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A reunião seguia à portas fechadas. O Rei Toma mantinha-se sério ao lado de dois guardas reais. Ao redor da mesa, estavam Makarov, Erza, Gray, Gajeel, Wendy, Levy e Juvia.
— A missão exige discrição, e Lucy Heartfilia é a única maga celestial capaz de romper o selo do Espelho de Finore. Ela precisa ir sozinha à ilha de Veredia — declarou o rei, com firmeza.
Makarov franziu a testa, mas foi Gajeel quem respondeu primeiro:
— Mandar a coelhinha sozinha pra um lugar onde tem o espírito de um dragão vermelho? Vocês tão ficando loucos?
— Se Natsu não for, ela não vai — Erza afirmou de forma cortante. — E não por fragilidade. É que... ele tem mudado.
O rei olhou para o grupo com atenção.
— A magia dele é semelhante à do dragão que protegia a ilha... e que foi traído por humanos. Temo que o espírito do antigo guardião influencie o Salamandra... ou pior, acorde algo adormecido nele.
— Isso é um problema — Gray murmurou. — A gente já viu o que acontece quando mexem com o lado obscuro do Natsu.
Gajeel soltou uma risada seca.
— Vocês ainda acham que ele é o mesmo? Ele já escolheu a parceira dele. Ele protege ela como se fosse uma extensão dele mesmo. A menina nem se queima com o fogo dele.
Todos pararam. Até o rei pareceu absorver o peso daquelas palavras.
Makarov, em silêncio, olhou pela janela.
...
Longe da tensão da sala, Lucy ria suavemente ao tentar equilibrar uma torre de livros com Happy. Do outro lado da sala, Natsu e Gray estavam brincando como de costume, rindo e zombando um do outro.
Gray, numa tentativa de provocar, pegou um barril vazio de suco e o girou no ar — lançando-o sem pensar na direção da torre de livros, onde Lucy estava agachada e distraída.
Mas antes que o barril pudesse sequer chegar perto... algo aconteceu.
Um estrondo seco.
O barril foi interceptado no ar com brutalidade e voou de volta direto na parede ao lado de Gray, se espatifando em pedaços.
Todos congelaram.
Natsu estava de pé, na frente de Lucy, com o braço ainda estendido e os olhos semicerrados como uma fera em guarda.
Seu corpo tremia levemente. O calor ao redor dele aumentava, o ar vibrando de forma sutil.
Lucy, sem entender, olhou de baixo para cima.
— Natsu...? Tá tudo bem?
Ele a encarou por um instante... e o olhar de dragão desapareceu. Ele respirou fundo e relaxou os ombros, dando um passo para trás.
— Você quase foi atingida... — murmurou, como se isso fosse inaceitável.
Gray levantou as mãos, surpreso e ofendido.
— Era só uma brincadeira!
— Então presta atenção onde você joga as coisas — Natsu respondeu com a voz baixa, firme.
Happy estava ao lado, com os olhos arregalados.
— Cara... você nem pensou. Só... reagiu.
Do andar de cima, pela fresta da janela da sala do mestre, Makarov observava.
— ...É como se a alma do dragão vermelho já tivesse acordado dentro dele — murmurou.
E na ponta da escada, sem saber que era o centro da preocupação de todos, Lucy apenas ajeitou os livros caídos... enquanto Natsu ficava ali, parado, de guarda.
