia do que viria a seguir.
Não havia mais escolha. Não havia outra chance.
Precisava enfrentar os perigos e o frio cortante das águas para garantir sua sobrevivência – conquistada até ali a custo de sangue.
A outra cidade agigantava-se por toda a extensão do horizonte, até onde os olhos já não alcançavam, e mesmo estando tão perto, parecia inatingível – e, por isso, a desesperança quis tomar conta de si.
Cética de que conseguiria, repetia para que os ouvidos convencessem sua mente, com sangue misturando-se às lágrimas em seu rosto e à água salgada.
— Sou uma Belaerys… sempre há um caminho… e eu escolhi o meu!
Remou por horas sobre aquele membro teso do rigor da morte, até que o oceano – traiçoeiro – golpeou-a, afundando a nau adaptada e deixando Elyria à deriva.
Restou-lhe somente o pedaço de madeira e os braços machucados, que estavam à beira do colapso.
Estendeu o rosto sobre as águas na tentativa de medir quanto ainda faltava até a costa – constatou, eram muitos metros, talvez quilômetros.
Não queria desenganar – e não se permitiria. Não depois de tudo o que havia feito. Não depois de tudo que T’hizar lutou por ela. Não depois de a última lição do Maegi Branco ressoar mais uma vez em seus tímpanos – não chore pelos sacrifícios dos dragões.
Posicionou-se e começou a sua jornada ritmada, batendo com dificuldade os braços, um após o outro. Mantinha nos lábios, rachados da desidratação, a cantiga do seu mantra em voz alta para manter a consciência viva mesmo em meio ao frio lancinante:
— Eu consigo…
— Vamos lá …
— Ajude corpo…
— Você consegue, Elyria.
Braçada a braçada, aproximava-se mais do seu destino final.
Poupava fôlego, mantinha-se lenta e constante, até que a imensidão fria e azul lhe atacou como agulhas de aço valyriano.
Os músculos gritavam. O sofrimento se intensificava. Até os pensamentos ficaram insuportáveis.
Seu foco começou a se perder, em meio a tudo que lhe oprimia naquele instante.
Mas ela era o fogo do dragão e continuava com seu lema ardendo no peito:
— Eu sou o dragão… Belaerys… sempre há… um caminho.
Delirante na agonia e na fraqueza intensa pensou diversas vezes que acabaria por morrer.
Mas não podia se dar por vencida.
Estava chegando. Estava tão perto. Tinha de chegar. Precisava vencer aquelas intempéries.
Agarrou-se à necessidade cega de ir até o fim, ao horizonte – por T’hizar, que deu seu sangue e sua carne por isso.
Precisava honrar seu sacrifício.
Não era ali que se quebraria o fio de seu destino, afinal, ele só poderia estar do outro lado do grande Mar do Verão.
— Estou sufocando, estou sufocando, não... não...não pode... não. – Pensou, enquanto lutava contra a vazante lhe puxando.
Foram segundos de desespero visceral. O azul pressionando seus membros. A ganância molhada lhe roubando o fôlego. A roupa encharcada lhe pesava, empurrando-a cada vez mais para a garganta faminta do abismo gelado.
Sentiu a urgência em se liberar de tudo o que lhe tirava a chance de defesa: o casaco-corset com longas saias e os cintos – eles seriam sua sentença de morte.
Enquanto a irritação tomava conta de Elyria e o ar nos pulmões rareava, ela lutava bravamente por ar, por garra, por seu destino, pela profecia e pelo propósito.
As forças que lhe restavam por dentro queriam se esvair, mas não permitiria.
Um formigamento absurdo chicoteou todos os seus membros.
Em meio à aflição, enfim, desfez-se dos tecidos inúteis e dos braços da morte, uma vez mais.
Um grito surdo, abafado pela água salgada, explodiu na garganta.
A certeza rasgou em sua voz:
— Sim… eu consegui. Vamos. Vamos. Mais um pouco… só mais um pouco.
Finalmente chegou à costa, um pequeno golfo mais raso, protegido entre as pedras da enseada.
Teve a impressão de que engolira metade daquele mar.
Tossia para tentar limpar os pulmões do líquido… do sal… e da martíria pelo que havia feito, retumbando em seu peito como um tambor afogado.
Estava completamente esgotada, movimentos lânguidos, magra de muitos dias sem se alimentar.
Rendeu-se sobre as pedras, ensopada, suja, esfarrapada e ensanguentada.
A blusa e calça coladas aos braços e pernas.
Os longos cabelos prateados desgrenhados, ainda enodoados de sangue, de fuligem e lembranças tortuosas. Manchas da peleja e da fumaça tóxica que devorou Valyria.
— Ali, ali, homem ao mar! – Ouviu homens e seus gritos de alerta, longe dela, mas ao alcance da salvação.
Kinvara observava tudo do seu terraço.
— Valakesy1: a estrela do sacrifício. – Murmurou ao acompanhar os homens trazendo a mulher de cabelos prateados para dentro.
Antes de ela se retirar para receber a náufraga, olhou para o lado e sentiu a presença oculta.
Sabia exatamente quem era e porquê precisava observar tudo que se passava – sua missão era apenas observar o destino se cumprindo.
Jamais, interferir de novo. Jamais contaminar, uma outra vez, o destino humano com o toque de mãos divinas.
Fez uma reverência longa, como se saudasse o próprio Senhor da Luz. Esboçou um leve sorriso. Partiu.
Dias se passaram.
— O quê? Onde? – Disse Elyria em uma voz quase inaudível, confusa, quando despertou.
— Está tudo bem agora. Você está a salvo. Consegue me ouvir? Consegue entender?
A voz era de uma mulher desconhecida, em um vestido de rubro escuro que lhe trouxe a visão da chuva de lava sobre sua cidade.
Apesar da estranheza daquela figura, havia calor naquele timbre – um calor necessário, depois do terror gelado do mar e do banho de fogo em Valyria.
— Sim. Obrigada…muito obrigada.
A voz de Elyria ainda saía espetada da boca, áspera pela fraqueza que lhe dominava os sentidos.
— Qual o seu nome, criança? – Questionou Kinvara, com doçura nos olhos, mesmo já sabendo a resposta.
— Eu... eu sou … – Elyria fez uma breve pausa.
Olhou ao redor, tentando entender onde se encontrava.
Queria analisar se corria riscos, apesar de o subconsciente lhe alertar de que fora salva por aquelas pessoas.
— Não há o que temer… está entre amigos, e sabemos de onde você veio. – O tom de Kinvara era amigável e calmo.
— Eu sou Elyria Belaerys… e sou uma sobrevivente da queda de Valyria.
Desta vez a voz lhe saiu com um pouco mais de impostação, apesar de ainda trêmula.
Em sua postura, sentada no leito, ereta e imponente, pulsava o orgulhoso sangue valyriano.
— Bem-vinda a Volantis, Elyria Belaerys… domadora e montadora de dragões, detentora da magia antiga. A estrela que terá grande papel no futuro de Westeros e no realinhamento dos eixos do mundo. – Declarou Kinvara.
Sua voz esparsava um misto de solenidade e esperança.
Elyria a ouviu, mas não compreendeu o que tudo aquilo significava. Mesmo assim, optou pelo silêncio. Ainda se sentia exaurida demais para falar sobre aqueles enigmas.
A mulher prosseguiu, com o olhar de quem já havia visto incontáveis eras iniciarem e se extinguirem, o que deixava Elyria intrigada.
Se olhasse muito detidamente, era possível perceber que a sacerdotisa tinha uma sutil mudança do tom de um olho para outro: um verde e o outro azul. Era quase imperceptível, mas estava lá. E Elyria sabia que havia visto aquela mesma marca num outro alguém que lhe visitava no mundo dos sonhos.
— O Senhor da Luz revelou-me sobre a sua chegada a Volantis e sob essas circunstâncias, Elyria Belaerys. Sou Kinvara, a alta Sacerdotisa de R’hllor e recebo-a sob meus cuidados e proteção. Em breve conversaremos mais sobre tudo. Por hora, descanse.
Elyria já sabia sobre o “tudo” que a outra citara, e as lembranças daquele saber ribombavam em sua cabeça lhe causando a mesma náusea e a mesma tontura que sentira da primeira vez em que lhe foi mostrado dentro dos olhos do destino: a guerra, o sangue, o fogo, Dracarys, o Rei da Noite, Porto Real caindo, o reino das cinzas, a extinção.
Ainda assim, agradeceu pela hospitalidade e não se atreveu a questionar nada além do que lhe fora dito até então.
A mulher vermelha, com um gesto servil, virou-se e saiu, deixando-a aos cuidados das Irmãs Silenciosas, que acendiam os braseiros para manter o quarto de pedras escuras aquecido.
Elyria deitou seu olhar no horizonte.
Pelos largos portais abertos, encontrou a baía de Volantis.
O céu ainda baforava o evento macabro. Nuvens negras dançavam sobre o firmamento ao longe.
A sentença foi cumprida. A punição arrebentou a carne da terra.
Por maldição escavada: Valyria caiu.
Ela inundou-se de dor novamente, como uma maré que voltava para reclamar o que era seu.
Ardeu, não como fogo, mas como mar em fúria.
Notes:
Códice:
1. Valakesy – Na fanfic Crônicas de Valyria: A menina e o dragão, Capitulo Inaugural explica-se a origem do Valakesy. É a estrela do sacrifício selada por R’hllor no corpo de quem se sacrificará seu sangue divino por uma causa.* * *
O Eco da Chama:
Porque cabe aos Belaerys se sacrificar...
E aos Targaryen, reinar. ꧂
marquesiano on Chapter 2 Sun 05 Oct 2025 06:02PM UTC
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Manucah_M (Guest) on Chapter 2 Sun 05 Oct 2025 07:38PM UTC
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JUNIORCAMARA (Guest) on Chapter 2 Sun 05 Oct 2025 07:52PM UTC
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marquesiano on Chapter 2 Sun 05 Oct 2025 08:08PM UTC
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