Archive of Our Own ^beta

                                                                                    ♪¸¸.•*¨*•.Ramon.•*¨*•.¸¸♪

Às vezes, eu acho que o amor é uma língua que eu esqueci de falar.

Faz tanto tempo que ninguém me olha do jeito que o Pac olha... com calma, como se ele estivesse disposto a esperar que eu lembrasse as palavras.

Com o Spreen, o tempo passava rápido demais. Ele sempre dizia que me amava, mas nunca estava lá pra mostrar. E eu aprendi que promessas vazias doem mais do que o silêncio.

O Fit, por outro lado, sempre esteve aqui. Desde o começo.

Mesmo quando eu não sabia o que dizer, ele ficava. Mesmo quando eu errava, ele não virava as costas.

Eu nunca precisei pedir pra ele ficar — ele simplesmente ficou. E eu sou grato por isso, mesmo que às vezes eu não saiba como demonstrar.

Quando o Pac entrou na nossa vida, eu achei que seria mais uma mudança, mais alguém que viria e depois sumiria.

Mas o Pac ficou.

Ele ficou quando eu me calei, quando eu o ignorei, quando eu tremi só porque ele tentou me abraçar.

Ficou mesmo quando eu disse que não precisava dele — e eu menti, claro, mas ele entendeu.

Eu nunca conheci alguém tão paciente.

Ele me pergunta sobre o dia, mesmo quando eu respondo com uma palavra só. Ele sorri, mesmo quando eu não sei retribuir.

E, aos poucos, eu comecei a perceber que... eu gosto disso. Gosto da voz dele, do jeito que ele diz “bom dia” como se o mundo ainda valesse a pena.

Um dia desses, ele me chamou pra ver o pôr do sol com ele e o Fit.

Eu fui.

Fiquei quieto, olhando o céu mudar de cor, e pela primeira vez eu quis ficar.

O Pac olhou pra mim e disse, baixinho:
“Você sabe que não precisa ser perfeito pra ser amado, né?”

Naquele momento, alguma coisa dentro de mim se soltou.
Não era alegria, nem tristeza. Era só... leveza.
A sensação de que talvez, depois de tanto tempo fugindo, eu finalmente pudesse parar de correr.

Eu ainda tô aprendendo. Ainda tropeço em sentimentos que não entendo.

Mas o Pac não me apressa. Ele só me espera.

E talvez isso seja o amor — alguém que não desiste de te esperar enquanto você se reconstrói.